Sei sulla pagina 1di 8

EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO


RIO DE JANEIRO

MARLENE PESSOA MOREIRA, brasileira, casada, aposentada,


registrada no IFP sob o n.º 01615416-3, inscrita no CPF sob o
n.º 052.425.797-30, residente e domiciliada na Rua da Seresta
n.º.07, Realengo, Rio de Janeiro, RJ ,21.770-350, por seu
advogado, ora subscritor, ut procuração anexa, com endereço na
Rua N.ª Sr.ª de Lourdes n.º 54A, bloco 2, apto. 101, Grajaú
(art. 39, inciso I, do CPC), vem propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA LIMINAR

em face de TELEMAR NORTE E LESTE S/A, inscrita no CNPJ sob o


n.º 33.000.118/0001-79, com endereço na Rua Beneditinos n.º
23/11.º andar, Centro, Rio de Janeiro, RJ, 20.081-050, pelas
seguintes razões de fato e de direito:

Dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido

Inicialmente, a Autora junta cópia de sua carteira de


identidade fazendo prova de seus setenta e um anos de idade,
pelo que faz jus e REQUER o benefício da Prioridade na
Tramitação do presente feito, previsto no art. 71 da Lei n.º
10.741/2003.

1
A Autora é assinante da linha telefônica n.º (21) 3335-
0140 e, portanto, contratante do Serviço telefônico Fixo
Comutado (STFC) prestado pela Ré, conforme provam as cópias
anexas das contas de outubro do ano p.p. (2007) a setembro do
corrente (2008).

Trata-se de relação de consumo por incidência dos arts.


2.º e 3.º, §§ 1.º e 2.º da Lei n.º 8.078/90 (CDC). Outrossim,
o serviço de telefonia fixa é público na forma dos arts. 63,
parágrafo único, e 64, parágrafo único, ambos da da Lei n. º
9.472/97 e essencial na forma do inciso VII, art. 10, Lei n.º
7.783/89, pelo que subsume-se ao art. 22, do CDC. Portanto, no
caso em tela incide a Lei n.º 8.078/90, pelo que deve-se
observar com especial atenção a norma do art. 7.º, caput,
verbis:

“Art. 7.º. Os direitos previstos neste Código


não excluem outros decorrentes de tratados ou
convenções internacionais de que o Brasil seja
signatário, da legislação interna ordinária, de
regulamentos expedidos pelas autoridades
administrativas competentes, bem como dos que
derivem dos princípios gerais do direito,
analogia, costumes e eqüidade (negrito nosso).”

As prestadoras de serviço de telefonia fixa são obrigadas


a fornecer gratuitamente listas telefônicas aos assinantes. É
o que determina a norma do § 2.º do art. 213, atribuindo à
ANATEL a tarefa de regulamentar esta obrigação, verbis:

“Art. 213. Será livre a qualquer interessado a


divulgação, por qualquer meio, de listas de
assinantes do serviço telefônico fixo comutado
destinado ao uso do público em geral.
................................................

2
§ 2º É obrigatório e gratuito o fornecimento,
pela prestadora, de listas telefônicas aos
assinantes dos serviços, diretamente ou por meio
de terceiros, nos termos em que dispuser a
Agência” (negrito nosso).

A ANATEL tratou do assunto no Anexo à Resolução ANATEL n.º


66, de 9 de novembro de 1998 (cópia anexa). Na forma desse ato
normativo, as prestadoras de STFC estão obrigadas a fornecer
aos seus assinantes a Lista Telefônica Obrigatória e Gratuita
(art. 2.º, inciso XII)  doravante LTOG  por meio impresso
(art. 7.º, caput).

Note-se que o assinante tem direito a receber todos os


tomos que compõem a lista de sua área de abrangência (art.
23), entendida esta como a área geográfica de prestação do
STFC-LO (serviço telefônico fixo comutado local) em que fica
instalada a linha do assinante (art. 2.º, inciso II). E à
prestadora incumbe estar apta a comprovar a entrega da LTOG no
endereço dos assinantes (art. 24).

O período de vigência da LTOG (art. 2.º, inciso XIX) é de


12 meses obrigatoriamente (art. 9.º, caput); a data de
vigência (art. 2.º, inciso VI) é estabelecida pela prestadora
(art. 9.º, § 2.º) e o mapa da área de abrangência deve ser
incluído nas páginas introdutórias da LTOG (art. 11, inciso
III).

