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Introdução
As operações são, em geral, mistas, e, por isso, achou por bem o constituinte
em definir os serviços tributáveis pelo ISS com o intuito maior de identificar
atividades cuja prestação-fim se caracteriza em prestação de serviços, quando,
então, caberia o ISS, daquelas outras em que os eventuais serviços realizados
são somente meios para se alcançar a venda de um bem tangível. Assim, os
serviços constantes da Lista foram aqueles cujo objeto maior da atividade é a
prestação de serviço, não se inserindo, pois, no campo de alcance do ICMS os
materiais e insumos aplicados ou consumidos na consecução de tais serviços,
ressalvadas algumas exceções indicadas expressamente na lei. Este é o
motivo principal e acreditamos o único que realmente justifique a existência da
lista de serviços.
1
Enciclopédia Larousse Cultural
2
Dicionário do Ministério da Educação - FAE
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“Parágrafo único. Lei complementar estabelecerá critérios para distinguir as
atividades a que se refere este artigo das previstas no artigo 12” (o artigo 12 se
referia ao “imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias,
realizadas por comerciantes, industriais e produtores”).
Nada mais natural que lei complementar viesse a estabelecer critérios para
distinguir as atividades dos dois impostos, pois, afinal, cabe à lei complementar
dispor sobre possíveis conflitos de competência entre os entes políticos.
A idéia de definir serviços por lista, já utilizada em leis municipais, foi, então,
adotada na lei complementar, não só para aproveitar o exemplo das leis
3
“Direito Tributário Brasileiro”, 11ª ed., atualizadora Misabel Abreu Machado Derzi, Rio, Forense, p.
500
4
Exemplos da lista de serviços do Estado da Guanabara: “VI - a conservação e limpeza de escritórios e
congêneres”; “VIII - a atuação por meio de comissões, como agente, comissário, intermediário,
representante ou atividade similar”.
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municipais, mas, também, porque este método já era de uso comum nos
países integrantes da Comunidade Econômica Européia.
5
“Doutrina e Prática do Imposto Sobre Serviços”, Revista dos Tribunais, São Paulo, p. 405.
6
“Curso de Direito Tributário Brasileiro”, 9ª ed., Rio, Forense, p. 105.
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espécies dos gêneros relacionados, ainda mais quando havia, na própria lei, tal
permissão ou recomendação. Sobre o assunto, ensinou Aliomar Baleeiro:
“Decerto, o art. 97 do CNT não tolera analogia para definição do fato gerador.
Não se pode incluir na lista categoria que nela inexiste. Mas o que existe pode
ser interpretado amplamente. Não deixa de ser taxativa a lista se a
interpretação, por exemplo, incluir o solicitador ao lado do provisionado ou o
parecerista ao lado do advogado (...) A lei complementar pode ser mais ou
menos compreensiva e pode designar gêneros, dos quais o intérprete
extrai as espécies” (grifo nosso). 7
7
Ob. cit. p. 501.
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legislador municipal desdobrar todas as espécies que se relacionam com a
informática, como, por exemplo, o provedor de Internet, pois, afinal, o que vem
a ser “informática”, se não uma ciência relacionada ao tratamento automático e
lógico da informação? Só pelo conceito de informática surge uma enorme
gama de possibilidades de serviços, atividades que poderiam ser consideradas
espécies desse gênero.
“A taxatividade não impede que seja feita uma leitura ampla e analógica de
cada item constante da Lista de Serviços anexa ao Decreto-lei nº. 406/68. O
STF perfilhou tal entendimento no RE nº. 75.952-SP (Rel. Min. Thompson
Flores) e hoje encontra-se sedimentado neste Tribunal. Assim é possível
concluir que, embora taxativa, em sua enumeração, a Lista de Serviços admite
interpretação extensiva, dentro de cada item, para permitir a incidência do ISS
sobre serviços correlatos àqueles previstos expressamente. Se assim não
fosse, ter-se-ia, pela simples mudança de nomenclatura de um serviço, a
incidência ou não do imposto” (...).
Este caminho começa também a ser seguido nos Tribunais Estaduais, como o
voto da Desembargadora Leila Vani Pandolfo Machado, na Apelação Cível nº.
70010842821-2005:
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Mas, é lamentável que a grande maioria das leis municipais nada mais fez do
que, apenas, copiar a lista de serviços da lei complementar. E fazendo assim,
limitou o campo de incidência do imposto, deixando de enquadrar até mesmo
quando a lei complementar sugeria que assim pudesse fazer, ao mencionar
“serviços congêneres” ou “correlatos”.
“De fato, os Municípios não estão gravando uma vasta gama de atividades que
configuram serviço e que a Constituição colocou sob o seu manto. A não-
tributação decorre de duas hipóteses. A primeira resulta de terem os
Municípios se limitado a copiar a lista anexa à lei complementar. Em outras
palavras, nesse caso, os Municípios puseram-se numa camisa de força. Não
mais deixam de tributar por causa da lei complementar, mas em virtude de lista
constante de lei municipal contemplando apenas certos serviços (aqueles
copiados da lei complementar). Os Municípios que assim agiram se
autolimitaram, acolhendo o preconceito de que só podem tributar serviços
arrolados pela lei complementar” (...). 8
Cabe agora que os Municípios revejam suas leis, analisem a lista vigente e
façam os acertos e ampliações, conforme as peculiaridades de cada lugar, e
que procurem respeitar com maior zelo o princípio da igualdade, ou isonômico,
entre os seus prestadores de serviços, pois enquanto nomeiam diversas
atividades como contribuintes do ISS, deixam à larga outras mais, tratando-as
como se fossem isentos ou dispensados da tributação, não por lei expressa,
mas por absurda omissão e descaso.
8
“ISS na Constituição e na Lei”, 2ª ed., São Paulo, Dialética, p. 114.
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1 - Os serviços de informática e congêneres
Segundo Antonio Houaiss e Mauro Salles Villar, “Informática é o ramo do
conhecimento dedicado ao tratamento da informação mediante o uso de
computadores e demais dispositivos de processamento de dados”. 9 Ou, então,
“a ciência que se ocupa do tratamento da informação; conjunto de disciplinas
científicas e de técnicas especialmente aplicáveis ao tratamento da informação
de uma forma automatizada e racional, através do uso de programas instalados
em computador”, de acordo com a definição da Academia das Ciências de
Lisboa.
9
“Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”, Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.
10
“Minidicionário da Língua Portuguesa”, de Aurélio Buarque de Holanda, Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1985
11
“ICMS”, de Roque Antonio Carrazza, São Paulo, Malheiros, p. 160.
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Análise é o estudo pormenorizado de cada parte de um todo, para conhecer
melhor sua natureza, suas funções, relações, causas, etc.
Desenvolvimento significa aumento da capacidade ou das possibilidades de
algo; crescimento, progresso, adiantamento.
Sistemas é o conjunto de um ou vários computadores aos quais estão
associados componentes, periféricos e programas, formando assim um
organismo com autonomia capaz de processar dados e informações.
Em resumo, o serviço tributável enquadrado neste subitem é aquele que
formula, planeja e desenvolve um conjunto de atividades de processamento de
dados, além daqueles que definem ou solucionam problemas por meio da
informática.
Este subitem pode ser usado para identificar o profissional “Analista de
Sistemas”, ou uma empresa que presta serviços de análise e desenvolvimento
de sistemas. Por esse motivo, o legislador municipal poderia distinguir em
subitens diferentes o profissional autônomo e as empresas que exercem essa
atividade.
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codificada, contida em suporte física de qualquer natureza, de emprego
necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação,
dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica
digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados”.
12
“Hipótese de Incidência do ISS”, São Paulo, Noeses, 2007.
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c) por encomenda - desenvolvidos do zero para atender a um usuário
específico;
d) personalizado - ou customizado, são produzidos por encomenda e
desenvolvidos, a partir de um programa standard, para atender necessidades
específicas de um usuário.
13
“A proteção jurídica do software”, 1985.
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um exemplar standard de programa de computador, também chamado ‘de
prateleira’, e o licenciamento ou cessão do direito de uso de software. A
produção em massa para comercialização e a revenda de exemplares do
corpus mechanicum da obra intelectual que nele se materializa não
caracterizam licenciamento ou cessão de direitos de uso da obra, mas
genuínas operações de circulação de mercadorias, sujeitas ao ICMS” (RE
199.464-9/SP – 1ª T. – STF – j. 16.11.1999 – rel. Min. Ilmar Galvão – DJU
18.02.2000).
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tampouco a figura do intermediário, ou comerciante, além de exigir a aprovação
de uma série de requisitos anteriores à aquisição e a identificação do
adquirente. Por isso, entendemos que incide o ISS em tais transações.
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telecomunicações, e outro proporcionado pelos provedores de acesso,
representado pela conexão dos usuários à Internet. (...) Os serviços prestados
pelos provedores de acesso à Internet caracterizam-se como serviços de
monitoramento do acesso do usuário à rede, colocando à disposição do cliente
equipamentos e softwares que irão facilitar sua navegação pelo sistema, além
de outros serviços, tais como armazenamento de informações, contagem de
tempo de uso; porém, nenhum destes consiste em dar condições para que a
comunicação se efetive, pois ambos, tanto o usuário quanto o provedor, são
tomadores do serviço de comunicação, que é prestado pelas concessionárias
dos serviços de telecomunicações”. 14
Neste ponto, cabe aos Municípios cobrar o ISS dos Provedores de Acesso à
Internet, pois se serviço de comunicação não é, há de ser serviço de
informática ou congênere à informática. Não há como evitar tal caminho. Sendo
assim, ou os legisladores municipais façam incluir expressamente esse serviço
na lista, ou considerem perfeitamente pertinente enquadrá-lo no subitem 1.07.
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consequentemente, ali recolha os seus tributos. O contrário, aí sim, violaria o
princípio da territorialidade, já que não se pode confundir prestação do serviço
com a fruição do seu resultado. Não é por que o tomador esteja domiciliado em
outro Município que se faça exigir do prestador adotá-lo como base de suas
operações, em detrimento do verdadeiro local em que presta os seus serviços.
15
Ob. cit. p. 63.
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independente da associação tradicional com pesquisa e desenvolvimento
tecnológico.
Em geral, atividades de P&D/I&D são conduzidas por unidades especializadas
ou centros de pesquisa de empresas, universidades ou agências do Estado.
No âmbito comercial, "pesquisa e desenvolvimento" normalmente se refere a
atividades de longo prazo e/ou orientadas ao futuro, relacionadas a ciência ou
tecnologia, usando técnicas similares ao método científico sem que hajam
resultados pré-determinados mas com previsões gerais de algum benefício
comercial.
Estatísticas de organizações voltadas para "P&D/I&D" podem expressar o
estado de uma indústria, o grau de competitividade ou a taxa de progresso
científico. Algumas medidas comuns incluem: valor do investimento em
pesquisa, número de patentes ou número de publicações de seus funcionários.
Valores financeiros são boas medidas, pois eles são continuamente
atualizados, podem ser públicos e refletem riscos”.
Sob este aspecto, a locação de bens móveis, por si só, não caracteriza uma
obrigação de fazer. A laureada professora Maria Helena Diniz define a locação
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como “o contrato pelo qual uma das partes (locador) se obriga a ceder à outra
(locatário), por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa infungível,
mediante certa remuneração, designada aluguel”. 16
Ocorre, porém, que o item 3 da lista de serviços não declara a locação, nem a
cessão de uso de direito, como GÊNERO de serviços: diz, isto sim, que o
gênero são os SERVIÇOS prestados MEDIANTE locação, cessão de direito de
uso e congêneres. A palavra mediante pode ser um adjetivo (que medeia) ou
uma preposição (por meio de; por intermédio de). Ou seja, quando o contratado
presta serviços paralelos, mas indispensáveis ao objeto do contrato, inseridos
na locação ou na cessão de direito de uso, seriam esses serviços tributáveis
pelo ISS, e não a locação ou a cessão de direito de uso.
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do contrato, que nele sejam discriminados os valores correspondentes a cada
obrigação”. Tal fato, porém, não ocorre na prática, pois em geral o contrato é
um só e de valor total, embora contenha, implícita ou explicitamente, todas as
obrigações de fazer do contratado. E na verdade, a maior composição de
custos do “locador” é exatamente o conjunto de serviços a que se obriga, e não
a depreciação do uso do imóvel por algumas horas ou por um dia.
18
Recurso Extraordinário nº. 116.121-3, São Paulo.
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não tendo este, porém, a ‘posse’ do veículo, ou seja, o pleno uso e gozo do
bem.
2 - transporte “a frete” de cargas - não se trata de locação do veículo e, sim,
serviço de transporte.
3 - “locação” de máquinas de terraplenagem - não se trata de locação, em
geral, e, sim, contrato de empreitada - ninguém “aluga” máquinas para planar o
seu terreno: o objeto do contrato é o serviço a ser feito.
4 - exploração de salão ou casa de festas - não se trata de locação do salão ou
da casa, e, sim, prestação de serviços de festas, sendo o uso do imóvel
prestação-meio ao objeto do contrato.
19
Natália de Nardi Dácomo, obra citada, p. 66.
20
“ISS: do Termo à Norma”, São Paulo, Quartier Latin, p. 352.
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Deste modo, diante da revogação da locação (pura e simples) de bens móveis,
acreditamos que o STJ venha a modificar sua posição no tocante à cessão de
direitos de uso.
21
“Doutrina e Prática do ISS”, São Paulo, Revista dos Tribunais, 1978, p. 118.
22
“ISS na Constituição e na Lei”, São Paulo, Dialética, 2005, p. 297.
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prestador constituir ou não a de maior importância, a de predomínio ou a de
maior peso. Em outras palavras, a incidência do ISS não pode ser afastada e
nem sofrer arranhões pelo fato de que, em certos casos, ela representa parcela
ínfima das múltiplas atuações a que se dedica o prestador”. Mas, o eminente
tributarista conclui: “Agora, não se infira daí, que a ausência da predominância
possa transformar em prestador de serviços aquele cujo fazer seja eventual,
esporádico, sem caráter de habitualidade”. 23 Com a devida vênia, há uma
contradição aparente no argumento do mestre, pois qualquer atividade
remunerada exercida para terceiros subtende-se prestada por um profissional
daquele ofício, mesmo quando o prestador não possua habilitação própria para
o exercício daquela profissão.
Mas, a maioria dos Municípios assim não fez, copiando literalmente a lista
conforme disposta na lei complementar. Neste teor, os profissionais médicos
são, via de regra, enquadrados no subitem 4.01 - Medicina e biomedicina.
A Academia das Ciências de Lisboa define medicina como “a ciência que tem
por objeto a conservação e o restabelecimento da saúde, que visa prevenir e
curar doenças humanas, sistema médico, técnica de tratar e combater
doenças”. Já a biomedicina é “o conjunto de diversas ciências que estudam os
seres vivos em uma perspectiva interdisciplinar”, segundo a mesma Academia.
Em relação aos subitens 4.02 e 4.03, cabe esclarecer uma freqüente confusão
que se faz de enquadramento das atividades.
23
Obra citada, p. 297.
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4.02 - Análises clínicas, patologia, eletricidade médica, radioterapia,
quimioterapia, ultra-sonografia, ressonância magnética, radiologia, tomografia e
congêneres.
4.03 - Hospitais, clínicas, laboratórios, sanatórios, manicômios, casas de
saúde, prontos-socorros, ambulatórios e congêneres.
Serviços farmacêuticos
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assemelhavam aos serviços ambulatoriais, tais como pequenos curativos,
aplicação de injeção, verificar a pressão arterial etc.
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Decreto, que se situem no domínio de capacitação técnico-científica
profissional.
O primeiro inciso dos descritos acima identifica uma das mais importantes
atividades do farmacêutico: o desempenho de funções de dispensação ou
manipulação de fórmulas magistrais e farmacopéicas, quando a serviço do
público em geral ou mesmo de natureza privada.
Da mesma forma que o protético não vende prótese, o dentista não vende
anestesia, o hospital não vende remédios, o laboratório de análise não vende
ampolas de extração de sangue, o farmacêutico ao manipular a prescrição
médica não está vendendo medicamento. Todos estão prestando serviços.
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No caso de manipulação de medicamentos, o resultado do serviço teria
utilidade exclusiva do paciente, não podendo ser objeto de comercialização. A
incidência do ISS está compreendida no subitem 4.07 da lista de serviços.
