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FUNDAMENTOS E PROCESSOS DA ENCENAÇÃO TEATRAL

ROTEIRO ESQUEMÁTICO PARA ANÁLISE DE TEXTO.


 Esta é apenas uma sugestão de roteiro apresentada por Francis Hodge em seu livro
Play Directing.
 Não se trata aqui de um questionário do tipo múltipla-escolha para ser respondido
em frases curtas, mas de uma listagem das diferentes questões possíveis a serem
levantadas na análise de um texto e desenvolvidas em respostas detalhadas.
 Após o roteiro, segue um breve esclarecimento sobre os itens propostos:
CIRCUNSTÂNCIAS DADAS
A. Fatos ambientais. Discutir segundo os ítens:
1. Localização geográfica, inclusive o clima.
2. Data: ano, estação, hora do dia;
3. Ambientação econômica;
4. Ambientação política.
5. Ambientação social.
6. Ambientação religiosa;

B. Ação prévia;
C. Atitudes polares dos personagens principais, no início e no final.
DIÁLOGO
A. Escolha de palavras;
B. Escolha de frases e estruturas sintáticas;
C. Escolha de imagens;
D. Escolha de características peculiares: ex: dialeto;
E. O som do diálogo;
F. Estrutura das falas.

AÇÃO DRAMÁTICA
A. Títulos das unidades. Numerar as unidades de ação atribuindo
uma frase substantiva como título para cada unidade;
B. Detalhamento do desenrolar da ação. Separar a ação em unidades
numeradas. Expresse a ação em cada fala, usando a inicial de
cada personagem seguida por um verbo no presente. Os verbos
ajudarão no resumo da ação;
C. Resumir a ação por cada unidade com uma frase composta
expressando a ação recíproca. Ex: A (verbo no presente) para B e
B (verbo no presente) para A.

PERSONAGENS
 Examine cada um dos personagens segundo os seguintes itens:
A. Desejo: o que o personagem mais quer;
FPET 2

B. Força de vontade: a força para atingí-lo;


C. Conduta moral: valores morais que influem na realização dos desejos;
D. Características exteriores: aparência física, postura e atitudes de
comportamento;
E. Lista resumida de adjetivos;
F. Intensidade de humor inicial do personagem na abertura da cena,
expressa como a seguir:
1. Intensidade dos batimentos cardíacos;
2. Transpiração: pesada, ligeira, etc.
3. Condições do estômago;
4. Tensão muscular;
5. Respiração: intensidade, profundidade.

IDÉIA.
A. Significado do título;
B. Enunciados filosóficos na peça: citar as passagens;
C. Implicações da ação;
D. Para cada cena a ser trabalhada, citar propósito e importância na
peça.

TEMPOS
 Após o número de cada unidade, designar o andamento daquela unidade
usando uma palavra de velocidade. Exemplo: rápido; médio; vagaroso; Largo;
Adagio, etc. Faça também um gráfico horizontal das relações de tempo, onde
serão mostrados os picos e vales das variações comparadas das diversas
unidades. Ex:

TEMPOS
\/\/\/\/\/\/\/\/\/\ /\/\/\/\/\
UNIDADE DE
unidade (1) unidade (2) unidade (3) unidade (4) unidade (5)
AÇÃO

ATMOSFERAS
 Após o número de cada unidade, expressar a emoção daquela unidade em duas
categorias:
A. Uma lista de adjetivos para cada um dos cinco sentidos referentes
à atmosfera;
B. Uma imagem de atmosfera.
FPET 3

