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ESTACAS PRANCHA

FORMADAS A FRIO GERDAU


ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU

1ª Edição
2016

Urbano Rodriguez Alonso

Luciano Soares de Oliveira

Fabio Domingos Pannoni


ÍNDICE

1 Apresentação ................................................................................................................................ 7
2 Procedimentos de cravação ........................................................................................................ 15
2.1 Procedimento de cravação denominado “levantar e cravar” ................................................ 17
2.2 Uso de gabarito .................................................................................................................... 18
2.3 Cravação por etapas ............................................................................................................ 18
3 Cálculo das cortinas .................................................................................................................... 21
3.1 Tensões ativas e passivas ................................................................................................... 23
3.2 Cortina em balanço .............................................................................................................. 25
3.3 Cortina com uma linha de escoras ....................................................................................... 27
4 Ação de cargas aplicadas por equipamentos na superfície do terreno ...................................... 33
5 Esforços verticais aplicados na cortina por tirantes protendidos e inclinados ............................ 37
6 Seleção das estacas prancha ..................................................................................................... 41
7 Propriedades geométricas e resistência ..................................................................................... 45
8 Símbolos ..................................................................................................................................... 49
9 Durabilidade e proteção de estacas prancha em escoramentos permanentes ......................... 53
9.1 Introdução ............................................................................................................................. 55
9.2 Proteção de estacas prancha frente à corrosão ................................................................. 56
9.2.1 Utilização de uma seção mais pesada ........................................................................ 56
9.2.2 Aplicação de revestimentos superficiais protetores – Pintura ..................................... 57
9.2.3 Aplicação de revestimentos superficiais protetores – Galvanização por imersão a
quente ......................................................................................................................... 57

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APRESENTAÇÃO 1
1. Apresentação
Estacas Prancha1 metálicas formadas a frio têm sido utilizadas em estruturas de contenção
permanentes e temporárias; neste último caso, elas podem ser reaproveitadas, após sua
remoção, que pode ser feita com o uso de martelos vibratórios, conforme Figura 4, ou polias em
paralelo (“muflagem”), conforme Figura 1.
Para se formarem as cortinas de escoramento usando estacas prancha metálicas, as peças são
cravadas no solo, por justaposição. A Figura 2 ilustra uma situação geral de emprego.

Figura 1: Remoção de estacas prancha utilizando polias em paralelo (“muflagem”).

Figura 2: Seção transversal de uma cortina de estacas prancha ancorada.

Ancoragem

Solo natural ou
aterro controlado

Atmosfera urbana

Solo natural Solo natural

1
Há dois modos para se escrever o plural de estaca-prancha. Como se trata de dois substantivos, o plural deveria ser “estacas-pranchas”
significando uma estaca que também é prancha. Entretanto, várias publicações usam como plural “estacas prancha”. Como este catálogo
técnico não tem objetivo da análise ortográfica preferimos usar a segunda opção, ou seja, “estacas prancha” sem hífen. É uma situação
similar com o plural de estaca raiz que temos usado “estacas raiz” subentendendo que o segundo termo se refere ao “tipo”. Assim,
estacas prancha são estacas do “tipo” prancha que se utilizam em escoramentos provisórios e definitivos.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 9


As estacas prancha metálicas Gerdau são confeccionadas a partir de chapas laminadas a
quente e comercializadas em bobinas. Essas bobinas são desenroladas, cortadas no sentido
transversal, e as tiras assim obtidas, são, novamente, cortadas no sentido longitudinal e,
finalmente, conformadas. A Tabela IV mostra as geometrias e as propriedades geomecânicas
das estacas prancha Gerdau.
Os aços utilizados na confecção das estacas prancha Gerdau são o Civil 300 Gerdau, o Civil
350 Gerdau e o ASTM Grau 50, cujas características mecânicas são apresentadas na Tabela I.

Tabela I: Propriedades mecânicas dos aços empregados na confecção


das estacas prancha Gerdau.

fy f Alongamento
Especificação mínimo %
MPa kgf/cm² MPa tf/cm² (BM = 50 mm)
Civil 300 Gerdau 300 3.000 400 - 550 4 – 5,5 21
Civil 350 Gerdau 350 3.500 500 - 650 5 – 6,5 20
ASTM A572 Grau 50 345 3.450 450 4,5 21

As estacas prancha metálicas Gerdau podem ser fornecidas em espessuras de 4,76 mm (3/16”)
a 12,70 mm (1/2”), e em comprimentos de até 10 m (ver tabela IV do item 8).
A instalação das estacas prancha pode ser feita através dos métodos convencionais de
cravação, como martelos de queda livre (Figura 3), martelos vibratórios (Figura 4) ou com
martelos hidráulicos de impacto (Figura 5).

Figura 3: Martelo de queda livre utilizado para cravar estacas prancha metálicas.

10 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


Figura 4: Cravação ou remoção de estacas prancha metálicas utilizando martelos vibratórios.

