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Resistência dos Materiais

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

TECNOLOGIA EM PROJETOS
PROJETOS DE ESTRUTURAS AERONÁUTICAS

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Prof. Celso de Oliveira – 14/07/2018
Resistência dos Materiais

Objetivos: Promover a familiarização do estudante com os conhecimentos referentes ao


comportamento de peças estruturais, frente à solicitação de diferentes esforços mecânicos.
Identificar as propriedades mecânicas dos materiais utilizados em engenharia aeronáutica e
verificar as condições de segurança dos elementos estruturais.

Ementa: Identificação e quantificação dos esforços mecânicos e térmicos e deformações


associadas em elementos estruturais. Tração, compressão e cisalhamento. Análise de tensões e
deformações. Torção. Força cortante e momento fletor. Propriedades de áreas planas. Tensões em
vigas.

Bibliografia Básica:
BEER, F.P; JONHSTON, E. R. Resistência dos Materiais, 4ª ed. McgrawHill Interamericana,
2006.
HIBBELER R. C. Resistência dos Materiais. 7ª ed. Pearson, 2009.
MELCONIAN, Sarkis; Mecânica técnica e resistência dos materiais. Érica, 2008.

Bibliografia Complementar:
BOTELHO, M. H.C. Resistência dos Materiais. Edgard Blucher, 2008.
YOUNG, M.C.; BUDYNAS, R G. Roark’s – Formulas for Stress and Strain. Editora
McGrawHill, 2002.

Calendário.
Início das aulas: 03/08/2018.

Os exercícios em classe, de E11 a E18, e de E21 a E28 tem valor 0,5 cada.

A primeira avaliação P1 e a segunda avaliação P2 tem valor 6,0 cada.

  1º
  1  11  12  13  14  15  16  17  18  1

  2º
  2  21  22  23  24  25  26  27  28  2

 
    1 . 0,4  2 . 0,6

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 1- INTRODUÇÃO.
A origem da resistência dos materiais remonta ao início do século XVII, época em que
Galileu realizou experiências para estudar os efeitos de cargas em hastes e vigas feitas de vários
materiais. Entretanto, para a compreensão adequada, foi necessário estabelecer descrições
experimentais precisas das propriedades mecânicas de um material. Os métodos para tais
descrições foram consideravelmente melhorados no início do século XVIII. Naquela época,
estudos sobre o assunto, tanto experimentais como teóricos, foram realizados principalmente na
França, por notáveis como Saint-Venant, Poisson, Lamé e Navier. Como seus estudos baseavam-
se em aplicações da mecânica a corpos materiais, eles denominaram esses estudos “resistência dos
materiais”. Atualmente, no entanto, referimo-nos a eles como “mecânica de corpos deformáveis”
ou simplesmente “mecânica dos materiais”.

Com o passar do tempo, depois que muitos dos problemas fundamentais da resistência dos
materiais foram resolvidos, tornou-se necessário usar técnicas de matemática avançada e de
computador para resolver problemas mais complexos. Como resultado, esta matéria ampliou-se
para outras disciplinas de mecânica avançada, tais como a Teoria da Elasticidade e a Teoria da
Plasticidade.

A pesquisa nesses campos está em andamento não só para satisfazer a demanda pela
resolução de problemas avançados de engenharia, como também para justificar o uso mais amplo
e as limitações em que a teoria fundamental da resistência dos materiais é baseada.

A maneira mais efetiva de aprendizado de resistência dos materiais é


resolvendo problemas.

Para ter sucesso no aprendizado, é importante sempre apresentar a solução dos


problemas de maneira lógica e ordenada. Recomenda-se:

1) Ler o problema com atenção e tente relacionar a situação física com a teoria
estudada.

2) Desenhar um croqui ou diagrama para melhor visualizar os dados do


problema.

3) Aplicar os princípios relevantes, geralmente em forma matemática.

