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Circuitos Eletrônicos (Teoria 1)

Introdução
Essa Teoria I vai abrir um novo mundo em seus conhecimentos ⎯ o mundo da
Eletrônica.
Ela lhe ensinará o que são circuitos eletrônicos e explicará os significados de
corrente elétrica, tensão elétrica e resistência elétrica. Você também irá
conhecendo, aos poucos, os tipos mais importantes de componentes usados na
montagem de circuitos eletrônicos. Após o entendimento dessa parte teórica, veja
a parte prática relativa a esse assunto.

Vamos estudar:
Circuito de uma lanterna de mão
Corrente elétrica
Tensão elétrica
O sentido convencional da corrente elétrica
Resistência elétrica
A lei de Ohm

Circuito de uma lanterna de mão


⌦ Você alguma vez já desmontou complemente uma lanterna de mão para
analisar como ela funciona?
Veja na ilustração abaixo como são dispostas as várias partes de uma típica
lanterna de mão:
Estrutura de uma lanterna elétrica
⌦ Por que o projetista escolheu essa particular combinação de materiais?

As partes metálicas da lanterna são postas para conduzir a corrente elétrica


quando a lanterna é posta para funcionar e, além disso, foram escolhidas para
resistirem aos esforços físicos aos quais são submetidas.
A mola metálica, por exemplo, não só permite caminho elétrico para a corrente
como também mantém no lugar, sob pressão, as pilhas em seu interior. As partes
metálicas do interruptor têm que garantir bom contato elétrico e não ficarem
danificadas pelo uso contínuo.

Uma lanterna também tem partes feitas com material não condutor de corrente
elétrica, tais como plásticos e borrachas. A cobertura de plástico dessa lanterna é
um isolante elétrico. Sua forma é importante para que se tenha um manuseio
cômodo. Sua cor a tornará mais ou menos atraente aos olhos do usuário.

Como você verá, os circuitos elétricos conterão sempre partes que conduzem e
partes que não conduzem correntes elétricas. O segredo todo, nos circuitos
elétricos, é delimitar um caminho pré planejado para a corrente.
A lâmpada incandescente e o refletor compõem o sistema óptica da lanterna. A
posição da lâmpada dentro do refletor deve ser tal que permita a obtenção de um
feixe estreito de luz.
Uma lanterna é um produto elétrico simples, mas muita gente já perdeu noites de
sono em seus projetos para que você tenha um dispositivo que trabalhe bem.
⌦ Você pode pensar em alguma outra coisa que o projetista deva levar em
consideração na produção em massa de lanternas?
Um modo "mais científico" para descrever uma lanterna implica no uso de um
diagrama de circuito. Nele, as partes relevantes da lanterna serão
representadas através de símbolos:

Diagrama de circuito de uma lanterna elétrica


Nesse circuito foram representadas simbolicamente, duas células voltaicas
(pilhas) ⎯ formando uma bateria ⎯ , um interruptor e uma lâmpada
incandescente. As linhas no diagrama representam condutores metálicos (fios)
que conectam as partes entre si formando o circuito completo.

Um circuito elétrico é necessariamente um percurso fechado. Na lanterna, o


fechamento do interruptor completa o circuito, permitindo a passagem da corrente
elétrica.
Lanternas às vezes falham! Isso acontece quando as partes metálicas do
interruptor ou da lâmpada não entram efetivamente em contato (devido à sujeiras
ou ferrugens), quando a lâmpada "queima" (interrupção em seu filamento) ou
quando as pilhas "pifam" (esgotam suas energias químicas armazenadas,
popularmente, ficam 'descarregadas'). Em qualquer um desses casos, o circuito
estará incompleto.

Corrente elétrica

Uma corrente elétrica é um fluxo ordenado de partículas carregadas (partículas


dotadas de carga elétrica). Em um fio de cobre, a corrente elétrica é formada por
minúsculas partículas dotadas de carga elétrica negativa, denominadas elétrons -
- eles são os portadores da carga elétrica.
No fio de cobre (ou de qualquer outro metal) os elétrons naturalmente lá
existentes vagueiam desordenadamente (têm sentidos de movimentos aleatórios)
até que, por alguma ordem externa, alguns deles passam a caminhar
ordenadamente (todos no mesmo sentido) constituindo a corrente elétrica. A
intensidade dessa corrente elétrica vai depender de quantos desses portadores,
em movimento bem organizado passam, por segundo, por um região desse fio.

A corrente elétrica, num circuito, é representada pela letra I e sua intensidade


poderá ser expressa em ampères (símbolo A), em miliampères (símbolo mA)
ou outros submúltiplos tal qual o microampères (símbolo m A).

Um ampère (1 A) é uma intensidade de corrente elétrica que indica um fluxo de


6,2x1018 elétrons por segundo em qualquer seção do fio. Esses 6,2x1018 elétrons
transportam uma carga elétrica total cujo valor é de um coulomb (1 C).
'coulomb'(símbolo C) é a unidade com que se medem as quantidades de cargas
elétricas.
Se indicarmos a quantidade de carga elétrica que passa pela seção de um fio por
Q (medida em coulombs) e o intervalo de tempo que ela leva para passar por
essa seção por ∆t (medido em segundos), a intensidade de corrente elétrica I
(medida em ampères) será calculada por:

I = Q : ∆t
Conversões:
1 A = 1 000 mA = 1 000 000 µA ⇒ 1 A = 103 mA = 106 µA

1 mA = 1/1 000 A = 1 000 µA ⇒ 1 mA = 10-3 A = 103 µA

1 µA = 1/1 000 000 A = 1/1000 mA ⇒ 1 µA = 10-6 A = 10-3 mA


Entendeu mesmo? ....
⌦ O que uma "corrente elétrica" significa para você?
⌦ Que unidade é usada para medir essas correntes? Quais os submúltiplos
dela?
⌦ Através de que materiais a corrente pode fluir facilmente?
⌦ Cite alguns materiais que atrapalham ou mesmo impedem o fluxo de
corrente elétrica através deles.
⌦ O que é um circuito elétrico?

Tensão elétrica
⌦ No circuito da lanterna, o que provoca a circulação da corrente?
É algo produzido pelas células voltaicas (as pilhas). Esse algo, causa da corrente
elétrica, é a tensão elétrica ou diferença de potencial (d.d.p.) que surge entre
os terminais da pilha (pólo positivo e pólo negativo).
Vamos explicar isso um pouco mais: o que uma pilha realmente faz, quando em
funcionamento, é uma conversão de energia; ela converte energia química (que
está armazenada nas substâncias químicas que estão dentro dela) em energia
elétrica. Quanto de energia química é convertida em energia elétrica, e transferida
para cada coulomb de carga elétrica que é movimentado dentro dela, é o que
caracteriza a tensão elétrica nos terminais da pilha.
Essa grandeza é indicada pela letra U e é medida na unidade volt (símbolo V).

Assim, falar que a tensão U entre os terminais de uma pilha é de 1,5 V significa
dizer que ela fornece 1,5 J de energia elétrica para cada 1,0 C de carga que a
atravessa.

Nota: J é o símbolo de joule, a unidade oficial de energia.


Do mesmo modo, falar que a tensão elétrica entre os terminais de uma bateria
(associação conveniente de células voltaicas) é de 12 V, significa dizer que: cada
1,0 C de carga elétrica que passa por dentro dela e sai pelo pólo positivo, leva
consigo 12 J de energia elétrica. Claro, a energia química da bateria diminui de 12
J e, com o uso contínuo ela irá "pifar", ficar sem energia. O termo popular para
isso, lembra-se, é "descarregada".

Se indicarmos por U a tensão nos terminais da pilha (ou bateria etc.), por Q a
quantidade de carga elétrica que a atravessa e por E a quantidade de energia que
ela fornece para essa carga, teremos:

U=E:Q
Em nosso circuito da lanterna, quando as pilhas estão novas, a tensão fornecida
por elas é total, a corrente elétrica circulante é intensa e a lâmpada brilha
vivamente. Algum tempo depois, já com mais uso, a tensão fornecida por elas
diminui, a intensidade de corrente no circuito diminui e a lâmpada brilha mais
fracamente. Eventualmente não acenderá mais; as pilhas "pifaram"!
Cada célula voltaica provê cerca de 1,5 V de tensão entre seus terminais (pólos).
Duas células conectadas uma em seguida à outra, em série, (pólo positivo de uma
encostado no pólo negativo da outra)proverão cerca de 3,0 V. Três pilhas em série
proverão cerca de 4,5 V etc.
Símbolo da pilha e pilhas conectadas em série.
⌦ Qual desses arranjos acima faria a lâmpada acender com maior brilho?
Lâmpadas incandescentes são projetadas para funcionarem com uma certa
tensão particular (e alguma tolerância) mas, usando uma mesma lâmpada
adequada, quanto maior a tensão maior será o seu brilho.
Nota: Há um código de cores nas pérolas das pequenas lâmpadas
incandescentes. A "pérola" é aquela bolinha de vidro dentro da lâmpada que
sustenta os fios que vão ao filamento.
⌦ Você já reparou nisso? De que cor é a pérola da lâmpada em sua lanterna de
duas pilhas (3 V)?

Como já salientamos, no sentido exato, uma bateria consiste no arranjo


conveniente de duas ou mais células voltaicas. Esses arranjos (ou associações)
podem ser em série, em paralelo ou mista (combinações adequadas de séries e
paralelos).
Observe essas associações:

Células associadas em série, paralelo e mista.


Uma célula individual pode prover uma pequena intensidade de corrente por
muito tempo, ou uma grande intensidade por pouco tempo. Conectando-se as
células em série aumentamos a tensão elétrica total disponível, mas isso não afeta
o tempo de vida útil das células. Por outro lado, se as células (iguais) forem
conectadas em paralelo, a tensão não fica afetada, continua os mesmos 1.5 V,
mas o tempo de vida da bateria é dobrado.
Uma lâmpada de lanterna percorrida por corrente de intensidade 300 mA (usando
pilhas tipo C, alcalinas)deveria funcionar por cerca de 20 horas antes das pilhas
esgotarem-se. Isso traduz, de certo modo, o quanto de energia química está
armazenada na pilha e quanto de energia elétrica pode ser utilizada até ela "pifar".
O linguajar popular chama isso de "capacidade de armazenamento" e é indicado
em ampères-hora (A-h).

Exemplificamos: Uma bateria selada para "no-break" trás as indicações ⎯ 12V,


7Ah ⎯ . Isso indica que ela está capacitada a manter um corrente de intensidade
7A durante 1 h, ou manter de uma corrente de intensidade 3,5A durante 2h, ou 1A
durante 7h etc.

Fazendo experiências com pilhas: pilhas são assuntos da Química,


especificamente da Eletroquímica. Didaticamente, a química desenvolve esse
assunto a partir da pilha de Daniel onde, em particular discute-se a eletrólise. A
eletrólise você pode encontrar em nossas Salas de Exposições, Sala da Química -
Foguete - Eletrólise. Nessa mesma Sala você encontrará o experimento sobre,
'como fazer pilhas com batatas' e colocar relógio digital em funcionamento usando
as 'baterias de batatas' ou, permitam-se, as "bataterias".

Entendeu mesmo? ....


⌦ O que é tensão elétrica ou diferença de potencial?
⌦ O que é uma bateria?
⌦ Em que unidade(s) mede(m)-se a 'capacidade de armazenamento' de uma
célula?

O sentido convencional da corrente elétrica


Um terminal (pólo) de uma célula (pilha) ou bateria é positivo, enquanto o outro é
negativo. É conveniente pensar em corrente elétrica como algo fluindo do pólo
positivo para o pólo negativo. Esse sentido de percurso (do + para o -) é
denominado sentido convencional da corrente elétrica. Setas colocadas nos
diagramas sempre indicam esse sentido convencional. Porém, você deve ficar
atento que esse só seria o sentido correto se o fluxo ordenado (corrente) fosse
constituído por partículas com carga positiva.
Em um fio de cobre, os portadores de carga elétrica são os elétrons. Elétrons são
negativamente-carregados e então devem fluir do negativo para o positivo. Isto
significa que, realmente, o sentido do fluxo de elétron é oposto ao escolhido como
"sentido da corrente convencional".
A corrente elétrica nos mais variados sistemas elétricos e eletrônicos envolve
freqüentemente três espécies de portadores de cargas elétricas: os elétrons (-), os
ânions (íons negativos) e os cátions (íons positivos). Como exemplo, em
transistores, a corrente é formada por fluxos ordenados de elétrons (todos num
mesmo sentido) e por "buracos" (todos em sentido oposto ao dos elétrons) que se
comportam como portadores de carga positiva.
Quando o comportamento de um circuito eletrônico está sendo analisado, de
modo geral, não interessa saber que tipo de portador (com carga positiva ou com
carga negativa)está participando da corrente elétrica. Em alguns casos, no
eletromagnetismo por exemplo, esse conhecimento é indispensável para que
possa ser previsto com precisão o efeito da corrente elétrica.
Uma pilha provê uma tensão elétrica com polaridade fixa (o pólo positivo nunca
ficará negativo e vice-versa), de forma que fluxo da corrente se dará sempre no
mesmo sentido. Por isso ela é denominada corrente contínua ou CC, em
contraste com a corrente elétrica domiciliar, que é mantida por um gerador que
provê tensão elétrica constantemente variável. A polaridade nos terminais desse
tipo de gerador é tal que a corrente inverte seu sentido de percurso 60 vezes a
cada segundo de funcionamento. Isso dá lugar a uma corrente alternada ou AC.
Nela, os portadores de carga elétrica invertem seu sentido de percurso, num
incessante vai-vem.

Entendeu mesmo? ....


⌦ O que é "sentido convencional da corrente elétrica"?
⌦ O comportamento dos circuitos eletrônicos pode ser sempre analisado com
precisão ao assumirmos para a corrente esse sentido convencional?

Resistência elétrica
Se interligarmos diretamente o pólo positivo de uma bateria automotiva com seu
pólo negativo mediante um grosso fio de cobre, iremos conseguir uma corrente
elétrica de enorme intensidade durante um curto intervalo de tempo. Em alguns
segundos o interior da bateria começará a ferver!

Em uma lanterna não acontece isso. Parte do circuito da lanterna limita o fluxo de
cargas, mantendo a intensidade da corrente com valores adequados. Algumas
outras partes não afetam substancialmente esse fluxo. A propriedade elétrica
dessas partes, umas dificultando o fluxo de cargas e outras não, caracterizam uma
grandeza denominada resistência elétrica.
A mola, as lâminas do interruptor e as conexões da lâmpada são feitas de metal
apropriado, de considerável espessura, oferecendo uma baixa resistência à
corrente elétrica. Por outro lado, o filamento da lâmpada é feito com outro material
(tungstênio) e de pequena espessura, oferecendo uma alta resistência à corrente
elétrica. O fluxo de cargas através desse trecho de grande resistência (o
filamento) causa um grande aquecimento que o leva ao brilho-branco, o qual
passa a emitir luz visível. No ar, esse filamento se oxidaria de imediato
(combustão) e seria volatilizado. Para impedir isso, todo ar é retirado de dentro do
bulbo da lâmpada e substituído por um outro gás não oxidante.

A resistência elétrica (R)dos condutores, ou seja, quanto de dificuldade eles


impõem à passagem da corrente elétrica, é medida em ohms (símbolo W ).
⌦ Se uma bateria feita com duas pilhas tamanho C, em série, provê uma tensão
elétrica U = 3 V, nos terminais de uma lâmpada incandescente, mantendo uma
corrente elétrica de intensidade I = 300 mA = 0,3 A, qual a resistência elétrica R
desse filamento?
Isso é calculado assim, e mais adiante verá o porque:

R = U : I = 3V : 0,3A = 10Ω
Os valores de resistências elétricas que participam de circuitos eletrônicos podem
variar desde alguns ohms, passar pelos milhares de ohms (quiloohms) e chegar
aos megaohms.
Os componentes eletrônicos projetados com o propósito de oferecerem resistência
elétrica de valores particulares são chamados de resistores.

Nota: Conceituar 'resistência elétrica' em termos de 'dificuldade' ou 'oposição' á


passagem da corrente elétrica é apenas uma técnica macroscópica e simplista
para contornar a conceituação microscópica dos efeitos observados quando
portadores de carga elétrica interagem com a matéria. As partículas constituintes
da corrente elétrica (portadores) chocam-se (interação de campos) com as
partículas do próprio condutor. O número de choques por unidade de volume é o
conceito fiel e microscópico para a grandeza "resistência elétrica'.
A grande façanha da lei de Ohm, conforme pode ser demonstrado, é que o
resultado da 'operação' U/I (duas grandezas de fácil medição) é justamente a
medida do número de choques por unidade de volume (uma contagem de difícil
realização prática).

Entendeu mesmo? ....


⌦ Que partes da lanterna limita o fluxo da corrente?
⌦ Que unidade é usadas para a medida da resistência elétrica de um condutor?
Quais seus múltiplos?
⌦ Que símbolos gráficos são usados habitualmente para representar:
a) diferença de potencial (tensão)?
b) intensidade de corrente elétrica?

c) resistência elétrica de um condutor?

A lei de Ohm

A relação entre a intensidade da corrente elétrica (I), a tensão elétrica (U) e a


resistência elétrica (R) foi descoberta por Georg Simon Ohm. Ele fez seus próprios
fios resistores. Com eles, conseguiu mostrar que a intensidade da corrente
depende de seus comprimentos e de suas espessuras, quando a tensão sobre
eles e a temperatura são mantidos constantes.
Suas observações (a,b,c),feitas sob tensão e temperatura constantes, foram as
seguintes:

(1) A intensidade da corrente elétrica diminui quando se aumenta o comprimento


do fio, sem alterar sua espessura.

R aumenta quando o comprimento do fio aumenta.

(2) A intensidade da corrente elétrica aumenta conforme se aumenta a espessura


do fio, sem alterar seu comprimento.

R diminui quando a espessura do fio aumenta.

(3) Com comprimento e espessura constantes, a intensidade da corrente se altera


quando se substitui um material condutor por outro.
R depende do material de que é feito o fio.
(4) Usando-se sempre o mesmo fio, mantido à temperatura constante, a
intensidade da corrente aumenta quando se aumenta a tensão aplicada.
Dessas observações, Ohm conclui que, se a temperatura for mantida constante, a
relação

Tensão elétrica : corrente elétrica ou U : I

mantinha-se constante para qualquer fio particular. Essa constante é exatamente


o valor da resistência elétrica do fio em questão.
Em símbolos:

U : I = constante = R
Reorganizando a lei de Ohm podemos obter duas expressões adicionais:

U = R.I e I=U:R
Escrita dessa última forma, a lei de Ohm estabelece que, sob temperatura
constante, a intensidade de corrente que circula por um material é diretamente
proporcional à tensão elétrica (d.d.p.) aplicada e inversamente proporcional à sua
resistência elétrica.
Essas equações simples são fundamentais para a Eletrônica e, uma vez que você
aprenda a usá-las corretamente, verá que constituem chaves para resolução de
delicados problemas sobre circuitos elétricos.

Nota: Por motivos que será oportunamente explicado (potencial elétrico), evite
escrever a lei de Ohm sob a forma V = R.I. Sob esse prisma, será perfeitamente
válido escrever V - V'= R.I, onde V - V' indica uma diferença de potenciais elétricos
(d.d.p.).

Entendeu mesmo? ....


