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Introdução
A Engenharia de Avaliações e Perícias é uma especialidade da engenharia que reúne um
conjunto amplo de conhecimentos na área de engenharia e arquitetura, bem como em
outras áreas das ciências sociais, exatas e da natureza, com o objetivo de determinar
tecnicamente o valor de um bem, de seus direitos, frutos e custos de reprodução.
Não é uma ciência exata, mas sim a arte de estimar os valores de propriedades específicas
onde o conhecimento profissional de engenharia e o bom julgamento são condições
essenciais.
A arte da Engenharia de Avaliações e Perícias foi desenvolvida principalmente a partir
de 1890 quando engenheiros, economistas e os tribunais começaram a encarar seriamente
o trabalho formal de avaliações. Sua função é subsidiar tomadas de decisões a respeito de
valores, custos e alternativas de investimentos, envolvendo bens de qualquer natureza,
tais como: imóveis, máquinas e equipamentos, automóveis, móveis e utensílios, culturas,
jazidas, instalações, empresas, marcas, patentes, softwares, obras de arte,
empreendimentos de base imobiliária como shopping centers, hotéis, parques temáticos,
cinemas, etc. além de seus frutos e direitos.
Conceitos básicos
Iniciamos nossos estudos com a nossa familiarização com alguns dos termos técnicos
mais utilizados nas Perícias das áreas das engenharias (principalmente na construção
civil). Ponto importante na confecção do Laudo Pericial é a clareza e assertividade do
texto. A prolixidade e a duplicidade de sentidos, são fatores, que não podem estar
presentes nestes trabalhos.
Terminologias
Amostra - Parte do Universo, observada e selecionada para estudos estatísticos.
Anomalia - Irregularidade, anormalidade, exceção à regra.
Área de influência do canteiro de obra - Perímetro dentro do qual estão contidos os
imóveis que, por orientação de profissional competente e por definição do Contratante,
serão vistoriados e descritos no laudo.
Avaria - Dano causado a qualquer bem, ocasionado por defeito ou por outra causa externa
a ele.
Beiral - Prolongamento do telhado para além da parede externa, protegendo-a da ação
das chuvas.
Bem - Coisa que tem valor, suscetível de utilização ou que pode ser objeto de direito, que
integra um patrimônio.
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Exame - Inspeção, por meio de perito, sobre pessoa, coisas, móveis e semoventes, para
verificação de fatos ou circunstâncias que interessem à causa. Falha - Anomalia
caracterizada pela perda precoce de desempenho de elementos e sistemas construtivos
com origem na Manutenção, Operação e Uso.
Fissuras, trincas e rachaduras - Manifestações patológicas observadas nas edificações
e/ou terrenos, que ocorrem normalmente em alvenarias, lajes, vigas, pilares, pisos, muros,
dentre outros elementos. Geralmente são causadas por acréscimos de tensões no elemento
e seus materiais componentes. Tais anomalias são indícios da ocorrência de que o
elemento, e seus materiais, foram condicionados a esforços superiores às suas
capacidades resistivas. A partir disso, a consequência deste fenômeno é uma abertura no
elemento cuja caracterização é conforme a espessura correspondente, como descrito
abaixo.
Fissura - Anomalia/abertura até 0,50 mm.
Trinca - Anomalia/abertura acima de 0,50 até 1,00 mm.
Rachadura - Anomalia/abertura acima de 1,00 até 5,00 mm.
Fenda - Anomalia/abertura acima de 5,00 até 10,00 mm.
Brecha - Anomalia/abertura acima de 10,00 mm.
Gleba - Terreno passível de receber obras de infraestrutura urbana, visando o seu
aproveitamento eficiente, através do loteamento, desmembramento ou implantação de
empreendimento.
Idade estimada - Idade atribuída ao bem considerando sua utilização, estado de
conservação, partido arquitetônico e outras características relevantes.
Imóvel - Bem constituído de terreno e eventuais benfeitorias a ele incorporados. Pode ser
classificado como urbano ou rural, em função da sua localização, uso ou vocação.
Impermeabilização - Proteção mecânica das construções contra a passagem de fluídos
através da estanqueidade.
Incômodo ou transtorno - Perturbação no uso do imóvel decorrente de ações externas
com infringência do direito de vizinhança, de instituição de servidão, etc.
Infiltração - Percolação de fluído através dos interstícios de corpos sólidos. Instalação -
Conjunto de equipamentos e componentes destinados a desempenhar uma utilidade ou
um serviço auxiliar.
Lide - Conflito de interesses suscitado em juízo ou fora dele.
Lixiviação - É o processo pelo qual o concreto sofre a extração dos compostos solúveis,
principalmente o hidróxido de cálcio presente no meio, através da dissolução deste em
presença de água, gerando a diminuição da alcalinidade da peça.
Lote - Porção de terreno resultante de parcelamento do solo urbano.
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Proprietário - Pessoa física ou jurídica que tem o direito de dispor da edificação. Ruptura
- Seccionamento integral ou parcial de um elemento ou componente que reduz
significativamente sua capacidade de resistência.
