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Aula 00

Administração Pública p/ TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Cargo 1 -


Administração

Professor: Herbert Almeida

00000000000 - DEMO
Administração Pública
Auditor Fiscal de Controle Externo do TCE-SC
Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida – Aula 00
AULA 00: Administração Pública, do modelo
racional-legal ao paradigma pós-burocrático.

SUMÁRIO

MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................... 5

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PATRIMONIALISTA .............................................................................................. 5


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA.................................................................................................... 6
A TEORIA DA BUROCRACIA DE MAX WEBER .......................................................................................................... 6
MODELO BUROCRÁTICO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................ 9
DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA............................................................................................................................ 11
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL ...................................................................................................... 13
GERENCIALISMO PURO ..................................................................................................................................... 15
CONSUMERISM ............................................................................................................................................... 15
PUBLIC SERVICE ORIENTATION (PSO) ................................................................................................................. 16
CARACTERÍSTICAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL .................................................................................... 16

QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................. 38


GABARITO ...................................................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 44

Olá concurseiros e concurseiras.


É com muita satisfação que estamos lançando o curso de Administração
Pública para o concurso de Auditor Fiscal de Controle Externo (Área:
Controle Externo – Especialidade: Administração) do Tribunal de
Contas do Estado de Santa Catarina – TCE/SC. O nosso curso terá como
foco as questões do Cespe/UnB.
De imediato, vejamos as características deste material: 00000000000

 serão abordados todos os itens do edital;


 grande quantidade de questões comentadas;
 curso elaborado com foco nos entendimentos do Cespe/Unb, ao longo
das aulas, vamos destacar a “jurisprudência Cespiana” ;
 contato direto com o professor através do fórum de dúvidas.

Caso ainda não me conheçam, meu nome é Herbert Almeida, sou


Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo
aprovado em 1º lugar no concurso para o cargo. Além disso, obtive o 1º lugar
no concurso de Analista Administrativo do TRT/23º Região/2011. Meu

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primeiro contato com a Administração Pública ocorreu através das Forças
Armadas. Durante sete anos, fui militar do Exército Brasileiro, exercendo
atividades de administração como Gestor Financeiro, Pregoeiro, Responsável
pela Conformidade de Registros de Gestão e Chefe de Seção. Sou professor
do Tecconcursos das disciplinas de Administração Geral e Pública,
Administração Financeira e Orçamentária e, aqui no Estratégia Concursos,
também de Direito Administrativo. Além disso, no Tribunal de Contas,
participo de atividades relacionadas com o Direito Administrativo.
Ademais, os concursos públicos em que fui aprovado exigiram diversos
conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus
estudos, resolvi diversas questões, aprendendo a forma como cada
organizadora aborda os temas previstos no edital. Assim, pretendo passar
esses conhecimentos para encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo.
Então, de agora em diante, vamos firmar uma parceria que levará você à
aprovação no concurso público para Auditor Fiscal de Controle Externo do
TCE-SC.
O edital do concurso trouxe o seguinte conteúdo para a nossa disciplina:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1 Administração Pública: do modelo racional-legal ao


paradigma pós-burocrático. 1.1 O Estado oligárquico e patrimonial, o Estado autoritário
e burocrático, o Estado do bem estar, o Estado regulador. 2 Empreendedorismo
governamental e novas lideranças no setor público. 2.1 Processos participativos de
gestão pública: conselhos de gestão, orçamento participativo, parceria entre governo
e sociedade. 3 Transparência da Administração Pública. 3.1 Controle social e
cidadania. 3.2 Accountability. 4 Excelência nos serviços públicos. 4.1 Gestão por
resultados na produção de serviços públicos. 4.2 Gestão de Pessoas por
Competências. 5 Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais.
6 Governabilidade e governança. 6.1 Intermediação de interesses (clientelismo,
corporativismo e neocorporativismo). 7 Mudanças institucionais: conselhos,
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Organizações Sociais, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP),


agência reguladora, agência executiva. 8 Processo de formulação e desenvolvimento
de políticas: construção de agendas, formulação de políticas, implementação de
políticas. 9 As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo. 9.1
Descentralização e democracia. 9.2 Participação, atores sociais e controle social. 9.3
Gestão local, cidadania e equidade social. 9.4 Corrupção e políticas públicas: fatores
que influenciam a incidência de corrupção e fatores que promovem a qualidade das
políticas públicas. 10 Planejamento e avaliação nas políticas públicas: conceitos
básicos de planejamento. 10.1 Aspectos administrativos, técnicos, econômicos e
financeiros. 10.2 Formulação de programas e projetos. 10.3 Avaliação de programas
e projetos. 10.4 Tipos e modelos de avaliação de políticas públicas. 10.5 Análise custo

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benefício e análise custo-efetividade. 10.6 Indicadores de políticas públicas. 10.7
Coleta, análise e interpretação de informações quantitativas e qualitativas para
avaliação de programas governamentais. 11 O ciclo do planejamento em organizações
(PDCA). 12 Balanced Scorecard (BSC): principais conceitos, aplicações, mapa
estratégico, perspectivas, temas estratégicos, objetivos estratégicos, relações de
causa e efeito, indicadores, metas, iniciativas estratégicas. 13 Referencial Estratégico
das Organizações. 13.1 Análise de ambiente interno e externo. 13.2 Ferramentas de
análise de ambiente: análise swot, análise de cenários, matriz GUT. 13.3 Negócio,
missão, visão de futuro, valores. 14 Indicadores de desempenho. 14.1 Tipos de
indicadores. 14.2 Variáveis componentes dos indicadores.

Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estará estruturado em


dez aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras nove, vejamos o
cronograma:
AULA CONTEÚDO DATA
1 Administração Pública: do modelo racional-legal ao
Aula 0 Disponível
paradigma pós-burocrático.
1.1 O Estado oligárquico e patrimonial, o Estado autoritário e
Aula 1 burocrático, o Estado do bem estar, o Estado regulador. 2 30/12
Empreendedorismo governamental.
Novas lideranças no setor público. 2.1 Processos participativos
de gestão pública: conselhos de gestão, orçamento
participativo, parceria entre governo e sociedade. 7 Mudanças 07/01
Aula 2
institucionais: conselhos, Organizações Sociais, Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), agência
reguladora, agência executiva.
3 Transparência da Administração Pública. 3.1 Controle social 14/01
Aula 3
e cidadania. 3.2 Accountability.
4 Excelência nos serviços públicos. 4.1 Gestão por resultados
na produção de serviços públicos. 4.2 Gestão de Pessoas por 22/01
Aula 4
Competências. 11 O ciclo do planejamento em organizações
00000000000

(PDCA).
5 Comunicação na gestão pública e gestão de redes
organizacionais. 6 Governabilidade e governança. 6.1 29/01
Aula 5
Intermediação de interesses (clientelismo, corporativismo e
neocorporativismo).
12 Balanced Scorecard (BSC): principais conceitos, aplicações,
mapa estratégico, perspectivas, temas estratégicos, objetivos
estratégicos, relações de causa e efeito, indicadores, metas, 05/02
Aula 6
iniciativas estratégicas. 13 Referencial Estratégico das
Organizações. 13.1 Análise de ambiente interno e externo.
13.2 Ferramentas de análise de ambiente: análise swot, análise

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de cenários, matriz GUT. 13.3 Negócio, missão, visão de futuro,
valores.
8 Processo de formulação e desenvolvimento de políticas:
construção de agendas, formulação de políticas,
implementação de políticas. 10.3 Avaliação de programas e 12/02
Aula 7
projetos. 10.4 Tipos e modelos de avaliação de políticas
públicas. 10.5 Análise custo benefício e análise custo-
efetividade.
9 As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo. 9.1
Descentralização e democracia. 9.2 Participação, atores sociais
e controle social. 9.3 Gestão local, cidadania e equidade social. 20/02
Aula 8
9.4 Corrupção e políticas públicas: fatores que influenciam a
incidência de corrupção e fatores que promovem a qualidade
das políticas públicas.
10 Planejamento e avaliação nas políticas públicas: conceitos
básicos de planejamento. 10.1 Aspectos administrativos,
técnicos, econômicos e financeiros. 10.2 Formulação de
programas e projetos. 10.6 Indicadores de políticas públicas. 29/02
Aula 9
10.7 Coleta, análise e interpretação de informações
quantitativas e qualitativas para avaliação de programas
governamentais. 14 Indicadores de desempenho. 14.1 Tipos
de indicadores. 14.2 Variáveis componentes dos indicadores.

Atenção! Este curso é completo em pdf. Não teremos videoaulas


para a matéria de Administração Pública.
Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso
curso.
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright),
nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre
direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os


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professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe


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Esta aula demonstrativa servirá para indicar a nossa metodologia, mas


também já abordará um ponto importante do edital. Assim, nosso objetivo,
desta aula, será trabalhar o seguinte item do edital: “1 Administração
Pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático.”.
Assim, vamos estudar a evolução da Administração Pública, abordando
os três modelos de administração: patrimonialista, burocrático (racional-
legal) e gerencial (pós-burocrático).
As questões sem comentários estão relacionadas ao fim da aula.
Espero que gostem do material. Aproveitem!

MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública Patrimonialista

Este modelo predominou no Brasil até 1930. Aqui, o aparelho do Estado


funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares,
servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados
prebendas ou sinecuras. A res publica não é diferenciada das res principis
(confusão entre o patrimônio público e o privado). A corrupção e o
nepotismo são inerentes a esse tipo de administração.
De acordo com Bresser-Pereira,
A característica que definia o governo das sociedades pré-capitalistas
era a privatização do Estado, ou a interpermeabilidade dos patrimônios
público e privado. “Patrimonialismo” significa a incapacidade ou a
relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e
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seus bens privados. A administração do Estado pré-capitalista era


uma administração patrimonialista. (grifos nossos)

 IMPORTANTE – principal característica do modelo patrimonialista:


confusão entre os patrimônios público e privado.

Paludo1 faz um resumo das características da administração


patrimonialista da seguinte maneira:
 confusão entre a propriedade privada e a propriedade
pública;

1
Paludo, 2013, p. 51.

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 impermeabilidade à participação social-privada;
 endeusamento do soberano;
 corrupção e nepotismo;
 caráter discricionário e arbitrário das decisões;
 ausência de carreiras administrativas;
 desorganização do Estado e da Administração;
 cargos denominados prebendas ou sinecuras;
 descaso pelo cidadão e pelas demandas sociais;
 poder oriundo da tradição/hereditariedade.
Contudo, no momento em que o capitalismo e a democracia se tornam
dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado.
Nesta nova fase histórica, a administração patrimonialista torna-se
inaceitável.

Administração Pública Burocrática

A Teoria da Burocracia de Max Weber

A Teoria da Burocracia na Administração foi idealizada pelo um sociólogo


alemão Max Weber (1864-1920). Diferentemente de Taylor e Ford, autores
da Abordagem da Clássica da Administração, Weber não fez recomendações
para a administração das organizações. Seus estudos, na verdade, são usados
como base para o entendimento da natureza das organizações e das
diferenças entre elas2.
Nesse contexto, qualquer sociedade, organização ou grupo de pessoas
que se baseie em leis racionais é uma burocracia. As organizações
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burocráticas, ou formais, apresentam como características a formalidade, a


impessoalidade e o profissionalismo. Assim, é importante entender que a
burocracia é uma forma de organização que utiliza regras racionais para a
condução de suas atividades. Esse destaque é primordial, pois o termo é
tratado sinônimo de ineficiência, lentidão e excesso de formalidades que, na
verdade, se referem às disfunções da burocracia, que serão abordadas
adiante.

