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Formulações Cosméticas para

Esteticistas

MÓDULO IV

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MÓDULO IV

27. ATIVOS E COSMÉTICOS PARA MAQUILAGEM

27.1 HISTÓRIA DA MAQUIAGEM

É no antigo Egito que vamos encontrar os primeiros testemunhos do uso de


cosméticos. Os faraós tinham nas perucas coloridas formas de distinção social e
consideravam a maquiagem dos olhos ponto de destaque fundamental para evitar
olhar diretamente para Rá, o deus-sol.

As misturas de metais pesados davam o tom esverdeado para impregnar e


proteger as pálpebras dos nobres. É também com a civilização egípcia que surge a
distinção: "Mulher de pele clara" e "Homem de pele escura". Cleópatra bem
representou o ideal de beleza daqueles tempos. Carismática e poderosa, Cleópatra
imortalizou seu tratamento banhando-se em leite, cobrindo as faces com argila e
maquilando seus olhos com pó de khol.

Aproximadamente em 150 a.C. o físico Galeno criou o primeiro creme facial


do mundo, adicionando água à cera de abelha e óleo de oliva. Mais tarde o óleo de
amêndoas substituiu o azeite e a incorporação de bórax contribuiu para a formação
da emulsão, minimizando o tempo de processo. Estava aí a primeira base para
sustentar os pigmentos de dióxido de titânio e facilitar a aplicação na face; nascia a
base cremosa facial.

O primeiro estilista surgiu no século XIX, quando um verdadeiro artista traz


uma nova fonte de prestígio à moda; Charles Frederick Worth abriu sua loja em
Paris em 1858, para vender modelos de casacos e sedas de primeira classe. A

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imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III, era sua mais famosa cliente. Em 1885 é
fundada a Chambre Syndicale de la Couture Parisienne, regulamentando a arte da
alta costura. Paul Poiret, Madeleine Vionnet, Coco Chanel, Christian Dior, Cristóbal
Balenciaga, Hubert Givenchy são alguns dos nomes que mudaram a história da
moda no mundo, causando a necessidade de uma mudança de patamar na indústria
de produtos para maquilagem.

Durante os cem anos seguintes Paris firmou-se como autoridade em moda,


trazendo para o mundo da maquilagem um novo alento. Podemos dizer que a
popularização da moda aconteceu em 1892, com o lançamento da revista Vogue,
tendo em seus primeiros números personalidades como Gertrude Vanderbilt
Whitney, vestindo suas próprias roupas. Quando Condé Nasta comprou a revista,
em 1909, a publicação passa a ter um enfoque mais atraente, mostrando objetos do
desejo para todas as mulheres.

É somente no século XX, com os avanços da indústria química fina, que os


cosméticos se tornam produtos de uso geral. Em 1921, Paris é palco de uma
verdadeira revolução na história do batom; é a primeira vez que um produto desta
categoria é embalado num tubo e vendido em cartucho. O sucesso é tal que em
1930 os estojos de batom dominam o mercado americano, trazendo uma nova fase
para o desenvolvimento destas formulações. Marilyn Monroe usava maquilagem
clara e pintava lábios de vermelho intenso, atraindo e intensificando sua
feminilidade.

Cada vez que um grande costureiro lançava uma nova coleção de cores e
formas para as roupas, lá vinha um tom de sombra específico para os olhos, uma
nova cor de boca. Dior, Chanel, Yves Saint Laurent e todos os grandes fabricantes
ousavam e enchiam os olhos das mulheres de todo o mundo com suas criações
cada vez mais tentadoras. E é no final da década de 80 que entram em lançamento
as fórmulas evoluídas para cosméticos pigmentados. Às margens do novo milênio,
finalmente entram em cena fórmulas baseadas em tecnologia de vanguarda, cujo
uso garante propriedades bem interessantes para a beleza feminina, como proteção
solar, umectação e controle do envelhecimento da pele.

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27.2 FORMAS COSMÉTICAS PARA MAQUIAGEM

Essas formas são escolhidas de acordo com o tipo de pele e as funções que
se apresentam:

ƒ Sólidos: pós soltos e na forma compactada;

ƒ Moldados: batons, blushes, etc. Também conhecidas como emulsões


anidras;

ƒ Emulsões: A/O ou O/A;

ƒ Géis: preparações de aparência viscosa, transparentes ou opacas;

ƒ Suspensões: dispersão de corantes e pigmentos em meio líquido


formando duas fases.

27.2.1 Termos gerais utilizados em produtos para maquiagem

• Acetinado – efeito obtido por produtos que criam na pele um acabamento


suave e liso, feito cetim;

• Cintilante – brilho suave, semelhante ao da pérola;

• Iridescente – efeito camaleão, que muda de cor conforme o ângulo de


incidência da luz, presente em sombras, batons, pós e bases;

• Iluminador – esse tipo de produto cria ponto de luz em algumas regiões do


rosto (centro da testa, nariz e queixo), deixando a maquiagem mais refinada;

• Metálico (ou metalizado) – imita o brilho do metal. Esse efeito futurista é


encontrado especialmente em esmaltes, mas pode ser visto em produtos para
o rosto, como sombras e batons. Use com cautela para não ressaltar as
linhas de expressão;

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• Nude – look bem natural, quando a maquiagem passa despercebida.
Exemplos: batons cor da pele, sombras e esmaltes clarinhos. Volta e meia
essa tendência reaparece;

• Opaca – maquiagem sem brilho, ideal para quem tem pele oleosa ou mista.
Há bases, pós, corretivos, blushes, sombras e batons opacos;

• Terracota – cosmético que dá um efeito bronzeado à pele;

• Textura – é a consistência de cada produto. Pode ser líquida, cremosa,


compacta, em pó (solto ou em esferas), em pó-base, em lápis, em bastão ou
em gloss;

• Translúcido – cobertura sutil e transparente;

• Efeito Opala – caracteriza-se pela utilização da cor natural da pele como a


cor de fundo da maquiagem, permitindo que a maquiagem possa adaptar-se
perfeitamente a cada cor natural de pele;

• Poder de cobertura – ligado ao índice de refração da luz (opacidade);

**Dióxido de titânio, óxido de zinco, silicato de alumínio, carbonato de cálcio,


estearato de magnésio;

• Poder de espalhamento – ligado a uma boa aplicação;

**talco (silicato de magnésio hidratado), estearatos de Mg,Ca e Al;

• Poder de aderência – poder de permanecer no rosto sem fazer placas;

**estearatos de Mg e Zn, caolim, amido;

• Poder de absorção – não deve ocasionar uma desidratação da pele;

**caolim, silício, carbonatos de Ca e Mg, seda em pó;

• Sensação de veludo – equilíbrio entre a aderência e o espalhamento, o


poder de cobertura e a transparência (carbonato de cálcio).

27.2.2 Produtos Usados na Preparação da Pele antes da Maquiagem

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- Higienização:

- Para pele Normal - Leite ou gel de limpeza;

- Para pele Seca - Leite de limpeza;

- Para pele Oleosa - Gel de limpeza;

- Para pele Mista - Gel de limpeza.

- Tonificação:

- Para pele Normal - Loção tônica hidratante;

- Para pele Seca - Loção tônica hidratante;

- Para pele Oleosa - Loção tônica adstringente;

- Para pele Mista - Loção tônica adstringente.

27.3 PRODUTOS DE MAQUILAGEM E CAMUFLAGEM

Fonte: Tutoria e Interação.

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Produtos de maquiagem incluem vários itens que são usados na face,
pálpebras e área dos olhos.

Na face geralmente são utilizadas as bases, pó, pó-compacto, ruge em pó


ou em creme.

Na área dos olhos usam-se produtos cremes, pós e lápis para o contorno
dos olhos, sombras coloridas, delineadores, rímel e lápis de sobrancelhas.

Nos lábios utilizam-se batons, brilhos e lápis para o contorno dos lábios.

Os produtos para a camuflagem são preparações especiais e não produtos


que variam com a moda e que estão destinados apenas ao embelezamento. São
indicados para cobrir imperfeições de pessoas de qualquer idade, sexo ou grupo
étnico.

Por exemplo, um bom corretivo cosmético deve conter algumas


características específicas:

1. Promover uma aparência natural;

2. Opacidade: a maquiagem corretiva tem de ser capaz de cobrir todos os


tipos de alteração de coloração;

3. Não ser gordurosa: não manchar as roupas;

4. Ser à prova d’água: ser resistente a água para poder ser utilizada na
chuva, piscina e outras atividades esportivas;

5. Fácil de aplicar: dificuldade na aplicação desestimula o uso;

6. Longa duração: para dar segurança pessoal em caso de uso prolongado e


fácil de ser retocada, quando necessário;

7. Poder ser usada em todos os tipos de pele;

8. Não conter perfumes, não ser irritante, não ser sensibilizante, não ser
fotossensibilizante e ser não comedogênica;

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9. A maquiagem corretiva deve também combinar com todos os tons de pele
de diferentes grupos étnicos e para isso deve estar disponível em diferentes cores e
nuances.

Os produtos de camuflagem cosmética têm melhorado muito nos últimos


anos, com novos ativos que conferem benefícios adicionais como a fotoproteção.

Existem quatro formulações básicas de corretivos: formulações em base


oleosa, em base aquosa, livre de óleo, livre de água (fórmulas anidróticas).

1. Formulações oleosas são usadas em pele seca, emulsões em água e em


óleo contêm pigmentos suspensos em óleo, como, por exemplo, óleo mineral, álcool
lanolina, óleos vegetais (coco, gergelim, cártamo) ou ésteres sintéticos (isopropil,
miristato, octil palmitato, isopropil palmitato). Após a aplicação eles se misturam no
sebo, a água evapora e o pigmento fica na fração oleosa na pele;

2. Formulações em base aquosa são usadas em pele normal a seca. Elas


contêm grande quantidade de água e pequena quantidade de óleo com pigmentos
suspensos em emulsão. Contêm emulsificantes, como a trietanolamina, ou
surfactantes não iônicos ou emulsificantes, como glicerilestearato ou propilenoglicol
estearato;

3. Preparados livres de óleo são usados na pele oleosa. Eles contêm


derivados do silicone, como dimeticone ou ciclometicone, no lugar do óleo;

4. Formulações livres de água contêm óleos misturados em cera. Formam


um creme que incorpora grandes quantidades de pigmento. Os agentes usados
mais frequentemente para colorir são dióxido de titânio, óxido de ferro e azul
ultramarinho que são opacos e à prova d’água. Preparações para camuflagem
cosmética são geralmente formuladas como creme. São mais espessas mais
oclusivas e proporcionam melhor cobertura.

5. Bases faciais estão disponíveis para diferentes finalidades, ou seja, com


efeito matte (sem brilho), semi-matte, semi-matte hidratante e brilhante. As bases,
com efeito matte são apropriadas para a maquiagem com finalidade de camuflagem.

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As bases podem ser líquidas, em forma de mousse, cremosas, em bastão,
compactas ou em loção.

Lesões da pele e maquiagem para camuflagem

A escolha de um cosmético para camuflagem depende da lesão da pele a


ser ocultada. A avaliação da lesão desfigurante deve ser analisada de acordo com a
forma, tamanho, cor e localização. A característica da pele também deve ser
determinada de acordo com a textura, hidratação, cor e oleosidade.

As lesões da pele podem ter uma alteração muito discreta na textura e


apenas se deve mudar a coloração ou podem ser mais complexas. Alterações
médias podem ser cobertas com uma simples base, com ou sem a correção da cor.
Lesões desfigurantes mais severas requerem total apagamento, com cremes mais
opacos e espessos. A cor da lesão também precisa ser neutralizada.

Infelizmente, as bases para camuflagem podem acentuar as irregularidades


da superfície da pele, como cicatrizes, e estruturas da pele normal, como poros e
rugas. Uma cicatriz deprimida geralmente parece mais escura do que a pele ao
redor, mesmo que a mesma base tenha sido aplicada, por causa da presença das
sombras. Portanto, um pó mais claro deve ser aplicado sobre a cicatriz. Caso a
cicatriz seja elevada, um pó mais escuro deve ser aplicado.

Outros cosméticos faciais como sombra para os olhos, delineador, rímel,


blush e batom são geralmente aplicados para dar melhor aparência.

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Fonte: Tutoria e Interação.

Cores corretoras

As emulsões que contêm pigmentos de origem mineral como dióxido de


titânio, óxido de ferro, azul ultramarinho etc. são utilizadas para neutralizar as
alterações de pele de cor vermelha ou roxa.

A potência da neutralização é baseada no conceito colorimétrico, ou seja, de


acordo com a cor da lesão que necessita ser neutralizada, deve-se usar a cor
localizada no lado oposto do “triângulo cromático”.

Observando o “triângulo cromático” deduz-se que para neutralizar a cor roxa


deve utilizar-se a cor amarela e para neutralizar o vermelho, deve-se aplicar o verde.

A utilização deste conceito resulta em:

- As lesões da pele de cor marrom ou roxa, como hemangiomas, equimoses,


hematomas, nevos melanocíticos e hiperpigmentação periorbitária (olheiras), são
neutralizadas com a cor amarela.

- As lesões avermelhadas, como acne, angiomas, púrpuras, rosácea,


eritema pós-laser ou pós-peeling, são neutralizadas com cor verde.