Figura 5: Cravação de estacas pranchas com martelo hidráulico de impacto, utilizando-se


gabarito duplo, conforme esquematizado nas Figuras 12 e 14).

Os martelos a diesel também podem ser utilizados na cravação das estacas prancha, mas seu
uso tem sido restringido em certos locais, devido à liberação de vapores de óleo diesel na
atmosfera.
Os martelos vibratórios são, atualmente, os mais empregados, pois permitem não só a cravação
mas também a remoção das estacas prancha metálicas de maneira rápida quando comparado
com os demais procedimentos. Além disso, apresentam menos ruído que os demais tipos de
martelo.
As Figuras 6, 7, 8 e 9 ilustram as estacas prancha metálicas Gerdau utilizadas em diferentes obras.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 11


Figura 6: Estacas prancha metálicas Gerdau (final de cravação e antes da escavação).

Figura 7: Exemplo de uso das estacas prancha metálicas Gerdau.

12 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


Figura 8: Exemplo de uso das estacas prancha metálicas Gerdau.

Figura 9: Exemplo de uso das estacas prancha metálicas Gerdau.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 13


PROCEDIMENTOS DE CRAVAÇÃO 2
PROCEDIMENTOS DE CRAVAÇÃO

A cravação de estacas prancha deve ser feita com cuidado, de modo a assegurar sua
verticalidade e “encaixe” ao longo da cortina de contenção a ser criada. Isso pode ser obtido
escavando-se uma trincheira ao longo da linha da cortina, ou instalando-se uma guia metálica
nivelada e presa no solo, conforme indicado na Figura 10.

Figura 10: Guia metálica utilizada para a assegurar a verticalidade das estacas prancha.

2.1 Procedimento de cravação denominado “levantar e cravar”


Neste método de execução, cada uma das estacas prancha é cravada até a cota final antes de se
levantar e cravar a próxima. A Figura 11 ilustra o procedimento.

Figura 11: Cravação pelo procedimento “levantar e cravar”.

Sentido de cravação

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 17


Este é o método mais simples de cravação, mas somente deve ser utilizado quando as estacas
prancha forem “curtas” e cravadas em solo de baixa resistência, como, por exemplo, areias
fofas. O trecho livre da estaca a cravar estará sempre acima da cota de topo das estacas já
cravadas, e portanto, tendendo a se desviar e sair do “encaixe” das estacas já cravadas.
Para solos resistentes, ou no caso da existência de possíveis obstáculos durante a cravação,
como, por exemplo, pedregulhos, este processo não é recomendado.

2.2 Uso de gabarito


Este procedimento de cravação é ilustrado na Figura 5, e é recomendado para se assegurar
uma adequada verticalidade e alinhamento das estacas prancha, eliminando as incertezas da
cravação citadas anteriormente. As fases de execução estão ilustradas na Figura 12.

Figura 12: Cravação de estacas prancha com uso de gabarito.

1 - Levantar, 2 - Continuar a
alinhar e cravar o cravação
primeiro par cuidadosa das
demais estacas

3 - Cravar as
estacas da outra 4 - Completar a
extremidade após cravação do
a garantia de painel, do final
posição e prumo para o início

1° 2° 3°
painel painel painel 6 - Deslocar o
gabarito e
5 - Primeiro painel solidarizá-lo ao
cravado primeiro painel.
Repetir os
passos 1 a 6

2.3 Cravação por etapas


Este procedimento de cravação é recomendado quando a instalação das estacas prancha deve
atravessar solos muito resistentes (areias muito compactas, lentes de pedregulhos, etc.). As
estacas são posicionadas dentro do gabarito e, a seguir, cravadas parcialmente e
progressivamente, na sequência apresentada na Figura 13: estacas 1, 3 e 5 e, a seguir, estacas
4 e 2. A Figura 14 ilustra a cravação de estacas prancha por esse processo.

18 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


Figura 13: Sequência de cravação de estacas prancha por etapas.

Sentido da instalação das estacas prancha Sentido da cravação (4 e 2)

Sentido da cravação (1, 3 e 5)


Gabarito
superior

5 4 3 2 1

5 3 1 5 3 1
4 2 4 2

Gabarito
inferior

Figura 14: Cravação de estacas prancha por etapas.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 19


A cravação em solos muito compactos pode ser auxiliada com jato de água injetada sob alta
pressão e alta vazão, por tubos solidarizados às estacas prancha, conforme ilustrado na Figura 15.
Nesta foto, os tubos de injeção aparecem cortados para permitir a confecção da viga de
solidarização aos tirantes. De modo geral, são utilizados dois tubos para cada estacas prancha.

Figura 15: Tubos utilizados na injeção e cortados para a execução da viga de


solidarização aos tirantes.

Tubos de injeção
Tirante

Viga de solidarização

Tubos de injeção

20 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


CÁLCULO DAS CORTINAS 3
CÁLCULO DAS CORTINAS

Os cálculos simplificados dos esforços atuantes em cortinas, admitindo-se taludes horizontais (no
topo e na frente da escavação), serão apresentados a seguir. Estes compõem a maioria dos
casos de escoramento. Para outras geometrias de taludes, recomenda-se recorrer à literatura
específica.