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cliente. A contrapartida exigida é o pagamento mensal, utilize ou não tais
benefícios.
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“Art. 4º - As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza
jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para
prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas
seguintes características: (...) X – prestação de assistência aos associados, e,
quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa; (...)”.
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“Art. 86 – As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a não associados,
desde que tal faculdade atenda aos objetivos sociais e esteja de conformidade
com a presente Lei”.
25
“ICMS”, São Paulo, Malheiros, 2004.
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Sendo o ISS um imposto cumulativo, temos, no caso, o gravame
tributário incidindo sobre a operação realizada pela cooperativa diretamente
com o usuário, além, se for o caso, da incidência sobre os serviços realizados
isoladamente pelos cooperados. Nesta última, ocorrerá o fato gerador do
imposto quando o serviço estiver ao alcance do tributo de que se trata.
Serviços de profissionais médicos sofrem a taxação, mas serviços auxiliares de
enfermagem, por exemplo, não sofrem incidência, porque “auxiliar de
enfermagem” é atividade tida no rol de trabalhos avulsos, exercida com
dependência hierárquica, sob subordinação, ao contrário da outra.
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em que a clínica dentária não abate do imposto devido os pagamentos
efetuados aos protéticos que lhes prestam serviços. O ISS, em sua essência,
grava a receita bruta, tendo por base de cálculo o valor integral do preço
exigido do tomador.
Seguro-saúde
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6 - Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e
congêneres.
Este gênero engloba tanto profissionais autônomos, tipo Massagista, quanto
empresas que exercem tais atividades. As leis municipais costumam
determinar a base de cálculo do ISS nas atividades empresariais dos
chamados ‘Salões de Beleza’, por estimativa das receitas mensais. O motivo é
de ordem pragmática, já que esses prestadores de serviços não costumam
emitir nota fiscal, apesar da normal obrigatoriedade.
SPA é hotel?
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especialmente para tratamento de saúde ou beleza, emagrecimento,
alimentação controlada, e serviços de ginástica, massagem, sauna, banhos
especiais, etc. A lista de serviços enquadrou tal atividade no gênero 06, e não
no gênero 09 - Serviços relativos a hospedagem. No entanto, é preciso
distinguir com cuidado a atividade preponderante do estabelecimento, visto
que, em diversos casos, temos hotéis com serviços de SPA, e vice-versa.
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Na lista:
Percebe-se que o Decreto-lei 834/69 veio, não só para ampliar a lista, mas,
também, para corrigir certas distorções na redação anterior. Mas, no assunto
ora tratado, à primeira vista parece que a lei ampliou o rol de deduções no
preço da construção civil, pois além daqueles constantes no § 2º, incluiu a
exceção no texto da lista: “exceto o fornecimento de mercadorias produzidas
pelo prestador dos serviços fora do local da prestação dos serviços, que ficam
sujeitas ao ICM”.
Dessa forma, precisamos distinguir a dedução incluída no § 2º, I (“o valor dos
materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05
da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar”), daquela adicionada na
lista (“exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de
serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS”).
26
Ver “Contratos”, Rio de Janeiro, Forense, 1966.
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O Código Civil Brasileiro considera as duas formas como contratos de
empreitada. Diz o art. 610:
Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu
trabalho ou com ele e os materiais.
Dessa maneira, para fins tributários, ou seja, com vistas à exclusão da base de
cálculo dos valores dos materiais fornecidos pelo prestador do serviço, torna-se
indispensável apresentação do contrato assinado entre as partes, como prova
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de que os materiais especificados foram realmente fornecidos pelo empreiteiro.
Isto posto, é do nosso entendimento que a exclusão diz respeito tão somente
aos materiais permanentes fornecidos pelo prestador de serviços e
incorporados à construção, pois os demais não foram fornecidos pelo
prestador, e, sim, pelo cliente ou tomador do serviço.
Dessa forma, tanto faz a redação do inciso I do § 2º, do art. 7º, quanto à
inserida nos subitens 7.02 e 7.05, pois as duas tratam exatamente do mesmo
dispositivo. Ou melhor, a redação da lista de serviço é ainda mais explícita e
limitativa: ela faz referência à mercadoria (e não a materiais), deixando claro
tratar-se de um produto a ser vendido ao cliente, adicionando-se a missão de
instalá-lo. A pessoa assume, portanto, duas obrigações distintas: a de dar a
mercadoria; e a de fazer a obra. Um exemplo: uma grande indústria e
construtora fabrica gigantescos pré-moldados para pontes e viadutos, mas,
além de fabricá-los, ela assume a obrigação de preparar a base e instalá-los no
local desejado. Ela cobra do cliente pela venda do pré-moldado e pelo serviço
de instalação. Outro exemplo: uma grande indústria de São Paulo fabrica tetos
solares para galpões de fábricas. Na verdade, ela vende os tetos solares, mas
a própria empresa fecha contrato para também realizar a sua instalação, o que
requer exímios cuidados técnicos de engenharia.
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consumidora final de produtos, o ISS abrange o valor total do preço cobrado ao
seu cliente.
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Ementa: TRIBUTÁRIO. ISS. CONSTRUÇÃO CIVIL. MATERIAIS UTILIZADOS.
SUBEMPREITADAS. BASE DE CÁLCULO. ABATIMENTO.
IMPOSSIBILIDADE.
1. "A jurisprudência uniforme desta Corte é no sentido de que a base de cálculo
do ISS é o custo integral do serviço, não sendo admitida a subtração dos
valores correspondentes aos materiais utilizados e às subempreitadas" (REsp
926.339/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJU de 11.05.07).
2. Tanto o DL 406/68 como as Leis Complementares 56/87 e 102/03 fixaram
que o ISS incide sobre a totalidade dos serviços de construção civil, exceto
sobre o fornecimento de mercadorias produzidas pelo próprio prestador dos
serviços fora do local da prestação, que fica sujeito ao ICMS.
3. A tese de que não apenas os materiais produzidos pelo próprio prestador,
mas também os adquiridos de terceiros, devem ser excluídos da base de
cálculo do ISS não encontra respaldo no ordenamento jurídico, pois a regra
legal que trata da incidência do ISS sobre serviços de construção civil é clara
ao excluir apenas os materiais produzidos pelo próprio prestador fora do local
onde prestado os serviços.
4. A situação do prestador que fabrica seus produtos fora do canteiro de obras
não pode ser equiparada à daquele que adquire materiais de terceiros para uso
nas obras de construção civil. Os produtos fabricados pelo prestador estão
sujeitos ao ICMS, razão por que não devem se sujeitar a uma nova incidência
de ISS. Já os produtos adquiridos de terceiros, se não incluídos na base de
cálculo do ISS pelo serviço de construção civil, ficariam imunes à tributação,
somente sendo tributados na operação anterior, que não tem o construtor como
contribuinte ou responsável tributário.
5. Assim, quando os materiais são produzidos pelo próprio prestador fora do
local onde prestado os serviços, incide ICMS; quando os materiais são
produzidos pelo prestador no canteiro de obras ou quando são adquiridos de
terceiros, como não há possibilidade de incidência de ICMS, devem ter seus
valores mantidos na base de cálculo do ISS.
6. "(...) subempreitada é denominação que se oferece à empreitada menor, isto
é, à empreitada secundária. Por meio de subempreitadas são executados
trabalhos parcelados, contratados pelo empreiteiro construtor (...). Em
referência ao ISS, é irrelevante saber se o empreiteiro maior executa
pessoalmente a obra pactuada ou se incumbe a terceiros para realizá-la.
Ambas as formas de serviços (empreitada maior ou empreitada menor) são
alcançadas pelo ISS" (Bernardo Ribeiro de Moraes in "Doutrina e Prática do
Imposto sobre Serviços", Revista dos Tribunais, São Paulo, 1975).
7. Agravo regimental não provido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, negar provimento ao agravo regimental nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman Benjamin,
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Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF 1ª Região) e Eliana Calmon
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Em tais casos, o ISS incide não só sobre a construção em si, mas também
sobre a taxa de administração cobrada ao proprietário pela empresa
administradora da obra, cujo percentual oscila geralmente de 10% a 20% do
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total das despesas efetuadas mensalmente. Nesse teor, entendemos que os
serviços de administração devem ser inseridos no subitem 7.19 da nova lista.
Ou seja, a execução da obra, mesmo por administração, origina o ISS
conforme estabelecido no subitem 7.02, mas o serviço de administração da
obra estaria inserido no subitem 7.19. Importante lembrar que nas construções
por administração, o sujeito passivo e contribuinte é o proprietário, podendo a
legislação indicar como responsável o administrador.
A Incorporação imobiliária
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De acordo com a relação de atividades acima, nenhuma delas estaria
enquadrada no subitem 7.02 da lista de serviços da L/C nº 116/03, que trata de
“execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de
construção civil etc.”, a não ser quando o próprio incorporador executa
diretamente a construção. Em tal situação, temos duas atividades combinadas:
a de construir e a de vender os imóveis em construção, igualando-se a primeira
a uma construção por empreitada ou por administração, estando, assim, sujeita
ao ISS. Considera-se a construção por empreitada ou por administração
porque, na verdade, esta atuação do incorporador substitui os serviços de uma
construtora empreiteira que necessariamente seria contratada para levantar a
obra. Ele próprio realiza a obra em lugar de um terceiro, cobrando para isso um
valor adicional inserido no custo total da incorporação. Ou então, quando o
incorporador exerce o papel de administrador da obra, contratando pessoal e
subempreiteiras, essa atividade também se insere no item da lista de serviços,
como execução de obras de construção civil por administração.
Outra decisão:
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(j. v.u. em 23.09.98, 1ª Seção do STJ, Embargos de Divergência no Recurso
Especial ERESP 57478/RJ; Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, pub. DJ
30.11.98)
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ITBI. Ora, o imposto de transmissão, por tradição, quem paga é o adquirente,
em quaisquer situações. Além disso, estamos tratando de cálculos de bases
diferentes. Um imposto nada tem a ver com o outro.
Lei 4.591/64:
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Lei 4.591
Art. 48. A construção de imóveis, objeto de incorporação nos moldes previstos
nesta Lei poderá ser contratada sob o regime de empreitada ou de
administração conforme adiante definidos e poderá estar incluída no contrato
com o incorporador, ou ser contratada diretamente entre os adquirentes e o
construtor.
Art. 55. Nas incorporações em que a construção seja feita pelo regime de
empreitada, esta poderá ser a preço fixo, ou a preço reajustável por índices
previamente determinados.
§ 1º Na empreitada a preço fixo, o preço da construção será irreajustável,
independentemente das variações que sofrer o custo efetivo das obras e
qualquer que sejam suas causas.
§ 2º Na empreitada a preço reajustável, o preço fixado no contrato será
reajustado na forma e nas épocas nele expressamente previstas, em função da
variação dos índices adotados, também previstos obrigatoriamente no contrato.
§ 3º Nos contratos de construção por empreitada, a Comissão de
Representantes fiscalizará o andamento da obra e a obediência ao Projeto e às
especificações exercendo as demais obrigações inerentes à sua função
representativa dos contratantes e fiscalizadora da construção.
Art. 58. Nas incorporações em que a construção for contratada pelo regime de
administração, também chamado "a preço de custo", será de responsabilidade
dos proprietários ou adquirentes o pagamento do custo integral de obra,
observadas as seguintes disposições:
I - todas as faturas, duplicatas, recibos e quaisquer documentos referentes às
transações ou aquisições para construção, serão emitidos em nome do
condomínio dos contratantes da construção;
II - todas as contribuições dos condôminos para qualquer fim relacionado com
a construção serão depositadas em contas abertas em nome do condomínio
dos contratantes em estabelecimentos bancários, as quais, serão
movimentadas pela forma que for fixada no contrato.
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O ISS incide nos dois casos, tendo por base cálculo o preço da construção, o
qual poderá ser obtido através da apresentação do contrato firmado com a
empreiteira ou mediante estimativa em função do custo do metro quadrado
construído.
Fornecimento de argamassa
O detalhamento do item 07
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7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras
de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes;
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras
de sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação;
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras
de terraplanagem, pavimentação e concretagem;
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras
de instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos.
7.04 – Demolição;
7.05 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras
de reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos
(podendo adicionar: aeroportos, viadutos, rodoviárias etc.);
7.06 – Colocação e instalação de tapetes, carpetes, assoalhos, cortinas,
revestimentos de parede, vidros, divisórias, placas de gesso, com material
fornecido pelo tomador do serviço (podendo adicionar: mármores, granitos,
banheiras etc.);
7.07 – Recuperação, raspagem, polimento e lustração de pisos (podendo
adicionar: de mobiliário em geral, de portas e portões etc.);
7.08 – Calafetação (podendo adicionar: ou vedação de juntas, assoalhos,
terraços, telhados etc.);
7.09 – Varrição de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer;
7.09 – Coleta e remoção de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer;
7.09 – Incineração, tratamento, reciclagem e separação de lixo, rejeitos e
outros resíduos quaisquer;
7.09 – Destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer;
7.10 – Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos,
imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins (podendo adicionar: praias,
mercados etc.).
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Nesse item, observa-se o cuidado do legislador em identificar separadamente
as expressões “ensino” e “educação”, palavras com significados diferentes.
Educação (do latim educatio) significa ação de criar, de desenvolver as
faculdades psíquicas, intelectuais e morais. Ensino (do latim insignare =
ensinar) significa ação de transmitir conhecimentos. A abrangência é total, em
qualquer nível de ensino, na área educacional, incluindo serviços de orientação
pedagógica e avaliação de conhecimentos. Empresas que prestam serviços de
avaliação, realizam concursos, ou testes de conhecimentos em candidatos a
empregos, estão também enquadrados no presente item (subitem 8.02).
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Art. 7º-A. As pessoas jurídicas de direito privado, mantenedoras de instituições
de ensino superior, previstas no inciso II do art. 19 da Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, poderão assumir qualquer das formas admitidas em direito,
de natureza civil ou comercial e, quando constituídas como fundações, serão
regidas pelo disposto no art. 24 do Código Civil Brasileiro.
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A lei federal é rigorosa ao exigir total transparência dos valores cobrados aos
alunos, obrigando a divulgação prévia das anuidades por sala ou classe,
informando, inclusive, o valor apurado. Tais exigências, em geral, facilitam o
trabalho do Fisco Municipal no levantamento das receitas das escolas.
Ensino a distância
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9 - Serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens e
congêneres.
Serviços de hospedagem
A normalização das atividades hoteleiras está regida pela Lei nº. 6.505, de 13
de dezembro de 1977, que integrou tais atividades nos chamados serviços
turísticos, conforme dispõe o art. 2º da referida lei:
Art. 2º - Consideram-se serviços turísticos, para os fins desta Lei, os que, sob
condições especiais, definidas pelo Poder Executivo, sejam prestados por:
Neste sentido, foi publicado o Decreto nº. 84.910, de 15 de julho de 1980, que
veio regulamentar os termos da Lei nº. 6.505. O referido decreto denomina de
“Meios de Hospedagem de Turismo”, “os empreendimentos ou
estabelecimentos destinados a prestar serviços de hospedagem em aposentos
mobiliados e equipados, alimentação e outros necessários aos usuários” (art.
2º).
27
“Anual Prático dos Contratos”, 7ª ed., Rio de Janeiro, Forense, p. 314.
28
“Manual do Imposto Sobre Serviços”, 3ª ed., São Paulo, Atlas, p. 171.
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Dentre as obrigações estabelecidas no mencionado decreto, figuram as
seguintes:
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II - no caso do contrato de hospedagem propriamente dito pela entrega pelo
estabelecimento, durante o registro do hóspede (check-in), de ficha Nacional
de Registro de Hóspede - FNRH, em modelo aprovado pela EMBRATUR, para
preenchimento, assinatura e devolução pelo hóspede;
“O conjunto de considerações até este ponto expostas pode ser sumariado nas
seguintes conclusões: a) o contrato de hotel é o celebrado entre o hotel e o
usuário de seus serviços, tendo por objeto a hospedagem remunerada; b) o
contrato de hotel implica, em sua essência, uma locação de coisa imóvel, uma
locação de coisas móveis, uma locação de serviço, um depósito e,
potencialmente, um penhor; c) como tal - como contrato de hotel - se configura
o contrato celebrado entre o designado ‘hotel-residência’ e os usuários de seus
serviços; d) o contrato de hotel, contrato típico - inclusive o de ‘hotel-
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residência’ - consubstancia um negócio singular, ao passo que o contrato de
‘apart-hotel’ consubstancia um negócio misto” (grifo nosso). 29
Percebe-se, assim, que os hotéis e similares são regidos por leis especiais,
distanciando-se do alcance da legislação especial de inquilinato. De fato, o
sentido da palavra ‘locação’ só pode ser reservado, exclusivamente, ao
contrato que tem como causa única proporcionar a alguém o uso e gozo
temporário de uma coisa restituível. 30 E, neste sentido, evidente que a
prestação de serviços não se restitui, pois fica pertencendo e se exaure com
quem o pagou. 31
Os serviços turísticos
- Quanto às posturas:
29
Revista dos Tribunais, vol. 546, 1981, pp. 36-47.
