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Diamantina
2018
RESUMO
amarelo ao vermelho de frutas, flores, vegetais, fungos e animais, tem se destacado nos
últimos anos devido às suas propriedades que possibilitam sua aplicação nas mais diversas
indústrias. Além de sua ampla utilização como corantes na indústria alimentícia, farmacêutica e
como suplementos nutricionais. Por possuir diversas funções, a demanda por novas fontes
destes pigmentos tem aumentado consideravelmente fazendo com que sua produção
industrial, que ainda é majoritariamente química, migre para a extração biotecnológica a partir
microalgas.
solventes como a acetona, responsáveis pelas cores amarelo, laranja e vermelho de muitos
alimentos, tais como frutas, vegetais, gema de ovo, alguns peixes, como salmão e truta, e
carotenoides também têm sido adicionados aos alimentos a fim de enriquecer o produto
carotenoides também são utilizados como suplementos nutricionais, pelas suas funções
diminuição do risco de doenças onde os radicais livres apresentam papel fundamental, como
torna interessante, pois os mesmos são estáveis na faixa de pH da maioria dos alimentos, não
são corrosivos e nem são afetados por substâncias redutoras. As desvantagens estão
procura por aditivos e produtos de origem natural, aumenta o interesse das indústrias em
microbiana podem ser obtidos em curto prazo, em qualquer época do ano (TATSCH, 2008;
relação à síntese química e a extração a partir de plantas, devido a fatores como: possibilidade
de utilização de substratos de baixo custo; necessidade de menor espaço para produção não
estando sujeita às mudanças climáticas ou sazonais; controle das condições de cultivo para
SCHROEDER, 1995). Esta pode ser afetada por diferentes fatores, com destaque para a fonte
carotenoides, mas também interfere diretamente nos custos de produção (AKSU; EREN,
2005).
carotenoides são a glicose e sacarose e encontrar fontes alternativas de carbono que elevem a
2005). Alguns estudos vêm avaliando a utilização de produtos agrícolas de baixo custo e
resíduos como soro de queijo (AKSU; EREN, 2005), mosto de uva (BUZZINI; MARTINI, 1999),
et al., 2007) e da produção de biodiesel (SAENGE et al., 2011) como forma de reduzir os
2.1 Carotenoides
formados por oito unidades de isoprenos ao longo de um sistema de ligação dupla conjugada,
unidas num padrão cabeça-cauda que forma a “espinha dorsal” da molécula, em que a ordem
químicas, físicas e bioquímicas. Esta cadeia pode apresentar grupos terminais cíclicos, que
As plantas são a maior fonte de carotenoides, os quais são responsáveis por conferir
as cores características de frutas, como morango, laranja e maracujá, respondendo ainda pelas
cores de alguns pássaros, como o flamingo e o canário, alguns insetos e animais marinhos
encontram em microrganismos, nos quais são sintetizados pela rota metabólica dos
ligações conjugadas que atua como cromóforo, sendo necessário, aproximadamente, sete
ligações duplas conjugadas para que o carotenoide apresente coloração. As duplas ligações
especificamente em produtos naturais (frutas). Além disso, o calor, a luz, o oxigênio e enzimas
como lipoxigenase e/ou ácidos presentes em frutas levam a alterações ou parcial destruição
dos pigmentos. A exposição destes as tais agentes resulta na formação de isômeros cis,
segmento do mercado industrial. Desde o início dos anos 80, várias companhias
seu emprego e custo. As três principais categorias emergentes de biopigmentos deste mercado
comercial de carotenoides vem sendo desenvolvida. Atualmente, são vendidos por ano cerca
de US$ 300 milhões em carotenoides sintéticos, dentre os quais os principais são β-caroteno,
(PASSOS, 2007).
química ou extração de plantas, pois os sistemas biológicos podem gerar produtos mais difíceis
de serem tratados e/ou produzir compostos em níveis tais que isolamento em escala comercial
não se torna praticável. Apesar disso, a produção comercial por via biotecnológica, vem
ganhando espaço e é altamente eficiente, pela possibilidade dos processos serem facilmente
crescimento;
carotenoide específico.
aparecem como fator significante os quais podem ser minimizados através da utilização de
subprodutos de baixo custo industrial como fontes de nutrientes (AKSU; EREN, 2005). Os
resíduos agroindustriais têm sido alvos de grande interesse, isto porque, como consequência
e por sua vez podem ser usados como material para outro processo, agregando valor
Uma variedade de carotenoides, com estruturas específicas, pode ser obtida a partir da
entre outros, sendo que os carotenoides naturais mais investigados são a astaxantina, β-
astaxantina são os de maior interesse, visto que são utilizados na indústria de alimentos como
de β-caroteno em sua biomassa, além de ser considerada uma das microalgas mais bem
sucedidas em escala comercial, já que pode ser cultivada em altas e baixas temperaturas, alta
salinidade e vários tipos de água (AZEREDO, 2012; DERNER et al. 2006; GUEDES et al.