⌦ Uma d.d.p.(tensão) aplicada entre os extremos de um fio é mantida
constante. Se a resistência desse fio, devido a uma causa qualquer, diminuir, a
intensidade de corrente através dele Ü ............... (aumenta / diminui / não se
altera).
⌦ Se a d.d.p.(tensão) aplicada sobre um fio é aumentada, sem alterar sua
resistência elétrica então, a intensidade de corrente através dele deve Ü
.................... (aumentar / diminuir / permanecer a mesma).
⌦ Calcule a resistência elétrica do filamento de uma pequena lâmpada
sabendo-se que, sob tensão de 4,5 V (três pilhas conectadas em série), a
intensidade de corrente através dele é de 150 mA.
⌦ No circuito acima, que interruptor(es) deve(m) ser fechado(s) para:
a) acender só a lâmpada L1?
b) acender só a lâmpada L2?
c) acender as lâmpadas L1 e L2?
⌦ O que acontecerá com as lâmpadas L1 e L2 se os interruptores S1, S2 e S3
forem fechados todos ao mesmo tempo? Por que essa ação deve ser evitada?

Práticas da Teoria 1 - Circuitos eletrônicos


(Protótipos de Circuitos)

Introdução
Assim como nos demais campos do conhecimento humano, também na
Eletrônica, devemos associar Teoria à Prática. Sua compreensão se
desenvolverá bem mais rapidamente se você começar cedo a manipular e utilizar
os diversos componentes eletrônicos.
Nesse trabalho prático que acompanha a Teoria I - Circuitos Eletrônicos - você
aprenderá a técnica da montagem de circuitos a partir de protótipos. Tais
protótipos constituem uma fase de ensaio, coordenação e análise de um projeto,
antes de sua montagem definitiva em placas de circuitos impressos. O que se
usa, via de regra, é uma matriz de contatos, mais especificamente, placa de
contatos para protótipos (protoboard).

Vamos estudar:
Placa para protótipos
Prática com circuitos
Placa para protótipos

A ilustração a seguir mostra uma placa para protótipos:


Placas para protótipos são usadas para
as montagens de circuitos temporários,
sem o uso de soldas. Os terminais dos
componentes são introduzidos nos
orifícios da placa, a qual incumbe-se das
conexões básicas. É, na prática, um
circuito impresso provisório.
Não só os terminais dos componentes,
como também, interligações mediante fios
(jumpers) podem ser espetados nos
orifícios dessa placa.
No interior da placa, conjuntos metálicos fazem interligações entre os
componentes, os quais são organizados em colunas e canais, como se ilustra
abaixo.
Alguns modelos de tais placas têm a base facilmente removíveis, o que permite
observar esses arranjos com detalhes. De cada lado da placa, ao longo de seu
comprimento, há duas colunas completas. Há um espaço livre no meio da placa e
de cada lado desse espaço há vários grupos de canais horizontais (pequenas
fileiras), cada um com 5 orifícios.
⌦ Que conexões são necessárias para se montar um circuito?

Primeiro, você precisa conectar uma fonte de alimentação. Em nossas primeiras


práticas, tais fontes serão pilhas ou baterias. A conexão do 0 V (negativo da
fonte) deve ser feita com fio preto utilizando o primeiro orifício da coluna da
esquerda. O terminal positivo da fonte deve ser ligado com fio vermelho, ao
primeiro orifício da coluna da direita.
Uma fonte de alimentação que forneça 6 VCC ou 9 VCC de tensão elétrica entre
seus terminais é satisfatória para os circuitos que você irá testar nessa fase
experimental.

No laboratório da escola você poderá usar como fonte de tensão um eliminador


de pilhas de tensão ajustável..
Breve você estará apto a montar uma dessas fontes de alimentação (e não vai
mais precisar comprar pilhas ou baterias!)

Prática com circuitos


Construa o circuito ilustrado a seguir:
A lâmpada, adequada para suportar os 9 VCC, está ligada diretamente na fonte
de alimentação e deverá acender com brilho normal.
Se isso não acontecer, confira o seguinte:

a) observe se a fonte de alimentação está ligada (se for do tipo eliminador de


pilhas) ou se as ligações aos terminais estão bem feitas (porta-pilhas ou
bateria),

b) verifique se o circuito está completo (fios da lâmpada bem inserido e


lâmpada devidamente rosqueada em seu soquete).
Os fios que vem da lâmpada devem ser inseridos exatamente nas colunas
mostradas. Cheque o filamento da lâmpada para ver se não está rompido. Essa
montagem ilustra exatamente o circuito da lanterna. A menos que haja um
percurso contínuo, a corrente não circulará e a lâmpada não irá acender.
Modifique a montagem conforme essa nova ilustração:
Agora você estará usando fios para fazer as conexões entre as colunas (- e +)
para os canais intermediários na região média da placa. Tais conexões são os
"jumpers".
Nessa figura, passe sua caneta para mostrar as ligações por baixo da matriz de
contatos, de modo a enxergar o circuito completo.
Repare que os canais (blocos com 5 orifícios) são independentes entre si.

Aqui está uma montagem que não vai funcionar; observe-a:


A idéia era montar duas lâmpadas ligadas em série e alimentar a associação com
os 9 V da fonte de alimentação. Mas, na prática, isso não foi feito. O circuito está
incompleto. Há uma certa distância entre o que se pensa e o que se faz!
⌦ Você é capaz de mostrar os erros cometidos?
Construa esse circuito adequadamente. Mostre, nessa ilustração abaixo, como
ele deve ficar:
⌦ Uma vez que seu circuito está pronto para funcionar, o que você nota com
relação ao brilho das lâmpadas?
⌦ Como você explica esse comportamento?
⌦ Comparada com o circuito da lanterna (uma lâmpada ligada diretamente na
fonte), a intensidade de corrente nesse atual circuito é maior, menor ou a
mesma?
⌦ Desenrosque uma das lâmpadas de seu soquete. O que acontece à outra
lâmpada? Por quê?

Agora construa um circuito diferente. Dessa vez as lâmpadas são interligadas em


paralelo, como se ilustra:
Confira suas conexões cuidadosamente.
⌦ Em relação aos circuitos anteriores, como está o brilho de cada lâmpada?
⌦ Em relação aos circuitos anteriores, que você pode dizer quanto à
intensidade de corrente em cada lâmpada?
⌦ Em relação aos circuitos anteriores a intensidade de corrente através da
fonte aumentou ou diminuiu?
⌦ Desenroscando uma das lâmpadas, o que acontece com a outra? Explique
o fato.

Lembre-se: nas ligações em paralelo há caminhos alternativos para a corrente


elétrica.
E, para encerrar, monte esse circuito. É uma associação mista (série e paralelo).
Montando o circuito corretamente, todas as lâmpadas devem acender.
⌦ Que lâmpada(s) apresenta(m) brilho normal?
⌦ Que lâmpadas apresentam mesmo brilho?
⌦ Que acontece quando desenroscamos cada lâmpada individualmente?
⌦ Que acontece com a intensidade de corrente através da fonte?
Faça vários ensaios com esse circuito e procure interpretar suas observações em
termos de resistência global do circuito e intensidades de correntes que circulam
em cada lâmpada.
Teoria 2 - Resistores
Esse capítulo irá descrever os resistores de valores fixos e comentar algumas
de suas aplicações mais importantes nos circuitos eletrônicos.

Tópicos
Para que servem os resistores?
Resistores de valores fixos
Código de cores
Ainda sobre o código de cores
Padrões E12 e E24
Limitador de corrente
Resistores em Série e em Paralelo
Potência em resistores

Para que servem os resistores?


Na prática, os resistores limitam a intensidade de corrente elétrica através de
determinados componentes. Uma aplicação típica disso, como exemplo, é o
resistor associado em série com um LED, como se ilustra:

Nesse circuito, o resistor limita a corrente que passa através do LED, permitindo
apenas uma intensidade suficiente para que ele possa acender. Sem esse
resistor a intensidade de corrente através do LED iria danificá-lo
permanentemente. Após esse capítulo você estará apto para calcular um valor
ôhmico satisfatório para tal resistor. Os LEDs serão discutidos, em detalhes,
num outro capítulo.
O "retângulo" com terminais é uma representação
simbólica para os resistores de valores fixos tanto na
Europa como no Reino Unido; a representação em
"linha quebrada" (zig-zag) é usada nas Américas e
Japão.
Apesar disso, nas ilustrações eletrônicas brasileiras (de revistas etc.) opta-se pelo
"retângulo", talvez por simplicidade do desenho. Nos livros de Física publicados
no Brasil, em geral, usam-se do "zig-zag" (linha quebrada).

Resistores especiais também são usados como transdutores em circuitos


sensores. Transdutores são componentes eletrônicos que efetuam conversão de
energia de uma modalidade para outra onde, uma delas, é necessariamente
energia elétrica.

Microfones, interruptores e Resistores Dependentes da Luz ou LDRs, são


exemplos de transdutores de entrada.
Alto-falantes, lâmpadas de filamento, relés, "buzzers" e também os LEDs, são
exemplos de transdutores de saída.
No caso dos LDRs, mudanças da intensidade da luz que incide em suas
superfícies resultam numa alteração nos valores ôhmicos de suas resistências.
Como se verá (Teoria III), um transdutor de entrada é freqüentemente associado
a um resistor para fazer um circuito denominado divisor de tensão. Nesse caso,
a tensão recolhida sobre esse divisor de tensão será um "sinal de tensão" que
reflete as mudanças de iluminação sobre o LDR.
⌦ Você pode citar outros exemplos de transdutores de cada tipo?
Em outros circuitos, os resistores podem ser usados para dirigir frações da
corrente elétrica para partes particulares do circuito, assim como podem ser
usados para controlar o "ganho de tensão" em amplificadores. Resistores
também são usados em associações com capacitores no intuito de alterar sua
"constante de tempo" (ajuste do tempo de carga ou descarga).
A maioria dos circuitos requerem a presença de resistores para seus corretos
funcionamento. Assim sendo, é preciso saber alguns detalhes sobre diferentes
tipos de resistores e como fazer uma boa escolha dos resistores disponíveis
(valores adequados, seja em Ω , kΩ ou MΩ ) para uma particular aplicação.

Entendeu mesmo ...


1. Dê três funções que os resistores podem desempenhar num circuito.
2. Que é um transdutor?
3. Dê exemplos de transdutores de entrada e de saída.

Resistores de valores fixos


A ilustração mostra detalhes construtivos de um resistor de filme de carbono
(carvão):

Durante a construção, uma película fina de carbono (filme) é depositada sobre


um pequeno tubo de cerâmica. O filme resistivo é enrolado em hélice por fora do
tubinho ⎯ tudo com máquina automática ⎯ até que a resistência entre os dois
extremos fique tão próxima quanto possível do valor que se deseja. São
acrescentados terminais (um em forma de tampa e outro em forma de fio) em
cada extremo e, a seguir, o resistor é recoberto com uma camada isolante. A
etapa final é pintar (tudo automaticamente) faixas coloridas transversais para
indicar o valor da resistência.
Resistores de filme de carbono (popularmente, resistores de carvão) são baratos,
facilmente disponíveis e podem ser obtidos com valores de (+ ou -) 10% ou 5%
dos valores neles marcados (ditos valores nominais).
Resistores de filme de metal ou de óxido de metal são feitos de maneira similar
aos de carbono, mas apresentam maior acuidade em seus valores (podem ser
obtidos com tolerâncias de (+ ou-) 2% ou 1% do valor nominal).
Há algumas diferenças nos desempenhos de cada um desses tipos de resistores,
mas nada tão marcante que afete o uso deles em circuitos simples.
Resistores de fio, são feitos enrolando fios finos, de ligas especiais, sobre uma
barra cerâmica. Eles podem ser confeccionados com extrema precisão ao ponto
de serem recomendados para circuitos e reparos de multitestes, osciloscópios e
outros aparelhos de medição. Alguns desses tipos de resistores permitem
passagem de corrente muito intensa sem que ocorra aquecimento excessivo e,
como tais, podem ser usados em fontes de alimentação e circuitos de corrente
bem intensas.

Código de cores
⌦ Como os valores ôhmicos dos resistores podem ser reconhecidos pelas cores
das faixas em suas superfícies?
Simples, cada cor e sua posição no corpo do resistor representa um número, de
acordo com o seguinte esquema, COR ⎯ NÚMERO :
PRETO MARROM VERMELHO LARANJA AMARELO VERDE AZUL VIOLETA CINZA BRANCO

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

A PRIMEIRA FAIXA em um resistor é interpretada como o PRIMEIRO DÍGITO do


valor ôhmico da resistência do resistor. Para o resistor mostrado abaixo, a
primeira faixa é amarela, assim o primeiro dígito é 4:
A SEGUNDA FAIXA dá o SEGUNDO DÍGITO. Essa é uma faixa violeta, então o
segundo dígito é 7. A TERCEIRA FAIXA é chamada de MULTIPLICADOR e não
é interpretada do mesmo modo. O número associado à cor do multiplicador nos
informa quantos "zeros" devem ser colocados após os dígitos que já temos. Aqui,
uma faixa vermelha nos diz que devemos acrescentar 2 zeros. O valor ôhmico
desse resistor é então 4 7 00 ohms, quer dizer, 4 700Ω ou 4,7 kΩ .
Verifique novamente, nosso exemplo, para confirmar que você entendeu
realmente o código de cores dados pelas três primeiras faixas coloridas no corpo
do resistor.
A QUARTA FAIXA (se existir), um pouco mais afastada das outras três, é a faixa
de tolerância. Ela nos informa a precisão do valor real da resistência em relação
ao valor lido pelo código de cores. Isso é expresso em termos de porcentagem. A
maioria dos resistores obtidos nas lojas apresentam uma faixa de cor prata,
indicando que o valor real da resistência está dentro da tolerância dos 10% do
valor nominal. A codificação em cores, para a tolerância é a seguinte:
COR MARROM VERMELHO OURO PRATA

TOLERÂNCIA + ou – 1% + ou – 2% + ou – 5% + ou – 10%

Nosso resistor apresenta uma quarta faixa de cor OURO. Isso significa que o
valor nominal que encontramos 4 700Ω tem uma tolerância de 5% para mais ou
para menos. Ora, 5% de 4 700Ω são 235Ω então, o valor real de nosso resistor
pode ser qualquer um dentro da seguinte faixa de valores: 4 700Ω - 235Ω = 4
465Ω e 4 700Ω + 235Ω = 4 935Ω .
A ausência da quarta faixa indica uma tolerância de 20%.
Quando você for ler em voz alta um valor ôhmico de resistor (a pedido de seu
professor), procure a faixa de tolerância, normalmente prata e segure o resistor
com essa faixa mantida do lado direito. Valores de resistências podem ser lidos
rapidamente e com precisão, isso não é difícil, mas requer prática!

Entendeu mesmo ...


1. Cite três diferentes tipos de resistores.
2. Qual o valor ôhmico do resistor cujas faixas coloridas são:
(A) marrom, preto, vermelho?
(B) cinza, vermelho, marrom?
(C) laranja, branco, verde?
3. Dê o código de cores para os seguintes valores de resistência:
(A) 1,8 kΩ (B) 270 Ω (C) 56 kΩ
4. Obtenha os valores máximos e mínimos de resistências dos resistores
marcados com as seguintes faixas:
(A) vermelho, vermelho, preto ----- ouro
(B) amarelo, violeta, amarelo ----- prata

Ainda sobre o código de cores


O código de cores como explicado acima permite interpretar valores acima de
100 ohms. Com devido cuidado, ele pode se estendido para valores menores.
⌦ Como serão as cores para um resistor de valor nominal 12 ohms?

Será: marrom, vermelho e preto.

A cor preta (0) para a faixa do multiplicador indica que nenhum zero (0 zeros)
deve ser acrescentado aos dois dígitos já obtidos.
⌦ Qual será o código de cores para 47 ohms?

A resposta é: amarelo, violeta e preto.


Usando esse método, para indicar valores entre 10 ohms e 100 ohms, significa
que todos os valores de resistor requerem o mesmo número de faixas.
Para resistores com valores ôhmicos nominais entre 1 ohm e 10 ohms, a cor do
multiplicador é mudada para OURO. Por exemplo, as cores marrom, preto e
ouro indicam um resistor de resistência 1 ohm (valor nominal).

Outro exemplo, as cores vermelho, vermelho e ouro indicam uma resistência de


2,2 ohms.
Resistores de filme de metal, fabricados com 1% ou 2% de tolerância, usam
freqüentemente um código com, 4 faixas coloridas para os dígitos e 1 faixa para a
tolerância, num total de 5 faixas.

Assim, um resistor de 1kΩ , 1% terá as seguintes faixas:


marrom, preto, preto, marrom marrom
1 0 0 1zero 1%
Já, um resistor de 56kΩ , 2% terá as seguintes faixas:
verde, azul, preto, vermelho vermelho
5 6 0 2zeros 2%
É provável que você utilize resistores de valores pequenos assim como resistores
de filme de metal em algumas ocasiões, por isso é útil saber esses detalhes. A
maioria dos circuitos eletrônicos, porém, será montada com resistores de carvão
(filme de carbono) e, portanto, o mais usado será o código de três cores +
tolerância. Esse você tem que dominar, com certeza!

Entendeu mesmo ...


1. Dê os valores ôhmicos nominais dos resistores que apresentam as seguintes
faixas de cores:
(A) laranja, laranja, preto
(B) cinza, vermelho, ouro
(C) laranja, laranja, preto, vermelho
2. Como fica o código de cores para um resistor de 10 kW nominais,
(A) usando o três sistema de cores?
(B) usando o sistema de quatro cores?

Padrões E12 e E24


Se você já tem alguma experiência na montagem de circuitos, terá notado que os
resistores têm comumente valores como 2,2 (Ω , kΩ ou MΩ), 3,3 (Ω , kΩ ou MΩ)
ou 4,7 (Ω , kΩ ou MΩ) e não encontra no mercado valores igualmente espaçados
tais como 2, 3, 4, 5 etc.
Os fabricantes não produzem resistores com esses valores ôhmicos nominais.
⌦ Por que será?
A resposta, pelo menos em parte tem algo a ver com a precisão expressas pelas
porcentagens. Na tabela abaixo indicamos os valores encontrados nos
denominados padrões E12 e E24, um para aqueles com tolerância de 10% e
outro para a tolerância de 5%:
Os resistores são fabricados com resistências nominais de valores múltiplos
desses vistos nas tabelas, por exemplo, 1,2Ω – 12Ω – 120Ω – 1200Ω – etc.

Considere os valores adjacentes 100Ω e 120Ω do padrão E12; 100 é múltiplo de


10 e 120 é múltiplo de 12. Ora, como esse padrão é para tolerância de 10%,
teremos: 10% de 100Ω = 10Ω e 10% de 120Ω = 12Ω. Assim sendo, os resistores
marcados como 100Ω poderão ter qualquer valor entre ⎯ 90Ω e 110Ω ⎯ e os
marcados como 120Ω poderão ter qualquer valor entre ⎯ 108Ω e 132Ω ⎯ .
Essas duas faixas de alcances se sobrepõem, mas só ligeiramente; só 2Ω , entre
108Ω e 110Ω .
Nominal = 100Ω
90 ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ 110
Nominal = 120Ω
108 ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ 132
Vamos repetir o raciocínio para valores do extremo da tabela, digamos 680Ω e
820Ω . O marcado como 680Ω poderá ter resistência real de até 680Ω + 68Ω =
748Ω , enquanto que aquele marcado como 820Ω poderá ter resistência tão
baixa quanto 820Ω - 82Ω = 738Ω .

Novamente há superposição porém, de valor bastante pequeno, só 10Ω !


Os padrões E12 e E24 são projetados para cobrir todos os valores de resistência,
com o mínimo de sobreposição entre eles.
Isso significa que, quando você substituir um resistor danificado por outro com um
valor nominal mais alto, sua resistência real, quase certamente, também terá
valor maior. Do ponto de vista prático, tudo isso serviu para mostrar a você que
os resistores de filme de carbono são disponíveis em múltiplos dos valores
indicados nos padrões E12 e E24.

Entendeu mesmo ...

⌦ Que valor do padrão E12 está mais próximo a 5 030Ω ?


