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INVENÇÃO DO SOCIAL
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Casas ou prédios abandonados, que são transformados em locais de moradia e centros culturais e sociais.
Urgência das ruas: Black Block, Reclaim the Streets e os Dias de Ação Global/ Ned Ludd (org.). São
Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2002. A palavra squat deriva da língua inglesa. Traduzida para o
português significa grileiro (a), posseiro (a). Em francês “squatter”, em italiano “occupatore abusivo”, em
espanhol “ocupante ilegal” e em sueco “husockupant”. Quando perguntei a Bruno Cosmopolita (que
atualmente é aluno de Ciências Sócias da UFRN e faz parte do Coletivo Cosmopolita em Natal-RN, um
novo projeto de okupação que está sendo desenvolvido) sobre o motivo de se escrever a palavra okupa
com a letra “K”, ele disse que poderia ser influência de alguma língua estrangeira ou por que os “punks”
gostam de escrever errado mesmo. Uma maneira de contrapor as regras ortográficas. Mas sinalizo que na
maioria das traduções (exceto no sueco e no francês) o sentido atribuído à palavra vem acompanhado da
noção de subversão às normas.
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Há uma junção das palavras Anarquia e punk, mesmo questionando os participantes desta pesquisa
acerca de um conceito sobre esta junção, não houve nenhum conceito estabelecido. Para um conceito
mais amplo do Movimento Punk ver:
CAIAFA, Janice, “Movimento Punk na cidade: a invasão dos bandos sub”, Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Ed.,1985.
(BARNES, 1987, p. 163). Squat são locais onde pessoas (chamadas “ocupas”)
reabilitam imóveis que estão abandonados, para a construção de um novo espaço
dedicado a área de moradia, bem como a construção de espaços alternativos para
educação e cultura de caráter comunitário. Funcionam com programas de organização
comunitária e ações educativas que visam garantir sua manutenção a partir do trabalho
realizado pelos moradores e ocupantes, onde o principio básico é atender as
necessidades humanas, transformando espaços vazios em alternativas sociais para
aqueles que compreendem que a moradia é algo vitalmente necessário e, sobretudo um
direito. O trabalho de pesquisa aqui apresentado representa: de três anos (com intervalos
de campo, Casa Viva 7 meses, N4 12 meses e Flor do Asfalto 1 mês) de investigação
antropológica, e objetiva analisar este movimento de ocupação urbana, que tem a
especificidade de ser construído por pessoas ligadas ao Movimento Anarco-Punk.
Esta pesquisa começou na cidade do Natal, estado do Rio Grande do Norte, onde
pude conhecer a problemática das squatts em 2005 quando estava sendo construída, a
Squat Casa Viva, a partir da ocupação de um prédio situado a Rua Gustavo Cordeiro de
Farias nº 148, bairro de Petrópolis (zona leste da cidade). Acompanhei esta squat até sua
dissolução em 04 de junho de 2006. Contando com mais duas pesquisas de campo;
seguindo ordem cronológica de ida a campo temos no ano de 2007 a Squat N4
localizada na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul ficando situada à
Rua Padre Diogo Feijó s/n no bairro de Humaitá. Em meados de outubro do ano de
2008 na cidade do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro localizamos3 na Rua
Rodrigues Alves n° 535, em sua zona portuária, bairro Santo Cristo: Squat Flor do
Asfalto. Apresento neste trabalho um fragmento desse movimento que é global e conta
com fundamentos políticos e sociais inspirados na autonomia, autogestão, anarquia e
não-propriedade. Evidentemente este trabalho abarca questões sobre três redes em seus
contextos específicos em sua perspectiva política, como alternativa de luta social para
(re) invenção desses espaços como uma resposta às instituições políticas oficiais. Uma
visão “multisituada” 4 é fundamental para a compreensão do contexto estabelecido entre
essas “redes sociais” considerando aqui os campos de observação e análise desta
pesquisa.
3
Se conhecemos a existência de ocupações em muitas outras cidades já é sabido, estas são aquelas com as
quais tive a oportunidade de conviver.
4
Multisited Ethnography (Etnografia multi-localizada ou multisituada) termo utilizado por George
Marcus, ao se referir às etnografias construídas à medida que se tecem seus deslocamentos, não apenas
geográficos, mas dos etnográficos. Onde se é reconhecida a autoridade do sujeito, numa interlocução.
