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As equações diferenciais são o suporte matemático para muitas áreas da Ciência e da Engenharia.
1.1 Definições
Nesta seção serão apresentados conceitos básicos sobre o assunto que será desenvolvido no decorrer do
bimestre.
É uma equação que contém as derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis dependentes, em
relação a uma ou mais variáveis independentes.
As equações diferenciais são classificadas de acordo com o tipo, a ordem e a linearidade.
Se uma equação contém somente derivadas ordinárias de uma ou mais variáveis dependentes com
relação a uma única variável independente, ela é chamada de equação diferencial ordinária (EDO).
Uma equação que envolve as derivadas parciais de uma ou mais variáveis dependentes de duas ou mais
variáveis independentes é chamada de equação diferencial parcial (EDP).
Exemplo 1: Classifique a seguintes equações diferenciais pelo tipo, escreva EDO para as equações diferenciais
ordinárias ou EDP para as equações diferenciais parciais.
u v 2 u 2 u u
c) x y dx 5 ydy 0
dy
a) 4y 1 b) d)
dt y x x 2 t 2 t
A ordem da derivada de maior ordem em uma equação diferencial é, por definição, a ordem da
3
d2y dy
equação diferencial. Por exemplo, 3 6 y senx é uma equação diferencial ordinária de segunda
dt 2 dt
4u 2u
ordem. A equação b
2
0 é uma equação diferencial parcial de quarta ordem.
x 4 t 2
Uma equação diferencial é chamada de linear quando pode ser escrita na forma:
dny d n 1 y
a n x n a n 1 x n 1 ... a1 x a0 x y g x .
dy
dx dx dx
a) A variável dependente y e todas as suas derivadas são do primeiro grau; a potência de cada termo envolvendo
y é 1.
b) Cada coeficiente depende apenas da variável independente x.
2
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Exemplo 2: Marque com um X as equações diferenciais lineares:
d3y 2
2 d y dy
a) xdy ydx 0 b) y ' '2 y ' y 0 c) x 3 3
x 2
2 x 6 y senx
dx dx dx
d3y
d) yy' '2 y ' y x e) 3
y2 0
dx
Qualquer função definida em algum intervalo I, que quando substituída na equação diferencial, reduz a
equação a uma identidade, é chamada de solução para a equação no intervalo.
dy x4
a) EDO: xy1 / 2 FUNÇÃO: y b) EDO: y' '2 y' y 0 FUNÇÃO: y xe x
dx 16
Uma solução para uma EDO que pode ser escrita na forma y=f(x) é chamada de solução explícita. Por
x4 dy
exemplo, y é uma solução explícita de xy1 / 2 0 . Dizemos que uma relação G(x,y)=0 é uma
16 dx
solução implícita de uma EDO em um intervalo I, se ela define uma ou mais soluções explícitas em I.
Exemplo 4: Mostre que para 2<x<2, a relação x 2 y 2 4 0 é uma solução implícita para a equação
dy x
diferencial .
dx y
c dy
Exemplo 5: Para qualquer valor de c, mostre que y 1 é uma solução de x y 1.
x dx
Observação: As funções y=ex, y=e-x, y=c1 ex, y=c2 e-x e y=c1 ex+c2 e-x são todas soluções da EDO linear de
segunda ordem y ' ' y 0 .
Uma solução para uma equação diferencial que não depende de parâmetros arbitrários é chamada de
solução particular.
Por exemplo, pode-se verificar que y=c ex é uma família a um parâmetro de soluções para a equação de
dy
primeira ordem y . Para c=0, 2 e 5, obtemos as soluções particulares y=0, y=2 ex e y=5 ex,
dx
respectivamente.
Às vezes, uma equação diferencial possui uma solução que não pode ser obtida com a especificação dos
parâmetros em uma família de soluções. Tal solução é chamada de solução singular.
3
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1.1.9 Campo de Direções
f x, y onde
dy
Campos de direções são ferramentas no estudo de equações diferenciais da forma
dx
f é uma função dada de duas variáveis x e y . Um campo de direções útil para equações dessa forma
pode ser construído calculando-se f em cada ponto de uma malha retangular de pontos do plano xy . Então,
em cada ponto da malha, desenha-se um pequeno segmento de reta cujo coeficiente angular é o valor da função
f naquele ponto. Dessa forma, cada segmento de reta é tangente ao gráfico de uma solução contendo aquele
ponto. Um campo de direções razoavelmente fino fornece uma boa idéia do comportamento global das soluções
de uma equação diferencial. Para obter o campo de direções não é necessário resolver a equação diferencial,
basta calcular a função f dada muitas vezes. Os gráficos abaixo mostram o campo de direções correspondente
dy
à x2 .
dx
Exercícios
1. Classifique as equações diferenciais lineares e não-lineares. Escreva também a ordem de cada equação:
dy
a) 2 y ' y 0, y e x / 2 b) y '4 y 32, y 8 c) 2 y e 3 x , y e 3 x 10e 2 x
dx
d) y' xy' y, y x 1
1
e) y ' y 1, y x ln x, x 0
3
3. Encontre o valor de m para que y=xm seja uma solução para a equação diferencial x 2 y ' ' y 0 .
Lista I
Introdução às Equações Diferenciais
1. Coloque V ou F, conforme a função dada seja ou não solução da equação diferencial ordinária indicada:
4
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f x, y sujeita à
dy
Estamos interessados na resolução da equação diferencial de primeira ordem:
dx
condição inicial y x0 y 0 , em que x0 é um número no intervalo I e y 0 é um número real arbitrário.