3.1 Tensões ativas e passivas


As tensões horizontais ativas (pa) e passivas (pp), em uma profundidade genérica “i”, são obtidas
através das expressões descritas na Figura 16.
Nesta Figura,
(1) é a tensão vertical na profundidade “z”, a partir do topo da escavação, e z (2) é a tensão
z

vertical na profundidade “y”, a partir da cota da escavação, ambas correspondendo à


profundidade genérica “i”.
ka = tg2(45° – /2) = coeficiente de empuxo ativo; kp = tg2(45° + /2) = coeficiente de empuxo
passivo. Para superfície horizontal, ka = 1/kp.
é o ângulo de atrito interno do solo e “c” é sua coesão.

Figura 16: Tensões ativas (pa) e passivas (pp).

q (sobrecarga)

(1)
pa = z ka – 2c Ka
z
(2)
pp = z kp + 2c Kp

(2) (1)
z
= yi z = q+ zi
y
i
pp pa

Notas:
1) Quando não se dispõe de ensaios específicos 2, apenas de NSPT, pode-se adotar
= 15° + 20.NSPT para a faixa 5 < NSPT < 25.
2) Para se estimar o valor da coesão “c”, pode-se recorrer à Tabela II.

2
TEIXEIRA, A. H., Projeto e execução de fundações. In: Seminário de Fundações Especiais e Geotecnia (SEFE III) ,v.1, São Paulo,
ABMS, p. 34 (1996).

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 23


Tabela II: Valores da coesão para cálculos preliminares (isto é, na falta de ensaios específicos).

Standard
Penetration Test Coesão “c”
Argilas
NSPT (kPa) (tf/m²)
Muito mole <2 < 10 <1
Mole 2a4 10 a 25 1 a 2,5
Média 4a8 25 a 50 2,5 a 5
Rija 8 a 15 50 a 100 5 a 10
Muito rija 15 a 30 100 a 200 10 a 20
Dura > 30 > 200 > 20

3) As estacas prancha formadas a frio, apresentadas neste Catálogo Técnico (Tabela IV), não
são, normalmente, estanques. Assim, quando se necessita executar uma escavação abaixo
do nível de água, é comum se instalar um sistema de rebaixamento (utilizando bombas de
recalque internas à escavação) ou um sistema de rebaixamento externo com ponteiras
filtrantes (“well points”), ou poços profundos, utilizando injetores ou bombas submersas3.
4) As expressões acima citadas para ka e kp são válidas quando não há atrito entre a cortina e o
solo ( = 0). Entretanto, pode variar entre zero e 2 /3. Neste caso, os valores de ka e kp,
em função de , são apresentados na Tabela III.

Tabela III: Valores de ka e kp em função de  , para terrapleno horizontal.

em graus
5 10 15 20 25 30 35 40

ka 0,84 0,70 0,59 0,49 0,41 0,33 0,27 0,22


=0
kp 1,19 1,42 1,70 2,04 2,46 3,00 3,70 4,60

ka 0,82 0,67 0,56 0,45 0,37 0,30 0,25 0,20


1
=
3 kp 1,22 1,52 1,89 2,38 3,03 4,02 5,55 8,10

ka 0,82 0,66 0,54 0,44 0,36 0,30 0,25 0,20


2
=
3 kp 1,24 1,59 2,06 2,72 3,61 5,25 8,00 12,80

5) Quando o solo tem coesão, é comum obter-se tensão ativa na superfície negativa, em
decorrência da parcela –2c Ka , criando-se fissuras de tração no solo superficial. Como
estas fissuras podem ser preenchidas com água, recomenda-se que se adote pa = 0, em vez
de valor negativo.

3
ALONSO, U. R., Rebaixamento Temporário de Aquíferos, São Paulo, Oficina de Textos, 2007.

24 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


3.2 Cortina em balanço
Embora existam, atualmente, programas de computador que permitem calcular a cortina com
maior precisão do que os cálculos clássicos (em geral, utilizando o modelo de Winkler), eles não
serão aqui apresentados, pois nem todos que calculam cortinas têm acesso a esses programas.
A teoria clássica considera que a cortina gira ao redor de um eixo situado ligeiramente acima de
sua extremidade inferior, formando duas regiões plásticas: ativa, à esquerda, e passiva, à direita.
A Figura 17(a) ilustra a situação.
Ao contrário, abaixo do eixo de giro, o solo situado à esquerda sofre compressão, enquanto à
direita, há um alívio de tensão. Esses dois últimos comportamentos são difíceis de quantificar,
mas têm pouca importância, pois, o eixo de giro está próximo do pé da cortina.
No caso de ocorrer ruptura, a distribuição de tensões é similar à mostrada na Figura 17(b). Para
efeito de cálculo, substitui-se a distribuição da Figura 17(b) por outra, mais simples, ilustrada na
Figura 17(c).
O procedimento de cálculo clássico consiste em procurar o equilíbrio de momentos em relação ao
ponto de giro, obtendo-se a ficha “z” teórica (Figura 17(d)). A ficha final é frequentemente adotada
como f = 1,2 z.

