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28/06/2018
RESUMO
Em nosso presente artigo iremos apresentar a resenha da obra Seguridade Social e Trabalho:
Paradoxos na Construção das Políticas de Previdência e Assistência de Ivanete Boschetti, uma
obra que aborda a construção das políticas de previdência e assistência social no Brasil a
partir da promulgação da constituição em 1988, ressaltando fatos históricos que contribuíram
para a mesma.
Palavras-chave: Previdência. Seguridade. Assistência
1 INTRODUÇÃO
1
Maria Luiza Cavalcante
2
Denise Ribeiro
3
Raquel Serpa
4
Cinthia Longui
5
Profª. Esp. Judith Ludwig
8.742/93, que se garantiu o acesso a assistência para aqueles daquela necessitam. A
autora destaca que seu trabalho não tem a pretensão de escrever a história da previdência e da
assistência social no brasil, mas sim mostrar a relação estabelecida entre essas duas políticas,
no que hoje chamamos de seguridade social (tripé da seguridade social: saúde, previdência e
assistência social.
2 DESENVOLVIMENTO
Antes de 1920 já era possível identificar medidas de “proteção social”. Em 1989 após a
abolição da escravidão e antes da promulgação da republica e existiam dois tipos de proteção
social “seguro: privadas, restritos a algumas profissões como a Sociedade Musical de
Benemerência (1834) e os estabelecimentos ou programas públicos como plano de assistência
aos órfãos e viúvas dos profissionais da marinha (1975).
Desse modo a criação do IAP’s pode ser compreendida, ao lado, da regulamentação das
profissões, da intervenção e controle sobre os sindicatos e da criação da carteira de trabalho,
como parte de uma estratégia política e econômica do Estado coorporativo e autoritário.
Entre seguro e assistência era uma questão que não se colocava evidente na criação
dos IAP’s, contanto sua existência parecia ser latente. A primeira é uma certa intenção
em limitar as ações dos IAP’s aos benefícios de aposentadoria e pensões. Essa
limitação baseou-se em uma distinção entre previdência e assistência social que visava
transformar os IAP’s em instituições de seguro social. A segunda tendência tem uma
propensão a incluir certos benefícios e serviços tidos como assistenciais (serviços
médicos, auxilio funerário, auxilio maternidade).
Para quem não contribuía esses indivíduos eram atendidos pela L.B.A (Legião
Brasileira de Assistência). Entre 1945 e 1964 a LBA, comandada pelas primeiras damas, se
consolidou como organismo público dotado de estrutura administrativa e corpo de
funcionamento próprios.
O funcionamento de suas ações que na sua origem sustentavam-se nas contribuições
previdenciárias dos empregados, foi modificado a partir de então ela passou a receber doações
particulares. A “LBA” se tornou uma instituição assistencial que atuava nas mais diversas
situações sociais, assegurando serviços nem sempre contínuos e sistemáticos, os quais não se
situavam na ordem do direito, isso quer dizer que as ações da LBA decorriam de iniciativas
tecnocráticas, não eram asseguradas em legislação, não estavam no orçamento.
Em 1966 com a união dos últimos sete IAP’s em um único instituto: o Instituto Nacional
de Previdência e Assistência Social (INSS), a partir de então este instituto passou a englobar
quase todos os trabalhadores assalariados urbanos, inseridos no setor privado, os trabalhadores
rurais, os empregados domésticos e os trabalhadores autônomos continuavam excluídos.
Mesmo tendo o INPS se tornando um instituto centralizado no âmbito governamental, seu
financiamento paradoxalmente provinha inteiramente das contribuições de empregadores e
trabalhadores.
A criação do ministério da Previdência e Assistência social (MPAS) em 1974, inseriu-
se em uma estratégia governamental, a fim de utilizar a previdência como instrumento de
legitimação do regime autoritário, mas também podem se considerar que a criação do
Ministério da Previdência começou a consolidar uma associação ainda mais estreita entre
assistência social e previdência, sendo que as ações na assistência social estavam nesse período
atrelados a contribuição previdenciária.