2
Maximiano, 2011, p. 39.

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Portanto, para melhor entendermos essa Teoria, precisamos
compreender os três tipos de sociedade e depois os tipos de autoridade.
Weber distingue três tipos de sociedade3:
 sociedade tradicional: predominam características patriarcais
e patrimonialistas, como a família, o clã, a sociedade medieval
etc.;
 sociedade carismática: predominam características místicas,
arbitrárias e personalísticas, como nos grupos revolucionários,
nos partidos políticos, nas nações em revolução etc.; e
 sociedade legal, racional ou burocrática: predominam normas
impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como
nas grandes empresas, nos estados modernos, nos exércitos etc.
Da mesma forma, Weber descreveu três tipos puros de dominação
(ou autoridade) e obediência. Autoridade é diferente de poder. Este se refere
ao potencial de exercer influência sobre as pessoas, ou seja, é a probabilidade
de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra
qualquer forma de resistência e qualquer que seja o fundamento dessa
probabilidade4. Melhor dizendo, o poder envolve a capacidade que uma
pessoa tem de impor a sua vontade diante de outra pessoa,
independentemente de seu consentimento.
Por outro lado, a autoridade se refere ao poder com legitimidade,
que é a capacidade de justificar o seu exercício. A autoridade legítima é aquela
que é aceita pelo subordinado e, quando proporciona o poder, conduz a
dominação. Assim, a dominação significa que as ordens, ou exercício da
vontade, do dominador influenciam a conduta dos dominados, constituindo,
por si mesma, uma norma de conduta que deve ser seguida pelos
subordinados. Nesse contexto, vejamos as contribuições de Chiavenato 5:
00000000000

A dominação é uma relação de poder na qual o governante (ou


dominador) – ou a pessoa que impõe seu arbítrio sobre as demais –
acredita ter o direito de exercer o poder, e os governados
(dominados) consideram sua obrigação obedecer-lhe às ordens.
As crenças que legitimam o exercício do poder existem tanto na mente
do líder como na dos subordinados e determinam a relativa estabilidade
da dominação. (grifos nossos)

3
Chiavenato, 2011, p. 242.
4
Weber, apud Chiavenato, 2011, p. 242.
5
Chiavenato, 2011, p. 243.

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Podemos concluir, portanto, que a dominação trata do exercício de poder,
aceito como válido pelos dominados como se fosse uma norma de conduta ou
obediência. Assim, da mesma maneira como fez com os tipos de sociedade,
Weber descreveu três tipos puros de autoridade ou dominação legítima,
vejamos:

Dominação carismática

É marcada pela identificação das pessoas com o carisma do líder, pela


crença na santidade, heroísmo ou exemplaridade de uma pessoa e nas
ordenações por ela criadas ou reveladas. Devoção e arrebatamento ao líder
são características dessa dominação. O poder carismático é instável e pode
adquirir características revolucionárias com bastante facilidade, não tendo
base racional. O poder não pode ser herdado nem delegado, pois é inerente
à pessoa que exerce a dominação. Pessoas como Hitler e Fidel
desempenharam a autoridade carismática no início de suas ascensões. A
autoridade carismática, à medida que se organiza, tende a se tornar
tradicional.

Dominação tradicional

É o tipo de dominação que ocorre porque as “coisas sempre foram


assim”. Para tanto, na autoridade tradicional, a obediência é devida à pessoa
indicada pela tradição, dentro do círculo de costumes, sendo típica da
sociedade patriarcal. Esse tipo de dominação é característica da sociedade
medieval, dos clãs, da família, etc.

Dominação racional

Repousa sobre a crença na legalidade de ordenações instituídas


racionalmente e dos direitos de mando das pessoas a quem essas pessoas
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responsabilizam pelo exercício da autoridade. Dessa forma, a autoridade é a


contrapartida da responsabilidade. A obediência decorre de ordenações
impessoais e objetivas, legalmente instituídas. Este tipo de autoridade está
fundamentada nas leis, que estabelecem direitos e deveres para os
integrantes da sociedade ou organização. Conclui-se, portanto, que uma
sociedade, organização ou grupo que depende de leis racionais tem estrutura
do tipo legal-racional ou burocrático, ou seja, é uma burocracia6.

6
Maximiano, 1997, p. 36.

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A tabela abaixo resume as características dos três tipos puros de
dominação legítima descritos por Max Weber7:
BASE DA CARACTERÍSTICAS
AUTORIDADE
A obediência deve- A
autoridade está na própria pessoa do líder, que demonstra, ou os
CARISMA
seguidores acreditam que ele tem, qualidades que o tornam admirado.
Exemplo: liderança política.
A obediência deve-se ao respeito dos seguidores às orientações que
passam de geração a geração. Os seguidores obedecem porque o líder (a
TRADIÇÃO figura da autoridade) aparenta der o direito de comando segundo os usos
e costumes.
Exemplo: autoridade na família.
A obediência dos seguidores deve-se à crença no direito de dar ordens
que a figura da autoridade tem. Esse direito é estabelecido por meio de
ORGANIZAÇÃO E
normas aceitas pelos seguidores e tem limites. A figura da autoridade
NORMAS
somente pode agir dentro dos limites de seu cargo ou bureau. Todas as
(RACIONAL)
organizações formais dependem dessa base de autoridade.
Exemplo: todas as organizações burocráticas.

Modelo Burocrático de Administração Pública

A Administração Pública Burocrática surge na segunda metade do


século XIX, na época do Estado liberal, como forma de combater a
corrupção e o nepotismo patrimonialista. Nesse sentido, constituem
princípios orientadores do seu desenvolvimento (poder racional-legal):
 a profissionalização e a ideia de carreira – pessoas capacitadas
e especializadas passam a desenvolver as primeiras carreiras
burocráticas na Administração Pública, recebendo salários no lugar
de favores;
 a hierarquia funcional – fruto da organização da máquina
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pública, como forma de permitir a existência de um sistema de


autoridade;
 a impessoalidade e o mérito – o acesso aos cargos públicos deve
ocorrer mediante concurso público e a promoção deve basear-se
em uma sistema de mérito; e
 o formalismo – manifestando-se, por exemplo, com o uso de
normas para regular as atividades públicas.

7
Adaptado de Maximiano, 1997, p. 35.

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O poder racional-legal, conforme destaca o Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado (PDRAE)8, apresenta como princípios: profissionalização
dos servidores públicos, existência de carreiras; sistema hierárquico
instituído; impessoalidade e mérito para o ingresso e promoção nos cargos
públicos; e o formalismo (regras, leis).
Resumidamente, como vimos acima, podemos descrever como
características das organizações burocráticas a formalidade (existência de
normas racionais); impessoalidade (escolha das pessoas é baseada em
critérios técnicos e não políticos); existência de administradores
profissionais (ao invés de lugar da nobreza, os cargos públicos passam a ser
exercidos por pessoas capacitadas, profissionalizadas e que recebem salários
em troca de seus serviços). Vejamos com mais detalhes cada uma dessas
características da burocracia:
 formalidade – as burocracias são essencialmente sistemas de
normas. A autoridade é definida pela lei, tendo como objetivo a
racionalidade da coerência entre meios e fins;
 impessoalidade – o sistema se fundamenta nas leis e não nas
pessoas. Assim, os membros da sociedade devem obedecer ao direito
e não à vontade de outras pessoas. Numa relação entre chefe e
subordinado, a obediência decorre de uma norma, não do carisma ou
da tradição;
 profissionalismo – as burocracias são formadas por funcionários, que
trabalham em troca de uma remuneração. As pessoas desenvolvem o
trabalho porque são contratadas para tal finalidade, desenvolvendo
atribuições previstas nas normas e recebendo remuneração em troca
do serviço realizado. O profissionalismo é marcado pela existência de
cargos e carreiras dentro dos escritórios.
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8
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE), editado em 1995 pela Câmara da
Reforma do Estado e tendo como líder o Ministro da Administração Federal e Reforma do Estado Luiz
Carlos Bresser Pereira, é um importante documento utilizado como referência na Reforma Gerencial de
1995. O PDRAE costuma ser utilizado frequentemente na elaboração de questões pelas bancas de
concursos. Quem tiver tempo, recomendo sua leitura integral: PDRAE.

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Impessoalidade
Formalidade

Profissionalismo

Principais características das


organizações burocráticas, segundo
Weber.

Partindo para o enfoque da Administração Pública Burocrática, podemos


afirmar que ela surgiu no Brasil com o Governo Vargas (1930), em uma
reforma impulsionada pela criação do Dasp (1936) e pelo Estado Novo (1937-
1945). Veremos mais detalhes quando estudarmos as reformas
administrativas.
O modelo parte da desconfiança sobre os gestores públicos e, para evitar
a corrupção e o nepotismo, utiliza rígidos controles de processos e
procedimentos realizados a priori, ou seja, busca-se controlar a realização
do processo (as fases foram cumpridas? as folhas estão carimbadas? o gestor
assinou o documento?) antes da realização de seu objeto (construção de uma
escola).

Disfunções da burocracia
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Para Weber, o modelo burocrático é o tipo ideal para as organizações,


pois substituiu práticas irracionais por aspectos científicos e lógicos. Porém,
quando escutamos o termo burocracia, logo vem em mente o excesso de
papel, demora e formalidades desnecessárias. Esses “defeitos”, na verdade,
não fazem parte dos princípios da burocracia weberiana.
Nesse contexto, ao lado dos efeitos desejados da burocracia
(previsibilidade e padronização do desempenho), Merton9 descreveu os
efeitos indesejados, também conhecidos como disfunções da burocracia:

9
Merton, 1952, apud Chiavenato, 2011.

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I. internalização das regras e apego aos regulamentos: as regras
deixam de ser os meios e passam a se tornar os fins ou o objetivo final
das ações das pessoas. Os funcionários tornam-se especialistas pelo
conhecimento dos regulamentos, independentemente do
conhecimento das tarefas que executam. Assim, as regras e os
regulamentos tomam o espaço das tarefas e dos objetivos da
organização;
II. excesso de formalismo e de papelório: a necessidade de
documentar e formalizar todas as comunicações conduzem ao excesso
de formalismo e papelório. Essa, provavelmente, é a disfunção mais
gritante da burocracia;
III. resistências às mudanças: a rotinização, padronização e
previsibilidade fazem com que as pessoas se acostumem com a forma
de fazer as coisas. Seguir as normas é uma atividade que se torna
simples, passando segurança e tranquilidade para as pessoas. Assim,
as possibilidades de mudança são interpretadas como algo
desconhecido e, portanto, indesejável;
IV. despersonalização do relacionamento: decorre de impessoalidade,
que enfatiza os cargos e não as pessoas. Assim, os funcionários deixam
de se relacionar com pessoas e passam a se relacionar com os cargos
que exercem. É comum tratar os outros pelo seu cargo e até mesmo
por números de registro, prejudicando relacionamentos
personalizados;
V. categorização como base do processo decisório: por ser pautada
em hierarquia, o indivíduo que deverá responder por qualquer assunto
– mesmo que não o domine – é o superior hierárquico mais elevado.
Quanto a categorização, é entendida como uma classificação
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superficial de questões, afim de lidar com soluções prévias e de maior


facilidade, sem procurar novas “saídas” para um problema
preexistente;
VI. superconformidade às rotinas e aos procedimentos: a garantia
de que os funcionários executarão suas atividades conforme se espera
provém da utilização de rotinas e formulários. Porém, a execução fica
tão “mecanizada” que as regras passam a ser “sagradas” para o
funcionário, inibindo sua criatividade e iniciativa, e restringindo seu
desempenho e compreensão da organização como um todo;