Limitador de corrente
Agora você já está pronto para calcular o valor ôhmico do resistor que deve ser
conectado em série com um LED. É um resistor limitador de corrente. Observe
a ilustração:

Um LED típico requer uma corrente de


intensidade de 10 mA e proporciona
uma "queda de tensão" de 2V enquanto
está aceso.
Nossa fonte de tensão fornece 9V.
Qual deve ser a tensão entre os
terminais de R1?

A resposta é 9V – 2V = 7V. Lembre-se que a soma das tensões sobre


componentes em série deve ser igual à tensão da fonte de alimentação.
Agora, com relação a R1, temos duas informações: a intensidade de corrente que
passa por ele (10mA) e a tensão que ele suporta (7V).
Para calcular sua resistência usamos a fórmula:

R1 = U ÷ I
Substituindo-se U e I por seus valores temos:

R1 = 7V ÷ 0,01A = 700Ω

Cuidado com as unidades!


A fórmula deve ser aplicada com as grandezas resistência, tensão e intensidade
de corrente elétrica medidas nas unidades fundamentais que são,
respectivamente, ohm (Ω ), volt (V) e ampère (A). No caso, os 10 mA devem ser
convertidos para 0,01A, antes de se fazer a substituição.

⌦ O valor obtido, mediante cálculo, para R1 foi de 700Ω . Qual o valor mais
próximo que deve ser selecionado entre os indicados nos padrões E12 e E24?

Resistores de 680Ω , 750Ω e 820Ω são os mais prováveis. 680Ω é a escolha


óbvia. Isso acarretará uma corrente ligeiramente maior que os 10 mA através do
LED (e do próprio resistor R1!) mas, a maioria dos LEDs não serão danificados
pois podem suportar até cerca de 20 mA.
⌦ Que cores terão as faixas desse resistor de 680Ω ?

Entendeu mesmo ...


1. No circuito por acender um LED, a fonte de
alimentação fornece 6 V. Qual deve ser o
valor de R1? Se a fonte for substituída por
outra de 9V, qual o novo valor de R1?
Resolução:

Resistores em Série e em Paralelo

Em um circuito série constatam-se as seguintes propriedades:

a) todos os componentes são percorridos por corrente de mesma intensidade;


b) a soma das tensões sobre todos os componentes deve ser igual à tensão total
aplicada;
c) a resistência total da associação é igual à soma das resistências dos
componentes individuais.
Comentemos isso tendo em vista o circuito ilustrado a seguir, onde temos dois
resistores R1 e R2 conectados em série, sob tensão total de 6V:
a) em todos os pontos do circuito (inclusive
dentro da bateria de 6V) a intensidade de
corrente é de 3 mA;
b) a tensão sobre cada resistor (de valores
iguais, nesse exemplo) é de 3V. A soma dessas
duas tensões é igual à tensão mantida pela
bateria.
c) a resistência total da associação vale 2kW ,
dada pela expressão: Rtotal = R1 + R2

Nesse circuito, a intensidade de corrente foi obtida pela fórmula:

I = Utotal / Rtotal
Substituindo:

I = 6V / 2 000Ω = 0,003A = 3 mA

A tensão elétrica (d.d.p.) sobre o resistor R1 será obtida por:

U1 = R1.I = 1 000Ω x 0,003A = 3V

A tensão elétrica sobre o resistor R2 deve ser também de 3V, uma vez que a
soma delas deve dar os 6V da fonte de alimentação.

Em um circuito paralelo constatam-se as seguintes propriedades:


a) todos os componentes suportam a mesma tensão elétrica;
b) a soma das intensidades de corrente nos componentes individuais deve ser
igual à intensidade de corrente total;

c) a resistência total da associação é calculada pelo quociente entre o produto


das resistências individuais e a soma delas (CUIDADO: isso vale só para 2
resistores em paralelo!).

A próxima ilustração nos mostra dois resistores conectados em paralelo e


alimentados por uma bateria de 6V:
a) ambos os resistores R1 e R2 funcionam
sob a mesma tensão (6V). Cada um deles
está ligado diretamente na fonte de
alimentação;
b) a corrente total (12 mA, veja cálculo
abaixo) divide-se em duas parcelas iguais
(6mA) porque os resistores têm
resistências iguais;

c) a resistência total é dado pelo produto


dividido pela soma das resistências:

R1 x R2
Rtotal = ⎯ ⎯ ⎯
R1 + R2
Observe que circuitos em paralelos provêm caminhos alternativos para a
circulação da corrente elétrica, sempre passando a maior intensidade pelo
caminho que oferece a menor resistência. Se as resistências do paralelo
tiverem o mesmo valor a corrente total divide-se em partes iguais.
Vejamos os cálculos do circuito acima:
1. Cálculo da resistência total:
R1 x R2 1000Ω x 1000Ω
Rtotal = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ = 500Ω
R1 + R2 1000Ω + 1000Ω

2. Cálculo da corrente total:


Utotal 6V
Itotal = ⎯ ⎯ ⎯ = ⎯ ⎯ ⎯ = 0,012 A = 12 mA
Rtotal 500Ω
3. Cálculo da corrente no resistor R1:
Utotal 6V
I1 = ⎯ ⎯ = ⎯ ⎯ ⎯ = 0,006 A = 6 mA
R1 1000Ω
Para R2 teremos resultado idêntico.

NOTA
Uma fórmula alternativa para o cálculo da resistência total para dois resistores é:
1/Rtotal = 1/R1 + 1/R2 . Apesar de aritmeticamente ser mais trabalhosa para
cálculos mentais, ela é mais geral, pois pode ser estendida a mais de dois
resistores. Para o cálculo da resistência total de 4 resistores (iguais ou não) em
paralelo teremos:

1/Rtotal = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 + 1/R4


Vejamos agora um circuito mais complexo, contendo partes em série e parte em
paralelo:

a) Cálculo da resistência total:

1. Comecemos pelos resistores em paralelo. Como vimos no exemplo anterior, a


resistência total de dois resistores iguais em paralelo vale metade da de um
deles. Como cada um tem resistência de 1kΩ , a associação terá resistência de
500Ω .

2. Esses 500Ω estarão em série com os 1000Ω da resistência R1 logo, a


resistência total será 1000Ω + 500Ω = 1500Ω .
b) Cálculo da corrente total:

Itotal = Ucomum / Rtotal = 6V / 1500Ω = 0,004A = 4mA


Essa corrente é a que passa pelo interior da bateria, passa através de R1 e
subdivide-se em duas parcelas iguais (porque os resistores do paralelo são
iguais) que passam por R2 e R3.
c) Tensão sobre R1:

U1 = R1.I = 1000Ω x 0,004A = 4V


d) Tensão sobre R2 e R3:
Pode ser obtida por dois caminhos:
1. Tensão total (6V) - tensão sobre R1 (4V) = tensão no paralelo (2V);

2. U2 ou 3 = R2 ou 3 x I2 ou 3 = 1000Ω x 0,002A = 2V
Confira cuidadosamente todos os cálculos e fórmulas envolvidas. Uma
compreensão clara disso tudo ajudará enormemente.

Entendeu mesmo ...


1. No circuito ilustrado, qual 2. No circuito ilustrado, qual
(A) a resistência total no circuito? (A) a resistência total no circuito?
(B) a intensidade de corrente que (B) as intensidades de corrente que passam
passa pelo ponto A? pelos pontos B, C, e D?

Potência nos resistores


Quando corrente elétrica circula através de resistores, especificamente, e nos
condutores, em geral, esses sempre se aquecem. Neles ocorre conversão de
energia elétrica em energia térmica. Essa energia térmica produzida, via de regra,
é transferida para fora do corpo do resistor sob a forma de calor.
Isso torna-se óbvio se examinarmos o que acontece no filamento da lâmpada da
lanterna. Seu filamento comporta-se como um resistor de resistência elevada (em
confronto com as demais partes condutoras do circuito). Nele a energia elétrica
proveniente das pilhas, via corrente elétrica, é convertida em energia térmica.
Essa quantidade aquece o filamento até que ele adquira a cor branca e passa a
ser transferida para o ambiente sob a forma de calor e luz. A lâmpada é um
transdutor de saída, convertendo energia elétrica em energia térmica e
posteriormente em calor (parcela inútil e indesejável) e luz (parcela útil).
Embora não tão evidente como na lâmpada e em alguns resistores de fonte de
alimentação, esse aquecimento devido à passagem de corrente elétrica ocorre
com todos os componentes eletrônicos, sem exceção. A maior ou menor
quantidade de energia elétrica convertida em térmica num componente depende
apenas de dois fatores: a resistência ôhmica do componente e a intensidade de
corrente elétrica que o atravessa. Esses dois fatores são fundamentais para se
conhecer a rapidez com que a energia elétrica converte-se em térmica.

A rapidez de conversão de energia, em qualquer campo ligado à Ciência, é


conhecida pela denominação de potência.
A potência de um dispositivo qualquer nos informa "quanto de energia" foi
convertida de uma modalidade para outra, a cada "unidade de tempo" de
funcionamento.
Energia convertida
Potência = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
Tempo para a conversão
As unidades oficiais para as grandezas da expressão acima são: Potência em
watt (W), Energia em joule (J) e Tempo em segundo (s).
Em particular, na Eletrônica, a potência elétrica nos informa quanto de energia
elétrica, a cada segundo, foi convertida em outra modalidade de energia. Em
termos de grandezas elétricas a expressão da potência pode ser posta sob a
forma:

Potência elétrica = tensão x intensidade de corrente


Ou

P=U.I
Ö Usando da definição de tensão e intensidade de corrente elétrica você
conseguiria chegar a esse resultado?
Isso é importante para que você perceba que essa 'formula' não foi tirada de uma
'cartola mágica'!
Dentro da Eletrônica, para os resistores, onde a energia elétrica é convertida
exclusivamente em energia térmica (a mais degradadas das modalidade de
energia ... a mais "vagabunda", "indesejável", "inútil" etc.), essa potência passa a
ser denominada potência dissipada no resistor.

Desse modo, podemos escrever: P = U . I = (R.I). I = R . I2


Lembre-se disso: para calcular a potência dissipada por resistores podemos usar
das expressões P = U.i ou P = R.I2.
Ö Você poderia deduzir uma terceira expressão para o cálculo da potência
dissipada em resistor? Tente, e eis uma dica: na expressão P = U.I, deixe o U
quieto e substitua o I por U/R.
Vamos checar o entendimento disso:
a) Uma máquina converte 1000 joules de energia térmica em energia elétrica a
cada 2 segundos. Qual sua potência?
b) Um resistor submetido à tensão de 10V é atravessado por corrente elétrica de
intensidade 0,5A. Qual sua resistência? Que potência ele dissipa?
c) Um resistor de resistência 100 ohms é percorrido por corrente d.c. de 200 mA.
Que tensão elétrica ele suporta? Que potência ele dissipa?
É importante e indispensável que a energia térmica produzida num resistor seja
transferida para o meio ambiente sob a forma de calor. Ora, essa transferência
irá depender, entre outros fatores, da superfície do corpo do resistor. Quanto
maior for a área dessa superfície mais favorável será essa transferência. Um
resistor de tamanho pequeno (área pequena) não poderá dissipar (perder energia
térmica para o ambiente sob a forma de calor) calor com rapidez adequada,
quando percorrido por corrente muito intensa. Ele irá se aquecer em demasia o
que o levará à destruição total.
A cada finalidade, prevendo-se as possíveis intensidades de corrente que o
atravessarão, deve-se adotar um resistor de tamanho adequado (potência
adequada) para seu correto funcionamento. Quanto maior o tamanho físico de
um resistor maior será a potência que pode dissipar (sem usar outros artifícios).

A ilustração abaixo mostra resistores de tamanhos diferentes:

O resistor de carvão mais comum nos circuitos de aprendizagem são os de 0,5W.


Em média, tais resistores, pelo seu tamanho, podem dissipar calor à razão de 0,5
joules a cada segundo, ou seja, têm potência máxima de 0,5W.
Alguns tipos de resistores (cujo tamanho físico não pode exceder umas dadas
dimensões ... mesmo porque nem caberiam nas caixas que alojam o circuito)
devem usar outros recursos que permitam uma maior dissipação para os seus
tamanhos. Um dos recursos é manter uma ventilação forçada mediante
ventiladores. Outro, é coloca-los no interior de uma cápsula de alumínio dotada
de aletas. Isso determina uma superfície efetiva bem maior. Temos uma
ilustração dessa técnica na figura acima, para o resistor de 25W..

Entendeu mesmo ...


1. Que valor de potência é recomendada para um resistor limitador de corrente
de 680W , de modo que o LED conectado em série seja percorrido por corrente
de 10 mA?

Práticas da Teoria 2 - Resistores

Usando o multímetro
O Laboratório que acompanha a Teoria II - Resistores, introduz a utilização do
multímetro como ferramenta indispensável para realizar medidas nos circuitos.
Quanto mais habilitado você estiver com esse aparelho de medição, mais poderá
testar circuitos, entendendo melhor como funcionam, como localizar e corrigir
falhas.

Tópicos
O que fazem os medidores?
Multímetros digitais
Multímetros analógicos
Práticas com medidas

O que fazem os medidores?


Um medidor é um instrumento de medição. O resultado de uma medição é uma
medida. Não há cunho científico onde não houver medida. Em Eletrônica, os
amperômetros medem intensidades de corrente, os voltômetros medem a
diferença de potencial (tensão) entre dois pontos e os ohmômetros medem as
resistências elétricas dos condutores.
Cometendo erros de nomenclatura, porém já consagrados pelo uso, tais
aparelhos são mais conhecidos por: amperímetro, voltímetro e ohmímetro.
[Nota: O Sistema Internacional de Unidades, no trecho dedicado á nomenclatura,
indica: aparelhos de medida direta são grafados com terminação em "ímetro" (tal
como o paquímetro) e os de medida indireta são grafados com terminação
"ômetro" (tais como o cronômetro, odômetro, amperômetro, voltômetro etc.). Os
técnicos em eletricidade e eletrônica não 'falam' cronímetro ou odímetro, mas
dão-se por satisfeitos com amperímetro, voltímetro etc.]

Um 'multímetro' ou multiteste incorpora todas essas funções de medidores e


possivelmente outras mais, num só equipamento.
Antes de entrarmos em detalhes no manuseio dos multímetros, é importante para
você ter uma idéia clara de como os medidores são conectados ao circuito sob
inspeção.
1) A ilustração abaixo mostra um circuito em duas situações, A antes e B depois
de se ligar um amperímetro:

Para se medir a intensidade de corrente que circula por um dado componente ou


num trecho de circuito, tal circuito deve ser "aberto", "cortado", "interrompido"
para poder intercalar o amperímetro em série.
Toda a corrente que passa pelo componente ou no trecho em questão deve
passar também através do medidor. Na ilustração acima, não importa se o
amperímetro é inserido na posição indicada, entre R1 e R2 ou entre R2 e a fonte
de tensão.
A introdução do amperímetro no circuito implica na introdução de uma nova
resistência (a resistência interna do próprio aparelho)que afeta a resistência total
e conseqüentemente a intensidade de corrente. Assim, para a leitura seja
confiável é necessário que a resistência própria do medidor seja a mais baixa
possível.

Um bom amperímetro deve ter resistência interna praticamente nula!


2) A ilustração a seguir mostra um circuito em duas situações, A antes e C depois
de se ligar um voltímetro:

Observe que, para a medida de uma diferença de potencial (tensão) entre dois
pontos (os terminais do resistor R2, na ilustração), o circuito não precisa ser
interrompido; o voltímetro é conectado em paralelo.
Para que a inclusão do voltímetro não altere substancialmente o valor da
resistência do trecho sob medição é preciso que a resistência própria (interna) do
medidor seja a mais alta possível. Em outras palavras, a intensidade de corrente
através do voltímetro deve ser mínima.

Um bom voltímetro tem resistência interna praticamente infinita!


Que medição você acha que é mais útil para o experimentador, intensidade de
corrente (com amperímetro) ou tensão elétrica (com voltímetro)?
Ambas são úteis porém, a medida de tensão é muito mais prática e muito mais
freqüente. Ela é uma medição fácil pois incorpora a vantagem de não necessitar
nenhuma interrupção no circuito original. Nesse tipo de medição, as pontas de
prova do voltímetro são simplesmente encostadas nos pontos entre os quais quer
se saber o valor de tensão.
3) A ilustração abaixo mostra um circuito em duas situações, A antes e D depois
de se ligar um ôhmímetro:

O ôhmímetro não deve ser usado com o circuito conectado à fonte de


alimentação. Ele não trabalha da mesma maneira que voltímetro e amperímetro.
Esses dois usam a fonte de alimentação do circuito para suas leituras; o
ôhmímetro não, ele tem sua própria fonte de tensão.
Além disso, o componente cuja resistência está sob medição deve ser retirado do
circuito. Na ilustração, o resistor R2 foi retirado para uma perfeita medição do
valor de sua resistência. Na prática não é necessário dessoldar seus dois
terminais, basta soltar um deles.
A fonte de tensão interna do ohmímetro faz circular uma pequena intensidade de
corrente pelo componente em teste e avalia a queda de tensão sobre ele; em
função dessa tensão o medidor fornece, como leitura, a resistência do
componente.
A maioria dos ohmímetro têm, em seu interior, um fusível para protegê-lo contra
"abusos" e falhas do operador.

Multímetros digitais
Multímetros digitais são projetados por engenheiros eletrônicos e produzidos em
massa. Até mesmo os modelos mais baratos podem incluir características que
você, iniciante, provavelmente não as usará.
Tais medidores dão, como saída, uma exibição numérica normalmente através
das propriedades dos mostradores de cristais líquidos.
A ilustração a seguir mostra dois modelos de multímetro digitais. O da esquerda,
um típico, tem suas funções e alcances selecionadas mediante uma chave
(ligada a um grande botão no meio do aparelho). O da direita, mais sofisticado,
não é necessário selecionar nenhum alcance, apenas a função. Ele,
automaticamente seleciona um alcance adequado.

Comentemos o primeiro modelo. Mediante o acionamento do botão central, que


pode assumir diversas posições, você tem que escolher aquela que convém para
a adequada medição. Se esse botão foi dirigido para o setor V= e aponta para a
faixa dos 20V (como na ilustração) então, 20V é a tensão máxima que pode ser
medida. Para os circuitos experimentais com os quais trabalharemos essa é a
seleção indicada para medidas de tensões. Em algumas situações poderemos
utilizar o alcance 2V ou ainda 200 mV.
As faixas de tensões para fontes de polaridade fixa (pilhas, baterias e fontes de
alimentação) estão no setor indicado com V=. Nossos projetos iniciais trabalharão
com esse tipo de alimentação.
Leituras de tensões alternadas (AC) devem ser feitas com o máximo de cuidado e
o botão central deve ser levado para o setor V~.

Muito cuidado ao ligar o medidor na rede elétrica domiciliar.


Comentemos o segundo modelo. É um multiteste (multímetro) denominado
multímetro auto ajustável. Mediante o botão central você se limita a escolher
uma função, ou seja, que grandeza quer medir (tensão, corrente, resistência,
decibéis etc.), o restante o aparelho faz por conta própria. Ele escolhe qual o
alcance mais indicado e apresenta no mostrador a leitura (digital) acompanhada
da unidade de medida. Ele é mais caro que o medidor comum mas, obviamente,
de manuseio mais simples.
Cuidado especial deve ser tomado para as ligações das pontas de prova no
multiteste. O fio vermelho que termina em ponta deve ser conectado ao terminal
marcado com V, Ω ,mA e o fio preto que termina com um jacaré deve ser
inserido no terminal marcado com COM (COMUM).