30
Ver “Contratos”, de Orlando Gomes, Rio de Janeiro, Forense, p. 264.
31
Diz Cunha Gonçalves: “O característico da locação é o regresso da coisa locada ao seu dono, ao passo
que o serviço prestado fica pertencendo a quem o pagou, e não é suscetível de restituição” (citado por
Orlando Gomes, in “Contratos”).
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b) administração ou exploração comercial, por empresa hoteleira:
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Outro ponto a assinalar está relacionado com os aspectos construtivos do
imóvel que teria condições de ser tratado como estabelecimento hoteleiro. O
Regulamento dispõe:
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e) quarto de dormir da UH mobiliado, no mínimo, com cama, equipamentos
para a guarda de roupas e objetos pessoais, mesa-de-cabeceira e cadeira.
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portanto, justa a recusa, uma vez que inexiste locação a justificar a proteção da
Lei do Inquilinato”.
O “apart-hotel” ou “hotel-residência”
32
“ISS: do texto à norma”, São Paulo, Quartier Latin, p. 326.
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Nas palavras já transcritas de Eros Roberto Grau, “no contrato ‘apart-hotel’, a
parte que figura em uma das pontas da relação jurídica não está no exercício
de indústria de hotelaria, mas no exercício da atividade de prestador de um
serviço de locação”.
Aliás, consta, no RESP nº. 196.028/RJ (Rel. Ministro Ari Pargendler, publicado
em 1º de março de 1999, 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça), referência
à decisão da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Alçada Cível do Estado do Rio de
Janeiro, sobre a qual diz o Ministro Relator: “Tais apartamentos, a toda
evidência, não se destinam à ocupação pelo proprietário, ou à sua locação a
terceiros, permanentemente ou por temporada, hipóteses em que seria
indiscutível a sua destinação residencial. Na realidade, o que neles se explora
é a atividade de hotelaria, de cunho comercial portanto, com toda a gama de
serviços que um hotel propicia a seus hóspedes. A prosperar o mascaramento
que ultimamente se tem dado a apart-hotéis, dentro em pouco desaparecerão o
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que tradicionalmente se conhece como hotéis, pela óbvia vantagem perante o
fisco de se explorar, como se fosse residencial, imóvel que não tem esta
destinação, senão finalidade comercial”.
Incabível seria, também, distinguir a locação pura dos serviços hoteleiros, pois
as atividades são, em conjunto, as que integram os meios de hospedagem,
inexistindo uma sem a outra. A distinção atingiria o absurdo de determinar um
hóspede que loca um apartamento sem usufruir dos serviços e aquele que
somente usufrui dos serviços sem hospedar-se. A piorar, quem determinaria as
especificações dos valores no preço da diária? Se for o próprio hotel,
certamente o valor da “locação” atingiria 90%, 95%, 99% do valor total, ou até
mesmo argumentar que os serviços de hospedagem sejam meras cortesias da
empresa hoteleira, e o que o usuário paga é apenas a locação do apartamento.
Turismo
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Um motivo de dúvida de incidência tributária ocorre quando uma empresa de
ônibus, cujo objeto social é “transporte e turismo”, é contratada para prestar um
dos seguintes serviços:
1ª hipótese: transportar estudantes, diariamente, de uma cidade para outra, e
trazê-los de volta ao terminar as aulas;
2ª hipótese: transportar um grupo de pessoas, em ônibus fretado, de uma
cidade para outra, para assistir um show ou fazer compras, e trazê-lo de volta
em horário predeterminado.
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ou o "conjunto de operações mediante as quais os produtos e serviços são
colocados, a tempo e a hora, à disposição dos consumidores, onde quer que
estes se encontrem" (Larousse Cultural). Não há, portanto, qualquer
semelhança, ou congeneridade, em relação à palavra "intermediação", pois se
tratam de atividades totalmente distintas.
Indo mais além, podemos dizer que as empresas de telefonia praticam duas
modalidades de venda de cartões ou PINs (sigla de personal identification
numbers): a venda sem responsabilidade na revenda ao consumidor final; e a
venda por consignação através de intermediários, que farão o pagamento na
medida em que vendê-los.
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Ao praticar típico ato de comércio, evidente que o revendedor aufira lucro ao
cobrar do usuário final preço superior àquele que pagou à empresa de
telefonia. E esta diferença de preço seria exatamente o deságio oferecido na
compra ou os descontos sobre o valor de face dos cartões.
33
Bernardo Ribeiro de Moraes, Ob. cit., p. 287
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fornecimento de bebidas e alimentos. 34 A prestação-fim é, agora, o
entretenimento, e a incidência do ISS recai sobre a receita bruta, “ainda que
sua prestação envolva fornecimento de mercadorias”, nos termos da lei.
34
Com a meticulosidade de sempre, o Professor Bernardo Ribeiro de Moraes usou o mesmo exemplo de
bar que se transforma em taxi-dancing, na obra aqui tantas vezes referida.
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industrializado, caracterizando e cumprindo uma obrigação de dar.
Anteriormente a este ato, a esta 'prestação-fim', o industrial assume um risco
de produzir um produto, a seu custo, na expectativa de vendê-lo
posteriormente e obter, assim, a receita almejada. Percebe-se, então, que há
sempre uma atuação de 'fazer', preparatória e necessária ao ato de dar o
produto diante da obrigação assumida ao promover sua venda.
Ocorre, porém, que este esforço de 'fazer' é espontâneo, sem qualquer relação
de obrigatoriedade perante terceiros. O industrial fabrica o produto por sua
conta e risco e, se não vendê-lo, será obrigado a assumir o prejuízo. Em outras
palavras, "o fazer, então, é indissociável do comportamento de industrializar, de
criar produtos, o que não afasta a natureza jurídica da prestação-fim objeto de
suas operações, que é a de dar". 35
35
Marcelo Caron Baptista, obra citada
36
José Roberto Vieira, “A regra-matriz de incidência do IPI: texto e contexto”, Curitiba, Juruá, 1993
37
Vera Maria Araújo Damiani, “ISS - Conceito e Serviços Tributáveis”, Revista de Direito Tributário,
São Paulo, n. 19-20, 1982.
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serviço), configuram típicas execuções de obrigações de fazer, personificadas,
somente tributáveis pelo imposto municipal sobre serviços" 38. Já Cristiano
Carvalho diz assim: “(...) qualquer produto feito sob encomenda, ainda que
industrializado, consubstancia-se numa obrigação de fazer, ainda que essa só
se perfaça com a entrega do produto ao tomador. O imposto incidente nessa
situação é o Imposto Sobre Serviços, de competência municipal e não o IPI ou
o ICMS". 39
E com base neste raciocínio, emerge o serviço gráfico. Quando o produto a ser
feito por encomenda é específico e de uso particular do contratante, com
especificações próprias inseparáveis, a obrigação de fazer é a prestação-fim do
contrato, com incidência do ISS. Por outro lado, se o produto pode ser
comercializado para qualquer interessado, não havendo especificidades no
pedido que o torne incompatível ao mercado, aí, então, a obrigação de dar
seria a prestação-fim, com incidência do IPI/ICMS.
38
“Direito Tributário Brasileiro”, de Aliomar Baleeiro, atualizado por Misabel Abreu Machado Derzi,
Rio de Janeiro, Forense, 2007.
39
“O IPI e a industrialização por encomenda”, in “IPI - aspectos jurídicos relevantes”, Marcelo
Magalhães Peixoto (coordenador); São Paulo, Quartier Latin, 2003.
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gráficos personalizados, negou provimento a agravo de instrumento e manteve
decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Conforme a decisão do tribunal paulista, o contribuinte está sujeito apenas ao
imposto sobre serviços, de competência tributária municipal, quando
desenvolve atividade de composição gráfica personalizada e destinada a
consumidores finais.
Segundo o ministro relator, se o objeto da saída promovida pelo contribuinte é
produto final de um serviço realizado para atender à demanda específica de
determinado consumidor é caso de incidência do ISS, mas se aquele objeto é
produto final oferecido ao público em geral é caso de incidência do ICMS.
É certo que no caso de produtos gráficos personalizados a saída foi para
atender uma necessidade específica de um consumidor e não de mercadoria
oferecida ao público em geral. Trata-se, conseqüentemente de operação
sujeita ao ISS.
Decisão:
Agravo de Instrumento n. 324.597 - São Paulo
Agravo de instrumento de decisão que inadmitiu RE, a, contra acórdão do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo cujo voto condutor assim assentou
(f. 100/101): "A autora dedica-se a produção de material gráfico personalizado,
destinado a consumidor final que os encomenda, insusceptíveis de se tornarem
objeto de circulação de mercadoria. A prova pericial demonstrou que essa
atividade da autora não é exclusiva, estando correta a sentença ao julgar a
ação parcialmente procedente, sujeitando-a ao imposto sobre serviços de
competência tributária municipal na atividade de composição gráfica
personalizada e destinada a consumidores finais. A atividade em questão está
definida na Lista de Serviços anexa ao Decreto Lei nº. 406/68, sob nº. 77 -
Composição Gráfica, fotocomposição, clicheria, zincografia, litografia e
fotolitografia, tornando-se induvidoso que incide exclusivamente o Imposto
Sobre Serviços de qualquer natureza de competência dos municípios (art. 8º,
do Decreto Lei nº. 406/68). Nesse sentido a manifestação da jurisprudência
(RJTJ 99/398; 116/123 e 124/103). Neste sentido, a Súmula nº. 156 do
Superior Tribunal de Justiça: 'A prestação de serviço de composição gráfica,
personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de
mercadoria, está sujeita, apenas, ao ISS'." Alega o RE violação dos artigos 2º;
5º, II; 155, II, e § 2º, IX, b, da Constituição Federal. Decido. Certo, é de âmbito
infraconstitucional o exame da inclusão da atividade exercida pelo contribuinte
na lista de serviços para a incidência do ISS, conforme se afirmou no
julgamento dos RREE 198.385 e 196.123, 1a T, 02.06.1998, Moreira e Ilmar,
respectivamente, oportunidade em que acentuei: "Ora, segundo o regime
constitucional tributário, nas operações mistas, ou incide o ISS, nas hipóteses
enumeradas naquela lista, ou o ICMS, nos demais casos. Ora, afirmada a
incidência do ISS, para desmenti-la, terei de reinterpretar o Decreto-Lei 406
para aferir da sua aplicabilidade ao caso concreto. Se concluísse, com o
recorrente, que se aplicou indevidamente o Decreto-lei, dessa violação desse
diploma, de hierarquia infraconstitucional, é que decorreria a usurpação da
competência estadual para o ICMS: questão de legalidade ou, se se quiser, de
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inconstitucionalidade mediata ou reflexa, por violação da norma interposta (cf.
meu voto na ADIn MC 1.793)." No entanto, a questão se torna constitucional
quando se examina a inclusão do produto resultante da atividade do recorrido
no conceito constitucional de mercadoria, contido no art. 155, II, da
Constituição, nos termos da orientação firmada no julgamento do RE 176.626,
Pertence, RTJ 168/305. No julgamento do RE 191.454, 1a T, 08.06.1999,
Pertence, após invocar os fundamentos do RE 176.626, afirmei: "ora, tal como
sucede em relação aos programas de computador, a fita gravada pode ser o
produto final de um serviço realizado para atender à demanda específica de
determinado consumidor - hipótese em que se sujeita à competência tributária
dos Municípios -, ou o exemplar de uma obra oferecida ao público em geral, e
nesse caso não seria lícito negar-lhe o qualificativo de mercadoria." É essa a
orientação que deve ser aplicada no caso e, assentado pelo acórdão recorrido -
É essa a orientação que deve ser aplicada no caso e, assentado pelo acórdão
recorrido - (sic) à luz das provas contidas nos autos - que "a autora dedica-se a
produção de material gráfico personalizado, destinado a consumidor final que
os encomenda, insusceptíveis de se tornarem objeto de circulação de
mercadoria", não há falar em incidência do ICMS. No mesmo sentido, RREE
182.781, Pertence, RTJ 176/1.342, e 199.464, Ilmar, RTJ 169/376. Na linha
dos precedentes, nego provimento ao agravo. Brasília, 17 de outubro de 2006.
Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE - Relator
Por esse motivo, assentada no costume de aplicar normas que agora já estão
ultrapassadas, a União insiste em estender a área de alcance do Imposto
Sobre Produtos Industrializados sobre fatos jurígenos que se hoje tais
incidências seriam questionáveis, antes eram aceitas sem qualquer restrição.
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Ao entrar em vigor a Constituição Federal, houve importante mudança de
cenário, transferindo-se aos Municípios, e exclusivamente a eles, a
competência de tributar serviços, com duas únicas exceções: serviços de
comunicação e de transporte intermunicipal ou interestadual. Deste modo, já
não mais poderiam cobrar impostos sobre serviços tanto a União quanto os
Estados, a não ser as exceções indicadas. Aproveita-se a valiosa lição de
Roque Antonio Carrazza: “As normas constitucionais que discriminam as
competências tributárias encerram duplo comando: 1) habilitam a pessoa
política contemplada - e somente ela - a criar, querendo, um dado tributo; e 2)
proíbem as demais de virem a instituí-lo”.40
40
“Curso de Direito Constitucional Tributário”, 22ª ed., São Paulo, Malheiros, 2006, p. 487.
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não considerados na lei complementar estivessem, também, fora do alcance da
incidência de impostos de produção e consumo da União e dos Estados, ter-
se-ia a estranha imposição de uma “imunidade” específica estabelecida
indiretamente por lei complementar, atribuição que absolutamente não lhe
cabe.
Não poderia, por exemplo, a lei federal instituir IOF sobre determinados
serviços bancários só por que tais serviços não integram a chamada “lista de
serviços” de lei complementar. Bom lembrar que a excessiva modéstia dos
serviços bancários listados na extinta Lei Complementar nº. 56/87 (além da
incrível interpretação literal adotada e geralmente aceita pela Justiça no exame
dos itens elencados) não poderia servir como pressuposto ou pretexto de que o
IOF teria condições de alargar seus braços e capturar atividades estranhas às
hipóteses de incidências que lhes dão causa.
Cabe, de início, discutir o fato gerador que provoca a incidência do IPI. Como
se sabe, a Constituição Federal atribui competência à União para instituir
imposto sobre “produtos industrializados”. E o Código Tributário Nacional
estabeleceu considerar industrializado o produto que tenha sido submetido a
qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o
aperfeiçoe para o consumo.
41
“ISS na Constituição e na Lei”, 2ª ed., São Paulo, Dialética, 2005, p. 154.
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pode satisfazer um desejo ou uma necessidade”, segundo Kotler. 42 Este
mesmo laureado autor norte-americano esclarece que um produto da natureza
de serviço tem as seguintes características:
Não há como negar, nos dois exemplos acima, que em ambos houve, de fato,
a produção final de um bem material. Nos dois casos, ocorreram o surgimento
de um produto, o que se leva à conclusão de que, isoladamente, a expressão
produto não traduz a hipótese de incidência delineada na Constituição Federal
para efeitos de IPI. Se fosse o contrário chegar-se-ia ao ponto de aceitar que
todo o serviço cujo resultado se materializa em produto tangível seria tributável
pelo imposto de que se trata. Até mesmo um escritório de arquitetura, ao
elaborar o projeto (produto) de uma obra seria considerado contribuinte desse
imposto.
42
Kotler, Philip. “Administração de marketing – análise, planejamento, implementação e
controle”, São Paulo, Atlas, 1991.