Figura 17: Cortina em balanço.

Empuxo ativo

Empuxo passivo

Empuxo passivo Empuxo ativo

a) Deslocamentos da cortina b) Tensões

M M

d d

z f = 1.2z o
z f = 1.2z

o c o
p p
c) d)

Para se calcular o momento máximo atuante na cortina, basta procurar o ponto em que o cortante
seja nulo (Q = 0). Um exemplo de cálculo é apresentado a seguir.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 25


Primeiro exemplo de aplicação (solo sem água): Calcular a ficha e o momento máximo atuante
na cortina em balanço abaixo. Adotar = 0.

q = 10kN/m² = 10kPa = 1tf/m²

Solo 1
3,00m = 17 kN/m3
= 15°
c = 150 kPa

Solo 2

Ficha = 19 kN/m3
= 35°
c =0

Tensões ativas (por metro de cortina):


Profundidade 0,00 m pa = -9,5 kPa (adotado 0)

pa = 20,5 kPa (Solo 1)


-3,00m
pa = 16,5 kPa (Solo 2)

-(3 + z) pa = (16,5 + 5,1z) kPa

Tensões passivas (por metro de cortina):


Profundidade -3,00 m pp = 0,0 kPa
-(3 + z) pp = 70,1z kPa
Diagrama resultante:
Profundidade -3,00 m p = -16,5 kPa
-(3 + z) p = (65.z – 16,5) kPa

26 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


Ponto onde o diagrama de tensões se anula:
p=0 z 0,25 m

RA = 30,8 kN
3,00 m
20,5 (1,25 + x)
RB = 2,1 kN
2 0,25m
Rc = 32,5 x 16,5
1 x = (z - 0,25) (0,17 + x)
x
3
65z - 16,5 = 65x

p (+) p (-)

x
M = 0: 30,8(1,25 + x) + 2,1(0,17 + x) – 32,5x2 =0
3
10,8x3 – 32,9x – 38,8 = 0
Esta equação é resolvida por tentativas:
x= 2,0 m -18,2
2,5 m 47,7
2,25 m 10,2
2,15 m -2,2
Assim, x 2,20 m e z = 2,20 + 0,25 = 2,45 m
Ficha f 1,2z = 2,95 m, ou seja, 3,00 m
Cálculo do momento máximo, que ocorre onde o cortante Q = 0:
32,5 x2 = 30,8 + 2,1 x 1m
M = 30,8 (1,25 + 1) + 2,1 (0,17 + 1) – 32,5 13 61kN.m/m (6,1 tf.m/m), que ocorre na
3
profundidade (3 + 0,25 +1) = 4,25 m a partir do topo da cortina.

Nota: O cálculo das tensões ativas e passivas acima podem facilmente ser programadas em
planilha do Microsoft Excel, como se apresenta no segundo exemplo de aplicação.

3.3 Cortina com uma linha de escoras


As tensões ativas e passivas são calculadas analogamente ao caso anterior. Neste caso, têm-se
duas incógnitas: a ficha e a carga na escora. O cálculo é feito conforme o conceito exposto na
Figura 18, onde M = 0 é feito em relação ao plano em que está a escora.
H =0 R + Ep – Ea = 0
M =0 Epx2 – Eax1 = 0
Em que:
Ep é a resultante das tensões no lado passivo e EA é a resultante das tensões no lado
ativo.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 27


Figura 18: Conceito para o cálculo de cortinas com uma linha de escoras.

x1
x2 Ep

Ep

Com base nas equações acima, calculam-se a reação R na estronca e a profundidade z de


equilíbrio. Analogamente ao caso de cortina em balanço, a ficha f é adotada 1,2 z. Há autores
que sugerem, para cortinas com uma linha de escoras, adotar f = 1,4 z. Temos adotado, em
nossos projetos, f = 1,2 z para obras provisórias e f = 1,4 z para obras definitivas. É um critério!
Para o cálculo do momento máximo, costumamos adotar o critério de Blum, denominado de
“viga equivalente”, conforme ilustrado na Figura 19.

Figura 19: Cortina com uma linha de escoras (tensões e momentos fletores).

H
Mo
d

M1

R a
z
b f
M2

c o 0,2 a 0,4 z
p

28 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


Comprova-se que, no ponto R, situado ligeiramente abaixo da cota da escavação, o momento
fletor é nulo. A ideia de Blum consiste em reduzir o problema a uma viga isostática, fixando, a
priori, a posição do ponto R. Para determinar essa posição, Blum recorre a uma relação
empírica (independentemente da coesão do solo).
Para solos com ângulo de atrito interno entre 25° e 35°: a = 0,1d.
Para entre 15º e 20º, a relação é: a = 0,2d.
No caso em que a ficha se encontra em solo granular (c = o), alguns projetistas preferem adotar
o ponto R coincidente com o de tensão nula, como mostrado na Figura 20. Este é o critério que
aqui seguimos, ou seja, se a ficha está em solo coesivo, adotamos R a cerca de 0,1 a 0,2d,
mas, se a ficha estiver em solo granular, adotamos R onde a tensão é nula (ver segundo
exemplo de aplicação).

