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Em torno de 2001 eu comecei a


fazer esta pergunta aos umbandistas,
com intuito de gerar uma reflexão a partir do questionamento
então pedia que respondessem a estas outras perguntas abaixo:
- Qual a origem e a história da Umbanda?
- Qual a diferença entre Espiritismo,
Umbanda e Candomblé?
- O que são ou quem são os Orixás?
- Por que fazemos oferenda, firmeza,
assentamento, banhos e defumação?
- O que é, e o que representa o
ato ritual de “bater cabeça” ?
- O que é e quais são as Sete Linhas
de Umbanda?
- O que é Orixá de Frente, Ancestre
e Juntó?
- Todo mundo é médium?
- O que é Exu de Trabalho, Guardião
e Natural?
- Quem são os Guias de Umbanda?
- A Umbanda é religião ou seita?
- Quantos de nós estamos preparados
para responder a estas e outras
perguntas?
-Você bate palmas porque
todo mundo bate?
- Bate cabeça porque todos batem?
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- Canta porque todos cantam?
- Faz oferenda porque todo mundo faz?
- Quando alguém lhe pergunta sobre sua
religião você se envergonha e não sabe
o que dizer? Dá um nó na garganta?
- Sem saber o que dizer, você simplesmente
convida a pessoa a visitar um terreiro?
A conclusão é que não basta “ser umbandista”
no rótulo ou na embalagem, é preciso conhecer
a Umbanda, entender a Umbanda e assim ter
conteúdo de Umbanda em você. Trocar a ver-
gonha da ignorância pelo orgulho do saber.
E este passou a ser o grande estímulo para que todos estudassem
Teologia de Umbanda, como o curso do porquê, o curso que vem
a responder desde os questionamentos mais básicos e simples
até os fundamentos mais profundos e complexos da religião. E de
fato é assim até hoje, sendo que este estudo surge com o Curso de
Teologia de Umbanda, idealizado por Rubens Saraceni em 1996 e
se reformula com a Jornada Teológica no Umbanda EAD, em 2017.
Estudar Teologia de Umbanda passou a ser uma conscientização
de que não basta frequentar a Umbanda ou ser batizado na Umban-
da, é preciso conhecer a Umbanda, conhecendo os fundamentos
da religião.
No entanto, este conteúdo não existia até o médium Rubens Sara-
ceni, psicografar seus mais de cinquenta títulos [1] explicando boa
parte da doutrina, teologia, liturgia, ritual, elementos e universo
material, astral, natural e divino.
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Sua obra ganha destaque com um
romance que conta a historia de um
Exu e o distingue como um Guardião, “O Guardião da Meia Noite”,
ao expor vida, desencarne e desdobramento pós morte do “Barão”
o Exu da Meia Noite; o espirito de um preto velho, Pai Benedito de
Aruanda; e seu médium Rubens Saraceni, que consegue demons-
trar de forma simples e direta o que é um Exu na Umbanda, agora
identificado como um Guardião.
Não para por ai. Entre seus títulos estão livros de doutrina, roman-
ces e de magia divina. O leitor e estudante de Umbanda, da Teo-
logia de Umbanda, tem à sua disposição além dos temas citados,
abordagens teológicas de Umbanda para temas mais complexos
como Gênese de Umbanda, Cosmogênese, Mundo Astral, Energias,
Orixás, Guias e etc.
Nota do Editor:
Para saber mais e ter acesso a uma vasto campo
de estudos da Umbanda recomendamos www.umbandaead.
com.br onde é ministrado com exclusividade a
“Jornada Teológica Umbandista” por Alexandre Cumino.

[1] Todos os títulos de Rubens Saraceni são publicados pela


Editora Madras (www.madras.com.br) também podem ser
adquiridos pelo site www.terramystica.com.br
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OGUM É O ORIXÁ DA LEI


e seu campo de atuação é a linha divisória entre
a razão e a emoção. É regente das milícias celestes,
guardiões dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

Ogum é sinônimo de lei e ordem e seu campo de atuação é a


ordenação dos processos e dos procedimentos.

O Trono da Lei é eólico e, ao


projetar-se, cria a linha pura
do ar elemental, já com dois
polos magnéticos ocupa-
dos por Orixás diferencia-
dos em todos os aspectos.
O polo magnético positivo é
ocupado por Ogum e o ne-
gativo é ocupado por Iansã.