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produzem bens materiais pela transformação e pelo aproveitamento de
matérias-primas”. 43
Caberia ressaltar que o fato imponível do IPI ocorre na venda do produto, e não
no momento de sua produção. Diz Geraldo Ataliba: “É só havendo um industrial
vendedor que se tem verificada a condição suficiente para ocorrência da
hipótese”. 46
43
Grande Enciclopédia Larousse Cultural
44
“Construção Civil. ISS ou ICMS?”, Revista de Direito Tributário 69/251.
45
“IPI, ICMS e ISS: aspectos controvertidos na incidência sobre as atividades de construção civil”, Revista
Tributária e de Finanças Públicas n. 41, ano 9, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2001, p. 156.
46
“Hipótese de incidência do IPI”, Revista de Direito Tributário 37/151.
47
“A regra-matriz de incidência do IPI: texto e contexto”, Curitiba, Juruá, 1993, p. 106.
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Em sentido amplo, obrigação é sinônimo de dever, mas, segundo Orlando
Gomes, não seriam todos os deveres jurídicos passíveis de serem designados
como obrigações, pois dever é gênero do qual a obrigação é uma espécie.
Pontes de Miranda esclarece: "Obrigação tem, pois, dois sentidos, o de dever,
que é larguíssimo (posição subjetiva passiva correlata à de direito), e o de
posição subjetiva passiva correlata à de pretensão". 48
O direito civil brasileiro identifica três espécies de obrigações: dar (coisa certa
ou incerta), fazer e não fazer. O componente material da obrigação é o objeto
que se apresenta na prestação, sempre de conteúdo econômico ou a este
conversível, mas diversos autores asseveram que o objeto da obrigação não é
a coisa, e, sim, a prestação, isto é, o dever de prestar a que se obriga o
devedor. O código civil brasileiro não conceitua obrigação, mas, para exemplo,
o código civil português assim o faz: “Art. 397 - Obrigação é o vínculo jurídico
por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com outra à realização de
uma prestação".
Ruggiero observa que a obrigação não tem por objeto a coisa a que a
prestação se refere, mas a própria prestação, isto é, um ato positivo ou
negativo do devedor, que, como dar ou fazer, pode ter por seu turno como
objeto próprio uma coisa. 49 Extrai-se da lição do mestre italiano que o objeto
da obrigação é a prestação a que está obrigado o devedor, prestação esta que
pode ser de dar, fazer ou não fazer. A coisa a ser dada ou feita é que será, por
sua vez, objeto da prestação e não da obrigação.
O Código Civil (Lei nº. 10.406/02) não define as obrigações de dar, mas, pode-
se dizer que obrigações de dar coisa certa são aquelas em que o devedor “fica
obrigado a entregar ou fornecer ao credor um bem determinado, especificado
ou individuado” (Arnaldo Rizzardo). 50 Ou seja, a obrigação de dar coisa certa é
aquela em que o devedor está obrigado a entregar um bem infungível. A coisa
é certa, determinada, única, porque não pode ser substituída por outra, ainda
que hipoteticamente mais valiosa.
A obrigação de dar coisa incerta consiste em dar ou restituir coisa fungível, que
admite a substituição por outra de igual valor, qualidade ou quantidade, ou
ainda por coisa mais valiosa se houver consenso do credor.
Diante das definições acima, percebe-se que a obrigação de fazer tem sempre
uma conotação de tempo, um espaço temporal entre a assunção da obrigação
48
“Tratado de direito privado”, Parte Geral. T. V. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1983, p. 451.
49
“Instituições de direito civil”, Campinas, Bookseller, 1999, p. 61.
50
Citado na Monografia “Aspectos Polêmicos acerca das obrigações de dar coisa certa ou incerta”, de
Marcos Jorge Catalan, site www.cjf.gov.br/revista/numero29/artigo11, em dezembro de 2007.
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e a efetiva prestação. Nas obrigações de dar coisa certa, nem sempre ocorre
tal aspecto, podendo a obrigação ser adimplida imediatamente.
Dito isso, resta claro que a identificação das obrigações assumidas, dar ou de
fazer, pode comportar controvérsias, quando a análise é feita especificamente
sobre a tipicidade da prestação. Se, por exemplo, um escritor é contratado por
uma editora (contrato precursor), para criar uma nova obra e entregá-la no
prazo de um ano (contrato definitivo), embora o adimplemento da obrigação
seja o de dar (entregar a obra), entende-se que se trata, no caso, de contrato
típico de prestação de fazer.
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todos, Washington de Barros Monteiro, pode ser de fácil entendimento no
direito privado, não sendo, porém, tão simples no direito tributário, pois nem
sempre uma indústria vende produtos de prateleira, já existentes no estoque. A
industrialização do produto requerido poderia iniciar-se após a efetivação do
pedido ou do contrato, e nem por isso escaparia do conceito de produtos
industrializados, o que será visto adiante.
O primeiro caso não seria uma encomenda de produto específico, mas aquilo
que devedor fabrica normalmente, de forma estandardizada, tendo, porém, o
problema de a produção não ter capacidade operacional de suportar o pedido
para entrega imediata, ou então pelo fato de não interessar ao credor recebê-
los todos, de uma só vez.
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mercadorias só pelo fato de que trabalha por encomenda, fechando os
contratos antes da existência das aeronaves.
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obrigação de “dar produto industrializado”, mediante a produção fabril da
encomenda recebida. Em outras palavras, o fato de existir uma encomenda
prévia e específica, não altera, por si só, a natureza da operação final.
Caberia aqui, também, uma análise do que viria a ser “produção massificada,
estandardizada”. Tal definição merece cuidados. A construção, por exemplo, de
uma plataforma marítima, consoante detalhamentos técnicos específicos e
especiais, não seria, por evidência, massificada ou estandardizada, por se
tratar de um só produto, exclusivo e individuado. E por este motivo, a sua
construção e venda não acarretaria a incidência do IPI? O entendimento a que
se chega é de que a produção massificada e estandardizada não se refere à
quantidade produzida de uma só vez, pois tudo vai depender do ciclo de
produção de cada atividade. No caso, o estaleiro constrói uma plataforma de
cada vez, em período superior a um, dois ou três anos, mas a sua estrutura
operacional está organizada assim, em ciclos de produção continuados, de
longo período de fabricação. Pode até construir duas plataformas ao mesmo
tempo, porém, não seriam considerados, com base no entendimento usual,
produtos “massificados ou estandardizados”, cada um contendo certas
peculiaridades delineadas em seus projetos.
Não é por isso, portanto, que se vai dizer que este produto, específico,
individuado, difere de “produto industrializado”, porque a sua elaboração foi, de
fato, constituída através de um processo industrial, embora diferente em
características dos demais produtos ali fabricados. O estabelecimento fabril
permanece o mesmo, fabricando produtos em série, massificados ou
específicos, de acordo com a filosofia de venda aplicada, conforme o marketing
adotado em cada indústria. Seria o caso, por exemplo, de um estaleiro: tanto
faz fabricar barcos em série ou uma balsa de características próprias
previamente estabelecidas, não escaparia em ambos os casos do conceito de
produtos industrializados.
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para o outro (dono da obra), com material próprio ou por este fornecido,
mediante remuneração determinada ou proporcional ao trabalho executado”.
A palavra ‘obra’ possui sentido amplo. Significa todo resultado a se obter pela
atividade ou pelo trabalho, como a produção ou modificação de coisas, o
transporte de pessoas ou de mercadorias, a realização de trabalho científico ou
a criação de obra artística, material ou imaterial. 56
“A empreitada é contrato civil. Não se torna ato comercial pelo fato de haver
fornecimento de materiais, porque não tem por fim essa alienação, mas a
criação de uma coisa, pelo trabalho do construtor. O que é capital nela é a
produção da obra e não a alienação dos materiais nela empregados (RF
89/178)” 57.
Esta é uma questão crucial na discussão sobre os conflitos entre o IPI e o ISS.
Uma indústria pode perfeitamente fechar uma encomenda (contrato de compra
e venda) para entrega futura de produtos ainda não fabricados. No exemplo de
Fran Martins, a fábrica de sapatos contrata a venda de sapatos ainda não
fabricados, fato que não invalida ou descaracteriza uma negociação puramente
mercantil. A entrega futura da mercadoria ensejará a tributação do IPI, nunca
do ISS, apesar de não existir o produto na época da contratação. Sendo assim,
e apesar da posição de diversos eminentes juristas, não se pode dizer, de
56
Orlando Gomes. “Contratos”, p. 290.
57
“Apud” Nery Junior, Nélson e Nery, Rosa Maria e Andrade. Código Civil Comentado, 3ª
Edição, São Paulo, RT, 2005, p. 454.
58
“Contratos e Obrigações Comerciais”, 4ª ed., Rio de Janeiro, Forense, p. 168.
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forma taxativa, que todos os contratos de encomenda proporcionarão, ao final,
obrigações de fazer.
Uma pista importantíssima! Resta claro que se deve entender como “linha de
produção” o modelo estrutural e organizacional da indústria, na qual caberia a
produção de bens diferenciados, mas sem desvirtuar-se da natureza fabril.
Seria, de certa forma, o que foi relatado pela Ministra Eliana Calmon no
Recurso Especial nº. 395.633/RS, ao tratar de um caso sobre industrialização
sob encomenda de móveis de madeira:
59
“A regra-matriz de incidência do IPI: texto e contexto”, p. 89
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exportação, mas, por evidência, a supremacia da operação é nitidamente
mercantil, de compra e venda.
Não serve este aspecto como regra-matriz a não permitir exceções, mas é
importante registrar que nos contratos de compra e venda de produtos
encomendados o estabelecimento onde serão fabricados os bens prometidos
já está organizado e estruturado em termos operacionais. Já nos contratos de
empreitada, não há estabelecimento previamente organizado onde será
executada a obra desejada.
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“A diferença reside na qualidade da prestação. Na empreitada, promete-se um
resultado - opus - prevalecendo, pois, como elemento juridicamente relevante,
a execução da obra. No contrato de fornecimento, como ressalta Messineo, a
dação de coisa, ou a possibilidade do gozo, é o fim principal, ficando o trabalho
como elemento preparatório e interno da atividade do fornecedor. Os dois
contratos, no entanto, podem estar fundidos num contrato misto”. 60
60
“Contratos”, p. 293.
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porém, uma empresa adquire pneu usado e o recauchuta visando sua
comercialização, não haveria a incidência do ISS.
Parece simples, mas nem tanto. O item 14.05 é razão de inúmeros conflitos.
Ele está assim descrito:
“Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento,
lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte,
polimento, plastificação e congêneres, de objetos quaisquer”.
Isso posto, dir-se-ia que o ISS somente alcança os serviços acima relacionados
quando forem prestados em um bem do tomador do serviço. Não importaria ao
caso as características operacionais do prestador, podendo até ser uma
indústria com objetivos de fabricação e venda de seus produtos. Porém, se
esta indústria resolve utilizar seus meios, para executar qualquer tarefa
encomendada por eventual cliente, cuja estrutura operacional que possui lhe
permita realizar, e sendo tal tarefa executada em um bem do cliente, o imposto
da operação seria o ISS, não o IPI.
Outra condição evidente é que este bem, após ser beneficiado, lavado,
recortado, restaurado, enfim, após a execução do serviço pelo prestador, que
seja devolvido ao tomador do serviço, a quem pertence a coisa que sofreu a
transformação.
Mas, até a vigência da Lei Complementar nº. 56, de 1987, anterior, portanto, ao
advento da atual Constituição Federal, o entendimento não era esse. O item 72
da lista de serviços anexa àquela lei complementar estabelecia uma condição:
“... de objetos não destinados a industrialização ou comercialização”.
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comercialização ou industrialização. O ISS não incide sobre serviços que
constituam etapa do ciclo de industrialização ou comercialização do produto.
Se o acondicionamento, ou o reacondicionamento for feito em produtos que
serão vendidos, haverá a incidência do IPI”. 61
No mesmo teor, pode ocorrer o contrário. Se uma indústria for contratada para
fabricar um bem qualquer, embora encomendado e de características
específicas, não há como identificar essa operação no campo de abrangência
do ISS. Inexiste aí o serviço executado em um bem de terceiro. As indústrias
de móveis servem para exemplo: a encomenda de mobiliário de cozinha,
embora exclusivo, de modelo original e de medidas específicas do local em que
será instalado, é operação industrial, cuja supremacia é a obrigação de dar, e
não de fazer. Em outras palavras, apesar de ser uma encomenda, a prestação-
fim é a venda do mobiliário.
61
“Doutrina e Prática do ISS”, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1978, p. 360
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a) Estabelecer como regra-matriz a distinção de obrigações de fazer das
obrigações de dar não resolve, em definitivo, o conflito entre o ISS e o
IPI/ICMS;
Carpintaria e Serralharia
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Vale ressaltar, como exceção ao comparativo acima, a atividade profissional do
chamado "Carpinteiro Naval", profissão de alta especialização que exige
grandes cuidados técnicos.
Antes, porém, caberia definir com mais precisão o enquadramento dos serviços
de carpintaria no rol dos tributáveis pelo ISS. Na maioria das vezes, os serviços
de carpintaria são contratados por empreitada que se executa visando
determinado resultado. Deste modo, estaríamos transferindo os serviços de
carpintaria para o subitem 7.02 da lista de serviços, ou seja, "execução, por
administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil...".
Ou então, para o subitem 7.05: "Reparação, conservação e reforma de
edifícios, estradas...". Já foi dito que a maioria dos serviços de carpintaria está
relacionada com obras de construção civil, sendo aquela uma das atividades
exercidas durante a obra.
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expressão, a marcenaria e até mesmo a marchetaria. Aliás, é exatamente na
marcenaria e na marchetaria onde temos o maior número de serviços
exercidos em bens de terceiros.
Neste inciso, é preciso entender o que vem a ser materiais fornecidos pelo
cliente, além de haver, neste aspecto, uma permanente relação com a idéia de
trabalho sob encomenda, sob condições especiais e específicas, não se
podendo caracterizar de tal maneira a fabricação de, por exemplo, armários de
cozinha, quando o cliente escolhe do mostruário ou do catálogo apresentado
pelo profissional, aquele modelo que melhor lhe satisfaz. Em tais casos, como
o exemplo, temos uma venda mercantil, uma operação de circulação de
mercadoria. Os armários de cozinha serão tributados pelo ICMS, mesmo que
se entenda "sob encomenda", ou "serviço personalizado".
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A incidência do ISS acontece quando o cliente contrata o profissional para que
faça determinado serviço em uma peça ou objeto de sua propriedade.
Exemplos: pede que transforme um pranchão de madeira que lhe pertence em
uma mesa; que faça um revestimento de laminados de madeira nas portas de
sua casa, que lavre no torno uma peça de madeira de sua propriedade, e
assim por diante. A regra a ser obedecida, a nortear o caminho da incidência
do ISS, relaciona-se com o fato de que o serviço tem que ser realizado em
bens do cliente.
Assim, é preciso diferenciar com o devido cuidado aquilo que seria serviços de
carpintaria (denominação ampliada, no caso, subtendendo-se também como
marcenaria e marchetaria), prestados em bens de terceiros, sujeitos ao ISS,
daquilo que seria industrialização pela transformação da matéria prima,
gerando IPI e ICMS.
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empreitada ou subempreitada não há dedução do material aplicado na base de
cálculo do ISSQN, a não ser quando a lei municipal assim determine.
Neste teor, dizem Misabel Derzi e Sacha Calmon Navarro Coelho: "assim, a
circulação de mercadoria é conceito complementar importante porque
representa a tradição da coisa, execução de um contrato translativo,
movimentação que faz a transferência do domínio e configura circulação
jurídica, marcada pelo animus de alterar a titularidade". 62
62
“Direito Tributário Aplicado - Estudos e Pareceres”, Belo Horizonte, Del Rey, 1997, p. 168.
63
“ICMS”, 10ª ed., São Paulo, Malheiros, p. 49.
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"O simples deslocamento de coisas de um estabelecimento para outro, sem
transferência de propriedade, não gera direito à cobrança do ICM. O emprego
da expressão 'operações', bem como a designação do imposto, no que
consagrado o vocábulo 'mercadoria' são conducentes à premissa de que deve
haver o envolvimento de ato mercantil e este não ocorre quando o produtor
simplesmente movimenta frangos, de um estabelecimento a outro, para
simples pesagem" (Agravo de Instrumento 131.941/SP, Ministro Marco
Aurélio).
Nem pensar, neste sentido, que o valor do serviço prestado serviria como
crédito de ICMS, pois não houve incidência deste imposto na prestação do
serviço.