Multímetros analógicos
Nos medidores analógicos uma agulha movimenta-se diante de uma escala
gravada no mostrador. Multímetros analógicos com alcances chaveados
(selecionados por botão central) são mais baratos que os digitais porém, de
leituras mais difíceis para os novatos lerem com precisão, especialmente nas
escalas de resistências. O aparelho é mais delicado que os digitais e, em caso de
queda, é mais provável que se danifiquem.
Cada tipo de medidor tem suas vantagens e desvantagens. Usado como
voltímetro, um medidor digital é normalmente melhor porque sua resistência
interna é muito mais alta (1 MΩ ou 10 MΩ ) que aquela dos analógicos (200 kW )
numa faixa semelhante.
Por outro lado, é mais fácil seguir o lento movimento da agulha em determinadas
leituras de tensão que as trocas numéricas de um digital.
Usado como amperímetro, um medidor analógico passa à frente do digital;
primeiro por ter resistência interna bem menor e em segundo, por ser mais
sensível (normalmente com escalas até 50 m A). Multímetros digitais mais caros
podem igualar ou mesmo superar esse desempenho.
A maioria dos multímetros modernos é digital; os tipos analógicos tradicionais são
destinados a ficar obsoletos.

Práticas com medidas

1. Medidas de tensão:
Construa o circuito mostrado abaixo usando a matriz de contatos e quatro
resistores de 10 kΩ .

Usando o multímetro digital como voltímetro, meça a tensão fornecida pela fonte
de alimentação e a seguir as tensões (d.d.p) entre os pontos [A e B] e [A e C].
Que você observa com relação a esses resultados?
Os quatro resistores estão associados em série e fazem um arranjo conhecido
como divisor de tensão. A tensão total é compartilhada (dividida) entre os quatro
resistores e, a menos da tolerância, cada resistor recebe parcelas iguais (pois
têm valores nominais iguais).

Nota: O próximo capítulo (Teoria III) dará detalhes dos divisores de tensão.
Modifique o circuito, substituindo um ou mais resistores de 10 kW por outros de 1
kW ou 100 kW . Refaça as leituras de tensão.
Os resultados são os esperados?
A ilustração a seguir mostra um circuito sensor de luz construído de modo
semelhante:

O circuito usa um LDR (resistor dependente da luz) e um resistor de 10 kΩ em


série, constituindo também um divisor de tensão.
A resistência imposta pelo LDR é afetada pela luz que incide sobre sua face
sensível. Na escuridão essa resistência é bem alta, 1 MΩ ou mais. Sob
iluminação (quando então a energia luminosa aumenta o número de portadores
de carga disponível para o fluxo de corrente) a resistência diminui sensivelmente,
podendo mesmo chegar abaixo dos 100 Ω .

Conecte as pontas de prova de tensão sobre o resistor de 10 kΩ , como se


ilustra. A seguir, cubra com a mão a superfície sensível do LDR.
A tensão lida aumenta ou diminui?
2. Medidas de resistência

Remova o LDR do circuito e meça sua resistência, como se ilustra acima.


Para fazer o multímetro funcionar como um ohmímetro, você precisará selecionar
uma faixa de resistência. O chaveamento para o alcance 200 kΩ é satisfatório.
Agora você poderá observar as alterações de resistência conforme muda o nível
de iluminação no LDR.
Se a leitura chegar ao valor máximo e estacionar com a progressiva cobertura do
LDR, isso significa que o alcance do medidor precisa ser modificado para um
alcance mais elevado, 2000 kΩ , por exemplo.

A quantos MΩ corresponde os 2000 kΩ ?


3. Medidas de intensidades de correntes:
A ilustração abaixo mostra um arranjo efetuado com resistores de 100 W sobre
uma matriz de contatos. Vamos usá-lo para efetuar medidas de intensidade de
corrente:

Observe que a corrente tem que circular pelo amperímetro assim como pelo
circuito. O circuito foi previamente interrompido e o amperímetro inserido.
Faça uma nova leitura de intensidade de corrente levando o "jumper" que está
ligado em A para uma nova posição B.
Qual a intensidade de corrente?
Leve o "jumper" para as posições C e D, sucessivamente e anote as novas
leituras. Não esqueça de escrever as unidades corretamente.
Calcule, separadamente, a intensidade de corrente esperada em cada caso
usando da Lei de Ohm.

Entendeu mesmo? ... A


1. Dê três funções que os resistores podem desempenhar num circuito.
2. Que é um transdutor?
3. Dê exemplos de transdutores de entrada e de saída.

Entendeu mesmo? ... B


1. Cite três diferentes tipos de resistores.
2. Qual o valor ôhmico do resistor cujas faixas coloridas são:
(A) marrom, preto, vermelho?
(B) cinza, vermelho, marrom?
(C) laranja, branco, verde?
3. Dê o código de cores para os seguintes valores de resistência:

(A) 1,8 kΩ
(B) 270 Ω
(C) 56 kΩ
4. Obtenha os valores máximos e mínimos de resistências dos resistores
marcados com as seguintes faixas:
(A) vermelho, vermelho, preto ----- ouro
(B) amarelo, violeta, amarelo ----- prata

Entendeu mesmo? ... C


1. Dê os valores ôhmicos nominais dos resistores que apresentam as seguintes
faixas de cores:
(A) laranja, laranja, preto
(B) cinza, vermelho, ouro
(C) laranja, laranja, preto, vermelho

2. Como fica o código de cores para um resistor de 10 kΩ nominais,


(A) usando o três sistema de cores?
(B) usando o sistema de quatro cores?

Entendeu mesmo? ... D

1. Que valor do padrão E12 está mais próximo a 5 030Ω ?

Entendeu mesmo? ... E


1. No circuito por acender um LED, a fonte de alimentação fornece 6 V. Qual
deve ser o valor de R1? Se a fonte for substituída por outra de 9V, qual o novo
valor de R1?

Entendeu mesmo? ... F


1. No circuito ilustrado, qual
(A) a resistência total no circuito?
(B) a intensidade de corrente que passa pelo ponto A?
2. No circuito ilustrado, qual
(A) a resistência total no circuito?
(B) as intensidades de corrente que passam pelos pontos B, C, e D?
Entendeu mesmo? ... G
1. Que valor de potência é recomendada para um resistor limitador de corrente
de 680Ω , de modo que o LED conectado em série seja percorrido por corrente
de 10 mA?

RESPOSTAS ... A
1.
(a) Como limitador de intensidade de corrente em determinados componentes,
(b) como um transdutor (como parte de um subcircuito de sensor),
(c) como modificador da constante de tempo quando associado em série com um
capacitor.
2. Um componente que muda uma forma de energia em outro. No transdutor
eletrônico, uma das formas de energia deve ser elétrica.

3. De entrada: LDR, microfone, interruptor, termistor (sensor de temperatura)


De saída: LED, lâmpada, alto-falantes, cigarra.

RESPOSTAS ... B
1. Filme de carbono (carvão), filme de metal (óxidos), fio enrolado (nicromo).
2. Valores dos resistores:

(A) 1000Ω ou 1 kΩ
(B) 820Ω
(C) 3 900 000Ω ou 3,9 MΩ .
3. código de cores:
(A) marrom, cinza, vermelho
(B) vermelho, violeta, marrom
(C) verde, azul, laranja

4. ouro = ±5% è máximo: 220Ω +11Ω =231Ω mínimo: 220Ω -11Ω =209Ω
prata = 10%è máximo: mínimo:

RESPOSTAS ... C
1. valores de resistor:
(A) 33
(B) 8.2
(C) 33 000, ou 33
2. códigos de cor:
(A) marrom, preto, laranja,
(B) marrom, preto, preto, vermelho,

RESPOSTAS ... D
1. E12 valores de 4.7 e 56 estão disponíveis: 4.7 estão mais próximos.
Na E24 escala, 5.1 estão mais próximos.

RESPOSTAS ... E
1. A tensão por R1 é agora 6-4=2 V
O E12 valor mais próximo é 390, laranja de código de cor, branco, marrom.

RESPOSTAS ... F
1. resistor em série:
(A) 3
(B) 2 mA
2. resistor em paralelo:
(A) 0.67
(B) B=9 mA, C=6 mA, D=3 mA,
Os resistor conectados em paralelo têm valores diferentes e por isso as correntes
que fluem por eles serão diferentes.

RESPOSTAS ... G

1. 10 mA=0.01A. A tensão pelos 680Ω é: 6,8V. A potência é: 0,068W.


Qualquer resistor acima dessa faixa pode ser usado, tal como 0,25W ou 0,5W

Divisor de tensão
(Teoria 3)

Nessa Teoria III você descobrirá como funcionam os circuitos divisores de


tensão e saberá porque eles são importantes nos circuitos eletrônicos em
geral.

Tópicos
O divisor de tensão
Sensores de temperatura
Ponte de Wheatstone
Sensores de som
Sinais de interruptores
Conclusão
O divisor de tensão
Você vai ficar sabendo o que é isso, mas não tenha pressa. Acompanhe
atentamente o capítulo e deixe a explicação aparecer naturalmente.

A ilustração acima mostra um resistor dependente da luz, um LDR, e seu símbolo


nos circuitos de eletrônica.
A parte sensível à luz, no LDR, é uma trilha ondulada feita de sulfeto de cádmio.
A energia luminosa inerente ao feixe de luz que atinge essa trilha, provoca uma
liberação de portadores de carga elétrica além do normal, nesse material. Essa
quantidade extra de portadores faz com que a resistência do elemento diminua
drasticamente conforme o nível de iluminação aumenta.

Um sensor de luz usa um LDR como parte de um divisor de tensão.


O circuito básico de um divisor de tensão, por vezes também denominado "divisor
de potenciais elétricos" é o ilustrado a seguir:
Como você pode ver, foram conectados dois resistores em séries, sendo a
associação alimentada pela tensão Uentrada, freqüentemente proveniente da fonte
de alimentação.
A tensão de saída, Usaída, é recolhida sobre o Rde baixo e a expressão que permite
seu cálculo é a indicada sob a figura.
É recomendável a memorização (e "traquejo") dessa expressão visto o grande
número de aplicações desse simples divisor de tensão.
O que acontecerá se um dos resistores do divisor de tensão for substituído por
um LDR?

No circuito acima, o Rde cima é um resistor de 10 kΩ e o Rde baixo foi substituído por
um LDR.

Suponha que o LDR adquirido tenha resistência de 500Ω (0,5 kΩ) sob luz
brilhante e 200 kΩ na sombra (esses valores são bem razoáveis).
Quais as tensões de saída, sob iluminação e à sombra?
Façamos alguns cálculos:
a) Quando o LDR estiver sob iluminação intensa a Usaída , aplicando a fórmula,
será de:
Rde baixo 0,5
Usaída = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ x Uentrada = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ x 9 = 0,43 volts
Rde baixo + Rde cima 0,5 + 10
b) Quando o LDR estiver à sombra, a Usaída , aplicando a fórmula, será de:
Rde baixo 200
Usaída = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ x Uentrada = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ x 9 = 8,57 volts
Rde baixo + Rde cima 200 + 10
Em outras palavras, esse circuito "sensor de luz" entrega na saída uma tensão
BAIXA quando o LDR está intensamente iluminado e uma tensão ALTA quando o
LDR está na sombra. O circuito do divisor de tensão dá uma tensão de saída que
se altera com a iluminação.
Que tal pensar num circuito "sensor de escuro"?
Ele poderia ser utilizado para controlar a iluminação de um ambiente ao
escurecer ¾ acendendo as luzes¾ e apagá-las ao raiar do dia.
Talvez isso não lhe pareça terrivelmente excitante mas, fique sabendo que,
praticamente todos os circuitos sensores que você possa imaginar utiliza, de
algum modo, um divisor de tensão. A menos que você invente um outro
processo para isso!

Nesse divisor de tensão, substituímos o Rde cima pelo LDR. O resistor de 10 kΩ


passou para baixo e a tensão de saída está sendo recolhida entre seus terminais.
Que efeito terá essa inversão sobre a Usaída?
A ação do circuito fica invertida, ou seja, Usaída torna-se ALTA quando o LDR está
sob iluminação e BAIXA quando mantido à sombra.
Substitua os valores adequadamente na fórmula do divisor de tensão para se
convencer de que isso é verdadeiro.

Sensores de temperatura

Um resistor sensível à temperatura é chamado de termístor. Há vários tipos


diferentes:

Na maioria dos tipos comuns de termístores a resistência diminui à medida que a


temperatura aumenta. Eles são denominados termístores de coeficiente negativo
de temperatura e indicados como NTC. Na sua simbologia, note o "- to".
Um termístor NTC típico é feito de material semicondutor à base de um óxido
metálico. Lembre-se, os semicondutores exibem a propriedade de resistência
elétrica a meio caminho entre os bons condutores e os bons isolantes. Com a
elevação da temperatura, mais portadores de carga tornam-se disponíveis e,
conseqüentemente a resistência elétrica diminui.
Embora não seja de uso freqüente, fabricam-se também os termístores com
coeficiente positivo de temperatura, os PTC. São confeccionados com outros
materiais e exibem um aumento de resistência com a temperatura.
Como poderíamos fazer um circuito sensor para atuar como alarme de incêndio?
Vejamos; como opção pretendemos um circuito que forneça uma ALTA tensão
quando elevações de temperaturas forem detectadas. Para tanto, vamos precisar
de circuito divisor de tensão, com um termístor NTC na posição Rde cima. A Usaída
será recolhida no Rde baixo.
Acompanhe:

Veja que esse circuito satisfaz plenamente o propósito para o detetor de incêndio.
Vejamos outro desafio:
Em países de clima bem frio é comum a formação de gelo sobre as estradas.
Como você faria um circuito sensor para detectar temperaturas abaixo dos 4oC e
com isso advertir os motoristas da possibilidade de gelo sobre a pista?
Dessa vez, queremos um circuito que entregue na saída uma ALTA tensão sob
baixas temperaturas. Para tanto devemos preparar um divisor de tensão, usando
um termístor NTC na posição Rde baixo e recolher a Usaída sobre ele. Veja o
esquema básico:
Esta última aplicação levanta uma pergunta importante:
Como saberemos que valor a Usaída vai assumir quando a temperatura chegar
aos 4°C?
Para responder a essa pergunta, você precisa calcular (ou saber de antemão) a
resistência do termístor a 4°C.
São fabricados muitos tipos de termístores, cada um com seu próprio padrão
característico de alteração da resistência em função da temperatura. Os
fabricantes publicam gráficos que mostram as curvas características desses
termístores.
A ilustração que segue mostra a curva característica de um particular termístor:

No eixo dos "y" (ordenadas) são postos os valores de resistência em escala


logarítmica. Esse procedimento tem por finalidade comprimir o gráfico
verticalmente de forma a facilitar a visualização dos valores de resistência com os
aumentos de temperatura. Note que, entre 100Ω e 1000Ω , cada intervalo
horizontal corresponde a 100 ohms, apesar de aparentar "larguras diferentes".
Entre 1000Ω e 10000Ω , cada intervalo horizontal corresponde a 1000 ohms. Dos
10000Ω aos 100000Ω , cada intervalo indica 10000 ohms.
No eixo dos "x" (abscissas) são postos os valores de temperatura em escala
linear (divisões e intervalos igualmente espaçados).
Como você pode observar esse particular termístor tem uma resistência ao redor
dos 70 kΩ à 0 oC e aproximadamente 1 kΩ à 100 oC. Os fabricantes normalmente
catalogam seus termístores indicando suas resistências aos 25 oC ⎯ esse que
ilustramos apresenta resistência de 20 kΩ à 25 oC ⎯ . Marque esse ponto no
gráfico para mostrar que você entendeu mesmo o jeitão da coisa.
Se você quiser avançar um pouco mais no assunto eis outra informação:
usualmente os fabricantes acrescentam em seus catálogos outra informação a
respeito do termístor, é o seu beta ou o fator-β . Em posse desses dois dados
RT0 (resistência de referência) e o fator-β , é possível calcular um valor
aproximado da resistência RT do termístor para qualquer particular temperatura
usando da seguinte expressão:
{β [(1/T) - (1/T0)]}
RT = RT0 x e
onde RT é a resistência calculada na temperatura absoluta kelvin (T = toC + 273),
RT0 é a resistência de referência a T0 em kelvin. Quando a temperatura de
referência é 25oC, T0 = 25oC + 273.

e é a base dos logaritmos naturais, elevado à potência [β ((1/T) - (1/T0))], nessa


expressão, β é o fator-beta, específico desse termístor.
Você não precisa se preocupar em aplicar essa expressão no momento, mas é
bom saber que as informações colhidas nos catálogos são suficientes para você
predizer o bom desempenho do termístor em seu projeto.

Dica: Existem programas que montam e traçam gráficos. O Excel é um


deles. Você entra com a fórmula (essa que mostramos acima) e os valores
de temperatura numa dada faixa (digamos entre 0 e 100, com passos de
5 graus célsius). O programa incumbe-se de calcular e traçar a curva
característica do termístor em questão.

Com RT0 = 20 kΩ e b = 4200, e temperaturas de 0 a 10oC (passo de 1oC) eis a


curva característica desse termístor:

Do gráfico, a resistência a 4oC, mostra um valor algo menor que 60 kΩ ; por


cálculo obtemos o valor 58,2 kΩ .
IMPORTANTE: A maior alteração em Usaída, no divisor de tensão, é obtida
quando Rde cima e Rde baixo têm mesmo valor ôhmico.

Isso significa que, selecionando-se um valor para Rde cima perto de 58,2 kΩ , fará
o divisor de tensão usado como "alarme de gelo" ficar o mais sensível possível
aos 4oC. O valor mais próximo desse valor ideal nos padrões E12/E24 é o 56 kΩ .
Esse detalhe é importante uma vez que grandes alterações em Usaída facilitam o
projeto do sensor de gelo tornando-o mais confiável para detectar temperatura
abaixo dos 4oC.
Dispositivos usados como sensores variam consideravelmente em resistência e
você poderá sempre usar dessa regra em seus divisores de tensão para torna-lo
tão sensível quanto possível no ponto crítico escolhido.
Termístores são utilizados nos lugares "mais estranhos" que você possa
imaginar. Nos projetos automotivos, por exemplo, citamos:
* injeção eletrônica de combustível, na qual, monitora-se a quantidade de ar na
mistura ar/combustível, para a concentração ideal;
* ar condicionado e controle automático de temperatura;
* indicador de temperatura do óleo, nível do óleo etc;
* controle do motor do ventilador, baseado na temperatura da água de
refrigeração;
* sensores para freezers, em relação à temperatura externa;
* etc.

Ponte de Wheatstone
Charles Wheatstone era um cientista talentoso e versátil. Ele inventou a
concertina, experimentou com a fotografia estereoscópica, inventou o
estereoscópio e teve uma participação importante no desenvolvimento das
comunicações com o telégrafo da época. Ele não reivindicou ter inventado o
circuito que mais tarde veio a receber o seu nome, mas foi certamente um dos
primeiros a explorar o circuito para fazer medidas de resistências.
Então, vamos ver como é uma ponte de Wheatstone. Esse é o circuito:
É óbvio que o circuito consiste de dois divisores de tensão.

Suponha que RX seja um valor desconhecido de resistência. RA e RB são


resistores de resistências fixas e conhecidas.