Previdência Social
Art. 201; A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei. [Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998]” Constituição Federal, 1988. P. 120 art. 201°
No Brasil, a expressão Seguridade Social na Nova República (1985 a 1989) foi inserida
e defendida nas discussões políticas com base na igualdade social.
A criação e implantação das novas políticas públicas no Sistema de Seguridade
composto pelas áreas da Previdência, Saúde e Assistência Social ocorreram no período de
transição do regime militar para o sistema democrático.
A fase de transição democrática teve acordos e pactos políticos para que a elite política
permanecesse no poder. Com a concentração da riqueza provocada pelo modelo econômico do
sistema capitalista, somente a elite burguesa do empresariado e a classe média foram
contempladas, deixando a margem da miséria a grande maioria da população brasileira. Nesta
fase de acirrada crise social e econômica o Governo começou a pensar nos princípios do sistema
de seguridade social, institucionalizado na Constituição de 1988 “O Plano de emergência contra
miséria e reformulação do Sistema de Proteção Social”.
A área social passou a ser o foco e o maior desafio criar ações de enfrentamento a
pobreza e injustiças sociais, assim grupos de pesquisadores, técnicos, membros do governo,
especialistas e representantes de usuários de políticas públicas se reuniram para discutir e
propor soluções nas políticas sociais com o diagnóstico foi montado um plano de reformas,
combate à pobreza e crescimento econômico, o I Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova
República, o PND em 1985, tendo como guia dos princípios políticos, a reforma da gestão
administrativa, a descentralização das ações, seletividade dos benefícios previdenciários,
universalização da saúde, descentralização da gestão das políticas públicas sociais e integração
de programas sociais. O grupo de Trabalho de reestruturação da Previdência Social (GT/MPAS)
foi importante para analisar e formular propostas, foi criado com vários especialistas em
previdência social de vários ministérios, do presidente e instituições representativas de
trabalhadores rurais e urbanos, empregadores e aposentados e pensionistas, para pesquisar
debater e deliberar propostas de reestruturação e bases de financiamento da providência social
de forma democrática e com propostas técnicas. No GT foi colada em pauta analise de que a
questão da Previdência está atrelada ligada a área da seguro social, assistência social e
assistência médica, e a preocupação sobre o financiamento e custeio dos benefícios da
previdência social. O caminho para os técnicos reformadores da proteção e da seguridade social
brasileira foi aquecido por debates para enfrentamento da pobreza, indicando a universalização
e equidade implicando reestruturação. No espaço democrático de construção do novo plano de
seguridade social, houve conflitos de propostas do GT/MPAS e outros grupos de trabalho de
variadas forças sociais que articularam-se em volta de parlamentares e partidos políticos e seus
diversos interesses tanto coletivos quanto corporativos. Clientelistas, destes debates
democráticos nasceu a seguridade social no Brasil e posteriormente aprovada na Constituição
Federal/88.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos que a previdência desde sua origem direcionou suas políticas para o
trabalhador assalariado, onde quem contribuía dela se beneficiava, por sua vez a assistência se
encaixou como caridade e uma manipulação política com suas práticas clientelistas. Com os
avanços dos direitos sociais hoje essas duas políticas que formam o tripé da seguridade social
tem seus próprios orçamentos, criando uma disparidade entre elas. O LOAS teve muita
dificuldade de ser sancionado pelo governo, pois seus interesses estavam acima das demandas
da população, deixaram claro sua resistência à extensão do Benefício de Prestação Continuada
(BPC) a um número maior de pessoas.
Vimos também sobre o preconceito que essas pessoas beneficiadas por esses programas
sociais sofrem por serem responsabilizadas por sua atual condição, sem saber da historicidade
dessa população em situação de vulnerabilidade social, dotados de senso comum e crendo na
meritocracia mesmo que o nosso país não disponibilize as mesmas condições para toda
população concorrer em igualdade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS