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A verdade da facada

07/09/2018, 9 Comments

[Artigo para o público em geral]

Pascal tinha uma forma inteligente, porém falha, de acreditar nos milagres de
Jesus. Ele dizia: como que doze homens diferentes poderiam ter inventado os
mesmos milagres? E se a mentira tem perna curta, como eles puderam
combinar que iriam, ao longo dos anos, falar as mesmas coisas sobre Jesus?
Então, olhando essas possibilidades, Pascal dava crédito aos milagres de
Jesus.

A forma com que Pascal checava as verdades sobre Jesus não é ruim do
ponto de vista lógico. Mas, do ponto de vista do conteúdo e da história, são
furadas. A história de Jesus é oral, escrita por fontes de datas distintas, e com
pouquíssimos registros oficiais fora do próprio círculo cristão. A própria
existência de Jesus histórico e a crucificação carecem de informações que o
historiador crítico, atualmente, requisita.

E o homem foi à Lua? É verdade ou um grande plano teatral dos americanos?


E o Holocausto? Um plano diabólico dos próprios judeus para se tornarem
credores morais do mundo?

Quando os americanos e russos começaram a descobrir os campos de


concentração, exibiram fotos tiradas pelos próprios nazistas a respeito da
barbárie. Colocavam essas fotos em murais nas pequenas vilas alemãs,
inclusive para que os alemães descobrissem o destino de seus parentes.
Algumas pessoas olhavam e diziam: “é tudo fruto da invenção dos americanos,
eles são experts na indústria cinematográfica, nossos soldados não fizeram
isso!”.

O mesmo ocorreu na URSS quando os americanos pousaram na Lua. Muitos


órgãos do governo soviético soltaram boatos nas ruas de Moscou: “mais uma
vez a indústria cinematográfica, a ilha do faz de conta dos americanos, está
tentando enganar o mundo”. Na época, em 1969, vi a coisa acontecer, o passo
do homem na Lua. Estava no Rio de Janeiro com meu avô, vendo pela TV.
Voltando para interior, escutei dos caipiras sabichões: “tudo truque”. Quarenta
anos depois escuto gente falando “tudo truque”. Ou seja, caipira não aprende
com Pascal uma das regras para ver se algo é truque ou não: o número de
pessoas enganadas e, agora, o número de celulares enganados. Há as
possibilidades disso? Essa simples pergunta resolve 95% das dúvidas. Isso
sem contar a regra de ouro de Pascal: como combinar uma farsa tão grande
envolvendo tanta gente? Essa técnica não serviu bem para Pascal, mas serve
para nós, hoje, ao menos como ponto de partida para nos tirar de teorias
conspiratórias. Mas exige cabeças não muito entortadas!

Comecei com Pascal e não com caipiras emburrecidos. Mas, no meio disso,
citei os que não podiam ver por conta de cegueira patriótica e cegueira
ideológica – que é a mesma coisa, no fundo. Tudo isso faz com que pensemos,
usando um pouco de filosofia, sobre como há ou não possibilidade de darmos
crédito para uma grande teoria da conspiração. E eis que chegamos à facada
do Bolsonaro, o mito (!)

Para qualquer pessoa normal, acima dos doze anos de idade, não há como a
Rede Globo em associação com Bolsonaro (!) fabricar uma mentira do
tamanho da exigida para que a facada fosse falsa. É muita gente. Falta de
luvas em médico de hospital do interior, no Brasil, não é anormal. Falta de
sangue em facada, menos ainda. Hemorragia interna não faz a pessoa jogar
sangue. Dá para chegar sequinho em qualquer lugar. Qualquer pessoa normal
e inteligente sabe disso. Mas, apesar disso, há gente que parece ser inteligente
(não tanto quanto Pascal), que está postando na Internet sobre a “farsa da
facada”. Milhares de jornalistas no mundo todo sendo enganados, não é?
Inclusive os agentes especiais de espionagem americanos, ingleses e russos,
estariam sendo enganados. Todos! E o Bonner teria feito uma reunião com
centenas de empregados da Globo, e com as outras emissoras (!), para todos
confirmarem a mentira, não é assim? Reunião secreta, sem vazamentos, sem
celulares! O método de Pascal, se aplicado aqui, é infalível. O fato está aos
olhos de todos, não é história oral do passado. E com o raciocínio de uma
criança sadia de 12 anos, a teoria da conspiração se esvai fácil. Nesse caso,
Pascal serve para não deixar que tontos fiquem mais tontos!