O problema:
f x, y sujeito a y x0 y 0 é chamado de problema de valor inicial. Em termos
dy
Resolva:
dx
geométricos, procura-se uma solução para a equação diferencial, definida em algum intervalo I tal que o gráfico
da solução passe por um ponto x 0 , y 0 determinado inicialmente.
dy g x
Uma equação diferencial da forma é chamada separável ou tem variáveis separáveis.
dx h y
h y dy g x dx
h y dy c g xdx c
1 2
h y dy g xdx c c 2 1
h y dy g xdx c
onde c é uma constante arbitrária.
b) 1 x dy ydx 0
dy
Exemplo 1: Resolva: a) 1 e2x c) xe y senxdx ydy 0
dx
dy x
Exemplo 2: Resolva o problema de valor inicial: , y(4)=3.
dx y
Observação: Não há necessidade de tentar resolver y como função de x em uma expressão que representa uma
família de soluções.
Exercícios
dy y 1
sen5 x x 1
dy dy
2
a) b) c) xy’=4y d)
dx dx dx x
dx y 1
2
e) y lnx k Q 70
dy dQ
f) e
x
2x g) 2y(x+1)dy=xdx h)
dy x dx dt
i) 2
dy 1 2 x
dx y y
j) x x
dy
dx
y y
5
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a) 1 e y senxdx 1 cos x dy , y(0)=0 b) ydy 4 x y 2 1dx , y(0)=1 c) y’+2y=1, y(0)=-5/2
Respostas
1.
cos5 x x 1 C
3
a) yx C b) y x c) y x Cx 4 d) y x Cx 1
5 3
x3 x3 y 2
e) ln x 2 y ln y C f) yx 2 xe x 2e x C g) y 2 x ln x 1 C
3 9 2
h) Qt 70 Ae kt i) y 2 x 2 x C
j) y k 1 x 1 2
2. a) 1 cosx 1 e y 4
b) y 2 1 2 x 2 2
2
c) x
1 3
2x
2 e
Uma função f satisfaz f(tx, ty)= tn f(x, y) para algum número real n, então dizemos que f é uma função
homogênea de grau n.
Uma equação diferencial da forma M x, y dx N x, y dy 0 é chamada homogênea se ambos os
coeficientes M e N são funções homogêneas do mesmo grau.
Uma equação diferencial homogênea M x, y dx N x, y dy 0 pode ser resolvida por meio de uma
substituição algébrica. Especificamente, a substituição y=ux ou x=vy em que u e v são novas variáveis
independentes transformará a equação em equação diferencial de primeira ordem separável.
Exemplo 4: Resolva:
a) x 2 y 2 dx x 2 xy dy 0
b) 2 xy y dx xdy 0
dy
Exemplo 5: Resolva o problema de valor inicial x y xe y / x , y(1)=1.
dx
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Exercícios
a) x y dx xdy 0
b) y 2 yx dx x 2 dy 0 c)
dy y x 2
1 d)
dy y y
ln
dx x y 2 dx x x
a) xy 2
dy
dx
y 3 x 3 , y(1)=2
d) x 2 2 y 2 dx xydy , y(1)=1
3
8 x2 2 y y 1 y
2
1
a) y 3x ln x b) 2 1 ln y 1 c) ln x 4 ln 1 d) ln x ln 1 ln 2
3
3 y x x 2 x 2
x2 1
e) ln x
y2 2
2.4.1 Definição
Uma equação diferencial M x, y dx N x, y dy 0 é uma equação diferencial exata em uma região R
do plano xy se ela corresponde à diferencial total de alguma função f(x,y). Uma equação diferencial da forma
M x, y dx N x, y dy 0 é chamada de exata se a expressão do lado esquerdo for uma diferencial exata.
Sejam M x, y e N x, y funções contínuas com derivadas parciais contínuas em uma região
retangular R definida por a<x<b, c<x<d. Então, uma condição necessária e suficiente para que
M N
M x, y dx N x, y dy seja uma diferencial exata é que .
y x
f f
Supondo z f x, y , então dz dx dy , se f x, y C , então dz 0 , ou seja,
x y
f f f f
dz dx dy 0 . Fazendo M e N . As derivadas cruzadas iguais produzem que
x y x y
M N
.
y x
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M N
1) Mostre que . (2)
y x
f
2) Suponha que M x, y . Encontre f integrando M x, y com relação a x, considerando y
x
constante:
f x, y M x, y dx g y (4)
onde g y é uma constante de integração.
f
3) Derive a expressão de f x, y com relação a y e supondo N x, y :
y
f
M x, y dx g ' y N x, y
y y
(5)
Assim, g ' y N x, y M x, y dx .
y
(6)
Exemplo 6: Resolva: a) 2 xydx x 2 1 dy 0
b) e 2 y y cos xy dx 2 xe 2 y x cos xy 2 y dy 0
Exemplo 7: Resolva o problema de valor inicial: cos x senx xy 2 dx y 1 x 2 dy 0 , y(0)=2.