4) Resolver as equações necessárias algebricamente de forma prática, então,


garantindo que os valores tenham unidades consistentes, obter os resultados
numéricos. Mostrar o resultado em destaque, com a respectiva unidade, com
a precisão semelhante aos valores dados no problema.

5) Estude tecnicamente a sua resposta verificando se os valores encontrados


são de bom senso.

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Sistema Internacional de Unidades.

Fatores de conversão.

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 2 – PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS.


A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar carga sem deformação
excessiva ou ruptura. Essa propriedade é inerente do material e deve ser determinada por
experimento.

Um dos testes mais importantes a realizar nesse sentido é o teste de tração ou de compressão.
Para realizar o teste de tração ou compressão é feito um corpo de prova do material com formato
padronizado, que tem geralmente diâmetro d0 = ½” e comprimento de referência L0=2”.

Os dados da carga P aplicada são registrados a intervalos frequentes à medida que são lidos
no mostrador da máquina ou em um mostrador digital. Alem disso, mede-se o alongamento δ =
L - L0 entre as marcas no corpo de prova.

Algumas vezes, entretanto, essa medida não é feita, visto também ser possível obter a
deformação diretamente, a partir de um extensômetro por variação de resistência elétrica,
conforme ilustrado:

Diagrama Força-Alongamento.

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Diagrama Tensão-Deformação Convencional. Com os dados registrados, determinamos a


tensão nominal ou de engenharia dividindo a carga aplicada P pela área da seção transversal
inicial do corpo de prova A0. Esse cálculo pressupõe que a tensão seja constante na seção
transversal e em toda a região entre os pontos de calibragem.

Da mesma forma, a deformação nominal ou de engenharia é encontrada diretamente pela


leitura do extensômetro, ou dividindo-se a variação no comprimento de referência, δ, pelo
comprimento de referência inicial L0. Temos:
" &
! %
#$ '$

Se os valores correspondentes de σ e ε forem colocados em um gráfico no qual a ordenada


seja a tensão e a abcissa seja a deformação, a curva resultante será chamada de diagrama tensão-
deformação convencional.

Um diagrama tensão-deformação convencional é importante na engenharia porque permite


obter dados sobre a resistência à tração ou a compressão do material sem considerar o tamanho ou
a forma física desse material.
Diagrama Tensão-Deformação Real. Usando a área real da seção transversal e o
comprimento do corpo de prova no instante em que a carga é medida, obtém-se a tensão real e
deformação real, e a construção gráfica de seus valores é chamada de diagrama tensão
deformação real.
Quando esse diagrama é construído, adquire o formato mostrado pela curva de coloração
clara. As diferenças entre os diagramas começam a aparecer na faixa de endurecimento por
deformação, em que a intensidade da deformação torna-se mais significativa. Nota-se no diagrama
σ-ε convencional que o corpo de prova suporta realmente uma carga decrescente, ao calcular a
tensão de engenharia σ = P/A0 , visto que A0 é constante. Entretanto, pelo diagrama σ-ε real, a área
real A na região de estricção é sempre decrescente até a ruptura, σrup, e, desse modo, o material
suporta realmente tensão crescente, visto que σ = P/A.

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Apesar de os diagramas tensão deformação real e convencional serem diferentes, a maioria


dos projetos de engenharia é feita na faixa de elasticidade, já que a distorção do material
geralmente não é severa dentro desta faixa.

Os pontos importantes do diagrama tensão-deformação são: limite de proporcionalidade,


limite de elasticidade, limite de escoamento, limite de resistência e tensão de ruptura.

Um material dútil, como o aço doce, apresenta quatro comportamentos distintos quando está
carregado. São eles: comportamento elástico, escoamento, endurecimento por deformação e
estricção.

Limite de proporcionalidade A tensão é proporcional à deformação e o limite superior dessa


relação linear é chamado limite de proporcionalidade.