2011).
produção de carotenoides, destacando-se pelo seu uso como fonte proteica, capacidade de
crescimento em substratos de baixo custo e alto teor de açúcar (VALDUGA et al., 2007).
consideráveis de carotenoides. Este gênero tem sido estudado devido ao seu potencial para
produção industrial, uma vez que oferecem vantagens sobre os outros gêneros em termos de
taxa de crescimento elevada e uso de substratos de baixo custo. O seu crescimento pode
açúcar, soro do leite, mosto, farinha de feijão hidrolisada, extratos de soja e farinha de milho
(BRANCO, 2010).
e caldo de cana de açúcar como meio de cultivo e a levedura Rhodotorula sp. como
biocatalisador do processo. O melaço nas concentrações 25%, 50% e 75%, caldo de cana e
um meio sintético foram utilizados como substrato, para a inoculação da levedura. Dos
resultados obtidos destacou-se a possibilidade do uso de caldo de cana e melaço diluído como
Na Tabela 1 estão apresentados alguns dos microrganismos com potencial para serem
Cianobactérias
Anabaena variabilis Cantaxantina JOHNSON; SCHROEDER, 1995
Algas
Chlorela pyrenoidosa Luteína JOHNSON; SCHROEDER, 1995
Fungos e Leveduras
Blakeslea trispora β-caroteno e licopeno JOHNSON; SCHROEDER, 1995
Torularrodina, β-caroteno,
Rhodotorula glutinis SHIH; HANG, 1996
toruleno
Toruleno, torularrodina e β-
Rhodotorula mucilaginosa BUZZINI; MARTINI, 1999
caroteno
Toruleno, torularrodina, β-
Sporidiobolus sp JOHNSON; SCHROEDER, 1995
caroteno
Torularrodina, β-caroteno,
Sporobolomyces roseus DAVOLI; MIERAU; WEBER, 2004
toruleno
Bactérias
Mycobacterium brevicaie Cantaxantina JOHNSON; SCHROEDER, 1995
quantidade relativa destes podem variar dependendo da composição do meio de cultivo e das
pelo nível e atividade das enzimas biossintéticas e o fluxo total de carbono do sistema
sintetizante. Assim, uma alta produção pode ser alcançada alterando-se o nível e a atividade
destas enzimas ou a via biossintética, pela utilização de uma abordagem molecular, utilizando
cultivo
Davoli, Mierau e Weber (2004), cultivaram Sporobolomyces roseus em meio YED (30
g/L de glicose, 4 g/L de extrato de levedura, 1 g/L de KH2PO4 e 0,5 g/L de MgSO4.7H2O),
produção de carotenoides.
O ácido mevalônico, após uma série de reações, forma geranil difosfato (10 C), farnesil
difosfato (15 C) e geranil-geranil difosfato (20 C). A dimerização de duas moléculas de geranil-
geranil difosfato forma o fitoeno, sendo este o primeiro composto de quarenta carbonos,
embora ainda sem coloração. Segue-se uma série de desnaturações a partir do fitoeno para
de uma dupla ligação, estendendo o sistema de dupla ligação conjugadas. O licopeno pode
também ser ciclizado em uma das extremidades, gerando γ-caroteno e δ–caroteno. Estes
da biossíntese.
Figura 2 - Fluxograma dos estágios da biossíntese de carotenoides. Fonte: VALDUGA,
2009.
3 CONCLUSÕES
de grande importância para a ampliação desse processo industrialmente, visto que o principal
impedimento para que isso ocorra se da através dos custos, que ainda não conseguem
competir com a produção de carotenoides por via sintética. Como foi discutido, a procura
mercadológica por este tipo de produto demonstrou ser de grande expressão, demonstrando o
seu potencial de vendas. As pesquisas voltadas para esta área são determinantes para a
possível aplicação industrial, visando, portanto, a diminuição de custos tanto através dos
corante, redução de custos com a bioprodução e posterior aplicação em escala industrial. Além
disso, trabalhos envolvendo engenharia genética visando a obtenção de carotenoides de maior
interesse e em maiores quantidades, estão sendo desenvolvidos. Por ser um produto de alto
valor agregado e com boa aplicabilidade, a tendência é o aumento nas pesquisas em relação à
a síntese química.
REFERÊNCIAS
AKSU, Z.; EREN, A. T. Carotenoids production by the yeast Rhodotorula mucilginosa: Use of
agricultural wastes as carbon source. Process Biochemistry, n. 40, p. 2985–2991, 2005.
BHOSALE, P.; Environmental and cultural stimulants in the production of carotenoids from
microorganisms. Apply. Microbiol. Biotechnol. v. 63, p. 351-361, 2004.
DAVOLI, P.; MIERAU, V.; WEBER, R. W. S.; Carotenoids and fatty acids in red yeasts
Sporobolomyces roseus and Rhodotorula glutinis. Appl. Biochem. Microbiol. v. 40, p. 392.
2004.
DERNER, R. B.; OHSE, S.; et al. Microalgas, produtos e aplicações. Ciência Rural, v. 36, n. 6,
p. 1959-1967, 2006.
FAZELI, M. R.; TOFIGHI, H.; SAMADI, N.; JAMALIFAR, H.; Effects of salinity on betacarotene
production by Dunaliella tertiolecta DCCBC26 isolated from the Urmia salt lake, north of Iran.
Bioresour. Technol. v. 97, p. 2453. 2006.
GUEDES, A. C.; AMARO, H. M.; et al. Microalgae as sources of carotenoids. Marine Drugs, n.
9, p. 625-644, 2011.
VALDUGA, E.; TATSCH, P. O.; TIGGEMANN, L.; TREICHEL, H.; TONIAZZO, G., ZENI, J., DI
LUCCIO, M., FÚRIGO JÚNIOR, A. Carotenoids production: microorganisms as source of
natural dyes. Quím. Nova, São Paulo, v. 32, n. 9, p. 2429-2436, 2009.