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Técnicas de camuflagem cosmética

O processo de executar uma maquiagem para camuflagem inclui os


seguintes passos:

1. Limpeza: antes de aplicar a camuflagem, a pele deve ser bem


higienizada, não podendo restar nenhum resíduo na pele para não afetar a
neutralização;

2. Hidratação: aplicar um hidratante em creme, emulsão ou loção de acordo


com o tipo de pele;

3. Neutralizante: a lesão será neutralizada, utilizando a cor correta - para


descoloração avermelhada aplicar um corretor de cor verde, para sombras
amareladas aplicar um corretor roxo e para alterações cinza um corretor dourado é
preferível;

4. Escolher o tom: determinar o melhor tom da base que iguale ao tom da


pele do paciente. Caso seja necessário misturar dois ou três tons de cores para
determinar o tom correto. A base deverá ser aplicada suavemente, com leves
toques, com o terceiro dedo ou com uma esponja em vez de ser friccionada. Esta
técnica é necessária para melhor aderência;

5. Pó: esperar secar a base por cinco minutos e aplicar um pó sem cor -
silicato de magnésio ou kaolin (silicato de alumínio), que configura a resistência à
água. O excesso de pó é removido com um pincel ou bola de algodão. Pacientes
com pele extremamente seca não necessitam a aplicação do pó;

6. Remoção da camuflagem: aplicar primeiro uma solução limpadora à base


de água e após água com sabonete de limpeza é recomendado.

Corretivo

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Suaviza as imperfeições da pele (manchas, olheiras, cicatrizes, espinhas e
marcas de expressão). Também ajuda a fixar a maquiagem na área dos olhos.
Pessoas com olheiras muito marcadas devem aplicar um corretivo mais claro e
complementar com pó facial adequado ao tom de pele.

Entre as matérias-primas utilizadas em sua formulação destacam-se os


pigmentos (opacificantes).

Nosso grande aliado da camuflagem de defeitos. Junto com a base faz papel
fundamental na pele. Serve para camuflar olheiras, espinhas, manchas e
dependendo do tom pode usá-lo também na correção de nariz (passando um tom
mais escuro nas laterais).

- Cremoso:

O produto é o ideal para a área em torno dos olhos, para atenuar os


microvazinhos nas laterais do nariz, linhas de expressão, regiões despigmentadas e
sardas. Eles deslizam facilmente pela pele e evitam que se formem rachaduras na
maquiagem.

- Líquido:

Para atenuar sardas, cicatrizes e áreas do corpo sem pigmento (pessoas


que sofrem com vitiligo e lupus, por exemplo), pingue gotas do cosmético em uma
esponja macia e depois aplique no rosto ou corpo com suaves batidinhas.

As versões mais densas são recomendadas para manchas brancas (tom


mais escuro) e marcas extensas (tom de pele), pois têm uma fixação maior. Em
cicatrizes mais fundas, usa-se uma camada mais generosa e um tom mais claro que
a pele.

Os produtos mais diluídos são ideais para sardas (tom mais claro). Nesses
dois casos é importante ampliar a área de cobertura do corretivo até dois

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centímetros. Feito isso, deverá esfumar as bordas com a ponta dos dedos. Isso
evitará que a região fique demarcada e mais evidente.

- Mais secos:

Geralmente em forma de bastão ou de lápis, são recomendados para peles


acneicas. Nesse caso, corretivos oleosos podem reforçar o problema, pois obstruem
os poros e favorecem o aparecimento de novas espinhas. Prefira aqueles que são
oil-free (cuidados diários controlam a oleosidade e acabam com a acne).

- Coloridos:

Seguem o princípio de mistura de cores para obter uma outra. Dessa forma,
conseguem neutralizar a pigmentação da pele. Marcas avermelhadas, como acne,
vasinhos e manchas (dermatologistas surpreendem com novo tratamento contra
rugas e manchas) podem ser amenizadas, pedem a cor verde. Para disfarçar sinais
arroxeados, como olheiras, cicatrizes e hematomas, use o tom amarelo. Para
neutralizar manchas amareladas aplique o lilás. Em todos os casos o resultado
obtido é um tom de pele. Mas se a cor do corretivo ficar levemente evidente, finalize
com uma camada de corretivo bege.

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Base

Disfarça imperfeições e deixa a pele uniforme, facilitando a fixação dos


demais produtos. Deve ser aplicada em todo o rosto, estendendo para a região do
pescoço e colo (quando usando roupa decotada).

Pele oleosa e jovem deve usar produtos mais secos, como pós. Eles contêm
mais pigmentos, maior poder de cobertura e camuflam bem as imperfeições.

Peles mais secas, ou mais maduras, necessitam de maquiagens cremosas e


líquidas, de preferência oil free, pois tais produtos contêm menos pigmentos e
permanecem na face sem ressecar a pele, o que evita que o produto evidencie
rugas e linhas de expressão, dando um efeito mais natural.

O mercado de cosméticos oferece hoje uma enorme quantidade de bases


com fórmulas especiais, que congregam, num só produto, várias funções.
Antioxidantes, por exemplo, neutralizam os radicais livres, e potencializam o efeito
das bases. Os maiores destaques são a vitamina E e C, a glutationa, o ácido lipídico
e a coenzima Q10. A proteção solar também está presente na formulação de vários
produtos. Mas é preciso atenção, pois dificilmente os fabricantes conseguem
agregar um alto fator de proteção com as características de uma boa base.

Cake

Trata-se de uma maquiagem moderna, graças à estabilidade e à facilidade


de aplicação e retoque. Matérias-primas utilizadas:

ƒ Talco, caulim, carbonato de cálcio - constituem o veículo (ou


carga), participando com 35% a 80% na formulação;

ƒ Pigmentos inorgânicos (óxidos de ferro, dióxido de titânio e óxido


de zinco) – constituem de 10% a 50% da formulação;

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ƒ Materiais oleosos e graxos (lanolina, óleo mineral, etc.) –
constituem de 1% a 20% da formulação;

ƒ Umectantes que servem também para dispersar pigmentos –


constituem de 1% a 10% da formulação.

Pó facial

Produtos que conferem maciez à pele, mascaram imperfeições e brilho


proveniente das secreções cutâneas. Deve ser aplicado por todo o rosto, colo e
pescoço, para dar uniformidade à pele, com um acabamento aveludado. Atenção: o
excesso de pó nos vincos (olhos e nariz) acentua ainda mais estas áreas. Da
mesma forma, o pó não deve ser utilizado nos lábios.

Podem variar de opacos (maior teor de pigmentos de cobertura) e


translúcidos (baixo teor de opacificante), conforme as tendências da moda ou o tipo
de pele. Apresentam algumas propriedades específicas:

ƒ Adesão à pele: dada pelos estearatos de zinco e de magnésio, óleo


mineral, sílica em pó, silicatos e sericita;

ƒ Deslizamento: facilita o espalhamento do pó, não permitindo o


aparecimento de manchas. O talco e a sericita são os mais utilizados para essa
finalidade;

ƒ Absorção das secreções: caulim, talco, carbonato de cálcio ou de


magnésio, amido e celulose microcristalina (a vicel) ajudam a eliminar o brilho em
certas áreas, pela absorção parcial das secreções cutâneas;

ƒ Poder de cobertura (pós opacos): dióxido de titâneo, óxido de zinco;

ƒ Poder aglutinante (pós compactos) : estearatos de zinco e de magnésio;

ƒ Viço: às vezes se utiliza seda em pó.

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Delineador labial

Corrige imperfeições e evita que o batom escorra pelas linhas dos lábios.
Desenha com precisão o contorno dos lábios.

Batom

Dispersões de material corante em uma mistura adequada de óleos,


gorduras e ceras. Realça os lábios, colorindo-os e protegendo-os contra
ressecamento e alguns também da ação dos raios solares. A tonalidade deverá
estar em harmonia com as demais cores da maquiagem.

Suas propriedades são:

ƒ Aparência atraente: superfície macia e cor uniforme. Os umectantes, que


vão dispersar os pigmentos e corantes, não devem alterar sua forma física (bastão)
nas mudanças normais de temperatura. Neste caso as ceras de carnaúba, candelila,
ozoquerita são responsáveis pela estabilidade nas variações de temperatura;

ƒ Inocuidade / mesmo os ingeridos: os corantes devem ser aqueles


permitidos pela legislação Brasileira nas quantidades estabelecidas;

ƒ Fácil aplicação: cobrindo os lábios com uma película, sem serem


excessivamente gordurosos ou secos. Matérias primas como óleo de rícino, álcoois
graxos, ésteres, manteiga de cacau, cera de abelha, ceras de silicone dão essas
características quando em mistura adequada;

ƒ Boa durabilidade e facilidade de remoção: a lanolina e seus derivados,


com os corantes adequados, são responsáveis por essas características;

ƒ Proteção aos agentes externos: são utilizados filtros solares, alantoína,


vitamina A e D, principalmente.

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Blushes

Fonte: Tutoria e Interação.

Realça as maçãs do rosto e atua também como corretivo. Dá o acabamento


à maquiagem. Apresenta-se em várias formas cosméticas, inclusive géis. As
matérias-primas são escolhidas em função de sua forma física, estando, por sua
vez, condicionadas ao tipo de pele. Por exemplo, pós e géis para peles lipídicas ou
endérmicas e cremes (emulsionados ou anidros) para peles alipídicas.

Sombra

Fonte: Tutoria e Interação;

Produtos para aplicação nas pálpebras. Servem para conferir profundidade


aos olhos, intensificar e realçar sua cor.

A área dos olhos é a parte mais sensível da face, portanto os corantes a


serem utilizados na composição incluem os insolúveis em água e lacas de alta
pureza. As demais matérias-primas também requerem a mesma pureza.

Apresentam-se nas seguintes formas:

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ƒ Creme anidro: indicado para as peles alipídicas. Suas matérias-primas
são graxos (óleo de rícino hidrogenado, lanolina, cera de abelha, parafina, etc.);

ƒ Moldadas (bastão): seguem a mesma direção de fórmula dos cremes


anidros, utilizando ceras de ponto de fusão mais elevado (ceresina);

ƒ Pó cremoso: as mais utilizadas, por servirem a qualquer tipo de pele. As


matérias-primas empregadas são praticamente as mesmas dos pós, apresentando,
no entanto, características mais sedosas, que lhes são conferidas por talco (cerca de
50%), seda em pó, miristato de isopropila, sericita.

**As cores claras/peroladas devem ser aplicadas abaixo das sobrancelhas,


para proporcionar um efeito "luminoso" e aumentar os olhos. As cores escuras /
opacas devem ser aplicadas nas pálpebras, proporcionando um efeito de
"profundidade" e diminuindo os olhos. Se a sombra é muito cintilante para usar de
dia, aplique pó sobre ela para retirar um pouco do brilho. Mulheres de pele negra
devem usar cores intensas, que destaquem a maquiagem.

Delineador para Olhos

Fonte: Tutoria e Interação.

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A mistura de óleos e ceras deve ser bem equilibrada para dar firmeza ao
produto, sem, contudo, afetar o risco. Devem ser macios ao aplicar e resistentes à
quebra e ao apontamento. Tem por função "destacar" os olhos. Os delineadores
líquidos devem ser aplicados somente nas pálpebras superiores. Os delineadores de
ponta seca (lápis) podem ser aplicados também nas pálpebras inferiores. Se a
aplicação for feita apenas na pálpebra inferior e seus olhos ficarem "caídos", aplique
também na pálpebra superior. Se houver erros corrija com hastes flexíveis.

Máscara

Grande parte desses produtos são coloridos e as matérias-primas


dependem da forma de apresentação. Realça e alonga os cílios, deixando-os mais
espessos. A cor deve combinar com os cabelos, sobrancelhas e cílios.

ƒ Tipo cake: atualmente pouco utilizada por conter veículo hidrossolúvel,


facilmente removido por lágrimas ou chuva. Sua formulação é baseada em sabões
(estearatos de trietanolamina) com óleos e ceras, corantes e pigmentos;

ƒ Creme: utiliza-se emulsão O/A com adição de ceras de abelha e carnaúba


(dão volume aos cílios) e agentes hidrófobos, como silicone volátil e polibuteno.
Empregam-se também resinas (acrílicas), que dão volume aos cílios.

Fonte: Tutoria e Interação.

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Lápis ou sombra (acabamento para sobrancelhas)

Corrige imperfeições ou falhas nas sobrancelhas. A correção pode ser feita


com o lápis preto, marrom ou com uma sombra marrom. Cuidado para que a cor da
sobrancelha não fique mais forte que a do cabelo. A máscara incolor pode ser
utilizada também para "pentear" as sobrancelhas.

28. MAQUIAGEM INTELIGENTE

A beleza sempre foi um bem indissociável da saúde. No entanto, só mais


recentemente, o setor de maquiagem no Brasil e no mundo interpreta ao pé da letra
esse conceito e apresenta inovações decorrentes de pesquisas mais avançadas. Em
consequência disso, várias fórmulas de bases e batons estão sendo enriquecidas
com ativos funcionais para tratamento e proteção da pele como hidratantes,
nutrientes, antioxidantes e protetores solares. São as chamadas “maquiagens
inteligentes”, que não se limitam a maquiar, mas também cuidam da pele. No início,
eram apenas bases e batons com adição de filtro solar.

