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Diretrizes em ação

Qualidade no dia a dia da Educação Infantil


CIP – Catalogação na Publicação
I59d Instituto Avisa Lá – Formação continuada de educadores
Diretrizes em ação : qualidade no dia a dia da
educação infantil / Instituto Avisa Lá – Formação continuada de
educadores; Ministério da Educação; Fundo das Nações Unidas
para a Infância - UNICEF – São Paulo : Ed.Instituto Avisa Lá , 2015.
57 p. : il., color. ; 27 cm. + 1 DVD (30 min.)
ISBN 978-85-69384-00-7
1. Educação de crianças. 2. Aprendizagem. 3. Ambiente educacional. I.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria Nacional de educação Básica.
II.UNICEF. III. Título.
CDU: 373.2
Bibliotecária responsável Marciéli de Oliveira - CRB 10/2113

Diretrizes em ação: Qualidade no dia a dia da Educação


Infantil

Diretrizes em ação
Realização
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Básica
Coordenadoria Geral de Educação Infantil
Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF
Instituto Avisa Lá- Formação Continuada de Educadores
Qualidade no dia a dia da Educação Infantil
Guia dos vídeos Projeto Diretrizes em Ação
Instituto Avisa Lá UNICEF
Coordenação Gary Stahl – Representante do UNICEF no Brasil
Silvia Pereira de Carvalho Esperanza Vives – Representante Adjunta do UNICEF no Brasil
Redação Marcelo Mazzoli – Coordenador do Programa de Educação e Parcerias
Edi Fonseca Julia Ribeiro – Oficial doPrograma de Educação
Eliana Sisla Zélia Teles – Assistente do Programa de Educação
Maria Virgínia Gastaldi Carolina Velho – Consultora para o tema de Educação Infantil
Maria de Salete Silva – Consultora do Programa de Educação
Projeto Gráfico Eliana Almeida – Coordenadora do Escritório Zonal de São Luís
Tadeu Costa
Instituto Avisa Lá – Formação Continuada de Educadores
Revisão de Texto Desenvolvimento técnico
Airton Dantas de Araújo Silvia Pereira de Carvalho – Coordenação Geral
Maria Virgínia Gastaldi – Coordenação Técnica
Imagens Edi Fonseca e Eliana Sisla - Formadoras
Retiradas dos vídeos e arquivo Instituto Avisa Lá Elza Corsi – Consultoria Saúde
Desenhos das crianças participantes do projeto Instituto Formação – MA
Articulação e mobilização dos municípios
Lidia F. da Silva Vasconcelos
M. Regina Martins Cabral
Parcerias
Portal de Educação da Baixada Maranhense
2011 – Secretarias de Educação dos municípios de Arari, Cajari, Matinha, Olinda Nova do Maranhão, Palmeirândia, Penalva,
São Bento, São João Batista, São Vicente Ferrer e Viana – MA
Instituto
2013 – Secretarias de Educação dos municípios de Açailândia, Amarante, Arari, Bom Jesus das Selvas, Cajari, Cidelândia, Edson
Lobão, Imperatriz, João Lisboa, Matinha, Montes Altos, Olinda Nova do Maranhão, Palmeirândia, Penalva, São Bento, São João Formação Continuada de Educadores

Batista, São Pedro da Água Branca, Sítio Novo e Vila Nova dos Martírios – MA.
Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade.
A gente só descobre isso depois de grande.

Manoel de Barros
Memórias inventadas­‑ Infância

Agradecimentos

Creche Escola Casa de Dom Bosco – Imperatriz


Creche Tia Conci – Arari
Escola Municipal Amizade – Imperatriz
Escola Municipal Monsenhor Brandt – Arari
Escola Municipal Nossa Senhora dos Remédios – São Bento
Casa de Nhozinho­‑ Jandir Gonçalves – São Luís
Jardim de Infância Luciana Batista – São Bento
Marie Ange Bordas
Secretaria de Educação de Arari
Secretaria de Educação de Imperatriz
Secretaria de Educação de São Bento
Secretarias de Educação dos municípios envolvidos no projeto
Teca Oficina de Música
Terezinha de Jesus Araujo Andrade – Arari
Sumário Aos leitores......................................................................................... 9
Apresentação..................................................................................... 10
2.4­Usando diferentes espaços........................................................... 32
2.5­Cantos de atividades diversificadas.............................................. 33
2.6­Cuidar de si.................................................................................. 36
2.7­Comer também é afeto................................................................. 38
Guia do vídeo 1: Concepções e práticas
Guia do vídeo 3:­Experiências para ampliar o conhecimento
1.1­A criança sabe.............................................................................. 12
1.2­Favorecendo explorações e descobertas....................................... 14 3.1­Direito à expressão da individualidade nas linguagens artísticas.. 40
1.3 O tempo da criança e as produções.............................................. 15 3.2­Direito à música e às brincadeiras cantadas................................ 42
1.4 A criança narra, constrói sentidos e produz cultura...................... 17 3.3­Direito à leitura............................................................................. 43
1.5 Cultura local e a escola................................................................ 18 3.3.1­A leitura pela professora........................................................ 44
1.6­Um ambiente que acolhe.............................................................. 20 3.3.2­Comportamentos dos leitores................................................. 45
1.7 Ouvindo as crianças, as famílias e os profissionais...................... 20 3.4­Projeto didático: um rio de aprendizagens..................................... 46
1.7.1 Uma autoavaliação apoiando a relação com as famílias........ 21 3.5­Direito à escrita ........................................................................... 47
1.8­Incentivando a participação dos familiares no cotidiano............... 22
Bibliografia......................................................................................... 50
Guia do vídeo 2­Brincar e cuidar: - muitas interações
Anexo - Projeto: Navegando com as crianças
2.1­Interações e jogo simbólico........................................................... 25 nas histórias do rio Mearim................................................................ 54
2.2­Brincar de cuidar.......................................................................... 26
2.3­Bebês protagonistas..................................................................... 27
2.3.1­Construção de uma autoimagem positiva............................... 29
2.3.2­Aproximando família e escola................................................. 30
2.3.3­Contando histórias para bebês............................................... 31
Aos leitores

É com compromisso e alegria que o Fundo das Nações Uni-


das para a Infância (UNICEF) e o Ministério da Educação, por
meio da Secretaria de Educação Básica (SEB-COEDI), apresen-
tam a publicação Diretrizes em ação – Qualidade no dia a dia
da Educação Infantil.
Este guia informativo, acompanhado de um DVD com três
vídeos, é resultado do trabalho realizado em 2011 e 2013 em
parceria com o Instituto Avisa Lá em 20 municípios da Baixada
Maranhense e Imperatriz, no Estado do Maranhão. O projeto
buscou de forma inovadora apoiar os municípios na implemen-
tação, em suas práticas educativas, das Diretrizes Curricula-
res Nacionais para a Educação Infantil (DCNEIs). Contamos,
ainda, com a parceria do Instituto Formação (MA), essencial
para a mobilização e o acompanhamento dos municípios nas
formações desenvolvidas durante todo o projeto. Com essa pu-
blicação, nosso objetivo é incentivar os municípios brasileiros a
revisitarem suas propostas educativas e oferecer experiências
significativas às crianças matriculadas na Educação Infantil.
Desta forma, estamos contribuindo para o cumprimento do
Plano Nacional de Educação (PNE) no qual a Educação Infantil
representa um grande desafio.
Esperamos que este trabalho inspire novas práticas e re-
flexões e contribua para a qualidade dos processos educativos
nas creches e pré-escolas de todo o País.

UNICEF
Ministério da Educação / Secretaria de Educação Básica
formativa, foram realizadas ações dire- professores e equipe de apoio deverá ser
tas com crianças em quatro escolas dos feita pelos técnicos dos municípios.
Apresentação municípios-polo, duas em cada cidade.
As ações foram filmadas, utilizadas nos
A primeira indicação, identificada pelo
símbolo, refere-se aos princípios (de ma-
encontros de formação e, posteriormen- neira transversal) e às questões didáticas
te, editadas para o material audiovisual e específicas ou educativas mais amplas,
também para esse guia. envolvendo as interações, o brincar, a saú-
De acordo com o Parecer 20/2009 da tas de Educação Infantil nos municípios. de e o bem‑estar e conteúdos específicos.
Câmara de Educação Básica do Conselho Com apoio do Ministério da Educação Como e por que usar o material? A segunda indicação, destacada com
Nacional de Educação: (MEC), do Fundo das Nações Unidas o símbolo, constitui-se de questões que,
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a para a Infância (UNICEF), de 20 Secre- A ideia é que os vídeos e os guias se- com base nas reflexões já feitas, de-
Educação Infantil [DCNEIs], de caráter man- tarias Municipais de Educação do Estado jam usados pelas equipes técnicas dos vem necessariamente estar vinculadas
datório, orientam a formulação de políticas, do Maranhão e de instituições locais de municípios nos encontros de formação à prática de cada município. É um olhar
incluindo a de formação de professores e de- educação e cultura, notadamente o Insti- continuada com diretores, coordenadores, atento ao cotidiano de cada creche e
mais profissionais da Educação, e também tuto Formação de São Luis (MA), respon- professores e equipes de apoio, visando pré-escola, visando a possíveis melhorias
o planejamento, desenvolvimento e avalia- sável pela articulação dos municípios na aproximar práticas locais de princípios e e adequação às DCNEIs.
ção pelas unidades de seu Projeto Político- Baixada Maranhense e com o desenvol- resoluções das DCNEIs. As orientações Além disso, haverá lembretes sobre
-Pedagógico e servem para informar as famí- vimento técnico do Instituto Avisa Lá, o são apenas sugestões acerca do que pode imagens específicas ou questões que vão
lias das crianças matriculadas na Educação projeto foi realizado em 2 etapas: ser trabalhado, sempre chamando a aten- além do que está sendo visto.
Infantil sobre as perspectivas de trabalho pe- São Bento, na Baixada Maranhense, ção para o fato de que cada cidade con- Cabe observar que vários conteúdos
dagógico que podem ocorrer. foi a cidade-polo da primeira etapa do sidere sua realidade e as necessidades poderiam ser abordados, mas a premên-
projeto, realizado em 2011, congregando formativas. cia do tempo impôs limitações ao proje-
Apesar de sua importância para a
mais 9 municípios1. Os documentos que as equipes devem to. No entanto, é possível, mantendo os
formulação de políticas e práticas de
Na segunda etapa (2013), Arari tor- conhecer são as DCNEIs, os Indicadores princípios, generalizar para os mais dife-
Educação Infantil, as orientações e os
nou-se a nova cidade-polo da Baixada da Qualidade na Educação Infantil (Indi- rentes conteúdos.
fundamentos das DCNEIs estão longe de
Maranhense. Houve um acréscimo de no- que), o Parecer 20/2009 e os que estão É importante salientar a importância
serem amplamente conhecidos e aplica-
vo polo na cidade de Imperatriz, no sul do no portal do MEC, na seção Publicações dos registros videográficos e fotográficos,
dos por instituições, escolas e equipes
Estado do Maranhão, tendo 11 municípios da Educação Infantil. Além desse material, bem como do registro escrito, sobre o dia
técnicas responsáveis por esse nível de
agregados2. também é possível acessar, no site do Ins- a dia das ações com as crianças, da inte-
ensino. O que dizer, então, das práticas
As equipes técnicas dos municípios tituto Avisa Lá, artigos publicados na re- ração por elas estabelecida em todos os
que deveriam estar implantadas a partir
participaram de todo o processo de for- vista Avisa lá. As indicações bibliográficas âmbitos. Esses expedientes são impres-
das DCNEIs?
mação envolvendo questões pedagógi- permitem a complementação de conteú- cindíveis para uma boa reflexão sobre a
Considerando esse contexto e a im-
cas, de cuidado e de bem‑estar. A fim de dos didáticos e de saúde. prática. Por essa razão, é aconselhável
portância de uma base nacional comum
tornar mais próxima da realidade a ação Cada tópico dos guias conta com uma iniciar o processo de formação com esse
para uma Educação Infantil de qualida-
breve introdução, relacionando as imagens material e, desde já, começar o registro da
de preconizada pelas DCNEIs é que foi
1 Arari, Cajari, Matinha, Olinda Nova do Maranhão, Palmerândia, a um artigo ou a um princípio das DCNEIs prática cotidiana.
concebido o projeto Diretrizes em ação,
Penalva, São Bento, São João Batista, São Vicente Férrer. e, a seguir, duas sugestões de trabalho
com o objetivo de apoiar profissionais, 2 Açailândia, Amarante do Maranhão, Bom Jesus das Selvas, com as equipes locais. A adequação dos Bom trabalho!
instituições e equipes técnicas na fun- Cidelândia, Governador Edison Lobão (Ribeirãozinho), Imperatriz,
João Lisboa, Montes Altos, São Pedro da Água Branca, Sítio Novo, conteúdos para diretores, coordenadores,
damentação e organização das propos- Vila Nova dos Martírios.