Esta linha eólica pura dá


sustentação a milhões de
seres elementais do ar, até
que eles estejam aptos a
entrar em contato com um
segundo elemento.

Uns têm como segundo elemento o fogo, outros têm na água seu
segundo elemento, etc. Portanto, na linha pura do “ar elemental”
só temos Ogum e Iansã como regentes.

Os Orixás regentes destas hierarquias de Ogum e Iansã são Ori-


xás Intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de
forças da Lei.
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Saibam que Oxalá tem sete
Orixás Intermediários positivos e tem
outros sete negativos, que são seus opostos,
e tem sete Orixás neutros; Oxum tem sete
Orixás intermediárias positivas e tem outras
sete negativas, que são suas opostas.

Oxóssi tem sete Orixás intermediários positivos, sete negativos, que


são seus opostos, e tem sete outros que formam uma hierarquia ve-
getal neutra e fechada ao conhecimento humano material; Xangô
tem sete Orixás intermediários positivos e tem sete negativos, que
são seus opostos. E o mesmo acontece com Obaluayê e Yemanjá.

Agora, Ogum e Iansã são os


regentes do mistério “Guar-
dião” e suas hierarquias não
são formadas por Orixás
opostos em níveis vibra-
tórios e polos magnéticos
opostos, como acontece
com outros. Não, senhores!

Ogum e Iansã formam hie-


rarquias verticais retas ou
sequenciais, sem quebra de
“estilo”, pois todos os Oguns,
sejam os regentes dos polos
positivos, dos neutros ou tri-
polares, ou dos negativos, todos atuam da mesma forma e movidos
por um único sentido: aplicadores da Lei!
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Todo Ogum é aplicador natural da Lei
e todos agem com a mesma inflexibilidade,
rigidez e firmeza, pois não se permitem
uma conduta alternativa.

Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja


um “Caboclo” de Ogum, avesso às condutas liberais dos frequenta-
dores das Tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos
trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos
incorporadores. Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos
olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe
for ordenado.

OFERENDA: Velas brancas, azuis e vermelhas; cerveja, vinho tinto


licoroso; flores diversas e cravos, depositados nos campos, cami-
nhos, encruzilhadas, etc.
Texto extraído do livro “O Código de Umbanda”, de Rubens Saraceni.
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No exercício das minhas


atividades mediúnicas, era eu
quem doutrinava os espíritos obsessores
ou ainda não esclarecidos. Estava habituado
a convencê-los de seus erros e encaminhá-los
ao mundo dos mensageiros do espaço que
nos atendiam e acompanhavam.

Era um entusiasta des-


sa atividade e, por ter
sensibilidade, percebia
quando alguém estava
acompanhado de um
espírito, mas não podia
aquilatar a sua qualida-
de espiritual.

Mas eu sabia ser um


espírito. Imediatamen-
te, através do pensamento, mandava-o embora, dizendo ter que
seguir seu caminho, e toda aquela falácia do kardecista aplicado,
mas, às vezes, inconsequente.

Divido, para meu consumo, o sonho em duas partes: o produzido


pelas nossas impressões, aquele que vemos uma pilha e dias
depois sonhamos com uma lanterna, e os encontros espirituais,
os mais fortes, onde coisas são reveladas e entramos em contato
com os espíritos e o mundo paralelo.
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É difícil saber, e impossível explicar,
como perceber a diferença entre eles.
Felizmente, sei distinguir os meus. E foi em
um deles que curei minha mania de afastar,
imprudentemente, os espíritos dos outros.

Tudo começou quando, sonhei ter morrido.


Gritava aflito:

- Nossa, eu morri. Não vejo ninguém. Como


vou fazer? – Em volta de mim não havia luz.
Era uma espécie de meio termo, ou seja,
eu enxergava, mas no escuro. Senti-me
totalmente desamparado. Foi quando me
lembrei:

- Hoje é terça-feira, noite que o meu grupo


de trabalhos espirituais está reunido. Vou lá
conversar com eles e, com certeza, vão me
encaminhar para o lugar certo, aquele que
mereço. Pensei, cheio de vaidade, embora muito assustado. Como
o pensamento me dirigisse, estava na porta do centro espírita.

- O pessoal vai levar um susto, mas, graças a Deus, estou salvo.

Pessoas estavam entrando, e percebi serem espíritos. Não me


lembro deles, mas não é o caso. A verdade é que, quando chegou
minha vez, um homem alto, forte e de camisa, sem paletó, em-
purrou-me e disse:

- Vá embora. Você não pode entrar aqui.