Exercícios
1. Verifique se a equação dada é exata. Se for, resolva-a:
a) 2 x 1dx 3 y 7dy 0
b) 5 x 4 y dx 4 x 8 y 3 dy 0
y 2x x
dx 1 ln x dy
2
c) 1 ln x d) dx 2 dy 0
x y y
2. Resolva os problemas de valor inicial dados abaixo:
a) x y dx 2 xy x 2 1 dy 0, y1 1
2
c) e x y dx 2 x ye y dy 0, y 0 1
b) 4 y 2 x 5dx 6 y 4 x 1dy 0, y 1 2 3y 2 x2 dy
4 0, y 1 1
x
d)
y5 dx 2 y
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3y 2 5x 2 x2
1. a) x 2 x 7y c b) 4 xy 2y4 c c) x ln x y ln x y c d) c
2 2 y
2. a) x 3 3x 2 y 3xy2 3 y 4 b) 4 xy x 2 5 x 3 y 2 y 8 c) e x xy 2 y ye y e y 3
x2 6
d) 4
2 50 3. k 1
y y
2.5.1 Definição
dny d n 1 y d n2 y
a n x ... a1 x a 0 x y g x ,
dy
n
a n 1 x n 1
a n2 x n2
dx dx dx dx
onde todos os coeficientes são funções de x somente e que todas as suas derivadas são elevadas à primeira
potência.
Dividindo pelo coeficiente a1 x , obtemos uma forma mais útil de uma equação linear de primeira
ordem:
Px y f x .
dy
(1)
dx
Equações diferenciais lineares têm a propriedade através da qual podemos sempre encontrar uma função
(x) em que:
xdy xPxy f xdx 0 (3)
é uma equação diferencial exata.
Esta equação é exata se x x Px y f x (4)
x y
d
P x .
dx
d
Então, P x dx
ln Px dx (5)
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x e P x dx (6)
a) x
dy
dx
4 y x 6e x b)
dy
dx
3y 0
c) x 2 9 dy
dx
xy 0
2 xy x, y 0 3 .
dy
Exemplo 9: Resolva o problema de valor inicial
dx
Exercícios
1) Encontre a solução geral para cada equação diferencial dada. Especifique um intervalo no qual a solução
geral é definida.
3 x 1 y e 3 x
dy dy dy
a) 5y c) cos x ysenx 1 e) x
dx dx dx
dy
b) y e3x d) xy'2 y e x ln x
dx
a) y ' 2 y x e 3 x e 2 x , y 0 2 b) x 1
dy
dx
y ln x, y 1 10
c) senx cosx y 0, y 1
dy
dx 2
Respostas
e 3x
1. a) y x Ce 5 x b) y x
Ce x c) y( x) sen( x) C cos( x)
4
ex ex 1
d) yx 2 ln x 2 e) yx e 3 x
1 C C 3 x
e
x x 2 4 x x
x 2 2x x ln x x 21
2. a) y x xe 3 x e 3 x e 3e 2 x b) yx c) y( x) cos ec( x)
2 x 1
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Lista II
Equações Diferenciais de Primeira Ordem
1. As seguintes equações diferenciais são apresentadas na forma normal e na forma diferencial. Classifique-as
em linear ou não linear (L ou NL), a variáveis separáveis ou não (VS ou NVS), exatas ou não (E ou NE) ou
homogêneas ou não (H ou NH):
b) y ' xy xdx
1
dy 0 d) y'
xy 2
xy 2 dx x 2 y y 3 dy 0
y x2 y y3
c) 1 e yy' e
x x
f) x 2 y 2 dx 2 xydy 0 i) y ln xdx 2 ydy 0
a) x 2 y ' y xy y 1 1
dy
cosx 2 xy y y senx y0 1
1
b)
1 y
2
dx
Respostas
y2 A
sen2 x cos2 x Ce7 x
7 2
e) y f) 1 g) y ln C e x
53 53 x2 x
y3 x2
h) C i) y
1
x ln x x C
3 2 2
3. a) Exata y Cx 3 b) Exata, x 2 yx y 2 C
4. k 10
1
1
x
b) y 2 x cosx arctg y
e
5. a) y
x 4
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3 APLICAÇÕES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM
Exemplo 1: Sabe-se que uma cultura de bactérias cresce a uma taxa proporcional à quantidade presente. Após
uma hora, observamos 1.000 núcleos de bactérias na cultura, e após 4 horas, 3.000 núcleos. Determine:
a) uma expressão para o número de núcleos presentes na cultura no tempo arbitrário t;
b) o número de núcleos inicialmente existentes na cultura;
c) o número de núcleos existentes na cultura após 6 horas.
A lei de variação de temperatura de Newton afirma que a taxa de variação de temperatura de um corpo
é proporcional à diferença de temperatura entre o corpo e o meio ambiente. Seja T a temperatura do corpo e Tm a
dT
temperatura do meio ambiente. Então a variação de temperatura do corpo é , e a lei de Newton relativa à
dt
k T Tm , onde k é uma constante positiva de
dT
variação de temperatura pode ser formulada como:
dt
proporcionalidade.