Vamos ajustar RC até que a Usaída sobre ele fique igual à Usaída do divisor que
contém RX. Quando esses valores tornarem-se iguais, a ponte será dita "em
equilíbrio".
O "ponto de equilíbrio" (atuando-se sobre RC) pode ser visualizado, conectando-
se um voltímetro ou um amperímetro aos terminais de saída. Ambos os tipos de
medidores darão uma leitura ZERO quando o equilíbrio for alcançado.
Quando o equilíbrio for obtido, a razão RX/RA será igual à razão RB/RC.
Reorganizando:
RA x RB
RX = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯
RC
Em outras palavras, conhecendo-se RA, RB e RC, é fácil calcular RX. Nos
instrumentos baseados na ponte de Wheatstone, RA e RB são fixos e RC é
ajustado a uma escala corrediça de tal modo que o valor de RX é lido diretamente
nessa escala móvel.
Atualmente, a ponte de Wheatstone não é mais corriqueiramente usada para a
medida de resistência, mas sim para artificiosos circuitos sensores. O variômetro,
por exemplo, que detecta mudanças na pressão do ar devido às mudanças
súbitas de altitude, muito usado em planadores, é um sensor que usa dos
recursos dessa ponte.
O circuito desses variômetros apresentam dois termístores NTC, cada um deles
medindo a temperatura do fluxo de ar que se movimenta sob a diferença de
pressão ocasionadas pela alteração da altitude.
O variômetro alerta o piloto para uma corrente térmica ascendente e, com isso,
ele pode ganhar altura e voar durante um tempo maior.
Quando o instrumento é inicialmente aferido, o resistor prefixado é ajustado para
uma tensão de saída ZERO. A vantagem da ponte de Wheatstone é que só
diferenças de temperatura entre os dois sensores colocarão a ponte fora de
equilíbrio.
A propósito, os circuitos com ponte de Wheatstone são supostos prematuramente
difíceis de entender. Isso não deve acontecer com você.
Via de regra, muito devido às aulas de Física, esse circuito é normalmente
desenhado sob a forma de um losângulo.
Sob esse formato fica menos óbvio o circuito básico de dois divisores de tensão
mas, uma vez que você sabe disso, torna-se fácil entender a ação do circuito.

Sensores de som

Talvez você conheça um sensor de som com outro nome; que tal, microfone.

A ilustração a seguir mostra um tipo de microfone que mistura cerâmica com


metal. Pode ser identificado pelo nome CerMet. Essa mistura é utilizada na parte
sensível ao som. Para que essa parte funcione adequadamente, deve
permanecer sob uma determinada tensão elétrica, cerca de 1,5 volts. No circuito
que apresentamos ao lado do microfone, a fonte de alimentação fornece 9 volts.
Portanto, um divisor de tensão faz-se necessário.
O resistor de 4,7 kΩ e o de 1 kΩ constituem um divisor de tensão que provê uma
saída de 1,6 V sobre o microfone. As ondas sonoras que ele recebe geram
pequenas variações de tensão, normalmente na faixa dos 10 a 20 mV. Para isolar
essas pequenas variações, dos 1,6V que permanece fixo, usamos um capacitor.
Os capacitores serão tratados em aulas futuras.

Com certeza você conhece outros tipos de microfones; capacitivo,


dinâmico, cristal, eletreto etc. Serão estudados oportunamente.

Sinais de interruptores
Quando um interruptor é usado para prover uma entrada em um determinado
circuito, seu pressionamento normalmente gera um sinal de tensão. É esse sinal
de tensão que ativa o circuito propriamente dito.
Do que você precisa para fazer o interruptor gerar um sinal de tensão?
Resposta perfeita ... isso mesmo, você precisa de um divisor de tensão.
As ilustrações a seguir mostram dois caminhos possíveis:

A tensão de saída no circuito da esquerda é sempre BAIXA, exceto quando o


botão é pressionado. Ao pressionar o botão essa tensão alta é utilizada para por
em ação o circuito restante. No circuito da direita a tensão de saída é sempre
ALTA (a própria tensão da fonte, no caso), exceto quando o botão é pressionado.
Pressionando esse botão, a tensão de saída cai a ZERO. Para o resistor dos
circuitos, um valor de 10 kW é o recomendado.
Em suma; quando o botão é pressionado o primeiro circuito fornece uma Usaída
ALTA e o segundo uma Usaída BAIXA.
Nos circuitos que processam sinais lógicos, uma BAIXA tensão é denominada
"lógica 0" ou simplesmente "0", enquanto que uma ALTA tensão é denominada
"lógica 1" ou simplesmente "1". Esses circuitos divisores de tensão, com
interruptores de botão, são perfeitos para proverem entradas de sinais lógicos.
[Há um probleminha de "reboot" ... mais isso é outra história.]
Que tipos de interruptores você usaria nesses circuitos?
Há uma grande variedade de interruptores de botão (pressão). Os botões
miniaturas trabalham adequadamente e freqüentemente estão inseridos em uma
matriz de contatos.
Como você observa, o botão tem externamente quatro pequenos terminais que
são unidos, aos pares e internamente, por tiras de metal. O botão leva um anel
metálico. Ao ser apertado, o anel toca as tiras, fechando o circuito.

Conclusão
Circuitos eletrônicos são construídos a partir de subcircuitos com finalidades
específicas. Cada um deles deve operar em termos de entrada, processamento,
saída. Há permanente transferência de informações entre subcircuitos. Essas
informações, sob a denominação de sinais, via de regra estão sob a forma de
tensões variáveis. Isso torna inevitável que tais circuitos incluam divisores de
tensão como parte integrante de suas estruturas.
Divisores de tensão não são apenas pequenos detalhes num circuito geral, eles
são fundamentais para a compreensão do circuito eletrônico como um todo. Uma
vez que você os entenda e saiba como procura-los você os encontrará em todos
os circuitos.
Praticando com os sensores

Nessa parte experimental da Teoria III - Divisores de Tensão, você aprenderá


como usar um resistor dependente da luz (LDR) como sensor de luz. O LDR
deverá fazer parte de um circuito divisor de tensão, cuja finalidade será fornecer
uma tensão de saída (Usaída) que muda com a iluminação.

Tópicos
Circuitos possíveis
Medindo resistências
Circuito sensor de luz
Circuito sensor algo diferente
Conclusões

Circuitos possíveis
Há somente duas possibilidades para construir o circuito divisor de tensão, uma
com o LDR "em cima" e outra com o LDR "em baixo", como se ilustra.

A seguir, vamos investigar o comportamento desses dois circuitos. Uma das


etapas desse estudo vai lhe ensinar como descobrir um valor adequado para o
resistor fixo que participará do divisor de tensão nesses circuitos.
Relembremos a fórmula para calcular a
Usaída no circuito divisor de tensão:
⇒ Observe bem essa expressão. Ela poderá nos auxiliar a prever coisas
importante.
O que acontecerá com a Usaída se Rbaixo for se tornando cada vez menor?
Medindo resistências
Como fazer isso?
Comece ajustando seu multímetro
para uma escala de resistência.
Como se vê na ilustração, o fundo de
escala - faixa da escala escolhida -
do ohmímetro foi a de 200 kΩ . Isso
significa que o medidor medirá
resistências desde zero até um
máximo de 200 kΩ . Com essa faixa
de valores você poderá ver como a
resistência de um LDR muda com a
iluminação.
Outras faixas de resistências poderão
ser usadas, todas, porem,
trabalharão de modo semelhante. Se
você selecionar a escala 20 kΩ , a
maior resistência que poderá ser
medida será de 20 kΩ . Todavia,
como muda a posição do ponto que
indica a fração decimal no mostrador,
as medidas nessa faixa nos fornecerá
mais precisão que na faixa de 200 kΩ
.
Se nada tiver ligado ao medidor, sua
tela (mostrador de cristal líquido)

mostrará algo assim:

Isso significa que a resistência


elétrica colocada entre as pontas de
prova do medidor é muito grande
Usando um multímetro como um
para ser indicada nessa faixa
ôhmímetro
selecionada.

⇒ Lembre-se disso: quando o medidor não está conectado a nada, a resistência


elétrica entre as pontas de prova é extremamente grande ("infinita") e isso é
indicado com esse " 1 . " ,como leitura, em todas as faixas de resistência que
você selecionar.

Insira a ponta de prova preta no terminal marcado com COM (comum, negativo,
terra etc) e a ponta de prova vermelha no terminal marcado com V Ω mA.
O que se observa na tela quando você encosta uma ponta de prova com a outra?
A leitura na tela do medidor deve mudar para:

Se o medidor indicar "restos" como ' 1 . ', a provável explicação é que o fusível
interno desse aparelho deve ter "pifado". O fusível interno protege o medidor de
descuidos ou manuseio incorretos nas ligações. Isso pode ocorrer com
freqüência se não for tomado o devido cuidado ao utilizá-lo como amperímetro ou
como ohmímetro. Se tal erro aparecer, substitua o fusível interno (normalmente
de 200 mA, tipo fusão-rápida) ou use outro aparelho.
Se você umedecer seus dedos e segurar as pontas de provas firmemente, em
cada mão, poderá medir a resistência de sua pele. Para tanto, deverá passar o
seletor de escalas para 2000 kΩ (ou seja, 2 MΩ ), para uma leitura cômoda.
Agora, meça a resistência elétrica de seu LDR, como indicamos abaixo:

Anote abaixo o valor da resistência que você obteve com o LDR exposto às luzes
do laboratório:

• ____________________________________________________
Não é necessário que o foco de luz incida diretamente na face sensível do LDR.
Se a leitura se altera quando se faz sombra sobre o medidor, que valor de
resistência você acha que o LDR está apresentando?
Anote uma estimativa média razoável:
• ____________________________________________________
Agora cubra totalmente o LDR com sua mão, de forma que ele fique no escuro. A
resistência do LDR aumentará.
Anote o valor dessa nova resistência elétrica:

• ____________________________________________________
Se a leitura começar a "flutuar", procure tirar uma média dos valores indicados.
Anote esse valor médio:

• ____________________________________________________
Tente cobrir a face sensível do LDR de um modo prático que torne fácil repetir as
situações. Com essa montagem você poderá comparar os valores ôhmicos do
LDR na "luz" e na "escuridão" no circuito básico do sensor no divisor de tensão.
Com isso você poderá verificar "no ato", qual os melhores valores do resistor fixo
que deve ser usado nesse circuito sensor de luz.
Se o LDR é colocado na completa escuridão, sua resistência elétrica aumentará
assumindo o valor de 1 MΩ ou mais. Isso não é necessário para o que
passaremos a fazer; teremos bons resultados práticos apenas sombreando o
LDR.
Circuito sensor de luz
Faça a montagem abaixo indicada para construir um circuito de teste para seu
sensor de luz:

Para começar, use um resistor de 100 kΩ como resistor de teste. Faça medidas
da Usaída primeiro com o LDR na luz e depois com o LDR na sombra. Anote seus
resultados na tabela abaixo:
Resistor fixo Usaída sob luz Usaída na sombra Diferença/Tensões

100 Ω . . .

1 kΩ . . .

10 kΩ . . .

100 kΩ . . .

1 MΩ . . .

Na coluna final da tabela anote a diferença entre a tensão de saída com LDR no
escuro e a tensão de saída com o LDR sob a luz (Uescuro - Uclaro). Esse dado vai
lhe indicar como a tensão muda ao passar de uma situação (escuro) para outra
(claro). Esse será o resultado chave para você decidir qual o melhor valor para o
resistor fixo a ser usado no divisor de tensão do circuito sensor de luz.
Repita o procedimento para cada valor do resistor fixo usado como resistor teste.
Você perceberá que alguns resistores, no teste, fornecerão leituras da Usaída
muito diferentes, na luz e na sombra.
Com esse circuito, Usaída é ALTA ou BAIXA, na luz?

• ____________________________________________________
Que resistor de teste fornece a maior alteração da Usaída entre as situações claro
e escuro?

• ____________________________________________________
Que resistor você usaria para fazer o seu sensor de luz ficar o mais sensível
possível às alterações da iluminação?

• ____________________________________________________
Observe na última coluna de sua tabela qual o maior e o menor valor encontrado.
É de se esperar que o resistor de teste que dê o melhor resultado no seu circuito
de sensor de luz tenha um valor aproximado que seja média desses extremos.
De fato, o divisor de tensão é mais sensível quando a resistência do resistor fixo
é igual à resistência do LDR.
FATO MARCANTE:

O divisor de tensão torna-se mais sensível quando Rcima e Rbaixo têm valores
iguais.
Um sensor algo diferente
Monte novamente o protótipo de seu circuito sensor mas, desta vez, coloque o
LDR no lugar do Rbaixo no divisor de tensão.

Repita todo o procedimento para esse novo divisor de tensão e anote na tabela
os valores de Usaída sob luz e à sombra.
Resistor fixo Usaída sob luz Usaída na sombra Diferença/Tensões

100 Ω . . .

1 kΩ . . .

10 kΩ . . .

100 kΩ . . .

1 MΩ . . .

Com esse circuito, a Usaída é ALTA ou BAIXA, sob luz?

• ____________________________________________________
Que resistor de teste fornece a maior diferença de tensão entre luz e sombra?

• ____________________________________________________
Que resistor de teste você usaria para construir o mais sensível sensor de luz,
com esse circuito?

• ____________________________________________________
Devemos aceitar que seria mais lógico chamar esse circuito de "sensor de
escuro", uma vez que ele fornece uma leitura ALTA para a Usaída quando o LDR
está na escuridão.
FATO MARCANTE:

A ação do divisor de tensão fica invertida quando o LDR é colocado no


lugar do Rbaixo em vez do Rcima.

Conclusões

⇒ O valor do resistor fixo usado no circuito divisor de tensão afeta a sensibilidade


do circuito.

⇒ O melhor valor para esse resistor fixo, aquele que fornece a maior alteração na
Usaída, é tal que:
Rbaixo = Rcima.
Você pode decidir como o seu circuito sensor irá trabalhar, basta optar pela
colocação do LDR no lugar do Rbaixo ou do Rcima.
Micro-Laboratório de Eletrônica
(Projetos Didáticos)

Nota: A parte de aplicações do µLAB está em fase final de construção (estou trabalhando
nas ilustrações, retiradas do Manual de Feira de Ciências - Vol. I). Quem quiser participar
do projeto, enviando sugestões para as aplicações, antecipo meus agradecimentos ... e de
todos!

Introdução
O experimentador iniciante, os cursos técnicos de eletrônica, o aluno de
eletrônica, o expositor de feiras de ciências e os hobbistas científicos em geral
que dedicam periodicamente algum de seu tempo em experimentações
eletrônicas, necessitam de algum projeto que permita desenvolver rapidamente
suas experimentações. Entre muitos projetos que cumprem essa finalidade
(alguns vendidos em forma de 'kits') propomos esse µ-Lab, cuja placa-mãe, de
produção bastante simples, permite à montagem de uma centena de outros
projetos (rápido e sem solda!). Aqui apresentaremos duas dezenas deles.

Placa-Mãe
O µ-Lab pode ser montado sobre uma base de madeira (150 x 100 x 6) mm com
4 pés de borrachas, como se ilustra:

Base de madeira para o µ-Lab.

O projeto do µ-Lab (placa-mãe) permite a montagem (sem soldas) de circuitos


com as seguintes funções (entre outras):
01 — oscilador de áudio: experimentações com freqüências de áudio,
efeitos de realimentação, telegrafia etc;
02 — metrônomo; ligação de relés, excitação de TRIACs etc;
03 — provador de continuidade; teste de filamento de lâmpadas, fusíveis,
primários e secundários de transformadores, resistores, Ieds, bobinas,
diodos etc;
04— provador dinâmico de transistor (PNP e NPN);
05 — foto-oscilador; funcionamento do LDR, fotômetros etc;
06 — sirene; simulação de sirene de fábrica, dispositivo de chamada,
efeitos sonoros etc;
07— foto-alarme; alarme luminoso de passagem, presença etc;
08 — altas-tensões; excitador de nervos, sinalizador a néon, sinalizador a
fluorescente, uso do flyback etc;
09 — provador de capacitores: cálculo aproximado de capacitâncias etc;
10 — micro-amplificador (várias impedâncias);
11 — seguidor de sinais de RF e áudio;
12 — luz de emergência; carregador de baterias;
13 — sirene de potência (duplo-oscilador);
14 — amplificador para foto transistor (2N3055); captação de modulação de
lâmpadas incandescentes e
fluorescentes;
15 — teste de capacitores de 1 nF a 1 000 pF;
16 — alarme de direção;
17 — termômetro eletrônico;
18 — simulação de metralhadora;
19 — som de mugido de boi; buzina automotiva etc.
Material Placa-Mãe Esquema geral do µ-Lab.
2 soquetes para válvula de 7 pinos;
1 trimpot 47 kΩ;
1 potenciômetro linear de 1M5 Ω
ou 2M2 Ω, pequeno;
1 resistor de 1K5, 1/4 W;
1 capacitor eletrolítico de 100 µF x 16V;
17 conectores pequenos tipo Sindall
(1 barra de 12 e 1 barra de 5);
1 botão para potenciômetro;
1 suporte em L para o potenciômetro;
2 bornes (preto e vermelho) fêmeas;
diversos: fios coloridos para ligações,
parafuso para madeira, solda, canivete
etc.
CI, placa-mãe, face cobreada. CI, placa-mãe, face dos componentes.

Detalhes da montagem
01 — Os soquetes de 7 pinos, para válvulas termiônicas tem o aspecto abaixo
representado (à esquerda). Pode-se conseguir tais componentes em oficinas de
conserto de rádio e TV. Para seu uso em placa de circuito impresso, você deve
retirar a lapela metálica que o envolve a cerâmica e o tubo metálico central. Use
um canivete e alicate de corte para tal finalidade. Após essa “depenação” ficam
somente a base cerâmica e os 7 terminais que devem ser encaixados nos
orifícios do C.I. da placa-mãe (talvez tenha que usar urna broca fina para alargar
um pouco tais orifícios) . Corte parte desses terminais após soldagem na placa
do C.I. Com tais soquetes poderemos usar (encaixando adequadamente)
transistores BC, BD, BF, TIP e TIC.
Os conectores Sindal são fornecidos em forma de 'barras'. Abaixo, à direita,
temos a perspectiva e a vista de topo de uma dessas barras.

Soquete de 7 pinos Barra Sindal


02 — A base de madeira terá furação (26 furos, com broca de 2mm), com a
disposição mostrada abaixo, à esquerda.

Componentes no C.I.

Face superior do µ-Lab.


Eis, na ilustração à direita, a montagem dos soquetes e barras Sindal, por cima
da placa:
03 — O potenciômetro de 1M5 ou 2M2 é fixado mediante uma cantoneira de
alumínio em L.
04 — Corte pedaços de fios rígidos no 16 (fio de instalações domiciliares com a
capa de plástico parcialmente retirada; veja ilustração a seguir) e dobre em forma
de U para fazer vários e repetidos modelos de “jumps” (ligações diretas); eis
alguns moldes:
Modelos para os 'jumps'.
Esses “jumps’ servirão para interligar, por exemplo, (5) com (6); (7) com (8); (10)
com (12); (1) com (11) (esse é bom que seja encapado!) etc, conforme requer
cada montagem específica. Para colocar os 'jumps' nos terminais do conector
Sindall, desaperte os parafusos, encaixe as extremidades do jump e aperte os
parafusos.
05 — Como componentes acessórios, que participam das várias possíveis
montagens, recomendamos que se tenha disponível o seguinte material básico:
transistores (BC 548, BC 558, BD 135, BD 136, TIP 31 etc);
capacitores (22 nF, 47 nF, 100 nF, 1 nF, 2 nF etc., poliéster);
resistores (68 Ω, 22 Ω, 10 kΩ, 15 kV etc);
leds, alto falante 8 Ω, LDR, relés etc.
06— Para alimentar a placa-mãe do µ-Lab necessitamos de tensões de 3 a 12
VDC. Para tal finalidade recomendamos a montagem da fonte de alimentação
ajustável que publicamos nessa Sala 15. Se pretender uma outra fonte de
alimentação bastante simples e prática, eis seu esquema:

Esquema da fonte de alimentação ajustável (2 A, de 0 a 15 V).