Figura 20: Método de Blum modificado quando a ficha está em solo granular.

T
-T

C=2T

Segundo exemplo de aplicação: Calcular a ficha, a carga na escora e o momento fletor máximo
atuante na cortina com uma linha de escoras mostrada a seguir. Adotar = 0.
As equações para se obter pa e pp são as mesmas utilizadas para o exemplo da cortina em
balanço, porém utilizando-se uma planilha do Microsoft Excel. Lembra-se que o γ abaixo do NA
deve ser o submerso, ou seja, γsub = γ – γágua = 21-10 = 11 kN/m3 (1,1 tf/m3).

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 29


q = 10 kPa (1tf/m²)

1,00 m Solo 1
= 17 kN/m³
= 20°
c = 10 kPa
1,50 m

3,00 m
1,50 m
N.A. Solo 2
N.A.
19 kN/m³ (acima do NA) (solo 2)
=
Solo 3 21 kN/m³ (abaixo do NA) (solo 3)

= 30°
Solos 2 e 3
c =0

Além disso, quando se utiliza a planilha do Microsoft Excel, é mais cômodo pré-fixar uma ficha.
Neste exemplo, fixaremos em 2,50 m. Dividindo-se o empuxo resultante p por essa ficha
préfixada, tem-se a variação, por unidade de profundidade, conforme mostrado a seguir.

TENSÕES ATIVAS

SOBRECARGA (kN/m²) 10

SOLO PROF (m) grama (*) c fi tensões ativas (kN/m²)


N° SUP INF (kN/m³) (kN/m²) (grau) SUP INF
1 0,00 2,50 17,00 10,00 20 0,00 11,74
2 2,50 4,00 19,00 0,00 30 17,50 27,00
3 4,00 6,50 11,00 0,00 30 27,00 36,17

TENSÕES PASSIVAS

SOLO PROF (m) grama (*) c fi tensões passivas (kN/m²) p = (pp - pa)
N° SUP INF (kN/m³) (kN/m²) (grau) SUP INF SUP INF
3 4,00 6,50 11,00 0,00 30 0,00 82,50 -27,00 55,50

30 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


a

H
CG h
0,67
y
14,68
b
2,30
a+b
A= h 3,27
2
h 2a + b
y= 2x
3 a+b 3,80 + 33,38
3

27,00
11,07

a 0,80 m
27 55,5
=
a x
x = 2,50 – 0,8 = 1,70 m a + x = 2,50
a = 0,80 m
16,3x² x = 1,70 m

55,5 para x = 1,70 m


55,5
ou = 32,6 x
1,70
p (+) p (-)

M=0 14,68 0,67 + 33,38 2,30 + 11,07 3,27 – 16,3 x2 (3,80 + 2x/3) = 0
10,87 x 3 + 61,94 x2 – 86,61 = 0 por tentativas, x 1,07 m
ficha f = 1,2 (1,07 + 0,80) 2,25 m adotar 2,50 m.
O cálculo da carga H e do momento máximo será obtido pelo método de Blum (Figura abaixo),
utilizando-se qualquer programa de cálculo estrutural. Utilizamos, aqui, o método de Cross, que
fornece os momentos e os cortantes a cada décimo de comprimento do vão. Alternativamente,
pode-se utilizar o software FTOOL, fornecido gratuitamente pela PUC-RJ (lfm@tecgraf.puc-rio.br).

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 31


27,00
17,50
11,74
4,7

1,00 1,50 1,50 0,80

Os resultados obtidos foram:


H = 26,75 kN/m ( 2,7 tf/m)
M = 31,5 kN.m/m ( 3,2 tf.m/m), que ocorre a cerca de 2,30 m abaixo da escora.

32 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


4
AÇÃO DE CARGAS APLICADAS
POR EQUIPAMENTOS NA
SUPERFÍCIE DO TERRENO
AÇÃO DE CARGAS APLICADAS POR
EQUIPAMENTOS NA SUPERFÍCIE DO TERRENO

Nos cálculos descritos acima só foram admitidas sobrecargas na superfície do terreno. Estas
sobrecargas referem-se a estoque de solo, acesso de veículos, etc. Adotou-se 10 kN/m² (1tf/m²),
que é um valor tradicionalmente empregado. Porém este valor pode ser aumentado em função de
diferentes alturas de solo estocado na superfície e do porte dos equipamentos que circularão
próximo à escavação.
Entretanto, existe outra carga que é significativa e que corresponde ao peso dos equipamentos
empregados na escavação, conforme mostrado na Figura 21.

Figura 21: Ação dos equipamentos junto à cortina.