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Neste particular, seria inadmissível admitir "operações mistas", com incidência
conjunta dos dois impostos. O que importa, em todos os aspectos, é o objeto
final da obrigação, a prestação-fim que se almeja praticar.
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2 - Subsistema Operativo.
- Instituições Financeiras
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São equiparadas às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam
quaisquer das atividades acima, de forma permanente ou eventual.
1. Bancos Comerciais;
2. Caixas Econômicas;
3. Cooperativas de Crédito;
4. Bancos Cooperativos;
5. Bancos Múltiplos com Carteira Comercial.
1. Bancos de Investimentos;
2. Bancos Estaduais de Desenvolvimento;
3. Sociedades de Arrendamento Mercantil;
4. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;
5. Companhias Hipotecárias;
6. Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial ou de Crédito Imobiliário.
- Agentes Especiais
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1. Banco do Brasil S.A.;
2. Caixa Econômica Federal;
3. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
4. Banco do Nordeste do Brasil S.A.;
5. Banco da Amazônia S.A.
1. Bolsas de Valores;
2. Entidades de Mercado de Balcão Organizado;
3. Sociedades de Compensação e Liquidação de Operações;
4. Bolsas de Mercadorias e Futuros;
5. Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC;
6. Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos.
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- Instituições do Sistema Nacional de Seguros Privados e de Previdência
Complementar
Bancos Múltiplos
I - de banco comercial;
II - de banco de investimento;
III - de banco de desenvolvimento (somente por banco público);
IV - de sociedade de crédito, financiamento e investimento;
V - de sociedade de arrendamento mercantil;
VI - de sociedade de crédito imobiliário.
O Banco Múltiplo deve ser constituído com o mínimo de duas carteiras acima,
sendo uma delas, obrigatoriamente, a comercial ou de investimento, além de
ser organizado sob a forma de sociedade anônima. Sua denominação social
deve conter a palavra ‘Banco’.
Bancos Comerciais
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físicas. Recebem depósitos à vista e a prazo, efetuam desconto de títulos,
abertura de crédito, operações de câmbio, cobrança de títulos, guarda de
valores, ordens de pagamento, recebimento de contas e outros serviços
financeiros. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima, devendo
constar em sua denominação a expressão ‘Banco’.
Caixas Econômicas
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Temos, também, o leasing imobiliário, pelo qual a arrendadora adquire o
terreno e financia a construção do imóvel, de acordo com as especificações do
cliente, para posterior arrendamento.
O Plano Contábil tem por objetivo uniformizar os registros contábeis dos atos e
fatos administrativos praticados, racionalizar a utilização de contas, estabelecer
regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de
dados, possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, além de permitir a
análise, a avaliação do desempenho e o controle das instituições financeiras.
a) os bancos múltiplos;
b) os bancos comerciais;
c) os bancos de desenvolvimento;
d) as caixas econômicas;
e) os bancos de investimento;
f) as sociedades de crédito, financiamento e investimento;
g) as sociedades de crédito ao microempreendedor;
h) as sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e
empréstimo;
i) as sociedades de arrendamento mercantil;
j) as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e câmbio;
l) as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
m) as cooperativas de crédito;
n) os fundos de investimento;
o) as companhias hipotecárias;
p) as agências de fomento ou de desenvolvimento;
q) as administradoras de consórcio;
r) as empresas em liquidação extrajudicial.
Elenco de contas
a) 1º dígito - GRUPOS
I - Ativo:
1 - Circulante e Realizável a Longo Prazo;
2 - Permanente;
3 - Compensação.
II - Passivo:
4 - Circulante e Exigível a Longo Prazo;
5 - Resultados de Exercícios Futuros;
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6 - Patrimônio Líquido;
7 - Contas de Resultado Credoras;
8 - Contas de Resultado Devedoras;
9 - Compensação.
b) 2º dígito - SUBGRUPOS
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7.9.0.00.00-0 APURAÇÃO DE RESULTADO
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Contas que necessitam identificar o serviço:
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7.1.1.20.00-5 RENDAS DE FINANCIAMENTOS À EXPORTAÇÃO (Comissão
do agente) - 10.05
7.1.1.23.00-2 RENDAS DE FINANCIAMENTOS DE MOEDAS
ESTRANGEIRAS (Taxa de abertura de crédito) - 15.08
7.1.1.23.00-2 RENDAS DE FINANCIAMENTOS DE MOEDAS
ESTRANGEIRAS (Comissão do agente) - 10.05
7.1.1.25.00-0 RENDAS DE FINANCIAMENTOS COM INTERVENIÊNCIA (Taxa
de abertura de crédito) - 15.08
7.1.1.25.00-0 RENDAS DE FINANCIAMENTOS COM INTERVENIÊNCIA
(Comissão do agente) - 10.05
Passou a vigorar em 2008, a Carta Circular 3.288 do Banco Central que define
títulos e subtítulos contábeis para determinadas tarifas bancárias, o que vem a
facilitar a fiscalização do ISS sobre tais serviços.
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7.1.7.98.04-2 - Operações de Crédito.
7.1.7.98.99-4 - Outras Rendas de Tarifas Bancárias - PJ.
8.1.9.95.00-0 - DESPESAS COM SERVIÇOS PRESTADOS - TARIFAS
BANCÁRIAS - PF.
8.1.9.98.00-7 - DESPESAS COM SERVIÇOS PRESTADOS - TARIFAS
BANCÁRIAS - PJ.
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subtítulos contábeis, que sejam compatíveis com as rubricas ora criadas,
observados os critérios relativos à natureza das respectivas rendas e
despesas.
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configuram serviços na acepção do termo utilizado pela Constituição da
República para marcar o fato gerador do tributo e que não encontram previsão
na lista de serviços anexa ao Dec-lei nº. 406/68, com as alterações da lei
Complementar n. 56/87. Com essas considerações, e acrescentando que se
operou a decadência de expressiva parcela do crédito tributário, uma vez que o
auto de infração foi lavrado em 20 de dezembro de 2004, para exigir ISS sobre
fatos geradores ocorrido entre abril/96 a maio/OO, à toda evidência foram
atingidos aqueles ocorridos anteriormente a dezembro/99, requereu a citação,
antecipação dos efeitos da tutela para que seja suspensa a exigibilidade do
crédito tributário até final do decisum, e julgamento final da procedência,
perseguindo a anulação do débito fiscal em apreço, com os consectários legais
daí advindos, apresentando, para tanto, os documentos de fls. 31/69.
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Tributário Nacional. Por outro lado, sabe-se, como cediço, que é pacífico
perante o E. STJ como início da contagem do prazo decadencial no
lançamento por homologação o primeiro dia útil do exercício seguinte em que
se extinguiu o direito potestativo de a administração rever (ou homologar a
atividade exercida pelo sujeito passivo, conforme combinação dos artigos 150,
§ 40 e 173, inc. I, ambos do Código Tributário Nacional. No mais, o pedido
deduzido pelo autor na Inicial, não está a merecer acolhimento. De fato, a CDA
constitui documento suficiente para embasar e comprovar o título executivo
fiscal, devendo, para tanto, estar formalmente correta. Deriva dessa certidão a
presunção de liquidez, certeza e exlgibilldade da dívida inscrita. Trata-se de
presunção juris tantum, uma vez que se admite prova Inequívoca, a cargo do
devedor, capaz de desconstltuí-Ia. No caso concreto, constata-se que a CDA
se encontra formalmente correta e devidamente fundamentada, contendo os
requisitos do art. 20, §§ 50 e 60, da lei n°. 6.830/80, não havendo omissões
que possam comprometer a defesa da Instituição devedora. A multa aplicada
nada tem de abusiva ou inconstltuclonal, mesmo porque, aqui, não se discute
obrigação de cunho contratual, mas, Isto sim, obrigação tributária. Daí por que
nenhuma correlação ou correspondência deve remanescer entre tal multa e os
índices de inflação. Correta, assim, a aplicação da multa moratória no
percentual excogitado, que não reveste o perfil conflscatório que se-lhe buscou
prestar a instituição financeira-autora. Por sinal, tal multa igualmente não
guarda natureza sancionatórla. Afinal, como é de boa jurisprudêncla, "não se
pode confundir a multa punitiva por infração à legislação tributária com a multa
pelo atraso no recolhimento do imposto" (ln JTJ 189/59). Como ensina o
consagrado ROQUE ANTÔNIO CARRAZZA, a multa moratória e os juros
moratórios não têm, propriamente, colorido punitivo. Simples sanções civis
possuem caráter indenizatório. A multa e a correção monetária foram
computadas escorreitamente, nada de irregular se detectando, raciocínio que
igualmente se aplica à base de cálculo do tributo, que abrange o valor total da
operação contratada, por corresponder ao preço cobrado pelo serviço. A
notificação fiscal não ostenta mácula alguma, seja no tocante à multa, seja no
que tange à correção monetária. Quanto à incidência do ISS sobre as
operações reclamadas pelo autor, mister se faz tecer as seguintes
considerações. Os serviços tributados pelo Município de Jundiaí são atos-
meios diversos de outros serviços prestados pela instituição bancária,
elencados nos itens 94 e 95 da lista de serviços anexa ao Decreto Municipal
sob o nº. 16.326/97 que consolidou diversas leis complementares e, nessa
esteira, o autor prestou tais serviços como Intermediário. Destaca-se,
outrossim, como bem observado pela Municipalidade, que não há que se falar
que tais serviços referidos na Inicial e na contestação são somente serviços
gráficos ou assemelhados, datilografia, estenografia e expediente, como
pretende a parte autora. Isso porque tais serviços possuem natureza
econômica definidos como prestação de atividade, por particular, que atende
às necessidades específicas dos serviços bancários prestados ao cliente. No
concernente à base de cálculo de tais serviços, deverão ser os valores
cobrados a título de ressarcimento de despesas com Impressão gráfica, cópias,
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correspondência, telecomunicações de serviços prestados a terceiros, eis que
na verdade, não se tratam de mero ressarcimento de gastos, mas
verdadeiramente de receitas decorrentes da prestação de serviços da atividade
bancária prevista na lista de serviços. Ainda atendo-me da escorreita lição da
DD Procuradora do Município, ressaltando, ainda, que apesar de a
contabilidade da Instituição ter dado nomes diferentes às atividades, as
mesmas se caracterizam como prestação de serviços e são enquadráveis na
Lista de Serviços. A respeito dessa quaestio juris, traz-se à colação, notável
Acórdão do E. Superior Tribunal de Justiça: "TRIBUTÁRIO - RECURSO
ESPECIAL - ISS LISTA DE SERVIÇOS - TAXATIVIDADE -
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA - POSSIBILIDADE -. Embora taxativa, em sua
enumeração, a lista de serviços admite interpretação extensiva, dentro de cada
item, para permitir a incidência do ISS sobre serviços correlatos àqueles
previstos expressamente. Precedentes do STF e desta Corte. 2. Esse
entendimento não ofende a regra do art. 108, §10, do CTN, que veda o
emprego a analogia para a cobrança, mas de recurso à interpretação
extensiva, de resto autorizada pela própria norma de tributação, já que muitos
itens da lista de serviços apresentam expressões do tipo 'congêneres',
'semelhantes', 'qualquer natureza', 'qualquer espécie', dentre outras tantas. 3.
Não se pode confundir analogia com interpretação analógica ou extensiva. A
do direito diante de uma lacuna no ordenamento jurídico. Já a interpretação,
seja ela extensiva ou analógica, objetiva desvendar o sentido, o alcance da
norma para então definir-Ihe, com certeza, a sua extensão. A norma existe,
sendo o método interpretativo necessário, apenas, para precisar-lhe os
contornos. “Recurso especial improvido" (Resp nº. 121428/RJ, 2a Turma, DJ
16/08/2004, Rei. Min. Castro Meira).
De outra parte, o expert judicial lucidou a matéria em testilha, assinalando com
coerência e lógica que a incidência do imposto não depende da denominação
dada ao serviço prestado, e sim, depende da natureza do serviço prestado.
Ademais, a instituição demandante exerce outras atividades, passíveis de
tributação. No que tange à taxatividade da lista, no sentido de que tributáveis
somente serão os serviços nela mencionados, também deve ser observado
que cada item dessa lista comporta interpretação ampla e analógica, conforme
já mencionado e, além disso, a lista, não raro, permite a analogia por
assemelhação, incluindo nos itens as cláusulas e congêneres e serviços
correlatos e operações similares. Gêneros compreendendo várias espécies.
Prevalece, pois, o princípio da legalidade estrita, insculpido no art. 150, inc. I,
da Constituição Federal, norteador em matéria tributária. E não se pode
confundir "serviços de qualquer natureza" (com previsão constitucional) com
prestação de serviços, prevista pelo Código Civil, pois a primeira expressão
possui ampla abrangência, caracterizando-se como atividade realizada em
favor de terceiros, ou seja, venda de uso e gozo de um bem móvel, com
conteúdo econômico, pois, diversamente do direito civil, não é um simples
fornecimento de trabalho mediante remuneração, incluindo também outras
atividades, percebendo-se que no caso da locação não há apenas a cessão de
uso e gozo da coisa, mas sua utilização na prestação de um serviço. Portanto,
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todos os itens da lista, individualmente considerados, não configuram como
regra hipóteses exclusivas, e sim, enumeram a título meramente
exemplificativo, espécies de serviços relacionados por elementos ou
características, pertencentes a uma mesma categoria ou gênero. Para
corroborar essas assertivas, mister se faz a transcrição da seguinte
jurisprudência: "TRIBUTÁRIO - ISS - SERVIÇOS BANCÁRIOS. 1. É de se
emprestar interpretação ampla analógica a lista oficial de serviços prestados
sujeitos ao pagamento do ISS. 2. Recolhimento do ISS efetuado por empresa
bancária sobre serviços prestados a terceiros. 3. Indicação genérica do tipo de
serviço pelo próprio contribuinte. 4. Certidão de dívida pública sem vício de
nulidade. Elementos nela constantes que possibilitam ampla defesa por parte
do contribuinte. 5. Serviços prestados que estão Iistados no Item 46 do Decreto
nº. 539/87. 6. Violação aos arts. 535 e 538, parágrafo único do Código de
Processo Civil, não caracterizada. 7. Recurso improvido" (Acórdão - RESP
25626/PR RECURSO ESPECIAL 2000/0039586-2, J. 18.09.2000, Rei. Min.
JOSE DELGADO).
Nessa esteira, o decreto de Improcedência do pedido deduzido na inicial é
medida que se impõe. Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido
formulado, dando-se por extinto o processo, nos termos do comando emanado
pelo art. 269, I, in fine, do Pergaminho Processual Civil Pátrio, determinando-
se, outrossim, o oportuno arquivamento dos autos. Como corolário lógico deste
decisum, revogo a antecipação dos efeitos da tutela antes concedida,
facultando ao promovente o levantamento do quantum depositado
judicialmente. Por força da sucumbência, arcará o vencido com as custas e
despesas do processo, bem como com honorários de advogado, fixados em
quinze por cento sobre o valor atribuído a causa, monetariamente corrigido
desde a data de seu ajuizamento. P. R. I. C. Jundiaí, 27 de março de 2008.
LUIZ ANTONIO DE CAMPOS JÚNIOR Juiz de Direito
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III – locadoras de veículos não prestam serviços de transporte, mas se o
serviço é acompanhado de motorista da empresa locadora, assumindo, assim,
todos os riscos, além de não transferir ao usuário o pleno gozo e posse do
veículo, resta nítido que o contrato já não é mais de locação, mas de prestação
de serviços de transporte, similar ao de táxi;
64
Sempre preciosas as lições de Sacha Calmon Navarro Coêlho: “Evidentemente não se trata da
tributação dos atos ilícitos tipificados como delituosos, já que o fato gerador dos tributos é sempre um
fato lícito. A questão se resolve da seguinte maneira:
A) são tributáveis os fatos lícitos embora realizados ilicitamente;
B) não podem ser tributados os fatos ilícitos, como por exemplo o rufianismo, o jogo do bicho ou o
tráfico de drogas”
Sacha Calmon Navarro Coêlho. Ob. Cit., p. 597.
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X - serviços de “courrier” (transporte de pequenos malotes ou pequenos
objetos) são serviços de transporte, mas a lista de serviços os incluiu no item
26, indevidamente, a nosso ver.