- Espera aí. Este é meu grupo. Eu tenho direito a entrar e falar


com eles.
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- Vá embora, já disse. A primeira parte
do trabalho já acabou. Agora só vêm
os guias – encerrou.

Não era justo, afinal nunca me neguei a prestar auxílio a ninguém.


Por que comigo? Mas lembrei-me que por várias vezes, enxotei
espíritos obsessores durante a sessão, por entender não ser aquele
o momento da manifestação.

Leia o texto na íntegra no site:


www.jornaldeumbandasagrada.com.br

O Terreiro do Pai Maneco foi fundado por


Pai Fernando de Ogum, (Fernando Macedo
Guimarães) em 1987 e pratica a Umbanda Pés
no Chão, sem misticismos.
E, mesmo após o seu desencarne em 2012,
a casa continua a ter como premissas a obe-
diência aos espíritos, o respeito à natureza
e ao livre arbítrio. Não permite a cobrança
por atendimentos, não faz amarrações,
adivinhações, tampouco usa sangue em
seus trabalhos.

O texto “Sonho” faz parte do excelente livro


“Grifos do Passado” de autoria do Pai Fernando Guimarães
e que pode ser baixado gratuitamente no site:

www.paimaneco.org.br
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DURANTE O PERÍODO MENSTRUAL nós,
mulheres, passamos por uma fase sofrida
e dolorosa, mesmo tendo a ideia de que este
período é uma criação divina e que fomos
presenteadas com o mesmo.

A prática frequente do Yoga pode nos beneficiar com o des-


pertar da consciência de que este ciclo carrega em si a essência
feminina e uma intensa ligação entre corpo, mente e emoção.

Se cada uma de nós, mulheres nos


conscientizarmos de que o corpo
fala e que podemos ouvi-lo, ficará
mais fácil reconhecermos seus
comandos, mostrando-nos quando
devemos reduzir esforços excessi-
vos, seja de uma atividade diária ou
de um exercício físico.

O período menstrual nos presenteia


com a purificação do corpo através
da junção e remoção de todas as
toxinas que podem ser elas com-
postas por má alimentação, falta de
jogo de cintura com a vida e diversas
emoções. Quando a mulher adota hábitos saudáveis ela encontra
um equilíbrio para viver este ciclo tão ligado ao controle da mente,
trazendo uma facilidade na fluidez do seu fluxo menstrual.

Totalmente ao contrário, tendo a mulher uma irregularidade ali-


mentar, nas atividades físicas e havendo muito estresse, haverá
uma grande dificuldade para o organismo eliminar as impurezas,
causando inchaços, dores e sensações de desconforto corporal.
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A chamada TPM, é um alerta de que
aquele mês não foi bem aproveitado
de uma forma saudável e controlada, causando
ansiedade, cólicas e irritação dias antes da menstruação.

O conjunto de práticas existentes na composição do Yoga como


a meditação, os pranayamas (exercícios respiratórios), os asanas
(posturas) e o yoganidra (relaxamento corporal final) feitos com
frequência, contribuem para o despertar da consciência, alívio
do estresse, relaxamento corporal e
consequentemente melhora a circulação
nutrindo melhor os tecidos e moldando
a aparência dos músculos, da pele e do
corpo no todo. Desperte a consciência e
faça do Yoga o seu estilo de vida!

O Yoga trabalhará a flexibilidade e o


fortalecimento do seu corpo físico, a sua
concentração e foco nos objetivos de sua
vida através da sua determinação em
superar as suas posturas a cada prática.

Outros ganhos do conjunto de práticas


que compõe o Yoga são: o realinhamento
postural, a regularização dos batimentos
cardíacos, melhora do funcionamento do
intestino, aumenta a capacidade respira-
tória, estimula o ânimo, disposição e melhora a sua criatividade.
Entre os principais benefícios do Yoga, está a capacidade que se
adquire em despertar a consciência para o controle das emoções.
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Dizia um mestre
iluminado indiano:

“Quanto estou feliz não sinto o


meu corpo, quando estou infeliz,
sinto dores e desconfortos!”

- Sri Sri Ravi Sankar

Nos conhecermos de fato nas várias situações cotidianas como de


saúde, situações de estresse, de ansiedade ou cansaço, causando
uma sensação de bem-estar e de alívio através das práticas do
Yoga nos faz querer tornar disso um estilo de vida e que não tem
preço por criar diversos benefícios a nós. Mas os benefícios não
param por aí!