Se não pretende usar de fonte de alimentação ajustável, suprida pela rede
elétrica domiciliar, terá que utilizar pilhas associadas em série. Para tanto,
recomendamos obter dois porta-pilhas (para pilhas pequenas, médias ou
grandes) com lugar para 4 pilhas cada. Garras jacarés permitirão selecionar as
tensões necessárias (1,5 V; 3,0 V; 4,5 V; 6,0 V etc.).
07 — Use de cabinhos no 22 coloridos para interligar (passando por baixo da
base de madeira) os terminais da placa do circuito impresso (C.I.), potenciômetro
e alimentação (— e +) aos conectores Sindall: (12 pedaços de fio) da placa CI
aos terminais da barra de conectores.
Use fio vermelho para ligar o borne vermelho, ao (+) da placa e ao (1) da barra
conectora; use fio amarelo para ligar o terminal (3) da placa ao conector no (3).
Use também fio amarelo para ligar o terminal ‘jumps” interligando (por trás da
barra) (1) com (1), (9) com(9), (11) com (11) e (12) com (12). Esses terminais
repetidos servem para possibilitar a ligação de vários componentes no mesmo
número (caso contrário os fios não caberiam em um só furo).
A seguir, em perspectiva, alguns detalhes de nossa montagem:

Aspecto parcial do µ-Lab.


08— Devido ao reduzido número de componentes na placa de circuito impresso
(2 soquetes, 1 trimpot, 1 resistor e 1 capacitor eletrolítico), talvez fique mais
simples ainda, para o iniciante, fixar diretamente esses componentes na base da
madeira e na barra de condutores, como sugerimos a seguir:

Chapeado do µ-Lab, sem placa de C.I.


Faça dois furos na base de madeira, de modo a encaixar, por cima, os soquetes
completos (sem tirar as abas e tubo central) fixando-os com parafusos. Os
terminais do trimpot podem ser soldados a pedacinhos de fio de cobre no 16 e
esses aparafusados diretamente na barra de conectores (3 e 4). O resistor é
aparafusado nos pinos 4 e 5. O capacitor pode ser colocado por baixo, na base,
soldado aos bornes (+) e (—), diretamente.
Aplicações do Projeto µ-Lab
Aplicação µ-LAB (01):— Oscilador de áudio
Ligações Esquema
1,2 —jump
5,6 —jump
7,8 —jump
10.12 —jump
9,12 —AF-8 Ω
4,9 —10 a 100 nF
1,11 —10 a 60 Ω ou LED
NPN — BC 548 (equivalente)
PNP — BC 558
Trimpot — ajuste p/ 20k

O capacitor de poliéster de 10 a 100 nF (entre 4 e 9) e o resistor de 1K5 (interno,


entre 4 e 5) formam um elo de realimentação que permite a oscilação. Esse elo e
o ajuste no potenciômetro afetam a freqüência de oscilação.
Experimentações:
a) troque o capacitor do elo de realimentação e anote os efeitos;
b) interligar 1 e 11 (jump) e acrescentar um resistor de 120 Ω entre
9 e 12, anote efeitos;
c) colocar um segundo elo de realimentação conectando um
capacitor de 100 a 220 nF (poliéster) entre 8 e 9, anotar efeitos;
d) um manipulador telegráfico (ou um botão de campainha)
colocado entre 1 e 2 simula um telégrafo.
Aplicação µ-LAB (02): — Metrônomo
Ligações Esquema
1,2 — jump
5,6 — jump
7,8 — jump
10,12 — jump
1,11 — jump ou LED
4,9 — 47 µF x 12V, eletrolítico
9,12 —AF, 8 Ω
NPN — BC 548
PNP — BC 558

O circuito permite estudos sobre compasso musical, pulsos de temporização e


efeitos de moto e barco.
Experimentações:
a) trocar o capacitor de 47 µF x 12V por outro de 100 µF x 12 V e verificar o
efeito. Quanto maior C (capacitância do capacitor), menor será a freqüência.
b) trocar AF por relé de 6 ou 12V (colocar resistor 10K em paralelo)
c) o sinal no pino 9 poderá, em experimentos a seguir, ser injetado numa porta
(gate) de TRIAC em AC, comandando uma lâmpada.

Aplicação µ-LAB (03) : — Provador de continuidade


Ligações Esquema
5,6 — jump
7,8 — jump
10,12 — jump
1,2— pontas de prova
9,12— AF, 8 Ω
4,9 — 22 nF, poliéster
NPN — BC 548
PNP— BC 558

O circuito permite testar continuidade de filamentos de lâmpadas, fusíveis,


primários e secundários de transformadores, resistores, bobinas, LEDs, diodos
etc.

Aplicação µ-LAB (04): — Provador de transistores (tipo)


Ligações Esquema
1,2 — jump
5,6 — jump,
7,8 — jump
10,12 — jump
4,9 — 47 nF - poliéster
9,12 — AF, 8 Ω
1,11 —jump ou LED
NPN — BC 548 etc.
PNP— BC 558 etc.

Os soquetes especiais colocados no µ-Lab permitem testar transistores NPN


(soquete N) e PNP (soquete P). Inicialmente coloque em N um BC 548 e em P
um BC 558 reconhecidamente bons e ajuste a freqüência no potenciômetro. O
soquete desconhecido irá substituir um dos dois, ajustando os terminais até ouvir
o som do oscilador. O soquete e as letras anotadas junto aos pinos (coloque
etiquetas) permitem reconhecimento do tipo e a ordem dos terminais. Podem ser
provados tipos BC, BD e TIP.
Aplicação µ-LAB (05): — Foto-Oscilador
Ligações Esquema
1,11 — Jump
5,6 — jump
7,8 — jump
10,12 — jump
1,2 — LDR
4,9 — 22 nF, poliéster
9,12 — AF, 8 Ω
NPN — BC 548
PNP — BC 558

Ligue o circuito em 6 VCC; faça sombra sobre o LDR e ajuste o potenciômetro


para o som mais grave. Cada outra intensidade de iluminação sobre o LDR
permitirá a obtenção de sons de freqüências crescentes. O circuito mostra bem o
funcionamento do LDR e pode também ser utilizado como fotômetro.
Experimentações:
a) Coloque num ambiente sem outras fontes luminosas, uma lâmpada de 60 W
iluminando o LDR. Altere a intensidade de iluminação mudando a distância
lâmpada — LDR. Um voltímetro AC - 6 a 10V ligado em paralelo com AF permite
uma leitura quantitativa. Faça um gráfico confrontando essas variações;
b) Transfira o LDR para os terminais (1) e (3) e anote resultados;
c) Coloque um resistor de 33 k entre (1) e (2) e transfira o LDR para (3) e (12);
anote resultados;
d) Coloque um LED entre (1) e (11) e retome as experiências anteriores.

Aplicação µ-LAB (06): — Sirene de fábrica (simulação)


Ligações Esquema
1 — fio flexível
2,12 —100 a 470 µFx12V
4,9 — 10 a 220 nF, poliéster
5,6 — jump
7,8 — jump
1,11 — jump
10,12 — jump
9,12 — AF,8 Ω

Alimente inicialmente com 6VCC. Encoste a ponta de prova (fio flexível) em (2) e
ajuste o potenciômetro para som agudo (ajuste trimpot para 10k) e desencoste a
ponha de prova. O som irá diminuindo até reduzir-se a zero. Encoste a ponta de
prova e o som aumentará progressivamente. O circuito ilustra dispositivo de
chamada e efeitos sonoros.
Experimentações:
a) Transfira o capacitor (100 a 470 µF) de (2), (12) para (3) e (12): ligue e
desligue (1) com (2);
b) Para injetar o “som” num amplificador use artifício abaixo:

Adaptação p/ amplificador

Década de capacitores
Nota sugestiva:
Como em várias experiências você deve substituir capacitores (poliéster) de
valores diferentes, talvez convenha construir uma “década” de capacitores. Eis
acima, à direita, seu circuito, usando uma chave seletora 1 x 10 (1 pólo, 10
posições). Associe capacitores em paralelo para obter os valores indicados ou
adquira valores próximos.

Aplicação µ-LAB (07): - Foto-alarme


Ligações Esquema
1,2 — jump
3,12 — LDR
5,6 — jump
7,8 — jump
1,11 — jump ou LED
10,12 — jump
9,12 — AF, 8 Ω
4,9 — 10 nF a 10 µF

A interrupção da luz sobre o LDR dispara o alarme.


Ajuste inicial:
1) Faça sombra sobre o LDR e ajuste o potenciômetro para som agudo;
2) Ajuste o trimpot se necessário;
3) Iluminando o LDR o som cessa;
a) Experimente alterar elo de realimentação (10 nF a 10 µF);
b) Experimente trocar AF por relé e elo de realimentação para 47 µF x 12 V.
b)
Aplicação µ-LAB (08): — Excitador de nervos (altas-tensões)
Ligações Esquema
1,2 — jump
1,11 — jump
5,6 — jump
7,8 — jump
10,12 — jump
4,9 — C (texto)
9,12 — A, B (texto)
NPN — BC 548
PNP — BC 558 (TIP 32)
Pot. — ajuste para 100 k
Trimpot — ajuste para 4k7

Para excitador de nervos, sinalizador à néon, sinalizador à fluorescente, use em


A,B um transformador de alimentação de 110-0-220V por 6 + 6, ou 9 + 9 ou 12 +
12V, para 100 a 500 mA. Eis o modo de ligar esse transformador (e seus
anexos) ao multivibrador acima esquematizado:

Em C, capacitores de 1 a 2,2 µF x 12V proporcionam piscadas rápidas;


capacitores de 10 a 47 µF x 12V proporcionam piscadas lentas. Para aumentar a
intensidade de corrente, troque o BC 558 por um TIP 32 (use adequadamente o
soquete). A tensão de alimentação do multivibrador deve ser experimentada
entre 6 e 12 VDC.
Como experiência em alta tensão, o transformador pode ser substituído por um
flyback, usando como primário 15 espiras de fio de cobre esmaltado #22
enroladas na perna interior do núcleo do flyback. Substitua C por capacitores de
poliéster de 2 pF a2 nF, experimentalmente.
Aplicação -LAB (09): — Provador de capacitores

Ligações Esquema
1,2 — jump
5,6 — jump
7,8 — jump
1,11 — LED
9,12 — AF,8a
10,12 — jump
4,9 — Cx
NPN — BC 548
PNP — BC 558

Coloque em Cx um capacitor de 22nF, poliéster e ajuste, no potenciômetro, o


som que mais lhe agradar.
Coloque outro capacitor em Cx.
Se o som tomar-se mais agudo então Cx < 22 nF (bom)
Se o som tornar-se mais grave então Cx > 22 nF (bom)
O potenciômetro pode ser calibrado para repetir o som inicial e assim determinar
Cx.

Aplicação µ-LAB (10): — µ-amplificador


Ligações Esquema
1,11 — jump
7,8 — jump
10,12 — jump
1,6 — 10 MΩ, 1/8 W
5,6 — 100 nf, poliéster
9,12 — AF, 8 Ω
NPN — BC 548
PNP — BC 558

A, B, C e D = entradas do sinal de áudio em relação a (12 - terra). O capacitor de


100 µF x 16V serve para desacoplar o amplificador da fonte e, com isso, evitar
instabilidades.
Aplicação µ-LAB (11): — Seguidor de sinais (RF e áudio)
Ligações Esquema
1,2 — jump
5,6 — jump
7,8 — jump
10,12 — jump
9,12 — AF, 8Ω
1,11 —100 Ω,pot
3,12— 1 nf
3 —> 100 nF (áudio)
3 —> 1N60 (diodo) (RF)
3,5 —>ajustar trimpot
para sinais fracos
PNP — BC 558 ou BD 136

Experimentações:
a) Experimente inverter as posições do AF e pot. de 100 Ω.
b) Experimente: (1), (11) — jump; (9), (12) — AF em série com pot. 100 Ω.
c) Experimente colocar 220 Ω entre (7) e (8);
d) Experimente abrir (1) e (2) e colocar resistor de 5 a 10 MΩ entre (1) e (6);
e) Experimente colocar o trimpot na posição 0 Ω.

Aplicação µ-LAB (12): — Simulação de Mugido de Boi


Ligações Esquema
1,2 — contato flexível
2,3 — 15k, 1/8W
3,5 — 220k (desligar trimpot)
3,9 — 4 µFx 16V
4,9 — 470 nF a 1 µF, poliéster
5,6 — jump
10,12 — jump
7,8 — jump
PNP — TIP 32
NPN — BC 548
9,12 — Woofer, 8 Ω
1,11 — jump

Experimentações:
Desligue o fio do potenciômetro do conector (3).
Desligue os fios do trimpot de 47 k, substituindo-o por outro de 220 k entre (3) e
(5).
Coloque um TIP 32 no soquete (cuidado com a ordem dos terminais).
Toque o fio flexível em (2) e ajuste o trimpot e o capacitor (4 — 9) para a
simulação do mugido. Ligue e desligue o fio flexível nesse teste até chegar ao
som adequado.
Desenvolver todo o tema, explicando o funcionamento, para uma Feira de
Ciências; lembre-se que tudo isso são sugestões e não trabalhos prontos!
Aplicação µ-LAB (13): — Luz de emergência e carregador de bateria
Material Periférico Esquema
1 transformador (110 x 12) V, 500 mA
ou
(110 x 6 + 6) V, 500 mA;
2 diodos retificadores 1N4007 ou
equivalentes
1 capacitor eletrolítico 47 µF x 16V
1 resistor fio, 100 Ω x 5W
1 lâmpada de carro, 12V x 1 A
1 bateria de 12V (pode ser do tipo p/
nobreak)
a) Ajuste trimpot para 22 k;
b) Ajuste o potenciômetro até que, com tudo ligado, a lâmpada fique apagada;
desligando o transformador da rede (simulando falta de energia) a lâmpada deve
acender, alimentada pela bateria;
c) Coloque um dissipador no TIP 32 (alumínio 5 x 5cm);
d) Com tensão na rede a bateria carrega-se lentamente através do resistor de
100 Ω x 5W. O valor desse resistor determina (e limita) a corrente de carga;
ajuste-a para 300mA ou menos.
Atenção para os jumpers do circuito.
Esse projeto é um ótimo tema para Feira de Ciências, principalmente para
lugares onde a falta de energia elétrica da rede local é uma constante.
A lâmpada indicada pode ser substituída por outras de menor potência (em
paralelo) e distribuídas pelas dependências da casa.
No lugar do TIP 32 pode ser adaptado um 2N3055 (com bom dissipador) e com
isso levar a corrente total até próximo aos 5 A (72 W no total de lâmpadas).

Aplicação µ-LAB (14): — Sirene de potência (duplo oscilador)


A sirene em questão, capaz de um “berreiro” respeitável, tem seu funcionamento
apoiado em um duplo oscilador, um lenho “modulando” outro rápido. O oscilador
lento usa dois NPN num circuito multivibrador.
Oscilador lento
Ligações Esquema
1,2 — jump
pot. — ajustar p/ 100k
trimpot — ajustar p/ 0 Ω
A — entrada do sinal
do oscilador lento
5,6 — jump
7,8 — jump
10,12 — jump
1,11 — jump
PNP — BD 138 (com dissipador)
NPN — BC 548
4,9 — 470nF (poliéster)
9,12 — AF, 8 Ω Oscilador rápido
7,9 — 220 nF (poliéster)
9,12— resistor (120 Ω)
3,4 — experimente jump
Aplicação µ-LAB (15): — Amplificador para foto-transistor (ou 2N3055 sem
capa protetora)
Ligações Esquema
1,2— jump
pot. — ajustar p/ 0 Ω
trimpot — ajustar p/ 47k
3,12 — foto-transistor
(ou 2N3055 sem capa)
1,6 —2M2, 1/8W
1,7— 33k, 1/8W
1,8 —100k, 1/8W
7,8 — 100 nF (poliéster)
5,6 — 220 nF (poliéster)
NPN, NPN — BC 548
10,12 — jump
9,12 — jump
1,11 — AF,8 Ω
A sensibilidade do circuito permite “escutar" a modulação tanto da lâmpada
incandescente como fluorescente que ilumina o foto-transistor. Atenção à
colocação dos dois transistores NPN nos dois soquetes. O transistor da etapa de
potência pode ser substituído (para maior intensidade de saída) por um BD ou
um TIP (desde que NPN).

Aplicação µ-LAB (16): — Teste de capacitores (II)


Ligações Esquema
1,2 — capacitor em teste
pot. — ajuste para 01)
trimpot — ajuste para 10k
3,12 — 100k
5,6 — jump
10,12— jump
9,12 — 47 R
4,9 — 47 nF (poliéster)
7,8 — jump
1,11 — LED

Avaliação:
Cx em curto — LED acende com brilho máximo e permanece.
Cx com fuga — LED acende e oscila um pouco, mas não apaga.
Cx de valor baixo — LED dá uma piscada rápida e apaga.
Cx de valor alto — LED acende inicialmente com brilho máximo e depois diminui até
apagar.
Aplicação µ-LAB (17): — Pisca-fluorescente
Ligações Esquema
1,11 — jump
PNP — TIP 32 (com dissipador)
9,12 — secundário (6 + 6) do
transformador de força de
(110+110) V x (6 + 6) V
4,9 —1 a 10 µFx16V
10,12 — jump
7,8 — jump
5,6 — jump
trimpot — ajustar para 10k
Pot. — ajustar para 100k
1,2 — jump
L — lâmpada fluorescente (20 a 40W)
Montagens
Fonte de Alimentação AC/DC

Descrição
Essa é uma fonte de alimentação bastante especial, própria para: laboratórios
científicos (física, química, biologia etc.), experimentações em salas de aula e
para exposições em Feiras de Ciências.
Ela fornece tensões alternadas fixas (6VAC e 12 VAC) e continuas na faixa de 0
a 12VCC, sob corrente de intensidade até 2A. Além disso, apresenta proteção
contra eventuais curtos-circuitos quando manuseada por pessoas inexperientes
(ou curiosas).

Circuito
Conforme pode-se observar no diagrama de blocos da ilustração a seguir, essa
fonte apresenta:

a) Bloco ou etapa do transformador, que reduz a tensão da rede (110/220VAC)


para (6 + 6) VAC, com secundários para 2A. O transformador apresenta "center-
tape" no secundário; desses três terminais recolhemos diretamente as tensões
alternadas de 6 e 12 volts.
Usaremos dessas tensões para a alimentação de lâmpadas de colimadores da
óptica, amperímetros térmicos, pequemos motores de indução, experiências com
correntes induzidas e muitos outros experimentos onde a alternância, de
freqüência 60Hz, for necessária.
b) O segundo bloco efetua a retificação da corrente. Usamos, para tal finalidade,
uma ponte retificadora com 4 diodos de silício, tais corno 1N4004, 1N4007,
BY127 etc. Essas pontes podem ser adquiridas nas casas do ramo, como um
componente único, dotado de 4 terminais.

c) O bloco da filtragem, incumbe-se de minimizar as flutuações na tensão


contínua obtida, constando de um capacitor eletrolítico de grande capacitância
(adotamos um de 2000 µ F x 25 V).

d) O bloco seguinte ocupa-se da regulagem eletrônica da tensão de saída,


mantendo-a no nível desejado. Constitui-se de um transistor de potência
(2N3055), um diodo zener para referência de tensão (12 V x 400 mW) e um
potenciômetro de carvão (1k ou 2k2), no qual se efetua o ajuste da tensão de
saída. Um voltímetro de ferro móvel (mais barato) ou um de bobina móvel é
ligado aos terminais de saída da fonte, para a leitura do valor atual da tensão.

e) O bloco de proteção contra curtos-circuitos emprega um transistor PNP de uso


geral (BC558) e dois diodos (BAX17 ou BAX18). Quando a ddp na saída cai a
zero (devido a um indesejável curto-circuito), essa etapa é acionada reduzindo
drasticamente a corrente que circula pelo transistor de potência, evitando assim
danos à ponte retificadora, no transformador e demais componentes sujeitos a
sobrecargas.