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ser qualificado como assessoramento ou consultoria - Cobrança indevida -
Recurso improvido” (1º. TACSP - 1ª. Câmara - AC 520.002-0 - Relator Juiz
Salles de Toledo - j. 13.02.95).
• Planejamento de marketing;
• Pesquisa de mercado;
• Criação artística de símbolos, logomarcas, lay-outs, desenhos etc.;
• Elaboração de textos, frases, etc.;
• Elaboração de filmes, clichês, cartazes, painéis etc.;
• Veicular e distribuir a produção de propaganda na mídia;
• Contratar produtores e instaladores de painéis e cartazes;
• Acompanhar e controlar a divulgação da propaganda;
• Acompanhar desempenho e emitir relatórios de resultados.
Franquia
65
Martins, Ives Gandra da Silva. Cobrança de ISS por Municípios servidos por estradas objeto de
privatização. Revista Tributária e de Finanças Públicas, Ano 9 nº 41, novembro-dezembro de 2001, São
Paulo, Revista dos Tribunais, pp 219-220.
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Ensina Sergio Pinto Martins,66 que o termo franquia, ou franchising provém do
vocábulo inglês franch, originário do francês franc, surgindo francher, que
significa outorga de um privilégio, uma forma de autorização ou abandono de
servidão. No Brasil, o contrato de franchising surgiu sob a forma de concessão
mercantil e atualmente, segundo conceituação do eminente autor, e baseada
em definições de outros mestres, 67 trata-se de um “negócio jurídico pelo qual
uma pessoa concede a outra o direito de usar sua marca ou de comercializar
seus produtos ou de terceiros ou de prestar serviços, de maneira contínua, com
o fornecimento de assistência técnica, inclusive comercial e de publicidade dos
produtos, que pode ser limitada a determinado espaço geográfico de acordo
com uma remuneração ajustada entre os contratantes”. É um contrato bilateral,
consensual, oneroso, de duração e geralmente de adesão. O objeto é a cessão
de uso da marca, que pode ser cedida em conjunto ou não com o produto, ou o
título do estabelecimento ou nome comercial, podendo haver, conjuntamente,
obrigação de assistência técnica do franqueador ao franqueado.
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O Superior Tribunal de Justiça manifestou-se assim:
Factoring
68
Em decisão recente, o STJ concluiu que as empresas de factoring ficam sujeitas ao não recebimento dos
créditos originários de cheques sustados, quando não houver confirmação de sua validade.
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estava concentrado no intermediário, e não dizia respeito ao cliente do
intermediário a origem dos recursos que o bancavam.
Foi neste sentido que a Lei nº. 8.981, de 20/01/1995, ao tratar da base de
cálculo do Imposto de Renda, definiu o contrato de factoring, cujo objeto seria a
"... prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring)".
"Factoring é o contrato por via do qual uma das partes cede a terceiro (o factor)
créditos provenientes de vendas mercantis, assumindo o cessionário o risco de
69
"Contratos e Obrigações Comerciais", 4ª ed., Rio de Janeiro, Forense, 1976, p. 567.
70
"Contratos", Rio de Janeiro, Forense, 1966.
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não recebê-los contra o pagamento de determinada comissão a que o cedente
se obriga".
Não há, também, que dizer que a operação de compra e venda embute alguns
serviços indispensáveis à realização da operação, qual a análise do borderô,
ou seleção de cadastro. Ora, tais serviços não são prestados ao cliente, mas
realizados a favor da própria empresa que adquire os recebíveis, com o
propósito de calcular o risco envolvido na operação. Certamente, esses
serviços indispensáveis à consecução do negócio embute um custo a ser
repassado ao cliente, e incluído no valor do deságio, mas, na verdade, são
prestações-meios ao objeto principal que se pretende concluir.
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negócio, pois, caso contrário, o Município considerará como base de cálculo do
ISS o montante acordado.
Bom lembrar, neste particular, que a Lei nº. 9.532, de 10/12/1997, estabeleceu
em seu artigo 58 a incidência do IOF sobre as operações de crédito das
empresas de factoring, a seguir:
"art. 58. A pessoa física ou jurídica que alienar, à empresa que exercer as
atividades relacionadas na alínea 'd' do inciso III do § 1º do art. 15 da Lei nº.
9.249, de 1995 (factoring), direitos creditórios resultantes de vendas a prazo,
sujeita-se à incidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro
ou relativas a títulos e valores mobiliários – IOF às mesmas alíquotas
aplicáveis às operações de financiamento e empréstimo praticados pelas
instituições financeiras".
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incide sobre o cedente do crédito, enquanto o ISS atinge o prestador do
serviço. Em outras palavras, o IOF não reduz o lucro tributável da empresa de
factoring. O ISS, por sua vez, sim.
Saiu nota em jornal que o “STJ reduziu a base de cálculo do ISS nos serviços
de locação de mão-de-obra”, passando o imposto a incidir somente sobre o
valor da “taxa de administração” que é cobrada pela empresa prestadora de
serviços em razão do trabalho de intermediação entre o contratante e os
trabalhadores contratados. É preciso, porém, tomar cuidado com o teor das
notícias veiculadas em jornais.
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as empresas agenciadoras de mão-de-obra temporária, submetidas às regras
da Lei 6.019, de 3 de janeiro de 1974, caracterizam-se pelo exercício de
intermediação, hipótese em que o agenciador atua para o encontro das partes,
quais sejam, o contratante da mão-de-obra e o trabalhador temporário, que é
recrutado pela prestadora na estrita medida das necessidades dos clientes, dos
serviços que a eles prestam, e ainda, segundo as especificações deles
recebidas. A atividade-fim das referidas empresas é justamente, a
intermediação.
5. Consectariamente, se a atividade de prestação de serviço de mão-de-
obra temporária fosse prestada através de pessoal permanente das
empresas de recrutamento, afastada estaria a figura da intermediação,
considerando-se a mão-de-obra empregada na prestação do serviço
contratado - qualquer que fosse -, como custo do serviço, despesa não
dedutível da base de cálculo do ISS. (grifo nosso)
6. Nesse diapasão, faz-se necessário o exame das circunstâncias fáticas do
trabalho prestado para que se possa concluir pela forma de tributação”. (...)
(REsp 77771/MG, Recurso Especial 2005/0144017-4, Relator Ministro Luiz
Fux, 1ª Turma, DJ 12.03.2007).
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De início, o que vem a ser “locação de mão-de-obra”? De elementar
conhecimento que nos tempos atuais a expressão “locação” só pode ser
atribuída a coisas, nunca a pessoas. Não se aluga pessoas; pessoas prestam
serviços. Não se admite mais, felizmente, equiparar o trabalho humano às
coisas locadas, o que era comum em passado distante.
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caracterizar o trabalho eventual do trabalho efetivo, porque em ambos há a
subordinação hierárquica, carece o primeiro da necessidade contínua de seus
serviços, tratando-se de algo esporádico, de interesse fortuito, não se
revestindo de continuidade. Por aí se percebe quão difícil é provar que um
serviço, por exemplo, de faxina, foi prestado por trabalhador avulso, pois, em
geral, a necessidade da limpeza de um estabelecimento é, ou deveria ser,
permanente.
A palavra obra possui sentido amplo, podendo ser a produção de coisas, mas,
também, a realização de determinado trabalho de natureza científica ou
artística. O trabalho não precisa ser feito, necessariamente, pelo empreiteiro,
podendo este contratar outras pessoas para realizá-lo.
O “fornecimento de mão-de-obra”
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tarefa será executado com mais eficiência e melhor técnica, podendo até
proporcionar menor custo, direto ou indireto.
Vale aqui ressaltar a Súmula nº. 331 do Tribunal Superior do Trabalho que
consolidou o entendimento de que é ilícita a contratação de mão-de-obra para
a prática de atividade preponderante da empresa tomadora de serviços,
formando-se, nestes casos, o vínculo de emprego diretamente com esta.
Justifica-se, assim, o comentário acima de que somente as atividades-meios
poderiam ser terceirizadas.
Intermediação de mão-de-obra
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As duas decisões do STJ acima descritas são claríssimas ao identificar as duas
espécies de serviços que podem ser prestados por empresas do ramo ora
tratado:
a) Agenciadoras de mão-de-obra;
b) Prestadoras de serviços terceirizados.
72
“Contratos de Mediação”, São Paulo, Saraiva, 1956
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O fato, portanto, é a natureza do contrato, nitidamente de prestação de
serviços, firmado entre o fornecedor e o tomador do serviço, nos casos de
fornecimento de mão-de-obra. Em nenhum momento se cogita a participação,
no negócio fechado entre as empresas, do pessoal encarregado de cumprir o
serviço, meros contratados da empresa fornecedora.
O imposto, sem qualquer dúvida, recai sobre o valor do preço do serviço, isto é,
sobre a receita bruta auferida pela empresa fornecedora de mão-de-obra,
contratada para prestar determinado serviço. Os salários de seus empregados,
a chamada mão-de-obra, nada mais são do que custos operacionais
provocados em razão do serviço prestado. E custo, qualquer que seja a sua
natureza, não se subtrai da receita tributável.
Regulação de sinistros
73
“Doutrina e Prática do Imposto Sobre Serviços”, São Paulo, Revista dos Tribunais, 1978
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A primeira atividade do item 18 faz referência à regulação de sinistros.
Segundo o Regulamento do Registro Geral dos Reguladores de Sinistros,
“regulação de sinistros é o conjunto de procedimentos que conduz à apuração
dos prejuízos e demais elementos que influem no cálculo da indenização e do
direito do segurado e/ou demais interessados, observadas as cláusulas do
seguro contratado”.
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planejamento de otimização de carteira de seguros, recomendando medidas de
redução de custos etc.
Títulos de capitalização
Loterias
74
Bom lembrar que em tais casos, os Bancos direcionam os seguros fechados por suas agências para
determinadas Corretoras de Seguros sediadas junto à matriz do Banco, ou nas capitais dos estados.
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As loterias são remuneradas por comissões auferidas nas vendas e distribuição
de produtos de sorteios e por recebimento de contas. Este subitem diz respeito
somente às vendas e distribuição de produtos de sorteio. O ISS também incide
sobre as comissões relativas ao recebimento de contas, mas o sujeito passivo
da obrigação é a Caixa Econômica, já que as casas lotéricas operam como
postos avançados de recebimento.
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• Sinalização para parqueamento de Aeronaves;
• Carregamento / Descarregamento;
• Remanejamento de bagagens, cargas, malas postais e outros materiais
previstos para desembarque e embarque, da aeronave ao local de
bagagem e/ou do terminal de cargas e vice-versa;
• Fornecimento de energia elétrica para aeronaves;
• Movimentação da Aeronave;
• Partida de aeronave;
• Operação de “Push Back”;
• Limpeza Básica;
• Limpeza de Pernoite;
• Limpeza de Pré-Vôo;
• Limpeza de Trânsito;
• Drenagem de dejetos;
• Abastecimento de água potável.
• Manuseio da documentação junto à Alfândega;
• Movimentação de materiais perigosos, animais vivos,materiais
perecíveis e grandes volumes;
• Transferências entre terminais das cargas e correios;
• Envio da carga para controle alfandegário;
• Tratamento de irregularidades;
• Manuseio físico de cargas.
• Permissão de sobrevôo;
• Assistência aos trâmites de imigração e aduaneiros;
• Hangar;
• Segurança e Proteção às aeronaves;
• Aluguel de helicópteros e jatos executivos;
• Reserva de hotel para tripulação e passageiros;
• Procedimentos de “check-in”.
Esses e outros serviços são prestados por empresas devidamente
autorizadas e credenciadas pela INFRAERO.
Terminais rodoviários
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atividades de venda de mercadorias, prestam serviços de limpeza, segurança,
utilização de banheiros públicos etc. Tais serviços estão sujeitos ao ISS.
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A Constituição Federal foi além e inovou não só na terminologia, até então
empregada para designar os serviços em questão, mas veio também a
estabelecer uma nova forma de administração dos serviços notariais e de
registro, uma vez que dispôs que tais serviços, embora públicos, são prestados
em caráter privado, por delegatários aprovados em concursos públicos.
A mesma lei, no seu art. 5º, define quais são esses serviços e seus titulares:
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- Oficiais de Registros Civis das Pessoas Naturais e de Interdições e
Tutelas;
- Oficiais de Registro de Distribuição.
“Art. 12. Aos oficiais de registro de imóveis, de títulos e documentos e civis das
pessoas jurídicas, civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas
compete a prática dos atos relacionados na legislação pertinente aos registros
públicos, de que são incumbidos, independentemente de prévia distribuição,
mas sujeitos os oficiais de registro de imóveis e civis das pessoas naturais às
normas que definirem as circunscrições geográficas”.
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Conforme anotado, a Constituição Federal de 1988 reformulou aspectos
importantes dos serviços notariais e de registro. Um deles foi estabelecer que
suas atividades sejam exercidas em caráter privado (art. 236). Assim, embora
públicos, esses serviços são prestados em caráter privado por delegatários
aprovados em concursos públicos.
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“O «caput» do art. 236 da CF/88 contém norma auto-aplicável ou
autoexecutável quanto ao exercício privado dos serviços notariais e registrais,
dispensando regulamentação por Lei ordinária. A expressão «caráter privado»
expressa no texto da Carta Mandamental revela a exclusão do Estado como
empregador e não deixa dúvidas quanto à adoção do regime celetista, pelo
titular do Cartório, quando contrata seus auxiliares e escreventes antes mesmo
da vigência da Lei Regulamentadora 8.935/94. Ocorre que, como pessoa física
que é, o titular do Cartório equipara-se ao empregador comum, ainda mais
quando é notório que a entidade cartorial não é ente dotado de personalidade
jurídica. Assim, no exercício de uma delegação do Estado porque executa
serviços públicos, é o titular quem contrata, assalaria e dirige a prestação dos
serviços cartoriais, como representante que é da serventia pública. Convém
destacar que o titular desenvolve também uma atividade econômica, uma vez
que aufere a renda decorrente da exploração do cartório. Competente, pois, a
Justiça do Trabalho para apreciar e julgar o presente feito, nos termos do art.
114, da CF/88” (TST - Recurso de Rev. 408.203 - Rel.: Min. Carlos Alberto Reis
de Paula).
Concessão e Permissão
A título de cumprir o referido artigo, foi editada a Lei nº. 8.987, de 13.2.1995.
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pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco (grifo nosso).
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5. o permissionário se sujeita às condições estabelecidas pela Administração e
a sua fiscalização;
6. como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer momento pela
Administração, por motivo de interesse público.
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dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço
adequado.
Diz Lúcia Valle Figueiredo: “Os serviços concedidos, sem sombra de dúvida,
devem ser remunerados por meio de tarifas, (...) A remuneração das
concessionárias, consoante os termos constitucionais (...) não se fará por taxa.
Também, a tarifa deve remunerar o capital de forma tal que seja este
amortizado ao longo do contrato de concessão”.
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Adiciona-se aqui a decisão abaixo do Superior Tribunal de Justiça:
Não há, portanto, que se discutir que o serviço prestado pelos Notários e
Registradores continua a ser serviço público - fato inquestionável. O ponto
nodal reside em que o delegado assume o serviço por conta e risco próprios,
estruturando-os segundo os postulados de direito privado. Explica Ricardo
Almeida Ribeiro da Silva:
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Os Notários e Registradores são profissionais liberais?
Não vamos aqui entrar no mérito se a Lei Complementar nº. 116 excluiu ou não
as chamadas alíquotas fixas, ou ISS fixo, para profissionais liberais, uma vez
que muitos Municípios ainda adotam valores fixos estimados de ISS na
cobrança de tais profissionais. Entretanto, não podemos perder a oportunidade
para reiterar que a redação do ‘antigo’ § 1º do art. 9º, do Decreto-lei 406/68 não
se direcionou, em hipótese alguma, para fixação do valor do ISS, pois tributo
fixo é aquele que não tem base nem alíquota, expressando-se numa base
invariável constante da própria lei. Pois a lei se referia as “alíquotas fixas ou
variáveis, em função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes”, e
evidente que se há alíquota, tributo fixo não é. Os legisladores municipais, em
vez de procurar graduar a natureza do serviço e outros fatores pertinentes,
resolveram, de forma simplista, fixar o valor do imposto para todos os
profissionais autônomos, aí, sim, medida inconstitucional por afronta ao
princípio da capacidade contributiva. Nas palavras de Aires F. Barreto, “... é
imprescindível a concreta investigação quantitativa de cada fato tributário, à luz
do critério genérico de mensuração previsto na lei”.