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VII. exibição de sinais de autoridade: por trabalhar com o sistema
hierárquico, faz-se necessário mostrar claramente quem são os
“chefes” e para tal, são utilizados símbolos para a definição de cargos
como os uniformes, placas de identificação e até mesmo tipos de
mobiliário;
VIII. dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público:
devido ao exagero de regras e normas a que o funcionário é
apresentado, seu serviço fica voltado para o interior da organização e
dificulta o atendimento ao pessoal externo que é atendido de modo
padronizado – e por muitas vezes, lento – e com descaso para
situações pontuais. Dessa forma, o público que busca “um atendimento
mais personalizado” cobra por atitudes e o funcionário que segue as
regras “a risca” acaba por interpretar essa cobrança como uma ameaça
e uma afronta ao seu trabalho.

Apesar das diversas disfunções, não se pode negar que a administração


burocrática foi uma evolução do patrimonialismo. Para Bresser-Pereira10:
Foi um grande progresso o surgimento, no século XIX, de uma
administração pública burocrática em substituição às formas
patrimonialistas de administrar o Estado. Weber (1992), o principal
analista desse processo, destacou com muita ênfase a superioridade
racional-legal sobre o poder patrimonialista. Apesar disso, quando, no
século XX, o Estado ampliou seu papel social e econômico, a estratégia
básica adotada pela administração pública burocrática – o controle
hierárquico e formalista dos procedimentos – provou ser inadequada.
Essa estratégia podia talvez evitar a corrupção e o nepotismo, mas era
lenta, cara, ineficiente. (grifos nossos)

Esse quadro se intensificou ao longo dos anos 70, implicando em uma


visão generalizada sobre a necessidade de substituir o modelo burocrático por
00000000000

uma forma mais flexível, eficiente e produtiva. Nesse cenário, surge um novo
debate, a administração pública gerencial.

Administração Pública Gerencial

Os anos 70 foram marcados por intensas crises na economia mundial que


colocaram em xeque a capacidade dos governos de intervir na economia para
manter o pleno emprego e impulsionar a economia internacional. Além do

10
Bresser-Pereira e Spink, 2006.

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aspecto econômico, somam-se outros três fatores que intensificaram a crise
do Estado pós-moderno11:
 crise fiscal – após décadas de crescimento, a maioria dos
governos não tinham mais como financiar seus déficits e os
contribuintes (tax payers) estavam insatisfeitos com o aumento de
cobranças sem correspondente fornecimento de serviços;
 “ingovernabilidade” – por um lado os Estados estavam
sobrecarregados de atividades sem recursos para financiá-las e,
por outro lado, os grupos de pressão beneficiários desses serviços
não queriam perder as suas ‘conquistas’;
 globalização e inovações tecnológicas – o aumento do poder
das grandes multinacionais e o enfraquecimento dos governos
ensejaram uma significativa redução do poder dos Estados
nacionais de ditar políticas macroeconômicas.
Como consequência, os governos perderam recursos e aumentaram seus
déficits. A reforma do Estado passou a ser indispensável, com prioridade para
a redução de gastos e aumento da eficiência. Assim, o antigo modelo
weberiano, considerado lento e excessivamente apegado às normas, torna-se
inadequado para este novo momento.
Nesse contexto, os governos Thatcher (Grã-Bretanha) e Reagan (EUA),
nos anos 80, foram os pioneiros de um movimento que podemos chamar de
Nova Gestão Pública (NPM – new public management), que se espalhou por
todo o mundo, como forma de combater a ineficiência da máquina pública.
Fernando Abrucio apresenta um quadro que resume três visões que se
sucederam no tempo como resposta ao modelo burocrático presente na Grã-
Bretanha entre os anos 80 e 90. Para fins de concurso, entenda os modelos
como as três expressões do gerencialismo ou da Nova Gestão Pública.
00000000000

Gerencialismo puro Consumerism Public service orientation


Economia/eficiência Efetividade/qualidade Accountability/equidade
(produtividade)
Tax payers (contribuintes) Clientes/consumidores Cidadãos

A primeira linha descreve a visão ou perspectiva, a segunda linha


demonstra os principais objetivos, já a última linha apresenta a relação com
a sociedade ou com o “público-alvo” de cada modelo. O autor destaca que a
separação ocorreu apenas para facilitar a comparação. Contudo, há um

11
Abrucio, 1997.

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razoável intercâmbio entre as teorias, particularmente com as duas últimas.
Vejamos em rápidas linhas a descrição de cada uma dessas perspectivas da
Nova Gestão Pública.

Gerencialismo puro

O gerencialismo puro foi o primeiro passo da Nova Gestão Pública e


propôs o corte de gastos e de pessoal. A proposta era de reduzir os gastos
do setor público e aumentar a efetividade. Foi um período marcado por
privatizações, desregulamentação, devolução de atividades para a iniciativa
privada ou para a comunidade em um movimento conhecido, nas palavras de
Margareth Thatcher, como “rolling back the State” (revertendo o Estado). As
pessoas são vistas como contribuintes que financiam a máquina pública e que,
portanto, devem ter seus recursos aplicados de forma eficiente.
Esta teoria trouxe grandes avanços para o setor público, em particular
na análise da questão financeiro do custo das políticas públicas. Todavia,
alguns pontos deixaram a desejar12:
Mas, ao enfatizar em demasia a estratégia da eficiência, o modelo
gerencial puro poderia estar relegando a segundo plano outros valores
fundamentais na atuação dos gerentes. Em particular, a flexibilidade
para decidir e inovar. Os critérios para medição da eficiência poderiam
se tornar tão rígidos quanto as regras e os procedimentos do modelo
burocrático weberiano, levando à ineficácia e à falta de capacidade
adaptativa.

Outro problema foi a ausência de preocupação com a efetividade


(impactos, ou grau de atingimento dos resultados esperados). A tentativa de
constituir serviços públicos de qualidade, voltados para os anseios dos
clientes/consumidores trazem uma nova perspectiva, o consumerism.
00000000000

Consumerism

O gerencialismo puro atendeu em parte às necessidades de reforma, pois


diminuiu os gastos públicos e aumentou a eficiência. Entretanto, a qualidade
do serviço público e as demandas dos cidadãos continuaram em segundo
plano. Surge, assim, uma nova faceta da Nova Gestão Pública, o
consumerism. O principal objetivo dessa teoria foi aumentar a qualidade dos
serviços públicos para atender às demandas dos “clientes” ou consumidores
dos serviços públicos.

12
Abrucio, 1997.

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O consumerism evoluiu em relação ao modelo anterior, porém
apresentou algumas disfunções. A competição dentro da administração
pública fez com que as organizações que alcançavam os melhores resultados
passassem a receber mais recursos. O efeito foi que as instituições com piores
desempenho recebiam cada vez menos recursos, tendo severos impactos na
equidade dos serviços públicos. Ademais, as pessoas continuavam como
sujeitos passivos e não existia a preocupação com a accountability.

Public Service Orientation (PSO)

Este é o terceiro estágio. Surge a preocupação com a equidade


(prestação justa dos serviços públicos) e com a accountability (prestação de
contas, responsabilização e transparência). Os beneficiários dos serviços
públicos passam a ser vistos como cidadãos, titulares da coisa pública e que,
portanto, devem participar ativamente da gestão dos recursos públicos.
Nesse sentido, Martins13 apresenta os seguintes ensinamentos:
Ao contrário dos anteriores, que se concentravam no “como?” da ação
estatal, este modelo preocupa-se no “o que?”. Dessa forma, propõe uma
revalorização da política na definição das finalidades estatais, aumento
da accountability, participação, transparência, eqüidade e
justiça. Esse movimento baseia-se numa visão coletiva do cidadão,
enfoca a esfera pública como um locus de aprendizado social e prega o
aprimoramento da cultura cívica do cidadão, burocrata e político.

O grande impacto desse modelo foi trazer a sociedade para o debate


sobre a gestão publica, cobrando resultados, apresentando problemas,
propondo soluções e fiscalizando a atuação de seus representantes.

Características da administração pública gerencial


00000000000

A administração pública gerencial, ou paradigma gerencial, emergiu


como forma de combater a ineficiência da máquina pública. Nesse novo
contexto, os controles de procedimentos dão lugar aos controles de
resultados, ou seja, ao invés de se preocupar com os carimbos nas páginas
certas, com a numeração dos processos e com outros procedimentos dessa
natureza, cobra-se qualidade nos serviços, rapidez, maior número de
cobertura dos programas etc.
Segundo o PDRAE,

13
Martins, 1997.

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Administração Pública Gerencial - Emerge na segunda metade do
século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções
econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento
tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos
deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo
anterior. A eficiência da administração pública - a necessidade de
reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão
como beneficiário - torna-se então essencial. A reforma do aparelho
do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da
eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo
desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. (grifos
nossos)

A administração gerencial foi uma forma de flexibilizar alguns dos


princípios da burocracia weberiana, aumentando a autonomia dos agentes
públicos. Ainda segundo o Plano Diretor:
A administração pública gerencial constitui um avanço e até um certo
ponto um rompimento com a administração pública burocrática. Isto
não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios.
Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada
na anterior, da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos
seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos
critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal
de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o
treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma de
controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-
se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da
administração pública, que continua um princípio fundamental.

Percebam, portanto, que boa parte dos princípios do modelo burocrático


são preservados. Na verdade, a administração gerencial busca fundamento
no modelo burocrático, adequando alguns mecanismos que, por excessiva
rigidez, causavam a ineficiência da máquina pública.
00000000000

Muitas das atividades que eram executadas diretamente pelo governo


passam a ser executadas pela iniciativa privada, substituindo o Estado
empresário ou desenvolvimentista pelo Estado Regulador, que se preocupa
em coordenar as atividades e estimular o mercado através do fomento.
A descentralização também é marcante no gerencialismo, ocorrendo
tanto em nível político, passando para estados e municípios as competências
de âmbito local e regional; quanto em nível administrativo, passando as
competências de órgãos centrais para os setoriais e delegando poder ao longo
de toda a estrutura organizacional.