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tica e de psicologia evolutiva sustentam e
demonstram que, pelo contrário, a criança
sabe, começa, a saber, a partir do momento
de seu nascimento, e que seu conhecimento
desenvolve-se nos primeiros dias, nos pri-
meiros meses e nos primeiros anos mais do
que ela se desenvolverá pelo resto da vida.
Nesse primeiro período, portanto, a criança
vive experiências decisivas e fundamenta
toda a construção posterior, seja social, cog-

Guia do vídeo 1: nitiva ou emotiva. (TONUCCI, 2005:17).

O período de vida da criança atendido


Refletindo

Concepções e práticas pela Educação Infantil caracteriza-se por


aprendizagens muito importantes, como
a marcha e a fala. Além disso, formam-
• O que essas crianças que aparecem
no vídeo sabem? Como aprendem?
• Quais são os recursos pessoais uti-
-se a imaginação e as capacidades de lizados para demonstrar o que sabem
fazer de conta e de representar por meio sobre a vida social?
1.1. A criança sabe
de várias linguagens. Nesse período, as • Como expressam a singularidade?
experiências são decisivas e seu conhe- • Destaquem os elementos da organi-
Considerar a criança o centro do plane- um paradoxo. Por um lado, os adultos re-
cimento desenvolve-se mais do que em zação do ambiente e da rotina que fa-
jamento curricular implica acreditar na conhecem a inteligência das crianças que
qualquer outra etapa da vida. É direito vorecem tanto a individualidade como
sua potencialidade, respeitar seus ritmos lhes são próximas, como filhos, netos,
e desejos, criar oportunidades para que sobrinhos. Por outro, tanto nas escolas da criança, portanto, ter acesso a uma as interações.
possa falar e se manifestar em diferentes quanto na produção editorial, propõem prática educativa de qualidade, compatí-
linguagens e, assim, ampliar o conhe- atividades não condizentes com as com- vel com o ritmo de seu desenvolvimento A prática no município
cimento de si e do mundo. Segundo o petências e habilidades infantis. São pen- nos primeiros anos de vida, respeitadas
Artigo 40 das DCNEIs, as propostas pe- sadas para uma criança genérica, imatu- suas competências e limitações. • Há uma prática de observar e regis-
dagógicas da Educação Infantil devem ra, em dissonância com o seu nível de trar falas, ações e gestos das crianças
considerar que a criança desenvolvimento. O pressuposto de que a Vídeo 1 na formação: As meninas de creches e pré-escolas?
criança pequena pouco sabe, acreditando e o telefone • Caso isto não ocorra não seria im-
é sujeito histórico e de direitos que, nas in-
que ela inicia sua experiência cognitiva portante elaborar um roteiro de obser-
terações, relações e práticas cotidianas que “Certas de que era muito importante
importante após os seis anos, momento vação para diretores, coordenadores
vivencia, constrói sua identidade pessoal e que as professoras pudessem observar
em que passa a frequentar a escola de pedagógicos e professores visando
coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, como as crianças, mesmo as de me-
Ensino Fundamental, tem justificado a direcionar o olhar e a reflexão para as
aprende, observa, experimenta, narra, ques- nos idade, sabem muitas coisas, orga-
presença de atividades ditas preparató- crianças?
tiona e constrói sentidos sobre a natureza e a
rias visando à aquisição de pré‑requisitos nizamos bons ambientes nos quais, por • Observar os espaços, materiais, brin-
sociedade, produzindo cultura. meio das interações e brincadeiras, elas
para aprendizagens posteriores. quedos para detectar o quanto auxiliam
A ideia de que a criança pequena sabe Contudo, trata-se de um pressuposto errô-
mostrassem suas competências, habili- ou prejudicam as manifestações de
muito e aprende rapidamente enfrenta neo. Os vários estudos de psicologia gené-
dades, desejos e necessidades.” (Maria cada criança.
Virginia e Edi Fonseca, Diário de campo)

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1.2. Favorecendo explorações e descobertas sição das crianças. A partir daí elas 1.3. O tempo da criança e as produções indi- Se os momentos de interação entre
tiveram liberdade para experimentar viduais e coletivas as crianças, bem como entre elas e os
Organizar um ambiente que seja aco- materiais, estiverem contemplados no
e brincar conforme suas escolhas”.
lhedor, seguro e, ao mesmo tempo, que Cada criança é um universo potente de ex- planejamento, as produções individual e
possibilite explorações e descobertas é (Edi Fonseca – Diário de campo) pressão, que oferece alguns pontos de par- coletiva revelarão inovação, singularida-
mais um grande desafio da Educação tida para o professor criar ações poéticas e de e criatividade.
Infantil. Refletindo momentos de interação. Tais ações, por sua

As instituições de Educação Infantil devem vez, ampliam as ideias e a imaginação das Vídeo 1 na formação: Massinha, blocos
• Observar como o menino e a meni-
tanto oferecer espaço limpo, seguro e volta- crianças, as encorajam a fazer perguntas, e torre de sucatas
na que balançam no pano interagem. projetos e a buscar sua realização. É impor-
do para garantir a saúde infantil quanto se
• Verificar qual é o comportamento do tante que o professor crie condições e ofere-
organizar com ambientes acolhedores, desa-
menino em relação ao estímulo pro- “Ao propormos atividade com mas-
fiadores e inclusivos, plenos de interações, ça tempo para que as crianças possam reali-
porcionado pelo material. zar seus trabalhos. (BARBIERI, 2012) sinha discutimos com as professoras
explorações e descobertas partilhadas com
• Destacar os elementos da organiza- alguns encaminhamentos. O primeiro
outras crianças e com o professor. (Parecer Acreditar na criança pequena significa
ção do ambiente e do papel do profes-
CNE/CEB 20/2009). observar atentamente a sua fala, as suas foi sobre a confecção de massa caseira
sor que favorecem o desenvolvimento
A concretude dos espaços e a dis- ações e necessidades, os seus desejos, colorida com anilina para que pudés-
e a aprendizagem.
posição dos materiais são elementos sem deixar de considerar a noção de tem- semos ter uma boa quantidade para
decisivos para revelar a identidade da A prática no município po de cada criança, que pode ser confli- cada criança. Evitaríamos assim dar
Educação Infantil e, por consequência, tante com o tempo determinado para o um pedaço muito pequeno para cada
o papel dos profissionais. Portanto, ob- • As crianças desta faixa etária se mo- cumprimento de tarefas estabelecidas pela
uma, como costuma acontecer, o que
servar os espaços das creches e pré- vimentam diariamente na área externa? escola. Nesse sentido, muitas vezes, ob-
servar mais e dar tempo às crianças, res- impede a criatividade e autoria. Além
‑escolas, bem como refletir sobre eles, • Há materiais e objetos que facili-
ajuda a entender o lugar da criança na peitando suas iniciativas, é preferível, em disso, disponibilizamos diversos mate-
tam a movimentação, a interação e
sociedade, nas secretarias da educação o brincar? vez de ocupá-las com atividades prescritas riais de sucata ou não (caso das bone-
e junto aos profissionais da área. • Caso não existam muitas oportu- que exigem a mesma resposta de todos. quinhas compradas em grande quan-
nidades para as crianças nas áreas Organizar o tempo, planejando e pro- tidade a um custo pequeno) para que
Vídeo 1 na formação: Bebês interagindo externas o que precisa ser feito para pondo momentos que valorizam o jeito
as crianças pudessem adicioná-los ou
com pano esticado mudar esta situação? de cada criança pensar e de se expres-
não em suas produções”. (Edi Fonseca
sar, é um incentivo ao protagonismo in-
dividual. É preciso observar se não há – Diário de campo)
“Planejamos delimitar o espaço com
predominância de tempos muito dirigi-
panos para favorecer as interações e dos, sem considerar as individualidades
o brincar no parque. Assim sendo, dos pequenos. É necessário reconhecer
panos coloridos e pedaços de chita os diferentes tempos de cada um para
foram esticados na área externa e brincar, conhecer o novo, repetir o co-
brinquedos variados ficaram à dispo- nhecido, fazer escolhas e aprofundar
preferências. O desafio é coadunar a for-
ma de a criança aprender e se desenvol-
ver com a rotina institucional.

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Refletindo se produzir algo expressivo de bom • Qual seria a maneira de registrar sar o mundo. A criança observa, narra,
porte. Dois ou três blocos para cada uma atividade como esta? questiona, toma decisões e constrói co-
• Ao observar a cena, o que se pode uma não é boa condição de traba- nhecimento sobre a natureza e a socie-
relacionar como escolhas e decisões A prática no município dade, reproduzindo e produzindo cultura.
lho”. (Edi Fonseca Diário de campo)
da menina? O contato com os livros, as leituras
• O que vocês diriam em relação à • As produções das crianças demons- feitas pelos adultos, a multiplicidade de
• Ao comparar as duas produções que
sua concentração? tram individualidade, experimentação gêneros textuais, entre outros, ampliam
aparecem no vídeo (do menino e da
• Como deve ter sido considerado o ou são todas iguais? significativamente as experiências infan-
menina), o que é possível dizer acerca
tempo para possibilitar a produção • No caso de atividades diversificadas tis, lembrando sempre que voltar várias
da singularidade dos produtos?
elaborada? que ocorrem de forma simultânea, vezes às mesmas histórias, aos textos já
• Como gerenciar tempos diferentes
como a professora gerencia a dinâmi- conhecidos cria intimidade e aprofunda
de criação e de produção em uma
Cenas das crianças construindo com ca da turma? os conhecimentos.
turma de crianças?
blocos a partir de um modelo • Quais são os materiais que as crian- Reconhecer o que as crianças sabem
ças têm à disposição para fazer cons- e considerar suas experiências sociais
Cena das crianças construindo uma
truções? São em número suficiente enriquecem o trabalho da escola, apro-
“A atividade de blocos foi considera- torre de copos vazios e papelão
para produzir algo significativo? ximando currículo escolar e vida social.
da pensando em oferecer às crianças
alguns modelos de castelos (afixados “A ideia, ao propor esta atividade, era 1.4. A criança narra, constrói sentidos e pro- Vídeo 1 na formação: Leitura para os
nas paredes) para que pudessem se possibilitar a interação, a exploração de duz cultura pequenos
inspirar. De forma nenhuma havia material de sucata para elaborar uma
a expectativa que fizessem cópias, construção tridimensional. Às crian- “Desde a primeira ida à creche (foram
mas, sim, que pudessem criar a par- ças, foi demonstrado algumas possibi- 6 idas durante o ano) refletimos com
tir das ideias apresentadas. Além lidades. Em seguida, elas foram des- as professoras sobre a importância de
disso, nos preocupamos em oferecer cobrindo os próprios caminhos para a os bebês estarem familiarizados com
quantidade suficiente de bloquinhos realização da atividade proposta”. (Edi os livros para ampliarem a linguagem
de madeira para que cada um pudes- Fonseca) Diário de campo e pelo prazer que sentem ao conhe-
cer as histórias. Portanto, a cada ida
Refletindo levávamos livros, álbuns com lindas
Assim como os adultos, as crianças tam-
ilustrações, livros com textos bem es-
• Quais são os detalhes da interação bém se apropriam das coisas do mundo,
atribuindo‑lhes sentidos e significados. critos e líamos para os pequenos e
que mais chamam a atenção?
Desde muito pequenas, entre pares, fa- também contávamos histórias. Com
• O final proposto por uma das crian-
mília, pessoas da comunidade, da esco- estas ações e com a continuidade de-
ças revela a questão do efêmero de
la, assistindo a produções dos diferentes senvolvida pelas professoras, ao final
inúmeras atividades na pré-escola.
meios de comunicação, por exemplo, são do ano aquelas crianças já possuíam
Como será, para uma professora, pla-
capazes de estabelecer múltiplas rela-
nejar atividades cujos resultados po- um bom repertório sobre os persona-
ções, construir saberes, reproduzir e criar
dem não ser permanentes, isto é não gens dos contos e de partes dos enre-
brincadeiras e modos de viver e de pen-
possuem um resultado visível? dos”. (Edi Fonseca – Diário de campo)