O que faz então gente de esquerda, que até pouco tempo achávamos que
eram menos sujeitas às teorias da conspiração de caipiras e da direita,
começarem a ceder a uma tal estupidez? Bem, talvez seja gente igual ao Cabo
Daciolo e ao próprio esfaqueador, gente que vê o mistério da Maçonaria
dominando o mundo e que, um dia, ao escutar alguém do PSOL falar em
“revolução”, entrou no partido, mesmo sendo seguidor do analfabeto doido do
Olavo de Carvalho. Precisamos de tudo isso para entender essas pessoas que
acreditam em teoria da conspiração? Claro que não. Precisamos de menos que
isso. Precisamos, mesmo, apenas observar como que a ideologia age nos
miolos das pessoas. No nosso e no dos vizinhos – se ainda não estamos de
todo emburrecidos.

Vejam só que recentemente até mesmo uma pessoa inteligente, da linhagem


de Pascal, virou piada: Marilena Chauí dizendo por aí que Moro havia sido
treinado “pelos americanos” para vir destruir o PT e prender Lula. Lembram?
Também ela, em 2013, disse que as manifestações de rua eram de “alienados”
(sabichões adoram essa palavra), que estavam dominados pelos meios
eletrônicos. Lembram disso? Ela poderia ter dito assim: Moro fez cursos nos
Estados Unidos, ele tem uma visão de Direito que tem a ver com outra
realidade etc., mas ela não fez isso, ela realmente ligou Moro a atos de decisão
como no tempo em que ela, jovem, falava do “imperialismo ianque”, lá na rua
Maria Antônia dos anos 60. É na falta de nuances que percebemos o quanto
uma pessoa já não pensa.

Tudo indica que a busca da verdade, quando feita por gente obcecada, produz
pessoas cada vez mais distantes das verdades. É uma doença intrínseca à
própria verdade, dizia Nietzsche. É que quanto mais se busca a verdade, mais
existe a tendência de querer encontrar chaves teóricas de infalibilidade para se
ter êxito nessa perquirição. Sai-se da busca da verdade por aproximação e se
endossa a verdade que seria alcançada pela abrupta iluminação. Cresce então
o desejo de deter uma teoria que não deixe errar, que promova a iluminação.
Busca-se o Olho de Deus. E eis que a Teoria (etimologicamente theoria vem de
contemplação dos deuses o feito dos deuses), sendo assim, com tais
características de infalibilidade, só pode vir junto de ideologia. É típico da
ideologia dar a alguns homens os poderes dos deuses. Então, quando menos
se espera, só a ideologia está funcionando. E aí, de posse da ideologia, a
pessoa sabichona se acha superior aos outros. Pela primeira vez ela sente que
pode estar acima dos outros. Fica eufórica. Desse modo, ela se vê sabendo
mais que todos, se sente superior, e não pode mais ver com os olhos nus; só
pode ver com os olhos da ideologia, que, afinal, lhe dá esse novo status
perante seus colegas, família etc. (como quando alguém se torna pastor do
bairro ou “comunidade”). Ela imagina (ou busca imaginar) que não está sob
efeito de ideologia, e que tem a posse de uma doutrina metodológica para
destampar a caixa de verdades. Tudo o que outro não pode ver, ela vê! Tudo
que só ela, agora, vê! E se o que ela vê é a industria cinematográfica “dos
americanos” funcionando, ela está a um passo de ver algo parecido também
fazendo das suas. O que é parecido com Hollywood no Brasil senão a Rede
Globo? Pronto! Tá feito a mística. A petezada adora isso, e vai de embrulho
nessa forma capenga-religiosa de pensar. Muitos da esquerda, então, vão por
essa via. E eis que a direita e os caipiras saem de cena para deixar a esquerda
doentia subir no tablado. Cada um tem seu direito de ficar doido!

E isso é até vantajoso, para o sentimento dessa gente de esquerda de cérebro


de percevejo! Pois se Bolsonaro estava roubando da esquerda endoidada e
emburrecida o monopólio de xingar a Rede Globo, a facada vista como farsa
pode reacender as bobagens e voltar a colocar tudo nos eixos. Gente como
Marilena Chauí pode respirar: PT versus Rede Globo + Direita = vida normal.
Só isso vale. Qualquer outro arranjo não encaixa. Essa é a equação que o
esquerdista entende. A cabecinha dessa gente de esquerda acaba ficando a
mesma que a do Cabo Daciolo.

São todos, os que inventam teorias da conspiração, iguais ao personagem de


De Niro em “Taxi Driver”, e são todos parecidos com o Cabo Daciolo e com o
próprio esfaqueador de Bolsonaro. Em parte, parecidos com o Bolsonaro!
Estes fanáticos agem em nome de Deus. Os que propagam a teoria da
conspiração também. Deus vive dando ordens para gente assim, dos dois
tipos, que, afinal, são um tipo só. Deus adora essa gente, tanto é que fala com
eles diretamente!

No meio disso, só uma coisa vale, a graça do bonequinho “pula pirata” que
lembra aos bolsonaristas que o que salvou Bolsonaro foi o estatuto de
desarmamento. Caso não existisse esse estatuto, o esfaqueador seria atirador.
Será que Bolsonaro vai aprender a lição? Gostaria que sim, mas duvido.
Embora a barriga dele seja mole, a cabeça dele é dura.