2. TRAVESSIAS URBANAS
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Um tipo de publicação alternativa feita em papel A4, onde são utilizados elementos de imagem, textos,
escritos geralmente em próprio punho e reproduzindo na década de 1970 a cena punk. Atualmente
utilizado para uma diversidade de assuntos.
interesses classificatórios, mas procurando pensar as possibilidades de definição
indicadas pelas palavras “ocupar” e “invadir” esboçamos possíveis abordagens
utilizando concepções variadas nas quais parecem cruzar-se idéias baseadas no senso
comum e na experiência cotidiana do mundo okupa. O termo ocupar6 sugere estar ou
ficar em posse de alguma coisa, preencher, aproveitar algum lugar no espaço. Existe,
portanto uma gama de definições, que, no entanto parecem dar conta de uma idéia
semelhante onde ocupar implicaria numa conquista de espaço, diferentemente do termo
invadir7 que expressa algo hostil, e revela uma resistência interna: ocupa-se um espaço
vazio e invade-se um espaço ocupado. Existe, portanto uma diferença semântica nas
duas ações. A primeira abordagem estaria voltada para uma filosofia da okupação, uma
aproximação de indivíduos suscitando interações possibilitadas pela ocupação, numa
relação mútua. Ao contrário disso (ainda que haja uma aproximação entre as palavras),
o segundo termo se apóia em variáveis institucionais, indicando a relação hostil entre as
partes. O termo ocupação aparece com duplo sentido para os okupas; ele está mais
próximo do termo “ocupar” acima descrito, mas também aparece como atividade,
serviço ou trabalho, ali desenvolvido. Portanto trabalhar com a idéia de okupação
significa trabalhar de maneira articulada com a idéia de ocupar e ocupação (a ação que
vem depois de ocupar). Alertando para devidas distinções entre as definições já
delineadas sobre estas noções (ocupar, ocupação, okupação e invadir) contextualizamos
ações ligadas a essas palavras. Num processo de ocupação o primeiro passo é localizar o
lugar. Em andanças casuais individuais ou coletivas pela cidade o grupo observa e ao
encontrar um possível espaço a próxima etapa é identificar este imóvel, fazendo um
levantamento de dados sobre o lugar. Quem tem a sua posse, há quanto tempo está
abandonado, por que, o que funcionava no espaço, porque foi desativado e
principalmente qual a sua situação jurídica. Este levantamento é importante para que se
identifiquem os pontos favoráveis para viabilização da ocupação. Se o imóvel está
abandonado porque tem dívidas com Estado provavelmente ele está bloqueado, inativo
não podendo ser vendido, alugado ou emprestado até que se conclua um processo
jurídico, sendo que muitos desses casos ficam anos sem uma sentença final e o imóvel
inutilizado por longos períodos, gerando sua ociosidade e a especulação imobiliária.
Geralmente há dívidas que o dono não sanou, e assim o Estado pode receber o imóvel
6
Segundo Aurélio B. Holanda ocupar seria estar ou ficar na posse de, [...] tomar ou encher (algum lugar
no espaço), preencher, empregar, aproveitar [...].
7
Segundo Aurélio B. Holanda invadir seria entrar à força ou hostilmente em, [...] tomar. Dominar.
como pagamento de impostos, taxas de água, energia, multas, dívidas com os ex-
empregados, enfim inúmeros motivos que também mantém o imóvel inativo. As
pessoas que ocupam o espaço também se movimentam para (re) significar abandono,
quando entram em ação os “coletivos” (ou comissões) que (re) fazem uma casa, um
prédio, um galpão, um novo espaço de sociabilidade política. Tendo em vista as
condições de vida dos okupas, e sua situação de vulnerabilidade, reforça-se o estigma
econômico, social, cultural e político que lhe atribui às etiquetas de “invasor”,
“marginal”, “delinqüente”. Esta aplicação parte da sua própria auto-exclusão do sistema
social dominante8: o estar fora do funcionamento padronizado da sociedade. Se as
construções sociais variam de acordo com as pessoas e a sociedade na qual estão
vivendo, o movimento não é tratado sempre da mesma maneira alterando entre as três
realidades que conheci de perto
Foi durante o século XIX, que o Anarquismo lançou-se ao mundo como uma
alternativa de emancipação e liberdade individual à procura de um esforço coletivo que
dispensasse o Estado (MARX; ENGELS, 2002), o monopólio e a burguesia, oferecendo
o conhecimento como produto de um coletivo. A busca por direitos iguais entre
indivíduos já se mostrava através da perspectiva de luta por homens e mulheres
praticando igualdade, fortalecendo sempre a idéia de um desenvolvimento livre entre
indivíduos em grupos. O período de explosão da Revolução Industrial e as plataformas
urbanas geradas por ela despertaram nos ácratas9 idéias alternativas para frear o
desenvolvimento urbano segregado, desigual e que não seria acompanhado por um
desenvolvimento social. A história das idéias anarquistas deixa claro que não há espaço
para o poder autoritário sendo este execrado, pois o que deve prevalecer é a “vontade do
povo”. Este então seria o passo principal, ou talvez o mais importante para que assim
pudesse ser alcançável a sonhada sociedade libertária, deixando para trás a opressão.