16 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 17
Refletindo “Nas cidades pequenas a proximidade Importante
com a zona rural em geral é grande.
• Depois da exibição do trecho do Carroças e cavalos costumam cruzar Brincar de faz de conta é uma iniciati-
vídeo relacionem o que as crianças as ruas, as crianças e suas famílias va das crianças, mas, em um ambiente
sabem sobre a vida rural da região vão a sítios de parentes e assim elas educacional, espaços muitas vezes re-
em que vivem. desfrutam da vida rural com frequên- duzidos, e poucos materiais disponíveis,
• Como a professora estimula a fala dos cia. Outra presença comum é a da a ação de planejar locais e objetos para
pequenos e de que maneira ela incor- feira, que além de vender frutas, legu- incentivar o brincar é uma necessidade.
pora os saberes infantis à prática diária? mes, grãos, peixes, também vendem O fato de as professoras trabalharem com
roupas, utensílios variados. Portanto, temas locais não impede que as crianças
A prática no município propor que essas experiências com- tenham cenários para brincar que não fa-
pusessem alguns cenários do brincar çam parte do dia a dia. Brincar de dinos-
• As escolas do município registram nos pareceu apropriado”. (Edi Fonse- sauros, príncipes e princesas, por exem-
Refletindo
os saberes das crianças? ca – Diário de campo) plo, costuma fazer muito sucesso com as
• Em caso afirmativo, como são incor‑ crianças.
• Feitas as observações, relacionem o
porados às atividades propostas pelas Refletindo
que as crianças pequenas compreen-
professoras? A prática no município
dem das histórias que conhecem.
• Ao observar a cena da fazendinha,
• O que as crianças aprendem quan-
1.5. Cultura local e a escola é importante notar quais são os ma- • Do que brincam as crianças do seu
do um leitor mais experiente lê para
teriais e objetos disponibilizados para município?
elas?
Conhecer a especificidade dos variados as crianças. • As escolas do município têm espa-
contextos culturais em que as famílias se • Como as crianças aderiram à brin‑ ços para as crianças brincarem que
A prática no município
inserem, levando-se em conta sua impor- cadeira? integram temas locais?
tância para o desenvolvimento da criança • Observada a cena da feira, refle‑ • Há situações em que as professoras
• Há leitura para crianças dessa faixa
possibilita compartilhar e complementar tir como as práticas sociais são in- trazem elementos que ampliam os en-
etária?
a educação e os cuidados em creches e corporadas pelas crianças em suas redos das crianças?
• As crianças podem interagir com os
pré-escolas. Assim sendo, organizar am- brincadeiras.
livros e com quem está lendo?
bientes que acolham e reconheçam os
modos de ser e de viver das famílias au-
Cena da conversa sobre os bois
xilia o estabelecimento de boas relações.
Para valorizar a cultura local e confe-
“No bojo de um projeto que resultou na rir identidade aos ambientes educativos,
elaboração de um almanaque (que está é preciso considerar que os espaços não
bem detalhado no guia 3), as crianças são neutros, isto é, eles revelam valores,
aprenderam com textos informativos, concepções de mundo e de criança.
entrevistas com moradores, observan-
do a natureza, mas também puderam Vídeo 1 na formação: A cultura local,
compartilhar os próprios conhecimen- as brincadeiras e as aprendizagens
tos” (Edi Fonseca – Diário de campo)

18 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 19
• Há registro, escritos e ou por ima- ção compartilhada? Por quê? sariamente por discutir e compartilhar com zar o trabalho conjunto, tão necessário em
gens, das situações de jogo simbólico • Qual seria o limite da colaboração a sociedade, e com a família, as finalidades educação de crianças pequenas.
integrando a cultura local e ou cultu- dos pais na confecção de brinquedos da Educação Infantil na consideração das Para vencer essas dificuldades, uma
ras diversas? de modo a não caracterizar explora- formas como as crianças, nesse momento boa saída é estimular a participação das
ção de mão de obra nem representar de suas vidas, vivenciam o mundo, cons- famílias com respeito ao trabalho desen-
1.6. Um ambiente que acolhe descompromisso do poder público troem conhecimentos, expressam-se, inte- volvido pela instituição escolar.
em relação à aquisição de brinque- ragem e manifestam desejos e curiosidades
“Pensamos em organizar um ambiente dos e materiais necessários à Educa- de modo bastante peculiares. (CNE/CEB no. 1.7.1. Uma autoavaliação
bem receptivo para as famílias, para ção Infantil? 20/2009). apoiando a relação com
isso, os materiais lúdicos foram cuida- as famílias
dosamente pensados pelas professoras A prática no município A relação com as famílias é primor-
para a recepção das crianças e dos dial para a construção de confiança mú- O uso dos Indica-
pais. Isso parece simples, mas é bom • Há momentos e situações nas es- tua, construída cotidianamente, sempre dores da Qualidade na
lembrar que, para a grande parte das colas do município em que as famí- considerando os conhecimentos que as Educação Infantil (Indi-
salas de Educação Infantil destinadas lias são informadas e podem opinar famílias têm sobre educação de crianças que) pode ser um ótimo
às crianças, não há nenhuma propos- sobre as propostas pedagógicas e de pequenas, sobre a própria cultura. jeito de aproximar cre-
ta de trabalho organizada para que, ao cuidados? É preciso que as famílias entendam ches, escolas e famílias
chegarem, crianças e pais encontrem • As famílias são convidadas, dentro que a escola é um espaço público e, por- em prol de um trabalho
um local cuidadosamente preparado”. do possível, a dar sua contribuição aos tanto, um lugar que precisa contar com o compartilhado. O Indi-
(Maria Virginia – Diário de campo) projetos e às atividades educativas? compromisso de todos para o seu pleno que é um conjunto de
funcionamento. indicadores elaborado
Vídeo 1 na formação: Famílias As dificuldades referentes à relação por um grupo de especialistas sob a coor-
e as novas propostas escola-família são, em grande parte, de- denação do Ministério da Educação, que
correntes da maneira como pais e edu- permite aos profissionais da educação ob-
No depoimento da professora Emilia cadores se percebem nesse processo. servar se as recomendações apresentadas
Muniz, de Cajari (MA), sobre a zona ru- De modo geral, ao levarem os filhos à nos Parâmetros Nacionais de Qualidade
ral, há uma preocupação em relatar aos escola, os pais esperam que as crianças para a Educação Infantil, publicados em
pais as novas propostas da escola relati- sejam cuidadas e educadas, que se de- 2006, estão sendo seguidos no cotidiano
vos à organização dos cantos de ativida- senvolvam e adquiram conhecimentos. escolar. O material foi produzido ao lon-
des diversificadas3, assim como incluí- Essas expectativas podem variar de acor- go de um ano, período em que foi revisa-
-los na confecção de alguns materiais do com a posição social da família, sua do após oito seminários regionais e pré-
utilizados pelas crianças. concepção de escola e sua expectativa -testado em escolas públicas e privadas
quanto ao futuro dos próprios filhos. de nove estados brasileiros. A publicação
Refletindo A escola, por sua vez, pode conside- constitui-se em uma proposta de autoava-
1.7. Ouvindo as crianças, as famílias e os rar que as famílias não estão cumprindo o liação participativa das unidades educa-
• Apresentar as propostas educativas profissionais seu papel como deveriam em relação aos cionais, que visa orientar e apoiar o traba-
aos pais contribuiria para uma educa- cuidados e ao ensinamento de valores. lho nessa etapa da Educação Básica.
Organizar a Educação Infantil para o desen- Esse desencontro de expectativas pode Os indicadores foram organizados e são
3 Cantos de atividades diversificadas são propostas de organi-
zação de espaço e materiais que permitem diversidade de ati- volvimento integral da criança passa neces- afastar, dificultar ou até mesmo inviabili- apresentados em sete dimensões de quali-
vidades de forma simultânea. Mais detalhes no guia do vídeo 2

20 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 21
dade para análise: planejamento institucio- Vídeo 1 na formação: Convergência
nal (proposta pedagógica, registro e indica- entre as instituições
tivos sobre as práticas), multiplicidade de
experiências e linguagens (reflexões sobre Refletindo
a rotina e práticas adotadas para incenti-
var a autonomia das crianças; formas de a • A proposta dos Indicadores da Qua-
criança conhecer e experimentar o mundo lidade na Educação Infantil está ba-
e se expressar); interações (espaço coletivo seada na concepção segundo a qual
de convivência e respeito); promoção da neste ciclo da Educação Básica é mui-
saúde (reflexões sobre práticas e condutas to importante avaliar o que está sendo
cotidianas adequadas para a prevenção de oferecido às crianças em relação ao
acidentes, os cuidados com a higiene e a atendimento.
alimentação saudável para cada grupo de • Em outros níveis de ensino há avalia-
idade); espaços, materiais e mobiliários ções das aprendizagens dos alunos. Por
(reflexões sobre a disposição e disponibi- que, na Educação Infantil, as DCNEIs
lidade de materiais, espaços e mobiliários enfatizam que não deve haver avalia-
de maneira a atender às múltiplas neces- ção individual da criança com vistas
sidades de adultos e crianças); formação à seleção, promoção ou classificação?
Outros pontos fundamentais do trabalho com Vídeo 1 na formação: Informando
e condições de trabalho das professoras
as famílias são propiciados pela participação pelo mural e por meio das produções
e demais profissionais (reflexões sobre a A prática no município
destas na gestão da proposta pedagógica e
formação inicial e continuada, condições
pelo acompanhamento partilhado do desen- “Sugerimos a criação de um mural in-
de trabalho adequadas às múltiplas tare- • As profissionais do município ava-
volvimento da criança. formativo sobre a implantação de no-
fas, natureza da relação entre instituição liam com as famílias o trabalho rea-
vas atividades de cuidado e bem-estar
e comunidade); cooperação e troca com lizado?
Recursos muito simples de participa- para favorecer as informações sobre
as famílias e participação na rede de pro- • Vocês já utilizaram os Indicadores
ção das famílias podem contribuir para a o cotidiano das crianças nas escolas,
teção social (reflexões sobre os processos da Qualidade na Educação Infantil?
aproximação entre casa e escola. Muitas adequando os meios e as ações ao
de socialização, as brincadeiras e a con- • Como você e sua equipe podem in-
vezes as famílias não participam por fal- tempo limitado dos pais trabalhado-
vivência com a diversidade). Há ainda corporar as professoras, as famílias e
ta de informação, por não saber o que é res. Murais e painéis de exposição dos
sugestão de procedimentos para a orga- a comunidade na avaliação e na dis-
esperado delas ou até por falta de convite trabalhos efetuados no dia a dia sig-
nização e a condução da autoavaliação. cussão dos caminhos a seguir?
da escola. Por isso é importante e neces- nificam respeito e consideração com
O documento Indicadores da Qualida-
sário criar contextos que favoreçam a in- as famílias. Um mural com as cenas
de na Educação Infantil foi utilizado em 1.8. Incentivando a participação dos familia-
serção das famílias no cotidiano escolar das atividades de cuidados foi feito
alguns municípios como ferramenta de res no cotidiano
das crianças, propiciando o conhecimen- com material da região, decorado com
avaliação e planejamento no projeto Di-
to dos pais e responsáveis sobre a pro- garatujas infantis e fotografias amplia-
retrizes em ação, o que possibilitou às É preciso que a escola valorize a par-
posta pedagógica desenvolvida pela esco- das. Além disso, instamos para que as
equipes técnicas maior clareza em relação ticipação da família e crie formas possí-
la e favorecendo o trabalho pedagógico. famílias pudessem entrar nas salas e
ao que observar e garantir na Educação veis de comunicação entre todos.
Compartilhar com os pais as produções acompanhar as produções diárias das
Infantil, bem como maior envolvimento e No parecer CNE/CEBno 20/2009
infantis e as atividades diárias, de forma crianças”. (Maria Virginia – Diário de
aproximação com as famílias. destaca-se que:
direta, simples, é sempre aconselhável. campo)