Peq+o

45°
j ph

Peq+o L
2a + L
d

a b
45° - j
/2

45°

Há vários procedimentos que se levar em conta o efeito da carga do equipamento (Peqto) na


cortina. Um deles é devido à Krey4, quando o solo é granular (c=0 e >0°), que admite uma
distribuição triangular, cujo valor ph é dado por:

Pn Peqto
p h= 2 , onde Pn= tg 45 —
d 2a+L 2

4
KREY, A., BSC Piling Handbook, 4th Edition. British Steel Corporation, 1984.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 35


5
ESFORÇOS VERTICAIS APLICADOS
NA CORTINA POR TIRANTES
PROTENDIDOS E INCLINADOS
ESFORÇOS VERTICAIS APLICADOS NA CORTINA
POR TIRANTES PROTENDIDOS E INCLINADOS

Quando a cortina é suportada por uma linha de tirantes protendidos, conforme ilustrado na Figura
22, ocorre uma carga vertical V = T.sen , onde T é a carga aplicada pelo tirante à cortina e , sua
inclinação com a horizontal.

Figura 22: Carga vertical imposta à cortina por tirantes protendidos.

T
H = T cos
T = carga aplicada
pela tirante à La
cortina V = T sen ANC
ORA
GEM
La
2 La
2
Superfície
potencial de
ruptura com

FS 1,5
FS = fator de segurança

A carga vertical deverá ser resistida pela cortina através da capacidade de carga solo/cortina por
atrito lateral e pela ponta dela. No caso das estacas prancha metálicas, costuma-se
desconsiderar a capacidade de carga da ponta.
Quanto à resistência por atrito lateral, é recomendado que se despreze essa parcela acima da
cota da escavação5. O valor da adesão, nesse trecho “embutido”, pode ser feito analogamente ao
cálculo de capacidade de carga de estacas metálicas proposto por Alonso6 e transcrito no
Catálogo Técnico de Estacas Metálicas da Gerdau.

5
GROUND ANCHORS AND ANCHORED SYSTEMS. Geotechnical Engineering Circular No. 4, Federal Highway Administration (FHWA),
item 5.6.2, p. 89.
6
ALONSO, U.R. Previsão da capacidade de carga geotécnico de estacas metálicas com ponta em solo pouco competente, In:
Seminário de Engenharia de Fundações e Geotecnia (SEFE VI), v.1, São Paulo, p. 487 (2008).

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 39


SELEÇÃO DAS ESTACAS PRANCHA 6
SELEÇÃO DAS ESTACAS PRANCHA

6 Seleção das estacas prancha


A seleção da estaca-prancha é feita, via de regra, a partir do momento fletor que nela atua, visto
que, nas obras de contenção de escavações, como já abordado, o cortante não é o esforço
condicionante do dimensionamento.
Conhecidos o momento fletor máximo, Mmáx, e o limite de escoamento fy , pode-se escrever, com
base na ABNT NBR 86817 (quando não atua carga de compressão nas estacas prancha):

1,5Mmáx fy 1,65Mmáx
£®

W 1,1 fy

Os valores de fy estão apresentados na Tabela I.

7
ABNT NBR 8681: 2004 “Ações e segurança nas estruturas – Procedimento”. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Rio de
Janeiro.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 43


PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS
E RESISTÊNCIA 7
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS E RESISTÊNCIA

7. Propriedades geométricas e resistência


A Tabela IV, reproduzida a seguir, relaciona elementos técnicos que permitem escolher as estacas
prancha em função dos esforços a que elas serão submetidas.

Tabela IV: Propriedades geométricas das estacas prancha metálicas Gerdau.

Seção 1 Seção 2
Seção transversal estudada: dimensões (milímetros). Seção transversal estudada: dimensões (milímetros).

90 40

60
60
200,44

39,94

40

130,62
235,0 124

528,9 328,58

Seção 3 Seção 4
Seção transversal estudada: dimensões (milímetros). Seção transversal estudada: dimensões (milímetros).

50
50 100
120

75
70
70

75
184,18

184,18

50 50

338,58 338,58

Seção 5 Seção 6

Seção transversal estudada: dimensões (milímetros). Seção transversal estudada: dimensões (milímetros).

283,68 315,20
37

45
18,41

16,57

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 47


Propriedades geomecânicas das estacas prancha

Peso por m Pranchas


t A I W
Seção de prancha por m de
(mm) (cm2) (cm4) (cm3) (kg/m) cortina

1 6,30 57,01 17685,03 327,85 43,8 2


2a 6,30 52,86 10135,86 223,41 37,1 2
2b 8,00 72,72 15907,39 301,79 48,6 2
2c 9,50 86,35 18890,96 358,46 56 2
3a 4,75 20,61 1854,11 17,23 16,10 2
3b 6,30 30,87 3495,21 28,74 21,60 3

48 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


SÍMBOLOS 8
8 Símbolos
A é a área da seção transversal da prancha;
CG é o centroide da seção transversal da prancha;
I é o momento de inércia da seção transversal da prancha;
W é o módulo resistente da seção transversal da prancha;
t é a espessura da chapa;
fy é o limite de escoamento;
f é o limite de resitência.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 51