Exemplo 2: Coloca-se uma barra de metal à temperatura de 100ºF em um ambiente com temperatura constante
de 0ºF. Se, após 20 minutos a temperatura da barra é de 50ºF, determine:
a) uma expressão para a temperatura da barra em função do tempo;
b) o tempo necessário para a barra chegar à temperatura de 25ºF;
c) a temperatura da barra após 10 minutos.
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3.3 Circuitos Elétricos
Uma força eletromotriz produz uma voltagem E(t) volts e uma corrente I em ampères em um tempo t.
O circuito também contém um resistor com uma resistência R ohms e um indutor com indutância L henries.
Pela lei de Ohm, a queda de voltagem no resistor é RI e pelas leis de Kirchoff:
dI
L RI E .
dt
A equação básica que rege a quantidade de corrente I (em ampères) em um circuito simples do tipo RL
consistindo de uma resistência R (em ohms), um indutor L (em Henries) e uma força eletromotriz E (dada em
volts) é:
dI R E
I .
dt L L
Para um circuito RC consistindo de um resistência, um capacitor C (em farads), uma força
eletromotriz, e sem indutância, a equação que rege a quantidade de carga elétrica q (em coulombs) no capacitor
é:
dq 1 E
q .
dt RC R
dq
A relação entre q e I é: I .
dt
Observação:
Dispositivo Grandeza Queda de Voltagem
Indutor Indutância (L) di
L
dt
Resistor Resistência (R) Ri
Exemplo 3: Um circuito RL tem fem de 5 volts, resistência de 50ohms e indutância de 1 henry. A corrente
inicial é zero. Determine uma expressão para a corrente no circuito no instante t.
Exemplo 4: Um circuito RC tem fem (em volts) dada por 400 cos(2t), resistência de 100ohms e capacitância de
10-2 farad. Inicialmente não existe carga no capacitor. Determine uma expressão para a corrente no circuito no
instante t.
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Exercícios
1. Um corpo à temperatura de 50ºF é colocado ao ar livre, onde a temperatura ambiente é de 100ºF. Se, após 5
minutos a temperatura do corpo é de 60ºF, determine:
a) uma expressão para a temperatura da barra em função do tempo;
b) o tempo necessário para a temperatura do corpo chegar a 75ºF;
c) a temperatura da barra após 20 minutos.
2. Coloca-se um corpo com temperatura desconhecida em um quarto à temperatura constante de 30ºF. Se, após
10 minutos, a temperatura do corpo é de 0ºF e após 20 minutos é de 15ºF, determine:
a) a temperatura inicial;
b) uma expressão para a temperatura da barra em função do tempo.
3. Sabe-se que a população de determinado estado cresce a uma taxa proporcional ao número de habitantes
existentes. Se, após 2 anos a população é o dobro da inicial, e após três anos é de 20.000 habitantes,
determine:
a) população inicial;
b) uma expressão para o número de habitantes em função do tempo.
4. Um circuito RC tem fem de 5 volts, resistência de 10 ohms, capacitância de 10 -2 farad e inicialmente uma
carga de 5 coulombs no capacitor. Determine:
a) uma expressão para a corrente no circuito no instante t;
b) a corrente estacionária.
5. Um circuito RL sem fonte de fem tem corrente inicial I0. Determine uma expressão para a corrente no
circuito no instante t.
6. Um circuito RL tem fem de 4 sen(t) volts, resistência de 100 ohms e indutância de 4 henries. A corrente
inicial é zero. Determine uma expressão para a corrente no circuito no instante t.
7. Em uma certa reação química um composto C decompõe-se a uma taxa proporcional à quantidade de C que
permanece. Sabe-se por experiências que 8g de C diminuem para 4g em duas horas. Determine:
Respostas
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Lista III
Aplicações de Equações Diferenciais de Primeira Ordem
1. Sabe-se que a população de uma certa comunidade cresce a uma taxa proporcional ao número de pessoas
presentes em qualquer instante. Se a população duplicou em 5 anos, quando ela triplicará? Quando ela
quadruplicará?
2. Inicialmente, havia 100 miligramas de uma substância radiativa presente. Após 6 horas, a massa diminui
3%. Se a taxa de decrescimento é proporcional à quantidade de substância presente em qualquer tempo,
encontre a quantidade remanescente após 24 horas.
3. Quando a capitalização é feita de maneira contínua, a quantidade de dinheiro S aumenta a uma taxa
proporcional à quantidade presente em qualquer tempo: dS/dt=rS, em que r é a taxa anual de juros.
a) Encontre a quantidade de dinheiro acumulado no final de 5 anos, quando R$ 5.000,00 são depositados
em uma poupança com taxa anual de juros de 5,75% e capitalização contínua.
b) Em quantos a quantia inicial depositada duplicará?
4. Um termômetro é retirado de dentro de uma sala e colocado do lado de fora em que a temperatura é de 5°C.
Após 1 minuto, o termômetro marcava 20°C; após 5 minutos, 10°C. Qual a temperatura inicial que o
termômetro estava marcando?