Ultrapassá-la seria fundamental para a aplicação dessas idéias, desde a Revolução
Francesa (1789). Questionando o Estado, seus líderes e seguidores procuravam a
democracia, o ideário de liberdade e igualdade positivista, como maneira de se
8
Atitudes sedimentadas através da tradição histórica e da institucionalização.
BERGER, Peter, LUCKMAN, Thomas. A construção social da realidade. Rio de Janeiro: Vozes, 1985
9
Ácrata termo alternativo utilizado como sinônimo para designar anarquista. Além deste temos acracia e
acratismo que referem-se respectivamente a anarquia e anarquismo. (RODRIGUES, 1988, p. 16).
contrapor ao Estado. Para os anarquistas o Estado abusa da força como meio de impor
sua vontade, e o faz através de sua capacidade de adquirir e manter esse poder, impondo
a dominação em longo prazo. Neste processo de dominação a legitimidade é principal
fator, garantida pelos meios materiais, mas também pela própria crença na dominação.
Max Weber (1982) nos apontava para a legitimidade enquanto uma estabilidade dessa
crença, por haver uma continuidade dessa dominação ela consegue manter-se
dominando. Conhecendo esse domínio e desprezando este tipo de comando, os
anarquistas não hesitaram em aplicar suas idéias manifestando-se publicamente, e
denunciando o abuso do Estado e das desigualdades mantidas por ele. Começaram pelo
movimento operário, disseminando as idéias e partindo em busca de um novo modo de
vida, reunido em torno de um trabalho coletivo, cujos frutos seriam partilhados por
todos.
5. ARTES DE FAZER
O título desta seção é uma apropriação feita de um dos títulos de utilizados por
Michel de Certeau (1994) em a Invenção do Cotidiano. O Movimento Okupa surge no
final da década de 1960 na cidade de Londres, na Inglaterra, dentro do contexto contra-
cultural se afirmando enquanto uma resistência cultural através destas “zonas
autônomas temporárias”. As squatts surgem com jovens de classe operária e de classe
média, viverem buscando formas alternativas de vida e uma posição marginal diante de
uma sociedade de consumo que extrapola a “produção de mercadorias” (MARX, 1985).
A partir de Londres o movimento expandiu-se da Europa até chegar à América
Latina. No Brasil, as primeiras intervenções com estas características datam os anos
1990. Um dos praticantes desta pesquisa me relatou “Até onde eu sei a primeira ocupa é
a Casa da Ponte em Florianópolis-SC, em 1993 ou 94” (Vincent, N4: Porto Alegre-RS).
Uma força que não é passível de esgotar-se, por ser autônoma, por concentrar entre suas
características a possibilidade de “invenção do cotidiano”, a qual nos propõe Michel de
Certeau para abrir caminhos mediante suas estratégias. Sendo assim as squatts, na
definição de Certeau corresponde ao “espaço”.
E utilizo esta noção de Certeau por ela estender-se ao mais abstrato possível em
relação ao tempo e a dimensão espacial, que nos sugere a coexistência destas duas
dentro de uma squat. Dessa forma,
Aos okupas não foi dada a escolha, pois quando resolveram existir enquanto
movimento autônomo de liberdade e contra o Contrato, este já estava estabelecido como
uma obrigação. É dessa condição que será gerada a ilegalidade da ação de ocupação,
pois os okupas fazem o caminho inverso, abrindo mão da propriedade e do utilitarismo
da sociedade capitalista para viver em liberdade, e retomar o controle sobre sua vida
sem que a propriedade possua valor maior que sua liberdade. Não se trata de ter o
direito de propriedade reconhecido, mas de ocupar espaços ociosos. Os okupas
participantes desta pesquisa rejeitam qualquer tipo de concessão ou ajuda de políticos e
do Estado, sob a justificativa destes estarem camuflando “ajudas interessadas”. Neste
sentido pensando sobre as relações entre o dom e o contradom (BOURDIEU, 1996) e
precedendo esta discussão, Mauss (1974) nos aponta para as trocas de dádivas, os
okupas teriam sempre uma dívida se aceitassem acordos de pagamentos para realização
de suas atividades ou mesmo para sua manutenção. Para Mauss (1974) que discorre
sobre a dádiva no potlatch o dom implica contrapartidas: as ofertas devem ser
compensadas com dádivas, os contra-dons. Tais trocas não carregavam, para os índios
da costa oeste da América do Norte, o aspecto mercantil que se encontra hoje na
sociedade capitalista, tais como okupas que não esperam lucro ou ganho com a
estruturação de uma okupação. Para Bourdieu (1996) a dádiva não é desinteressada,
mas motivada, antes de tudo pelo interesse pelo outro; identifica-se com a existência do
outro, com seus pensamentos. Assim o dom por si só carrega uma obrigação: a
iniciativa de oferecer ajuda, o que no caso de um político negociando seu status de
homem público tal ação, tem uma certeza, motivada pela visibilidade de sua iniciativa.