A nova tendência é agregar vários tratamentos à maquiagem, pois a mulher


moderna não tem tempo para passar sobre a pele um hidratante, um creme
antienvelhecimento, uma base e um protetor solar, mas quer contar com todos esses
benefícios de uma forma prática e eficaz.

Além das fórmulas nutritivas e rejuvenescedoras, a maquiagem mineral se


apresenta como outra forte tendência mundial para o segmento. Controle da
oleosidade, ação calmante, redução de vermelhidão, ação antisséptica, auxílio na
cicatrização, proteção solar, entre outros, são apenas alguns dos grandes benefícios
oferecidos pelos minerais à pele. Outras das muitas vantagens da maquiagem
mineral consistem em não obstruir os poros, possuir textura leve, apresentar boa
duração na pele, podendo embelezar inclusive pessoas com pele sensível, acne, ou

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aquelas que já passaram por tratamentos estéticos mais agressivos como peelings,
laser e mesmo limpeza de pele.

A maquiagem moderna, além de oferecer coberturas que tornam


homogênea a pele e colorir lábios e pálpebras com cores e tonalidades
surpreendentes, também está incorporando ativos para diminuir rugas e outros
sinais do envelhecimento. Um dos ativos é o Collaxyl que oferece um peptídeo de
colágeno sintético com amplas propriedades: antirrugas, firmadora e regeneradora
da pele, alta estabilidade, e capaz de promover a síntese da matriz extracelular, a
ancoragem da derme-epiderme e a regeneração epidermal.

Maiores exigências quanto à qualidade também constituem forte tendência


em maquiagem. Quanto aos batons, devem proporcionar melhor fixação e mínima
transferência. As máscaras devem evitar ingredientes que possam irritar os olhos.
As sombras devem propiciar melhor fixação e fácil aplicação; enquanto os principais
atributos para as bases são: mais resistência à água e ao suor.

A última tendência em maquiagem é ser muito mais leve e apresentar boa


cobertura. Isso decorre da exigência das imagens de alta definição, da necessidade
de se mostrar uma pele muito natural e cada vez mais perfeita. Para isso, é
necessário que os pigmentos sejam cada vez mais micronizados para serem
incorporados a uma base muito suave como a que usa silicone.

A grande diferença da maquiagem de alta definição é entender a tecnologia


das máquinas fotográficas e das câmeras de televisão que fazem a leitura em
pontos, “pixels”. Então, transpondo isso para a maquiagem, a tecnologia também
deve ser em pontos e, a partir disso, muda-se também a técnica de aplicação da
maquiagem, não sendo indicado passá-la esfregando, e sim depositando-a na pele.

Assim, a maquiagem não produzirá “marcas” na pele, e será ainda mais


perfeita se for usado um aparelho chamado aerógrafo (airbrush), com o qual se
realiza a maquiagem em pontos. A maquiagem terá suavidade e não irá se
concentrar, nem se sobrepor em camadas. Essa tecnologia começou com as
produções, mas está sendo levada às mulheres que vão a festas, casamentos,
batizados, reuniões com amigos e que querem estar sempre prontas e lindas.

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29. MICROPIGMENTAÇÃO

É uma técnica de criação e arte que possibilita corrigir e acentuar traços


naturais, não vindo para substituir a prática da maquiagem tradicional. Técnica que
abrange uma ampla aplicabilidade, como a construção de sobrancelhas e olhos, as
mais comumente aplicadas, e também destacando-se a reconstrução labial,
camuflagem de vitiligo e algumas cicatrizes e reconstrução do complexo
aureolomamilar pós-mastectomia e mastoplastia. Para a realização da técnica é
necessário profundo conhecimento teórico sobre a anatomia e fisiologia da pele,
colorimetria, aplicação de técnicas de higiene e segurança, além de intenso
treinamento prático.

29.1 A PELE

A pele representa o mais extenso e pesado órgão do corpo, capaz de


exercer inúmeras funções. Está estruturada em três níveis:

• Epiderme: camada mais superficial, subdividida em quatro camadas


superpostas, distinguindo-se da mais profunda à superficial, compostas por
queratinócitos que se diferenciam a cada camada, isto é, as células da camada
basal (mais profunda) sofrem perturbações morfológicas e bioquímicas que
transformam progressivamente a célula basal em célula córnea, até sofrer
desprendimento e assim “provocar” a regeneração celular;

• Derme: camada intermediária, tecido de sustentação atravessado por


inúmeros vasos e nervos, onde estão implantados os anexos cutâneos: glândulas
sudoríparas, pelos, glândulas sebáceas e unhas;

• Hipoderme: camada profunda, constituída de célula gordurosa, que se


acomoda aos músculos adjacentes. A partir do conhecimento de estruturação das

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camadas da pele, podemos definir e entender a permanência da pigmentação na
pele.

Micropigmentação é o depósito de pigmentos (corantes) na camada


subepidérmica da pele com o auxílio de um dermógrafo e agulhas apropriadas,
sendo que o pigmento é depositado em camada superficial, o mesmo sofre desgaste
juntamente com a camada córnea. Assim sua permanência é temporária, tendo uma
duração média de 12 a 18 meses, sendo que após este período sofrerá um
clareamento necessitando de reavaliação e necessário retoque para que seu traço e
cor sejam acentuados.

Fonte: Tutoria e Interação.

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Para fazer uma tatuagem, as
agulhas da máquina de tattoo
arranham a epiderme, a camada
superficial da pele (canto
esquerdo do desenho) e lá
injetam os grânulos de tinta. Com
a cicratização, os grânulos ficam
presos e formam o desenho
desejado.

29.2 Mecanismo de permanência das pigmentações

Conhecendo os mecanismos de defesa do organismo, podíamos pensar que


o tecido cutâneo rejeitaria qualquer inclusão de matéria estranha levando a
eliminação da micropigmentação, porém com técnica adequada isto não ocorre. A
agulha tem dois papéis: primeiro separando as capas pelas quais penetra e
simultaneamente depositando mais ou menos quantidade de corante, em função da
solubilidade dos componentes que, em seguida, voltam a unir-se, capturando-se o
pigmento depositado que forma uma coluna.

Posteriormente inicia-se um confronto com os anticorpos, no qual estes


fagocitam o maior número de células pigmentadas possível, para que seja
observada pouca ou nenhuma irritação, os componentes do pigmento devem ser o
menos tóxico possível, o que nos chama atenção para a idoniedade do pigmento. O
pigmento fagocitado ficará depositado nas camadas mais profundas da epiderme,
sofrendo com a pele o processo de regeneração natural como explicado
anteriormente.

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Naturalmente nos sete primeiros dias, todo pigmento em excesso, aquele
que não foi fagocitado, se desprenderá em forma de crosta levando a um
clareamento de 50% da pigmentação, muitas vezes ocorre falhas levando a
necessidade de um retoque após 20 dias da primeira aplicação.

Fonte: Tutoria e Interação.

29.3 Micropigmentação Estética

ORIGEM

Começou também a ser usada como marcas de presença em batalhas e


distinção de grupos. Múmias do sexo feminino foram encontradas com desenhos
tatuados, supostamente para realçar seus encantos.

A aplicação no rosto da “Maquiagem Definitiva” começou a ser praticada nos


Estados Unidos por profissionais que trabalhavam na área Paramédica e tinham
também envolvimento com área de estética. A partir daí popularizou-se e devido a
falta de regulamentação passou a ser praticada de forma indiscriminada em todo o
mundo, o que certamente trouxe grande prejuízo aos usuários que não foram
rigorosos na escolha do profissional.

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No Brasil, os profissionais mais conscientes seguem, a priori, o que
recomenda a legislação Norte Americana, principalmente em função da competência
de seus Órgãos de Vigilância, como o Food and Drug Administration-FDA.

A expectativa de uma micropigmentação menos comprometedora surgiu em


1992, quando a empresa Americana Mei-cha International lançou pigmentos
específicos para a pele mais fina do rosto.

Esse fato, aliado a técnicas mais estudadas fez surgir a “Maquiagem


Permanente”, ou “Semi Permanente”, como é conhecida em alguns países.

Hoje podemos fazer com segurança uma micropigmentação que poderá ser
refeita ou alterada de acordo com a necessidade de quem vai usá-la. A importância
de optar por um procedimento que não seja definitivo está relacionada às alterações
que ocorrem no rosto com o passar dos anos ou por procedimentos cirúrgicos.

OBJETIVOS

- Realçar Traços;

- Suavizar expressão;

- Sofisticar a Aparência

- Praticidade;

- Rejuvenescimento.

INDICAÇÕES

- Definição e alinhamento de sobrancelhas;

- Coloração e correção de assimetrias dos lábios;

- Delineado de pálpebras.

29.4 Micropigmentação Paramédica

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ORIGEM

O primeiro médico a lançar mão das técnicas de tatuagem foi o Dr. Pauly,
nos Estados Unidos, em 1853, que o fez como tratamento de nevo congênito de cor
púrpura. A ideia expandiu-se e em 1858 o Dr Schuh usou do recurso para camuflar
enxertos em pacientes vítimas de queimaduras. Em 1879, 21 anos depois, o ousado
Dr. DeWicker usou pigmento preto (originado da Índia, à base carbono) para
camuflar lesões e cicatrizes de glaucomas na córnea.

A partir daí, o uso médico da tatuagem evoluiu para a correção de lábios que
apresentavam cicatrizes ou deformidades, reconstrução da córnea e da íris, até
chegar, em 1940, ao uso na cirurgia plástica para camuflagens em geral.

É somente a partir de 1987 que essa prática foi autorizada a sair do âmbito
médico devido à grande demanda, nos Estados Unidos, passando a ser praticada
por técnicos da área da estética.

OBJETIVO

- Criar uma cor na pele;

- Restaurar uma cor da pele;

- Camuflar uma coloração indesejada da pele.

INDICAÇÕES

Aréola Mamária

- reconstrução da aréola (mastectomia);

- cicatrizes periareolares;

- pós cirúrgico – necroses e cicatrizes hipertróficas;

- estabelecimento de simetria;

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- alteração de cor.

Camuflagem

- cicatriz (considerar, além da cor, a diferença da textura da pele);

- hipercromias;

- acromias (inclusive vitiligo estável) ;

- queimaduras;

- falhas ou cicatrizes em regiões pilosas.

A área Paramédica está diretamente ligada à recuperação da autoestima da


pessoa que se submete ao procedimento, pois geralmente não a está procurando
somente por motivos estéticos. Por vezes nos deparamos com pessoas que
carregam desde o nascimento o desgosto de uma hipercromia muito aparente em
seu corpo, outras com cicatrizes no rosto em função de acidentes, ou ainda os
constantes casos de problemas nas aréolas mamárias, em que ainda a busca é por
um resgate de feminilidade. Seja qual for o caso, a pessoa vem de uma situação de
estresse e felizmente está cada vez mais difundida no Brasil a solução ideal para
esses casos: a micropigmentação.

Cada caso deverá ser examinado cautelosamente para avaliar o


procedimento a adotar. As cicatrizes ao longo do corpo, por exemplo, devem ter
atingido total definição de cor (em torno de 2 anos) para um trabalho de melhor
efeito. Nos casos de aréola, em função do uso de cores diferentes ao tom da pele, a
micropigmentação pode ser realizada assim que a paciente for liberada por seu
médico.

Nada se iguala à satisfação de perceber o olhar da pessoa no final do


procedimento de aréola. É como se tivesse recuperado sua identidade.

262
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29.5 Dermodespigmentação

Como em todas as áreas de atuação, há os bons profissionais – talentosos,


capacitados e atualizados e outros, nem tanto. Há os produtos apropriados e de
qualidade (às vezes mal aplicados), mas há também os inadequados e de baixa
qualidade. Isso ocorre muito na área da micropigmentação.

Por conta disso e de mais uma série de fatores, podemos observar no dia-a-
dia mulheres com maquiagem permanente em seus rostos com problemas sérios de
cor, de desenho, de simetria – sobrancelhas carregadas (muitas vezes azuladas),
lábios aumentados exageradamente, olhos borrados e outros problemas até mais
graves, prejudicando a aparência.

Geralmente, essas mulheres não estão satisfeitas, o que faz com que outras
sintam medo de fazer a maquiagem em seu rosto.

O que a maioria não sabe é que quase 100% desses problemas têm solução
e que, hoje em dia, os procedimentos de correção são mais simples, mais acessíveis
ao bolso e sem prejuízos para a pele.

É claro que o ideal é sempre procurar saber como trabalha o profissional,


antes de entregar a ele seu rosto. Erra quem pensa em fazer uma pesquisa de preço
quando o assunto é este. O que deve ser pesquisado é o estilo – se mais natural, e
também o resultado que determinado profissional obtém. Se você fizer isso,
certamente terá uma maquiagem como sempre imaginou, ou melhor, que talvez
supere sua expectativa.

30. ESTÉTICA NA GRAVIDEZ

30. 1 PELE E GRAVIDEZ

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Fonte: Tutoria e Interação.

A mulher grávida apresenta alterações fisiológicas comprometendo vários


órgãos durante o período gestacional. As modificações que ocorrem na pele e seus
anexos são modulados por fatores hormonais, metabólicos e imunológicos.

Os cuidados com a pele são importantes neste período. O médico assistente


deve diferenciar as alterações fisiológicas com as dermatoses específicas que
podem ocorrer no período gestacional.