5. Uma força eletromotriz (fem) de 30 volts é aplicada a um circuito em série LR no qual a indutância é de 0,5
henry e a resistência, 50 ohms. Se i(0)=0, determine a corrente i(t).
6. Quando o esquecimento é levado em conta, a taxa de memorização de uma pessoa dada por:
k1 M A k 2 A,
dA
dt
em que k1>0, k2>0, A(t) é a quantidade de material memorizada no instante t, M é a quantidade total a ser
memorizada e MA é a quantidade restante a ser memorizada. Encontre A(t), supondo que A(0)=0. Calcule o
valor limite de A quando t.
dE 1
E , t1 t t 2
dt RC
Respostas
1. Para triplicar: 7,9 anos; para quadruplicar: 10 anos. 2. 88,5 3. a) R$6.665,45 b) 12 anos
4. 24,75ºC
t1 t
5. I (t )
6
10
1 e 100t 6. At
k1 k 2
k1 M k2 k1 t
e 1 kM
lim A(t ) 1
t k1 k 2
7. I (t ) E 0 e RC
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dny d n 1 y d n2 y
a n x ... a1 x a 0 x y g x ,
dy
n
a n 1 x n 1
a n2 x n2
dx dx dx dx
sujeita às condições y x0 y0 , y ' x0 y ' 0 , ..., y n1 x0 y0n1 em que y 0 , y ' 0 , ..., y0n 1 são constantes
arbitrárias, é chamado de problema de valor inicial.
Os valores y x0 y 0 , y ' x0 y ' 0 , ..., y n1 x0 y0n1 são chamados de condições iniciais.
Nosso objetivo é encontrar uma solução em algum intervalo I contendo x 0 .
Por exemplo, para a equação linear de segunda ordem, uma solução para o problema de valor inicial:
d2y
2
a x 2
a1 x a 0 x y g x
dy
dx dx
y x0 y 0
y ' x0 y ' 0
é uma função que satisfaça à equação diferencial em I cujo gráfico passa pelo ponto x 0 , y 0 com inclinação
y '0 .
O problema que consiste em resolver uma equação diferencial de ordem 2 ou maior na qual a variável
dependente y ou suas derivadas são especificadas em pontos diferentes é chamado de problema de contorno.
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d2y
2 dx2 a1 x dx a0 x y g x
dy
a x
Por exemplo, o problema y a y0 é um problema de contorno.
y b y1
A solução para o problema dado é uma função que satisfaça à equação diferencial em algum intervalo
I contendo a e b e cujo gráfico passa pelos pontos a, y 0 e b, y1 .
dny d n 1 y d n2 y
a n x ... a1 x a 0 x y g x
dy
n
a n 1 x n 1
a n2 x n2
dx dx dx dx
Sejam y1, y2,..., yk soluções para a equação diferencial ordinária linear de n-ésima ordem homogênea
em um intervalo I. Então a combinação linear:
y c1 y1 x c 2 y 2 x ... c k y k x
em que os valores ci, i=1, 2, ..., k são constantes arbitrárias, é também uma solução no intervalo.
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4.3.3 Corolários
Exemplo 4: Dada a equação diferencial x 3 y ' ' '2 xy'4 y 0 , sabendo que y x 2 e y x 2 ln x são soluções
da equação no intervalo (0,), sua combinação linear também é solução da equação?
Sejam y1, y2,..., yn n soluções linearmente independentes para a equação diferencial linear homogênea
de n-ésima ordem em um intervalo I. A solução geral para a equação no intervalo é definida por:
y c1 y1 x c 2 y 2 x ... c n y n x ,
Procuramos determinar se existem soluções exponenciais em (, ) para equação de ordem maior
que 1 como:
an y n an1 y n1 an2 y n2 ... a2 y' 'a1 y'a0 y 0 (1)
em que os ai, i =0, 1, 2, ..., n são constantes. O fato surpreendente é que todas as soluções para (1) são funções
exponenciais ou construídas a partir de funções exponenciais.
ay' 'by' cy 0 .
(2)
Se tentamos uma solução da forma y e mx , então y ' me mx e y ' ' m 2 e mx , substituindo na equação (2):
am 2 e mx bme mx ce mx 0
.
e mx am 2 bm c 0
Como e mx nunca se anula para valores reais de x, então a única maneira de fazer essa função
exponencial satisfazer a equação diferencial é escolher m de tal forma que ele seja raiz da equação quadrática
am2 bm c 0 .
Esta equação é chamada de equação auxiliar ou característica da equação diferencial linear (2).
Consideramos três casos: as raízes da equação auxiliar são reais distintas, reais iguais ou complexas
conjugadas.
Supomos que m1 e m2 são raízes reais distintas, então a solução geral de (2) será:
y c1e m1x c 2 e m2 x .
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Caso 2: Raízes reais iguais
Quando m1 = m2, obtemos somente uma solução exponencial y e m1 x . A solução geral de (2) será:
y c1e m1x c 2 xe m1x .
Na prática é preferível trabalhar com funções reais em vez de exponenciais complexas. Para este fim,
usamos a fórmula de Euler:
e ix cosx isenx .