O período de vigência da LTOG 2008 se iniciou em outubro


de 2007 e a área de abrangência é toda a Cidade do Rio de
Janeiro. A Autora faz prova destes dois fatos juntando a
cópia da página 2 do tomo não residencial da LTOG 2008, em que
se lê “outubro de 2007 a outubro de 2008” e se vê desenhado o
mapa do Estado do Rio de Janeiro com a capital (Cidade do Rio

3
de Janeiro) discriminada em preto e sob a epígrafe “Área de
Abrangência”.

Em 24 de setembro de 2008, a Autora protocolou junto à


loja da Ré solicitação para entrega da LTOG 2008 com todos os
tomos que a compõem, residenciais e não residenciais,
correspondentes a toda a sua área de abrangência, conforme
cópia anexa. A Ré informou à Autora que faria a entrega no
prazo de 15 (quinze) dias. Porém, passado 1 (hum) mês, não
houve entrega, mesmo tendo a Autora reiterado o pedido por
telefone.

A Autora aciona o estado por meio da presente, para obter


a tutela do seu direito de receber a lista telefônica de 2008
(LTOG 2008) completa, com todos os tomos residenciais e não
residenciais, inclusive o tomo contendo a Relação de Postos de
Serviços e de Telefones de Uso Público (art. 12, caput)
referentes à sua área de abrangência, que é toda a cidade do
Rio de Janeiro, nos termos da Resolução ANATEL n.º 66/98.

Da antecipação dos efeitos da tutela

E é caso de tutela antecipada, na forma do art. 273,


inciso II e § 6.º, do CPC, porquanto não é razoável admitir-se
que venha aos autos uma contestação que tente estabelecer
controvérsia sobre se a Autora é, ou não, assinante de linha
telefônica da Ré; se tem, ou não, o direito de receber a LTOG
2008 neste momento e se já requereu, ou não, a LTOG 2008,
porque estes fatos estão provados e o direito demonstrado.

Os documentos que instruem a inicial provam de modo


inequívoco que: a Autora é assinante de linha telefônica da
Ré; a Ré é obrigada pela Lei n.º 9.472/97 e na forma da
Resolução ANATEL n.º 66/98 a entregar a LTOG aos seus
assinantes; a LTOG 2008 está em vigor desde outubro do ano

4
p.p. e, portanto, podia ser requerida ao tempo em que o fez a
Autora e, por fim, a Autora efetivamente requereu a lista há 1
(hum) mês. Quanto ao fato de a Ré não ter cumprido a entrega
até a data da propositura da presente ação, deve ser recebido
em status assertionis para efeito da cognição sumária do
pedido de tutela antecipada, até porque seria absurdo exigir
prova de um fato negativo, também chamada prova diabólica.

De todo modo, a Autora tem o direito subjetivo à inversão


do ônus da prova em juízo por tratar-se de relação de consumo
(art. 6.º, inciso VIII, do CDC), estando presentes os
requisitos da verossimilhança e da hipossuficiência
probatória, até porque é mesmo dever da Ré estar apta a fazer
prova de que já entregou a LTOG (art. 24 da Resolução n.º
66/98).

Mas é certo que não haveria sentido em a Autora propor


ação para receber o que já possui. E, se já tivesse recebido
a lista telefônica, estaria mentindo em juízo ao alegar o
contrário e, portanto, correndo o risco de ser desmentida e
sujeitando-se às cominações por litigância de má-fé, do que
está ciente. No entanto, não há por que considerar tais
possibilidades na cognição sumária de pedido de tutela
antecipada, ainda mais que a medida poderia ser revertida e
nem mesmo haveria prejuízo à atividade da Ré.

Foram apresentados e provados suficientemente os fatos


constitutivos do direito da Autora, estando presentes os dois
únicos requisitos para recebimento da LTOG: A AUTORA É
ASSINANTE DE LINHA TELEFÔNICA DA RÉ E EFETIVAMENTE REQUEREU A
LTOG. Portanto, forçoso convir que existe a máxima
probabilidade de que a resistência da Ré à pretensão autoral
seja infundada. Saliente-se que a Ré não tem obtido sucesso
algum nas teses de defesa oferecidas em demandas semelhantes à
da Autora. A questão da obrigatoriedade da entrega da LTOG

5
por meio impresso está devidamente pacificada pela
jurisprudência deste TJRJ em favor dos assinantes.