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O conceito de qualidade também sofre uma grande revolução. Antes, um
programa de qualidade era aquele que atendia aos regulamentos, seguindo
rigorosamente os processos administrativos. No novo paradigma, a qualidade
passa a ser entendida com o atendimento das demandas dos cidadãos-
usuários. Ou seja, na administração gerencial um programa de qualidade é
aquele que resolve os problemas da população.
Outra característica marcante é que a desconfiança prévia, tão marcante
da burocracia, dá lugar a uma confiança, ainda que limitada, para os
servidores públicos. De acordo com o PDRAE,
O paradigma gerencial contemporâneo, fundamentado nos
princípios da confiança e da descentralização da decisão, exige
formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas,
descentralização de funções, incentivos à criatividade.
Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia
tradicional. À avaliação sistemática, à recompensa pelo desempenho, e
à capacitação permanente, que já eram características da boa
administração burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação
para o cidadão-cliente, do controle por resultados, e da competição
administrada.

Dessa forma, através desse nível de confiança, os gestores públicos


ganham a autonomia para exercer suas atividades, devendo, por
contrapartida, retribuir com mais resultados.
O modelo gerencial empregou diversas ferramentas oriundas da iniciativa
privada, incorporando vários de seus princípios. No entanto, não podem ser
confundidas, pois a iniciativa privada é financiada com recursos de seus sócios
e acionistas, com vistas a obter o lucro. Já a gestão pública é financiada com
recursos dos cidadãos, devendo obedecer ao princípio da impessoalidade, e
tendo como missão gerar valor para a sociedade e formas de garantir o
desenvolvimento sustentável, sem perder de vista a obrigação de utilizar os
00000000000

recursos de forma eficiente.


Por fim, quadro abaixo apresenta as características dos modelos
burocrático e gerencial, resumindo as características vistas até aqui e
incluindo outras informações14:

Item Modelo Burocrático Modelo Gerencial


Teoria Contemporânea de
Teoria Burocrática de Max Weber
Administração de Empresas
Teoria Aplicada (formalismo, racionalidade,
(flexibilidade, eficiência, eficácia,
impessoalidade etc.)
efetividade etc.)

14
LORIGADOS, Wilson; LIMA, Fernanda T; SANCHEZ Alessandra, 2003 (com adaptações), apud Paludo, 2013, p. 69.

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Combate ao Patrimonialismo Combate à Burocracia (ineficiência e
Motivação
(corrupção e nepotismo) rigidez excessiva)
1ª Fase: 1930-1945 – Burocracia
1967 – Primeiro Momento com o DL
clássica
Marcos 200 CF/1988 – retrocesso Burocrático
Criação do DASP-1936/1938
Históricos 1995 – Plano Diretor de Reforma do
2ª Fase: 1945 – até a reforma gerencial
Aparelho de Estado
de 1995
Desenvolvimentista (Estado
Papel do Estado Coordenação, Regulação, Fomento
empresário)
Tipo de
Direta Indireta (atuação predominante)
Administração
Foco Autorreferida (processos e tarefas) Usuário-Cidadão
Ênfase Meios Estrutura Organizacional Fins Resultados
Descentralização: Política para Estados
Centralização Política e Administrativa e Municípios, e Descentralização
Administrativa, Delegação e Outorga
Mais autonomia para Gerentes e
Formalismo e Padronização
Servidores
Normas e Regulamentos escritos Incentivo a Inovação
Principais Estrutura Hierárquica Flexível – com
Estrutura Hierárquica Rígida
Ideias redução de níveis
Critério Técnico de Seleção – Critério Técnico de Seleção –
profissionalismo profissionalismo
Competência Técnica e Meritocracia Competência Técnica e Meritocracia
Controle a priori dos processos Controle a posteriori dos resultados
Separação de Interesses – Público x Separação de Interesses – Público x
Privado Privado
Satisfação de seus interesses: bem;
Satisfação dos interesses da
Satisfação das necessidades do
Qualidade Organização: razoavelmente;
Usuário-Cidadão
Satisfação dos interesses dos Usuários:
toleravelmente
Melhora permanente dos Processos de
acordo com as demandas da sociedade
Comparações dos Resultados com
Ações para Melhora dos Processos de acordo com
outras organizações
Qualidade decisão dos Órgãos Centrais
00000000000

Programas Sucessivos de Qualidade


com Comitê de Apoio aos Órgãos e
Entidades
Alto grau de controle e padronização Políticas gerais a cargo do Poder
profissional, com clara divisão do Central – com ampliação da autonomia
trabalho dos gerentes
Descentralização para moldar o
Autoridade compartilhada em certo
funcionalismo às exigências reais do
grau (nível central)
Gestão de RH serviço
Gestão da informação e do
Estrutura tripartite: corpo político
conhecimento, e implementação de
orientador; agência de supervisão das
sistema de informação e de
práticas; e órgão específico para
administração financeira sofisticados
controle financeiro
para controle de custos

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Treinamento para administrar sistemas
Algum mecanismo de coordenação e tomar decisões que afetam a gestão
de RH
Pequeno grau de desconcentração Remuneração por desempenho
Emprego estável – ingresso por (teoria15), carreiras horizontais,
concurso (em regra) e promoção por capacitação continuada, realocação de
antiguidade servidores conforme necessidades
Estratégico – com desenhos de novos
processos e modelos de
Tecnologia da Componente Instrumental – na busca
relacionamento entre governos, e com
Informação – TI de eficiência e no controle
clientes, fornecedores, cidadãos e
demais agentes
Administração de sistemas de
Administração Administração da Tecnologia da
informação e administração dos
da TI Informação na Era da Informação
recursos da informação
Utilização dos recursos de TIC para
aumento da eficiência, eficácia e
efetividade de toda a natureza; para
Utilização dos recursos de TI no
Governo formulação de políticas; para prestação
aumento da eficiência e da eficácia das
Eletrônico de serviços (internet, telefone etc.);
ações internas de natureza operacional
para aumento das práticas
democráticas e do exercício da
cidadania
Estrutura Estruturas burocráticas e Estruturas menos hierarquizadas e
Organizacional hierarquizadas Estruturas em rede
Estado/Governo Estado/Governo burocrático Estado-Rede
Comunicação Instrumental Participativa
Planejamento
Centralizado Democrático
Estratégico

Para consolidar, vamos resolver questões.

1. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) O modelo burocrático foi adotado


00000000000

por diversos países em substituição ao modelo patrimonialista de administração


pública, no qual o patrimônio público não se distinguia do privado.
Comentário: esse é o tipo de questão mais comum. Precisamos saber que os
modelos de administração no Brasil se sucederam da seguinte forma:

15
O modelo gerencial propõe a remuneração variável por desempenho. Entretanto, diversas carreiras públicas estão
implementando a remuneração por subsídio, nos termos dos §§ 4º e 8º do artigo 37 da CF/88, que deve ser pago
em parcela única, sem adicionais. Assim, podemos dizer que a remuneração variável está mais na teoria do que na
prática, ocorrendo apenas em algumas situações pontuais.

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Burocrático Gerencial
Patrimonial
(a partir de
(até 1930) (1930-1995) 1995)
As datas marcadas acima não significam que os modelos foram abruptamente
superados, mas sim que ocorreram eventos que fizeram com que o modelo
subsequente passasse a ser implementado. Com efeito, nos dias atuais,
predomina o modelo gerencial, porém ainda persistem fortes características do
modelo patrimonial (como o nepotismo) e burocrático (como os controles de
processos).
Ademais, o modelo patrimonial existiu em diversos países, mas foi sendo
superado pela burocracia à medida que a industrialização e a ascensão da
burguesia passam a exigir um modelo mais organizado de Estado.
Por fim, sabe-se que a característica marcante do patrimonialismo era a
confusão do patrimônio público e privado do rei. Portanto, o item está correto.
Gabarito: correto.

2. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) Nas gestões que adotaram os


modelos gerenciais de administração pública, os quais surgiram como uma fase de
modernização do modelo burocrático, o Estado permaneceu responsável pela
formulação e execução de serviços prestados à sociedade de forma direta.
Comentário: no modelo gerencial, que buscou superar o modelo burocrático,
passou-se a se difundir a prestação indireta dos serviços pelo Estado. Conforme
vimos no quadro ao final da teoria, a ênfase no tipo de administração é indireta.
Dessa forma, adotou-se uma forte descentralização, fomentando as concessões
de serviços públicos e também a publicização (prestação dos serviços por meio
de entidades paraestatais, como as organizações sociais).
00000000000

Assim, o Estado se encarregaria da formulação de políticas públicas, mas a


prestação dos serviços ocorreria de forma indireta, pelo menos
predominantemente. Logo, o item está incorreto.
Gabarito: errado.

3. (Cespe - Auditoria Governamental/CGE-PI/2015) O modelo gerencial da


administração pública é dinamizado por meio da concessão de liberdade gerencial aos
gestores públicos, aspecto essencial para que seja garantida a cobrança de resultados
e para o estabelecimento de metas e condições de accountability.

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Comentário: o modelo gerencial pauta-se na confiança, ainda que limitada, para


os agentes públicos. Assim, diminuem-se os controles de procedimento,
adotando-se os controles por resultado. Logo, há uma maior liberdade gerencial
aos gestores públicos, que podem adotar decisões mais rápidas.
Vamos dar um exemplo bem simples: no lugar de um agente ter que pedir
autorização para adotar uma decisão, pode-se desconcentrar essa competência,
permitindo-se que o mesmo agente decida diretamente.
Assim, no modelo gerencial, aumentou-se a liberdade dos gestores públicos.
Contudo, tal liberdade só pode ser concedida por meio do estabelecimento de
metas e meios de accountability, que, de forma resumida, é o aumento da
transparência da atividade administrativa e responsabilização dos agentes
públicos.
Gabarito: correto.

4. (Cespe – ATA/Suframa/2014) No Estado patrimonial, a estrutura pública é tida


como extensão do poder do soberano, de modo que seus servidores possuem status
de nobreza.
Comentário: a principal característica da administração ou Estado patrimonial é
a confusão entre o patrimônio público e o privado do soberano. Assim, o rei ou
soberano administrava o Estado como se fosse seu patrimônio. Ademais, não
existiam carreiras profissionais na Administração, pois os servidores sequer
recebiam salários. Por isso, os cargos eram chamados de prebendas ou
sinecuras, em que ocupar um cargo possuía status de nobreza.
Gabarito: correto.

5. (Cespe – Agente Administrativo/Suframa/2014) O modelo burocrático de


organização, em que predominam as rotinas e procedimentos estabelecidos nos
cargos, constitui referencial de gestão em que as pessoas fazem o que lhes é imposto
00000000000

e não o que preferem.


Comentário: no modelo burocrático, são desenvolvidas várias rotinas pré-
estabelecidas. Para Weber, as organizações devem ter uma rotina eficiente
definida para todas as atividades. Assim, não caberia aos agentes escolherem
qual conduta adotar, mas sim seguir estritamente o que consta nos
regulamentos. Portanto, os profissionais fariam aquilo que está escrito para
aquela atividade e não aquilo que prefeririam.
Gabarito: correto.

