Fichamento de “Domesticacion o Anti-domesticacion em Amazonia Indígena?

”
- Agrobiodiversidade indígena como seguro in situ (portanto, sem desconsiderar o
ambiente, justamente com ele co-evoluindo) de segurança alimentar.
- Uma forma radical de conceituar domesticação enquanto sistema em que não só a planta
depende dos cuidados humanos, como sua própria reprodução (e, com isso, existência) é
prescindida pelo manejo humano. Podemos enxergar algo nesse sentido na avaliação de
estoque, afinal o cálculo do rendimento máximo visa precisamente estabelecer quanto de
peixe é preciso para haver reprodução.
- Exemplo da suposta “domesticação” pelos Sateremaué do guaraná. Eles voltam
continuamente para buscar o guaraná (uma vez por ano) diferente dos vizinhos industriais
que clonam. Buscam na selva pets (exemplo da caça aos macacos guaribas)
- Mulher estrela do mito Canela (Jê) traz aos humanos – que até então só comiam madeira
podre – o cultivo das plantas, mas também os ensina a comerem plantas silvestres. Plantas
silvestres e cultivadas tem a mesma importância.
- LÉVI-STRAUSS, Claude. 1987. “O uso das plantas silvestres da América do Sul
tropical” In: Ribeiro (org) Suma Etnlógica Brasileira, vol. 1, Etnobotânica, Vozes/Finep.
Petrópolis, pp. 29-46.
- Copresença da agricultura e do forrageio (podíamos ter pensado isso já há tempos na
pesca?)
- Arqueólogo Eduardo Neves
- Domesticação tem duas faces: por um lado ela fixa o cultivo a um certo lugar, mas ela
também fixa o agricultor, algo que restringe a mobilidade.
- Trade off entre mobilidade e “segurança” (sendo que na verdade há sim segurança no
forrageio).
- Coivara como um modo intermediário entre forrageio e agricultura. Florestas
antropogênicas. Enriquecimento da capoeira, plantas não silvestres, mas assavajadas.
Ballée – domesticação de paisagens.
- Cultivo da floresta simultâneo com as aberturas de coivaras. Árvores que atraem caça e
árvores que atraem pássaros que trazem sementes.
- Colonialsitas queriam que se proibisse o cultivo de mandioca, pois não permitia a
sedentarização.
- Coivara é geral das áreas com maior biodiversidade do mundo (zootropicais). Tira
árvores, mas não a floresta. Não é só um sistema de cultivo na floresta, mas para a
floresta.
- Tudo tem um dono ou uma mãe, o que restringe o domínio humano. A roça certamente
é humana, mas é transitória, uma vez que os espíritos também devem ter as suas vezes.
- Se as batatas-doce Krahô estão descontentes, trocam de roça
- Vemos então que toda a noção de submissão da terra
- A ocupação humana (ocidental) é de tipo colonial e que encontra outros seres se
estendendo na terra, ajeitando-se ao ambiente. O humano então ignora e elimina os outros
interesses. Os índios, porém, ocupam e organizam o território, ao fim e ao cabo, de modo
para além de si mesmos. Há sempre uma coabitação (oposto de submissão) com o outros.