Paulo Ghiraldelli Jr., 61, filósofo.

Pode JAIR se acostumando com facada?

06/09/2018, 1 Comment

[Artigo para o público em geral]

Expliquei durante três dias, com várias técnicas didáticas, para a Janaína
Paschoal, que ter uma arma em casa ou na cintura não evita assaltos,
assassinatos etc. População armada não diminui a violência, ao contrário,
aumenta. Todas as estatísticas mundiais mostram isso. Mas não lancei mão de
estatísticas, relatei para ela como que um ataque pessoal ocorre, como a
iniciativa sempre leva vantagem. Ela não entendeu. A cabeça dela se perdeu
para a cabeça do Bolsonaro. Ele também não entende.

Como não entenderam com meus exemplos, talvez agora, com a ajuda do
áudio-visual da Rede Globo, mostrando o Bolsonaro sendo esfaqueado, talvez
aprendam. Realmente foi mão de Deus! Mão de Deus no sentido de tentar
ensinar o que tentei ensinar com exemplos falados. Mas o recurso áudio visual,
para os de cabeça dura, é melhor né? Bolsonaro tinha cinco policiais militares
ali do lado dele, colados nele, todos armados. O mineiro maluco, insuflado pela
própria violência verbal de Bolsonaro, furou o deputado. Os armados evitaram?
Não! Evitariam? Não, fica claro isso no vídeo.

Espero que Bolsonaro saia dessa. Espero que ele continue exercendo seu
fascismo, mas que seu fascismo não chegue à presidência. Mas, agora, talvez
o fascismo dele consiga ser aplainado, diminuído em estupidez, deixado num
nível aceitável para que ele viva entre nós. Há espaço para a direita. Para a
extrema-direita. Mas não pode haver espaço para a burrice de quem não
entende nem vendo audio-visual. Se agora ele e Janaína, e outros defensores
de armas na cintura, não aprenderem agora, não olharem o vídeo e notarem
que ninguém é super herói diante da iniciativa do agressor, aí eu desisto. Terei
de aprovar e selar a teoria de que existe o burro, e que o burro é de direita.

Paulo Ghiraldelli Jr., 61, filósofo.

Maconheirinho de Humanas? Abortista feminista?

16/08/2018, 2 Comments

[Artigo para o público em geral]

“Ah, é esse pessoal de Humanas é tudo maconheiro”. Em quarenta anos de


magistério na filosofia e áreas correlatas, tive excelentes alunos. Todos meus
bons alunos condenavam a maconha. Eles sabiam que se tornavam
improdutivos com aquilo. Mas tive muitos alunos que, mesmo já formados, eu
os encontrei na rua, como indigentes, por conta das drogas. E não pensem que
foi só pela maconha a longo prazo ou a cocaína ou coisa ainda pior. A droga
legal chamada “bebida” ceifou futuros promissores.

Tive alunas que estragaram bem seus corpos, suas vidas, se consumindo em
abortos. E sei daquelas que tentaram abortos e tiveram filhos com defeitos
físicos e mentais. Sei das que consumiram drogas e tiveram filhos, e foram
infelizes. Deveriam ter abortado, pois não podiam ser mães. Eram drogadas.
Foram mães drogadas e levaram os filhos para a droga e para a prisão.
Desgraça de estudante é o que não falta na caixa de lembranças de um velho
professor que nunca deixou de saber que tinha alunos humanos, e não apenas
“matéria para dar”. Dos anos 70 até pouco tempo atrás … muita história.

Com tudo isso nas costas, na memória, na retina, sei perfeitamente que a
melhor solução para o “problema das drogas” é um escalonamento de
liberalização. Vale o mesmo para o aborto. Ou descriminalizamos certas
práticas ou perdemos completamente o controle disso e, então, aquilo que é
um problema grande deixa de ser um problema grande setorizado para ser um
problema universal. Onde as drogas foram liberadas de maneira racional, há
maior controle e gasto menor nos hospitais e com a polícia. A mesma coisa
vale para o aborto. Sem contar que, em ambos os casos, as mortes diminuem
(bom, eu sei que em termos metafísicos religiosos que um célula fecundada
tem o mesmo valor da vida de uma mulher adulta, mas estou falando em
termos sociais, econômicos e políticos, não em termos de purezafilosófica).

Nenhum sociedade registrada na história, que eu saiba, viveu sem droga e sem
aborto. Aliás, cá entre nós, conhecemos muitas sociedades que praticaram o
infanticídio, e praticariam o aborto se pudessem ver os fetos com defeitos. A
sobrevivência coletiva é sempre uma preocupação que cabe por detrás das
nucas dos indivíduos, fazendo a vontade da espécie. Vale a mesma regra para
as drogas. E em ambos os casos, os motivos religiosos deram as regras
morais e as justificativas ontológicas para que se pudesse seguir em transe e
seguir em abortos. A modernidade interrompeu esse ciclo.