A prática do Yoga ainda auxilia nas desordens do aparelho diges-


tivo, beneficia o sistema nervoso e o cérebro, alivia dores crônicas
e melhora a autoestima.

O Yoga deve ser sempre pratica-


do em um ambiente especial e
agradável, que nos conecta com
o nosso corpo, mente e emoções.
Para nós, umbandistas, não há
lugar mais especial, agradável
e de maior conexão do que um
Terreiro!

Vamos praticar Yoga no terreiro,


e fazer disso um estilo de vida?
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NESTE MÊS, faremos algumas
observações sobre animismo e qual o
seu significado dentro da Umbanda.

É ruim? É bom?
Quando acontece?
Animismo deriva da palavra ânima,
que vem do latim e que corresponde
a alma e/ou vida.

Alguns estudiosos, como o famoso


psiquiatra e criador da psicologia
analítica Carl Gustav Jung falam
sobre isso. De um modo geral, Jung
conceitua ânima como a expressão
ou personalidade, que o ser encontra
em seu inconsciente.

Não nos aprofundaremos nessa


vertente do assunto. Mas, é dentro
dessa concepção e/ou tradução que
o animismo é trabalhado dentro da Umbanda. Entendemos então
que o nosso corpo é, portanto, “animado” por uma alma. E vai ser
essa alma que irá sentir e ter intenções, dotando o ser de suas
decisões e desígnios.

Dentro disso, concluímos que se nós temos uma alma que nos
anima, quando a mediunidade é exercida outra alma também
passa animar o nosso corpo. O corpo então que abrigava apenas
a alma do ser, naquele momento se torna o instrumento de trabalho
de duas almas, a do médium e a da entidade.
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Podemos dizer então, que essas duas
almas trabalham em conjunto. A entidade traz o
que ela tem para contribuir no momento e o médium,
que ao mesmo tempo que serve de aparelho, também
exprime seu conhecimento, auxiliando na composição
da mensagem passada ao consulente.

Mas, para que a conexão, o trabalho e a


mensagem de ambos seja complementar
e equilibrada é necessário que o médium
esteja realmente preparado para isso. Por
isso, é mais importante que a preocupa-
ção esteja na preparação do médium do
que com o animismo em si.

O pronunciamento da alma do médium no


atendimento é um fato, e ocorre rotinei-
ramente durante as Giras, ninguém está
imune a isso. Portanto, poucos, para não
dizer raros, são os casos em que o médium
é realmente e totalmente inconsciente.

Segundo Pai Rodrigo Queiroz, “existe uma ideia de que todo mundo
é inconsciente ou todo quer ser inconsciente, como se inconsci-
ência fosse o grande trunfo ou o grande retrato da evolução [..]

Não se trata de mistificação quando um médium está no transe fa-


zendo o seu melhor e por algum motivo se pronuncia e imprime algo
interno também. Não dá para saber quando isso realmente foi uma
vontade do Guia de trazer à tona algo que o médium pode colaborar
– mesmo estando no meio do transe – ou se o médium se precipitou”.
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Como dito, o animismo é algo que
ocorre sem que o consulente e até mesmo
o médium percebam, porque o médium que está devidamente
preparado e desenvolvido espiritualmente, tem a sabedoria
necessária para estabelecer esse contato profundo com o Guia.

Sendo assim, ele apoia-se no transe mediúnico de tal maneira, que


as duas almas encontram uma conexão perfeita que faz vibrar suas
expressões em harmonia. Nesse contexto, o médium não “atro-
pela” as contribuições que o Guia tem a trazer, e este também dá
espaço para as expressões do médium. É claro, que não se sabe
até que ponto que é o médium que está falando ou o Guia, e isso
é o resultado desse transe profundo.

Pai Alexandre Cumino fala sobre isso no


livro ‘Médium Incorporação não é Posses-
são’: “Podemos ter médiuns inconscientes
que em nada interferem na comunicação,
já que esta é a polêmica nos terreiros, mas
com sintonia básica e afinidade espiritual
negativa”.

Ele continua dizendo que os fenômenos


dispõem de menor valor do que a doutrina
em si, sendo mais importante uma entidade
de luz que não faz uso de muitas caracteri-
zações em seu médium, mas que transmite
tudo o que os Orixás esperam, do que um “zombeteiro”.

