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Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia

Perícias e Avaliações de Engenharia

Introdução
A Engenharia de Avaliações e Perícias é uma especialidade da engenharia que reúne um
conjunto amplo de conhecimentos na área de engenharia e arquitetura, bem como em
outras áreas das ciências sociais, exatas e da natureza, com o objetivo de determinar
tecnicamente o valor de um bem, de seus direitos, frutos e custos de reprodução.
Não é uma ciência exata, mas sim a arte de estimar os valores de propriedades específicas
onde o conhecimento profissional de engenharia e o bom julgamento são condições
essenciais.
A arte da Engenharia de Avaliações e Perícias foi desenvolvida principalmente a partir
de 1890 quando engenheiros, economistas e os tribunais começaram a encarar seriamente
o trabalho formal de avaliações. Sua função é subsidiar tomadas de decisões a respeito de
valores, custos e alternativas de investimentos, envolvendo bens de qualquer natureza,
tais como: imóveis, máquinas e equipamentos, automóveis, móveis e utensílios, culturas,
jazidas, instalações, empresas, marcas, patentes, softwares, obras de arte,
empreendimentos de base imobiliária como shopping centers, hotéis, parques temáticos,
cinemas, etc. além de seus frutos e direitos.

Conceitos básicos
Iniciamos nossos estudos com a nossa familiarização com alguns dos termos técnicos
mais utilizados nas Perícias das áreas das engenharias (principalmente na construção
civil). Ponto importante na confecção do Laudo Pericial é a clareza e assertividade do
texto. A prolixidade e a duplicidade de sentidos, são fatores, que não podem estar
presentes nestes trabalhos.

Terminologias
Amostra - Parte do Universo, observada e selecionada para estudos estatísticos.
Anomalia - Irregularidade, anormalidade, exceção à regra.
Área de influência do canteiro de obra - Perímetro dentro do qual estão contidos os
imóveis que, por orientação de profissional competente e por definição do Contratante,
serão vistoriados e descritos no laudo.
Avaria - Dano causado a qualquer bem, ocasionado por defeito ou por outra causa externa
a ele.
Beiral - Prolongamento do telhado para além da parede externa, protegendo-a da ação
das chuvas.
Bem - Coisa que tem valor, suscetível de utilização ou que pode ser objeto de direito, que
integra um patrimônio.

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Bem tangível - Bem identificado materialmente (por exemplo: imóveis, equipamentos,


matérias primas).
Bem Intangível - Bem não identificado materialmente (por exemplo: fundo de comércio,
marcas, patentes).
Benfeitoria - Resultado de obra ou serviço realizado num bem e que não pode ser retirado
sem destruição, fratura ou dano.
Capilaridade - Nos tijolos, nas argamassas e nos concretos porosos, em contato com uma
superfície úmida, a água sobe por veios ou canais por “ascensão capilar”, até atingir o
equilíbrio, que poderá variar a altura de acordo com os materiais envolvidos.
Carbonatação - É o processo pelo qual o concreto sofre a agressão por dióxido de
carbono presente no meio, transformando o hidróxido de cálcio presente, em carbonato
de cálcio mais água, gerando a diminuição da alcalinidade da peça e a redução de volume
(retração por carbonatação).
Cobrimento - Capeamento da armação em uma peça de concreto armado.
Conformidade - Atendimento a padrões estabelecidos e que podem ser os seguintes:
projetos e memoriais descritivos; procedimentos executivos e de qualidade; boletins
técnicos de produtos e procedimentos; dados de fabricantes de produtos, sistemas,
equipamentos e máquinas; normas técnicas.
Conservação - Ato de conservar, manter em bom estado, resistir ao desgaste causado
pelo tempo.
Construção - Ato, efeito, modo ou arte de construir. Edificação.
Construir - Edificar, levantar prédios. Conjunto de materiais e serviços com ordenação,
conforme projeto visando à sua transformação num bem.
Contraventamento - Sistema de ligação entre os elementos principais de uma estrutura
com a finalidade de aumentar a rigidez da construção.
Contraverga - Viga de concreto usada sob a janela para evitar a fissuração da parede
(Verga, é a usada sobre a janela).
Corrosão - Ataque das armações através de processo de deterioração eletroquímica.
Custo - Total de gastos diretos e indiretos necessários à produção, manutenção ou
aquisição de um bem, numa determinada data e situação.
Dano - Ofensa ou diminuição do patrimônio moral ou material de alguém, resultante de
delito extracontratual ou decorrente da instituição de servidão. De acordo com o Código
de Defesa do Consumidor, são as consequências dos vícios e defeitos do produto ou
serviço.
Decadência - Perda, perecimento ou extinção de direito em si, por consequência da
inércia ou negligência no uso de prazo legal ou direito a que estava subordinado.