Na modernidade pudemos começar a pensar em duas coisas impensáveis até


para o mais exímio dos futurólogos medievais. Os modernos deram ao mundo
“condições de mimo” bem maiores (Sloterdijk), ampliaram de modo inaudito a
“missão civilizadora do capital” (Marx), e puderam falar em diminuir o aborto e,
de certo modo, até torná-lo crime, para em seguida pedir a descriminalização.
A modernidade eliminou a religião em seus rituais de fé autêntica e, portanto,
jogou as drogas associadas ao rito para uma associação com movimentos
liberatórios (anos sessenta) e para as baladas (a partir dos anos 70) e, agora,
ao trabalho para uns e à perda de melhores vínculos sociais para outros, cada
um na sua “curtição” ou desespero individual. Também aqui veio a proibição e,
em seguida, a tentativa de descriminalização.

As razões fortes, objetivas, para aborto e droga, na modernidade,


desapareceram. Mas aborto e droga continuaram a existir por outras razões, a
ponto de se tornarem ilegais, uma vez que as tais novas razões para suas
práticas não convenceram todos. Saiu a religião, entrou o “desencantamento”
(Weber) e a busca de sentido para a vida de um modo setorizado e subjetivo.
Mas agora, começamos a compreender que cada um deve ser livre nessa
busca de sentido da vida, já que isso se tornou algo subjetivo, que é posto ou
procurado por cada um, e não mais dado objetivamente por um conjunto de
crenças que faz o Cosmos ou Deus ou a Natureza ter regras teleológicas
também para os humanos. O liberalismo prega o individualismo, e se ele é
hegemônico, então que sejamos indivíduos (como Calligaris gosta tanto) até na
busca de sentido para a vida, e portanto devemos ser livres para o consumo
(regrado de drogas variadas) e para o aborto (regrado para casos variados).
Não faz sentido sermos indivíduos em tudo, assinarmos uma carta de proteção
a direitos individuais, sermos privatistas em variados graus e, no entanto, não
privatizarmos nossas gargantas, narizes e nossos úteros. Para negar esses
direitos aos indivíduos teríamos que negar o liberalismo. Não estamos
dispostos a fazer isso hoje em dia. A democracia liberal, a sociedade de
mercado transformada em sociedade de consumo (consumo para si, sem
inveja), e a tecnologia estão aí fortes e ninguém as quer eliminar. Ninguém
sabe o que se colocaria no lugar.

Volto então aos alunos. Meus alunos de Humanas nunca foram mais drogados
que alunos (às vezes meus também) dos cursos de medicina e dos cursos de
engenharia. Aliás, em termos de números, os médicos sempre estiveram na
frente, e os engenheiros sempre estiveram em segundo lugar, no consumo de
drogas. As pessoas não notam isso, e notam os de “Humanas”, porque estes
são os que não escondem o consumo. São os que se encaixam nos
esteriótipos vindos dos Sixties. Mas quem conhece o que é um drogado e cai à
noite em um hospital com residentes, logo desconfia que talvez seja melhor
voltar para casa do que ficar em enfrentar o carinha ali, de branco,
completamente chapado. Quem vai numa festa de curso de Engenharia nunca
mais se sente seguro dentro de qualquer coisa arquitetônica da cidade.

Aborto? A mesma coisa. As mesmas meninas dos cursos de medicina, direito


ou qualquer outro “curso de rico”, que gritam contra feministas, exatamente
para se fazerem mais atrativas para pais e namorados fazendeiros, são as que
fazem mais abortos. Aliás, são os ricos que sustentam as clínicas clandestinas.
Os pobres se submetem a autoperfuração e morrem aos borbotões. E isso é
algo ocorre bem dentro das universidades e arredores. E às vezes tais
arredores dão bem mais arredores que imaginamos.

O “maconheiro de Humanas” e a “abortista feminista” são esteriótipos


alimentados por colunistas de jornal e militantes políticos cujo objetivo é duplo:
primeiro, manter a ideia de que aborto é droga é algo de um grupo específico,
que não tem necessidade para tal, atua por perversão; segundo, manter as
Humanidades na mira, exatamente porque os conservadores, até quando eles
próprios possuem diplomas nessas áreas, queriam na verdade serem médicos
ou outras coisas. São pessoas que se sentem fracassadas por não term se
formado no que se formaram.

Faço o elogio das Humanidades. Devo fazer. Sou filósofo por única e exclusiva
opção, não por frustração de não ter sido outra coisa.

Paulo Ghiraldelli Jr., 60, filósofo.

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