Levando isso em conta, o animismo acaba sendo o que existe de


mais rico e frutífero na experiência mediúnica, pois, a partir do mo-
mento em que entidade e médium realmente se fundem em prol da
caridade e auxílio ao próximo, terreiro e comunidade transcendem.
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EM DECISÃO UNÂNIME, a Sexta Turma do Superior Tribunal de


Justiça (STJ) considerou que a ameaça de emprego de forças
espirituais para constranger alguém a entregar dinheiro é apta
a caracterizar o crime de extorsão, ainda que não tenha havido
violência física ou outro tipo de ameaça. Com esse entendimen-
to, seguindo o voto do relator, ministro Rogerio Schietti Cruz, a
turma negou provimento ao recurso de uma mulher condenada
por extorsão e estelionato.

O caso aconteceu em São Paulo. De acordo com o processo, a


vítima contratou os serviços da acusada para realizar trabalhos
espirituais de cura.

A ré teria induzido a vítima a erro e,


por meio de atos de curandeiris-
mo, obtido vantagens financeiras
de mais de R$ 15 mil. Tempos
depois, quando a vítima passou a
se recusar a dar mais dinheiro, a
mulher teria começado a ameaçá
-la. De acordo com a denúncia, ela pediu R$ 32 mil para desfazer
“alguma coisa enterrada no cemitério” contra seus filhos.

Extorsão – A ré foi condenada a seis anos e 24 dias de reclusão,


em regime semiaberto. No STJ, a defesa pediu sua absolvição ou
a desclassificação das condutas para o crime de curandeirismo,
ou ainda a redução da pena e a mudança do regime prisional.
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Segundo a defesa, não houve
qualquer tipo de grave ameaça ou
uso de violência que pudesse caracterizar
o crime de extorsão. Tudo não teria passado de algo fantasioso, sem
implicar mal grave “apto a intimidar o homem médio”. Para o minis-
tro Rogerio Schietti, no entanto, os fatos narrados no acórdão são
suficientes para configurar o crime do artigo 158 do Código Penal.

“A ameaça de mal espiritual,


em razão da garantia de liber-
dade religiosa, não pode ser
considerada inidônea ou ina-
creditável. Para a vítima e boa
parte do povo brasileiro, existe
a crença na existência de forças
sobrenaturais, manifestada em
doutrinas e rituais próprios, não
havendo falar que são fanta-
siosas e que nenhuma força
possuem para constranger o homem médio. Os meios empregados
foram idôneos, tanto que ensejaram a intimidação da vítima, a
consumação e o exaurimento da extorsão”, disse o ministro.

CURANDEIRISMO

Em relação à desclassificação das condutas para o crime de


curandeirismo, previsto no artigo 284 do Código Penal,o ministro
destacou o entendimento do Tribunal de Justiça de São Paulo de
que a intenção da acusada era, na verdade, enganar a vítima e não
curá-la de alguma doença.
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“No curandeirismo, o agente acredita
que, com suas fórmulas, poderá
resolver problema de saúde da vítima,
finalidade não evidenciada na hipótese, em que ficou comprova-
do, no decorrer da instrução, o objetivo da recorrente de obter
vantagem ilícita, de lesar o patrimônio da vítima, ganância não
interrompida nem sequer mediante requerimento expresso de
interrupção das atividades”, explicou Schietti.

PENA MANTIDA

O redimensionamen-
to da pena também
foi negado pelo rela-
tor. Schietti entendeu
acertada a decisão do
tribunal paulista de
considerar na dosime-
tria da pena a explora-
ção da fragilidade da
vítima e os prejuízos
psicológicos causa-
dos. Foi determinada, ainda, a execução imediata da pena, por
aplicação do entendimento do Supremo Tribunal Federal de que
seu cumprimento pode se dar logo após a condenação em órgão
colegiado na segunda instância.