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Decrepitude - Depreciação de um bem pela idade, no decorrer da sua vida útil, em


consequência de sua utilização, desgaste, em manutenção normal.
Defeito - Anomalia que pode causar danos efetivos ou representar ameaça potencial de
afetar a saúde ou à segurança do dono ou consumidor, decorrente de falhas do projeto ou
execução de um produto ou serviço, ou ainda, de informação incorreta ou inadequada de
sua utilização ou manutenção.
Depreciação - Ação ou efeito de depreciar. Baixar de preço ou de valor. Desvalorização.
Deterioração - Depreciação de um bem devido ao desgaste de seus componentes ou às
falhas de funcionamento de sistemas, em razão de uso ou manutenção inadequados.
Divisa - Limite da propriedade que a separa da propriedade contígua, cuja definição é de
acordo com a posição do observador, a qual deve ser obrigatoriamente explicitada.
Domínio - Direito real que submete a propriedade, de maneira legal, absoluta e exclusiva,
ao poder e vontade de alguém; é a propriedade plena.
Edificação - É uma construção que pode ser destinada a alojamento, residência, exercício
de atividades profissionais e estabelecimento de fabricas. Pode ser chamada também de
prédio.
Eflorescência - São depósitos cristalinos de coloração branca, que vão para a superfície
do revestimento, como, por exemplo, pisos (cerâmicos ou não), paredes e tetos,
resultantes da migração de soluções aquosas, geradas a partir da dissolução de sais
solúveis, componentes dos depósitos, que se evaporação posteriormente, deixando (no
local de escorrimento) um material resultante.
Engenharia legal - Ramo de especialização da engenharia dos profissionais registrados
nos CREAs e nos CAUs que atuam na interface direito/engenharia, colaborando com
juízes, advogados e as partes, para esclarecer aspectos técnico-legais envolvidos em
demandas.
Estado de conservação - Situação física de um bem em decorrência de sua idade e
condições de manutenção.
Estalactite - Depósitos brancos (basicamente de bicarbonato de cálcio) formados nos
tetos, provenientes, geralmente, da cal livre do cimento, que reage com a água e o dióxido
de carbono do ar. É ocasionada, normalmente, por águas puras (chuvas) que, por não
conterem sais dissolvidos, tendem a dissolver a cal.
Estanqueidade - Propriedade conferida pela impermeabilização, de impedir a passagem
de fluídos.
Estatística - Metodologia científica para coleta, organização, resumo, apresentação e
análise de dados, bem como obtenção de conclusões válidas e tomada de decisões
baseadas em tais análises.

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Exame - Inspeção, por meio de perito, sobre pessoa, coisas, móveis e semoventes, para
verificação de fatos ou circunstâncias que interessem à causa. Falha - Anomalia
caracterizada pela perda precoce de desempenho de elementos e sistemas construtivos
com origem na Manutenção, Operação e Uso.
Fissuras, trincas e rachaduras - Manifestações patológicas observadas nas edificações
e/ou terrenos, que ocorrem normalmente em alvenarias, lajes, vigas, pilares, pisos, muros,
dentre outros elementos. Geralmente são causadas por acréscimos de tensões no elemento
e seus materiais componentes. Tais anomalias são indícios da ocorrência de que o
elemento, e seus materiais, foram condicionados a esforços superiores às suas
capacidades resistivas. A partir disso, a consequência deste fenômeno é uma abertura no
elemento cuja caracterização é conforme a espessura correspondente, como descrito
abaixo.
Fissura - Anomalia/abertura até 0,50 mm.
Trinca - Anomalia/abertura acima de 0,50 até 1,00 mm.
Rachadura - Anomalia/abertura acima de 1,00 até 5,00 mm.
Fenda - Anomalia/abertura acima de 5,00 até 10,00 mm.
Brecha - Anomalia/abertura acima de 10,00 mm.
Gleba - Terreno passível de receber obras de infraestrutura urbana, visando o seu
aproveitamento eficiente, através do loteamento, desmembramento ou implantação de
empreendimento.
Idade estimada - Idade atribuída ao bem considerando sua utilização, estado de
conservação, partido arquitetônico e outras características relevantes.
Imóvel - Bem constituído de terreno e eventuais benfeitorias a ele incorporados. Pode ser
classificado como urbano ou rural, em função da sua localização, uso ou vocação.
Impermeabilização - Proteção mecânica das construções contra a passagem de fluídos
através da estanqueidade.
Incômodo ou transtorno - Perturbação no uso do imóvel decorrente de ações externas
com infringência do direito de vizinhança, de instituição de servidão, etc.
Infiltração - Percolação de fluído através dos interstícios de corpos sólidos. Instalação -
Conjunto de equipamentos e componentes destinados a desempenhar uma utilidade ou
um serviço auxiliar.
Lide - Conflito de interesses suscitado em juízo ou fora dele.
Lixiviação - É o processo pelo qual o concreto sofre a extração dos compostos solúveis,
principalmente o hidróxido de cálcio presente no meio, através da dissolução deste em
presença de água, gerando a diminuição da alcalinidade da peça.
Lote - Porção de terreno resultante de parcelamento do solo urbano.