Servidão - Restrições às faculdades de uso e gozo que sofre a propriedade em benefício
de alguém ou de outra propriedade dominante. Há a servidão imposta por lei, com origem
no direito de vizinhança. Por exemplo, temos a passagem forçada que existe para dirimir
um eventual conflito e criar efeito útil.
Terreno-motivo - Futura obra ou intervenção vizinha à edificação e/ou terreno, a ser
vistoriado, causador da necessidade de realização do trabalho, preventivo, em questão.
Uso - Finalidade da utilização do imóvel (residencial, comercial, industrial e outras).
Valor de mercado - Quantia mais provável pela qual se negociaria voluntariamente e
conscientemente um bem, numa data de referência, dentro de condições do mercado
vigente.
Valor em risco - Valor representativo da parcela do bem que se deseja segurar.
Valor patrimonial - Valor correspondente à totalidade dos bens de pessoa física ou
jurídica.
Valor residual - Quantia representativa do valor do bem no final da vida útil.
Valor da perpetuidade - Valor remanescente de um empreendimento ao final do
horizonte projetivo, considerados resultados perenes.
Valor de desmonte - Valor presente da renda líquida auferível pela venda dos bens que
compõem o empreendimento, na condição de sua desativação.
Valor econômico - Valor presente da renda líquida auferível pelo empreendimento
durante sua vida econômica, a uma taxa.
Vícios - Anomalias que afetam o desempenho de produtos ou de serviços, ou os tornam
inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou prejuízos materiais ao
consumidor. Podem decorrer de falha de projeto ou de execução, ou ainda da informação
defeituosa sobre sua utilização ou manutenção.
Vícios redibitórios - Vícios ocultos que diminuem o valor da coisa ou a tornam imprópria
ao uso a que se destina, e que, se fossem do conhecimento prévio do adquirente,
ensejariam pedido de abatimento do preço pago ou inviabilizariam a compra.
Vida útil - Intervalo de tempo ao longo do qual a edificação e suas partes constituintes
atendem aos requisitos funcionais para os quais foram projetadas, obedecidos os planos
de operação, uso e manutenção previstos.
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Vistoria
A Vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou
fato, de forma circunstancial. Não inclui a análise das causas, mas o registro do estado.
Pode ser, em casos excepcionais, quando for impossível o acesso ao bem, admitida a
adoção de uma situação paradigma, desde que acordada entre as partes e explicitada no
laudo. São itens comuns aos trabalhos de vistoria, dados como, dia, hora, pessoas
presentes, desenvolvimento dos dados técnicos captados e verificados no imóvel
vistoriado.
É a constatação local de fatos, mediante observações criteriosas em um bem e nos
elementos e condições que o constituem ou o influenciam.
"A Vistoria Cautelar tem o objetivo de vistoriar e analisar tecnicamente o estado geral
dos imóveis vizinhos confrontantes com uma obra a ser edificada e as imediações desta.
Serão analisadas e relatadas as condições físicas e estruturais dos imóveis, as
características construtivas, as anomalias, os defeitos e os danos físicos existentes.
Estes dados deverão ser documentados, registrados e ainda fotografados na data da
vistoria. (IBAPE-MG 003)"
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Avaliação
A Engenharia de Avaliações não é uma ciência exata, mas sim a arte de estimular os
valores de propriedades, máquinas e equipamentos, em que o conhecimento profissional
de engenharia e o bom julgamento são condições essenciais. Importante também, o
avaliador verificar o fim a que se destina o laudo de avaliação. Bom senso e cautela são
necessários para se analisar as amostragens e informações contidas na oferta e procura,
quando da busca da média ponderada do mercado. São vários os métodos utilizados,
porém, o método a ser utilizado, deve ser escolhido conforme o objeto da avaliação. Para
o desenvolvimento do laudo técnico de avaliação, o escopo a ser utilizado, muito se
assemelha ao laudo técnico pericial. Oportuno lembrar que, são muitos os casos judiciais
em que o profissional da área tecnológica é nomeado como Perito Avaliador.
Função da avaliação
O que se pretende na avaliação é essencialmente o justo valor do bem, e nele agregado o
valor das benfeitorias edificadas, máquinas, equipamentos e instalações, tendo como
objetivo atender à solicitação de avaliação para fins de comprovação de valores atuais em
uma data base para pagamento à vista, em moeda corrente do país, conforme normas e
conceitos da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Perícia
Atividade técnica realizada por profissional com qualificação específica, para averiguar
e esclarecer fatos, verificar o estado de um bem, apurar as causas que motivaram
determinado evento, avaliar bens, seus custos, frutos ou direitos.
Segunda essa definição, dada pela NBR 14653-1:2001, está dito que a avaliação é uma
espécie de perícia, isto é, perícia é gênero que abrange a avaliação como uma de suas
espécies.
Perito
“Profissional legalmente habilitado, idôneo e especialista, convocado para realizar uma
perícia” (Definição do glossário do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de
Engenharia – IBAPE/SP).