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6. (Cespe – ATA/MDIC/2014) Desde 1930, têm sido desenvolvidas ações na
administração pública para que o modelo patrimonialista de gestão seja adotado pelo
Estado brasileiro.
Comentário: o modelo patrimonialista era o que predominava até a década de
1930. A partir daí, tentou-se implementar o modelo burocrático de gestão,
pautado no profissionalismo, impessoalidade e formalidade. Depois disso,
ocorreram tentativas de se superar o modelo burocrático, mas foi com o Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, em 1995, que de fato se iniciou a
reformulação da Administração para o modelo gerencial. Todavia, é possível
dizer que alguns resquícios do patrimonialismo sobrevivem até hoje, mas desde
a década de 1930 são desenvolvidas ações para superá-lo.
Gabarito: errado.

7. (Cespe – Técnico/ICMBio/2014) As teorias das organizações, além de


contribuírem para o modelo brasileiro de administração pública, especialmente a teoria
da burocracia, ajudaram a despertar novos enfoques sobre a motivação humana. A
respeito desse assunto, julgue o item subsecutivo.
A administração pública burocrática se preocupa com o processo legalmente definido
por meio de normativos; a administração pública gerencial é orientada mais para
resultados.
Comentário: enquanto a administração pública burocrática pautava-se no
desenvolvimento de regras para os processos, de forma que todas as etapas do
procedimento pudessem ser minuciosamente controladas; na administração
gerencial o controle é por resultados. Assim, o processo é tratado como mero
meio para se alcançar o resultado final. Portanto, o controle de procedimento
perde importância, dando lugar ao controle por resultados, ou seja, busca-se
analisar o que efetivamente é entregue para a sociedade.
Gabarito: correta. 00000000000

8. (Cespe – Técnico Judiciário/TJ-CE/2014) Com relação aos modelos de gestão


pública patrimonialista, burocrático e gerencial, assinale a opção correta.
a) A organização dos sistemas para o gerenciamento da administração pública
fundamenta-se na teoria desenvolvida por Max Weber, excluindo-se, ainda conforme
a teoria de Weber, a legitimidade para a prática dos atos de gestão com base na lei.
b) O modelo de administração burocrático é considerado o primeiro modelo organizado
de administração do Estado.
c) A ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo e o
desenvolvimento da profissionalização constituem princípios orientadores da
administração burocrática.

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d) No modelo de administração patrimonialista, em sua forma desorganizada, havia
clara distinção entre bens públicos e particulares.
e) Um aspecto fundamental que contribuiu para a melhoria da administração
patrimonialista foi o desenvolvimento de ferramentas para o controle dos abusos e da
pessoalidade.
Comentário: vamos analisar diretamente cada alternativa:
a) para Weber, o fundamento de tudo deveria estar na lei. Logo, não se poderia
excluir a legitimidade dos atos de gestão com base na lei, pois esta deveria ser
justamente a fonte de legitimidade dos atos de gestão – ERRADA;
b) essa é uma alternativa que pode causar muita confusão. Em tese, o primeiro
modelo de gestão de Estado foi o patrimonialismo. Todavia, o patrimonialismo
era marcado pela confusão do patrimônio público e privado do rei, não existindo
uma organização da administração pública. Assim, pode-se dizer que o primeiro
modelo organizado de administração do Estado foi o burocrático. Logo, essa
opção (também) estaria correta. Contudo, a banca deu o item como errado.
Vamos analisar, logo abaixo, que há uma alternativa “melhor” que essa. Porém,
se ela fosse aplicada em uma prova de verdadeiro ou falso, certamente eu
também a marcaria como correta. Porém, para a prova, devemos considerar que
o Cespe entende que o modelo burocrático não é o primeiro modelo organizado
de Estado – logo, devemos deduzir que o primeiro modelo organizado seria o
patrimonialismo – ERRADA;
c) essa alternativa reflete justamente as características do modelo burocrático:
ideia de carreira, hierarquia funcional, impessoalidade, formalismo e
desenvolvimento da profissionalização. Essa alternativa é “melhor” que a
anterior, por isso constitui o nosso gabarito – CORRETA;
d) no patrimonialismo, não havia distinção entre o bem público e o privado –
ERRADA;
e) o controle de abusos e da pessoalidade (que deveria ser substituída pela
00000000000

impessoalidade) só veio a ser implementado com a administração burocrática.


Logo, tais mecanismos não contribuíram para o aprimoramento do
patrimonialismo, mas sim para a sua superação – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

9. (Cespe – Técnico/TJ/2012) O modelo de administração pública no Brasil que se


baseia nos princípios da formalidade, da impessoalidade e do profissionalismo, é
conhecido como modelo
a) democrático.
b) patrimonialista.
c) gerencial.

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d) burocrático.
e) neoliberal
Comentário: vamos começar pelos ensinamentos de Bresser-Pereira e Motta16
ao falarem do modelo de administração burocrática:
São três as características básicas que traduzem o seu caráter
racional: são sistemas sociais (1) formais, (2) impessoais, (3)
dirigidos por administradores profissionais, que tendem a
controla-las cada vez mais completamente.

Perceba que temos um tripé fundamental do modelo burocrático: formalidade,


impessoalidade e profissionalização.
A democracia é um regime de governo em que o povo participa, direta ou
indiretamente, das decisões. O patrimonialismo é marcado pela confusão entre
patrimônio público e privado. O gerencialismo flexibiliza as regras da burocracia
para estabelecer um Estado mais eficiente. O neoliberalismo representa duas
correntes que ocorreram em momentos distintos. A primeira, nos anos 30,
defendia novas ideias para o Estado regulador e assistencialista; a segunda, a
partir dos anos 60, propondo a liberdade absoluta dos mercados.
Gabarito: alternativa D.

10. (Cespe – Técnico/TJ/2012) A respeito das reformas administrativas e da nova


gestão pública, assinale a opção correta.
a) A nova gestão pública reúne características positivas dos modelos patrimonial e
gerencial de administração pública.
b) A última reforma administrativa que se têm notícia no Brasil foi aquela baseada nos
princípios burocráticos estabelecidos pelo presidente Vargas.
c) A administração pública gerencial é multifuncional, define indicadores, mede e
analisa resultados, foca no cidadão e procura flexibilizar as relações de trabalho.
d) O modelo de administração pública burocrático é orientado para resultado,
concentra-se no processo, controla procedimentos e possui alta especialização.
00000000000

e) A reforma administrativa resultante da independência do Brasil apresentou o


patrimonialismo como modelo de administração pública, que, apesar de superado,
ainda revela grande importância no governo do país.
Comentário:
a) errada: a nova gestão pública é uma evolução do modelo burocrático;
b) errada: a última reforma administrativa do Brasil é a gerencial, iniciada em
1995 com o PDRAE;

16
Bresser-Pereira e Motta, 2004.

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c) correta: a multifuncionalidade da reforma gerencial pode ser demonstrada


pela definição de indicadores de desempenho, análise de resultados da gestão
pública, orientação para o cidadão, além da flexibilização das relações de
trabalho através da extinção do regime jurídico único (hoje suspensa);
d) errada: o modelo burocrático não é orientado por resultados; e
e) errada: o modelo patrimonialista vem de muito antes da independência,
estando presente desde o período colonial.
Gabarito: alternativa C.

11. (Cespe – Técnico/TJ/2012) Assinale a opção que corresponde ao modelo de


administração pública cujo clientelismo é característica predominante.
a) neoliberal
b) patrimonial
c) ditatorial
d) democrático
e) gerencial
Comentário: o neoliberalismo é um período histórico, conforme comentamos
acima. O regime ditatorial é marcado pelo domínio de determinados grupos
independentemente da escolha do povo, a exemplo do primeiro Governo Vargas
(Estado Novo) e de todo o período do Governo Militar (1964-1985). Esses dois
casos foram marcados pelo modelo burocrático. A democracia é um regime de
governo. O modelo gerencial é marcado pela busca da eficiência. O clientelismo,
definido como uma relação de lealdade entre sujeitos em situações desiguais na
qual ocorre a concessão de benefícios (como empregos) em troca de apoio
político (principalmente o voto), é típico da administração patrimonial.
Gabarito: alternativa B.

12. (Cespe – Analista/ANAC/2012) De acordo com o modelo patrimonialista, o gestor


00000000000

público deve ter autonomia para gerir os recursos humanos, materiais e financeiros
colocados à sua disposição, a fim de que os objetivos contratados e a finalidade
pública sejam atingidos.
Comentário: no gerencialismo, entende-se que os gestores devem receber,
ainda que de forma limitada, um grau de confiança, permitindo que atuem com
maior autonomia para gerir os recursos em troca do compromisso de atingir os
resultados pactuados.
Gabarito: errado.

13. (Cespe – Analista/ANAC/2012) O modelo gerencial compreende a


implementação de conceitos como o de accountability na administração pública.

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Comentário: a accountability é um termo que não tem tradução específica para


o português. De certa forma, envolve a relação entre o povo, que delega a
atribuição de administrar, e o gestor, que recebe essa atribuição. Assim, os
interesses dos cidadãos são preservados através da transparência,
responsabilização e prestação de contas. O modelo gerencial compreende a
implementação dos conceitos de accountability na administração pública.
Gabarito: correto.

14. (Cespe – Analista/ANAC/2012) O modelo burocrático adotado no Brasil


caracteriza-se pela racionalidade absoluta e pela grande despersonalização no
relacionamento.
Comentário: a racionalidade absoluta (coerência com os fins visados) e a
despersonalização (decorrente da impessoalidade) são características do
modelo burocrático adotado.
Gabarito: correto.

15. (Cespe – Técnico/MC/2013) Uma desvantagem do modelo de administração


pública burocrática é a grande pessoalidade existente nas relações entre chefia e
subordinados.
Comentário: um dos princípios do modelo burocrático é a impessoalidade.
Gabarito: errado.

16. (Cespe – Técnico/MC/2013) A administração pública burocrática busca enfatizar


o conhecimento técnico-profissional, o que garante sua superioridade em relação a
outros modelos de administração.
Comentário: para Weber, o modelo burocrático é superior em relação aos
demais, principalmente pelo seu aspecto racional-legal, que enfatiza o uso do
conhecimento técnico profissional. 00000000000

Gabarito: correto.

17. (Cespe – Técnico/MC/2013) O modelo da administração pública patrimonialista


foi o primeiro esforço do Estado em cuidar do patrimônio público, mediante a criação
de mecanismos de controle e de preservação do uso indevido dos bens do Estado
pelos servidores.
Comentário: a preocupação em cuidar do patrimônio público surgiu com a
burocracia weberiana.
Gabarito: errado.

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18. (Cespe – Técnico/MC/2013) Uma das características da administração pública
patrimonialista é a ausência de carreiras administrativas definidas em sua estrutura
organizacional.
Comentário: no patrimonialismo, não existiam carreiras profissionais. Os cargos
públicos eram ocupados por amigos do rei, sendo considerados prebendas ou
sinecuras.
Gabarito: correto.

19. (Cespe – Técnico/MC/2013) Uma organização pública com base no modelo


patrimonialista apresenta grande permeabilidade à participação social-privada na
instituição.
Comentário: a permeabilidade à participação social privada veio com o modelo
gerencial.
Gabarito: errado.

20. (Cespe – Técnico/MC/2013) Uma organização pública que adota os pressupostos


da administração burocrática busca combater o nepotismo na instituição.
Comentário: a administração burocrática emergiu justamente para combater o
nepotismo e a corrupção presentes no patrimonialismo.
Gabarito: correto.