Esquema geral
Na ilustração a seguir temos o circuito esquemático da fonte em questão.

Na Sala de Eletrônica de nossa Feira de Ciências teremos oportunidade de


comentar sobre os diagramas de blocos, símbolos de componentes e circuitos
em geral.

Lista de componentes
CH - Chave interruptora acoplada ao potenciômetro;
F - porta-fusível e fusível para 1A;
T - transformador com primário para 110V e 220V; secundário para
(6 + 6)V, 2A;
D1, D2, D3, D4 - diodos de silício, 1N4007 ou equivalentes;
LED - LED vermelho;
R1 - resistor; 470 Ω x 1/8 W;
R2 - resistor; 1200 Ω x 1/8 W;
R3 - resistor; 1500 Ω x 1/8 W;
R4, R5 - resistores; 100 Ω x 1/8 W;
C1 - capacitor eletrolítico; 2000 µ F x 25 V;
C2 - capacitor eletrolítico; 4,7 µ F x 16 V;
Z - zener para 12 V x 400 mW;
P - potenciômetro com chave; 1k ou 2k2;
TR1 - transistor de potência; 2N3055, com dissipador;
TR2 - transistor PNP; BC558 ou equivalente;
D5, D6 - diodos; BAX17 ou BAX18;
V - voltímetro para 12 ou 15 VCC;
A - amperímetro para 2A;
B1, B2 - bornes; vermelho (+) e preto (-);
Diversos - cabo de alimentação, placa de alumínio para dissipador, conectores
"sindall", ponte de terminais, caixa para alojar a fonte, parafusos, solda etc.

Montagem

Na parte frontal da caixa utilizada para


alojar a fonte (ilustração ao lado)
instalam-se : o voltímetro, os bornes
de saída (AC/DC), o potenciômetro
(que incorpora a chave interruptora
CH) e o LED indicador de "em
funcionamento".

A etapa reguladora contém o transistor de potência 2N3055 montado e


aparafusado sobre uma placa dê alumínio (ilustração a seguir) de (10 x 5) cm e
espessura 1,5 ou 2mm. Cantoneiras de alumínio permitem fixar essa placa (que
age como dissipador de calor) na caixa. Uma estratégica ponte de terminais com
dois pontos isolados e um terra, fixada m mesmo parafuso que fixa o transistor
na placa, permite colocar o transistor e os dois diodos da etapa de proteção a
curtos.
Transformador, diodos retificadores, capacitor eletrolítico etc., podem ser
montados utilizando-se de conectores 'sindall' ou ponte de terminais.
Cuidados
1) Observe bem a polaridade dos diodos de retificação, dos diodos de proteção,
do diodo zener e dos capacitores eletrolíticos.
2) Tome cuidado na ligação do potenciômetro; se houver inversão, a fonte
fornecerá tensão total logo que é ligada, o que não é correto. Inverta os fios dos
extremos.
3) Use bornes de cores diferentes para a saída retificada e controlada; vermelho
(+) e preto (-) são as cores tradicionais.
Nota final
Se você dispõe de amperímetro de fundo de escala 2A, instale-o também na
parte frontal da caixa (painel). Com isso terá total controla para ajustar tensões e
correntes. Sua instalação elétrica é fácil, basta intercala-lo entre o coletor do
2N3055 e o borne negativo de saída.
Uma fonte de alimentação encontra uso em uma enormidade de situações.
Durante nossas sugestões nos referiremos a ela corno fonte de tensão
ajustável.
Fonte 1,5 a 30 VCC, ajustável

Objetivo
Construir uma fonte de alimentação linear, prática, simples e que permite
obtenção de tensões desde 1,5 até 30 VCC. Há um ajuste grosso e um ajuste fino
para essa tensão de saída.

Material e Esquema
O esquema elétrico abaixo ilustra bem os componentes dessa fonte. A ponte
retificadora admite equivalente para 3 ou 4 A e pode, inclusive ser substituída por
4 diodos 1N4007. Recomenda-se, para fins didáticos, a inclusão de um
voltômetro 0 -- 30 VCC em paralelo com os terminais de saída dessa fonte.
Circuitos de Relaxação

1. Circuito RC: oscilador de relaxação usando resistor, capacitor e lâmpada


néon
Essas montagens efetuadas sob a forma de 'pranchetas verticais' são as mais
recomendadas para apresentações em salas de aula, feiras de ciências e
exposições. Na prancheta, o circuito é mostrado com largas tiras coloridas auto-
colantes e os componentes, dotados de convenientes soquetes, são facilmente
substituídos. Uma prancheta como a ilustrada terá vários usos nos projetos de
eletrônica.

Resumo teórico
Uma tensão de 90VDC (provenientes de duas baterias de 45V em série ou de
uma fonte de tensão de estado sólido) é aplicada ao circuito série RC
(resistência-capacitância). A lâmpada néon (NE2) está ligada em paralelo com o
capacitor. Quando o capacitor se carrega (até cerca de 80V) a lâmpada néon
pisca (a tensão de ionização das pequenas lâmpadas de néon é de cerca de
80V), eliminando quase toda a carga do capacitor.
O capacitor carrega-se novamente através do resistor, e o ciclo se repete. A
lâmpada fica piscando.

O período dos flashes da néon (período das oscilações de relaxação) T é dado


pelo produto R.C (resistência em ohms pela capacitância em farad). A resistência
pode ser alterada entre os valores 0 ohm e 5,5 megaohms (atuando-se sobre o
potenciômetro) e os capacitores podem ser trocados; três deles são suficientes
para as demonstrações (2; 0,047 e 0,01 microfarads).
2. Circuito RC: oscilador de relaxação, saída em áudio

Análogo ao experimento anterior. Nesse experimento acrescentou-se um


amplificador de áudio e um alto-falante para captar as oscilações de áudio-
freqüências. Tais oscilações, ajustáveis aos valores dos componentes citados
anteriormente, são amplificadas e tornam-se audíveis através do alto-falante. A
freqüência do tom de áudio é, em cada experimento, expressa por f = 1/T, onde
T é o período dos flashes da néon.

Nota: Se f é maior que 10, devido à persistência retiniana, a lâmpada dará a


impressão de ficar permanentemente acessa. Para valores 0 < f < 60 Hz os alto-
falantes comuns podem não oferecer resposta alguma.

3. Circuito RC: oscilador de relaxação, com osciloscópio

Análogo aos dois anteriores. Nesse experimento usou-se de um osciloscópio


para observar as formas de ondas. O sinal de áudio produzido e injetado no
amplificador vertical do aparelho (no horizontal coloca-se a varredura
conveniente). Mediante o uso de um amplificador de áudio, parte do sinal pode
ser desviado para acionar, simultaneamente, um alto-falante.
Células Solares

1. Células solares

Alguns tipos de células solares comerciais.

Diversos tipos de células solares (células de silício, de ferro-selênio etc.) estão


disponíveis no mercado eletrônico. Células fotovoltaicas convertem diretamente
energia luminosa (proveniente de lâmpadas incandescentes ou do Sol) em
energia elétrica. Elas dão margem a excelentes experimentos de eletrônica para
as Feiras de Ciências. Pode-se usar de amperômetros ou voltômetros para a
constatação direta da conversão.

2. Aplicações das células solares

Algumas demonstrações interessantes podem ser feitas a partir de células


solares. Iluminadas pelo Sol ou pela luz de uma boa lanterna poderá acionar
vários dispositivos, pondo em destaque as várias conversões de energia
(luminosa à elétrica à mecânica).
As células solares de silício, encontradas sob vários formatos e tamanhos
permitem várias demonstrações de conversão de energia luminosa em energia
elétrica e, posteriormente, em outras modalidades de energia. Para uma platéia
extensa o helicóptero é o mais indicado.

Nota: Diversas fontes luminosas podem ser usadas para a conversão: lâmpadas
de arco de carvão (o arco voltaico produz luz muito intensa), de faróis de
automóveis (12V) ou mesmo uma lanterna de 3 ou 4 pilhas. Luzes intensas
propiciam melhores efeitos por ficarem mais afastadas das células.
Resistividade e Resistência Elétrica

1. Resistividade

Desobedecendo a lei de Ohm?


Vejamos isso usando um reostato de 30 ohms, um aquecedor (fio de níquel-
cromo enrolado em hélice num suporte de porcelana), voltômetro e
amperômetro.

Nota: Evite falar 'voltímetro' e 'amperímetro', são termos conceitualmente


errados. Guarde isso:
(a) todos os aparelhos de medida direta têm suas denominações terminas em
ímetro (por exemplo, paquímetro);
(b) todos os aparelhos de medida indireta têm suas denominações terminadas
em ômetro (por exemplo, cronômetro, voltômetro).
A resistência do aquecedor, no ambiente, com o circuito desligado é de 19 ohms.
Quando a chave de faca (interruptor 2 x 1) é fechada, uma corrente intensa
circula pelo aquecedor levando-o ao rubro (irradiando luz e calor). O
amperômetro acusa com isso uma queda na intensidade de corrente mas, o
voltômetro não acusa qualquer variação.
Basicamente, a lei de Ohm enuncia que o valor da resistência é independente do
valor da tensão e da intensidade de corrente. A lei de Ohm não foi obedecida
aqui?
Cuidado, quando uma lei é enunciada "apenas em parte", os problemas
começam a aparecer. A lei de Ohm diz que: "sob temperatura constante, a
resistência de um condutor é independente da tensão e da corrente". Tal não
ocorreu nesse experimento, a temperatura do elemento resistivo variou. Isso
afetou a resistividade do material de que ele é constituído e, conseqüentemente,
afetou o valor da resistência. Se resfriarmos o elemento aquecedor (retirando
dele todo o calor produzido pela conversão da energia elétrica em térmica), o
valor da resistência voltará ao valor anterior (ambiente).
2. Variação da resistência com a temperatura

Essa demonstração é similar à anterior. As lâmpadas, aqui, substituem o


elemento aquecedor, lá. Observam-se as variações de resistência com a
temperatura tanto no filamento de carvão(lâmpada tipo Edson) como no de
tungstênio (lâmpada atual comum).
Quando a chave é fechada, a resistência inicial da lâmpada de filamento de
tungstênio é baixa. Conforme a temperatura aumenta (pelo aumento da corrente)
a relação U/I aumenta (a resistividade do tungstênio aumenta com a
temperatura). Com a lâmpada de filamento de carvão o comportamento é oposto;
a resistência inicial (fria) é alta e diminui com o aquecimento (a resistividade do
carvão diminui com a temperatura --- isso acontece também com os eletrólitos).
É um bom experimento tanto para sala de aula como para Feira de Ciências.
Fonte econômica
(para pequenos motores C.C.)

Objetivo
Para exposições em Feiras de Ciências e para 'hobbistas' em geral, o uso de
pilhas ou baterias para garantir o funcionamento de pequenos motores CC pode
tornar-se inconveniente (e caro!). Uma fonte de alimentação ajustável é a boa
solução, entretanto, em certos casos, uma fonte bem mais simples pode resolver
o problema. É o que apresentaremos nesse trabalho.

Material
D1 - diodo retificador de silício (1N4004, BY127 etc.)
C1 - capacitor eletrolítico (470 µF, 35 a 50V)
R1 - resistor de carvão (470 Ω, 1 W)
F1 - fusível de 1A (e porta-fusível)
Lâmpada de 40W (e seu soquete)
Motor elétrico CC de 50 a 400mA, de 3 a 15V
Ponte de terminais (ou barra Sindall), cordão de força etc.
Montagem
(a) - Circuito esquemático
(b) - 'Chapeado'

Breve descrição
Essa é uma interessante fonte de alimentação sem transformador, que usa uma
lâmpada incandescente comum como limitadora da intensidade de corrente, a
qual, após a devida proteção (F1), retificação (D1) e filtragem (C1) permite o
funcionamento de pequenos motores C.C.
A montagem, devido ao reduzido número de componentes (e pontos de solda),
pode ser feita ao redor de uma ponte de terminais (4 terminais isolados) ou de
um barra de 4 seções de terminais tipo Sindall (que dispensa as soldas).
A lâmpada incandescente utilizada determinará, função de sua potência, a
corrente máxima permitida na carga (motor). Para a rede domiciliar de 110V,
podemos estimar 100 mA para cada 10 W de potência (faça os cálculos: i = P/U
==> i = 10W/110V = 0,090 A = 90 mA). Para a rede de 220V, cada 10W
correspondem a cerca de 50 mA (verifique isso: i = P/U = 10W/220V = 0,045 A =
45 mA).
Você poderá observar (e chamar atenção para o fato, numa Feira) que, quando o
motor gira rapidamente, sem qualquer 'carga' acoplada ao eixo (as pás de uma
ventoinha, por exemplo), ou seja, 'sem fazer força', o brilho da lâmpada é menor
(indicando que não há energia absorvida) que quando houver uma carga ligado
ao eixo (tentar segurar com a mão, por exemplo). O aumento do brilho da
lâmpada indicará maior consumo de energia elétrica devido ao 'trabalho extra'
que o motor estará realizando.
Para inverter a rotação do motor C.C. basta inverter a ordem dos fios que vão a
seus terminais.
Na montagem, cuidado especial deve ser dado às polaridades de D1 e C1. Na
inversão de um deles, o capacitor poderá 'explodir'!
Cuidados
A devida cautela no manuseio desse circuito prevenirá 'choques' perigosos por
ocasião de algum toque acidental. Não esqueça que o motor não está isolado da
rede elétrica domiciliar; um dos dois fios que vão ao motor está ligado direto na
rede! Por isso, em ambiente de Feira, evite os toques furtivos dos visitantes;
mantenha a montagem afastada de 'dedos curiosos'.
Para as rede de 110V ou de 220V recomenda-se, para a lâmpada, uma potência
máxima de 60W.
Verificando como funciona
(O transformador, o diodo, o capacitor e a néon)

Objetivo
Aos iniciantes da eletrônica propomos esse trabalho experimental que permitirá
os primeiros contatos com componentes eletrônicos e suas funções. Observará
que um transformador tem funcionamento 'dinâmico', ou seja, só funcionará
quando a corrente elétrica que percorre seu enrolamento primário sofrer
alterações em função do tempo, em outras palavras, não funcionará com
corrente contínua e constante. Algo nela deverá variar!
Por outro lado, constatará a ação de um diodo retificador e a função básica do
capacitor; um permitindo passagem da corrente num só sentido e o outro
armazenando energia potencial elétrica.
Tudo isso, visualmente observado, mediante uma simples lampadinha néon.
Acende ou não acende?; acende ao redor das duas plaquetas internas ou
apenas ao redor de uma delas? Acende e apaga rapidamente ou permanece
acesa por breve intervalo de tempo?
Vale verificar e, como sempre, esse não é um trabalho completo, 'prontinho' para
ser copiado e usado ... você também deverá participar!

Material
D1 - diodo de silício (1N4004 ou equivalentes)
NE-1 - lâmpada néon comum
T1 - transformador redutor de tensão (usado às avessas!)
B1 - pilha ou baterias (1,5V, 3,0V e porta-pilhas)
R1 - resistor de carvão (1M a 2M2, 1/8W)
C1 - capacitor de poliéster (1µF a 2,2µF x 150V ou mais)
fios, solda, lima etc.
Montagem
(a) - Circuito esquemático
(b) - 'Chapeado'

Breve descrição
Nessa montagem experimental dispensou-se o uso da ponte de terminais; temos
apenas 5 pontos de solda. O transformador original tem primário para 110 e
220V e secundários que podem ser, para (6+6)V, para 12V ou mesmo 15V. Em
fim, qualquer transformador 'obtido' de uma fonte de alimentação para baixa
tensão servirá. Esse transformador será utilizado às avessas, ou seja, o
enrolamento de baixa tensão será utilizado como primário (e vai ser ligado à
pilha ou bateria) e o enrolamento de alta tensão (ex-220V!) será utilizado como
secundário (e vai ser ligado à carga (D1,C1 e R1+NE-1).
O capacitor de poliéster, na faixa dos 1µF a 2,2µF, deve apresentar tensão de
trabalho de 150v ou mais; quando maior a capacitância maior será o tempo que
a lâmpada permanecerá acesa. Uma técnica para a troca rápida desses
capacitores (para os diversos ensaios) pode ser pensada. Do mesmo modo se
comportará o resistor de lastro (1M a 2M2), quanto maior a sua resistência
elétrica maior será o tempo de acendimento da lâmpada néon de dois terminais
paralelos.
Um dos fios que vão à fonte de alimentação (pilha ou bateria) poderá estar
definitivamente soldado; o outro não; esse é quem providenciará o liga/desliga.
Para utilizar a montagem orientamos:
(a)- ligue o fio do transformador no topo da pilha; observe que a lâmpada só
acenderá nos instantes de ligar e desligar; ela não permanecerá acesa com o fio
encostado na pilha. No instante de ligar a corrente no 'primário' passa
rapidamente de zero ao seu valor máximo e como houve 'variação', o
transformador funciona, a lâmpada acende e logo apaga. Permanecendo a
ligação a corrente se estabiliza em seu valor máximo, não haverá mais
'variações', o transformador não funciona, a lâmpada não acende. Ao se
desencostar o fio do topo da pilha, a corrente no 'primário' cai rapidamente do
valor máximo para zero, novamente'variou', o transformador funciona, a lâmpada
acende e logo apaga.
(b)- aprimore esses liga/desliga usando uma lima. Encoste a lima no topo da
pilha e esfregue o fio de ligação nas ranhuras da lima. Haverá uma série rápida
de liga/desliga, o transformador funcionará durante maior intervalo de tempo.
Nas primeiras raspadas, ouvirá um breve ruído no transformador e depois de
algumas raspadas, quando o capacitor atingir os 80V, a lâmpada acenderá (e
assim ficará até acabar a 'carga' do capacitor).
(c)- nesses acende/apaga, observe os eletrodos (plaquetas) internos da
lâmpada. Há um brilho avermelhado em volta de ambos? Ou de apenas um?
Coloque o diodo em curto-circuito (basta para isso dobrar seus terminais e
encostar um no outro); esfregue o fio do liga/desliga na lima e observe
novamente como é o brilho da lâmpada. Recorra ao seu professor para ampliar
seus conceitos na eletrônica.
(d)- Perceba, num único liga/desliga quanto tempo a lâmpada permanece acesa.
Anule a ação do capacitor (solte um de seus terminais) e refaça o experimento.
Comece tudo de novo, usando dessa vez, a técnica da lima para ligar e desligar.
Essas são linhas gerais de procedimento. Alguma leitura deverá ser feita sobre o
tema e/ou consulta a seu professor(a). Aventure-se nesse campo!
Cuidados
Não deixe o fio do transformador ligado na pilha por muito tempo, isso
determinará o 'esgotamento' da pilha; além do que não fará a lâmpada ficar
acesa: a indução que ocorre no transformador é um processo 'dinâmico', como já
salientamos.
Bobinas de Tesla Eletrônicas
(Estado sólido)

Objetivo
Montagem de bobinas de Tesla utilizando-se de componentes eletrônicos. São
apresentadas duas versões. Recomenda-se a ajuda de um técnico em eletrônica
para orientar detalhes do projeto.

Nota: Na 'arte' do misticismo esse equipamento acoplado a uma simples


máquina fotográfica recebe o nome de "Máquina Kirlian" e o preço dela,
veiculado na www., é cerca de $5.000,00 (isso mesmo, cinco mil dólares!). Feita
por você, em uma ou duas horas de serviço, sairá por R$ 200,00 (incluindo a
máquina fotográfica). Se quiser verificar a validade do preço acima, basta entrar
no Google e na linha de busca digitar "Máquina Kirlian". Dai para a frente,
acredite se quiser!

