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O verdadeiro significado da ajudadora

idônea
Na perfeita criação de Deus, cada ser criado tinha seu espaço e sua função, e a harmonia reinava de tal forma que
aquele espaço era conhecido como o paraíso. Todavia, o próprio relato bíblico afirma que essa harmonia não era
tão perfeita assim: havia algo que não estava bem (Gn 2.18) — a solidão existencial do ser criado à imagem e
semelhança de Deus.

Naturalmente esse ser não poderia desenvolver a plenitude de sua semelhança com o Criador, pois Deus é
essencialmente relacional e o homem, por ser único, não encontraria outro ser que lhe correspondesse, mesmo
diante de toda a variedade da perfeita criação (Gn 2.20).

Em sua infinita bondade e sabedoria, Deus cria um ser para ajudar o homem a sair de sua solidão existencial. Esse
ser já surge das mãos artísticas do perfeito Criador com uma missão e a cumpre de forma plena: ajudar o homem
em algo que ele não poderia realizar por si mesmo — sair da solidão.

O termo “ezèr kenegdo” — cujas versões no português são: “ajudadora idônea”; “ajudadora que lhe seja idônea”;
“alguém que o auxilie e lhe corresponda”; “ajuda que lhe seja adequada” – é com frequência mal interpretado,
transmitindo a ideia de que a mulher criada é uma subordinada ou prestadora de serviços com grau inferior ao do
primeiro ser humano criado. Porém, se conferirmos o termo “ezèr” em outras passagens bíblicas (por exemplo, no
Salmo 46.1), ele nos mostrará o próprio Deus como nosso “ezèr”, ou seja, aquele que nos tira de uma situação da
qual não podemos sair sozinhos (por exemplo, da tribulação).

A palavra “ezèr”, quando se refere a Deus, jamais é traduzida portando a ideia de que Deus é nosso subordinado
ou prestador de serviços, mas a ideia de Deus como auxílio, ajudador, em algo que está acima de nossas
capacidades. Logo, afirmar que a mulher é subordinada ao homem é uma falta grave na interpretação bíblica ou
uma leitura parcial tendenciosa.

A grande motivação da criação da mulher é, primariamente, o companheirismo, termo que vem do latim “cum
panis”, que significa “aquele com quem dividimos o pão”. Essa sim é a bela finalidade da criação da mulher — um
ser que está ao meu lado e com quem eu posso dividir o meu pão. Infelizmente o pecado trouxe a distorção
relacional entre o homem e a mulher (Gn 3.16) e criou o distanciamento naquilo que deveria ser perfeitamente
harmonioso. A partir do pecado o homem passa a subjugar e a tratar a mulher como inferior, não a percebendo mais
como “obra perfeita do criador”.

Entretanto, o Deus pleno de amor e misericórdia encontra um caminho para restaurar toda a criação dos efeitos do
pecado — “Se alguém está em Cristo, é nova criação” (2Co 5.17). Que notícia fantástica para os que abraçam a fé
em Cristo: não estamos mais sob o pesado jugo do pecado como norteador de nossas vidas, mas nossas mentes são
renovadas, transformadas pelos valores do evangelho (Rm 12.2), que traz a boa nova: “Não há judeu nem grego,
escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).

Logo, viver na ideia da inferioridade, da subserviência, da menos valia da mulher, é viver ainda no padrão da criação
caída e pecaminosa — o que é inadmissível para quem se proclama cristão. Valorizemos a figura da mulher dentro
de nossas comunidades de fé, dentro de nossos campos de ação profissional e dentro de nossa sociedade como um
todo. Muito antes de qualquer Lei Maria da Penha, o verdadeiro Evangelho já nos conclamava a tratar a mulher com
toda a dignidade que ela possui — a dignidade de portadora da “imago Dei” (imagem de Deus), criada para partir o
pão à mesa comigo.

Fonte: Carlos “Catito” e Dagmar Grzybowski são casados, ambos psicólogos e terapeutas de casais e de
família. São autores de “Pais Santos, Filhos Nem Tanto”.
Adaptação: Igreja Batista da Lagoinha

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