Reprodução de texto publicado na seção Notícias


do site do STJ (www.stj.jus.br) em 09/03/2017.
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Aquele que ninguém vê, mas está lá.
Aquele que não se pronuncia, mas diz tudo.
O que se cobre com o véu da noite e arde como o fogo.
Aquele que é quente demais para qualquer um chegar perto.
Aquele que tem duas faces: a de Deus e a do Diabo.
Muitas formas de falar desse senhor maravilhoso e arretado:
Ogum Xoroquê. É Ogum? É Exú? Ele carrega as duas vibrações,
é um híbrido.
Muitos dizem ser Exú na qualidade de
Ogum e vice-versa. Mas sua atuação
está sobre os caminhos, mas não qual-
quer caminho: o da magia.
É ele que supervisiona, e protege o que
é arriado para que seus devidos donos
recebam o que lhe foi agradado, pu-
nindo severamente os arruaceiros que
desrespeitam qualquer ato sagrado.
Ogum Xoroquê é o senhor das porteiras, o dono de todas as chaves.
Veja só: Se Ogum e Exú são dois senhores dos caminhos, que dirá
aquele que carrega os dois.
Então, a ele muito respeito e muito malême para nos proteger. Ele
não tem uma mão que bate e a outra que afaga, as duas batem e
batem pesado. Em uma mão carrega a espada de Ogum e na outra
o garfo de Exú. Ele é vermelho e azul. Cospe metal incandescente.
Dizem os antigos que ninguém que viu sua ira voltou pra contar
a história, logo sua invocação deve ser feita com muito cuidado
e respeito.
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É um Orixá EXTREMAMENTE QUENTE,
carregado no dendê, e por isso não deve
ter seu nome jogado por nada. Veste as cores dos dois
Orixás que o compõem, o azul (nele em um tom mais fechado,
bem petróleo, quase preto) e o vermelho.
Exímio feiticeiro, conhece tudo, sabe tudo, fala com todos, todos
lhe agradam, todos querem seus favores, desconfia de todos, pois
conhece os corações.
Pai, tenha sobre todos nós seu olhar misericordioso e saiba que
quando erramos é tentando acertar. Malême e agô! Ogunhê! Laroiê!
Salve Ogum Xoroquê!
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SER MÉDIUM não é tarefa fácil.
Aceitar que a mediunidade é um dom
Divino pode levar algum tempo. Perceber as
mudanças que o farão atestar este fato em sua vida,
pode levar mais tempo ainda. Parece chato, mas, é verdade.
Ser médium não é estar doente,
ter problemas relacionados à
psiquiatria ou ser anormal.
É, sem dúvida, uma oportunida-
de ímpar de viver a vida de obter
conhecimento e conquistar sua
felicidade.
Porque felicidade não depende
de forma ou condição: somos felizes fazendo o que gostamos
e o que nos promove prazer, do modo como realizamos e nos
entregamos para tal.
Aprender a lidar e agir diante de tantas sensações em que estamos
imersos, que muitas vezes atingem nós médiuns de forma mais
intensa devido a sensibilidade em captá-las que possuímos, na
maioria das vezes, requer tempo, dedicação, paciência, estudo
e bom senso.
Não raro, em muitos casos, a mediunidade é percebida pelo mé-
dium pela primeira vez num momento de crise. Seja esta de cunho
emocional, psicológico, de saúde, dentre outras. E, para muitos, a
mediunidade neste momento pode parecer “mais um problema”,
até mesmo ganhar um sentido de “coisa”, sendo a coisa que atra-
palha ou a coisa que os espíritos perseguem.
O fato é que mediunidade não é uma coisa.
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E a verdade, é que aprender a lidar
com este dom Divino, tendo equilíbrio e
bom senso, vai nos ajudar muito em todos os sentidos em nossas
vidas, seja em questões de saúde, profissional, pessoal, em nossos
relacionamentos com pessoas e em sociedade, etc.
Entender isto é um grande passo, é o início da compreensão.

A partir de então, a vontade de querer entender tudo e mudar muita


coisa de uma hora para outra deve ser contida, pois tudo tem seu
tempo e que nada é por acaso.

E isto, de longe já requer tempo, tempo para conscientização,


aprendizado e disseminação, no mínimo.