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Conforme essa definição, o profissional deve ser legalmente habilitado. Com relação ao
perito, o Código de Processo Civil (artigo 145) prevê:
Art. 145 – Quando a prova de fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz
será assistido por perito segundo o disposto no art. 421.
A lei processual estipula ainda que o perito necessita obrigatoriamente ser profissional
habilitado na matéria para a qual foi nomeado, ao exigir a certidão do órgão profissional
em que estiver inscrito que, no caso do Engenheiro, do Arquiteto e do Agrônomo, é o CREA
(Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).
Cumpre alertar que, não obstante a simples inscrição no órgão que regulamenta a profissão
baste para legalmente habilitá-lo que funcione como tal, deve para tanto, ter conhecimento
específico sobre a matéria, objeto da perícia, de acordo com a determinação do artigo 424
do Código de Processo Civil, nos seguintes termos.
A polêmica inicia-se quando se trata de avaliação de bens, seus custos, frutos ou direitos.
Neste caso, para entender bem o problema da competência, é necessário que se faça, antes
de mais nada, uma comparação entre dois conceitos: o de preço e o de valor.
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Preço é o quanto se paga por determinado bem; não tem justificativa, não cabe perguntar
por que o preço. Valor, ao contrário, é suscetível de análise; analisar é dividir um todo em
suas partes para melhor estudá-lo.
Assim, cabe dividir o valor de um bem imóvel em partes que explicam o do valor do bem.
Dessa forma, um imóvel pode ser decomposto em seus elementos que são o terreno e a
construção. As principais variáveis que influem no valor do terreno são: localização, frente,
profundidade, multiplicidade de frentes, topografia, consistência do solo. Na avaliação de
construções devem ser levados em conta os tipos de padrão construtivos, a idade, o
obsoletismo e o estado de conservação. Não basta aplicar de maneira mecânica os
coeficientes que levam em conta essa gama de variáveis. Há que se ter um conhecimento
profundo de construção civil, e aproveitamento do terreno, além de conceitos de
funcionalidade e, obsoletismo e estado de conservação de uma construção. Esse é o trabalho
de um profissional de nível superior, registrado no CREA.
Portanto, toda vez que houver possibilidade de contestação do valor obtido numa perícia
de avaliação, requer-se a presença do profissional registrado no CREA para explicar porque
vale aquilo que foi calculado. Essa é a diferença entre o preço que o leigo fornece e o valor
que o profissional habilitado calcula.
Assistente Técnico
“Profissional legalmente habilitado, indicado e contratado pela parte para orientá-la, assistir
os trabalhos periciais em todas as faces da perícia e, quando necessária, emitir seu parecer
técnico ” (Definição do Glossário de Terminologia Básica Aplicável à Engenharia de
Avaliações e Perícias do IBAPE/SP).
Quando o fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz nomeará, para assisti-
lo, um perito judicial, facultando às partes litigantes a indicação de seus respectivos
assistentes técnicos.
Portanto, não é obrigatório que as partes indiquem assistentes técnicos, mas é importante.
A função do assistente é acompanhar a perícia em toadas as etapas, assessorando a parte
que contratou, colaborar com o perito no que for possível (fornecimento de plantas,
pesquisas etc.) e elaborar o seu parecer técnico, que é uma apreciação crítica sobre o laudo
pericial, manifestando sua concordância ou divergência sobre o conteúdo do trabalho. O
assistente técnico critica o laudo sempre pronto do ponto de vista técnico e no interesse de
seu cliente, dentro dos critérios que regem o Código de Ética Profissional.
Antes da mudança do Código de Processo Civil, a assistente técnico era obrigado a prestar
compromisso em cartório. Essa regra foi abolida, o que induziu à interpretação por alguns
juristas e advogados de que o assistente técnico pode ser parcial nas suas críticas dentro dos
interesses de seu cliente. O que ele não pode é contrariar a verossimilhança dos fatos, de
acordo com os princípios éticos da profissão.
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Seu trabalho é hoje denominado Parecer Técnico, pois é uma apreciação do Laudo Pericial.
Portanto, na linguagem forense, e só na linguagem forense, o termo “Laudo” é reservado
ao trabalho do perito e o termo Parecer Técnico à crítica feita pelo assistente técnico ao
laudo judicial.
Fora do âmbito judicial, o termo aludo pode ser utilizado para qualquer trabalho.
Inspeção Predial
Para tanto, o trabalho de Inspeção Predial considera a edificação como o corpo humano e,
assim como em um check-up médico, avalia cada parte ou elemento construtivo.
Laudo
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Referências Bibliográficas
PUJADAS, F.Z.A., SILVA, G.V., KALIL, M.L., FRANCISCO, V.P. Inspeção Predial: a
Saúde dos Edifícios. Disponível em:< http://www.ibape-sp.org.br/arquivos/CARTILHA-
Inspecao-predial-a-saude-dos-edif%C3%ADcios.pdf>
RESENDE, D.C.R, Avaliações e Perícias. Saletto Educação, 2015.
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