Com relação a administração pública burocrática, pós-burocrática, gerencial e


empreendedorismo gerencial, julgue os itens a seguir.
21. (Cespe – Técnico/MC/2013) A burocracia weberiana ideal não se consolidou no
Brasil, em função das brechas das normas legais contrárias à burocracia racional-
legal.
Comentário: ensina Augustinho Paludo17 que: “A burocracia ideal de Weber não
se consolidou no Brasil porque as normas legais deixavam brechas contrárias à
00000000000

burocracia racional-legal”. O Brasil nunca teve uma burocracia weberiana


consolidada como na Europa.
Gabarito: correto.

22. (Cespe – Técnico/MC/2013) A administração pública gerencial adota os mesmos


pressupostos da iniciativa privada, em termos de planejamento, controle e resultados.
Comentário: as organizações privadas buscam o lucro financeiro e formas de
garantir a sustentabilidade do negócio. A administração pública busca gerar
valor para a sociedade e formas de garantir o desenvolvimento sustentável, sem

17
Paludo, 2012, p. 64.

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perder de vista a obrigação de utilizar os recursos de forma eficiente. Assim,
embora o modelo gerencial incorpore mecanismos típicos do setor privado, não
são exatamente os mesmos pressupostos.
Gabarito: errado.

23. (Cespe – Técnico/MC/2013) A ênfase da administração pública gerencial recai


sobre o controle do processo em detrimento do resultado, pois, segundo esse modelo,
é por meio do acompanhamento dos indicadores de tendência que os objetivos fixados
são alcançados.
Comentário: a administração gerencial utiliza os controles de resultado. A
segunda parte está correta, pois o indicador de tendência é aquele que busca
prever o resultado, sendo utilizado para acompanhar o desempenho de
programas.
Gabarito: errado.

24. (Cespe – Técnico/MC/2013) A organização pública que adotar o paradigma pós-


burocrático avançará nos pressupostos da burocracia, porém com maior ênfase no
rigor técnico da burocracia tradicional.
Comentário: o paradigma pós-burocrático ocorreu previamente à reforma
gerencial e corresponde a um conjunto de ideias contrárias às práticas
burocráticas, contrapondo-se ao formalismo e ao rigor técnico da burocracia
tradicional.
Gabarito: errado.

25. (Cespe – Analista/TRE/2013) Uma organização pública que se estruture de modo


a privilegiar o aspecto organizacional, a meritocracia e a formalidade dos processos,
objetivando a previsibilidade, sem oferecer remuneração variável ou se preocupar
muito com o ambiente onde está inserida, é identificada como administração
a) contingencial.
00000000000

b) burocrática.
c) sistêmica.
d) científica.
e) das relações humanas.
Comentário: são características da burocracia segundo Max Weber18:
 caráter legal das normas e regulamentos;
 caráter formal das comunicações;

18
Chiavenato, 2012.

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 caráter racional das comunicações;
 impessoalidade nas relações;
 hierarquia de autoridade;
 rotinas e procedimentos padronizados;
 competência técnica e meritocracia;
 especialização da administração;
 profissionalização dos participantes; e
 completa previsibilidade do funcionamento.
Tais características, por excessividade e pouca flexibilidade, não consideram
aspectos como a remuneração variável (baseada no desempenho) e também não
leva em conta as diversidades do ambiente em que se insere.
Vejamos um pouco sobre as demais alternativas:
a) errada: o modelo contingencial salienta que não há nada de absoluto nas
organizações, tudo varia de acordo com as situações.
c) errada: a abordagem sistêmica se baseia na compreensão da dependência
recíproca de todas as disciplinas, ou seja, a integração sistemática entre
diversas disciplinas.
d) errada: a administração científica surgiu dos ensinamentos de Taylor como
uma forma de diminuir os desperdícios e aumentar a eficiência a partir das
tarefas (nível operacional). Tinha como princípio a divisão do trabalho dos
operários (especialização).
e) errada: a teoria das relações humanas surge da necessidade de corrigir a
tendência à desumanização do trabalho advinda dos princípios da
Administração Científica. Nesse contexto, esta teoria aplica os novos conceitos
das ciências humanas aplicadas às organizações industriais.
00000000000

Gabarito: alternativa B.

26. (Cespe – Técnico/TRE/2011) O gestor público que se pauta pelo modelo


patrimonialista age de acordo com o princípio que preconiza ser o Estado aparelho
que funciona em prol da sociedade.
Comentário: segundo o PDRAE:
No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma
extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores,
possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados
prebendas. A res publica não é diferenciada das res principis. Em
conseqüência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de

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administração. No momento em que o capitalismo e a democracia se
tornam dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se
distinguir do Estado. Neste novo momento histórico, a administração
patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável.

Percebam que, nesse modelo, o “gestor” não age em prol da sociedade, pois o
patrimônio público é confundido com o patrimônio do Rei, que atua no interesse
próprio e de pequenos grupos que o apoiam.
Por esse motivo, o modelo patrimonialista foi substituído (em tese) pela
administração burocrática weberiana.
Gabarito: errado.

27. (Cespe – Analista/TRE/2011) No modelo gerencial, a governança constitui


importante ação governamental, visto que propõe a ampliação do papel da sociedade
civil organizada e a diminuição do tamanho do Estado.
Comentário: de acordo com Bresser-Pereira: "governança é a capacidade
financeira e administrativa, em sentido amplo, de um governo implementar
políticas."
Em complemento, vejamos os ensinamentos de Paludo19:
A nova governança contempla a possibilidade de múltiplas
participações e parcerias intra e interorganizacionais na tomada de
decisão e na implementação/controle das políticas públicas, gerando
corresponsabilidade.

A participação da sociedade civil organizada, através dos conselhos gestores,


organizações sociais (OS), organizações da sociedade civil de interesse público
(Oscip), assim como a diminuição do tamanho do Estado, através das
privatizações e publicizações, são importantes instrumentos no aumento da
eficiência e, com isso, da capacidade de implementar políticas públicas,
aumentando, assim, a governança. 00000000000

Gabarito: correto.

28. (Cespe – Analista/TRE/2011) As principais tendências do modelo gerencialista


de administração pública incluem centralização administrativa e política e manutenção
de funções do Estado, sem qualquer autonomia para o mercado e a sociedade.
Comentário: é justamente o contrário, no modelo gerencialista, busca-se a
descentralização política, como forma de aumentar a autonomia dos estados e
municípios; e a descentralização administrativa, através das privatizações,
concessões, permissões e autorizações de serviços públicos. A
descentralização deve ser posta em prática em três planos, vejamos:

19
Paludo, 2013.

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 dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se
claramente o nível de direção do de execução;
 da Administração Federal para a das unidades federadas, quando
estiverem devidamente aparelhadas e mediante convênio; e
 da Administração Federal para o setor privada, mediante contratos ou
concessões.
Ainda nesse sentido, o Estado deve diminuir sua intervenção direta na
economia, aumentando a participação da sociedade e do mercado.
Gabarito: errado.

29. (Cespe – Analista/TRE/2011) Enquanto o modelo burocrático utiliza o controle


rígido para combater a corrupção, o modelo pós-burocrático adota meios como
indicadores de desempenho e controle de resultados.
Comentário: o modelo burocrático é baseado na desconfiança prévia nos
administrados. Nesse contexto, são necessários controles rígidos de
procedimentos como forma de combater o nepotismo e a corrupção. Todavia, o
excessivo formalismo acaba desencadeando uma das disfunções da burocracia,
pois o gestor não se preocupa mais com o resultado de sua ação e sim com a
conformidade com os procedimentos delineados.
Na antemão, o modelo pós-burocrático utiliza indicadores de desempenho e
controle de resultados (não confunda paradigma pós-burocrático [conjunto de
ideias que repudiam a ineficiência da burocracia] com o modelo pós-burocrático
[modelo gerencial]).
Gabarito: correto.

30. (Cespe – Analista/TRE/2011) Depois da reforma gerencial do Estado, adotou-se


o controle por resultados nos serviços públicos, fato que acarretou aumento do grau
de centralização das atividades exclusivas do Estado.
00000000000

Comentário: um dos princípios da reforma gerencial é a descentralização, tanto


política, quanto administrativa. Nesse contexto, o Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado (PDRAE) distingue quatro setores distintos do aparelho do
Estado:
 Núcleo Estratégico;
 Atividades Exclusivas;
 Serviços Não Exclusivos; e
 Produção de Bens e Serviços para o Mercado.

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Nas atividades exclusivas, encontra-se a competência de regulamentar,


fiscalizar e fomentar, ou seja, o poder extroverso. Essas atividades
permaneceram com o Estado, mas muitas delas foram descentralizadas da
União para os estados e municípios.
Gabarito: errado.

31. (Cespe – Analista/TRE/2011) O estado de bem-estar, que considera como foco


da gestão pública o atendimento ao cidadão-cliente, deve evitar intervir nos
mecanismos de mercado, mesmo se o objetivo da intervenção for proteger
determinados grupos.
Comentário: o Estado do Bem-Estar Social (welfare stare) surgiu no período pós-
segunda guerra mundial. Foi a forma de amenizar os efeitos da concentração de
renda, além de ajudar a combater as correntes socialistas presentes, uma vez
que o capitalismo tinha receio de que as classes trabalhadoras, insatisfeitas com
as condições de vida oferecidas pelo Estado, disseminassem pensamentos
socialistas. Assim, buscou-se disponibilizar condições mínimas de renda,
alimentação, saúde, educação, habitação, entre outros.
O conceito de cidadão-cliente surgiu no período gerencial, foi uma evolução dos
conceitos anteriores. Aqui o cidadão vai além de mero contribuinte que deve ter
retorno dos impostos que paga, deve ser incentivado a participar ativamente das
decisões sociais. Medidas importantes nesse contexto são as ferramentas de
transparência disponibilizadas, o orçamento participativo, as assembleias
públicas, etc.
Por fim, no período do Estado do Bem-Estar Social, as intervenções nos
mecanismos de mercado eram constantes.
Gabarito: errado.

32. (Cespe – TJ/CNJ/2013) A administração pública burocrática é orientada para a


00000000000

racionalidade absoluta e prevê o controle rígido dos processos e procedimentos como


o meio mais seguro para evitar o nepotismo e a corrupção.
Comentário: o modelo burocrático surgiu para combater a corrupção e o
nepotismo, é orientada para a racionalidade absoluta e prevê a utilização de
rígidos controles de processos e procedimentos realizados a priori.
Gabarito: correto.

33. (Cespe – TJ/CNJ/2013) De acordo com a administração pública gerencial, o


servidor público trabalha para atender aos cidadãos, considerados consumidores e
clientes, mediante a descentralização da decisão e das funções.

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Comentário: o modelo gerencial incorporou a preocupação com as


necessidades do cliente/consumidor dos serviços públicos e tem entre seus
princípios a descentralização de decisões e funções.
Gabarito: correto.