OBSERVAÇÕES SOBRE O ROTEIRO DE ANÁLISE DO TEXTO

CIRCUNSTÂNCIAS DADAS
 Fazer um levantamento de todo material do texto que descreve o ambiente – o
“mundo” especial da peça – dentro do qual a ação se desenrola.
 Não se prender às descrições das rubricas, muitas vezes acrescentadas após a
edição do texto. O diálogo é a única fonte confiável para se saber as
circunstâncias dadas;
 Procure os fatos, sim, mas lembre-se que as atitudes dos personagens sobre esses
fatos são extremamente importantes;
 Os fatos da peça são a visão do autor. É preciso, antes de mais nada, “ver” o que
o autor viu, independentemente de saber se ele conhecia realmente a geografia e
a historia do que descreve. Não tente reconstruir sua própria idéia sobre os fatos:
se não estão no texto, eles não existem:
1. A localização geográfica: refere-se ao local exato. Uma descrição do tempo é necessária, uma vez
que o clima pode afetar a ação dramática.
2. Data: ano, estação, hora do dia: o que seria significativo com respeito à data?
3. Ambientação econômica: classe social, estado de pobreza ou riqueza. Se dois níveis econômicos
são mostrados numa peça, esteja certo de ter registrado os fatos referentes a cada um deles.
4. Ambientação política: as relações específicas dos personagens com a forma de governo em que
vivem. Muitas peças apresentam cenários políticos bem definidos que vão afetar profundamente o
comportamento dos personagens. Outras aceitam tacitamente uma forma de governo que tenha
estabelecido restrições básicas aos personagens. Não assuma algo que considerar omissão
proposital do autor como não sendo importante. Procure cuidadosamente por pistas ao longo do
texto, pois o autor pode dar essa determinada circunstância por garantida, contando que aqueles
que lêem a peça estejam familiarizados contexto. Mas quem analisa o texto não pode contar com
isso. O autor deixa uma trilha de implicações atrás de si e elas devem ser registradas.
5. Ambientação social: os hábitos e costumes, as instituições sociais em que vivem os personagens.
Esses fatos são extremamente importantes pois eles podem se manifestar por suas restrições na
exteriorização dos padrões comportamentais dos personagens, desencadeando, assim, conflitos
básicos na ação da peça.
6. Ambientação religiosa: aspectos formais e informais que influenciam psicologicamente as
personagens. Muito do que se aplica ao item 4. aplica-se também aqui.
 Algumas peças envolvem todas as categorias acima, outras, apenas algumas.
 Não se esqueça: A análise dos fatos é objetiva. Evite incluir qualquer coisa que
não esteja no texto. Não tire conclusões subjetivas, assumindo-as como fatos.
Acima de tudo, não tente reconstruir suas próprias idéias do fato histórico
envolvendo a peça. Um autor não está escrevendo a História, mas contando uma
história. E ele pode não conhecer os fatos tão bem, ou pode, ainda, estar
deliberadamente mudando os fatos para atender seus propósitos. Não tente
corrigi-lo, mas registre-os exatamente como ele os descreve.
AÇÃO PRÉVIA

 É necessário fazer uma distinção clara entre a ação presente e a ação prévia, ou
seja, entre o que o espectador vê acontecer e o que lhe é contado sobre o que
FPET 4

aconteceu antes da ação presente começar. Um mapeamento cauteloso da ação


prévia ajuda na identificação da ação atual.
 As peças normalmente começam no meio ou mais para o final das coisas, por
isso as circunstâncias dadas incluem alguma narração do que se deu
anteriormente para que a ação presente possa ter uma base para prosseguir.
 Peças da segunda metade do século passado dependem menos da ação anterior,
ao contrário de dramas como os de Ibsen ou Chekov, que, por vezes, tomam todo
o primeiro ato para darem conta da exposição da ação anterior. Atenção: Muitas
peças revelam importantes fatos da ação prévia apenas no final.
 A ação presente e a ação prévia, juntas, formam o que normalmente chamamos
de história. Mas o diretor sempre trabalha especificamente com a ação presente,
embora um de seus maiores problemas seja valorizar as narrações sobre o
passado de modo a não se tornarem aborrecidas.
 Uma peça não se conta por ela mesma. Ela é comunicada através de diretores e
atores que sabem do que elas estão falando.
ATITUDES POLARES