22 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 23
Refletindo A prática no município

• Quais são os sentimentos da mãe e • Como os pais ficam sabendo a


da filha que ficam evidentes na cena? respeito das propostas que a es-
• Observem os pais indo buscar os fi‑ cola está desenvolvendo com as
lhos na escola no fim do dia. Vejam crianças?
como se interessam pelas produções • Há murais cuidadosamente elabo-
das crianças. Reflitam sobre esses rados nos quais o destaque é a pro-
sentimentos. dução individualizada das crianças?
• Pela observação e pelo registro

Guia do vídeo 2: Brincar


Importante das produções expostas nas esco-
las vocês diriam que elas são sin-
É preciso haver sempre murais e outras gulares ou apenas desenhos pron-
formas de exposição dos trabalhos e das
ações desenvolvidas pelas crianças em
tos que devem ser preenchidos ou
coloridos? e cuidar - muitas interações
vez de enfeites e/ou pinturas feitas por • Os pais podem entrar nas salas e
adultos, sejam eles profissionais contra‑ observar as produções diárias?
tados ou professoras que usam E.V.A., • É uma relação que compartilha 2.1. Interações e jogo simbólico mento e talvez até mesmo quando está
papel crepom para decorar murais. O as alegrias das descobertas infan- na barriga da mãe.
que é necessário valorizar é a singulari- tis, que estimula a troca de saberes Segundo as DCNEIs, as práticas pedagó- Atualmente, têm-se ampliado os estudos e
dade das produções infantis. entre os profissionais das unidades gicas devem ser orientadas por dois eixos: pesquisas que afirmam a profícua condição
educativas e os familiares? as interações e as brincadeiras. que é a interação de bebês e crianças peque-
Quando estamos falando sobre as nas com outras crianças de idade semelhan-
crianças de 0 a 5 anos de uma forma tes, contrariando a ideia de que as crianças
contemporânea e embasada em pesqui- muito pequenas não tinham condição de
sas consagradas (entre os pesquisadores interagir com seus colegas. (OLIVEIRA, org.
destacamos Piaget4 e Vygostsky5) é im- 2012:36)
prescindível destacar as interações como
É importante notar que com os peque-
fonte de desenvolvimento, aprendizagem
nos, às vezes, as interações entre pares
e construção da identidade. As crianças
não parece muito visível. No entanto, o de-
interagem entre elas, com adultos, com
senvolvimento de uma observação acura-
elementos da natureza, com objetos cul-
da por parte dos profissionais de Educação
turais. A partir de que momento as crian-
Infantil deixa evidente quanto eles intera-
ças começam a interagir? Desde o nasci-
gem por meio de gestos, ações, balbucios e
falas, desenvolvendo paulatinamente uma
4 Jean Piaget, (1896-1980), pensador suíço que elaborou im-
portante teoria que estuda a gênese psicológica do pensa- grande capacidade de imitação.
mento humano.
Na história cotidiana das interações com di-
5 Lev Vygostsky, (1896-1937), pesquisador bielorusso, estudou
o desenvolvimento intelectual e o papel das interações. ferentes parceiros vão sendo construídas sig-

24 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 25
nificações compartilhadas a partir das quais 2.2‑Brincar de cuidar
as crianças aprendem como agir ou mesmo
resistir aos valores e normas da sua cultura. Vídeo 2 na formação: Ninar, dar banho
Nesse processo é preciso considerar que elas e mamadeira
aprendem coisas que lhes são muito signifi-
cativas quando interagem com companhei- “Como sabemos que as crianças tam-
ros da infância, e que são diversas das coi- bém aprendem imitando as ações que
sas que elas se apropriam no contato com os presenciam em seu cotidiano, organi-
adultos ou com crianças mais velhas. Além zamos com as professoras momentos
disso, à medida que o grupo de crianças in- nos quais elas poderiam usar bonecas
terage, são construídas as culturas infantis. e objetos comuns, como bacias, es-
(Parecer CNE/CEB no 20/2009:7). ponjas, toalhinhas, mamadeiras; usar
Quanto menores as crianças mais as seus conhecimentos sobre cuidados;
interações estão imbricadas com o brin- aprender novas ações e principalmen-
car, com o desenvolvimento do jogo sim- te ir desenvolvendo uma autoimagem
bólico no qual ficam visíveis os aprendi- positiva. Como sempre, tivemos a pre-
zados sobre a vida social já construídos. ocupação com a presença de bonecas
É também pelo brincar que os pequenos negras para contribuir com as práticas observações vocês fariam em relação mentais para as crianças?
podem aprender ainda mais olhando os que incentivam a igualdade racial” à questão de gênero e à temática da • Há uma preocupação em oferecer e
seus pares ou outras crianças e adultos, (Maria Virginia – Diário de campo) igualdade racial? disponibilizar brinquedos que ajudem
imitando-os, construindo seus valores e • Por que o jogo simbólico é impor- a romper com as relações de domina-
sua identidade. Refletindo tante para o desenvolvimento infantil? ção etnicorracial e de gênero?
Brincar dá à criança oportunidade para imitar
o conhecido e para construir o novo, confor-
• Observem a cena da menina com a A prática no município 2.3. Bebês protagonistas
me ela reconstrói o cenário necessário para
boneca e registrem as interações que
que sua fantasia se aproxime ou se distancie
ocorrem entre a criança e o adulto. • Há registros (fotos, filmagens, relato Durante muitos anos os bebês foram descritos

da realidade vivida, assumindo personagens


• Observem o menino que está ao das professoras e/ou dos demais pro- e definidos principalmente por suas fragilida-

e transformando objetos pelo uso que deles


lado? Será que ele também está apren- fissionais) de momentos de interação des, suas incapacidades e imaturidade. Po-

faz. (Parecer CNE/CEB no 20/2009:7).


dendo algo? entre as crianças enquanto brincam? rém, nos últimos tempos, as pesquisas vêm
• Em quais situações da vida cotidia- • Os profissionais sabem a diferença demonstrando suas inúmeras capacidades.
O brincar e o jogo simbólico são dife- na uma criança pode aprender a can- entre jogo simbólico, brincadeiras di- Temos cada vez mais conhecimento acerca da
rentes de jogos de regras e brincadeiras tar uma cantiga para ninar e/ou emba- rigidas e jogos de regras? complexidade da sua herança genética, dos
dirigidas, embora todas essas atividades lar um bebê? • As crianças brincam de ações de seus reflexos, das suas competências senso-
devam estar presentes nos espaços de • Na cena dos banhos e secagem das cuidado? riais e, para além das suas capacidades orgâ-
Educação Infantil. O brincar de cuidar, de bonecas o que é possível observar so- • Caso não existam esses momen- nicas, aprendemos que os bebês também são
casinha, de posto de saúde, feira, pescar bre os ambientes e objetos? Eles favore- tos o que precisaria ser planejado pessoas potentes no campo das relações so-
etc. precisa ter lugar privilegiado nas cre- cem as interações e as aprendizagens? e trabalhado com os diretores, pro- ciais e da cognição. (BARBOSA, 2010)
ches e pré-escolas. • Na última cena do bloco um menino fessores e demais profissionais para As ações na creche não devem estar
dá mamadeira para bonecas. Quais possibilitar essas ações tão funda- pautadas apenas no atendimento às neces-

26 | Guia do Vídeo Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 27


sidades físicas, mas principalmente nas ex- Nesse espaço, os bebês aprendem observan- japonesas – garantindo a representa-
periências de brincar, de aprender a cuidar do, tocando, experimentando, narrando, per- ção da diversidade dos diferentes po-
de si e nas mais variadas interações com guntando, e construindo ações e sentidos so- vos e culturas.
diferentes linguagens. Uma rotina plane- bre a natureza e a sociedade, recriando, deste Imagens de bichos – Eis aqui ou-
jada, com momentos bem definidos, com modo, a cultura. (BARBOSA, 2010) tro tema de interesse dos pequenos:
intencionalidade clara, além de contribuir animais e seus filhotes. Foram sele‑
para o bom andamento das atividades, Importante cionadas imagens de gatos, cachorros,
oferece mais confiança à professora e aco‑ galinhas e pintinhos, patos, cavalos,
lhimento, segurança e aprendizagem aos Embora o trabalho com bebês aconteça, vacas e bezerros, porcos, girafas, ele-
pequenos. de modo geral, na modalidade de um fantes, leões etc.
Quando as crianças são tomadas como se- trabalho diversificado, no qual as crian‑ As imagens foram recortadas, cola-
res capazes elas se tornam protagonistas no ças fazem atividades variadas ao mesmo das sobre uma cartolina, plastificadas
projeto educacional. Essa é uma mudança tempo, é importante que o professor pro- e guardadas em uma caixinha. Desse
paradigmática na compreensão da educação ponha momentos planejados intencio- modo o material ganha durabilidade e
dos bebês, pois se afirma o compromisso com nalmente, promovendo a interação dos pode ser utilizado várias vezes”. (Edi
2.3.1. Construção da autoimagem positiva Fonseca – Diário de campo)
a oferta de um serviço educacional que pro- bebês com diferentes linguagens, com
mova, para todas as crianças, a possibilidade manifestações culturais diversas e princi-
As crianças que frequentam ambientes Vídeo 2 na formação: Minha foto
de viver uma experiência de infância compro- palmente ações que auxiliem a constru-
coletivos precisam ter certeza de que, embora e dos outros
metida com a aprendizagem gerada pela lu- ção de uma autoimagem positiva.
convivam com muitas crianças o tempo todo,
dicidade, brincadeira, imaginação e fantasia.
são únicas. (ORTIZ e CARVALHO 2012) Refletindo
“Usar fotos das crianças e de ou-
tras pessoas em situações conhecidas • Observem a cena da professora mos-
para os pequenos reúne ótimas condi- trando as fotos e analisem a reação das
ções para a construção de uma autoi- crianças, o que falam, como interagem.
magem positiva, bem como desenvol- • Vocês consideram que uma ação
ve interações e a linguagem. Por esse como esta contribui para a construção
motivo usamos fotos para o trabalho da identidade de cada criança? De
com as crianças. que maneira?
Retratos das crianças – Foi solicita- • Vocês diriam que este pode ser um
do que as famílias enviassem uma foto momento de atenção individualizada,
que pudesse ser ampliada; além dis- ou coletiva?
so, buscou-se na internet imagens de
crianças tomando banho, chorando, A prática no município
sorrindo, com o pai, com a mãe, ma-
mando, comendo sozinha, dormindo, • Há fotos das crianças nas creches e/
com um animal de estimação etc. As ou pré-escolas?
imagens selecionadas apresentavam • Elas são trabalhadas com os bebês
crianças brancas, negras, indígenas, com regularidade?