Um material é linear-elástico se a tensão for proporcional à deformação dentro da região


elástica. Essa condição é denominada lei de Hooke (Robert Hooke, em 1676), o declive da curva é
chamado Módulo de Elasticidade E. Matematicamente, tal lei é expressa por:
!

%
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Para um tipo particular de aço, desde aço laminado mais mole até aço mais duro, para
ferramentas, tem aproximadamente o mesmo módulo de elasticidade, em geral aceito como Eaço =
200 GPa.

Comportamento elástico: Se a tensão excede ligeiramente o limite de proporcionalidade, o


material pode ainda responder elasticamente; entretanto, a curva tende a se fletir e achatar. Essa
condição continua até que a tensão alcança o limite de elasticidade. Para o aço, o limite de
elasticidade é muito próximo ao limite de proporcionalidade e, portanto, muito difícil de ser
localizado.

Limite de escoamento Um pequeno aumento de tensão acima do limite de elasticidade resulta


em colapso do material e faz com que ele se deforme permanentemente. A tensão que provoca o
escoamento é chamada limite de escoamento ou ponto de escoamento σe, e a deformação ocorrida
é denominada deformação plástica. Uma vez atingido o limite de escoamento, o corpo de prova
continuará a alongar-se (deformar-se) sem qualquer aumento de carga.
Na maioria dos metais não ocorre o escoamento constante além da faixa de elasticidade.
Exemplo disso é o alumínio. Na verdade, esse metal não tem um ponto de escoamento bem
definido, assim, é prática padrão definir uma resistência ao escoamento para o alumínio usando
um procedimento gráfico chamado método de deformação residual.

Escolhe-se normalmente uma deformação de 0,2% (0,002 mm/mm) e, desse ponto no eixo ε, é
desenhada uma reta paralela até a parte inicial do diagrama tensão-deformação. O ponto em que
essa reta intercepta a curva define a resistência ao escoamento, conforme ilustração abaixo. Em
nosso estudo, admitiremos que a resistência ao escoamento, o ponto de escoamento, o limite de
elasticidade e o limite de proporcionalidade coincidem, a menos que seja declarado o contrário.

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O diagrama Tensão-Deformação abaixo ilustra a característica de vários materiais que falham sem
um escoamento significante:

Os materiais são classificados como dúcteis ou frágeis, dependendo de suas características de


tensão-deformação.

Materiais dúcteis: Qualquer material que possa ser submetido a grandes deformações antes
da ruptura. Frequentemente são escolhidos para o projeto porque são capazes de absorver choque
de energia e, quando sobrecarregados, exibem grande deformação antes de falhas. Uma das
maneiras de especificar a ductilidade do material do material é informar a porcentagem de
alongamento ou a porcentagem da redução de área no instante da quebra.

'()* +'$
Porcentagem de alongamento = . 100%
'$

#$ +#()*
Porcentagem de redução de área = . 100%
#$

Um material dúctil, como aço doce, apresenta quatro comportamentos distintos quando está
carregado. São eles: comportamento elástico, escoamento, endurecimento por deformação e
estricção.

Endurecimento por deformação. Quando o escoamento termina, pode-se aplicar uma carga
adicional ao corpo de prova, que resultará em uma curva que cresce continuamente, mas que torna
mais plana até que alcança a tensão máxima denominada Limite de Resistência σR. O aumento na
curva é chamado endurecimento por deformação.

O endurecimento por deformação é usado para estabelecer um ponto de escoamento maior


para o material, o que é feito deformando-se o material além do limite elástico e, em seguida,
aliviando a carga. O módulo de elasticidade permanece o mesmo; entretanto, a ductilidade do
material decresce.

Na verdade, algum calor ou energia pode ser perdido quando o corpo de prova é descarregado
de A’ e novamente carregado com a mesma tensão. O resultado é que ocorrem curvas leves nos
trajetos de A’ para O’, e de O’ para A’ durante um carregamento medido cuidadosamente.