São essas trocas interessadas que o Movimento de Okupação evita e recusa
lutando pela sua liberdade, sem acordos interesseiros e utilitaristas, afastados dos seus
princípios do Movimento. Considerando a moradia como princípio fundamental aos
direitos individuais, a questão central que toma corpo e ganha espaço no Movimento
Squat é a seguinte: o valor material de um bem está acima do direito de moradia de um
indivíduo comum? A isso se opõe o Anarquismo, reforçando a desobediência e a recusa
a sair de onde mora, de sua própria casa, recusando-se a fazer acordos ou trocas. Para
Proudhon (1873), a propriedade assinala uma perversão sócio-econômica, uma vez que
ela utiliza dispositivos de força e onde sua garantia de posse é concebida em razão de
uma apropriação econômico-política, e mais: juridicamente ele é um princípio do
governo e das instituições, o que a tornam um “efeito sem causa”, “Alguns ensinam que a
propriedade é um direito civil, originado da ocupação e sancionado pela lei; outros ostentam que
é um direito natural, tendo sua fonte no trabalho: e essas doutrinas, por opostas que pareçam,
são fomentadas, aplaudidas”. Denegar a propriedade privada não é apenas possibilitar uma
atividade autônoma, é estimular a (re) invenção de uma forma de organização social,
por uma sociedade mais justa e igualitária. O Movimento Okupa tem como principal
aspecto estrutural o questionamento da propriedade privada, surgindo como resposta
política à Autogestão e o Anarquismo. Dizer que a propriedade é em última instância, a
usurpação de uns sobre outros é afirmar que a apropriação em si não permite a uma
pessoa ter mais direito legal sobre alguma coisa. Seria mais justo que ela tivesse
necessidade dela, e não podendo por isso utilizá-la para exploração de outro. Uma
okupa também é uma ação contra a especulação imobiliária, onde se rompe o ciclo da
oferta e da demanda, próprio das relações econômicas. Ao okupar não é o direito de
propriedade que está sendo exigido, busca-se o direito de utilizar aquilo que está
abandonado, uma vez que seus proprietários legais não atribuem uso social sobre a
propriedade. A okupação de imóveis que não cumprem com sua função social é feita
para moradia estabelecendo um uso do espaço com propostas de revitalizá-lo. Tal
atitude é inclusive legalmente amparada pelo artigo 1276 do Código Civil Brasileiro
que diz sobre as propriedades vazias e abandonadas que sejam revertidas para o poder
público municipal. O que garantiria a expropriação de propriedade e desapropriação a
partir dos dispositivos legais relativos ao abandono e ao abandono presumido. Na
Constituição brasileira, o capítulo reservado à ordem econômica e financeira, tanto o
direito de propriedade como a sua função social são submetidos a um objetivo expresso:
assegurar a todos existência digna, em conformidade com os ditames da justiça social
(artigo 170, caput e incisos II e III). A função social está ligada a um objetivo maior:
alcançar a justiça social, entendida esta como a necessidade de uma igualdade de
repartição de riquezas. Esse projeto só se viabiliza porque é feito por todos e para todos,
já que as atividades são paralelas e complementares e voltadas para algo maior: a casa,
que precisa de água (o sistema de abastecimento está sempre suspenso) e nem sempre
possui instalações hidráulicas, precisa de reparos (portas, janelas, banheiros, etc.) ou
mesmo de material para sua reconstrução, não conta com instalações elétricas em estado
de uso e por isso estão atentos a novas formas de energia e construção auto-sustentável
de uma okupa. A okupação não só se habilita como toma para si a responsabilidade de
atuar com transformações sociais sobre estes espaços, mas num contexto mais amplo
favorecer inclusão dos jovens inclusive. As relações de força produzidas numa squat
geram influências no habitus da população local? Sim, uma vez que o imaginário social
é diferenciado e tende a ser modificado pela introdução dessas squatts. O que está sendo
alterado é a vizinhança (PARK, 1979), o imaginário dela. Neste sentido a squat pode
contribuir para uma mudança cultural, tendo em vista que através da interação, o
habitus poderá ser alterado por um processo de transmissão de significados, valores,
conhecimentos, crenças, atitudes. Ocasionando a mutabilidade da cultura, maneiras de
ser, ver, pensar e de organizar a comunidade, construindo um outro imaginário social e
em conseqüência disso uma alteração em seu modo de vida.