28 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 29
• Caso isto não ocorra o que precisaria “Foi pedido às famílias fotos das crian- • Em caso afirmativo, isso tem auxi-
ser feito para introduzir essa prática? ças nas mais diversas situações – em liado a integração escola família? Por “O local que usamos para contar a
casa, com os irmãos, pais e outros fa- quê? história era uma barraca da festa juni-
miliares, em passeios, numa festa, dor- • Se não houver um mural desse tipo na que foi cercada por panos. A maleta
mindo, tomando banho, com um brin- o que seria importante planejar para sem nenhum enfeite continha objetos
quedo, mamando etc. A professora tirou estimular a integração? variados que permitem contar inúme-
cópias das fotografias, para não correr o ras histórias. Achamos muito impor-
risco de perdê-las ou estragá-las com o tante mostrar isto para as professoras,
uso. Além disso, procurou-se obter in- para animá-las a contar histórias com
formações das situações fotografadas. recursos que estão facilmente à mão. O
Dessa maneira conseguimos ajudar importante é saber muito bem a história
tanto as famílias quanto as crianças que será contada e observar o interes-
a relembrarem a situação registrada, se, as falas e gestos das crianças para
2.3.2. Aproximando família e escola permitir uma boa interação. As crian-
quem estava junto com a criança, onde
estavam, em que dia aconteceu a cena ças tiveram pela primeira vez o conta-
Ao entrar em uma instituição de Edu- to com este jeito de contar histórias”
cação Infantil a criança começa também a etc. O material gerou boas conversas e
promoveu bastante interesse de todos. 2.3.3. Contando histórias para bebês (Edi Fonseca – Diário de campo)
fazer parte de outro grupo social diferente
da sua família. Assim obrigatoriamente se Após os comentários foi organizado um
mural na sala que pôde ser apreciado Contar é diferente de ler. Ambos preci- Refletindo
estabelece uma relação entre duas institui-
ções: a família e a escola. Este intenso con- pelas crianças, famílias e demais visi- sam estar presentes na unidade de Edu- • Observem e anotem a reação das
tato é sempre delicado e precisa ser cuida- tantes”. (Edi Fonseca e Maria Virginia cação Infantil pelo enorme potencial que crianças em relação aos objetos e à
do com muita atenção. É bom lembrar que – Diário de campo) possuem para o desenvolvimento da fanta- contação da história.
concepções sobre famílias precisam ser sia, da imaginação, da afetividade, da lin- • Vocês diriam que as crianças estão
revistas, ampliando a ideia tradicional de Refletindo guagem oral e pelo contato prazeroso com participando?
pai, mãe e filhos como único modelo. Pa- a cultura escrita. Não há nenhuma neces- • Como crianças dessa idade intera-
ralelamente aos estudos e reflexões sobre • Quando as crianças observam o mu- sidade e nem mesmo é indicado que a pro- gem com a história?
a família contemporânea, existem algumas ral de fotos com situações vividas por fessora se fantasie para contar histórias. A
ações que auxiliam muito o desenvolvi- elas e suas famílias, dá para identifi- dramatização é outra linguagem que requer A prática no município
mento de uma relação de confiança entre car o grau de interesse em relação ao um preparo diferente do contar. Recursos
a unidade educativa e os pais. que estão vendo? Por que será que isso simples, como um objeto para lembrar um • Há momentos de contação de his-
Uma ação simples, como a criação e ocorre? personagem, um sininho para introduzir tórias para as crianças de 2 a 3 anos?
o uso de um mural de fotos das famílias, • Como a professora ajuda e estimula a outro personagem, uma pena para evocar • São usados recursos como o vídeo
contribui tanto para auxiliar a construção fala das crianças ao olharem as fotos? um pássaro, dão excelentes resultados. Se mostra?
da identidade como para valorizar a vida a professora retira esses elementos de uma • Há contação de histórias para as
familiar e mostrar aos pais o cuidado e a A prática no município caixa, de um baú ou mala ajuda a criar um crianças de menos de 2 anos?
atenção que se tem para integrá-los to- clima de suspense, importante para qual- • O que seria necessário trabalhar
dos, crianças e familiares, ao coletivo da • Há murais com fotos de cenas com quer história. com as professoras para introduzir
unidade educativa. familiares nas creches do seu muni- esse tipo de atividade?
Vídeo 2 na formação: Tirando histórias
cípio?
da mala

30 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 31
uma relação de identidade, reverência e res- A prática no município rios interessantes para as brincadeiras.
peito para com a natureza;
• Fazendo uma análise dos espaços Para alimentar o brincar é importante
(Parecer CNE/CEB no 20/2009) observar e registrar as ações e falas
externos das creches e pré-escolas
vocês diriam que eles são bem apro- das crianças, para incorporar também
Vídeo 2 na formação: Reorganizando suas proposições. Aconselhamos en-
veitados?
o espaço externo volver as famílias para confeccionar
• Quantos minutos por dia as crianças
ficam nas áreas externas? materiais para contribuir com o jogo
“Durante o processo de formação
• Vocês diriam que as crianças ficam simbólico, bem como informá-las so-
nos deparamos com uma variedade
mais nas salas? Em caso positivo, bre a importância do brincar na rotina
grande de espaços externos nas es-
quais passos teriam de ser percorridos das crianças”. (Maria Virginia e Edi
colas e creches. Alguns eram grandes
para mudar essa situação? Fonseca – Diário de campo)
com vegetação, outros bem peque-
2.4‑ Usando diferentes espaços • Além do brincar que outras ativi- Os cantos de atividades diversificadas
nos, estreitos e sem uso. O que mais
nos impressionou era a inexistência de dades podem ocorrer nos espaços em geral com 30 a 40 minutos de dura-
Para que as interações e as brinca- externos? ção, podem durar mais dependendo do
sombra; mesmo em cidades de calor
deiras possam fluir de maneira suave e • Como se resolve a questão da falta interesse das crianças e disponibilidade
intenso. Apesar das diferenças todos
constante no cotidiano há que se cuidar de sombra nos espaços externos? da rotina, realizadas com frequência re-
eles estavam subutilizados, portanto
com atenção da organização da rotina, gular. Neste tipo de atividade, a organiza-
nos pareceu necessário avaliar com as
dos espaços, dos brinquedos e materiais, 2.5. Cantos de atividades diversificadas ção do espaço e dos materiais possibilita
equipes locais as possibilidades de al-
adequando‑os às diferentes faixas etárias escolhas (do que fazer e com quem fazer)
teração, bem como sugerir materiais e “Considerando a importância de
atendidas pela unidade educativa. e movimentação autônoma das crianças.
atividades para ocupar melhor todo o privilegiar o brincar nas creches e pré
No documento do parecer sobre as Eles se constituem em atividades per-
espaço das escolas”. (Maria Virginia- escolas, optamos por sugerir às pro-
DCNEIs, foi dada uma atenção especial manentes, que devem acontecer sistema-
Diário de campo) fessoras uma alteração na rotina com
ao espaço e aos materiais: ticamente, de preferência todos os dias.
a inclusão dos cantos de atividades
Possibilitar às crianças fazer deslocamentos e Refletindo diversificadas, dando uma atenção São chamadas atividades diversificadas
movimentos amplos nos espaços internos e
especial à criação dos espaços orga- porque, ao contrário das dirigidas, em
• Observando as cenas nas quais se
externos da instituição, e permitir que elas se
nizados para o jogo simbólico com que a regência fica na mão da professora,
reorganizam um corredor e um par-
envolvam em explorações e brincadeiras;
objetos e materiais coerentes com os nas diversificadas as crianças assumem o
que listem os materiais empregados.
Oferecer objetos materiais diversificados que
ambientes conhecidos pelas crian- protagonismo auxiliadas pelos materiais e
• Por que é importante aproveitar todo
contemplem as particularidades do desenvol-
ças, já que isto podia prolongar e pela organização do espaço. É para ofere-
o espaço da escola?
vimento de cada criança, incluindo as crian-
enriquecer os tempos de brincar e a cer possibilidades de escolha e contemplar
• Quais os tipos de atividades que
ças com deficiência, com transtornos globais
interação. Nos preocupamos também também interesses individuais.
podem ser desenvolvidos nas áreas
do desenvolvimento e com altas habilidades/
em ampliar o repertório do jogo sim- Elas são muito importantes para fa-
externas?
superdotação, e as diversidades sociais, cul-
bólico, uma vez que brincar também zer contraponto às atividades orientadas,
• Reorganizar os espaços da escola
turais, étnico-raciais e linguísticas das famí-
se aprende por meio de visitas na ci- para promover o equilíbrio entre as ini-
envolveria quais ações?
lias e da comunidade regional;
dade, à beira do rio, observação de ciativas infantis e o trabalho dirigido pela
• Quais os benefícios para o desenvol-
Garantir elementos para as crianças brinca-
imagens, filmes, leitura de histórias e professora durante a jornada cotidiana
vimento e a aprendizagem das crian-
rem em pátios, quintais, jardins, praias e vive-
rodas de conversa. das crianças.
ças em se tratando de atividades va-
rem experiências de semear, plantar e colher
Sugerimos mas também possibili- Os cantos de atividades diversificadas
riadas na área externa?
os frutos da terra, permitindo-lhes construir
tamos que as crianças criassem cená- podem promover aprendizagens diferen-

32 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 33
tes daquelas promovidas pelas propos- mesas, na área externa. O combinado
tas orientadas. Nessa opção as crianças era brincar e depois guardar tudo ao
aprendem a: final da brincadeira”. (Maria Virginia e
• escolher com autonomia, tendo suas Edi Fonseca- Diário de campo)
decisões respeitadas e apoiadas pelos
Vídeo2 na formação: Posto de Saúde,
adultos;
Refletindo casinha no corredor, feira e fazendinha
• realizar ações sozinhas ou com aju-
da do adulto e de outros parceiros; • A cena mostra um tipo específico Refletindo
• valorizar ações de cooperação, so- de canto de bonecas. Ao observar as
lidariedade e diálogo, desenvolvendo crianças, é possível identificar diferen‑ • Os cenários para brincar que apare-
atitudes de colaboração e comparti- ças na forma de brincar? cem no vídeo foram planejados pelas
lhando suas vivências; • Há algum tipo de interação entre as professoras. Por que escolheram es-
• relacionar-se com os outros, adultos crianças? ses temas?
e crianças, demonstrando suas neces- • As crianças, quando deixadas com
sidades, interesses, gostos e preferên- A prática no município materiais e brinquedos, criam cená-
cias; rios e enredos para brincar?
• cuidar dos materiais de uso indivi- • Há cantos para brincar nas salas
• Qual a importância para o desenvol-
dual e coletivo; dos bebês?
vimento, para a aprendizagem e para
• participar em situações de brinca- • Há variação de brinquedos e mate-
a vida individual e coletiva ter tempo,
deiras e jogos, movimentando-se com riais nos cantos?
espaço e materiais para brincar?
autonomia. • As professoras observam o desen-
rolar das brincadeiras, anotam e re-
Para que essas aprendizagens ocorram, planejam as ações em função das A prática no município
a professora deve garantir uma diversidade observações?
de ofertas de materiais (mesas com jogos, • Há cantos de atividades diversifi‑
livros, materiais para desenho, pintura, co- cadas nas unidades educativas com
Cenas de cantos das crianças maiores
lagem e cantos para os jogos simbólicos), propostas variadas e principalmente
ambientes organizados de forma confortá- “O espaço da escola era bastante canto para o jogo simbólico?
vel e convidativa, e sempre acessíveis às exíguo, tanto as salas eram pequenas • Há variação de brinquedos e mate-
crianças. para o número de alunos como a área riais nos cantos?
externa era muito reduzida. Por isto • As professoras sabem da importân-
Importante: usamos os corredores externos, o pátio cia do brincar para as crianças de 0 a
coberto e nas salas sugerimos algumas 5 anos e o valorizam na rotina?
Este é um momento privilegiado para o mudanças. Para fazer kits de materiais • As professoras observam o desen-
brincar e o faz de conta na Educação Infan- para jogo simbólico usamos caixas de rolar das brincadeiras, anotam e re-
til. Como brincar é uma atividade que su- papelão que ficavam armazenadas em planejam as ações em função das
põe sempre uma decisão de quem brinca, prateleiras. Na hora do canto de ativida- observações?
nos cantos as crianças podem escolher do des diversificadas, as crianças tiravam
quê, com quem, como e quanto brincar. os materiais das caixas e brincavam
onde queriam: no chão, em cima das

34 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 35
A prática no município alimentarem, usarem o banheiro etc.