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Manchas - São diferenças de tonalidades em uma peça ou em elemento como piso,


parede, viga, pilar, muro, dentre outros, originadas por consequência de irregularidades
no funcionamento da construção.
Manutenção - Conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a
capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes de atender as
necessidades e segurança dos seus usuários.
Mapa Imagem - Representação gráfica do imóvel elaborado com clareza e rico de
informações técnicas.
Mástique - Material de consistência pastosa, com cargas adicionais a si, adquirindo o
produto final, consistência adequada para ser aplicado em calafetações rígidas, plásticas
ou elásticas (ABNT - NBR 8.083/83).
Mutilação - Depreciação de um bem devido à retirada de sistemas ou de componentes
originalmente existentes.
Nicho - Reentrância feita na parede para abrigar armários, prateleiras ou guardar
eletrodomésticos.
Padrão construtivo - Qualidade das benfeitorias em função das especificações dos
projetos, materiais e mão de obra efetivamente utilizados na construção.
Parecer técnico - Parecer técnico: relatório circunstanciado ou esclarecimento técnico
emitido por um profissional capacitado e legalmente habilitado sobre o assunto de sua
especialidade.
Patologias - Danos e anomalias encontrados na edificação, e/ou terreno, que deixam o
elemento em situação diferente da inicialmente concebida.
Pavimento - Conjunto de edificações cobertas ou descobertas situadas entre os planos de
dois pisos sucessivos ou entre o do último piso e a cobertura.
Perda - Prejuízo, privação ou desaparecimento da posse ou da coisa possuída. Pé-direito
- Distância vertical entre o piso e o teto de uma edificação ou construção.
Pilar - Elemento estrutural vertical de concreto, madeira, aço, pedra ou alvenaria. Pilotis
- Conjunto de colunas de sustentação do prédio que deixa livre o pavimento térreo.
Platibanda - Moldura contínua, mais larga do que saliente, que contorna uma construção
acima dos flechais, formando uma proteção ou camuflagem do telhado.
Propriedade - Relação de direito entre a pessoa e a coisa certa e determinada, a de
maneira absoluta, exclusiva e direta à sua vontade e poder. Quando a propriedade sofre
limitação em alguns de seus direitos elementares em virtude de ônus real que sobre ela
recai, é classificada como propriedade limitada ou nua-propriedade.