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Trata-se, portanto, de trabalho personalizado e individual, distinguindo-se
totalmente do trabalho realizado de forma massificada, idêntica para todos os
usuários, característica nitidamente empresária.
Outro aspecto a diferenciar o trabalho pessoal é o fato de que ele pode ser
exercido livremente, no momento que o desejar e de acordo com sua
conveniência. Ou em outras palavras, pode o profissional autônomo aceitar ou
recusar um serviço, pode fechar o seu escritório, tirar férias, ou participar de
um congresso. O serviço pode parar a seu critério. As atividades consideradas
empresariais, não. Há um ritmo de atuação que independe da vontade do
profissional. Pode até este tirar umas férias ou viajar, mas o serviço continua
sendo prestado.
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“A profissionalidade da atividade empresarial implica o elemento da constância,
no tempo, dessa série de operações e, normalmente, o seu préordenamento
com o fito de lucro, inerente, se não essencial, à empresa econômica”.
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remuneração. Os serviços notariais e de registro operam com vistas ao lucro,
assumindo, assim, a gestão do empreendimento. É o que diz o art. 21 da Lei
8.935/94:
Ao combinar os termos dos dois artigos acima, verifica-se que o inciso V do art.
14 exige “diploma de bacharel em direito”, ou seja, não exige inscrição na
Ordem dos Advogados do Brasil, única forma de capacitar o profissional ao
exercício da profissão. O requisito é, portanto, meramente de capacitação, de
grau de conhecimento, e não profissional. Já o art. 25 fulmina qualquer
alegação de que se trata de atividade advocatícia, em vista da
incompatibilidade de funções determinada na lei.
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O Cadastro Nacional de Atividades Econômicas - CNAE identifica a atividade
de “Cartórios” da seguinte forma:
Por não ser considerado Pessoa Jurídica, o Cartório não é registrado na Junta
Comercial. Os documentos que devem ser exigidos para emissão do Alvará de
Funcionamento, além dos outros comumente requisitados ao interessado, são:
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delegação do 1º Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e
Civil de Pessoa Jurídica de (...).
TERMOS DE INVESTIDURA
Declaro que, na forma do artigo 36 da Portaria Conjunta na 3.892/99, nesta
data, INVESTI o Senhor (...), RG n.o 0.000.000.000/SP, na Delegação a que se
refere o presente título.
CNPJ
Exemplo:
Notário Fulano de Tal - 1º Oficial de Registro de Imóveis.
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disso, a sua localização depende de aprovação do Poder Público Municipal,
levando em conta o zoneamento urbano e o plano diretor do Município.
Tal poder é inerente ao Município para a ordenação da vida urbana, nas suas
exigências de segurança, higiene, sossego e bem-estar da coletividade. Por
isso, a jurisprudência tem consagrado reiteradamente a validade de tal
regulamentação e das respectivas sanções como legítima expressão do
interesse local.
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“Art. 1º. Os emolumentos relativos aos serviços notariais e de registro têm por
fato gerador a prestação de serviços públicos notariais e de registro previstos
no artigo 236 da Constituição Federal e serão cobrados e recolhidos de acordo
com a presente lei e as tabelas anexas”.
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas
ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas
demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição
trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base
de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta
e quatro centavos) e serão calculadas: (...)
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inclusive por falta de alguma das partes. As despesas compreendem as custas,
os honorários dos advogados, as multas às partes, custos de perícia, condução
e indenização às testemunhas, os pareceres dos jurisconsultos etc.
A propósito, o Estado de São Paulo viveu uma batalha judicial entre o Poder
Executivo e o Judiciário Estadual, onde houve uma discussão sobre quais
custas e emolumentos deverão ser específicos da Justiça. Por meio da
Resolução 196, o Tribunal de Justiça aumentou para 21% o repasse de
emolumentos dos cartórios para o Tribunal, que antes era de 3%, baseando-se
no já mencionado § 2º do art. 98 da Constituição Federal. O Poder Executivo
paulista sustentou que as verbas dos emolumentos referentes a serviços
notariais e de registro são extrajudiciais, portanto, de caráter privado, e, assim,
não afetos à atividade específica da Justiça. Neste sentido, o Supremo Tribunal
Federal julgou, por unanimidade, procedente a ação direta de
inconstitucionalidade da Resolução 196, dando ganho ao Poder Executivo
paulista, em julgamento datado de 26.04.2006. Na oportunidade, o Ministro
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Gilmar Mendes ressaltou que a regra prevista no § 2º do art. 98 não abrange
emolumentos extrajudiciais, objeto da discussão na Ação.
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valores mínimos e máximos, nas quais enquadrar-se-á o valor constante do
documento apresentado aos serviços notariais e de registro.
Um dos aspectos mais importantes ao tema desta apostila está contido no art.
5º da referida lei:
Art. 5o Quando for o caso, o valor dos emolumentos poderá sofrer reajuste,
publicando-se as respectivas tabelas, até o último dia do ano, observado o
princípio da anterioridade.
ADI-MC 1790/DF - Tribunal Pleno, relatada pelo Ministro Carlos Velloso, verbis:
Ementa: Constitucional. Tributário. Custas e emolumentos. Lei estadual que
concede isenção: constitucionalidade. Lei 12.461, de 7.4.97, do Estado de
Minas Gerais.
I - Custas e emolumentos são espécies tributárias, classificando-se como
taxas.
Precedentes do STF.
II - À União, ao Estado-membro e ao Distrito Federal é conferida competência
para legislar concorrentemente sobre custas dos serviços forenses,
restringindo-se a competência da União, no âmbito dessa legislação
concorrente, ao estabelecimento de normas gerais, certo que, inexistindo tais
normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades (CF, art. 24, IV, §§ 1º e 3º).
III - Constitucionalidade da Lei 12.461/97, do Estado de Minas Gerais, que
isenta entidades beneficentes de assistência social do pagamento de
emolumentos.
IV - Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
Importante, portanto, deixar registrado que a instituição do tributo por conta dos
emolumentos é de competência estadual, respeitando sua autonomia para criar
taxas relativas à contraprestação de serviços públicos divisíveis e específicos,
ou em função do poder de polícia que, no caso, origina-se da fiscalização a ser
exercida pela Corregedoria da Justiça.
Percebe-se, também, que a lei do Estado de São Paulo atribuiu aos notários e
registradores a responsabilidade de substituição, adicionada a obrigatoriedade
de retenção do tributo e o seu recolhimento aos cofres públicos.
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Vejam o que diz o art. 11 da referida lei:
Por sua vez, o art. 12 estabelece os critérios de distribuição dos valores retidos,
da seguinte forma:
Neste sentido, vale detalhar as parcelas e suas origens, previstas no art. 19:
Da Distribuição dos Recursos
Artigo 19 - Os emolumentos correspondem aos custos dos serviços notariais e
de registro na seguinte conformidade:
I - relativamente aos atos de Notas, de Registro de Imóveis, de Registro de
Títulos e Documentos e Registro Civil das Pessoas Jurídicas e de Protesto de
Títulos e Outros Documentos de Dívidas:
a) 62,5% (sessenta e dois inteiros e meio por cento) são receitas dos notários e
registradores;
b) 17,763160% (dezessete inteiros, setecentos e sessenta e três mil, cento e
sessenta centésimos de milésimos percentuais) são receita do Estado, em
decorrência do processamento da arrecadação e respectiva fiscalização;
c) 13,157894% (treze inteiros, cento e cinqüenta e sete mil, oitocentos e
noventa e quatro centésimos de milésimos percentuais) são contribuição à
Carteira de Previdência das Serventias não Oficializadas da Justiça do Estado;
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d) 3,289473% (três inteiros, duzentos e oitenta e nove mil, quatrocentos e
setenta e três centésimos de milésimos percentuais) são destinados à
compensação dos atos gratuitos do registro civil das pessoas naturais e à
complementação da receita mínima das serventias deficitárias;
e) 3,289473% (três inteiros, duzentos e oitenta e nove mil, quatrocentos e
setenta e três centésimos de milésimos percentuais) são destinados ao Fundo
Especial de Despesa do Tribunal de Justiça, em decorrência da fiscalização
dos serviços;
II - relativamente aos atos privativos do Registro Civil das Pessoas Naturais:
a) 83,3333% (oitenta e três inteiros, três mil e trezentos e trinta e três
centésimos de milésimos percentuais) são receitas dos oficiais registradores;
b) 16,6667% (dezesseis inteiros, seis mil seiscentos e sessenta e sete
centésimos de milésimos percentuais) são contribuição à Carteira de
Previdência das Serventias não Oficializadas da Justiça do Estado.
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1) Fundo Especial do Tribunal de Justiça - FETJ - 20% do valor da tabela;
2) Fundo Especial da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro -
FUNPERJ - 5% do valor da tabela;
3) Fundo Especial da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro -
FUNDPERJ - 5% do valor da tabela;
4) Mútua dos Magistrados da Justiça do Estado do Rio de Janeiro - R$ 8,01,
valor a incidir sobre o valor da tabela;
5) ACOTERJ - Associação dos Conselheiros dos Tribunais de Contas do
Estado do Rio de Janeiro - R$ 0,14, valor a incidir sobre o valor da tabela.
A já citada Lei nº. 12.692/2006, do Rio Grande do Sul, tem cláusulas valiosas
que merecem uma transcrição nesta apostila:
Cabe, portanto, ao usuário o pagamento pelo serviço que lhe foi prestado pelo
Cartório. Observa-se a obrigatoriedade de o Cartório emitir recibo, sendo este
denominado de “Nota de Emolumentos”. O § 3º proíbe a cobrança de
“quaisquer outras quantias” não previstas na Lei. Esta proibição poderá refletir
na incidência do ISS, se o Município adotar, por lei, a cobrança “por fora” da
base de cálculo, assunto que será visto adiante.
Essa ‘unidade de tesouraria’ pressupõe que cada ente político concentre todos
os seus valores sob a responsabilidade de uma única unidade, a quem caberia
a responsabilidade da guarda desses recursos e pelo regular emprego no
pagamento das despesas públicas. Determina, assim, que os valores da
receita originados da arrecadação feita pelos agentes responsáveis por essa
tarefa deverão ser, obrigatoriamente, transferidos das contas de
responsabilidade desses agentes para uma única conta de responsabilidade da
autoridade fazendária superior.
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Outra questão a discutir se refere aos termos do art. 7º do Código Tributário
Nacional:
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Temos diversos exemplos de tributação parafiscal, como, por exemplo, as
quantias exigidas pelos conselhos de categorias profissionais (OAB, CREA,
etc.), mas somente poderão ser sujeitos ativos de tributos parafiscais as
pessoas jurídicas de direito público, com ou sem personalidade política, e
as pessoas jurídicas de direito privado que desenvolvem atividades de
interesse público.
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Além dessas modalidades, há também os Cartórios de Notas e Registro de
Contratos Marítimos e os Cartórios de Registro de Distribuição, que existem em
menor número e somente em alguns estados brasileiros.
1 - Tabelionato de Notas:
I - Escritura com valor declarado;
II - Procuração, substabelecimento ou revogação:
- com poderes para o foro em geral;
- outras procurações sem valor econômico;
- outras procurações com valor econômico.
III - Autenticação de cópias de documentos;
IV - Reconhecimento de Firma, inclusive letras ou sinal:
- por semelhança;
- como autêntica.
V - Certidão ou traslado ou pública forma;
VI - Escritura sem valor declarado;
VII - Registro chancela mecânica;
VIII - Testamento;
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IX - Atas Notariais sem reflexo econômico;
X - Escritura de Convenção de Condomínio.
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XI - Autenticação de livros contábeis;
XII - Informação prestada por qualquer forma e meio, com dispensa de
certidão.
Foi visto que a receita bruta auferida pelos cartórios é distribuída às partes
interessadas, entre as quais temos a Secretaria de Estado de Fazenda, o
Fundo Especial de Despesa do Tribunal de Justiça, a Comissão gestora dos
repasses de compensação dos atos gratuitos, a Carteira de Previdência das
Serventias não Oficializadas da Justiça do Estado, o fundo de compensação
dos atos gratuitos do registro civil das pessoas naturais e à complementação
da receita mínima das serventias deficitárias.
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do serviço” nada tem a ver com o “preço da prestação do serviço”, este, sim, a
representar o esforço do prestador no desempenho de sua atividade.
Na verdade, temos casos em que nem tudo que se recebe configura receita,
pois há, também, entradas de recursos que são meros ingressos. Explica Aires
F. Barreto que receitas são entradas que modificam o patrimônio da empresa,
incrementando-o. Já os ingressos podem envolver tanto a efetiva receita do
prestador do serviço quanto valores de terceiros, que não lhe pertence.
Com base nesses dois argumentos, o preço dos serviços notariais e registrais
não coincide, a nosso ver, ao preço total que se cobra do usuário do serviço.
Embora o pacto contratual determine um preço, o valor efetivamente recebido
pelos prestadores do serviço não é aquele, pois são obrigados a repassar parte
do recurso para outros agentes. E tal repasse não pode ser considerado
“custo” da prestação do serviço, tendo em vista que não se trata de despesas
operacionais internas. São repasses previamente firmados e aceitos e que
servirão para remunerar terceiros que não atuam diretamente na execução dos
serviços.
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O Selo Digital de Fiscalização no Rio Grande do Sul
III - até 25% para: assegurar renda mínima à manutenção dos serviços
notariais e de registro deficitários; prover a manutenção dos serviços prestados
pelo próprio Fundo; e prover a manutenção dos serviços prestados pelos
Colégios Notarial e Registral.
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Cabe aqui, então, a pergunta se tais serviços são, ou não, tributáveis pelo ISS.
De pronto, temos que responder que sim, embora se reconheça a grande
dificuldade de sua apuração pelo Fisco, pois, geralmente, essas receitas não
são contabilizadas e nem registradas nos livros, justamente pela proibição da
Corregedoria da Justiça.
Os serviços gratuitos
Já foi visto que o Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais é obrigado por
lei a conceder gratuidade no registro civil de nascimento e de óbito para
pessoas reconhecidamente pobres. Essa gratuidade, no entanto, é
compensada, de certa forma, pelo recebimento de valores obtidos através do
Fundo Notarial e Registral.
Alíquotas
Como se sabe, o ISS tem por base de cálculo o preço do serviço. E sendo
assim, quando o prestador calcula “por fora” o valor do imposto, o preço do
serviço se altera, adicionando-se o valor que se cobra relativo ao ISS.
No caso dos Cartórios, esta forma de calcular o ISS apresentaria alguns pontos
favoráveis, tais como:
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No entanto, a legislação do Rio Grande do Sul veda o acréscimo de qualquer
quantia em relação aos serviços notariais e registrais:
“Art. 6° - É vedado:
I - cobrar das partes interessadas quaisquer outras quantias não
expressamente previstas na tabela de emolumentos”; (...)
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Importante: Os atos em que não houver cobrança de emolumentos não são
lançados no Diário.
Todos os anos, até o décimo dia útil do mês de fevereiro, o Diário é visado pelo
Juiz Corregedor Permanente, que determinará, sendo o caso, as glosas
necessárias, podendo determinar sua apresentação sempre que entender
conveniente.
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é o Estado que está sendo tributado, mas o particular”. E segundo, “porque
falta o requisito da ausência de capacidade econômica em razão do caráter
lucrativo da prestação do serviço”.
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“Inicialmente anoto que a atividade notarial é sempre exercida por entes
privados, mediante contraprestação com viés lucrativo, posto que de índole
estatal, submetida ao poder de polícia do Judiciário (art. 236, caput e §§ 1º e
2º, da Constituição). A circunstância de a atividade ser remunerada, isto é,
explorada com intuito lucrativo por seus delegados já atrairia, por si somente, a
incidência do art. 150 §3º, da Constituição de 1988”.
(...)
“Entendo que a circunstância objetiva de o serviço tributado ter índole pública
não justifica que a imunidade tributária tenha como efeito colateral a concessão
de vantagem que não se coadune com os objetivos salvaguardados pela
medida”.
“Assim entendo, em primeiro lugar, porque a tributação de serviço de índole
pública, mas explorado economicamente por particular não implica risco algum
ao equilíbrio entre os entes federados e, em segundo, porque os agentes
notariais demonstram capacidade contributiva, por se dedicarem com
inequívoco intuito lucrativo à atividade”.