• Há procedimentos e protocolos para


1. Abrir a torneira, umedecer as
os cuidados físicos nas unidades edu-
mãos e fechar a torneira.
cativas?
• Listar quais ações estão envolvidas 2. Colocar o sabonete líquido.
no cuidar na rotina diária. 3. Atritar as mãos de forma a fazer
• Caso não haja procedimentos or- bastante espuma.
ganizados, como introduzi-los? 4. Ensaboar as mãos e friccionar por
• Quais conhecimentos deveriam ser aproximadamente 15 segundos em
considerados necessários para as todas as suas faces, espaços interdi-
equipes? gitais, articulações, unhas e extremi-
• Quais parcerias a educação poderia dades dos dedos.
buscar para melhorar as condições
5. Abrir e lavar a torneira e enxaguar
de cuidados?
as mãos e a torneira.
Importante 6. Fechar a torneira utilizando o
papel-toalha descartável*.
Evitar que as professoras sejam tentadas
2.6. Cuidar de si “Tínhamos um tempo reduzido para 7. Enxugar as mãos com papel-toa-
a dar “aulas” sobre higiene e nutrição, fa-
introduzir mudanças significativas nas lha descartável.
O atendimento às necessidades pes‑ zendo teatrinho de fantoches, desenhan-
soais e sociais das crianças constitui a atividades de cuidados e bem-estar. do legumes, escovas de dente, sabonete 8. Sair do banheiro tendo cuidado
substância do cotidiano na Educação Por esse motivo escolhemos algumas etc. para que as crianças pintem. Isto não para não colocar as mãos limpas na
Infantil e não podem ser dissociados do que consideramos emblemáticas, que é produtivo, pois bons hábitos se adqui- maçaneta e/ou chave.
trabalho pedagógico. A integração das di- dão resultados imediatos e podem ser rem quando se explicita o que é para
mensões afetiva, de cuidados e bem-estar implantadas sem necessitar de gran- fazer e a criança vivencia diariamente *Obs.: Se não houver toalhas de
às atividades pedagógicas caracteriza a des mudanças nas estruturas existen- as ações. Além disso, é questionável do papel as crianças podem usar to-
especificidade do trabalho desta etapa. tes, entre elas, a lavagem de mãos, ponto de vista estético e conceitual a ideia alhinhas individuais de pano com
Por essa razão, a professora é uma im- a limpeza do nariz e a hidratação”. de que infantilizar o ambiente com ima- identificação.
portante aliada da criança. (Eliana Sisla – Diário de campo) gens estereotipadas vai torná-lo agradável
Cuidados e bem-estar nas creches e para a criança ou que ela vai aprender por Procedimentos de limpeza do nariz:
pré-escolas não se resumem apenas aos Refletindo meio do “lúdico”. Os bêbes terão de ser higienizados pelos
procedimentos físicos, já que envolvem adultos, lembrando que a cada limpeza
• O que é cuidar da criança em uma do nariz de uma criança o adulto deverá
as questões afetivas, o respeito pelas for- creche ou pré-escola? Vídeo 2 na formação: Lavando as mãos,
mas de as crianças pensarem, pela valori- lavar as mãos. Nunca usar o mesmo pano
• Nas cenas observadas, qual a po- limpando o nariz, tomando água para limpar o nariz de várias crianças.
zação de suas famílias, além de questões sição das crianças nas atividades de
de estrutura física. cuidado? Criando hábitos saudáveis
Ensinar a criança a cuidar de si é uma 1. Dirigir-se ao espelho com a crian-
• Como se constroem hábitos de saú- Procedimentos de lavagem de mãos:
tarefa das professoras. ça, mostrando a ela o nariz, a fim de
de e higiene? os bebês terão as mãos lavadas pelos
que perceba que precisa ser limpo.
adultos sempre que brincarem, após se

36 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 37
2. Orientar para que as crianças de todos os aspectos nutricionais envol- • O que as crianças estão aprendendo?
ponham no copo apenas aquilo que vidos, a alimentação, desde o nascimen- • Como a disposição dos móveis e
vão beber, evitando desperdício. to, está carregada de conteúdos afetivos utensílios ajuda ou dificulta um mo‑
3. Orientar que fechem bem e relacionais. Aspectos estes renovados mento de bem-estar?
as torneiras. por meio da cultura alimentar da socie-
dade na qual estão inseridos. Pensemos Importante
4. Reponham seu copo
nas festas tradicionais com seus pratos
no lugar a ele destinado. A adequação dos utensílios ao tamanho
típicos, confraternização e na decoração
5. Não usar copos de outras pessoas. do ambiente. Nas festas e/ou refeições das crianças é necessária se quisermos
familiares há situações de partilha, de que elas sirvam-se com autonomia. No
6. Caso molhem o chão deverão
convívio, de atitudes de hospitalidade caso do vídeo, a colher poderia ser me-
2. Orientar como cortar e dobrar o enxugá-lo.
mas também existem os momentos de nor.
papel (para as crianças até 3 anos o Outra questão para refletir diz respeito às
Importante discórdia. A forma como organizamos
papel já deve estar cortado). condições de saneamento e higiene das
a mesa para as refeições, a escolha da
3. Mostrar como assoar: uma na- toalha ou do jogo americano, os pratos unidades educativas. Por falta de espaço,
No vídeo, nem todas as ações de cuida-
rina de cada vez, trocando o papel e copos comprados ou presenteados, se muitas vezes vemos refeitórios em áreas
dos e bem-estar puderam ser abordadas.
após assoar cada narina. há ou não guardanapo, se há ou não um semicobertas. Isso pode criar, em luga-
A troca de fraldas, o uso dos sanitários,
enfeite, um vaso de flor, as comidas ca‑ res quentes, espaços muito agradáveis,
4. Ensinar a dobrar o papel com o o acolhimento e outros procedimentos
seiras, tudo isso faz parte da cultura. mas é preciso redobrar os cuidados com
lado sujo para dentro para jogar no fazem parte do cuidado e do bem-estar.
No entanto, ao olhar para os refei- as telhas vãs que podem ser locais de
lixo. Por esse motivo, indicamos textos para
tórios das unidades de Educação Infan- refúgio de pombos e de outros animais.
5. Pedir que confira sua imagem no leituras na Bibliografia.
til, há sempre uma padronização pouco Verificar os procedimentos de acondicio‑
espelho. namento de lixo e a situação do esgoto
cuidada, mesas compridas, bancos co-
6. Lembrar a criança de lavar as na unidade e proximidades. Isso evita
letivos desconfortáveis, pratos e talheres
mãos e secá-las bem com toalhas de moscas, e outros insetos e roedores.
de plástico (que comprometem a higie-
papel ou de pano de uso individual.
nização), ambientes feitos para acomo-
7. Caso não tenha torneira com dar muitas crianças ao mesmo tempo, A prática no município
água no local, usar álcool em gel. com barulho excessivo. Essa é uma re-
alidade que precisa mudar para que o • Quais ações apresentadas no vídeo
bem-estar seja garantido momentos da são realizadas nas instituições?
Procedimentos para ensinar as crianças • Quais ainda não são realizadas e se-
alimentação.
a tomarem água: ria fundamental implantar?
Os bêbes terão de ser hidratados com O vídeo 2 na formação: Cuscuz no fim • Quais ações ligadas à rotina, ao es‑
frequência pelos adultos. da tarde paço físico, à aquisição de materiais, e
Para crianças maiores, ter acesso à água aos procedimentos que teriam de ser
potável, filtrada, bem acondicionada e Refletindo adotadas?
acessível pode criar bons hábitos em rela- 2.7. Comer também é afeto
ção à hidratação. • Observando a cena da professora se
As refeições são momentos muito impor-
1. Ensinar as crianças a usarem alimentando com as crianças o que
tantes na vida das crianças. Para além
copos individualizados. chama a atenção?

38 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 39
colorido picado, bolinhas de papel cre- ficados de acordo com a diversidade de
pom, macarrão, sementes etc. No entan- propostas. Organizamos as mesas de
to, para que a criança realize um percur- forma que a turma pudesse se dividir
so criativo ao qual tem direito, ela precisa e sentar em pequenos grupos, promo-
experimentar diferentes suportes, meios vendo a conversa entre os colegas en-
e instrumentos. Essa experiência é muito quanto trabalhavam. Em outra ocasião,
importante para a autoria dos trabalhos juntamos as mesas para fazer grandes
de toda criança. bancadas, permitindo que as crianças
Boas experiências de expressão plás- trabalhassem em pé, garantindo a cir-
tica, com mediação adequada do adulto, culação com maior facilidade. Além

Guia do vídeo 3: Experiências


possibilitam que as crianças experimentem disso, os materiais diversificados fica-
diferentes materiais e descubram como ram à disposição, permitindo a escolha.
funcionam, quais suas propriedades, que Enfatizamos também o cuidado com a

para ampliar o conhecimento efeitos produzem etc.


Para que esse desenvolvimento ocor-
apresentação das propostas, momen-
to no qual a professora iria orientar o
ra, as atividades propostas devem ser rea- tipo de trabalho a ser feito, quais ma-
lizadas com frequência e sua continuida- teriais poderiam ser utilizados, como
Qual o currículo para a Educação Infantil? III- possibilitem às crianças experiências de de, mantida. Vivenciar a mesma proposta deveriam ser manuseados, quais cui-
Esta questão tem sido motivo de muitas narrativas, de apreciação e interação com a mais de uma vez garante às crianças a dados seriam necessários para não se
discussões, reflexões e diferentes enca- linguagem oral e escrita, e convívio com di- possibilidade de aprofundar as pesquisas sujarem em demasia, e como deveriam
minhamentos nos últimos anos. Visando ferentes suportes e gêneros textuais orais e pessoais e desenvolver seu jeito de se ex- limpar os materiais e a arrumação da
oferecer uma base geral, as DCNEIs pre- escritos; (Resolução CNE/CEB no 5/2009) pressar. Além de atividades que envolvam sala após a atividade. Outra tarefa que
conizam que: sequências de ações estruturadas pela procuramos salientar foi a exposição
Tomando por base a expressão da
professora, ou projetos didáticos que in- das produções, assim como a sociali-
individualidade e respeito pelos ritmos
Art. 9o – As práticas pedagógicas que compõem tegrem diversas linguagens, é importante zação entre as crianças, das diferentes
e desejos da criança, é importante refle-
a proposta curricular da Educação Infantil de- alternar momentos, estimulando as crian- soluções e efeitos encontrados pelas
tir sobre como isso pode ocorrer em um
vem ter como eixos norteadores as interações e ças a fazerem escolhas com mais autono- crianças”. (Maria Virginia e Edi Fonseca
ambiente coletivo no qual uma professo-
a brincadeira, garantindo experiências que: mia. Essa atividade, chamada de ateliê, – Diário de campo)
ra, a depender da faixa etária do grupo,
I- promovam o conhecimento de si e do pode ser realizada semanalmente.
mundo e por meio da ampliação de expe-
precisa dar conta de muitas crianças ao
mesmo tempo. Refletindo
riências sensoriais, expressivas, corporais Vídeo 3 na formação: Ateliês para colar,
que possibilitem movimentação ampla, ex- 3.1. Direito à expressão da individualidade modelar e pintar Com base na disposição dos mate-
pressão da individualidade e respeito pelos nas linguagens artísticas
“Para fazer funcionar a sala do grupo riais nos ateliês e na observação dos
ritmos e desejos da criança;
como ateliê (já que nas escolas que trabalhos das crianças, o que é possível
II- favoreçam a imersão das crianças nas O que se vê nas unidades educativas,
receberam o projeto não havia espaço concluir em relação à:
diferentes linguagens e o progressivo domí- com muita frequência, são atividades
nio por elas de vários gêneros e formas de específico para artes visuais), refletimos • Singularidade de cada produção?
mimeografadas com desenhos estereo-
expressão: gestual, verbal, plástica, dramá- com o grupo de professores sobre a im- • Escolhas individuais e descobertas?
tipados para colorir ou pintar, ou ainda,
tica e musical; portância de ter um espaço flexível no • Ritmo e aos desejos de cada criança
figuras sobre as quais são coladas papel
qual os ambientes teriam que ser modi-