DURABILIDADE E PROTEÇÃO DE
ESTACAS PRANCHA EM ESCORAMENTOS
PERMANENTES 9
DURABILIDADE E PROTEÇÃO DE
ESTACAS PRANCHA EM ESCORAMENTOS PERMANENTES

9.1 Introdução8
Corrosão é um fenômeno natural, definida como a “deterioração de um material, usualmente um
metal, resultante de reações químicas ou eletroquímicas com seu ambiente”.
A reação global que descreve o processo de enferrujamento do aço carbono é dada por:
4Fe + 3O2 + 2H2O 2Fe2O3.H2O ( 4FeOOH)
Assim, para que a corrosão do aço carbono ocorra, é necessária a presença simultânea de água
e oxigênio. Na ausência de um deles, a corrosão não ocorrerá.
Aços estruturais expostos à atmosfera, água salgada, água doce, ou, ainda, ao solo, apresentam,
fundamentalmente, o mesmo mecanismo básico de corrosão. O que diferencia a corrosão do aço
nesses diferentes ambientes é a transferência de massa, dos reagentes para a superfície
metálica e dos produtos da reação para regiões distantes desta. Em suma, a difusão de espécies
é, em grande parte, responsável pelas diferenças observadas nos diferentes ambientes.
A corrosão de estacas de aço em solos naturais é considerada, em geral, insignificante. Esta
extraordinária resistência tem sido justificada pela pequena difusão do oxigênio no solo9.
Diferentemente das estacas de aço, totalmente imersas no solo, as estacas prancha podem
apresentar disposição construtiva, que permite o contato com o oxigênio do ar e com a água – do
mar ou doce. Além disso, essa mesma disposição construtiva contribui para o aparecimento de
tensões, que podem estimular a corrosão localizada. O momento fletor máximo de uma estaca-
prancha ancorada, por exemplo, está situado em região próxima a 1/3 de sua altura.
A Figura 23 ilustra o conceito, representando uma parede de estacas prancha disposta em um
cais. Vale citar que a maior força de cisalhamento está localizada próxima do ponto de ligação da
estaca-prancha com a barra de ancoragem. O acúmulo de tensões estimula a corrosão, e isso
deve ser considerado na especificação de um sistema de proteção.

Figura 23: Seção transversal de uma parede de estacas prancha ancorada.

Ancoragem

Solo natural ou
2H/3

aterro controlado
Altura H

Momento fletor

Mmax
H/3

Solo natural Solo natural

8
PANNONI F.D. Princípios da proteção de estruturas metálicas em situação de corrosão e incêndio, 6ª edição. Gerdau, 2015.
9
PANNONI F.D. e L.S. OLIVEIRA. Medidas de potencial de corrosão de estacas de aço cravadas em Santos. Seminário de
Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia (SEFE 7), São Paulo, 17 a 20 de junho de 2012.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 55


9.2 Proteção de estacas prancha frente à corrosão
Várias são as opções de projeto que podem ser consideradas na proteção de estacas prancha:
• Fazer uso de uma seção maior do que a necessária ao projeto;
• Utilizar um aço com melhores propriedades mecânicas;
• Evitar o aparecimento de momentos fletores importantes na região propícia às maiores
velocidades de corrosão;
• Aplicar revestimentos superficiais protetores, como a pintura ou a galvanização por
imersão a quente. É importante ressaltar que essas formas de proteção não podem ser
refeitas após a cravação da estaca-prancha. Desse modo, sistemas de pintura duráveis
devem ser especificados, capazes de resistir ao transporte, manuseio, cravação, abrasão
resultante da cravação e, em particular, ao ambiente.
Diferentes formas de proteção podem – e devem – conviver. A durabilidade de sistemas de pintura
robustos raramente ultrapassa 15 a 18 anos. Assim, é usual unir um sistema de pintura com a
utilização de sobre espessura metálica (ou usar aços de maior resistência mecânica) no mesmo
projeto.

9.2.1. Utilização de uma seção mais pesada


Valores de perda metálica do aço exposto a variados ambientes, como o solo ou a atmosfera,
podem ser encontrados em normas nacionais, internacionais, em livros referenciais, etc. A Tabela
V reproduz alguns destes valores.
Tabela V – Exemplos de valores de perda metálica para o aço carbono
exposto ao solo e à atmosfera.

Solo10 Espessura mínima de sacrifício,


mm/lado exposto ao solo
Solos em estado natural e aterros controlados 1,0
Argila orgânica; solos porosos não saturados 1,5
Turfa 3,0
Aterros não controlados 2,0
Solos contaminados 3,2
Espessura mínima de sacrifício,
Atmosfera11 (a) mm/ano/lado exposto à atmosfera

Rural Valor médio: 0,01 (mínimo de 0,005 e máximo de 0,02)


Urbano Valor médio: 0,02 (mínimo de 0,005 e máximo de 0,04)
Industrial Valor médio: 0,03 (mínimo de 0,01 e máximo de 0,05)
Marinho Valor médio: 0,05 (mínimo de 0,03 e máximo de 0,08)

(a): Valores médios obtidos por meio de 43 estudos internacionais, onde amostras foram expostas por diferentes
períodos de tempo (1 ano a 30 anos) aos quatro tipos de atmosferas descritas.