Cosméticos e cosmecêuticos são utilizados no período gestacional para


manter a integridade de pele e anexos e, também, para prevenir algumas
dermatoses. Exemplifica-se com os hidratantes que mantém a integridade da
barreira de proteção da pele e podem ajudar na prevenção de víbices
(estrias).Também os fotoprotetores, indicados para evitar o fotodano da pele além de
prevenir e tratar o melasma.

Alguns princípios ativos e procedimentos podem ser utilizados na gravidez e,


outros, devem ser evitados, por apresentarem indícios de risco ao feto ou, por não
existirem trabalhos que comprovem sua segurança de uso no período gestacional.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Na tabela abaixo estão relacionados os principais produtos, princípios ativos
e procedimentos e sua relação de uso na gravidez.

Produtos e procedimentos na gravidez.

Produtos/ Sem Indicados a Contraindicados na


Princípios ativos/ contraindicação partir do gravidez
Procedimentos segundo
trimestre

Maquiagem +

Hidratantes +

Fotoprotetores +

Autobronzeadores +

Hidroxi-ácidos +

Vitamina C / E +

Hidroquinona +

Acido kójico +

Ácido azeláico +

Retinoides +

DMAE +

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Botox +

Peeling +

Preenchimento +

Epilação química +

Epilação a laser +

Laser +

Unhas

Esmaltes +

Removedores de +
esmaltes

Cabelos

Xampu +

Condicionador +

Tintura de cabelos +

Alisamento/ +
permanente

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Clareamento +

30.1.1 Modificações cutâneas na gravidez

• Modificações na textura cutânea

As mudanças se devem principalmente ao aumento dos níveis de


estrógenos. A pele se torna tensa, frágil, com aumento da vascularização. Existe
maior conteúdo hídrico na derme e hipoderme (pele mais hidratada).

• Aumento da pigmentação

É mais frequente e acentuada em mulheres morenas. Alguns tipos de


manchas como as efélides e os nervos pigmentários. Na face, pode surgir o
melasma que acentua com a radiação solar. Clinicamente adota a forma de
manchas simétricas nas bochechas e nariz, ou de uma máscara que ocupa toda a
face, respeitando a zona ao redor dos olhos, boca e a região próxima ao couro
cabeludo. O pigmento é a melanina de tonalidade variável. Se deve ao aumento de
estrógenos ou de hormônio melanócito estimulante. Pode regredir logo após o parto.

• Hirsutismo

É de aparição ocasional. É importante quando aparece pela primeira vez e


aumenta durante a gravidez. Deve-se submeter a um exame ginecológico e
endocrinológico completo. Quando é grave geralmente se encontra associado a
patologia ovariana.

• O ciclo piloso durante a gravidez

267
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
A gravidez tem relativamente poucos efeitos sobre o crescimento dos
cabelos, apesar da complexidade das modificações endócrinas. Os estrógenos
podem escurecer os cabelos durante a gravidez, da mesma forma que ocorre com a
a pigmentação da pele. A alopecia pós-parto pode ser maior com o stress do parto
ou com a perda de sangue. A perda de cabelo aumenta até o primeiro mês logo
após o parto e, na maioria dos casos, até o quarto mês. Os cabelos começam a
crescer espontaneamente entre 3 a 12 meses após o parto.

• Secreções glandulares

Pode haver aumento da secreção sebácea, ou seja, aumento da oleosidade


da pele e suor.

• Estrias

As estrias são caracterizadas pelo afinamento do tecido conectivo e


visualizadas na superfície da pele na forma de suaves linhas lineares de aparência
atrófica, inicialmente avermelhada, passando a púrpura, até chegar a ficar
totalmente branca, tornando a região sem vascularização.

As estrias surgem quando a pele é submetida a uma distensão excessiva,


como ocorre durante a gravidez ou quando se engorda e emagrece rapidamente,
onde as fibras elásticas e colagênicas do tecido conjuntivo da derme se rompem ou
se distendem. O resultado é o aparecimento de linhas lineares dispostas de forma
paralela entre si e perpendiculares às linhas de tração da pele. Geralmente, se
localizam nos seios, nádegas, pernas e quadris, abdome e membros superiores.

• Celulite

As modificações da estrutura e funcionamento da pele que ocorrem na


celulite são desencadeadas por hormônio feminino, o estrógeno. Ele liga-se às
células por meio de receptores, provocando as alterações.

268
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Nos vasos sanguíneos, ocorre uma diminuição da passagem do sangue, que
aumenta a facilidade de saída do líquido (aumento da permeabilidade). As células
de gordura aumentam de volume, dificultando também a circulação na região. Na
derme, o colágeno e a substância fundamental (um tipo de gel viscoso, onde ficam
imersas as fibras de colágeno e elásticas) são alterados pela ação do estrógeno, e
passam a reter mais líquido, provocando um inchaço da derme. Isso dá origem ao
aspecto de “casca de laranja”.

Temos então, um círculo vicioso, que evolui para fibrose e esclerose (como
uma cicatriz) em torno das células de gordura, formando lóbulos, que refletem na
pele um aspecto “acolchoado”.

30.2 Cuidados cosméticos durante a gravidez

Antes de adquirir qualquer produto cosmético para utilização na gravidez,


deve-se consultar um dermatologista ou especialista da área cosmética, pois
existem algumas restrições, como a utilização de ácidos (glicólico, lático, etc.), retinol
e outros.

Deve-se usar diariamente filtros solares e produtos que mantenham a pele


hidratada e regulem, ao mesmo tempo, a oleosidade do rosto.

No corpo, usar diariamente produtos que aumentam o grau de flexibilidade,


permitindo uma melhor adaptação da pele às mudanças fisiológicas que ocorrem na
mulher grávida.

30.3 O que fica liberado na gravidez

- Microdermoabrasão

Pode ser feita com jatos de cristais, mas sem o uso de analgésicos.

269
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
- Drenagem linfática

Essa massagem que ajuda o corpo a eliminar o excesso de líquidos e


toxinas, deve ser feita de maneira mais suave.

- Filtro solar

Deve ser usado diariamente.

- Exercícios

Se a gestação não apresentar riscos e o médico liberar, não há porque ficar


parada. Procure um profissional da área de esportes, para indicar os melhores
exercícios e o modo correto de fazê-los. A respiração é muito importante para a
oxigenação do bebê.

Caminhadas, Hidroginástica, podem amenizar o desconforto causado pelo


peso da barriga. Eles também fazem os músculos voltar à forma mais rápido depois
do parto. Fique atenta aos seguintes sinais: sangramento, contrações, inchaços
exagerados, dores persistentes, parada dos movimentos fetais, distúrbios visuais.
Caso sinta algum deles, procure o seu médico.

30.4 O que fica proibido na gravidez

- Ácido retinóico

Durante o período de gestação e também de amamentação, o ácido


aumenta o risco de uma hiperpigmentação, provocando manchas. E também, é uma
substância teratogênica, que pode provocar mal-formação no bebê.

- Ácido glicólico

Não existe nada provado que essa substância não seja inofensiva durante a
gravidez; mas é melhor evitá-la.

270
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
- Mesoterapia

As substâncias injetadas por meio de agulhas podem ser absorvidas pelo


corpo e prejudicar o bebê. É também contraindicada durante a amamentação.

- Eletrolipoforese

As correntes elétricas, podem afetar o bebê.

- Peelings

São muito agressivos à pele durante esse período.

30.5 Agentes citotóxicos e citostáticos

TRETINOÍNA

Ácido retinoico (all-trans) é usado no tratamento tópico da acne. Esse e


outros congêneres derivados da vitamina A são em geral chamados retinoides. Os
estudos relacionados a sua toxicidade abordam principalmente um isômero da
tretinoína, a isotretinoína, utilizado no tratamento oral da acne.

O uso sistêmico de tretinoína em animais demonstrou aumento na incidência


de anormalidades craniofaciais. É sugerido, entretanto, que a absorção tópica dessa
substância seja insuficiente para produzir exposição significativa para o concepto.
Um estudo em voluntários com acne, a fim de avaliar o uso tópico de tretinoína,
mostrou que sua absorção é lenta, o que prolonga a biodisponibilidade do agente.
Foi também demonstrado que menos de 5% do fármaco é absorvido após dez dias
de tratamento. No mesmo estudo, hamsters foram tratados topicamente com
10,5mg/dia de tretinoína durante três dias em período sensível para o
desenvolvimento de toxicidade pelo retinoide. Não houve aumento na incidência de
alterações gestacionais ou malformações congênitas. Um estudo controlado
retrospectivo, com 215 gestantes expostas à tretinoína durante o primeiro trimestre

271
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
da gestação e 413 controles, não revelou aumento do risco de malformações
congênitas (odds ratio 0.7, intervalo de confiança 95% - 0.2 a 2.3).

Dois relatos de caso, entretanto, devem ser considerados. O primeiro


descreveu um recém-nascido com orelha direita hipoplásica e atresia de meato
auditivo externo. A mãe utilizou tretinoína creme (0,05%) um mês antes da última
menstruação até a décima primeira semana de gestação. No segundo. O recém-
nascido apresentou malformações cardíacas e de membros (semelhantes a outros
defeitos associados aos retinóides) após exposição durante as primeiras cinco
semanas de gestação. Embora não possa ser estabelecida uma relação causal, os
autores chamam a atenção para a susceptibilidade do feto durante o período de
exposição. Nos dois casos, não existem informações sobre a dose utilizada pelas
gestantes.

Na França, a Comissão Nacional de Vigilância não considera a gestação


contra-indicação formal para o uso tópico de tretinoína; adverte, entretanto, contra o
uso durante esse período devido ao aumento da absorção gestacional de
medicamentos tópicos.

ANTRALINA

Derivado sintético do antraleno, é comercializado na forma de pomada,


creme e tintura, em concentrações que variam de 0,1 a 1%. Atua reduzindo a
atividade mitótica da epiderme e, em cultura, inibe a duplicação e síntese de DNA,
sendo usada no tratamento da psoríase. Não existem evidências de toxicidade
sistêmica pelo uso tópico da antralina; no entanto, deve ser evitado seu emprego na
fase inicial da gravidez por ser considerada potencialmente teratogênica.

COALTAR

Composto de substâncias derivadas do alcatrão da hulha, de ação


antiinflamatória, redutora, ceratolítica e antipruriginosa. É fotossensibilizante, sendo
sua ação exacerbada por raios ultravioletas. Age diminuindo a espessura da

272
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
epiderme no tratamento da psoríase e outras dermatoses inflamatórias. Pouco se
conhece acerca de sua absorção percutânea, metabolização e excreção. Embora
ocorra metabolismo epidérmico dos hidrocarbonetos poliaromáticos, a urina dos
pacientes tratados contém substâncias mutagênicas, provavelmente derivadas do
material aplicado. Não deve ser utilizado na fase inicial da gravidez pelo possível
efeito teratogênico.

CERATOLÍTICOS

ÁCIDO SALICÍLICO

Atua como ceratolítico e ceratoplástico por dissolução do cimento intercelular


e consequentes amolecimento e descamação da camada córnea. As apresentações
são as mais diversas, e a concentração varia entre 3 e 10%.Não existem relatos de
desenvolvimento de toxicidade em gestantes pelo uso tópico de ácido salicílico.
Após aplicação, é prontamente absorvido pela pele, devendo-se considerar os
dados sobre seu uso sistêmico. Complicações hemorrágicas no período neonatal
após o uso de salicilatos têm sido relatadas, principalmente em prematuros. A
aspirina administrada em baixa dosagem (60 a 100mg/dia), usada na prevenção de
pré-eclâmpsia, não está associada a anormalidades sangüíneas neonatais ou
alterações hemodinâmicas sugestivas de constrição prematura do dueto arterioso
como descrito com o uso de doses maiores. Entretanto, um estudo sugere o
aumento da taxa de rupturas da placenta associado a essa terapia.

O uso tópico de ácido salicílico no período final da gestação é contraindicado


devido à ação tóxica desse agente em doses analgésicas e anti-inflamatórias. A
aplicação em superfícies extensas pode levar a absorção significativa e consequente
salicilismo.

AGENTES ANTI-SÉPTICOS E ADSTRINGENTES

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
PERÓXIDO DE BENZOÍLA

É um agente bactericida e ceratolítico de uso tópico no tratamento da acne.


Aproximadamente 5% do fármaco aplicado na pele é absorvido. Na maioria dos
indivíduos é imediatamente metabolizado na pele em ácido benzóico. A geração de
um radical livre por esse composto tem sido experimentalmente associada à
potencialização de carcinógenos na pele e ainda a ação direta do peróxido de
benzoíla como carcinógeno. Não existem estudos publicados sobre efeitos
teratogênicos desse agente.

ÁCIDO BÓRICO

Possui ação bacteriostática. Não atravessa a pele íntegra, mas é


rapidamente absorvido na vigência de processos inflamatórios ou erosivos, e pelas
cavidades serosas. Aplicações repetidas sobre áreas extensas podem levar a
acúmulo do composto, apresentando efeitos tóxicos. Surgem distúrbios
gastrointestinais, exantemas, hipotermia, acometimento renal e morte. Sua aplicação
em áreas extensas da pele em gestantes deve ser evitada.