Diante destas circunstâncias, não errará o julgador da


causa em deferir a tutela antecipada liminarmente e inaudita
altera pars, mandando que a Ré entregue a LTOG 2008 impressa e
completa à Autora antes do oferecimento de resposta.

Em geral, as hipóteses de tutela antecipada fulcrados na


defesa infundada ou ausência de defesa de mérito (inciso II e
§ 6.º do art. 273 do CPC) só se configuram depois de passado o
momento oportuno para oferecimento de resposta. Ocorre que,
no caso específico destes autos, a espera de resposta da Ré é
desnecessária  em razão dos fatos e respectivas provas
trazidos aos autos  e se nos afigura até mesmo indevida em
razão da concentração dos atos processuais, que, pelo rito da
Lei n.º 9.099/95, abarca no mesmo momento processual a
oportunidade para oferecimento de defesa juntamente à
instrução e ao julgamento do feito, todos numa mesma
audiência.

Ou seja, in casu, o aguardo de resposta poderá implicar na


inutilização do pedido de antecipação dos efeitos da tutela.
Some-se a isto o fato de que, nos juizados especiais do Fórum
Central, a audiência de conciliação tem sido marcada para data
distante da propositura da ação, prejudicando logo de início a
celeridade processual.

Enfim, dos termos desta inicial e dos documentos que a


instruem depreende-se, prima facie, a impossibilidade de
controvérsia viável por parte da Ré, já se avistando ao longe
o sucesso da pretensão autoral (fumus boni iuris). E, nestas
circunstâncias, o aguardo da vinda da resposta aos autos
gastará tempo desnecessário em desfavor da parte que tem

6
razão, propiciando à Ré o abuso do direito de defesa e
ocasionando, conseqüentemente, risco de dano processual à
Autora (periculum in mora); além de vulnerar os princípios da
razoabilidade e da efetividade, comprometendo assim as
garantias constitucionais do devido processo legal e da
duração razoável do processo. Ou seja, in casu, o aguardo de
resposta da Ré se dará em detrimento dos mais caros postulados
da moderna processualística.

Há salientar que a Ré de forma alguma está sendo pega de


surpresa. A normatização pertinente à LTOG existe há dez
anos. As demandas judiciais com pedido de entrega dessas
listas se multiplicam ano após ano, porque a Ré é
recalcitrante e não se emenda nunca: prefere manter-se
refratária ao cumprimento das normas de prestabilidade de sua
atividade  que tem por objeto o fornecimento de um serviço
público e essencial.

A Ré não pode ser premiada por sua inadimplência. E o


descaso com que trata a Autora, deixando de entregar a lista
telefônica anual em vigor há 1 (hum) ano, até mesmo quando
requerida expressamente, exige tratamento pedagógico
eficiente.

Do pedido

Posto isso, REQUER:

a) o benefício da prioridade de tramitação;

b) a tutela antecipada liminarmente e inaudita altera


pars, com ordem para que a Ré entregue à Autora, em seu
endereço domiciliar, a LTOG 2008 impressa e completa, ou seja,
com todos os tomos residenciais, não residenciais e o de
postos de atendimento e terminais de uso público, de sua área

7
de abrangência, sob pena de multa diária de R$ 100,00/dia (cem
reais por dia);

c) o deferimento da inversão do ônus da prova de imediato,


por tratar-se evidentemente de relação de consumo e por ser de
curial conhecimento que tal instituto não pode ser aplicado
por ocasião da ou após a instrução do feito;

d) a citação postal da Ré;

e) a condenação da Ré ao cumprimento da obrigação de fazer


referida na letra “a” supra, pelo que há de ser convertida em
definitiva a tutela antecipada e

f) produção de provas documental suplementar, testemunhal


e depoimento pessoal da Ré.

Dá à causa o valor de R$ 16.600,00 (dezesseis mil reais e


seiscentos).

Aguarda deferimento e procedência.

Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2008.

FABIO CARDOSO GRANA


OAB-RJ n.º 97.511

Potrebbero piacerti anche