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Proprietário - Pessoa física ou jurídica que tem o direito de dispor da edificação. Ruptura
- Seccionamento integral ou parcial de um elemento ou componente que reduz
significativamente sua capacidade de resistência.
Servidão - Restrições às faculdades de uso e gozo que sofre a propriedade em benefício
de alguém ou de outra propriedade dominante. Há a servidão imposta por lei, com origem
no direito de vizinhança. Por exemplo, temos a passagem forçada que existe para dirimir
um eventual conflito e criar efeito útil.
Terreno-motivo - Futura obra ou intervenção vizinha à edificação e/ou terreno, a ser
vistoriado, causador da necessidade de realização do trabalho, preventivo, em questão.
Uso - Finalidade da utilização do imóvel (residencial, comercial, industrial e outras).
Valor de mercado - Quantia mais provável pela qual se negociaria voluntariamente e
conscientemente um bem, numa data de referência, dentro de condições do mercado
vigente.
Valor em risco - Valor representativo da parcela do bem que se deseja segurar.
Valor patrimonial - Valor correspondente à totalidade dos bens de pessoa física ou
jurídica.
Valor residual - Quantia representativa do valor do bem no final da vida útil.
Valor da perpetuidade - Valor remanescente de um empreendimento ao final do
horizonte projetivo, considerados resultados perenes.
Valor de desmonte - Valor presente da renda líquida auferível pela venda dos bens que
compõem o empreendimento, na condição de sua desativação.
Valor econômico - Valor presente da renda líquida auferível pelo empreendimento
durante sua vida econômica, a uma taxa.
Vícios - Anomalias que afetam o desempenho de produtos ou de serviços, ou os tornam
inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou prejuízos materiais ao
consumidor. Podem decorrer de falha de projeto ou de execução, ou ainda da informação
defeituosa sobre sua utilização ou manutenção.
Vícios redibitórios - Vícios ocultos que diminuem o valor da coisa ou a tornam imprópria
ao uso a que se destina, e que, se fossem do conhecimento prévio do adquirente,
ensejariam pedido de abatimento do preço pago ou inviabilizariam a compra.
Vida útil - Intervalo de tempo ao longo do qual a edificação e suas partes constituintes
atendem aos requisitos funcionais para os quais foram projetadas, obedecidos os planos
de operação, uso e manutenção previstos.

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Vistoria
A Vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou
fato, de forma circunstancial. Não inclui a análise das causas, mas o registro do estado.
Pode ser, em casos excepcionais, quando for impossível o acesso ao bem, admitida a
adoção de uma situação paradigma, desde que acordada entre as partes e explicitada no
laudo. São itens comuns aos trabalhos de vistoria, dados como, dia, hora, pessoas
presentes, desenvolvimento dos dados técnicos captados e verificados no imóvel
vistoriado.
É a constatação local de fatos, mediante observações criteriosas em um bem e nos
elementos e condições que o constituem ou o influenciam.

Momento esse em que poderá verificar o estado de conservação do objeto periciado, se o


mesmo encontra-se em funcionamento, qual o desenvolvimento produtivo desenvolvido
no ato da vistoria, conservação, idade aparente, fazer tomadas de fotos e coordenadas
geográficas, tipo de edificação e metragens, plantio e cultura em desenvolvimento,
topografia do terreno, possíveis erosões, estrada de acesso, rua, calçada, energia, linha
ônibus, mercado, armazém de grãos, frigoríficos, distâncias em relação a centros de
compras e escolas, relatos de funcionários e moradores, anotações da marca, modelo e
número de série, informar se transcorreu em harmonia ou houve alguma resistência ou
desavença.

A Vistoria Cautelar, comum na Engenharia Civil, descrita no corpo da própria norma


técnica do IBAPE/MG ((Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do
Estado de Minas Gerais) é a seguinte:

"A Vistoria Cautelar tem o objetivo de vistoriar e analisar tecnicamente o estado geral
dos imóveis vizinhos confrontantes com uma obra a ser edificada e as imediações desta.
Serão analisadas e relatadas as condições físicas e estruturais dos imóveis, as
características construtivas, as anomalias, os defeitos e os danos físicos existentes.
Estes dados deverão ser documentados, registrados e ainda fotografados na data da
vistoria. (IBAPE-MG 003)"

Quando as edificações tornam-se alvos de intervenções que serão realizadas no seu


entorno, faz-se necessário preliminarmente a realização de uma vistoria, com o intuito de
retratar tecnicamente a situação atual do bem que se almeja salvaguardar, para fins de
resguardar (de forma justa e imparcial) tanto a construtora, quanto o vizinho da futura
obra. Essa vistoria, portanto, busca preservar o direito das partes, além de exercer a boa
fé e a imparcialidade.

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A Norma de Vistoria Cautelar 003 do IBAPE/MG define, estas, e todas as outras


interpretações, embasamentos e procedimentos necessários à execução e confecção do
laudo da Vistoria Cautelar.

Avaliação
A Engenharia de Avaliações não é uma ciência exata, mas sim a arte de estimular os
valores de propriedades, máquinas e equipamentos, em que o conhecimento profissional
de engenharia e o bom julgamento são condições essenciais. Importante também, o
avaliador verificar o fim a que se destina o laudo de avaliação. Bom senso e cautela são
necessários para se analisar as amostragens e informações contidas na oferta e procura,
quando da busca da média ponderada do mercado. São vários os métodos utilizados,
porém, o método a ser utilizado, deve ser escolhido conforme o objeto da avaliação. Para
o desenvolvimento do laudo técnico de avaliação, o escopo a ser utilizado, muito se
assemelha ao laudo técnico pericial. Oportuno lembrar que, são muitos os casos judiciais
em que o profissional da área tecnológica é nomeado como Perito Avaliador.