FENOL

Antisséptico oral e anal. Tem efeito antipruriginoso e ação germicida


(bactericida, bacteriostático e fungicida). É absorvido mesmo quando aplicado na
pele íntegra, alcançando a circulação sistêmica e sendo excretado pelos rins. Em
concentração igual ou superior a 5% pode causar necrose tecidual e efeitos
sistêmicos de depressão do sistema nervoso central e cardiovascular. Não foram
observadas teratogenicidade ou mutagenicidade; porém, uma vez que o fenol
atravessa a placenta,pode ocorrer hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, convulsões ou
depressão da medula óssea fetal.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
HEXACLOROFENO

Usado em sabões, óleos de banho e detergentes por sua atividade


bacteriostática, é absorvido pela mucosa vaginal de adultos e crianças quando
empregado em aplicações diárias e repetidas. A absorção é maior em queimados,
portadores de ictiose e quando aplicado em extensa superfície cruenta.

Estudos em animais sugerem que o hexaclorofeno possa atingir níveis


neurotóxicos. Um estudo realizado em gestantes após o uso vaginal detectou níveis
de hexaclorofeno no sangue materno e no cordão umbilical durante o parto. Foram
também encontrados no leite materno após a limpeza dos mamilos com
antissépticos contendo hexaclorofeno; os autores concluíram, entretanto, que a
concentração era muito baixa para provocar toxicidade neonatal. Relatou-se a
associação entre o uso tópico rotineiro de hexaclorofeno por enfermeiras grávidas e
defeitos congênitos.

COMPOSTOS HALOGENADOS

São representados pelo iodo, cloro e seus derivados, apresentando potente


ação germicida. Iodo, elemento halógeno não metálico, é utilizado como antisséptico
tópico e vaginal. O seu uso em produtos acarretou aumento dos seus níveis séricos
em nulíparas e gestantes, além de alterar a função tireoideana materna e fetal. A
absorção tópica de iodo é particularmente alta em recém-nascidos de baixo peso
Embora o uso desse agente não tenha sido associado a sintomas clínicos de
hipotireoidismo ou bócio, em crianças expostas, existe consenso quanto à
intoxicação por uso continuado. Em um relato de caso, após a paciente ter usado
durante seis dias gel vaginal contendo iodo, foram encontrados no lactente níveis
sérico e urinário de iodo aumentados, porém sem sinais de disfunção tireoideana.
Não é recomendado o uso repetido ou rotineiro de produtos contendo iodo durante a
gravidez e lactação.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
VIOLETA GENCIANA

Utilizada no tratamento tópico de infecções bacterianas e fúngicas, encontra-


se em solução aquosa ou alcoólica, na concentração de 0,5 a 2,0%. Pode provocar
o aparecimento de lesões necróticas, além da possibilidade de funcionar como
agente mutagênico e carcinogênico.l.

Escabicidas

BENZENO GAMA- HEXACLORADO (LINDANE)

É usado topicamente como pediculicida e escabicida em soluções a 1%.


Além de ser irritante para a pele, mucosa e olhos, é prontamente absorvido pela pele
adulta, sendo recuperado 9,3% do composto na urina. Uma vez absorvido, o
fármaco atravessa a placenta.

Estudos em animais não demonstraram associação entre a exposição ao


lindane e o aumento de anormalidades congênitas. Intoxicações estão relacionadas
a aplicações excessivas e uso inadequado. Observam-se espasmos musculares,
convulsões, insônia, vertigem, irritabilidade e coma. Em gestantes deve ser utilizado
de forma que a absorção seja mínima, por meio de aplicação única e lavando-se o
local oito horas após. Não é considerado como primeira opção de tratamento devido
a possível intoxicação; alguns autores sugerem o uso de enxofre como alternativa.

ENXOFRE

Atua como antisseborróico e esfoliativo. É amplamente utilizado no


tratamento da escabiose em gestantes e crianças por sua eficácia e ausência de
absorção percutânea. Seu uso é considerado seguro durante a gravidez

CORTICOIDES

São antiinflamatórios tópicos potentes e eficazes, capazes de inibir a divisão


celular. Têm emprego em várias dermatoses com potências e veículos variáveis.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Após exercerem sua ação terapêutica, são biotransformados na derme em
metabólitos inativos, passando, então, para a corrente circulatória. O grau de
supressão da função adrenocortical dependerá diretamente da potência do
corticóide, do tempo de tratamento e da extensão da superfície em que é aplicado.

A hidrocortisona, por sua baixa potência, pode ser considerada totalmente


segura na gravidez, mesmo quando empregada sobre áreas extensas. A adição de
flúor na posição 9ª. Da molécula do corticoide acentua suas atividades biológicas,
possivelmente por seu efeito na retirada de elétrons do grupo 11β-hidróxi Os
corticóides fluorados são bem mais potentes do que a hidrocortisona ou preparações
não fluoradas.

Estudos sugerem a associação entre o uso de corticóides e o aparecimento


de fenda palatina em ratos. Existe também relato de grave retardo de crescimento
fetal associado à aplicação tópica de triancinolona, corticoide de média potência.
Deve-se evitar a aplicação em áreas extensas ou terapia prolongada com corticóides
tópicos de média e alta potência durante a gestação.

Antibióticos

Usados no tratamento de infecções bacterianas primárias da pele ou


mucosa e na prevenção de infecção secundária de outras lesões cutâneo-mucosas.

GENTAMICINA

Não é absorvida pela pele íntegra, mas, quando aplicada em áreas cruentas,
alcança concentrações plasmáticas de 1 mg/ml, com eliminação de 2 a 3% da droga
pela urina No final da gestação pode haver acúmulo do fármaco no plasma fetal e no
líquido amniótico. Há suspeita de lesão do VIII par craniano no recém-nascido Os
efeitos ototóxicos, quando usado sistematicamente, desaconselham seu uso nas
gestantes em soluções de continuidade.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
NITROFURAZONA

É agente de amplo espectro. Embora existam estudos somente em animais,


seu uso na gestação é desaconselhado por ser potencialmente sensibilizante.

SULFONAMIDAS

Não devem ser usadas na gestação próximo à termo.

Possuem boa absorção cutânea, podendo causar hemólise nos fetos com
deficiência de G6PD e kernicterus. Atingem, no leite materno, nível correspondente a
50% do nível sérico.

MUPIROCINA

Agente antibacteriano tópico com atividade contra estafilococos e a maioria


dos estreptococos. Age inibindo a síntese de RNA e proteínas das bactérias. A
toxicidade em gestantes parece estar confinada a reações locais, não sendo
encontrada literatura sobre a teratogenicidade desse agente.

BACITRACINA

Antimicrobiano comumente associado a antissépticos tópicos. Um estudo


multicêntrico com 19 gestantes que utilizaram o agente no primeiro trimestre de
gestação não estabeleceu relação causal entre a exposição ao fármaco e efeitos
teratogênicos na gestação.

NEOMICINA

Antibiótico aminoglicosídeo. Seu uso em coelhos e ratos não demonstrou


teratogenicidade. Embora seja relatado toxicidade após a aplicação tópica ou
irrigação de soluções a 0,5%, mesmo em pacientes com função renal normal, não há

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
relatos de ototoxicidade pelo uso de neomicina como resultado de exposição intra-
uterina.

Antimicóticos

São consideradas medicações de uso tópico seguro na gravidez os


seguintes agentes: nistatina, miconazol, econazol, bifonazol, isoconazol, tolciclato e
tolnaftato. A anfotericina B e o tioconazol devem ser evitados até a décima segunda
semana de gestação.

Quando testadas em ratos, altas doses de cetoconazol produziram


anomalias congênitas, como fenda palatina e defeitos de dentição. Embora não
pareça haver absorção sistêmica após aplicação tópica, a administração intravaginal
mostrou níveis séricos detectáveis no plasma de voluntárias sadias. Não há relato de
teratogenicidade em humanos.

O clotrimazol atua sobre dermtófitos, ândida sp, Trichomonas sp, M. furfurr e


algumas bactérias. É encontrado em solução, creme e óvulo vaginal. Seu uso na
gravidez é seguro, prevenindo a contaminação fúngica fetal. Não deve ser utilizado
após ruptura das membranas amnióticas.

31. PELE MASCULINA

A epiderme masculina (camada externa da pele) é mais espessa, áspera


e oleosa, já que as glândulas sebáceas e os óstios (orifícios das glândulas
sebáceas) são maiores, e também mais propensa ao acúmulo de células mortas,
suor, gorduras e resíduos de poluição, que não só obstruem os poros e os óstios,
mas também contribuem para a proliferação de microorganismos, levando à
formação de cravos e acne. Assim, a pele masculina requer cosméticos para
esfoliação e limpeza profunda.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Por apresentar maior concentração de esteroides sexuais, a pele masculina
é mais espessa e resistente. A quantidade de colágeno também é maior e, por isso,
o envelhecimento cutâneo costuma ser bem mais tardio nos homens. Contando com
maior abundância de colágeno, os homens acabam tendo uma cobertura lipídica da
pele bem mais rica e melhor hidratada, sendo privilegiados pelos altos níveis de
testosterona. Todos esses ganhos, que retardam o envelhecimento da pele
masculina, porém, devido ao maior número de pelos, podem muitas vezes não
compensar às agressões sofridas durante o barbear diário e à falta de cuidados e
proteção da pele.

O desenvolvimento de formulações para a pele masculina requer um olhar


atento sobre os ativos a serem usados, o sensorial desejado e as peculiaridades
entre a pele do homem e da mulher. O pH da pele masculina é mais ácido (entre 4,5
e 5,5) com maior irrigação sanguínea e maior produção de melanina. Além disso, as
camadas epiderme, derme e hipoderme masculinas são diferentes das femininas e
essas diferenças são fundamentais para o desenvolvimento de fórmulas para o
cuidado da pele masculina.

No entanto, assim como a feminina ela é classificada em normal, oleosa,


seca, mista e sensível.

A espessura dos pelos da face é a principal diferença entre homens e


mulheres. Estes pelos são estimulados pelos hormônios androgênicos (masculinos)
e são mais grossos e densos na região do bigode e da barba.

A presença desta pilificação é uma diferença fundamental entre o sexo


masculino e feminino, pois os mesmos precisam ser cortados constantemente.
Também devido à existência destes pelos pode ocorrer encravamento e folicute, ou
seja, a infecção local.

É muito importante utilizar um creme de barbear na hora de fazer a barba.


Ele amaciará os pelos, facilitando o deslizar da lâmina. Além disso, toda vez que o
homem se barbeia é removida parte da camada hidrolipídica, responsável pela
proteção da pele. Com a utilização de um bom produto na hora de barbear, isso será

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
minimizado, pois ele irá preparar a pele para receber a navalha. Dessa maneira,
você diminuirá os impactos desfavoráveis evitando irritação e inflamação.

Os produtos utilizados após o barbear, além de fechar os poros vão tratar a


pele. Muitos possuem ação anti-inflamatória, com o objetivo de eliminar a irritação da
pele, já que ela acabou de passar por um processo agressivo.

A pele é o maior órgão do corpo humano, responsável pela interação com o


meio ambiente e proteção global do indivíduo. Por meio dela sentimos carinho,
expressamos emoções e evidenciamos doenças dos mais variados tipos. Além
disso, a pele é responsável pela aparência, tão importante na sociedade e denota
sinais de envelhecimento.

31.1 Cuidados diários que contribuem para a saúde da pele masculina:

Limpeza

A pele elimina permanentemente sebo e gorduras, além do suor, formando


uma película de proteção. Esta emulsão é fundamental para a lubrificação, proteção
da pele. A glândula sebácea é uma estrutura localizada na derme que tem como
função a produção de sebo, a qual desemboca na superfície cutânea. Quando as
mesmas produzem mais sebo do que é necessário, a pele se torna oleosa ou
seborreica, devendo permanecer sempre limpa, para evitar o acúmulo de células
mortas, suor, gordura e resíduos de poluição, que obstruem os poros, causando uma
proliferação de microrganismos, deixando a pele propensa aos comedões e à acne.

Usar apenas água não é o suficiente, é necessário desengordurá-la com um


sabonete específico para o rosto, elaborado com substâncias que não irritem nem
ressequem a pele.

Usa-se um agente de limpeza, que deve ser escolhido respeitando o tipo


de pele.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
**Produtos direcionados à pele masculina têm um pH mais próximo do
neutro, já que a pele masculina é naturalmente mais ácida.

A pele deve ser limpa duas vezes ao dia, pela manhã e a noite. A limpeza
também é importante para a melhor penetração do filtro solar e tratamento
antienvelhecimento.

Homens com a pele oleosa devem usar produtos que regulem a produção
sebácea. Podem ser utilizados géis, leites ou loções de limpeza sem óleo.

Produtos com excesso de álcool devem ser evitados, pois acabam


aumentando a oleosidade da pele (e a chamado "efeito rebate").

Já os homens com pele normal ou seca devem preferir leites ou loções de


limpeza, que ajudam a manter a aparência saudável da pele sem ressecá-la.

O tônico finaliza a limpeza, removendo os resíduos e o excesso de óleo,


equilibrando o pH da pele, no caso de peles muito oleosas e com comedões, é
indicado o uso de um tônico adstringente, contendo princípios como o mentol e
cânfora, que proporcionam sensação de frescor.

Direcionados à pele masculina, eles são compostos por uma solução


hidroalcoólica, contendo uma proporção maior de álcool do que os elaborados
para a pele feminina.

Hidratação

A falta de água (ressecamento) e a diminuição da elasticidade da cútis


ocorrem quando há perda de água da camada mais superficial da pele (chamada
córnea).