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A área entre as duas curvas representa energia perdida e é chamada de histerese mecânica.
Embora seus efeitos não sejam considerados neste texto, a histerese deve ser levada em conta
quando se selecionam materiais para servirem como amortecedores de vibração em equipamentos
estruturais ou mecânicos.

Estricção. Ao atingir o limite de resistência, a área da seção transversal começa a diminuir em


uma região localizada no corpo de prova, em vez de em todo o seu comprimento. Esse fenômeno é
provocado por planos de deslizamento formados no interior do material, e as deformações
produzidas são provocadas por tensões de cisalhamento. Como resultado, tende a formar-se
gradualmente uma estricção ou contração nessa região, à medida que o corpo de prova alonga-se.
Como a área da seção transversal nessa região está decrescendo continuamente, a área menor pode
suportar apenas carga decrescente. Portanto, o diagrama tensão-deformação tende a curvar-se para
baixo até que o corpo de prova quebre com a tensão de ruptura σrup

Nela, E representa a proporcionalidade ou Módulo de Young (Thomas Young, que publicou


uma explicação da lei em 1807).

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O módulo de elasticidade é uma propriedade mecânica que indica a rigidez de um material,


só pode ser usado se o material tiver comportamento linear-elástico. Alem disso, se a tensão no
material for maior que o limite de proporcionalidade, a equação σ = E.ε não será mais válida.

Pontos importantes do diagrama tensão-deformação são: limite de proporcionalidade, limite


de elasticidade, limite de escoamento, limite de resistência e tensão de ruptura.

Comportamentos típicos das curvas tensão-deformação.

Materiais frágeis tais como ferro fundido, tem muito pouco ou nenhum escoamento e
rompem-se subitamente. Os materiais frágeis não apresentam uma tensão de ruptura à tração bem
definida, como resultado desse tipo de falha, uma vez que a aparência das trincas iniciais em um
corpo de prova é bastante aleatória. Em vez disso, geralmente se registra a tensão de ruptura média
observada em um conjunto de testes.

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Os materiais frágeis, em comparação com seu comportamento sob tração, apresentam


resistência axial à compressão muito maior. Nesse caso, quaisquer trincas ou imperfeições no
corpo de prova tendem a fechar-se, à medida que a carga aumenta. Normalmente o material
abaúla-se ou toma a forma de barril.

Pode-se dizer que a maioria dos materiais exibe comportamento tanto dúctil como frágil. Por
exemplo, o aço tem comportamento frágil quando contem alto teor de carbono, e dúctil, quando o
teor de carbono é reduzido. Alem disso, torna-se mais mole e dúctil, quando a temperatura
aumenta.
Energia de deformação é a energia armazenada no material devido à sua deformação. Essa
energia por unidade de volume é chamada densidade da energia de deformação. Se medida no
limite de proporcionalidade, é denominada módulo de resiliência; se medida no ponto de ruptura,
é chamada módulo de tenacidade.

À medida que um material é deformado por uma carga externa, tende a armazenar energia
internamente ao longo de todo o seu volume. Como essa energia relaciona-se à deformação do
material, é chamada energia de deformação:

/
-.  !. . -1 , onde ∆U = Energia de deformação e ∆V = Volume do elemento.
0

Às vezes é conveniente expressar a energia de deformação por unidade de volume do


material. Isso é denominado densidade de energia de deformação, que pode ser expressa por:

34 /
2  !. % , Onde u = densidade da energia de deformação.
35 0
Se o comportamento do material for linear-elástico, então a lei de Hooke se aplica, σ = E.ε, e,
portanto, podemos expressar a densidade da energia de deformação em termos da tensão uniaxial
como:
1 !²
2 .
2 2

Módulo de resiliência ur. Em particular, quando a tensão σ atinge o limite de


proporcionalidade lp, a densidade da energia de deformação é denominada módulo de resiliência,
isto é:
0
1 1 !89
27  . !89 . %89  .
2 2 

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Pela região elástica do diagrama tensão-deformação ilustrada abaixo, observe que 27 é


equivalente à área triangular sombreada sob o diagrama. Fisicamente, a resiliência de um material
representa a sua habilidade para absorver energia sem sofrer qualquer dano permanente.