40 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 41
em relação às suas obras? como as que são mostradas no vídeo?
• Ações específicas tão necessárias • Os familiares têm acesso às produ-
para a preparação de cada atividade ções infantis? Recebem alguma orien-
apresentada no vídeo (colagem, pin- tação referente à sua apreciação?
tura e modelagem)?
• Ao que as professoras precisaram 3.2. Direito à música e às brincadeiras can-
saber? tadas no dia a dia
• Necessidade de socializar as pro-
duções infantis com as crianças e O trabalho com música na Educação
como fazer isto? Infantil envolve exploração dos sons, jo-
gos com movimento, aprendizagem de aquelas feitas para ensinar ou reforçar portamento de grupo. A partir disso, o
A prática no município repertórios de canções, como também a comportamentos, e as de cunho religio- que vocês observariam?
possibilidade de criação de temas e me- so, considerando que a escola pública
• Olhando a produção das crianças de lodias. Crianças devem ser encorajadas brasileira é laica. Quando o cantar vira A prática no município
creches e pré-escolas, é possível dizer a improvisar e a criar as próprias can- uma rotina mecânica na qual as crian-
que elas são originais? ções. Para efeito deste guia e da análise ças não se dão conta do que estão can- • Há uma preocupação em ensinar jo-
• Há momentos em que as crianças do vídeo 3, o foco serão as canções e as tando, nem como, os famosos cantos gos, brincadeiras cantadas e canções
estão em situação de ateliê, podendo brincadeiras cantadas. antes de comer, na hora de ir embora, tradicionais para as crianças para que
escolher materiais, meios e suportes As brincadeiras cantadas podem ser quando uma visita chega etc. devem elas se divirtam?
para sua produção? tradicionais ou contemporâneas e, na ser evitados”. (Maria Virginia e Edi Fon- • Cantar faz parte da rotina ou é so-
• O que seria necessário trabalhar com fusão de gestos e sonoridades, tornam- seca – Diário de campo) mente para ensaiar uma apresentação
diretoras, coordenadoras e professoras -se uma possibilidade reconhecidamente determinada?
com vistas à organização das atividades prazerosa no contexto infantil. São tam- Refletindo • As famílias e as pessoas da comu-
bém fontes de saberes culturais entre as nidade são convidadas para ensinar o
gerações. Segundo Teca Alencar (2003): • As professoras, ao ensinarem uma que sabem?
canção nova que incluía também o • Existe a preocupação em ampliar o
Além de cantar as canções que já vêm pron-
movimento, preocuparam-se em dei- repertório musical das crianças apre-
tas, elas devem ser estimuladas a improvisar
xar as crianças mais livres para se mo- sentando também composições de ou-
e inventar canções.
vimentarem e criarem os próprios ges- tros povos e diferentes tipos?
Vídeo 3 na formação: Cantos tos ou exigiram uma resposta única?
e movimentos • A cena na qual as crianças, por livre 3.3. Direito à leitura
iniciativa, brincaram de Atirei o pau
“Incentivamos bastante, nos encontros no gato é decorrente de um passeio As famílias têm uma preocupação le-
de formação e nas atividades com as perto do rio Mearim. Em quais situa- gítima com a alfabetização na Educação
crianças, a aprendizagem de canções. ções as crianças, espontaneamente, Infantil. Mas também é fato que a alfa-
Tanto nós aprendemos com as profes- movimentam-se, cantam ou dançam. betização, muitas vezes, é feita de for-
soras do Maranhão muitas canções • Na cena mencionada, há muitas si- ma inadequada, baseada em cópias de
locais, como também ensinamos ou- tuações interessantes a serem obser- letras e sílabas, em atividades sem ne-
tras. Alertamos às professoras para que vadas em relação a gênero e a com- nhum sentido para as crianças e marca-
evitassem as músicas de comando, e

42 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 43
da leitura, colocar a criança em contato 3.3.2. Comportamentos dos leitores traguem. Com isto, só deixam acessí-
com textos bem escritos e abrir caminho veis aqueles que custaram barato, tra-
para o percurso leitor. Com a constância da leitura, a crian- zidos pelos pais ou mesmo comprados
É a partir do contato com um mo- ça é capaz de recontar as histórias dos pela escola. Privam, assim, as crianças
delo de leitor que a criança pequena se livros conhecidos, com muitas palavras de contato com literatura e ilustrações
apropria da ação de ler. Primeiro ob- utilizadas por seus autores. Ela entra em de qualidade. Por isso planejamos com
serva um parceiro mais experiente ma- contato com a linguagem escrita, tão di- cuidado as reflexões sobre a leitura, os
nuseando o livro, mostrando imagens, ferente da linguagem oral usada no dia livros e como atuar com as crianças.
pronunciando palavras com entonações a dia, e dela se apropria. E assim, com Além dos comportamentos leitores que
diferentes. A criança repara que aquele o passar do tempo, conhece autores, procuramos evidenciar às professoras e
objeto (o livro) mantém sempre as mes- aprecia o trabalho de ilustradores, esco- técnicas, trabalhamos os diferentes ti-
mas palavras e história. Essa ação pode lhe o que gosta, demonstra interesse por pos de textos e seus propósitos comuni-
se repetir quantas vezes a criança dese- alguns gêneros, comenta leituras, indica cativos. A escolha do livro adequado à
jar. Ela aprende, portanto, que aquelas livros para um amigo etc. Isso tudo pode faixa etária, o necessário preparo antes
palavras ditas pelo leitor experiente, du- ocorrer ainda na pré-escola, desde que de apresentá-lo, a maneira de ler res-
rante a leitura de um livro, não mudam, tenha havido um trabalho intencional peitando o texto escrito e o que fazer
pois estão registradas por meio daque- das professoras para desenvolver esses após foram objeto da atuação formado-
las marcas denominadas escrita. Tendo comportamentos leitores. Além da litera- ra”. (Maria Virginia e Edi Fonseca – Di-
as crianças bem pequenas a oportuni- tura, a criança que convive com a leitura ário de campo)
dade de manusear os livros, aprendem vai descobrindo seus diferentes objetivos
como fazê-lo e têm a chance de exerci- e tipos de textos que servem aos mais Refletindo
tar o papel de “leitor” desde cedo: viram diversos propósitos, desde que as pro-
as páginas sozinhas, apreciam as ilus- fessoras saibam trabalhar cada gênero. • Na atividade de leitura para um gru-
da pelo distanciamento de textos literá-
trações, observam as marcas (mesmo po de crianças bem pequenas, a pro-
rios, informativos e pela não diversidade
sem compreendê-las) e se lembram da Vídeo 3 na formação: Tornando a leitura fessora inicia a ação e, em seguida, a
de portadores de texto, tão importantes
história, dos personagens, das passa- uma atividade permanente menina se movimenta e aponta algo.
para uma alfabetização de qualidade.
gens que consideram mais envolventes, Qual a reação da professora?
Além disso, as crianças precisam ser es-
ainda que não saibam ler convencional- “Fizemos junto às equipes dos mu- • Como as crianças dessa faixa etária
timuladas a escreverem do seu próprio
mente o que está escrito. Com a ativi- nicípios um levantamento para saber se relacionam com o objeto livro?
jeito, testando suas hipotéses com ativi-
dade permanente da leitura feita pelo quais os livros que as escolas tinham • Na cena de leitura do livro A casa
dades desafiantes possibilitado, assim, a
professor, a criança se apropria das se- à disposição para o trabalho de leitura sonolenta, quais são as ações antes,
reflexão sobre o sistema da escrita e a
quências narrativas e consegue anteci- [feito] pelas professoras. Alguns títulos durante e depois?
linguagem que se escreve.
par o que vai acontecer na história (já haviam sido comprados pelo muni- • A conversa, após a leitura, não teve
conhecida); pronuncia palavras, frases cípio, outros enviados pelo MEC, e o o propósito de verificar o que as crian-
3.3.1. A leitura pela professora
inteiras e se diverte sempre. Compreen- programa Diretrizes em Ação também ças entenderam. Por que isso não foi
de, então, que cada livro traz uma his- adquiriu títulos. Sabemos que muitas feito?
Ler em voz alta para as crianças é
uma atividade muito importante na Edu- tória diferente e, em decorrência disso, vezes as professoras ficam com receio • Não há uma atividade para dese-
começa a demonstrar preferências. de colocar livros de boa qualidade nas nhar após a leitura. Por que isso não
cação Infantil. Ela deve acontecer diaria-
mãos das crianças, com medo que es- foi feito?
mente, com a intenção de criar o hábito
• Depois da história, o que acontece?

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O que as crianças falam? Há relação 3.4. Projeto didático: um rio de aprendizagens Vídeo 3 na formação: Um rio de ganizações do tempo didático, as ati-
com o tema da história? aprendizagens vidades permanentes, as sequências
• A escolha do livro As tranças de Com a realização de um projeto didático e os projetos didáticos?
Bintou não foi aleatória. Houve uma em que o rio Mearim (MA) norteou os “Sabíamos da importância de criar • O que a professora queria que as
preocupação em contemplar a temáti- trabalhos, foi possível abordar conteúdos contextos significativos para a apren- crianças aprendessem em relação às
ca etnicorracial. Como isso se eviden- ligados às várias experiências de apren- dizagem da leitura, da escrita, e de diferentes experiências de aprendiza-
cia na conversa após a leitura? dizagem em uma proposta que fez senti- conteúdos ligados à natureza e à so- gem de acordo com as DCNEIs?
do para as crianças. ciedade, bem como do desenho de
Logo no início de seu desenvolvi- observação. Mostrar para as técnicas, A prática no município
mento, o objetivo social do projeto foi professoras e coordenadoras pedagó-
compartilhado com as crianças: fazer gicas como isto poderia ser feito, res- • Há trabalhos com projetos didáticos
um livro, algo parecido com um alma- peitando as formas como as crianças com as crianças de 4 a 5 anos?
naque, sobre o rio Mearim, os peixes, os pensam, constroem conhecimentos, • Qual o tempo de duração?
animais, a vida de moradores que vivem se expressam, era um dos nossos ob- • Há objetivos sociais ou compartilha-
do rio, entre outras informações. Como jetivos como formadoras. Ao final, elas dos com as crianças desde o início do
objetivos didáticos principais, aprender próprias se surpreenderam com as projeto?
A prática no município a buscar informações em fontes varia- capacidades infantis. Refletimos com • Existe um público-alvo para o qual
das, bem como a se expressar por meio elas [sobre] o significado de um pro- as produções são feitas?
• Há livros acessíveis às crianças de da escrita e da leitura, da oralidade e do jeto didático (no anexo, as etapas de- • Os objetivos didáticos estão claros
todas as faixas etárias? desenho. senvolvidas), os diferentes resultados para as professoras?
• Há cantos de leitura? As etapas do projeto foram planeja- ao longo do processo”. (Maria Virginia • É possível avaliar o que as crianças
• Quais são os livros disponíveis, pen- das a fim de que seus objetivos fossem e Edi Fonseca – Diário de campo) aprenderam ao final do projeto?
sando na qualidade do texto e das alcançados sem perder de vista a articu-
ilustrações? Refletindo
lação com os saberes das crianças e da
• As professoras leem na íntegra o comunidade em cada fase do projeto. 3.5. Direito à escrita
que está escrito ou apenas narram • Por que o rio da região foi escolhido
Logo nas primeiras conversas sobre
com receio de que as crianças não como disparador da proposta de ela- Ouvir a leitura feita pela professora, ditar
o rio as crianças demonstraram o que
entendam determinados termos e boração do livro? um texto para que alguém mais expe-
já sabiam e o que precisariam pesqui-
certas expressões? • Quais materiais e demais recursos riente o escreva, ler e escrever por conta
sar e produzir. Dessa forma, eles tiveram
• O que as professoras fazem após a foram necessários? própria, segundo as próprias hipóteses,
acesso adequado e significativo à cultura
leitura? • Quais aprendizagens as crianças são ações que não podem faltar na Edu-
escrita, puderam trabalhar em atividades
podem ter por meio de diferentes or- cação Infantil quando se pensa em inse-
individuais, em pequenos grupos e cole-
rir as crianças na cultura escrita.
tivamente; reconheceram sua realidade
É fundamental considerar que as crian-
e enriqueceram seus conhecimentos por
ças, logo que nascem, convivem com pes-
meio de outras linguagens e tecnologias.
soas que exercem inúmeras práticas sociais
em casa e nas comunidades nas quais a
escrita está presente. Dos diferentes objetos
eletrônicos aos materiais impressos, tudo