Além disso, com o processo de envelhecimento, o teor de água da pele vai


diminuindo. Por isso e comum ver idosos com a pele ressecada. O fumo e outros
poluentes também ocasionam maior perda de água.

Uma pele seca e desidratada fica opaca, áspera, sem elasticidade e com
tendência a descamação.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
O use diário de filtro solar num país tropical é importante para prevenir
queimaduras, evitar o envelhecimento precoce e o câncer de pele.

O filtro solar precisa ser passado em quantidade suficiente para deixar uma
camada espessa e protetora. Ele deve ser espalhado em todo o corpo, inclusive
orelhas, pés e mãos 30 minutos antes da exposição solar. O filtro deve ser
repassado, também em quantidade significativa, 20 a 30 minutos apos o início da
exposição. Depois disso ele será passado novamente a cada duas horas ou após
contato com a água ou suor excessivo.

As pessoas que se expõem de forma intensa por praticar esportes ao ar livre


devem usar bloqueadores solares (proteção mais ampla) resistentes à água.

Barbear

O ato de barbear é um dos mais importantes na rotina do homem


contemporâneo. Proporciona uma boa aparência e sensação de bem-estar. Porém,
é um processo agressivo para a pele, principalmente se realizado de maneira
inadequada ou com produtos de má qualidade.

Os pelos são espessos devido à influência dos hormônios masculinos. Na


puberdade, quando inicia a produção da testosterona, esta influencia diretamente no
aparecimento dos pelos da barba e bigode. O tipo de pelo também influencia no
resultado: possuem características diferentes de espessura e formato que favorecem
mais ou menos o encravamento, podem ser redondos ou ovalados, lisos e
encaracolados.

Este processo pode levar a uma infecção chamada foliculite persistente.


Esta se caracteriza por avermelhamento, dor e formação de pus. A foliculite nada
mais é do que a inflamação e infecção do folículo pilosebáceo devido a
encravamento e trauma.

O pelo protege a pele e o ato de barbear funciona como uma massagem


diária que previne o envelhecimento.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Os princípios ativos mais utilizados são aqueles à base de ácidos, calmantes
e antioxidantes. Ácido glicólico, ácido retinoico, isotretinoina, retinol, são específicos
para evitar o encravamento e a foliculite.

Os produtos a base de cetoconazol também interessam para acalmar e


evitar a seborreia. Azuleno, alfa busabolol são anti-inflamatórios e hidratantes não
oleosos, importantes para evitar irritação.

- Todos os passos para o ato de barbear são importantes, desde a


preparação da pele até a finalização:

• Limpeza cuidadosa, com produto adequado, enxaguando e secando bem o


local;

• Em seguida aplicar um produto de barbear, também adequado ao tipo de


pele, amolecendo os pelos, facilitando o deslizar do lâmina e diminuindo a irritação
do pele.

Veja abaixo algumas opções/versões dos três tipos de preparos de barbear


que hoje existem no mercado: creme, espuma e gel.

• Creme - possui componentes que ajudam o deslizar da lâmina e devem ser


aplicados com pincel de barbear;

• Espuma - Possuem ingredientes hidratantes e calmantes. Lubrificam e


protegem a pele, abrindo os poros e facilitando o deslizar da lâmina. Reduzem a
irritação e existem versões adequadas para cada tipo de pele;

• Gel - possui sistema antifricção que facilita o deslizar da lâmina. Amacia e


lubrifica a pele para um barbear mais recente e suave. Versões adequadas para
diferentes tipos de pele;

• Após a limpeza e uso do produto específico, o pelo deverá ser cortado, de


preferência no sentido do crescimento, para evitar lesões;

• É importante que a lâmina esteja em boas condições, evitando que será


passada muitas vezes sobre a pele, causando mais irritações. Evitar usar álcool
após barbear;

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
• Evitar produtos irritantes;

• Fazer compressas geladas ou de chá de camomila;

• Usar loções ou cremes para acalmar a pele;

• Evitar produtos gordurosos, assim como pasta de dentes e pomadas tipo


minâncora ou outras.

Tipos de lâminas:

Aparelhos descartáveis - são jogados fora depois de algumas vezes que


são utilizados. Existem descartáveis com 1, 2 ou 3 lâminas. Porém possuem uma
tecnologia inferior, e, portanto, não oferecem a mesma performance que os sistemas
de barbear.

Sistemas de barbear - são aqueles aparelhos que permitem que seja feita a
troca apenas do lâmina/cartucho/carga, conservando o aparelho. Possuem uma
tecnologia mais avançada e proporcionam um barbear mais rente.

Após a retirada dos pelos é preciso hidratar e acalmar a pele: o uso de uma
loção ou gel pós-barba cumpre essas funções, além de evitar a sensação de pele
repuxada.

O clima também pode influenciar nos cuidado com a pele masculina.

O calor e a umidade excessiva aumentam a produção de óleo e formação de


espinhas ou foliculite. Neste caso é importante fazer a barba todos os dias
intensificando a limpeza e usando produtos leves que não causem obstrução. O
clima seco deixa a pele mais sensível e descamativa. Neste caso pode haver coceira
e machucados. A barba pode ser feita todos os dias utilizando-se um produto
hidratante e calmante no pós barba.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
32. PELE NEGRA

O determinismo genético da pigmentação cutânea não é bem conhecido.


Combinações alélicas de genes específicos dão origem a cores que variam do
extremo “preta” ao extremo “branca”, passando por tons intermediários. Como não
há consenso internacional quanto ao que é “pele negra” (por exemplo,
conceitualmente, um indivíduo negro nos Estados Unidos pode ser considerado
branco no Brasil), é difícil definir o que é e qual grupo populacional tem “pele de cor”.

Para tentar uma uniformização, a dermatologia utiliza sistemas de


classificação para a cor da pele, mas nenhum pode ser padronizado para a “pele de
cor”. O mais usado é o de Fitzpatrick, que define o fototipo. Esse sistema de
classificação foi desenvolvido para categorizar a pele branca; toda pele escura foi
classificada inicialmente como fototipo V. Mas, como a pele escura abrange várias
gradações de cores, subsequentemente, foi dividida nos fototipos IV, V e VI, que
raramente ou nunca queimam pelo sol e bronzeiam facilmente. Entretanto, esse
sistema nunca pretendeu definir a etnicidade. Ele foi desenvolvido para definir a
resposta de tipos diferentes de pele à luz ultravioleta solar, devido à queimadura ou
de bronzeamento. Um sistema de classificação baseado na propensão da pele a se
tornar hiperpigmentada por estímulo inflamatório e sustentar essa hiperpigmentação
por período prolongado pode ser de valor, já que essa característica é exclusiva da
pele pigmentada.

32.1 Particularidades estruturais, biológicas e funcionais da pele negra

Epiderme

A quantidade de melanina na epiderme é maior nos indivíduos negros, sem


diferenças no número de melanócitos. Aquela se deve a variações no número,
tamanho e agregação de melanossomas nos melanócitos e nos queratinócitos. Pele
negra tem melanossomas grandes, não-agregados, com número aumentado na

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
camada basal e distribuídos por todas as camadas da epiderme. Pele branca tem
melanossomas pequenos e agregados, alguns nas camadas basal e malpighiana,
estando ausentes nas camadas superiores da epiderme.

O conteúdo de melanina confere, naturalmente, fator de proteção solar


(FPS) de 13,4 à pele negra, sendo a camada malpighiana o principal local de
filtração da radiação ultravioleta; nos brancos é a camada córnea.

O extrato córneo na pele negra contém mais camadas de células do que na


pele branca, porém a espessura é igual em ambas, mostrando que é mais compacto
na negra, provavelmente por maior coesão intercelular.

Não há consenso sobre as diferenças entre as etnias na função de barreira


exercida pela pele. Um estudo sugere diferenças na vulnerabilidade do extrato
córneo associada à dinâmica das ceramidas: o extrato córneo da pele negra possui
menos lipídeos, cujos níveis se correlacionam inversamente com a perda
transepidérmica de água, maior em negros do que em brancos, e diretamente com o
conteúdo de água, menor em negros. Inversamente, a exposição a irritantes tópicos
(coaltar) mostrou maior vulnerabilidade do extrato córneo na pele branca, a qual
desenvolve papulopústulas inflamatórias e desintegração folicular, enquanto a pele
negra desenvolve hiperqueratose.

Derme

Não há diferença na espessura da derme entre negros e brancos, mas


parece haver em alguns aspectos celulares. Os fibroblastos da pele negra são
maiores, bi ou multinucleados, em maior número e hiperativos, o que, combinado à
diminuição da atividade da colagenase, pode originar a formação de queloide, de
incidência maior em negros. Os feixes de fibras colágenas são menores e dispostos
mais paralelamente à epiderme, notando-se muitas fibrilas colágenas e fragmentos
de glicoproteínas no interstício dérmico. Os macrófagos são maiores e mais
numerosos, não havendo diferenças de origem racial nos mastócitos.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Glândulas anexas

Os poucos estudos existentes quanto às diferenças entre as etnias relativas


às glândulas anexas da pele são contraditórios. Sugere-se que: não há diferença no
número de glândulas sudoríparas écrinas, embora se verifique mais sudorese em
brancos; as glândulas sudoríparas apócrinas são maiores, mais numerosas e
produzem maior quantidade de secreção na pele negra; há maior número de
glândulas sudoríparas apócrino-écrinas na pele facial de mulheres negras; não há
diferença no número de glândulas sebáceas, mas essas são maiores e produzem
maior quantidade de sebo na pele negra.

Folículos pilosos

A densidade de cabelos e o número total de folículos terminais nos


indivíduos negros são menores em comparação aos indivíduos de pele branca, mas
as fibras possuem elementos estruturais e químicos comuns; há diferenças na
aparência, na geometria, nas propriedades mecânicas e no conteúdo de água.

O denominado “cabelo encarapinhado” tem aparência crespa,


irregularidades no diâmetro ao longo da haste e secção transversal elíptica. Os
folículos pilosos são curvados, em forma de espiral. O estudo ultraestrutural revela
poucas fibras elásticas ancorantes para a derme nos folículos pilosos, o que pode ter
implicação na gênese de certas alopecias. O conteúdo de água e a resistência tênsil
são menores, e por isso quebram facilmente, formam nós e fissuras longitudinais,
sendo difíceis de pentear. São mais pigmentados, os grânulos de melanina são
maiores, e, apesar de apresentarem o mesmo tipo de queratina, possuem diferenças
na composição dos aminoácidos, com deficiência de serina e treonina, e excesso de
tirosina, fenilalanina e amônia.

32.2 Alterações fisiológicas da pele negra

Discromias

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
A hiperpigmentação perioral é queixa frequente das mulheres negras. A
causa é desconhecida e parece não ser sequela de inflamação. Afeta a pele
adjacente aos ângulos da boca.

A melanose da área malar é observada em indivíduos com mais de 50 anos.


Não tem predileção por sexo, mas parece estar relacionada à atopia quando ocorre
em mulheres jovens.

A hiperpigmentação palmoplantar é comum, e quanto mais pigmentada for a


pele do indivíduo, maior a possibilidade de ocorrência. São máculas acastanhadas
múltiplas que devem ser diferenciadas de lesões sifilíticas secundárias, as quais
tendem ao monomorfismo e à localização nos arcos palmoplantares.

As linhas de Futcher ou de Voigt ocorrem em 25% dos indivíduos negros.


São linhas pigmentares bem demarcadas, bilaterais, nos braços e nas pernas,
separando a região anterolateral mais escura da região anteromedial mais clara.
Correspondem ao nervo espinhal subjacente de um dermátomo. Podem surgir
durante a gravidez, e a maioria está presente ao nascimento.

A hipopigmentação da linha média ocorre em percentual que varia de 30% a


40% dos indivíduos negros. Afeta mais homens, tornando-se menos visível com o
avançar da idade. Parece ser de herança autossômica dominante. É faixa linear
hipocrômica na região esternal, que pode estender-se até a linha alba ou à região
infraclavicular.

A mancha mongólica ocorre em percentual que varia de 40% a 90% dos


neonatos negros. Apresenta cor azul-acinzentada, geralmente é única e localiza-se
na região lombossacral, podendo acometer outras regiões. Deve-se à presença de
melanócitos na derme. São diagnósticos diferenciais os nevos e os hematomas.
Costuma desaparecer em torno dos sete anos de idade e raramente persiste na
adolescência. Pode coexistir com outras lesões cutâneas, tais como nevos e
hemangiomas e, sendo extensa, deve ser pesquisada a associação com condições
sistêmicas, especialmente os erros congênitos do metabolismo.

A hiperpigmentação da mucosa oral ocorre nas gengivas e, menos


frequentemente, na mucosa jugal, no palato e língua. O grau de pigmentação da

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
mucosa não se correlaciona com o da pele. Deve ser diferenciada de pigmentações
causadas por drogas ou doenças sistêmicas.

A melanoníquia ungueal longitudinal ocorre em cerca de 50% dos indivíduos


negros, sendo a frequência e a intensidade da pigmentação relacionadas ao
aumento da idade. Traumas ou irradiação solar podem ter papel etiológico. Origina-
se de melanócitos da matriz. São faixas melanóticas longitudinais na lâmina
ungueal, mais comuns nos dedos polegar e indicador, bilateralmente. Às vezes se
observa pigmentação difusa. Deve ser diferenciada de pigmentações causadas por
drogas, doenças sistêmicas, nevos melanocíticos ou melanoma. Não se associa ao
melanoma, mas são sinais de alerta a essa possibilidade largura superior a 3mm,
pigmentação variável, aumento rápido no tamanho, presença do sinal de Hutchinson
e de lesões solitárias, particularmente no polegar.