Função da avaliação
O que se pretende na avaliação é essencialmente o justo valor do bem, e nele agregado o
valor das benfeitorias edificadas, máquinas, equipamentos e instalações, tendo como
objetivo atender à solicitação de avaliação para fins de comprovação de valores atuais em
uma data base para pagamento à vista, em moeda corrente do país, conforme normas e
conceitos da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Perícia
Atividade técnica realizada por profissional com qualificação específica, para averiguar
e esclarecer fatos, verificar o estado de um bem, apurar as causas que motivaram
determinado evento, avaliar bens, seus custos, frutos ou direitos.
Segunda essa definição, dada pela NBR 14653-1:2001, está dito que a avaliação é uma
espécie de perícia, isto é, perícia é gênero que abrange a avaliação como uma de suas
espécies.
Perito
“Profissional legalmente habilitado, idôneo e especialista, convocado para realizar uma
perícia” (Definição do glossário do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de
Engenharia – IBAPE/SP).

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Conforme essa definição, o profissional deve ser legalmente habilitado. Com relação ao
perito, o Código de Processo Civil (artigo 145) prevê:
Art. 145 – Quando a prova de fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz
será assistido por perito segundo o disposto no art. 421.

§1° - Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente


inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Cap. VI, seção VIII deste
código.

§ 2° - Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar,


mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.

A lei processual estipula ainda que o perito necessita obrigatoriamente ser profissional
habilitado na matéria para a qual foi nomeado, ao exigir a certidão do órgão profissional
em que estiver inscrito que, no caso do Engenheiro, do Arquiteto e do Agrônomo, é o CREA
(Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).

Cumpre alertar que, não obstante a simples inscrição no órgão que regulamenta a profissão
baste para legalmente habilitá-lo que funcione como tal, deve para tanto, ter conhecimento
específico sobre a matéria, objeto da perícia, de acordo com a determinação do artigo 424
do Código de Processo Civil, nos seguintes termos.

Art. 424 – O perito ou o assistente pode ser substituído quando:

I – Carecer de conhecimento técnico ou científico.

Esse dispositivo se harmoniza com as leis de regulamentação profissional, que tornam


privativas dos respectivos diplomados determinadas atividades, dentre as quais as perícias
judicias. No campo da engenharia, a referida regulamentação está contida:

a) na Lei n 5194 de 24/12/66 concernente ao exercício das profissões de Engenheiro,


Arquiteto e Engenheiro Agrônomo;
b) nas resoluções CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) 218/73
e 225/74, discriminando as atividades e especializações dessas profissões, que
preveem como cargos e funções reservadas a elas, dentre outros, os exames,
vistorias e avaliações.

Quando se trata de verificar o estado de um bem e apurar as causas que motivaram


determinado evento, não há dúvida que esse trabalho é do profissional registrado no CREA,
que aplicará seus conhecimentos de engenharia para dirimir controvérsia sobre o fato que
envolve a matéria.

A polêmica inicia-se quando se trata de avaliação de bens, seus custos, frutos ou direitos.
Neste caso, para entender bem o problema da competência, é necessário que se faça, antes
de mais nada, uma comparação entre dois conceitos: o de preço e o de valor.

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Preço é o quanto se paga por determinado bem; não tem justificativa, não cabe perguntar
por que o preço. Valor, ao contrário, é suscetível de análise; analisar é dividir um todo em
suas partes para melhor estudá-lo.

Assim, cabe dividir o valor de um bem imóvel em partes que explicam o do valor do bem.
Dessa forma, um imóvel pode ser decomposto em seus elementos que são o terreno e a
construção. As principais variáveis que influem no valor do terreno são: localização, frente,
profundidade, multiplicidade de frentes, topografia, consistência do solo. Na avaliação de
construções devem ser levados em conta os tipos de padrão construtivos, a idade, o
obsoletismo e o estado de conservação. Não basta aplicar de maneira mecânica os
coeficientes que levam em conta essa gama de variáveis. Há que se ter um conhecimento
profundo de construção civil, e aproveitamento do terreno, além de conceitos de
funcionalidade e, obsoletismo e estado de conservação de uma construção. Esse é o trabalho
de um profissional de nível superior, registrado no CREA.