A nova gestão pública ou a administração pública gerencial refere-se a um tipo de


gestão que emprega o modelo de mercado, a ideia de gestão voltada ao consumidor
e a adoção de tecnologias para o aumento da produtividade. Acerca desse assunto,
julgue o item a seguir.
34. (Cespe - AJ/CNJ/2013) O gerencialismo caracteriza-se por manobras
administrativas, como competição, incentivos de mercado, mensuração de
desempenho, foco na produtividade e desregulamentação.
Comentário: todas essas manobras administrativas estão presentes no
gerencialismo, vamos detalhar:
 competição – externa, por meio dos mercados, e interna, entre os órgãos
públicos (quando for possível);
 incentivos ao mercado – fomento de atividades e subsídios econômicos e
sociais;
 mensuração de desempenho – utilizando os diversos indicadores de
desempenho (eficiência, eficácia, efetividade);
 produtividade – fornecer mais serviços com menos recursos; e
 desregulamentação – eliminar as normas e regulamentos excessivos e
deixar que os mecanismos de mercado fluam melhor.
Gabarito: correto.

35. (Cespe - AJ/CNJ/2013) De acordo com a nova gestão pública, o governo deve
adotar, além de técnicas de gestão de negócios, valores relativos aos negócios, dos
00000000000

quais derivam práticas que foram propostas desde a gestão científica até a gestão da
qualidade total.
Comentário: a administração gerencial incorporou mecanismos típicos do setor
privado como as técnicas e valores relativos aos negócios. Até aqui está fácil. A
segunda parte fala que dos valores relativos aos negócios derivam práticas que
foram propostas desde a gestão científica (de Frederick Taylor) até a gestão da
qualidade total. A administração é uma ciência só, apenas apresenta algumas
divergências entre os setores público e privado. Assim, diversas práticas foram
incorporadas na gestão de negócios desde Taylor até a qualidade total. O item
está perfeito.

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Gabarito: correto.

36. (Cespe - AJ/CNJ/2013) A administração pública gerencial, estimulada pela crise


fiscal da década de 70 do século passado, segue fundamentos do racionalismo
econômico, como medidas de austeridade fiscal e o evitamento de privatizações e
terceirizações.
Comentário: a administração pública gerencial incentivou as privatizações e as
terceirizações. O restante do item está correto.
Gabarito: errado.

Com referência à administração pública do modelo racional-legal ao paradigma pós-


burocrático, julgue o item que se segue.
37. (Cespe - TJ/TRT/2013) A burocracia nos moldes weberianos é definida como o
tipo ideal de organização que aplica, em sua forma mais pura, a autoridade racional-
legal.
Comentário: para Weber a burocracia era o tipo ideal de organizacional, pois
substituiu os modelos irracionais patrimonialistas por uma proposta que aplica
a autoridade racional-legal com os princípios da formalidade, impessoalidade e
profissionalização.
Gabarito: correto.

38. (Cespe - TJ/TRT/2013) Preservando a ideologia do formalismo e do rigor técnico


da burocracia tradicional, a administração pública gerencial proporcionou um sistema
de gestão e controle centrado em resultados.
Comentário: a administração gerencial contrapôs o formalismo e o rigor técnico
da burocracia (na verdade, isso já ocorreu no paradigma pós-burocrático).
Gabarito: errado.
00000000000

39. (Cespe – Agente Administrativo/TCE-RO/2013) Uma organização pública que,


para evitar a hierarquização, busque maior flexibilidade deverá adotar o modelo da
administração pública burocrática que, apesar de lento, é simples e não privilegia
maiores formalismos.
Comentário: a administração pública burocrática privilegia o formalismo, tem
como característica a hierarquização e não é um modelo simples. Além disso,
não há como evitar a hierarquia, isso faz parte das organizações. O que ocorre
atualmente é a diminuição de níveis hierárquicos (horizontalização).
Gabarito: errado.

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40. (Cespe – Agente Administrativo/TCE-RO/2013) O controle dos abusos contra o
patrimônio público é uma das características almejadas pela administração pública
burocrática.
Comentário: a administração pública burocrática substituiu o patrimonialismo e
almejou acabar com a confusão entre o patrimônio público e o privado. Assim,
pode-se afirmar que o controle dos abusos contra o patrimônio público é uma
das características desejadas pela burocracia weberiana.
Gabarito: correto.

Considerando as principais abordagens da administração e a evolução da


administração pública no Brasil, julgue os itens a seguir.
41. (Cespe – Administrador/UNIPAMPA/2013) No modelo de administração pública
patrimonialista, os servidores públicos possuem status de nobreza real, e os cargos
funcionam como recompensas, o que contribui para a prática de nepotismo.
Comentário: as pessoas que ocupavam os cargos públicos, normalmente, eram
amigas do rei e gozavam de status de nobreza real. Os cargos eram
denominados prebendas ou sinecuras, uma vez que inexistia profissionalização
ou até salário para o seu desempenho. Tratava-se de uma verdadeira troca de
favores e recompensas.
Gabarito: correto.

42. (Cespe – Administrador/UNIPAMPA/2013) A administração pública gerencial foi


implantada no Brasil, na metade do século XX, em substituição ao modelo burocrático,
incompatível com o avanço do capitalismo.
Comentário: podemos guardar as seguintes datas:
 patrimonialismo – desde a colônia até 1930;
 administração pública burocrática – iniciou em 1930 (ou 1936 – Dasp);
00000000000

 administração pública gerencial – surge em 1995 com o PDRAE.


O modelo que se mostrou incompatível com o capitalismo foi o patrimonialismo,
que foi substituído pela burocracia weberiana.
Gabarito: errado.

43. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Um dos exemplos de motivadores das transformações


dos modelos organizacionais e de gestão pública foi a crise da eficiência do Estado
brasileiro, nas décadas de 70, 80 e 90 do século XX.
Comentário: segundo Bresser-Pereira20:

20
Bresser-Pereira, 2006.

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No Brasil, a percepção da natureza da crise e, em seguida, da
necessidade imperiosa de reformar o Estado ocorreu de forma
acidentada e contraditória, em meio ao desenrolar da própria crise.
Entre 1979 e 1994 o Brasil viveu um período de estagnação da renda
per capita e de alta inflação sem precedentes. Em 1994, finalmente,
estabilizaram-se os preços através do Plano Real, criando-se as
condições para a retomada do crescimento. A causa fundamental
da crise econômica foi a crise do Estado – uma crise que ainda
não está plenamente superada, apesar de todas as reformas já
realizadas. Crise que se desencadeou em 1979, com o segundo
choque do petróleo.

Os anos 70, 80 e 90 foram marcados por intensas crises, tendo como causa
fundamental a ineficiência do Estado.
Gabarito: correto.

Tendo em vista que a administração pública é uma matéria essencial para a efetivação
das políticas públicas e para a gestão governamental, julgue o item a seguir.
44. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) A moderna gestão pública trata essencialmente da
eficiência e da eficácia do sistema de administração governamental.
Comentário: a moderna gestão pública vai além da eficiência e da eficácia, trata
da efetividade da ação governamental. Basicamente, a eficiência é a relação
entre insumos (recursos) consumidos e produtos gerados. A eficácia é o alcance
de metas e objetivos. A efetividade representa os impactos ou resultados na
população alvo. Essa última avalia o quanto os programas de governo mudaram
a qualidade de vida da população.
Gabarito: errado.

45. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) A perspectiva da nova gestão pública ressalta que o


interesse público é uma representação da agregação de interesses individuais.
Comentário: questão bem teórica. A nova gestão pública tem como objetivo
00000000000

atender o interesse público, que nada mais é do que a agregação de interesses


individuais.
Gabarito: correto.

46. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) O modelo de administração burocrática adotado no


Brasil separou serviços de controle e passou a definir, medir e analisar resultados.
Comentário: o modelo burocrático faz o controle por processos. O modelo que
define, mede e analisa resultados é o gerencial.
Gabarito: errado.

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47. (Cespe – Técnico/MPU/2013) Segundo a concepção burocrática de
administração pública, o modo mais seguro de evitar o nepotismo e a corrupção no
serviço público é por meio do controle rígido dos processos e procedimentos.
Comentário: para a concepção burocrática o combate ao nepotismo e a
corrupção só pode ocorrer através de rigorosos instrumentos de controle de
processos e procedimentos, realizados a priori.
Gabarito: correto.

Concluímos por hoje. Este será o modelo de nossas aulas. Espero que
tenham gostado de nossa metodologia.
No próximo encontro, iremos estudar a evolução da administração
pública brasileira.
Espero por vocês!
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) O modelo burocrático foi adotado por


diversos países em substituição ao modelo patrimonialista de administração pública, no
qual o patrimônio público não se distinguia do privado.
00000000000

2. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) Nas gestões que adotaram os


modelos gerenciais de administração pública, os quais surgiram como uma fase de
modernização do modelo burocrático, o Estado permaneceu responsável pela
formulação e execução de serviços prestados à sociedade de forma direta.
3. (Cespe - Auditoria Governamental/CGE-PI/2015) O modelo gerencial da
administração pública é dinamizado por meio da concessão de liberdade gerencial aos
gestores públicos, aspecto essencial para que seja garantida a cobrança de resultados
e para o estabelecimento de metas e condições de accountability.

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4. (Cespe – ATA/Suframa/2014) No Estado patrimonial, a estrutura pública é tida
como extensão do poder do soberano, de modo que seus servidores possuem status de
nobreza.
5. (Cespe – Agente Administrativo/Suframa/2014) O modelo burocrático de
organização, em que predominam as rotinas e procedimentos estabelecidos nos cargos,
constitui referencial de gestão em que as pessoas fazem o que lhes é imposto e não o
que preferem.
6. (Cespe – ATA/MDIC/2014) Desde 1930, têm sido desenvolvidas ações na
administração pública para que o modelo patrimonialista de gestão seja adotado pelo
Estado brasileiro.
7. (Cespe – Técnico/ICMBio/2014) As teorias das organizações, além de contribuírem
para o modelo brasileiro de administração pública, especialmente a teoria da burocracia,
ajudaram a despertar novos enfoques sobre a motivação humana. A respeito desse
assunto, julgue o item subsecutivo.
A administração pública burocrática se preocupa com o processo legalmente definido
por meio de normativos; a administração pública gerencial é orientada mais para
resultados.
8. (Cespe – Técnico Judiciário/TJ-CE/2014) Com relação aos modelos de gestão
pública patrimonialista, burocrático e gerencial, assinale a opção correta.
a) A organização dos sistemas para o gerenciamento da administração pública
fundamenta-se na teoria desenvolvida por Max Weber, excluindo-se, ainda conforme a
teoria de Weber, a legitimidade para a prática dos atos de gestão com base na lei.
b) O modelo de administração burocrático é considerado o primeiro modelo organizado
de administração do Estado.
c) A ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo e o
desenvolvimento da profissionalização constituem princípios orientadores da
administração burocrática. 00000000000

d) No modelo de administração patrimonialista, em sua forma desorganizada, havia clara


distinção entre bens públicos e particulares.
e) Um aspecto fundamental que contribuiu para a melhoria da administração
patrimonialista foi o desenvolvimento de ferramentas para o controle dos abusos e da
pessoalidade.
9. Cespe – Técnico/TJ/2012) O modelo de administração pública no Brasil que se
baseia nos princípios da formalidade, da impessoalidade e do profissionalismo, é
conhecido como modelo
a) democrático.
b) patrimonialista.
c) gerencial.