Módulo de tenacidade ut: Essa grandeza representa toda a área sob o diagrama tensão-
deformação e, indica a densidade de energia de deformação do material imediatamente antes da
ruptura. Essa propriedade torna-se importante quando se projetam elementos que possam ser
sobrecarregados acidentalmente. Materiais com módulos de tenacidade altos distorcem muito
devido à sobrecarga, entretanto, são preferíveis aos de baixo valor, uma vez que os materiais que
tem ut baixo podem romper-se subitamente sem dar sinais de ruptura iminente. Ligas de metais
também mudam sua resiliência e tenacidade. Os diagramas tensão-deformação ilustrado abaixo,
por exemplo, mostram como os graus de resiliência e de tenacidade podem mudar, conforme
muda a porcentagem de carbono no aço.

O coeficiente de Poisson, υ(nü), mede a deformação lateral de um material homogêneo e


isotrópico em relação à sua deformação longitudinal. Geralmente, essas deformações têm sinais
contrários, isto é, se uma for alongamento, a outra será contração.

Quando uma carga P é aplicada a uma barra, muda o comprimento na quantidade δ e seu raio
na quantidade δ’. As deformações na direção longitudinal (ou axial) e na direção lateral (ou radial)
são respectivamente:
& &@
%:;<=  e, %8>? 
' 7
No século XIV o cientista francês S. D. Poisson percebeu que na faixa de elasticidade, a
razão entre essas deformações é uma constante, vista que as deformações δ e δ’ são proporcionais.
Essa constante é denominada coeficiente de Poisson, e tem valor numérico exclusivo para um
material em particular que seja tanto homogêneo como isotrópico. Matematicamente, o coeficiente
é expresso por:

%8>?
A B
%8CDE

O sinal negativo é usado porque o alongamento longitudinal (deformação positiva) provoca


contração lateral (deformação negativa) e vice-versa. Observe que essa deformação lateral é a
mesma em todas as direções laterais (ou radiais). Além disso, ela é provocada somente pela força
axial (ou longitudinal).

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O coeficiente de Poisson é adimensional e, para a maioria dos sólidos não porosos, tem valor
entre ¼ e 1/3. Em particular, um material ideal que não tenha movimento lateral quando tracionado
ou comprimido terá υ = 0.

Fluência. Quando um material tem de suportar uma carga por um período muito longo,
continua a deformar-se até que ocorre ruptura súbita. Essa deformação permanente que depende
do tempo é conhecida como fluência. É a deformação de um material relacionada com o tempo,
para a qual a tensão e/ou a temperatura desempenham papel importante.

Os elementos são projetados para resistir aos efeitos da fluência com base em seu limite de
fluência, isto é, a maior tensão inicial que o material pode resistir durante um período de tempo
especificado sem provocar uma deformação por fluência especificada.

Em geral, a fluência é considerada quando metais e cerâmicas são usados para membros
estruturais ou peças mecânicas sujeitas a temperaturas altas. Entretanto, para alguns materiais, tais
como polímeros e materiais compostos, a temperatura não é um fator importante, mas ainda assim,
a fluência ocorre estritamente devido ao longo tempo de aplicação da carga.
Existem vários métodos para determinar o limite de fluência admissível de um material. Um
dos mais simples consiste em testar diversos corpos de prova simultaneamente sob temperatura
constante, mas cada submetido a uma tensão axial diferente. Medindo-se o tempo necessário para
produzir tanto a deformação admissível como a deformação de ruptura para cada corpo de prova,
monta-se a curva de tensão versus tempo. Normalmente, tais testes são conduzidos para um
máximo de mil horas. Uma vez determinada a resistência à fluência, deve-se aplicar um fator de
segurança para obter a tensão admissível apropriada para o projeto.