(...)
“A circunstância de o valor das taxas e, conseqüentemente, do valor destinado
ao notário como contraprestação pelo serviço, sujeitarem-se à definição pelo
Poder Público não impressiona, já que os serviços concedidos, e normalmente
tributados, também podem se submeter ao mesmo tipo de restrição”.
(...)
“Como bem observou o eminente Ministro Carlos Britto, a jurisprudência
predominante da Corte reconhece a índole estatal dos serviços, bem como que
tal materialidade constitui hipótese de incidência típica de taxa.
Contudo, como busquei expor, não há diferenciação que justifique a tributação
dos serviços públicos concedidos e a não-tributação das atividades delegadas.
A tributação de ambos os tipos de atividade se justifica mediante o exame
capacidade contributiva tanto da atividade quanto dos agentes que a exploram
com viés econômico. A Constituição comete expressamente aos municípios e
ao Distrito Federal competência para instituir imposto sobre serviços de
qualquer natureza, ainda que públicos, quando desempenhados por
particulares mediante remuneração.
A circunstância de os serviços notariais delegados corresponderem a uma
terceira classe não afasta suas demais notas, especialmente a de ser
prestação de fazer onerosa, executada por particular com interesse econômico
próprio. Trata-se, portanto, de serviços de qualquer natureza, não
compreendido no âmbito do Imposto sobre Serviços de Comunicações e
Transportes Intermunicipais (ICMS).
“Do exposto, e renovando o pedido de vênia ao eminente relator, julgo
improcedente esta ação direta de inconstitucionalidade.”
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nas Justiças Estaduais e, diante da decisão do Plenário do STF, são favoráveis
à incidência do imposto. Abaixo, transcrevemos decisão do Tribunal de Justiça
de São Paulo:
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA
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ISS incide tão somente sobre os serviços colocados no regime de direito
privado, de forma que o regime de direito público escapa do imposto em
questão, que os cartórios extrajudiciais não exploram atividade econômica mas
sim atuam por delegação do Estado.
4 Em seu apelo sustenta o Município de Campinas, em preliminar, que a
autoridade apontada como coatora não praticou nenhum ato ou omissão
concreta que esteja pondo em risco o direito do impetrante, que ausente direito
líquido e certo a legitimar a pretensão do impetrante, eis que não há prova pré-
constituída de seu direito, o pedido é juridicamente impossível, já que o
mandado de segurança não é adequado contra lei em tese e, é inadequada a
via eleita, eis que não houve demonstração, de plano, de direito líquido e certo
a ser amparada na via mandamental No mérito, aduz que a natureza jurídica
dos serviços prestados dos atos notariais e de registro é privada, por
delegação do Poder Público, nos termos do artigo 236 da Constituição Federal,
de maneira que deve haver incidência de ISS. Requer, por fim, seja denegada
a segurança ou, eventualmente, seja excluída a incidência do ISS apenas
sobre a parte destinada à Fazenda do Estado.
6. A douta Procuradoria Geral de Justiça é pela desnecessidade de
manifestação ministerial porque se cuida de direito disponível discutido entre
partes maiores e capazes (fls. 251).
É o relatório.
7 Cuida-se de mandado de segurança impetrado por Oficial de serviços
registrais e notariais, pretendendo a não incidência de ISS sobre a receita
gerada pela prestação de tais serviços. A incidência do aludido imposto está
prevista na lista de serviços da Lei Complementar Federal n° 116/2003. itens
21 e 21 01 (Serviços de registros públicos, cartorários e notariais) e Lei
Municipal n° 11 829/03.
Pela prestação de tais serviços, o delegatário dos referidos serviços exige do
usuário o respectivo pagamento. Ora, não existe impedimento constitucional ou
legal que obste a exigência do ISS sobre tais serviços, nos termos seguintes.
Com efeito, o Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, ao votar na ADI n° 3 089/DF,
julgou improcedente o pedido formulado na referida ADI. sob o fundamento de
tratar-se de atividade estatal delegada, tal como a exploração de serviços
públicos essenciais, mas que, enquanto exercida em caráter privado, é serviço
sobre o qual incide o ISS Aludido voto foi acompanhado por mais sete Ministros
do STF (cf Informativo do STF, n° 464, de 23 a 27/04/2007, publicado em
03/05/2007).
Dessa forma, o entendimento atual do STF é no sentido de admitir a incidência
de ISS sobre a receita gerada pela prestação de serviços notariais e registrais.
E não poderia ser de outra forma, pois as empresas concessionárias e
permissionárias de serviços públicos não gozam de imunidade de tributos (art
150. VI. 'a". CF), o que afetaria também os delegatários de serviços notariais e
registrais.
A celeuma não é de hoje.
Já na vigência da CF/1937 ficou estabelecido na Doutrina e na Jurisprudência
da época que o serviço público só poderia ser alcançado pela imunidade
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tributária se prestado por ente político (União. Estado-membro, DF e
Município).
Não é o caso dos autos, pois o serviço notarial, em que pese sua natureza
pública, sua prestação é feita pelo particular (Oficial e sua estrutura funcional -
substituto, escreventes, auxiliares etc.).
Neste sentido, Ap Cível 70010864635. 21a Câmara Cível ATJRS, Rei Des
MARCO AURÉLIO HEINZ, J 09/11/2005. Pontes de Miranda ao comentar a
Constituição de 1937, com a habitual agudeza de espírito, leciona: "a
Constituição de 1937 ligou a imunidade à subjetividade. É essencial, neste
caso, pertença o serviço à União, ao Estado ou ao Município, para que se vede
a outras unidades de direito constitucional, lançar a tributação " (a constituição
de 1937, vol. I, pág 319).
O Supremo Tribunal, examinando questão de imunidade e louvando-se neste
entendimento, foi taxativo: "É pacifico, ainda, que as empresas concessionárias
de serviço público não gozam de imunidade tributária. A Constituição de 1937
ligou a imunidade à subjetividade'' (RE 17581, rei Min Ribeiro da Costa, 2ª
Turma 29 09 52)
Com o advento da Constituição de 1988, pouca coisa mudou acerca da
imunidade, dispondo o art 150 que, sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou
serviços, uns dos outros (VI, letra "a") E mais, esta vedação é extensiva às
autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Publico, no que se
refere ao patrimônio, à renda aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes (parágrafo 3o).
As imunidades continuam instituídas em favor das pessoas jurídicas de direito
publico. O Supremo Tribunal, voltando a examinar o tema. sob a égide da nova
Carta Política, firmou entendimento: "Não há duvida de que, por força da letra
"a" do inciso VI do art 150 da Constituição Federal, o Município não pode
instituir imposto sobre o patrimônio da União Porém, imunidade constitucional
no dispositivo referido é "ratione personae" Significa dizer que há imunidade
enquanto a União tiver a posse direta do imóvel Se a qualquer titulo, aquela
posse for transferida a pessoa diversa daquelas discriminadas no dispositivo
constitucional, desaparece a imunidade" (RE n° 253 394-SP, rei Min limar
Galvão). Sua Excelência, no voto condutor deste paradigma, é enfático: "A
imunidade recíproca, como já dito, é 'intuito personae" e, por isso, se a União
delibera ceder seu próprio a terceiro, pessoa jurídica de direito privado, para
exploração de atividade que lhe compete, a imunidade não é transferida".
No caso dos autos, os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter
privado por delegação do Poder Público, na forma do art 236 da Constituição.
O conceito de delegação de serviço publico, após algumas variações, está hoje
pacificado como sendo a possibilidade do Poder Publico conferir a outra
pessoa, quer publica ou privada, atribuições que, originalmente, lhe competem
por determinação legal. Evidentemente, delegado a particular o poder de
cobrar emolumentos para prestar serviços, não significa que a imunidade do
Poder Concedente seja transferida ao prestador de serviço. Aliás, prestador de
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serviço não é servidor publico na definição da Suprema Corte, pois não se
submete à aposentadoria compulsória (MCADIN ° 2 891-RJ, Sepúlveda
Pertence).
Neste contexto, não se vislumbra vedação ao Município de instituir ISS sobre o
serviço prestado por particular. No sentido supra, já vinha se manifestando o d
Dês EUTÁLIO PORTO Prova disso, são os fundamentos seguintes, extraídos
do voto 3471, proferido da Ap Cível 618 035 5/9, j por este Tribunal em
08/03/2007: 'Por isso, a transferência das atividades antes realizadas pelo
Estado para um particular, não quer dizer que encontram-se elas fora do
alcance da tributação por serem "atividades públicas", pois, tal situação acaba
por permitir que empresas privadas que hoje exploram atividades antes
realizadas pelo Estado, fiquem fora do alcance da tributação em desigualdade
com tantas outras empresas que da mesma forma exercem atividades de não
menos relevância pública, mas obrigadas a pagar os impostos. E sendo assim,
os serviços notariais encontram-se, da mesma forma que qualquer outro
particular, alcançados pelo sistema de tributação, concluindo-se pela
possibilidade de incidência tributária nos serviços advindos dos cartórios.
Estabelece o art 236 da Constituição Federal que 'os serviços notariais e de
registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Publico', de
forma que, o regime jurídico adotado por aquele que explora esta atividade é
de direito privado, em que pese ser o serviço de caráter publico e sob controle
estatal, fato, porem, que não desvirtua a natureza privada de quem o exerce, e
nem se confunde com o próprio Estado, não advindo daí qualquer condição
privilegiada para efeito de incidência tributária. Com efeito, pode-se afirmar,
sem hesitação, que os serviços prestados pelos notários e registradores são
passíveis de tributação, pouco importando a natureza do valor cobrado por
esses serviços, que segundo entendimento manifestado inclusive pelo STF,
está dentro do conceito de taxa.
Advirta-se, ainda, que não só as serventias extrajudiciais, através dos agentes
delegados estão inseridas na condição de prestadores de serviços públicos
com a característica privada, pois, incluem-se também nesta hipótese
empresas que são contratadas para realizarem obras, prestarem serviços de
saúde, assistência social, educação, fazendo-o sempre mediante
regulamentação estatal, e sob sua fiscalização, porém, por sua conta e risco,
sendo que, no presente caso, a Lei 8 935/94, determina no art 22 que os
notános e os oficiais de registro responderão, inclusive, pelos danos que eles e
seus prepostos causarem a terceiros. Pois não importa o tipo de serviço e sim
por quem é ele prestado, se delegado a um particular deverá pagar o tributo
devido e se, mais adiante, entender o Estado que deva prestá-lo diretamente,
não haverá incidência do tributo, é assim que ocorre com todos os serviços da
Administração Em outros dizeres, se o Poder Publico resolve com seus
próprios meios construir uma escola ou prestar serviços hospitalares,
evidentemente não pagará o tributo, mas se resolver repassar esses serviços
ao setor privado, a situação é outra, pois o pagamento será feito pela
Administração Pública, mediante os tributos que ela arrecada, destinando parte
destes ao pagamento do particular, incidindo a tributação devida".
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Deve ser observado que do preço exigido pelo delegatário e pago pelo usuário
do serviço cartorário, parte se destina ao delegatário e outro montante custas
devidas ao Estado, contribuições devidas à Carteira de Previdência das
Serventias Não-Oficializadas e outros encargos ou contribuições instituídas por
lei. A título de exemplo, cite-se o registro de pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos, incluindo todos os atos do processo e arquivamento, de valor até R$
590,00 Segundo tabela trazida pela Lei Estadual 11 331. de 26/12/2002, o
preço a ser cobrado pelo delegatário é de R$ 49,15 Deste totaí, R$ 30,72 são
destinados ao Oficial. R$ 8,73 ao Estado, R$ 6,47 à Carteira das Serventias,
R$ 1.62 ao Tribunal de Justiça e R$ 1,62 à Compensação do Registro Civil.
Com efeito, a base de cálculo do ISS em questão deve ser o valor destinado ao
Oficial, excluindo-se os demais encargos com natureza de taxa. Aliás, neste
particular, o STF apontou a natureza de taxa dos valores não destinados ao
Oficial delegatário - custas e emolumentos (cf ADI 1 778-5/MG, Rei Min
MARCO AURÉLIO, DJ de 31/03/2000):
"A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal afirmou orientação no sentido
de que as custas judiciais e os emolumentos concernentes ao serviços
notariais e registrais possuem natureza tributária, qualificando-se quer no que
concerne à sua instituição e majoração, quer no que se refere à sua
exigibilidade, ao regime jurídico-constitucional pertinente a essa especial
modalidade de tributo vinculado, notadamente aos princípios fundamentais que
proclamam, dentre outras, as garantias essenciais (a) da reserva de
competência impositiva, (b) da legalidade, (c) da anterioridade”.
De todo o exposto, o entendimento a que se chega incidentalmente é o de que
não se vislumbra a inconstitucionalidade dos itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à
Lei Complementar n° 116/03 e os respectivos da Lei Municipal n° 11 829/03.
Pelo meu voto. dá-se provimento ao recurso para denegar-se a segurança,
com observação. Comunique-se Conforme súmula 512 do STF, incabíveis
honorários advocatícios.
RODRIGUES DE AGUIAR
Des. Relator
Apelação n" 703 194 5/8-00 - Voto 9191 - EOM
25 - Serviços Funerários.
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cadáver. Em geral, já observou Paulo Brossard de Souza Pinto, a empresa
funerária pratica operações de natureza industrial (fabrico de ataúdes, coroas,
velas, fitas e demais ornamentos), comercial (venda de mercadorias adquiridas
e produtos fabricados, v. g., velas, peças de vestuário, etc.) e prestadora de
serviços (ornamentação da câmara funerária, ação junto às repartições
competentes para a autorização da prática de certos atos, promoção da
propaganda do fato, o transporte do morto desde o velório até o cemitério onde
se lhe dará sepultura, etc.). Todavia, o essencial é a exploração da atividade
das empresas funerárias (serviços de empresas funerárias, dispõe a lista de
serviços), recaindo o ISS no seu todo. As empresas funerárias são prestadoras
de serviços”. 75
75
Obra citada, p. 399.
76
“ISS - aspectos teóricos e práticos”, São Paulo, Dialética, 2003.
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26. Serviços de coleta, remessa ou entrega de
correspondências, documentos, objetos, bens ou valores,
inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier
e congêneres.
Agências franqueadas do Correio
Entretanto, o assunto ainda não foi concluído. Abaixo, a notícia veiculada pelo
Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), em 27 de maio de 2008:
www.conjur.com.br
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postal como monopólio. Vale lembrar que monopólio é exceção e as exceções
à livre iniciativa constam do rol fechado do artigo 177”
Segundo Souza, “a Constituição atual simplesmente menciona a necessidade
da manutenção do serviço postal (artigo 21, inciso X). Assim como cabe à
União manter o ensino, o sistema financeiro nacional etc. Isto, porém, não
afasta a possibilidade de exploração dos serviços pela iniciativa privada, como
efetivamente acontece”.
Por outro lado, o serviço postal é claramente uma atividade econômica. Tanto
é assim que existem milhares de franqueados dos Correios explorando a
atividade postal. Logo, a iniciativa privada já explora o serviço postal e com o
crivo da ECT.
Na ação, a Abraed expõe também as razões sociais, econômicas, e
empresariais e tributárias que justificam, a seu ver, a quebra do monopólio
estatal na área postal. “Com a decisão de inexistência do monopólio, a ECT
deverá adequar-se ao mercado, modernizar-se, varrer a corrupção e competir
com as empresas do setor privado. Todos ganharão principalmente o
consumidor”, diz Souza.
Art. 156, § 3º: “Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste
artigo, cabe à lei complementar: (...) II - excluir da sua incidência a exportação
de serviços para o exterior”.
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serviço é desenvolvido no Brasil e o seu resultado usufruído no exterior. Neste
caso, a circulação do bem imaterial inicia-se em nosso território, mas se efetiva
no exterior.
Essas seriam as duas regras para definirmos os serviços que não são
tributados pelo ISS, por força de exportação.
Em segundo lugar, temos aquele tipo de serviço cujo resultado já foi verificado
no Brasil, necessitando, porém, de algumas adaptações e ajustes que
permitam a sua exportação. Não se trata de um serviço novo, mas alvo apenas
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de uma readaptação. Um exemplo: uma empresa de propaganda cede ao
exterior o direito de uso de sinais de uma propaganda aqui desenvolvida e
utilizada na mídia, mas com a obrigação de adaptá-la ao idioma estrangeiro.
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