Portanto, ser médium é uma oportunidade incrível que vai nos pos-
sibilitar o autoconhecimento, seja através do estudo, das práticas
e da dedicação, com respeito e amor ao próximo e a nós mesmos.
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XAMANISMO E UMBANDA trabalham com
um ponto em comum, que particularmente
me chama atenção, e gostaria de trazer à luz como forma de acres-
centar à reflexão do leitor: a questão da autonomia nos processos
de busca pessoal e desenvolvimento espiritual, e a consequente
responsabilidade que exigem tais processos.
As grandes tradições religiosas
que se estabeleceram como
instituições e centros de po-
der político, social e espiritu-
al, trabalham baseadas na fé,
mediada por um detentor do
poder espiritual e guardião das
chaves místicas, que permitem
o acesso a outras realidades (o
que não é o caso do Xamanismo
e Umbanda).
A fé caracteriza-se por uma
crença positiva depositada em
um objeto de adoração, fundamentada no afeto, sem a obrigato-
riedade de ser direcionada ao campo religioso, pois seu posiciona-
mento político também está fundamentado na fé. De antemão, é
possível acreditar que Deus exista e que ele seja bom, bem como
defender um partido político, ainda que nosso conhecimento seja
parcial e pequeno para isso. A fé não prescinde de provas; é um
afeto a priori, isto é, anterior a qualquer experiência.
Os impérios religiosos, tanto do ocidente, quanto do oriente, têm
suas bases calcadas na fé. Os fiéis creem em um mediador-de-
tentor de primeira ordem: Jesus, Buda, Maomé; e um mediador-
detentor de segunda ordem: o sacerdote, o padre, o pastor.
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Estes são plasmados na consciência humana como filhos queridos
de Deus, livres de pecados, superiores aos demais, que por sua
idoneidade e pureza receberam a permissão para ocuparem tais
lugares e, por merecimento, detém as chaves dos sete portais.
Diante dessa visão religiosa, nós, reles mor-
tais fomos reduzidos a poeira no espaço, tão
pequenos, tão pecadores, tão incapazes de
assumir qualquer responsabilidade, que aca-
bamos nos recolhendo a nossa insignificância
e ignorância, mantendo-nos na menoridade
espiritual, como uma criança, que por não
saber resolver nada por conta própria, se apoia
na figura de um superior.
A hierarquia existe e é importante. Aqueles
que abriram caminho tem seu lugar de res-
peito. Existe sim um propósito para ocuparem
cargos de maior poder nas religiões e cultos,
mas a dependência constante e a longo pra-
zo dessas figuras, não me parece saudável.
O Xamanismo diferencia-se dos principais
caminhos religiosos porque trabalha atual-
mente em um propósito de dar ferramentas
aos praticantes para que se emancipem e
saiam da menoridade espiritual, trilhando o
próprio caminho – com o respaldo do xamã
– confiantes naquilo que recebem como
orientação, sem precisar recorrer a um su-
perior o tempo todo.
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Ao título de detentor das técnicas do transe é somada à função do
xamã servir como um ponto de apoio e orientação aos praticantes
em suas buscas pessoais.
Em vez de fé, o Xamanismo trabalha com o conhecimento que o
praticante adquire através de experiência própria, diferentemente
de outras tradições, em que cabe ao fiel acompanhar a iluminação
de seu sacerdote e fazer aquilo que lhe for orientado.
Xamanismo e Umbanda como
práticas de responsabilidade
espiritual aproximam-se neste
aspecto, pois ambos apresentam,
além da possibilidade de uma prá-
xis religiosa, um sistema de edu-
cação e treinamento, a fim de que
aqueles que buscam, aprendam a
acessar, experienciar e confiar em
seus processos particulares, o que
não exclui a importância do sacer-
dote ou do xamã, mas ratifica sua
imprescindível presença como um
orientador com a devida patente
para exercer tal função.
Daí, inclui-se o perigo de confundir
um conhecedor experiente, com
um efetivo xamã ou, no caso da
Umbanda, um sacerdote iniciado.
Dentro desta perspectiva de trabalho, Xamanismo e Umbanda,
tanto a figura do sacerdote do culto umbandista quanto do xamã,
como mediadores do processo de desenvolvimento na senda
espiritual, nunca será dispensável, pois cabe a ambos servir como
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uma espécie de bússola ao sujeito em
descoberta, indicando quando se está
indo em direção a um efetivo encontro
com o Sagrado, e quando é a mente com suas infinitas possibilida-
des de criação, que está a distorcer, mistificar e inventar.
Se coloco minha vida nas mãos de outrem para que resolvam
uma questão que a mim parece insolúvel, o faço porque deposito
confiança em quem me auxilia. Sendo assim, se opero como meu
próprio mediador a confiança deve estar em igual proporção.
Ter confiança no próprio trabalho
figura uma construção de anos,
amparada por estudo, prática e
disposição. Crer em si mesmo
como um ser enviado que não
necessita de nenhum dos três
fatores acima listados pode ser
desastroso, e nem xamãs, tam-
pouco sacerdotes, deverão ser
responsabilizados por pretensões
alheias, ou seja, nem Xamanismo
e Umbanda sequer.
Autonomia no caminho espiritual
– não confundir aqui, autonomia
com autossuficiência – como
emancipação e um meio para
vencer a insegurança, não es-
tando integralmente sob a tutela de um superior, mas sendo
acompanhado, orientado e apoiado por este, assumindo cada ato
e cada palavra, pressupõe responsabilidade e, sobretudo, uma
boa dose de humildade, pois para ser grande, é preciso antes
saber ser pequeno.
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41
DESDE O INÍCIO, nós do Umbanda, eu curto!
recebemos um grande número de dúvidas
e sugestões por meio de nossa fanpage e também pelo portal.