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O diagrama tensão-deformação de cisalhamento é um gráfico da tensão de cisalhamento


versus deformação de cisalhamento. Se o material for homogêneo e isotrópico e também linear-
elástico, o declive da curva na região elástica é chamado módulo de rigidez ou módulo de
cisalhamento, G.

O comportamento de um material submetido a cisalhamento puro é estudado em laboratório


por meio de corpos de prova com formato de tubos circulares finos, submetidos à uma carga de
torção. Se forem medidos o torque aplicado e o ângulo de torção resultante, os dados podem ser
usados para construir o diagrama tensão-deformação de cisalhamento. Como no teste de tração, o
material exibirá comportamento linear-elástico e terá limite de proporcionalidade τlp bem definido.
Ocorrerá também o endurecimento por deformação até que seja atingido o limite de
resistência ao cisalhamento τr.. Finalmente, o material começará a perder sua resistência ao
cisalhamento até alcançar o ponto em que ocorre a fratura do material, τru. Desse modo, a lei de
Hooke para cisalhamento é expressa por:

τ=Gγ
Nesse caso G é denominado módulo de elasticidade ao cisalhamento, ou módulo de rigidez.
GH*
Seu valor é medido pelo declive da reta do diagrama τ-γ, ou seja, F 
IH*

Observe que as unidades de medida de G são as mesmas que as de E (Pa), vista que γ é
medido em radianos, uma grandeza adimensional.

Há uma relação matemática entre G, E e υ.


F
2J1  AK

Como E e G são conhecidos, o valor de υ pode ser determinado por essa equação em vez de
por medição experimental.

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Exemplo: A haste de alumínio mostrada abaixo tem seção transversal circular e está submetida a
uma carga axial de 10 kN. Se o material apresentou um diagrama tensão-deformação conforme
ilustração, determinar o alongamento aproximado da haste quando a carga é aplicada. Se a carga
for removida, qual será o alongamento permanente da haste? Eal = 70 GPa.

" /L MN " /L MN
σAB = #  = 31,8 MPa σBC = #  = 56,6 MPa
O . JL,L/L PK² O . JL,LLQR PK²

O diagrama mostra σe = 40 MPa, na região AB a deformação é elástica e pela lei de Hooke:

!#S 31,8 


%#S    0,000455 /
>8 70 F

Na região BC a deformação é plástica (σBC > σε ), o diagrama mostra para σ = 56,6 MPa uma
deformação %SU V 0,0450 /

O alongamento na haste é:
δ = 0,000455 x 600 mm + 0,0450 x 400 mm = 18,3 mm

Quando a carga de 10 kN é retirada, o segmento AB volta ao seu comprimento original, e o


material do segmento BC recupera-se ao longo da reta FG do diagrama. Como o declive de FG é
EAL a recuperação da deformação elástica é:
WXY R\,R] ^">
εrec =  = 0,000808 mm/mm
Z[H QL _">
Portanto, o restante da deformação plástica do segmento BC é:

ε0G = 0,0450 – 0,000808 = 0,0442 mm/mm


Portanto, quando a carga é removida, a haste permanece alongada de:

δ’ = ε0G x LBC = 0,0442 x 400 mm = 17,7 mm

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Pontos importantes:

• Um diagrama tensão-deformação é importante na tecnologia porque permite obter dados


sobre a resistência à tração ou a compressão do material sem considerar o tamanho ou a forma
física desse material.

• Pontos importantes do diagrama tensão-deformação são: limite de proporcionalidade, limite


de elasticidade, limite de escoamento, limite de resistência e tensão de ruptura.

• A tensão e a deformação de engenharia são calculados por meio da área da seção transversal
original e do comprimento de referência do corpo de prova.