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d) burocrático.
e) neoliberal
10. (Cespe – Técnico/TJ/2012) A respeito das reformas administrativas e da nova
gestão pública, assinale a opção correta.
a) A nova gestão pública reúne características positivas dos modelos patrimonial e
gerencial de administração pública.
b) A última reforma administrativa que se têm notícia no Brasil foi aquela baseada nos
princípios burocráticos estabelecidos pelo presidente Vargas.
c) A administração pública gerencial é multifuncional, define indicadores, mede e analisa
resultados, foca no cidadão e procura flexibilizar as relações de trabalho.
d) O modelo de administração pública burocrático é orientado para resultado, concentra-
se no processo, controla procedimentos e possui alta especialização.
e) A reforma administrativa resultante da independência do Brasil apresentou o
patrimonialismo como modelo de administração pública, que, apesar de superado, ainda
revela grande importância no governo do país.
11. (Cespe – Técnico/TJ/2012) Assinale a opção que corresponde ao modelo de
administração pública cujo clientelismo é característica predominante.
a) neoliberal
b) patrimonial
c) ditatorial
d) democrático
e) gerencial
12. (Cespe – Analista/ANAC/2012) De acordo com o modelo patrimonialista, o gestor
público deve ter autonomia para gerir os recursos humanos, materiais e financeiros
colocados à sua disposição, a fim de que os objetivos contratados e a finalidade pública
sejam atingidos.
13. (Cespe – Analista/ANAC/2012) O modelo gerencial compreende a implementação
de conceitos como o de accountability na administração pública.
14. (Cespe – Analista/ANAC/2012) O modelo burocrático adotado no Brasil
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caracteriza-se pela racionalidade absoluta e pela grande despersonalização no


relacionamento.
15. (Cespe – Técnico/MC/2013) Uma desvantagem do modelo de administração
pública burocrática é a grande pessoalidade existente nas relações entre chefia e
subordinados.
16. (Cespe – Técnico/MC/2013) A administração pública burocrática busca enfatizar o
conhecimento técnico-profissional, o que garante sua superioridade em relação a outros
modelos de administração.
17. (Cespe – Técnico/MC/2013) O modelo da administração pública patrimonialista foi
o primeiro esforço do Estado em cuidar do patrimônio público, mediante a criação de

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mecanismos de controle e de preservação do uso indevido dos bens do Estado pelos
servidores.
18. (Cespe – Técnico/MC/2013) Uma das características da administração pública
patrimonialista é a ausência de carreiras administrativas definidas em sua estrutura
organizacional.
19. (Cespe – Técnico/MC/2013) Uma organização pública com base no modelo
patrimonialista apresenta grande permeabilidade à participação social-privada na
instituição.
20. (Cespe – Técnico/MC/2013) Uma organização pública que adota os pressupostos
da administração burocrática busca combater o nepotismo na instituição.

Com relação a administração pública burocrática, pós-burocrática, gerencial e


empreendedorismo gerencial, julgue os itens a seguir.
21. (Cespe – Técnico/MC/2013) A burocracia weberiana ideal não se consolidou no
Brasil, em função das brechas das normas legais contrárias à burocracia racional-legal.
22. (Cespe – Técnico/MC/2013) A administração pública gerencial adota os mesmos
pressupostos da iniciativa privada, em termos de planejamento, controle e resultados.
23. (Cespe – Técnico/MC/2013) A ênfase da administração pública gerencial recai
sobre o controle do processo em detrimento do resultado, pois, segundo esse modelo,
é por meio do acompanhamento dos indicadores de tendência que os objetivos fixados
são alcançados.
24. (Cespe – Técnico/MC/2013) A organização pública que adotar o paradigma pós-
burocrático avançará nos pressupostos da burocracia, porém com maior ênfase no rigor
técnico da burocracia tradicional.
25. (Cespe – Analista/TRE/2013) Uma organização pública que se estruture de modo
a privilegiar o aspecto organizacional, a meritocracia e a formalidade dos processos,
objetivando a previsibilidade, sem oferecer remuneração variável ou se preocupar muito
com o ambiente onde está inserida, é identificada como administração
a) contingencial. 00000000000

b) burocrática.
c) sistêmica.
d) científica.
e) das relações humanas.
26. (Cespe – Técnico/TRE/2011) O gestor público que se pauta pelo modelo
patrimonialista age de acordo com o princípio que preconiza ser o Estado aparelho que
funciona em prol da sociedade.
27. (Cespe – Analista/TRE/2011) No modelo gerencial, a governança constitui
importante ação governamental, visto que propõe a ampliação do papel da sociedade
civil organizada e a diminuição do tamanho do Estado.

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28. (Cespe – Analista/TRE/2011) As principais tendências do modelo gerencialista de
administração pública incluem centralização administrativa e política e manutenção de
funções do Estado, sem qualquer autonomia para o mercado e a sociedade.
29. (Cespe – Analista/TRE/2011) Enquanto o modelo burocrático utiliza o controle
rígido para combater a corrupção, o modelo pós-burocrático adota meios como
indicadores de desempenho e controle de resultados.
30. (Cespe – Analista/TRE/2011) Depois da reforma gerencial do Estado, adotou-se o
controle por resultados nos serviços públicos, fato que acarretou aumento do grau de
centralização das atividades exclusivas do Estado.
31. (Cespe – Analista/TRE/2011) O estado de bem-estar, que considera como foco da
gestão pública o atendimento ao cidadão-cliente, deve evitar intervir nos mecanismos de
mercado, mesmo se o objetivo da intervenção for proteger determinados grupos.
32. (Cespe – TJ/CNJ/2013) A administração pública burocrática é orientada para a
racionalidade absoluta e prevê o controle rígido dos processos e procedimentos como o
meio mais seguro para evitar o nepotismo e a corrupção.
33. (Cespe – TJ/CNJ/2013) De acordo com a administração pública gerencial, o servidor
público trabalha para atender aos cidadãos, considerados consumidores e clientes,
mediante a descentralização da decisão e das funções.

A nova gestão pública ou a administração pública gerencial refere-se a um tipo de gestão


que emprega o modelo de mercado, a ideia de gestão voltada ao consumidor e a adoção
de tecnologias para o aumento da produtividade. Acerca desse assunto, julgue o item a
seguir.
34. (Cespe - AJ/CNJ/2013) O gerencialismo caracteriza-se por manobras
administrativas, como competição, incentivos de mercado, mensuração de desempenho,
foco na produtividade e desregulamentação.
35. (Cespe - AJ/CNJ/2013) De acordo com a nova gestão pública, o governo deve
adotar, além de técnicas de gestão de negócios, valores relativos aos negócios, dos
quais derivam práticas que foram propostas desde a gestão científica até a gestão da
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qualidade total.
36. (Cespe - AJ/CNJ/2013) A administração pública gerencial, estimulada pela crise
fiscal da década de 70 do século passado, segue fundamentos do racionalismo
econômico, como medidas de austeridade fiscal e o evitamento de privatizações e
terceirizações.

Com referência à administração pública do modelo racional-legal ao paradigma pós-


burocrático, julgue o item que se segue.
37. (Cespe - TJ/TRT/2013) A burocracia nos moldes weberianos é definida como o tipo
ideal de organização que aplica, em sua forma mais pura, a autoridade racional-legal.

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38. (Cespe - TJ/TRT/2013) Preservando a ideologia do formalismo e do rigor técnico da
burocracia tradicional, a administração pública gerencial proporcionou um sistema de
gestão e controle centrado em resultados.
39. (Cespe – Agente Administrativo/TCE-RO/2013) Uma organização pública que,
para evitar a hierarquização, busque maior flexibilidade deverá adotar o modelo da
administração pública burocrática que, apesar de lento, é simples e não privilegia
maiores formalismos.
40. (Cespe – Agente Administrativo/TCE-RO/2013) O controle dos abusos contra o
patrimônio público é uma das características almejadas pela administração pública
burocrática.

Considerando as principais abordagens da administração e a evolução da administração


pública no Brasil, julgue os itens a seguir.
41. (Cespe – Administrador/UNIPAMPA/2013) No modelo de administração pública
patrimonialista, os servidores públicos possuem status de nobreza real, e os cargos
funcionam como recompensas, o que contribui para a prática de nepotismo.
42. (Cespe – Administrador/UNIPAMPA/2013) A administração pública gerencial foi
implantada no Brasil, na metade do século XX, em substituição ao modelo burocrático,
incompatível com o avanço do capitalismo.
43. (Cespe - AJ/CNJ/2013) Um dos exemplos de motivadores das transformações dos
modelos organizacionais e de gestão pública foi a crise da eficiência do Estado brasileiro,
nas décadas de 70, 80 e 90 do século XX.

Tendo em vista que a administração pública é uma matéria essencial para a efetivação
das políticas públicas e para a gestão governamental, julgue o item a seguir.
44. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) A moderna gestão pública trata essencialmente da
eficiência e da eficácia do sistema de administração governamental.
45. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) A perspectiva da nova gestão pública ressalta que o
interesse público é uma representação da agregação de interesses individuais.
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46. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) O modelo de administração burocrática adotado no


Brasil separou serviços de controle e passou a definir, medir e analisar resultados.
47. (Cespe – Técnico/MPU/2013) Segundo a concepção burocrática de administração
pública, o modo mais seguro de evitar o nepotismo e a corrupção no serviço público é
por meio do controle rígido dos processos e procedimentos.

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GABARITO

1. C 11. B 21. C 31. E 41. C


2. E 12. E 22. E 32. C 42. E
3. C 13. C 23. E 33. C 43. C
4. C 14. C 24. E 34. C 44. E
5. C 15. E 25. B 35. C 45. C
6. E 16. C 26. E 36. E 46. E
7. C 17. E 27. C 37. C 47. C
8. C 18. C 28. E 38. E
9. D 19. E 29. C 39. E
10. C 20. C 30. E 40. C

REFERÊNCIAS

ABRUCIO, Fernando Luiz. O impacto do modelo gerencial na Administração Pública: um breve


estudo sobre a experiência internacional recente. Brasília: ENAP, 1997 (Cadernos ENAP, nº 10, p.
52).

BRASIL. Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado. Plano Diretor da Reforma do


Aparelho do Estado. Brasília: Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado, 1995.

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Do Estado patrimonial ao gerencial. São Paulo: Cia das Letras,
2001.

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos; SPINK, Peter Kevin. Reforma do Estado e administração pública
gerencial. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2011.

MARTINS, Humberto Falcão. Burocracia e a revolução gerencial – a persistência da dicotomia entre


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política e administração. Brasília: Revista do Serviço Público, 1997 (Ano 48, nº 1, p. 42-78).

MATIAS-PEREIRA, José. Reforma do Estado, Transparência e Democracia no Brasil. Málaga: Revista


académica de economía, 2004.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Fundamentos de Administração. São Paulo: Atlas, 2011.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administação: da Escola Científica à


Competitividade em Economia Globalizada. São Paulo: Atlas, 1997.

PALUDO, Augustinho. Administração Pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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