Nossa postura é sempre a mesma: traduzir o que parece muito


difícil para uma linguagem acessível, com respeito, praticidade
e indicação de outros textos e livros, sejam nossos ou de nossos
colaboradores.
O que muitos tal-
vez não saibam é
que sofremos uma
grande patrulha por
parte de outras reli-
giões que simples-
mente não reco-
nhecem a Umbanda
como religião.
Na nossa visão, não
cabe a nós gerar
conflitos entre reli-
giões. Todas estão
asseguradas para sua livre prática e exercício em nossa Consti-
tuição Federal. E isso, para nós, basta. Mas não basta para muitos,
infelizmente. Para evitar problemas, contaremos um breve caso
ocorrido recentemente sem revelar o nome do ‘leitor’ e nem a sua
religião (embora não seja difícil adivinhar).
Em um extenso e-mail enviado por meio do www.umbandaeucurto.
com.br este ‘leitor’ se apresenta apenas com o primeiro nome
(masculino, porque será que são sempre homens?) e vai logo
afirmando que a “Umbanda não é de Deus” basicamente porque
“a Bíblia diz”.
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Na sequência, enumera uma série
de versículos (todos passíveis de
interpretações diversas) e termina dizendo que respeita a religião
de todos, mas que deveríamos “abandonar estas crenças que
não são de Deus”.


A esta altura, você aí que está lendo este texto deve estar pensando:
“se fosse eu iria acabar com ele!”. Vejam irmãos, se dissermos que
nunca nos irritamos com mensagens assim, estaríamos mentindo.
Porém, como o hábito faz o monge, estabelecemos desde o início
uma postura amistosa e esclarecedora, seja qual for o tipo de
mensagem. E respondemos nesta linha, lembrando ao ‘leitor’ em
questão que de nada adiantaria nos enviar versos salpicados da
Bíblia, pois Deus está em todos os lugares, em todas as religiões
do Bem, mesmo que usemos outros nomes (Olorum, Zambi, etc).
Deus está em tudo e em todos.
Certos de que a história acabaria ali, eis que o ‘leitor’ nos envia
outro e-mail, agora mais agressivo e insistente, com ainda mais
versículos colhidos como borboletas num jardim, numa tentativa
vã de nos convencer, afinal, de que “Umbanda não é religião”.
“Ah, agora sim vocês mandaram esse cara para a....”, diriam alguns
dos que nos leem, não é?
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No entanto, apenas encerramos a
discussão desejando que Deus o
abençoasse e que tudo de bom ocorresse em sua vida.

Nosso objetivo, ao contar este acontecimento corriqueiro, é


mostrar o quanto é difícil para todos nós exercitar uma prática
cada vez menos comum em nossos dias: a paciência. A paci-
ência é o verdadeiro antídoto da raiva. Ter paciência é algo que
precisa de treino.
Precisamos nos esforçar para reagir
cada vez com mais normalidade a
situações e pessoas que nos cau-
sam irritação. Se respondermos ao
Universo com irritação, raiva e abor-
recimento, isso automaticamente
retornará até nós.
É simples ser simpático e amoroso
com que nos trata dessa forma, não é
mesmo? Mas tente ser amoroso com
alguém que te aborrece, que te irrita?
É complicado, porém necessário. E
mais: precisamos ter, em nossas vidas,
contato com pessoas chatas, irritantes
e desagradáveis. São elas que vão
gerar raiva, vão nos tirar do sério, mas vão também se mostrarem
educativas, se assim soubermos transformá-las em degraus para
atingir a paciência desejada. Meditação ajuda muito, acreditem!


Que Nanã nos abençoe e ilumine, inspirando em todos nós a ma-
leabilidade, decantando nossos desequilíbrios emocionais e nos
encaminhando para uma vida mais plena, calma e transformadora.
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