Pelo princípio de superposição, a solução geral é:
Exemplo 7: Resolva o problema de valor inicial y ' '4 y '13 y 0 , y0 1, y' 0 2 .
em que os ai, i=0, 1, ..., n são constantes reais, devemos resolver uma equação polinomial de grau n:
Se todas as raízes de (4) são reais distintas, então a solução geral para (3) é:
Quando m1 é uma raiz de multiplicidade k de uma equação auxiliar de grau n (isto é, quando k raízes
mx mx mx
são iguais a m1), pode ser mostrado que as soluções linearmente independentes são: e 1 , xe 1 , x 2 e 1 , ...,
x k 1e m1 x .
Observação: Quando os coeficientes da equação auxiliar são reais, as raízes complexas sempre aparecem em
pares conjugados.
Exemplo 8: Resolva: a) y ' ' '3 y ' '4 y 0 b) 3 y ' ' '5 y ' '10 y '4 y 0 c) y iv 2 y ' ' y 0
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Exercícios
a) 4 y ' ' y ' 0 c) y ' '9 y 0 e) 2 y ' '2 y ' y 0 g) y ' ' '3 y ' '3 y ' y 0
d4y d2y
b) y ' '36 y 0 d) 8 y ' '2 y ' y 0 f) y ' ' ' y 0 h) 16 24 9y 0
dx 4 dx 2
Respostas
yx e
12 x
c cos(
1 2
3
x) c 2 sen( 2
3
x) c 3 e x
g) y x c1e x
c 2 xe x 2 x
c3 x e h) yx c1 cos( 2
3
x) c 2 sen( 2
3
x) c3 x cos( 2
3
x) c 4 xsen( 2
3
x)
dny d n 1 y d n2 y
a n x ... a1 x a 0 x y g x ,
dy
n
a n 1 x n 1
a n2 x n2
dx dx dx dx
é também uma solução para a equação não-homogênea no intervalo para quaisquer constantes c1, c2,..., ck.
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Exemplo 5: Verifique que y 4x 2 é uma solução particular para y ' '3 y '4 y 16x 2 24x 8 .
Para encontrarmos a solução geral para uma equação diferencial linear não-homogênea temos que
executar dois passos:
1
Observação: Este método não se aplica a funções como , ln( x), tg ( x), arcsen( x) .
x
O conjunto de funções que consiste em constantes, polinômios, exponenciais eax, senos, co-senos, tem
a notável propriedade: as derivadas de suas somas e produtos são ainda somas e produtos de polinômios,
exponenciais eax, senos, co-senos.
Na solução da equação ay' 'by' cy g ( x) a combinação linear das derivadas da solução particular
ay 'p' by 'p cy p g ( x) tem de ser identicamente igual a g (x) , parece razoável supor então que yp tenha a
mesma forma que g (x) .
Caso I: Nenhuma função da suposta solução particular é uma solução da equação homogênea associada.
g (x) Forma de yp
1 (qualquer constante) A
5x+7 Ax+B
3x2 2 Ax2+Bx+C
x3 x+1 Ax3+B x2+Cx+D
sen(4x) A cos(4x)+ B sen(4x)
cos(4x) A cos(4x)+ B sen(4x)
e5x A e5x
(9x 2) e5x (Ax+B) e5x
x2 e5x (Ax2+Bx+C) e5x
e3x sen(4x) A e3x cos(4x)+ B e3x sen(4x)
5x2 sen(4x) (Ax2+Bx+C)cos(4x)+ (Dx2+Ex+F)sen(4x)
xe3x cos(4x) (Ax+B) e3x cos(4x)+ (Cx+D) e3x sen(4x)+
Exemplo 9: Resolva as seguintes equações diferenciais pelo método dos coeficientes indeterminados:
a) y ' '4 y '2 y 2 x 3x 6 b) y ' ' y ' y 2sen(3 x) c) y ' '2 y '3 y 4 x 5 6 xe
2 2x
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Caso II: Uma função na solução particular escolhida é também uma solução da equação homogênea associada.
Exercícios
1. Resolva cada equação diferencial dada utilizando o método dos coeficientes a determinar:
a) y ' '3 y '2 y 6 b) y ' ' y 2 xsen( x) c) y ' '2 y ' y e x cos(2 x)
d) y ' '16 y 2e 4 x e) y ' '2 y ' 2 x 5 e 2 x f) y ' ' y 8sen2 x
1
a) y ' '4 y 2 y y' 2
8 2 8
b) 5 y ' ' y ' 6 x y0 0 y' 0 10
d 2x
c) 2
w 2 x F0 sen( wt ) x0 0 x' 0 0
dt
d) y ' ' y cos(x) sen(2 x) y 0 y' 0
2 2
y 0 y' 0 0
1
e) y ' '2 y '3 y 2 cos2 ( x)
3
Respostas
1. a) y x c1e x c 2 e 2 x 3 b)
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4.5.2 Variação de Parâmetros
y p u1 x y1 x u 2 x y 2 x (2)
y' ' p u' '1 x y1 x u '1 x y'1 x u'1 x y'1 x u1 x y' '1 x u' ' 2 x y 2 x u' 2 x y' 2 x
u ' 2 x y ' 2 x u 2 x y ' ' 2 x
(4)
d
y1u1 ' y 2 u 2 ' Py1u1 ' y 2 u 2 ' y1 ' u1 ' y 2 ' u 2 ' f ( x) (5)
dx
W1 W
que pode ser resolvido pela regra de Cramer e as soluções são u1 ' e u 2 ' 2 onde
W W
y1 y2 0 y2 y 0
W W1 W2 1 .