Leucoedema oral

Ocorre em 90% dos indivíduos negros, sem predileção por sexo. Embora
seja considerado alteração fisiológica, tem sido sugerido que a irritação local pelo
fumo e a higiene oral precária estejam implicados em seu surgimento. São placas
brancas, não descamativas, localizadas na mucosa jugal. Deve ser diferenciado das
lesões brancas da mucosa oral, tais como a leucoplasia, o líquen plano, o nevo
esponjoso e a candidíase.

Linhas peroladas justaclaviculares

A pele da região clavicular pode apresentar aspecto linear, mais comumente


visto na pele escura, provavelmente pela melhor visibilidade dos óstios foliculares.

CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DERMATOSES NA PELE NEGRA

Exceto as diferenças de frequência, especialmente por determinismos


geográficos ou epidemiológicos, não há verdadeira especificidade de doenças na

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
pele negra. No geral, as dermatoses se manifestam de modo similar, mas com
padrões exagerados de reações, incluindo labilidade pigmentar (hiperpigmentação
ou hipopigmentação), resposta folicular e resposta mesenquimal (fibroblástica ou
granulomatosa). O reconhecimento das lesões elementares é dificultado pela
hiperpigmentação cutânea, que causa modificações notáveis na cor. Muitas lesões
são quase imperceptíveis, outras, especialmente as acrômicas, muito evidentes,
causando grande prejuízo estético. O eritema é de difícil reconhecimento na pele
intensamente pigmentada, por exemplo, o eritema discreto não é percebido, ou um
tom francamente violáceo mostra-se azulado ou cor de ardósia. Em adição, a
maioria das dermatoses induz à hiperpigmentação ou à hipopigmentação pós-
inflamatória. Com relação ao “cabelo encarapinhado”, faz-se necessário o uso de
produtos oleosos, que causam enfermidades, como um tipo de acne por contatantes
comedogênicos e as foliculites, além de alopecias provocadas pela manipulação
excessiva dos cabelos. O folículo curvado tem papel central na etiologia de
condições como a pseudofoliculite da barba e a acne queloideana da nuca. As
principais enfermidades serão descritas com mais detalhes a seguir.

ASPECTOS PARTICULARES DE DERMATOSES COMUNS

- Alterações pigmentares: grande parte dos distúrbios vistos na pele negra é


de origem pigmentar, representando as alterações mais óbvias e angustiantes nesse
grupo étnico, sendo em geral muito evidentes e difíceis de tratar. Destacam-se o
melasma, a hiperpigmentação e hipopigmentação pós-inflamatória, a pitiríase alba, a
hipomelanose gutata idiopática, o vitiligo e as acromias secundárias (a doenças, a
esfoliações químicas, à crioterapia ou à corticoterapia intralesional).

Acne

A incidência da acne em indivíduos de pele negra é alta, apesar de ser


pouco menor do que a observada na pele branca. Parece haver maior densidade de
Propionibacterium acnes, sem conclusões definitivas sobre diferenças no tamanho e
atividade das glândulas sebáceas. As lesões nódulo-císticas são menos frequentes,

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
mas mesmo lesões sem inflamação clínica, como as comedoneanas, têm alto grau
de inflamação histológica, o que pode explicar o fato de deixarem intensa
hiperpigmentação pós-inflamatória. Cicatrizes queloideanas são sequelas frequentes
e não recorrentes no tórax, no dorso e na linha mandibular.

Há um tipo frequente de acne por contatantes, que consiste de comedões na


área frontal e temporal, resultante da ação de produtos gordurosos nos cabelos.

O maior desafio em tratar a acne na pele pigmentada com agentes tópicos é


a possível dermatite de contato irritativa que causa hiperpigmentação pós-
inflamatória, sendo necessário selecionar agentes menos irritantes, adotar
estratégias que melhorem a tolerabilidade e orientar o uso de fotoprotetores não
comedogênicos. Antibióticos tópicos e sistêmicos são úteis sempre, pois diminuem a
inflamação, ficando reservada a isotretinoína para os casos mais graves.

Psoríase

Menos comum nos indivíduos negros, tem distribuição clássica e lesões


descamativas, com hipocromia ao redor, às vezes assumindo aspecto violáceo
liquenóide ou eczematoso crônico. Pode causar hiperpigmentação pós-inflamatória.
O prurido é usual. As formas pustulosas e as ungueais são raras.

Pitiríase rósea

As lesões de pitiríase rósea nos negros são acinzentadas, mais pruriginosas,


sendo comum se estenderem para a face, abdômen inferior e extremidades. Há
variantes papular ou papulovesicular, com descamação intensa. O índice de recidiva
é de cerca de 6% nos indivíduos negros, duas vezes maior do que nos indivíduos
brancos.

Líquen plano

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Frequente na pele negra, suas lesões são brilhantes, escuras ou
acinzentadas, sendo as formas anulares mais encontradas nessa cor de pele. A
hiperpigmentação residual é intensa e persistente. Raramente os negros apresentam
lesão oral. Pode haver associação com líquen nítido, o qual não tem predileção
racial.

Eczemas

Também são costumeiros na pele negra. Há ausência de eritema perceptível


e evolução rápida para discromias. As formas agudas, com vesiculação e
exsudação, são mais comuns nos indivíduos brancos; nos negros há mais
alterações pigmentares e liquenificação. A dermatite atópica evolui com lesões
hiperpigmentadas ou hipopigmentadas. Nas crianças há uma variante
papulofolicular. O eczema numular caracteriza-se por lesões numulares com
hiperpigmentação intensa e persistente. Quanto à dermatite de contato irritativa há
controvérsias no diferencial racial da irritabilidade da pele. Estudos iniciais, baseados
na observação do eritema, mostraram menor susceptibilidade da pele negra a
substâncias irritantes, requerendo exposição prolongada para desenvolver a
dermatite de contato irritativa. Estudos posteriores, usando parâmetros mais
objetivos, mostraram maior sensibilidade da pele negra, devida à barreira
comprometida, à diminuição do fluxo sanguíneo cutâneo e à menor reatividade
vascular. Na dermatite de contato alérgica, as áreas mais afetadas, como nos
indivíduos brancos, são mãos e face. A interpretação do teste alérgico de contato é
prejudicada pela difícil percepção do eritema. Relatos sobre a susceptibilidade da
pele negra a alérgenos específicos são conflitantes. O níquel parece ser o
sensibilizante mais freqüente, com índice similar ao da pele branca. A capacidade
em montar resposta imunológica aos antígenos é igual nas duas raças, estando as
diferenças relacionadas às exposições, sendo mais responsabilizadas as práticas
culturais do que fatores genéticos ou biológicos.

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Sarcoidose

É encontrada 10 vezes mais em negros do que em brancos, com


prognóstico pior e maior comprometimento sistêmico. Há grande polimorfismo das
lesões; pápulas e máculas hipopigmentadas ou psoriasiformes são mais comuns,
enquanto o lúpus pérnio é mais raro. Lesões anulares, ictiosiformes, ulcerativas e
tumorais são quase exclusivas dessa população.

Sífilis

Enquanto a sifílide macular é mais comum em brancos, formas foliculares,


papulosas e pustulosas o são em negros, sendo a forma anular perioral quase
exclusiva deste último grupo. Lesões hiperpigmentadas palmoplantares, apesar de
serem monomorfas e comprometerem a superfície medioplantar, devem ser
diferenciadas da hiperpigmentação normal. A alopecia do secundarismo é mais
comum em negros, assim como o condiloma plano e as lesões do tipo goma.

Micoses superficiais

Há diferenças geográficas na incidência das micoses, sendo a tinea capitis e


a pitiríase versicolor as mais frequentes e não recorrentes nos indivíduos negros das
regiões tropicais.

Com relação à tinea capitis, as espécies de fungos infectantes mais


prevalentes sofrem variações com o tempo, com o país em questão e mesmo as
regiões de um mesmo país, a depender de fatores ambientais e étnicos, nível
socioeconômico e densidade populacional. Na população geral brasileira, diversas
pesquisas epidemiológicas sobre a incidência da tinea capitis têm registrado a maior
freqüência do Trichophyton tonsurans nos estados das regiões Norte e Nordeste e
do Microsporum canis nos estados do Sul e Sudeste, sendo maior a prevalência em
crianças. Nos adultos, estudos epidemiológicos realizados em outros países
mostram que a incidência da tinea capitis é maior em indivíduos negros,
particularmente do sexo feminino. Isso pode estar relacionado à influência hormonal,

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às práticas de cuidados com o cabelo, além de à maior exposição, por ser
geralmente mulher quem tem mais contato com crianças portadoras da doença.
Casos de tinea capitis em adultos negros causados pelas espécies de Microsporum
são raros, sendo as espécies de Trichophyton, principalmente o Trichophyton
tonsurans, os agentes etiológicos mais comuns. A espécie Trichophyton violaceum,
um fungo similar, também pode ser causadora, mas o Trichophyton rubrum
raramente é o agente causador. Uma razão possível para a baixa incidência de
casos de tinea capitis causados pelas espécies Microsporum no adulto é a maior
produção de sebo no couro cabeludo, pois o conteúdo rico em triglicérides exerce
ação fungistática contra as infecções ectotrix por Microsporum; entretanto, o sebo
não previne as infecções endotrix causadas pelas espécies de Trichophyton.
Alopecia, descamação semelhante à da dermatite seborréica e alterações
inflamatórias são as manifestações clínicas observadas nas infecções por
Trichophyton tonsurans. Relatos de casos causados por Trichophyton rubrum
apresentaram- se com alopecia cicatricial e crostas.

A pitiríase versicolor na pele negra caracteriza-se por placas descamativas


hiperpigmentadas ou hipopigmentadas, ocasionalmente com lesões foliculares,
atingindo frequentemente a face, poupando o tronco e confundindo-se com
dermatite seborréica.

ALGUMAS DERMATOSES MAIS ESPECÍFICAS DA PELE NEGRA

Hiperpigmentação e hipopigmentação pós-inflamatória

Surgem após a resolução de lesões inflamatórias, especialmente as do tipo


papuloescamosa e vesicobolhosa, devido à labilidade da resposta dos melanócitos à
irritação ou à inflamação. A patogênese é desconhecida, mas a liberação de certos
mediadores químicos e citocinas parece ter algum papel. Cada doença libera
mediadores específicos, responsáveis pelo aumento ou diminuição da função
melanogênica do melanócito. Os mediadores inflamatórios leucotrieno B4,

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prostaglandinas D2 e E2, endotelinas, interleucinas 1 e 6, e fator - alfa de necrose
tumoral aumentam a melanogênese; o leucotrieno C4 a diminui.

A hiperpigmentação é seqüela comum de acne vulgar, líquen plano,


psoríase, reações de fotossensibilidade, pitiríase rósea, micose fungoide, eritema
pigmentar fixo, eczemas, lúpus eritematoso subagudo e agudo, rosácea, traumas,
queimaduras, entre outras condições. A hipopigmentação mais comumente é
conseqüência de dermatite seborréica, pitiríase alba, dermatite de contato, dermatite
atópica, sarcoidose, líquen estriado, sífilis secundária, pitiríase versicolor, dermatite
das fraldas, hipomelanose gutata idiopática, lúpus eritematoso discóide,
queimaduras, hanseníase, herpes-zóster entre outras manifestações. O tratamento é
difícil e lento, sendo fundamental tratar a doença inflamatória que originou o distúrbio
pigmentar. Camuflagem e fotoprotetores são úteis. Para a hiperpigmentação, utiliza-
se a hidroquinona, isolada ou associada aos corticóides e à tretinoína; esfoliações
químicas superficiais são úteis, mas podem causar hiperpigmentação ou
hipopigmentação pós-inflamatória; e, atualmente, vários tipos de laser têm sido
empregados, mas sem resultados satisfatórios. As opções para a hipopigmentação
incluem os corticosteróides e os psoralenos associados à luz ultravioleta A.

Pitiríase alba

Mais comumente relatada em crianças de pele negra, o que pode ser devido
à melhor visualização das lesões pelo maior contraste com a pele sã. As lesões
iniciais são pápulas descamativas, pouco perceptíveis, que evoluem para manchas
hipocrômicas bem visíveis, acometendo a face, o pescoço e os braços, e resistentes
ao tratamento.

Dermatose papulosa negra

Inicia-se na adolescência; acomete entre 35% e 77% dos negros, e 50%


deles têm história familiar. Acomete mais as mulheres, com pico na sexta década da
vida. São pápulas diminutas pigmentadas, sésseis ou pedunculadas, localizadas na

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face, no pescoço e no dorso. Histologicamente são ceratoses seborréicas
acantóticas, com pigmentação proeminente. As opções terapêuticas são a
eletrocoagulação, os cáusticos, o laser, a excisão cirúrgica e a crioterapia.