 Cada personagem em uma peça, como na vida real, é condicionado por “um
mundo especial” onde habita, o mundo de seus conceitos e preconceitos,
tolerâncias e intolerâncias, de suas convicções e, a partir desse mundo, são
forçados a se relacionar com os demais e a empreender ações que afetarão tanto
aos outros como a eles próprios. Esse mundo, naturalmente, depende de
circunstâncias objetivas do ambiente exterior, mas varia muito de acordo com seu
“ambiente emocional”. O “mundo especial” de um personagem principal,
normalmente, é chamado de começo da peça, pois ele declara sua posição face
aos outros personagens. Esta seria a ambientação interior de uma peça, o
ambiente que dispara os conflitos e os problemas; o ambiente das relações
amorosas dentro e fora do casamento; o ambiente das pressões familiares que
provocam amor e ódio entre pais e filhos, mães e filhas, pais e mães; o ambiente
de pressões políticas, econômicas e religiosas que os forçam a se comportar de
uma determinada maneira e acabam por destruir suas famílias e relações. Um
personagem é aprisionado nesse “mundo especial” e toda peça gira em torno de
sua luta para dele escapar ou por ele ser destruído.
 Um personagem principal não muda de caráter, mas suas atitudes mudam sob a
pressão de forças externas ao seu controle. Os demais personagens servem como
instrumentos específicos a essas mudanças. Ao analisar o texto, concentre-se nos
personagens principais para só então determinar a força e função dos
secundários.
 O desenrolar da ação de uma peça compõe-se, portanto, das atitudes mutantes do
personagem principal que o remetem ao seu ambiente interior, ao seu “mundo
especial” tal como é declarado no início da peça. Os obstáculos servem para
aproxima-lo do seu caráter fundamental, seu verdadeiro caráter, que estava
adormecido no começo da peça.
FPET 5

 O começo da peça, seria, portanto, o momento em que se definem as posições


dos personagens principais com relação ao mundo especial onde estão
aprisionados, a partir do qual irá se desenrolar a ação presente. Se um
personagem não aceita o que lhe desagrada já no início da peça, ele
provavelmente morrerá, ou se condenará ao exílio no processo de resistência às
mudanças forçadas que os outros lhe impõem, tornando-se, assim, o que
chamamos de um herói trágico (Édipo). Se um personagem resiste bravamente a
se afastar do que ele lhe agrada intensamente desde o começo, ele se torna o que
chamamos de um herói bufo. (O Avarento)
 Diz-se que, ao longo de uma peça, um personagem caminha da ignorância para a
sabedoria: o que acontece entre esses dois pólos é a ação dramática.
 Quando aprendemos a identificar o “mundo especial” de uma peça,
compreenderemos o segredo de suas maquinações internas, pois conheceremos as
forças ambientais que mantêm os personagens principais em cheque no começo;
este conhecimento irá mostrar contra o que eles devem lutar para vencer essas forças
para assim atingirem seu pólo final.
 Em geral é mais fácil encontrar o pólo inicial verificando-se o que acontece com
o personagem no final.
 O formato de uma peça é explicitamente delineado pelas polaridades dos
personagens principais.
DIÁLOGO
 Diálogo não é apenas o que as pessoas dizem, mas, principalmente, o que elas fazem
e portanto, o veículo da ação dramática, o sangue vivo da peça; não se trata da mera
troca verbal entre personagens, mas de uma comunicação artificial 1, extremamente
econômica e simbólica de ações entre personagens, onde cada um “pressiona” seus
desejos e necessidades sobre o outro;
 O diálogo existe sempre no tempo presente, mesmo quando contém uma narração
(narrar é ação no presente);
 O diálogo busca sempre uma resposta no outro; daí sua natureza “pressionante”;
 Deve-se analisar o diálogo em detalhe, para além de suas características de condutor
da ação;
 Palavras e estruturas de frases podem transmitir intensidades de sentimentos e
elevação de ações;
 O diálogo é mais conotativo que denotativo; é a fachada que recobre o universo
interior do texto.
AÇÃO DRAMÁTICA
 Ação dramática é o embate de forças; o contínuo conflito entre personagens; o sangue e
as vísceras de onde brotam todas as outras forças da peça;