y1 ' y2 ' f x y 2 ' y1 ' f ( x)
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Exemplo 11: Usando o método de variação de parâmetros, resolva as equações diferenciais:
Exercícios
a) 4 y ' '36 y cos ec3x b) y ' ' y sec x c) y ' ' y senh2 x d) y ' '9 y 9 xe 3 x
2. Usando o método de variação de parâmetros, resolva as equações diferenciais sujeitas às condições dadas:
x
2. a) yx e x e 2 x 2 b) yx e 4 x e 2 x e x e 2 x
1 8 16 1 18 5 30 2 x
xe
3 3 45 2 90 90 90
Lista IV
Equações Diferenciais de Ordem Superior
2. Usando o método dos coeficientes a determinar, encontre a solução geral das seguintes equações
diferenciais ordinárias:
3. Usando o método de variação de parâmetros, encontre a solução geral das seguintes equações diferenciais
ordinárias:
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Respostas
1. a) y x c1e x c 2 e 2 x b) yx e
4x
c1 cos( 4x ) c2 sen( 4x )
2. a) y x c1e x c 2 e 2 x 2 x 2 2 x 3 b) yx c1 c2 x 34 x 4 13 x 3 12 x 2
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5 APLICAÇÕES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE SEGUNDA ORDEM
pela segunda lei de Kirchoff, a soma dessas voltagens é igual a voltagem E(t) do circuito, isto é,
Ri q E t .
di 1
L
dt C
d 2q
q E t .
dq 1
L 2
R
dt dt C
Exemplo 1: Encontre a carga q(t) no capacitor em um circuito L-R-C quando L=0,25 henry, R=10ohms,
C=0,001 farad, E(t)=0, q(0)=q0 coulombs e i(0)=0.
Exemplo 2: Encontre a carga q(t) no capacitor em um circuito L-R-C quando L=0,5 henry, R=10ohms, C=0,01
farad, E(t)=150 volts, q(0)=1 coulomb e i(0)=0 ampère. Qual é a carga no capacitor após um longo período de
tempo?
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5.2 Vibrações Amortecidas e Forçadas
Considere um corpo de massa m, preso a uma mola sob a ação das seguintes forças:
d 2 x c dx k
No caso amortecido, a equação assume a forma: x 0.
dt 2 m dt m
Exemplo 3: Uma mola de constante elástica igual a 4N/m tem uma de suas extremidades fixa em uma massa de
0,25kg é atada a outra extremidade. O sistema está sobre uma mesa que oferece uma força de atrito igual a 3/2
da velocidade instantânea. Inicialmente a massa é colocada 1/3m à esquerda da posição de equilíbrio e então é
solta a partir do repouso. Encontre a equação de movimento se o movimento se dá ao longo de uma reta
horizontal.
Por conveniência, escolhemos o sentido para baixo como positivo. Desprezando a massa da mola e
admitindo que a resistência do ar é, em cada instante, proporcional à velocidade do corpo, teremos três forças a
considerar:
- resistência do ar: Fa av , a>0;
- força devido à massa: F t dirigida para baixo;
- força restauradora da mola: Fr ky , k>0 ( Lei de Hooke linear)
A força restauradora atua de modo a levar o sistema ao repouso e, estando a massa abaixo da posição
de equilíbrio, então y é positivo e Fr é negativa. A força devido à resistência do ar atua em direção oposta ao
movimento, gerando um amortecimento do sistema. Da Segunda Lei de Newton, temos:
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d2y
a ky F t ,
dy
m 2
dt dt
ou ainda,
d 2 y a dy k F t
2
y .
dt m dt m m
Obs: Quando F(t) =0, o movimento é dito amortecido, caso contrário é dito forçado.
Exemplo 4: Uma massa de 0,25kg é atada a uma mola com constante de elasticidade igual a 4N/cm. Supondo
que uma força de amortecimento igual ao dobro da velocidade instantânea que atua no sistema, determine a
equação do movimento se o peso parte da posição de equilíbrio como velocidade de 3cm/s para cima.
Exercícios
1. Uma massa de 1kg é atada a uma mola com constante de elasticidade igual a 16N/m. Supondo que o sistema
é imerso em um líquido que oferece uma força de amortecimento igual a 10 vezes a velocidade instantânea que
atua no sistema, determine a equação do movimento se
a) o peso parte do repouso de um ponto a 1m abaixo da posição de equilíbrio;
b) o peso parte de um ponto a 1m abaixo da posição de equilíbrio com uma velocidade de 12m/s para cima.