Portanto, toda vez que houver possibilidade de contestação do valor obtido numa perícia
de avaliação, requer-se a presença do profissional registrado no CREA para explicar porque
vale aquilo que foi calculado. Essa é a diferença entre o preço que o leigo fornece e o valor
que o profissional habilitado calcula.

Assistente Técnico

“Profissional legalmente habilitado, indicado e contratado pela parte para orientá-la, assistir
os trabalhos periciais em todas as faces da perícia e, quando necessária, emitir seu parecer
técnico ” (Definição do Glossário de Terminologia Básica Aplicável à Engenharia de
Avaliações e Perícias do IBAPE/SP).

Quando o fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz nomeará, para assisti-
lo, um perito judicial, facultando às partes litigantes a indicação de seus respectivos
assistentes técnicos.

Portanto, não é obrigatório que as partes indiquem assistentes técnicos, mas é importante.
A função do assistente é acompanhar a perícia em toadas as etapas, assessorando a parte
que contratou, colaborar com o perito no que for possível (fornecimento de plantas,
pesquisas etc.) e elaborar o seu parecer técnico, que é uma apreciação crítica sobre o laudo
pericial, manifestando sua concordância ou divergência sobre o conteúdo do trabalho. O
assistente técnico critica o laudo sempre pronto do ponto de vista técnico e no interesse de
seu cliente, dentro dos critérios que regem o Código de Ética Profissional.

Antes da mudança do Código de Processo Civil, a assistente técnico era obrigado a prestar
compromisso em cartório. Essa regra foi abolida, o que induziu à interpretação por alguns
juristas e advogados de que o assistente técnico pode ser parcial nas suas críticas dentro dos
interesses de seu cliente. O que ele não pode é contrariar a verossimilhança dos fatos, de
acordo com os princípios éticos da profissão.

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Seu trabalho é hoje denominado Parecer Técnico, pois é uma apreciação do Laudo Pericial.
Portanto, na linguagem forense, e só na linguagem forense, o termo “Laudo” é reservado
ao trabalho do perito e o termo Parecer Técnico à crítica feita pelo assistente técnico ao
laudo judicial.

Fora do âmbito judicial, o termo aludo pode ser utilizado para qualquer trabalho.

Inspeção Predial

De acordo com a Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP, é a “análise isolada ou


combinada das condições técnicas, de uso e de manutenção da edificação”.

Outras normas técnicas definem Inspeção Predial. Para conhecimento, apresentam-se


conceitos complementares:

“Avaliação do estado da edificação e de suas partes constituintes, realizada para orientar


as atividades de manutenção. ” ABNT NBR 5674

“Verificação, através de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção


preventiva e corretiva da edificação”. ABNT NBR 15575-1

Na prática, é uma avaliação com o objetivo de identificar o estado geral da edificação e se


seus sistemas construtivos, observados os aspectos de desempenho, funcionalidade, vida
útil, segurança, estado de conservação, manutenção, utilização e operação, consideradas
às expectativas dos usuários.

Para tanto, o trabalho de Inspeção Predial considera a edificação como o corpo humano e,
assim como em um check-up médico, avalia cada parte ou elemento construtivo.

Laudo

Relatório técnico e fundamentado, emitido por um especialista, relatando resultado de


exames e vistorias, assim como eventuais avaliações com ele relacionados.

Essa definição pertence ao Glossário de Terminologia Básica Aplicável à Engenharia de


Avaliações e Perícias do IBAPE/SP. Apenas a adjetivação do especialista, a qual dizia
“indicado por autoridade”, deve ser revista, visto que o laudo pode ser solicitado por
qualquer interessado.

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Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 5674: Manutenção de


Edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 15575-1: Edificações
Habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013.
FILKER J. Perícias e Avaliações de Engenharia – Fundamentos Práticos. São Paulo: Leud,
2011.

PUJADAS, F.Z.A., SILVA, G.V., KALIL, M.L., FRANCISCO, V.P. Inspeção Predial: a
Saúde dos Edifícios. Disponível em:< http://www.ibape-sp.org.br/arquivos/CARTILHA-
Inspecao-predial-a-saude-dos-edif%C3%ADcios.pdf>
RESENDE, D.C.R, Avaliações e Perícias. Saletto Educação, 2015.

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