• Um material dútil, como o aço doce, apresenta quatro comportamentos distintos quando está
carregado. São eles: comportamento elástico, escoamento, endurecimento por deformação e
estricção.

• Um material é linear-elástico se a tensão for proporcional à deformação dentro da região


elástica. Essa condição é denominada Lei de Hooke e o declive da curva é chamado módulo
de elasticidade E.

• A dutilidade do material é especificada pela porcentagem de alongamento ou pela redução de


área do corpo de prova.

• Se o material não possuir um ponto de escoamento distinto, a resistência ao escoamento é


especificada por um método gráfico como o método de deformação residual.

• Materiais frágeis, tais como o ferro fundido, tem muito pouco ou nenhum escoamento e
rompem-se subitamente.

• O endurecimento por deformação é usado para estabelecer um ponto de escoamento maior


para o material, o que é feito deformando-se o material alem do limite elástico e, em seguida,
aliviando a carga. O módulo de elasticidade permanece o mesmo; entretanto, a dutilidade do
material decresce.

• Energia de deformação é a energia armazenada no material devido à sua deformação. Essa


energia por unidade de volume é chamada densidade de energia de deformação. Se medida
no limite de proporcionalidade, é denominada módulo de resiliência; se medida no ponto de
ruptura, é chamada módulo de tenacidade.

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Exercícios.

1) Foi realizado um teste de tensão em um corpo de prova com diâmetro original de 12,5 mm e
comprimento de referência de 50 mm. Os dados estão na tabela mostrada no exercício 2.
Construir o diagrama tensão-deformação e determinar o módulo de elasticidade, o limite de
resistência, a tensão de ruptura e o módulo de resiliência. Usar as escalas de 20 mm = 50 MPa
e 20 mm = 0,05 mm/mm. Detalhar a região linear-elástica usando a mesma escala de tensão,
porém com escala de 20 mm = 0,001 mm/mm para a deformação.

2) No teste realizado no exercício anterior, determinar o módulo de tenacidade aproximado. Usar


as escalas de 20 mm = 50 MPa e 20 mm = 0,05 mm/mm.

3) Os seguintes dados foram obtidos em um ensaio de tração em um corpo de prova com 14,0
mm e comprimento de referência de 50,0 mm. Construir o diagrama tensão-deformação e
determinar o módulo de elasticidade, o limite de resistência, a tensão de ruptura e o módulo
de resiliência.

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4) A mudança de peso de uma aeronave é determinada pela leitura do extensômetro A instalado


no suporte de alumínio da roda da aeronave. Antes que a aeronave seja carregada, a leitura do
extensômetro no suporte é ε1 = 0,00100 mm/mm, e após o carregamento, ε2 = 0,00243
mm/mm. Determinar a mudança de força no suporte se a área da seção transversal desse
suporte é de 0,002258 m². Eal = 70 GPa. (Resp: ∆P = 226 kN)

5) A barra ABC é feita de um material com o diagrama tensão-deformação mostrado abaixo.


Determinar a deformação aproximada na barra após a aplicação da carga de 20 kN. (Resp.: δ
= 9,5 mm)

6) Um cilindro de alumínio 6061-T6 (υ = 0,35), com diâmetro original de 20 mm e comprimento


de 75 mm, é colocado em uma máquina de compressão e comprimido até uma carga axial de 5
kN. Determinar o decréscimo em seu comprimento e o seu novo diâmetro. Eal = 70 GPa.
(Resp.: δc = -0,0173 mm, d = 20,012 mm)

7) Um cilindro de bronze C86100 (υ = 0,34) com diâmetro original de 38 mm e comprimento de


76 mm é colocado em uma máquina de compressão e comprimido até que seu comprimento se
torne 75,5 mm. EBr = 103 GPa. Determinar o novo diâmetro do cilindro. (Resp.: d = 38,004
mm)

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