2. Uma massa de 1kg é atada a uma mola com constante de elasticidade igual a 16N/m. Uma força externa igual
a f t 8sen4t age no sistema a partir de t 0 . Encontre a equação do movimento se o meio oferece uma
força de amortecimento numericamente igual a 8 vezes a velocidade instantânea que atua no sistema, sabendo
que a massa parte do repouso na posição de equilíbrio.
Suponha, como na figura, uma massa m1 atada a uma mola flexível suspensa por um suporte rígido.
Quando m1 é substituída por uma massa diferente m2, o alongamento da mola será obviamente diferente.
Pela lei de Hooke, a mola exerce uma força restauradora F oposta à direção do alongamento e
proporcional à distensão s. Simplesmente enunciada F ks , onde k é uma constante de proporcionalidade.
Embora massas com pesos diferentes distendam a mola com alongamentos diferentes, a mola é caracterizada
pelo número k. Por exemplo, se uma massa de 10kg provoca uma distensão de 2cm em uma mola, então:
F ks 98 2k k 49N / cm
Após uma massa ser atada a uma mola, ela provoca uma distensão s na mola e atinge sua posição de
equilíbrio na qual o peso W é igual à força restauradora ks, onde W mg em que a massa é medida em
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quilogramas e g=9,8m/s 2. A condição de equilíbrio é mg ks . Se a massa estiver deslocada por uma
quantidade y de sua posição de equilíbrio e for solta, a força resultante nesse caso de dinâmica é dada pela
d2y
segunda lei de Newton F ma , em que a é a aceleração . Supondo que não haja forças de retardamento
dt 2
agindo sobre o sistema e supondo que a massa vibre sem influência de outras forças externas movimento livre
podemos igualar a força F à força resultante do peso e da força restauradora:
d2y
m 2 k s y mg
dt
d2y
m ky
dt 2
O sinal de subtração na expressão anterior indica que a força restauradora da mola age em direção
oposta ao movimento.
d2y d2y k
Assim, m 2 ky 0 , ou ainda, dividindo por m: y 0 . Esta equação descreve o
dt dt 2 m
k
movimento harmônico simples e chamamos de 2 .
m
Para este tipo de problema há duas condições iniciais: y 0 e y ' 0 representando o
deslocamento inicial e a velocidade inicial, respectivamente. Por exemplo, se 0, 0 , então a massa parte
de um ponto abaixo da posição de equilíbrio com velocidade inicial dirigida para cima.
k k
A solução geral para o problema é: yt A cos
m t Bsen m t .
2 1 2
O período de vibrações livres é T e a frequência é f
. Se o período é T significa
T 3
2 3
que o gráfico de y(t) se repete a cada unidades; e a frequência é f o que quer dizer que há três
3 2
3
ciclos de gráfico em cada 2 unidades, ou ainda, que a massa está sujeita a vibrações completas por
2
unidade de tempo.
Exemplo 5: Uma massa de 2kg distende uma mola em 6cm. No instante t=0, a massa é solta de um ponto a 8cm
abaixo da posição de equilíbrio com uma velocidade direcionada para cima de 25cm/s. Determine a função y(t)
que descreve o movimento livre subsequente.
O método mais simples para a solução de sistemas de equações diferenciais com coeficientes
constantes envolve a eliminação das variáveis dependentes pela combinação adequada de pares de equações. O
objetivo do método consiste em eliminar sucessivamente as variáveis dependentes até permanecer apenas uma
equação contendo apenas uma variável dependente. A equação resultante será normalmente uma equação linear
de ordem superior e que pode ser resolvida pelos métodos estudados anteriormente. Após a solução ter sido
encontrada, as outras variáveis dependentes podem ser determinadas, usando as equações diferenciais originais
ou aqueles que surgiram do processo de eliminação.
x' 4 x 3 y
Exemplo 6: Determine a solução para o sistema que satisfaz às condições iniciais x0 2 e
y' 6 x 7 y
y 0 1 .
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Lista V
Aplicações de Equações Diferenciais de Segunda Ordem
1. Encontre a carga no capacitor em um circuito L-R-C no instante t=0,01 segundo quando L=0,05 henry, R=2
ohms, C=0,01 farad, E(t)=0 volt, q(0)=5 coulombs e i(0)=0 ampère.
2. Encontre a carga e a corrente do estado estacionário em um circuito L-R-C quando L=1 henry, R=2 ohms,
C=0,25 farad, E(t)=50cos(t) volts.
3. Uma massa de 1/8kg é atada a uma mola cuja constante de elasticidade é 16N/m. Qual é o período do
movimento harmônico simples?
2
4. Uma massa de 20kg é atada a uma mola. Se a frequência do movimento harmônico simples é de
vibrações por segundo, qual é a constante de elasticidade k? Qual é a frequência do movimento harmônico
simples se a massa original for substituída por outra de 80kg?
5. Uma massa de 125g é atada a uma mola de constante elástica igual a 2N/m. O meio oferece uma resistência
ao movimento da massa numericamente igual à velocidade instantânea. A massa parte de um ponto 1m
acima da posição de equilíbrio com uma velocidade de 8m/s para baixo. Calcule o instante em que a massa
atinge seu deslocamento extremo em relação à posição de equilíbrio. Qual é a posição da massa neste
instante?
30