1
Entenda-se aqui artificial como artificioso, construído e não como falso ou mentiroso.
FPET 6

 Não confundir ação dramática com atividade de um ator em cena (atividade cênica);
esta é apenas a ilustração da primeira; atividade é o “como”; ação é o “quê”;
 Toda ação provoca uma reação, com adaptações entre elas;
(1) A age sobre B;
(2) B sente a força (pressão) da ação de A (adaptação) e decide o
que fazer, e assim, sucessivamente;
 Muito da atuação de um ator está na percepção das ações de outro personagem e na sua
decisão de como reagir (adaptação);
 Uma peça é feita de adapatações retardadas;
 A peça acaba quando a questão da dominância entre os personagens é resolvida,
cessando o conflito e prevalecendo a calma;
 Encenar é, antes de tudo, auxiliar os atores a descobrirem a ação e também a
encontrarem os objetivos de cada unidade ao longo da peça;
 A emoção nao pode surgir por si mesma, mas apenas pela pressão de um personagem
sobre outro;
 A ação pode ser expressa por um verbo no tempo presente, o subtexto, numa sequência
de falas que pode ser registrada assim:
A envergonha-se e B ignora
A pede e B reprova
A suplica e B esbraveja, etc…
Observe o progressivo evoluir da ação fala a fala.
PERSONAGENS
 Pode-se definir personagem como uma sumária exposição de ações específicas; o
personagem é, portanto, constituído por todas as ações realizadas por um indivíduo
durante uma peça;
 Usaremos a palavra personagem para designar o que o autor escreveu e caracterização
para definir o que o ator faz;
 O personagem existe apenas de maneira superficial naquilo que ele diz de si mesmo ou
no que os outros dizem dele; ele só existe plenamente nas suas ações, especialmente
naquelas que realiza sob circunstâncias de pressão;
 Portanto, meras impressões sobre um personagem não substituem a detalhada análise do
que ele faz;
 Atuar é agir: o ator descobre o personagem antes repetindo suas ações do que
teorizando sobre ele;
 Sabemos muito menos sobre as personagens secundárias do que sobre as principais e o
diretor deve determinar em sua análise quem é o principal (de quem é a peça),
juntamente com o principal antagonista;
 Personagens não mudam; eles se revelam;
 A revelação do personagem se dá progressivamente e a maior de todas se dá no clímax;
FPET 7

 Cuidado com as descrições que autores fazem de seus personagens. Não se esqueça:
personagem é ação!
IDÉIA
 A idéia de uma peça é o significado essencial do que ela tem a dizer; talvez o autor
nunca exponha suas idéias diretamente com palavras, mas as deixa transparecer através
da ação;
 Sartre declarou uma vez que “teatro é o mundo comprimido e com significação”.
Segundo essa visão, as peças seriam dispositivos artificiais para encorajar os homens,
dar-lhes força, percepção e mesmo, sabedoria;
 O diretor deve saber encaminhar o espetáculo de modo que o público perceba as idéias
do texto.
TEMPOS
 Tempos são as variáveis, cadências ou compassos da ação dramática numa peça; o
conjunto dessas variações determina a pulsação ou ritmo;
 O diretor deve ser um músico; se ele não percebe as marcações rítmicas de uma peça,
ele está incapacitado para encená-la;
 Cada unidade de ação tem seu tempo ou compasso;
 Uma peça evolui como os movimentos do mar; procure sentir as ondas e as marés;
 Ritmo é o efeito cumulativo das variações de tempo por unidade (compassos);
ATMOSFERAS
 Atmosferas são os sentimentos e emoções gerados pelo embate de forças na ação
dramática, o resultado da ação. São os sentimentos básicos, os distúrbios, os
excitamentos que nos movem quando assistimos a uma peça e que nos conduzem a uma
experiência imaginada;
 Cada unidade tem sua própria atmosfera;
 O tom geral da peça é alcançado quando se obtém as atmosferas apropriadas;
 Não se esqueça que, ao longo das muitas leituras do texto realizadas antes e durante os
ensaios, as primeiras impressões do diretor podem ser esquecidas - registre-as!
 Exemplos de adjetivos:
de tato - áspero, fofo, arenoso, rígido;
de paladar - ácido, borrachento, suave, picante;
de olfato - pungente, doce, malcheiroso;
de audição - alto, rouco,trovejante, perfurante;
de visão - vermelho, azul, escuro, palavras de tamanho, forma,
luminosidade;
Exemplo de metáforas:
“Essa cena é como uma mariposa esvoaçando ao redor de uma lâmpada.”

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