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faz parte do cotidiano nas zonas urbanas - Realizar propostas diferentes em criar ilustrações com desenhos feitos vação. Por que isso é importante para
e, cada vez mais, também nas áreas rurais duplas ou grupos. por eles mesmos. Para cada uma das o percurso criativo da criança?
e ribeirinhas. - Incentivar leituras com contexto atividades, as professoras precisaram
A concepção de criança capaz e com- verbal ou material; aprender quais intervenções deve- A prática no município
petente, presente nas DCNEIs, considera - Remeter a fontes de informação riam fazer para que todo o processo
que ela pensa desde cedo sobre as lin- disponíveis na sala de aula. ensejasse aprendizagens significati‑ • Há trabalhos específicos com textos
guagens que a cerca, podendo inclusive vas e o produto final tivesse o jeito informativos?
agir de acordo com seu jeito próprio de Vídeo 3 na formação: Aprendendo das crianças se expressarem”. (Ma- • As professoras sabem como auxiliar
pensar e suas habilidades. Entre as lin- a escrever ria Virginia e Edi Fonseca – Diário de as crianças a buscarem informações
guagens está a escrita; portanto, saber de campo) em um livro informativo ainda que elas
que maneira ela constrói conhecimento “Em relação à escrita, propusemos às não saibam ler convencionalmente?
em relação a este objeto e quais são suas professoras a criação de um ambien- Refletindo • Existem atividades específicas para
hipóteses, é competência importante da te alfabetizador no qual as crianças que as crianças saibam onde buscar
professora de Educação Infantil. pudessem ter fontes de informação, • Como a professora trabalhou com os informações nos diferentes segmentos
Com esse conhecimento, sem deixar o abecedário sem imagens ou letras livros informativos? Listem as ações vi- de um livro informativo?
de lado a ajuda das formadoras locais, da fantasia (com vestidos, olhos etc.), síveis no vídeo e as que provavelmen- • Há ações nas quais as professoras
coordenadora pedagógica de sua escola crachás com nomes das crianças te ela desenvolveu e não aparecem ao escrevem na lousa textos elaborados
e de propostas de leitura e escrita bem para que elas pudessem recorrer longo da exibição. oralmente pelas crianças?
testadas, as professoras podem planejar sempre que tivessem diante de um • Por que a professora escreveu na • As crianças têm diariamente situa-
atividades e intervenções que respeitem impasse para ler ou escrever por con- lousa o que as crianças disseram? O ções nas quais são instadas a escrever
as crianças e as façam avançar. ta própria. que elas aprendem com isso? de acordo com as próprias hipóteses?
Em relação ao projeto didático, fi‑ • Por que a professora pediu para as • As professoras sabem o que fazer
Importante zemos muitas atividades com as crianças escreverem à sua maneira para que as crianças avancem em
crianças e sugerimos às professoras as legendas para as fotos? O que elas seus conhecimentos?
Permitir que a criança aos 4/5 anos es- diferentes situações nas quais os alu- aprendem com isso? Quais as inter-
creva segundo as próprias hipóteses não nos teriam que: listar o que poderia venções que a professora pode fazer
quer dizer que não haja intervenções da entrar no livro: brincadeiras, animais para que as crianças avancem em
professora. que vivem perto do rio, frutas, pei- suas hipóteses de escrita?
Em relação a isso, veja as orientações xes mais encontrados, tipos de em- • A professora, durante todo o pro-
publicadas na revista Nova Escola de de- barcações etc., pesquisar em livros cesso, criou atividades para que as
zembro de 2014, como sendo as Inter- com textos informativos, conversar crianças fizessem desenhos de obser‑
venções necessárias para auxiliar o pro- com pessoas da comunidade e das
cesso de alfabetização: famílias, passear perto do rio, produ-
- Garantir a leitura e escrita do zir legendas para as fotos do passeio,
nome próprio e dos colegas. criar roteiro para uma entrevista com
- Dar oportunidade para escrever, uma moradora da região, produzir
Enzo mostrando uma tarrafa de pesca
interpretar e rever. coletivamente textos para o livro, di-
- Promover a produção de textos tando às professoras o que queriam
coletivos. que fosse escrito, revisar os textos e
Indo para o passeio de ônibus

48 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 49
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Parece mágica mas não é, Revista Avisa lá, revista-avisala-26/ leiro: http://www.terrabrasileira.net/folclore/
Muito além de carimbar os pés e as mãos,
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E depois de ler, fazer o quê?, de Maria de Mariana Americano. Revista Avisa lá, no
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revista-avisala-10/
abril de 2006: http://avisala.org.br/index. index.php/category/conteudo-por-edicoes/ mnac.hpg.ig.com.br/apoio/brincadeiras.htm
Beleza se põe na mesa, de Elza Corsi. php/category/conteudo-por-edicoes/revista- revista-avisala-47/ Laboratório de Brinquedos e Materiais Peda-
Revista Avisa lá, no 12, outubro de 2002: -avisala-26/
Mamãe eu quero mamar, de Damaris gógicos: http://www.fe.usp.br/laboratorios/
http://avisala.org.br/index.php/category/
Era uma vez para crianças pequenas, de Maranhão. Revista Avisa lá, no 47, agosto labrimp/labrimp1.htm
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Ana Lúcia Antunes Bresciane. Revista Avisa de 2011: http://avisala.org.br/index.php/ Rede de brincadeiras regionais do Brasil.
Quantas intenções cabem em um projeto, lá, no 27, julho de 2006: http://avisala.org. category/conteudo-por-edicoes/revista- http://www.escolaoficinaludica.com.br/brin-
de Silvana Augusto. Revista Avisa lá, no 13, br/index.php/category/conteudo-por-edicoes/ -avisala-47/ cadeiras/index.htm
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Ateliês invadem a escola, de Denise Nalini. Projeto Território do Brincar: http://www.terri-
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-avisala-13/
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52 | Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil Diretrizes em ação Qualidade no dia a dia da Educação Infantil | 53
http//www.marieangebordas.com.br/projetos Conhecimento do mundo físico e social gens com base nas histórias narradas • Utilizar a observação como procedi-
Sociedade Brasileira de Endocrinologia: A vida das pessoas que moram próximo pelos moradores. mento de pesquisa.
http://www.endocrino.org.br/bisfenol ao rio Mearim, em Arari (MA), seus costu- • Técnicas e materiais: desenho e • Que as crianças escrevam segundo
mes, tradições e relação com o rio. pintura com lápis de cor, tinta, cane- as próprias hipóteses.
Lavai as mãos! Dráuzio Varella - http://drau- ta; recorte e colagem. • Produzir textos coletivos e legendas
Manifestações culturais: brinquedos e
ziovarella.com.br/drauzio/lavai-as-maos com o apoio do professor.
brincadeiras, histórias orais, crendices, fes-
tas, pesca, culinária etc. Os conteúdos abordados devem permitir • Participar das discussões sobre a
O rio, peixes, vegetação, outros animais. o estabelecimento de grande número de revisão dos textos coletivos.
Anexo relações que coloquem em jogo o que as • Produzir listas de palavras.
crianças já sabem para poder avançar com • Criar desenhos com base nas ob-
Projeto: Navegando com as crianças nas Experiências e interação com a linguagem as intervenções didáticas da professora. servações.
histórias do rio Mearim oral e escrita e convívio com diferentes su-
portes e gêneros textuais É importante ter clareza das oportunidades
O trabalho por projetos é uma das modalida- Objetivo compartilhado com as crianças
des diretamente relacionada com a proposta Leitura pelo professor e pela criança de de aprendizagem a serem criadas. Isso aju-
das DCNEIs: itens 2.2 e 2.3 das Definições. textos informativos; interpretação das infor- Conhecer mais sobre o rio Mearim para dará a professora a manter o foco nos con-
É preciso pensar nas atividades e veri- mações. produzir um livro com curiosidades e cos- teúdos previamente selecionados e a inves-
ficar o tempo para sua realização. Definir tumes das pessoas que vivem perto dele: tir nas atividades necessárias para atingir
a duração de um projeto ajuda no planeja- brincadeiras e passeios, animais e plan- os objetivos.
Procedimentos e estratégias de leitura
mento e a ter sempre em vista a organização tas, pesca, para mostrar a outras crianças
do trabalho. • Interação com a linguagem oral e da escola, famílias e comunidade. Produto final: livro sobre o rio Mearim
escrita e convívio com diferentes su-
portes e gênero. O produto final evidencia boa parte do
Tempo de duração: 6 meses Objetivos didáticos: Quais aprendizagens
• Produção de listas ditadas à profes- que as crianças fizeram ao longo do pro-
e valores queremos promover com este
sora e feitas de próprio punho. jeto, o que aprenderam para a realização
Faixa etária: crianças de 4 a 5 anos projeto?
• Produção e revisão de texto coletivo do trabalho e sua apresentação tem as
Registrar a faixa etária da turma não serve (passagem da linguagem oral para a • Ao conhecer o que as crianças sa- marcas da criança!
apenas para identificação, mas para a pro- escrita). bem sobre a vida ribeirinha, ampliar
fessora considerar as especificidades de cada • Produção de legendas considerando seus conhecimentos sobre o rio Pei- Atividades prováveis
idade e o que se espera que a criança seja as características textuais e comuni- xes, vegetação, outros animais, perío-
capaz de realizar. As atividades que serão cativas desse tipo de texto. As atividades propostas precisam ser
do das chuvas, praias etc.
propostas precisam ter desafios adequados, diversificadas e desafiadoras, permitindo
• Valorização do conhecimento de
sem subestimar as capacidades infantis. que as crianças encontrem as mais di-
pessoas da região.
Linguagem plástica ferentes soluções. Há encadeamento e
• Saber utilizar procedimentos e es-
tratégias de leitura: antecipação da continuidade nas atividades para conse-
O que será trabalhado com as crianças? • Desenhos de observação: retratar
leitura por meio da leitura de ima- guir atingir o objetivo compartilhado e a
os animais e a vegetação com suas
Um projeto didático pode abordar mais realização/confecção do produto final.
características e ilustrações como gens, uso de índice, paginação, títu-
de um eixo do conhecimento e tem sempre
brinquedos, materiais de pesca, bar- los e subtítulos. • Apresentar o livro Manual da crian-
um objetivo compartilhado com as crianças,
cos etc. • Interpretar as informações contidas ça caiçara, de Marie Ange Bordas
no caso, a elaboração de um livro.
• Desenhos de imaginação: criar ima- nos livros e materiais pesquisados. sobre as crianças da Barra do Ribeira

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e propor que produzam um livro so- para um mural sobre o rio e para
bre as crianças que moram perto do ilustrar partes do livro.
rio Mearim, em Arari. • Produzir convite para as famílias e
• Listar com as crianças o que pode colegas da escola para lançamento
ser pesquisado e que possivelmente do livro.
fará parte do livro: animais, vegeta- • Fazer portfólio das aprendizagens
ção, brincadeiras e brinquedos, fru- evolutivas das crianças.
tas, receitas, etc.
• Pesquisar manifestações culturais:
histórias orais, crendices, festas, pes-
ca, culinária local, brincadeiras das
crianças etc.
• Pesquisar os tipos de peixes e ou-
tros animais que vivem no rio ou pró-
ximo a ele.
• Visitar o rio para descobertas e
registros por meio de fotos e/ou dese-
nhos.
• Escrever legendas para as fotos.
• Produzir roteiro de perguntas e re-
alizar entrevistas com uma ou mais
pessoas da comunidade que tenham
forte relação com o rio.
• Organizar as informações por meio
de produção textual coletiva a profes-
sora é escriba.
• Fazer a revisão dos textos produzi-
dos.
• Apreciar outros livros para compre-
ender como são organizados: índice,
paginação, apresentação, dedicatória,
capítulos etc. Definir o que terá no
livro da turma.
• Decidir com as crianças como o
livro será produzido, qual o seu tama-
nho e formato, quais materiais usar e
fazer a divisão de tarefas.
• Produzir desenhos de observação

56 | Guia do Vídeo

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