10
ABNT NBR 6122: 2010. Projeto e execução de fundações.
11
MATSUSHIMA, I., Carbon steel – Atmospheric corrosion. In: Uhlig´s Corrosion Handbook, 3rd ed., Ed. R.W. Revie, Wiley/The
Electrochemical Society, p.583. 2011.

56 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


Exemplo de utilização de uma seção mais pesada (sobre-espessura metálica)
A Figura 1, apresentada no início deste Catálogo Técnico, ilustra uma parede de estacas prancha
em contato, de um lado, com solo natural, e, de outro, com uma atmosfera classificada como
urbana. Como calcular uma sobre-espessura que garanta sua durabilidade por 30 anos?
A informação necessária ao cálculo está descrita na Tabela V. Devemos considerar, do lado solo,
uma sobre espessura metálica de 1,0 mm; do lado da atmosfera, podemos também considerar
uma sobre espessura metálica de 1,0 mm (0,02 mm x 30 anos = 0,6 mm).

9.2.2 Aplicação de revestimentos superficiais protetores - Pintura


A pintura é uma forma de proteção comumente aplicada às estacas prancha. De modo geral, são
sistemas robustos, aplicados em condições controladas e por profissionais especializados. Este
tipo de revestimento pode sofrer danos durante o transporte, manuseio, etc., de modo que,
retoques poderão ser necessários, e serão aplicados no canteiro. A cravação em certos tipos de
solos (como em cascalho) pode causar a remoção parcial de certos tipos de revestimentos
orgânicos mais frágeis. Esse aspecto deve ser considerado durante a especificação do sistema.
A Tabela VI prescreve alguns sistemas de pintura adequados à proteção de estacas prancha.

Tabela VI – Revestimentos orgânicos sugeridos para estacas prancha em


diferentes ambientes – solo e atmosfera12.

Preparo de Espessura Aplicação Durabilidade


Demãos Tipo
superfície seca, m típica típica em anos
Jateamento
Atmosfera

abrasivo ao
metal quase Solos normais e
1 320 Epóxi 15+
branco agressivos
(Sa 2 ½)

Solos normais e
Jateamento agressivos, em
abrasivo ao condições de
Solo

Epóxi contendo
metal quase 1 400 flocos de vidro imersão e que 20+
branco também exigem
(Sa 2 ½) resistência à
abrasão

9.2.3 Aplicação de revestimentos superficiais protetores – Galvanização por imersão a quente


Galvanização por imersão a quente (por vezes chamada de galvanização a fogo) é um processo
de aplicação de revestimentos de zinco em componentes de aço ou ferro fundido, pela imersão do
componente em um banho de zinco fundido.
A expectativa de vida de revestimentos galvanizados aplicados sobre componentes estruturais
excede facilmente 50 anos, na maior parte dos ambientes rurais, e é de 20 a 50 anos (ou mais)
em boa parte dos ambientes atmosféricos agressivos – urbanos, industriais e mesmo marinhos, e
também no solo.

12
ISO 12944-5: 2007 Paints and varnishes – Corrosion protection of steel structures by protective paint systems – Part 5: Protective paint
systems.

ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU 57


A Tabela VII fornece valores de velocidade de corrosão do zinco para diferentes ambientes
atmosféricos e para alguns tipos de solo.
Tabela VII - Exemplos de valores de perda metálica do zinco em diferentes ambientes.

Solo13 Durabilidade estimada, em anos, da camada de zinco


aplicada sobre estacas prancha galvanizadas por imersão
a quente, em atendimento à Norma ABNT NBR 632314

[Cl-] > 20ppm, pH > 7 e Umidade < 17,5% 100 a 200 anos

[Cl-] > 20ppm, pH < 7 e Umidade > 17,5% 25 a 75 anos

[Cl-] < 20ppm, pH > 7 75 a 200 anos

[Cl-] < 20ppm, pH < 7 25 a 100 anos

Durabilidade estimada, em anos, da camada de zinco aplicada


Atmosfera
sobre estacas prancha galvanizadas por imersão a quente15

Rural > 100 anos

Urbano > 40 anos

Industrial > 20 anos

Marinho > 10 anos

13
Service life of galvanized steel articles in soil applications. Publicação da American Galvanizers Association (www.galvanizeit.org).
14
ABNT NBR 6323: 2007 Galvanização de produtos de aço ou ferro fundido – Especificação.
15
ISO 12944-2: 1998 Paint and varnishes – Corrosion protection of steel structures by protective paint systems – Part 2: Classification of
environments.

58 ESTACAS PRANCHA FORMADAS A FRIO GERDAU


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