Queloide

De três a 18 vezes menos frequente na pele branca do que na pele negra,


desenvolve-se após injúrias cutâneas por interação entre fibroblastos e citocinas,
que facilitam a produção de colágeno e inibem a degradação de componentes da
matriz extracelular. É observado em grupos étnicos que usam sinais tribais, após
colocação de brincos, em cicatrizes de vacinação com BCG e contra a varíola.
Manifesta-se por nódulo firme, às vezes pruriginoso, causando dano estético. Os
locais de predileção incluem o tórax, os lóbulos das orelhas e os ombros. Pode ser
confundido com cicatriz hipertrófica. A crioterapia, a injeção intralesional de
corticosteróides, a irradiação após excisão cirúrgica, as placas ou o gel de silicone, a
loção de minoxidil, o laser, a radiação tipo UVA-1, o 5-fluorouracil e o interferon
gama são terapêuticas usadas.

Úlceras da perna da anemia falciforme

A anemia falciforme é doença hereditária em que as hemáceas assumem


forma de foice, dificultando o transporte dos gases. Deve-se à presença de ao
menos um gene mutante, que leva à produção da hemoglobina S. É mais comum
em negros e é rara abaixo dos 15 anos. As úlceras dolorosas nas pernas,
localizadas próximo aos maléolos, são as lesões cutâneas mais encontradas e
ocorrem por oclusão vascular, infecção ou trauma. O tratamento inclui antibióticos e
cicatrizantes tópicos, a ingestão de ácido fólico e dieta balanceada. Durante as
crises hemolíticas, devem ser feitas hidratação endovenosa, para diminuir a
viscosidade sangüínea, e transfusões de concentrado de glóbulos, no caso de
hemólise intensa com sinais evidentes de hipóxia. A eritropoetina humana
recombinante e a matriz extracelular sintética aceleram a cicatrização. Enxertos de
pele podem ser necessários.

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Pseudoacantose nigricante

Comum entre indivíduos negros, lembra a acantose nigricante, tendo a


fricção papel etiológico importante. Ocorre escurecimento das faces mediais das
coxas e das axilas além do pescoço, sendo comum a concomitância de acrocórdons
e de obesidade. Nas regiões inguinocrurais é freqüente a presença de fungos.

Ainhum

Doença rara, de causa desconhecida, acomete particularmente indivíduos


negros. A lesão constitui-se de anel fibroso, que atinge, geralmente, o quinto
pododáctilo e, ao evoluir, produz sua eversão, aumento do volume, tornando-se a
superfície rugosa. Pode ocorrer amputação espontânea.

Enfermidades do cabelo e do couro cabeludo

As propriedades intrínsecas do “cabelo encarapinhado”, os cuidados e as


práticas culturais tornam as enfermidades do cabelo e do couro cabeludo mais
usuais na população negra. As queixas incluem cabelos quebradiços, prurido,
descamação, foliculites e alopecias.

A dermatite seborreica é processo crônico recorrente na população negra,


podendo interferir em outros processos. O uso rotineiro de xampus antiseborreicos e
de alisantes químicos ou térmicos seca a haste do cabelo, causando fragilidade.
Além disso, a tentativa de camuflar a descamação do couro cabeludo com
emolientes pode causar dermatite de contato irritativa. São recomendados
condicionadores e xampus antisseborréicos hidratantes.

A pseudofoliculite da barba (PFB), também conhecida como pili incarnati,


foliculite traumática da barba e sicose da barba, tem alta prevalência em negros, de
45% a 83%, sobretudo nos homens entre 14 e 25 anos. As mulheres são afetadas
no climatério, as hirsutas com menos idade. É inflamação causada pela estrutura do

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pelo e pela direção de seu crescimento, que curva para baixo e penetra na epiderme
(penetração extrafolicular) ou cresce dentro do folículo, perfura sua parede e penetra
na derme (penetração transfolicular). Acomete a face e o pescoço, mas processo
similar ocorre em certas áreas pilosas (no couro cabeludo, na axila, no púbis e nas
pernas) de indivíduos que depilam essas regiões. São lesões tipo papulopústulas
foliculares, eritematosas ou hiperpigmentadas, em que o pelo pode ser visto como
sulco linear, devido ao crescimento paralelo. As pústulas podem ser secundárias à
infecção, geralmente pelo Staphylococcus epidermidis. É possível a ocorrência de
hiperpigmentação pós-inflamatória e quelóides. O diagnóstico diferencial inclui
foliculite bacteriana ou traumática, acne vulgar, dermatofitose, impetigo e pápulas
sarcoídicas. O exame histopatológico mostra invaginação da epiderme, infiltrado
inflamatório neutrofílico, microabscessos, granulomas do tipo corpo estranho e
fibrose. A prevenção consiste em interromper a prática de se barbear, com lâminas
manuais, ou então utilizar barbeador elétrico ou cremes depilatórios; o pelo é
liberado em algumas semanas, por tensão natural ou massagens com água morna,
esponja e sabonete antibacteriano. O creme de eflornithine hydrochloride a 13.9%
(Vaniqa®) inibe seu crescimento. Os emolientes, a hidrocortisona 1% ou a ureia
10% diminuem a irritação após a depilação, e o emprego de anti-imicrobianos
tópicos diminui a flora bacteriana normal, que é fator agravante à inflamação. Os
retinoides, o ácido glicólico e o ácido salicílico, por uso tópico ou em esfoliações,
agem como queratolíticos e clareadores. A utilização sistêmica de antibióticos,
corticosteróides ou isotretinoína pode ser opção nos casos mais graves. A cura é a
destruição do pelo por eletrólise, laser ou remoção cirúrgica dos bulbos.

A acne queloideana da nuca, também conhecida como foliculite da nuca, é


enfermidade não tão frequente, afetando os indivíduos negros do sexo masculino e
sendo rara na mulher. A etiologia é desconhecida, mas parece que a inflamação é
também causada pela curvatura do pêlo seguida de sua penetração na derme.
Discute-se a existência da influência de fatores hereditários, autoimunes e
infecciosos. Manifesta-se por pápulas fibróticas e pústulas que coalescem formando
placas e nódulos firmes, localizados na nuca e região occipital. Essas lesões

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evoluem progressivamente para abscessos, queloides e alopecia permanente,
muitas vezes provocando seqüelas desfigurantes. O tratamento é igual ao da PFB.

A foliculite dissecante do couro cabeludo (folliculitis et perifolliculitis


abscedens et suffodiens) é quase exclusiva de indivíduos negros, afetando homens
jovens. Possível causa é a oclusão folicular e a reação granulomatosa à queratina.
Nódulos e abscessos dolorosos localizam-se no vértice e na região occipital. O
Staphylococcus aureus e bactérias do gênero Pseudomonas têm sido isolados da
secreção. A alopecia cicatricial e o queloide são seqüelas previsíveis. Pode-se
associar à acne conglobata e à hidrosadenite. O principal diagnóstico diferencial é
com o quérion, e trata-se com o emprego sistêmico de corticosteróide, dapsona ou
antibióticos. Zinco e ácido retinóico parecem exercer efeitos por diminuir a
ceratinização folicular. Os casos mais graves podem requerer drenagem, excisão
cirúrgica ou radioterapia.

Vários tipos de alopecias, especialmente as cicatriciais, acometem mulheres


negras. Além do lúpus eritematoso discóide e do líquen plano pilar, duas entidades
são frequentes: a alopecia de tração e a síndrome de degeneração folicular,
atribuídas a penteados (tranças apertadas, rabos-de-cavalo, adição de cabelo
artificial ou adornos) ou a produtos e equipamentos, como alisantes químicos,
secadores, processos térmicos, rolos e tinturas.

A alopecia de tração ocorre geralmente em mulheres negras, na linha frontal


e parietotemporal. Relaciona-se à tensão prolongada e à escassez de fibras
elásticas que ancoram os folículos pilosos na derme e produzem alopecias
irreversíveis.

A síndrome da degeneração folicular ou alopecia cicatricial centrífuga ocorre


no vértice e na região mediana do couro cabeludo, poupando a linha frontal. Piora
progressivamente. Observa-se diminuição ou ausência das aberturas foliculares no
couro cabeludo, que adquire aspecto brilhante. A histopatologia mostra inflamação
nos folículos pilosos. Além da redução da inflamação causada pela dermatite
seborréica, se presente, o tratamento tópico inclui o uso do minoxidil, de vitaminas,
da ablação a laser, de antibióticos, de antifúngicos e de corticosteróides. Nos casos

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graves, drogas sistêmicas, tais como os corticosteróides, a dapsona, a
hidroxicloroquina, a isotretinoína, a talidomida e o metotrexato, podem ser
empregadas.

ALGUMAS DERMATOSES POUCO FREQUENTES NA PELE NEGRA

Fotoenvelhecimento

O conteúdo de melanina e o padrão de dispersão dos melanossomas


ocasionam envelhecimento cutâneo mais tardio em indivíduos negros, que
costumam ter pele mais firme e mais lisa do que a de indivíduos brancos da mesma
idade. Os sinais de fotodano na pele mais pigmentada são a hiperpigmentação, a
despigmentação, os lentigos e as ceratoses seborreicas, sendo o enrugamento
aspecto tardio. As alterações histológicas, como dano do tecido colágeno e elástico,
aparecem em intensidade menor, mas, mesmo assim, recomenda-se fotoproteção
quando de exposição acentuada no trabalho ou no lazer.

Fotodermatoses

Na pele negra não se observa o eritema nas fotodermatoses. A queilite,


tanto aguda quanto crônica, é sinal da fotossensibilidade. Há susceptibilidade menor
às reações de fotossensibilidade a drogas e às reações fototóxicas; as reações
fotoalérgicas são mais graves. O lúpus eritematoso acomete qualquer cor de pele
em proporções semelhantes; as lesões discóides atróficas podem permitir a
expressão do eritema e são mais desfigurantes do que as observadas na pele
branca; as lesões subagudas e as agudas são hiperpigmentadas.

Neoplasias cutâneas

O câncer da pele é menos comum em indivíduos negros, pois o maior


conteúdo de melanina e o padrão de dispersão dos melanossomas são fatores de

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proteção para os efeitos carcinogênicos da luz solar. Portanto, a radiação solar
ultravioleta não é fator relevante para seu aparecimento, exceto no caso do
carcinoma basocelular (CBC), que se desenvolve mais em áreas expostas ao sol; a
ocorrência do carcinoma espinocelular (CEC) e do melanoma é maior nas áreas não
fotoexpostas. Os índices de morbidade e mortalidade são maiores em indivíduos
negros.

O CEC é o mais frequente, representando 30% dos cânceres em negros.


São fatores de risco os processos crônicos cicatriciais, a inflamação crônica, o
albinismo, as verrugas virais, a epidermodisplasia verruciforme, a imunodepressão e
os carcinógenos químicos, tais como o arsênico e o coaltar.

O CBC é o segundo câncer cutâneo em frequência na pele negra. Apenas


cerca de 1,8% dos casos de CBC ocorrem em indivíduos negros, sendo
característica clínica freqüente das lesões a pigmentação, presente em 50% dos
casos. Além da exposição à radiação ultravioleta, também são fatores de risco
possíveis outras irradiações, o albinismo, as cicatrizes, as úlceras, as infecções
crônicas, os nevos sebáceos, a ingestão de arsênico, a imunodepressão, o
xeroderma pigmentoso e os traumas. Suspeita-se que a presença de alterações na
imunidade e na vigilância tumoral possa ser fator etiológico importante para o CBC
em indivíduos negros, o que poderia aumentar também o risco do desenvolvimento
de malignidades não cutâneas simultâneas.

O melanoma é o terceiro, representando de 1% a 8% do total dos cânceres


cutâneos na população negra. É menos pigmentado e geralmente de localização
mucosa ou acral (nas palmas, nas plantas e no leito subungueal). Fatores de risco
incluem albinismo, cicatrizes de queimadura, radioterapia, traumas, imunodepressão
e lesões pigmentadas preexistentes (especialmente nas regiões acral e mucosa). A
história familiar não parece ser fator predisponente. É provável que outros fatores,
talvez imunológicos e ambientais, desempenhem papel no desenvolvimento do
melanoma em negros. As causas possíveis para o prognóstico pior incluem a
demora no diagnóstico, a presença freqüente de lesões primárias já mais espessas
e os tumores acrais intrinsecamente mais agressivos.

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No Brasil, a análise de dados das campanhas de prevenção ao câncer da
pele, promovidas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia de 1999 a 2005,
evidenciou 17.980 casos (8,7%) de diferentes tipos de câncer da pele em meio aos
205.869 indivíduos examinados. A proporção de câncer nos indivíduos negros foi de
5% (1,6% nos pretos e 3,4% nos pardos) contra 3,2% nos amarelos e 12,7% nos
brancos. Com relação ao melanoma, a heterogeneidade dos tipos de pele da
população brasileira torna sua epidemiologia variável, de acordo com a região
estudada. Além disso, levando-se em conta grupos sociais diferentes, um estudo
verificou que a freqüência de melanoma na casuística assistencial (maioria da
população brasileira) é significativamente maior em pacientes não brancos, em faixa
etária mais elevada, com percentagem alta de melanoma acrolentiginoso, enquanto
na casuística da clínica privada a doença predomina em indivíduos brancos, em
faixa etária não elevada, com pequena percentagem de melanoma acrolentiginoso.
Isso sugere que a epidemiologia do melanoma cutâneo no Brasil, em população
acima de 50 anos, pode ser decorrente da diferença racial e étnica em relação aos
países de população predominantemente branca.

---------- FIM DOMÓDULO IV ----------

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