Montagem - 1

Cuidado! Esse equipamento induz altas tensões perigosas se não for


usado adequadamente e com cautela. Exige a presença de um adulto.
Atue sobre R1 para ajustar a máxima corrente que circula pelo transistor-
Darlington. Para usar tal gerador de alta tensão para acionar um 'globo de
plasma' (ou mesmo uma lâmpada incandescente, em substituição ao globo) essa
corrente deve ter intensidade ao redor dos 2 A.
Escolha um flyback com núcleo de bom diâmetro. Um outro diodo rápido pode
ser usado em substituição ao BYV95C. O BDX87B deve ser instalado sobre um
bom dissipador de calor.
Para experimentos, sem o globo de plasma, colocar um disco metálico espesso
(3 a 5 mm) com bordo arredondado, direto ao terminal de alta tensão do flyback.
Para acionar motores eletrostáticos deve-se adicionar um retificador de alta
tensão (para TV) e um capacitor de dielétrico de vidro ligado ao terminal de alta
tensão do flyback (veja Sala de correntes alternadas).
Como destacamos na NOTA inicial, certos 'seguidores' das pseudo-ciências
rotulam tal equipamento como 'máquina de Kirlian' e, como tal, dotadas de
'poderes' místicos como produtor de 'auras' e coisas que tais. Tais
deslumbramentos fogem ao escopo científico.

Montagem - 2

Enrolamentos sobre a perna livre do flyback: Primário - 10 espiras de fio de cobre


esmaltado 18 (ou com isolação de seda), dotado de 'center-tap' (5 + 5 espiras);
Realimentação - 4 espiras de fio de cobre esmaltado 22, com 'center-tap' (2 + 2
espiras); Secundário - o enrolamento original do flyback.
Nota: o enrolamento de realimentação é feito sobre o enrolamento do primário.
Esse equipamento (montagem -2-) é o usado pelo autor em seus experimentos
que requerem altas tensões em altas freqüências.
Para acionar motores eletrostáticos e outros experimentos de eletrostática use o
diodo retificador de alta tensão e o capacitor de vidro no terminal de alta tensão.
Receptor de muito baixa freqüência

Função eletrônica
Investigar sinais que se propagam por ondas eletromagnéticas com freqüências
na faixa de 5 a 15 kHz; estudo da propagação de ondas desses comprimentos
de ondas; captação de sinais provenientes de distúrbios atmosféricos distantes;
confronto entre sons e ondas eletromagnéticas com freqüência em torno de 10
000 Hz.
Por que podemos modular ondas eletromagnéticas e não sons audíveis de
mesma freqüência?

Material
AQ — Antena de quadro conforme esquema.
Ela consome cerca de 3,70m de sarrafo de (4x3)cm, uma base de
(40x40x3)cm, 4 carretéis de plástico de 10 cm de largura (grátis em lojas
de armarinho), cerca de 650 m de fio de cobre esmaltado número 24 ou
26, um conector Sindall com 2 seções, 3 m de cabo coaxial fino, um
plugue miniatura macho, prego, cola, verniz, etc.

TR1 e TR2 — Transistores BC548 ou equivalente NPN, silício, alto ou médio


ganho.
C1 e C4 — Capacitores de .022 µF, cerâmico ou poliéster.
C2 — Capacitor eletrolítico de 10 µF x 12 V (cuidado com a polaridade).
C3 — Capacitor eletrolítico de 4,7 µF x 12 V.
R1 — Resistor de 1 ΜΩ x ¼ W
R2 — Resistor de 10 kΩ x ¼ W
R3 — Resistor de 470 kΩ x ¼ W
R4 — Resistor de 6,8 kΩ x ¼ W
CH — Chave interruptora simples
F — fone de cristal (alta impedância) ou fone dinâmico de 2 kΩ.
Circuito esquemático

Montagem

Trata-se de um circuito sintonizado (L-C) para uma faixa de freqüências bem


baixas (podendo até captar o sinal de 60 Hz da própria instalação elétrica
residencial), numa montagem em série, de etapas detetora e amplificadoras de
áudio-freqüência.
A etapa sintonizada é constituída por uma bobina de quadro (que funciona
também como antena), altamente direcional. Dois transistores de silício, NPN de
uso geral, médio ou alto ganho, incumbem-se da detecção e amplificação. A
saída de áudio é em alta impedância, daí recomendarmos como transdutor de
saída um fone de cristal (“egoísta”). Uma etapa casadora de impedância para
uso de alto-falante pode ser pensada (esse palavreado todo significa: coloque
um transformador de primário 5k e secundário 8 ohms no lugar de F do esquema
elétrico do aparelho --- um transformador de saída de áudio para rádio
valvulados antigos).
Os terminais do enrolamento cerrado (espiras juntas) dessa bobina vão a um
conector Sindall (ilustração abaixo), duas seções, fixo no mastro de madeira; daí
sai um cabo coaxial fino dotado de plugue miniatura, para o receptor.
A montagem, por não ser crítica, dada a freqüência de trabalho, pode ser feita
em ponte de terminais ou numa barra de conectores Sindall (ilustração abaixo). A
fonte de alimentação pode ser para 6 V ou 7,5V ou 9 VCC, permitindo várias
opções para associações em série de pilhas ou mesmo uma bateria
(quadradinha) de 9 V. Use conectores universais (macho e fêmea) para ligar a
antena e o fone no receptor.

Detalhes

Aplicações
Conecte a antena, o fone de cristal e ligue a chave interruptora. Se isso for feito
dentro de sua casa (o que me parece uma hipótese bastante razoável), pode
tratar de colocar pelo menos a antena do lado de fora, pois a alta sensibilidade
do receptor vai permitir captar um ronco devido ao campo eletromagnético
alternado (60 Hz) da fiação elétrica de sua casa.
Movendo a antena pode-se atenuar esse ronco (mas não todo), devido sua alta
direcionalidade. Se você tiver por perto um gerador Tesla, Ruhmkorff ou Van de
Graaff faiscando vai começar a se impressionar com a sensibilidade do aparelho
aos sinais desses raios em miniatura. Até os sons serão distintos.
Daqui para frente tudo é pesquisa, anotações, dados, leituras (um osciloscópio
vem bem a calhar) etc. Algumas observações (incompletas) podem lhe
interessar:
a) estalos e explosões podem ser captados ao nascer e ao pôr-do-Sol (oriente a
antena);
b) a aproximação de uma tempestade (a mais de 100 km) pode ser detectada
pelas descargas elétricas atmosféricas que se produzem;
c) explosões solares (variações nas manchas solares) podem ser captadas;
d) explosões nucleares (programadas, para que se saiba o horário) também
não escapam desse pequeno receptor.
Sempre é bom lembrar que quanto mais alta e em área desimpedida for
colocada a antena, melhor será a recepção de determinados sinais. Assim, um
primeiro lugar para testes é colocá-la sobre o telhado, munida de artifício
adequado para girá-la.
Para efeito de pesquisa, será interessante acoplar a saída desse receptor a um
gravador para fazer levantamentos estatísticos dos horários de maior captação e
para arquivo das intensidades e tipos de sinais. Você deve ter uma prova do que
faz!
É um bom trabalho de pesquisa, boa sorte!
E, por favor, não invente e não interprete alguns sinais estranhos como coisas
místicas do além (em outras palavras, não entre nessa de 'ufologia'). Essas
coisas do além não são científicas e, como tal, sem propósito para a Ciência. A
ciência trabalha com fatos reproduzíveis e testáveis (critério de falseabilidade)
por todos; não há a palavra da autoridade e não obedece ao senso comum.
Fotosensor - LDR
(Com indicação sonora; sensor, multivibrador e amplificador)

Objetivo
O projeto a seguir não constitui excepcional novidade para os 'macanudos' em
eletrônica. Para o aluno e o espectador médio, entretanto, é um mundo novo de
pecinhas, fios entrelaçados e esquemas intrincados.
A intenção desse projeto numa Feira de Ciências é despertar alunos e
espectadores para essa realidade eletrônica que nos cerca, levantando uma
pequena ponta do véu do mistério. O aluno pode desenvolver excelente trabalho
sobre o tema, desenvolvendo-o passo a passo, experimentando cada etapa num
verdadeiro espírito científico, diferenciando-se assim da mera função de montar o
dispositivo, incidir luz sobre o fotosensor resistivo e escutar o som emitido. Esse
alarde final, o som estridente, é realmente, o que menos interessa, pois em seu
lugar poderíamos acender uma lâmpada (ou apagá-la), acionar um motor
elétrico, desligar o TV, acender o fogão, abrir a válvula eletromagnética de uma
torneira etc; a finalidade básica do projeto não é nenhuma dessas, e sim mostrar
a função eletrônica básica nas diversas etapas.

Material
TR1 e TR4 — BC558 ou equivalentes;
TR2 e TR3 — BC548 ou equivalentes;
TR5 — BD135 ou equivalentes;
R1 — 10 kΩ (ver texto);
R2 — LDR, redondo, pequeno;
R3 — 12kΩ, 1/4W, 5%;
R4 — 3,3kΩ, 1/4W, 5%;
R5 — 15kΩ, 1/4W, 5%;
R6 e R9 — 5,6kΩ, 1/4W, 5%;
R7e R8 —56kΩ, 1/4W, 5%;
R10 — 100kΩ, 1/4W, 5%;
R11 —220 Ω, 1/4W, 5%;
R12 — 2,2kΩ, 1/4W, 5%;
Cl e C2 — 0,039µF, 250V, poliéster metalizado;
C3 — 1µF, 40V, eletrolítico;
C4 — 0,1µF, 250V, poliéster metalizado;
Fte — alto falante pequeno, 8ohms;
CHI - interruptor simples; porta-pilhas, placa para CI, solda etc.

Montagem
O projeto em questão foi dividido em 3 partes didáticas e, em cada uma delas o
aluno pode (e deve) efetuar medições, alterações, ajustes, etc. Essas partes são:
o sensor de luz (LDR - Líght Dependent Resistor), o multivibrador e o
amplificador de potência. Cada uma dessas partes pode ser desenvolvida
separadamente e ao final, acoplá-las num projeto único.
Nas figuras a seguir mostramos, á esquerda, o circuito esquemático do sensor
de luz, onde R2 é o LDR (de preferência montado no fundo de um tubo opaco),
no centro, em tamanho natural, a pequena plaqueta do circuito impresso para o
fotosensor, vista pela face cobreada e, á direita, a disposição dos componentes
na plaqueta, vista pela face não cobreada.

Notamos nesse fotosensor que, o transistor TR1 (BC558) apresenta uma


polarização de base projetada (e ajustada através de R1, R2 e R3) de tal modo
que, na ausência de luz no LDR, ele permanece em corte (não conduz).
Eis como verificar o bom funcionamento dessa etapa, visualizando seu
funcionamento:

a — alimente a etapa com 6 VCC, com a polaridade correta;


b — obstrua a entrada de luz no LDR;
c — ligue um multiteste entre o coletor de TR1 (C) e o negativo da fonte de
alimentação. O multiteste deve estar ajustado para medir tensões (usado como
voltímetro), na escala de 10 ou 12 VCC. As pontas de prova (com garras jacarés)
podem ser presas aos terminais de R5;
d — ajuste o trim-pot ou potenciômetro R1 de modo que a tensão em R5
seja, aproximadamente, zero volts. Se necessário, ajuste também R3 e R4;
e — com luz incidindo no LDR, a tensão em R5 deve ir para
(aproximadamente) 6 VCC. Uma vez ajustado R1 (R3 e R4), ele pode ser
substituído por resistores fixos de mesmo valor ôhmico. Se você pretende manter
um ajuste de sensibilidade para várias intensidades de luz, deixe,
definitivamente, um potenciômetro miniatura de 47kΩ, em R1.
Ao ser atingido pela luz, a resistência do LDR (R2) diminui sensivelmente (por
quê?), tornando negativa a base de TR1 e esse, por ser do tipo PNP, passa a
conduzir, apresentando em C quase todo potencial elétrico da fonte.
Se você retirar o resistor R5 e substitui-lo por uma lampadinha de 6 V (um
experimento aconselhável), ela deve acender ao incidir luz no LDR. No lugar da
lampadinha pode ser colocado um LED (diodo emissor de luz) em série com um
resistor de 330 ohms, ou um relê sensível para 6 V (mais dois procedimentos
aconselháveis). Veja a ilustração dessas substituições:

Eis, até então, o esquema (e o funcionamento) de um dispositivo que liga ou


desliga um outro ao comando da luz. Basta colocar esse outro componente
(lâmpada, radinho, campainha CC etc) no lugar de R5, desde que sejam
respeitadas a tensão e a corrente máxima permitida por TR1 (que pode ser outro
p-n-p de maior potência que o BC558).
Vejamos a etapa do multivibrador. Nas figuras a seguir temos, á esquerda, o
circuito esquemático do multivibrador; ao centro, a plaqueta do circuito impresso
para essa etapa e, à direita, a disposição dos componentes na face não
cobreada da plaqueta.
O multivibrador usa dois transistores, na chamada ligação cruzada e emissor
comum. Cada transistor tem seu resistor de carga (R6 e R9) e seu resistor de
polarização de base (R7 e R8) interligados em cruz, pelos capacitores de
acoplamento C1 e C2. Desse modo, o sinal de TR2 vai para TR3 e o do TR3 vai
para o TR2, permitindo a oscilação do sistema (bloqueia um — conduz o outro e
vice-versa).
A rapidez dessa alternância abrupta (e que determina a sua freqüência de
funcionamento) depende dos valores dos resistores (R6, R7, R8 e R9) e dos
capacitores (C1 e C2). Para os valores indicados a freqüência gerada produzirá
(no alto-falante da próxima etapa) um som muito estridente, convém alterar
esses valores para não ferir os ouvidos dos espectadores que visitam a Feira.
Muitos espectadores ficam irritados com tais sons agudos (... sou um deles!).
Esse sinal gerado, cuja forma de onda é praticamente retangular, pode ser
recolhido do coletor de qualquer desses dois transistores pelo capacitor de
acoplamento de áudio C3 (eletrolítico). Observe que a alimentação desse
multivibrador não vem diretamente da fonte de 6 VCC e sim recolhida do coletor
de TR1 da etapa anterior. Desse modo, o multivibrador só entra em
funcionamento quando luz incidir no LDR.
Você pode substituir essa etapa (e a próxima) simplesmente ligando seu radinho
de 4 pilhas no lugar do multivibrador. As pilhas do rádio servem para alimentar
diretamente o fotosensor e este comanda o funcionamento do rádio, na presença
de luz. Eis alguns detalhes:
Atente para as ligações, basta puxar 3 fios do radinho [+, (1) e -]. Para tanto,
basta intercalar um pedacinho de papel entre o terminal positivo da última pilha
do porta-pilhas e o terminal do porta-pilhas, intercalando de cada lado do papel
os fios (+) e (1). O fio (—) vem da primeira mola do porta-pilhas.
Voltando ao multivibrador, o sinal recolhido por C3 é retangular e de pequena
amplitude. Esse sinal é levado para o amplificador de áudio.
Vejamos, para encerrar, a etapa amplificadora. Nas figuras a seguir, temos o
esquema do pequeno amplificador para o projeto; uma ilustração da plaqueta do
circuito impresso e nela, a disposição dos componentes.

O transistor TR4 (BC558) trabalha em condições de comutação (conduz/não


conduz), devido ao sinal retangular negativo em sua base, proveniente de C3.
Quando TR4 está saturado (conduz), a base de TR5 (BD135) fica positiva, ele
conduz (por ser do tipo n-p-n), produzindo forte pulso no alto-falante. Esse pulso
no alto-falante é ligeiramente filtrado pelo capacitor C4.
Não trás muito interesse, para efeito de experiências e apresentação em Feira de
Ciências, juntar as 3 etapas numa só plaqueta. Porém, para os interessados, eis
o circuito completo, a plaqueta única e a disposição dos componentes nas
ilustrações a seguir:
Temporizador
(TV e outros aparelhos)

Objetivo
Estudo da carga do capacitor e sua aplicação em temporizadores.
O dispositivo em questão, de montagem bastante simples, fundamenta-se na
“carga lenta” de um capacitor eletrolítico, em série com um resistor. Você deve
desenvolver esse tema, estudando o capacitor e sua carga (gráfico, leis etc),
baseado na montagem básica ilustrada:

Como aplicação dessa teoria, vamos montar um dispositivo ‘temporizador’, ou


seja, um equipamento que ao cabo de um determinado intervalo de tempo
desligue (ou ligue) um outro aparelho (TV, rádio, estufa, liquidificador, ventilador
etc.).

Material
4 transistores NPN — BC548
1 resistor 15K, 1/8W
1 resistor 100K, 1/8W
1 resistor 10K, 1/8W
1 resistor 2K2, 1/4W
1 resistor 100 Ω, 1W
1 resistor 12K, 1/8W
3 diodos retificadores 1N4002
2 capacitores eletrolíticos 1000 µF x 25V
1 LED vermelho
1potenciômetro de 6M6 ou 2 potenciômetros 3M3 (ligados em série) (*)
1 transformador 110VAC x 12VAC (300 mA)
1 relé 12V, duplo contato
1 “push-botton”

Montagem
Apertando-se o botão P o dispositivo liga o aparelho sobre controle (TV, rádio,
lâmpada etc.) e após determinado tempo (selecionado pelo potenciômetro de
6M6) o aparelho desliga automaticamente.
O LDR e as leis da intensidade luminosa
(Equipamento básico)

Objetivo
O LDR é um resistor cuja resistência varia com a intensidade da luz incidente
(fotoresistor). Uma montagem eletrônica simples (e recomendável) permite a
obtenção de um sensor de luz útil em várias experimentações. Os dois próximos
projetos irão se utilizar desse equipamento.
Eis os preparativos para desenvolver projetos relativos á intensidade luminosa:

Material
Fonte de alimentação de 5 a 9 VCC; miliamperímetro 0 ⎯ 200 mA; transistor
NPN - BC548; LDR pequeno; potenciômetro de 220k; resistor 330 ohms, 1/8W;
tubo opaco etc.

Montagem

Nos experimentos, a seguir, utilizaremos esse equipamento para estudar:


Distribuição da energia luminosa no espectro visível e Distribuição da intensidade
luminosa de uma lâmpada incandescente.
Distribuição da energia luminosa 1
(No espectro visível)

Objetivo
Aplicar o equipamento do projeto anterior [18- LDR e leis fotométricas] para
analisar a distribuição da energia luminosa nas várias faixas de freqüência do
espectro visível.
Inicialmente a luz proveniente de uma fonte colimada é decomposta mediante o
uso de um prisma óptico. O LDR, ligado ao equipamento em destaque,
percorrerá (encostado na tela) as várias cores da decomposição e indicará
(leituras no miliamperômetro) a correspondente intensidade luminosa.

Material
Equipamento do projeto anterior (18); fonte de luz colimada; prisma óptico e tela
de projeção.

Montagem

As leituras colhidas no miliamperômetro são levadas a uma tabela e,


posteriormente, utilizadas para a análise do fenômeno em questão.
Distribuição da energia luminosa 2
(Com lâmpada incandescente)

Objetivo
Aplicar o equipamento do projeto anterior [18- LDR e leis fotométricas] para
analisar a distribuição da energia luminosa irradiada por uma lâmpada
incandescente.
A luz proveniente da lâmpada incandescente, montada de modo que o seu
filamento coincida com o centro do disco graduado, ilumina todo o disco. O LDR,
ligado ao equipamento em destaque, percorrerá toda a periferia do disco e
indicará (leituras no miliamperômetro) a correspondente intensidade luminosa.

Material
Equipamento do projeto (18) dessa Sala; lâmpada incandescente e seu soquete;
'dimmer' para controlar a potência elétrica entregue á lâmpada (ver projeto do
'dimmer' na Sala 03); disco de 'duratex' com borda graduada em graus; tubo
opaco para acomodar o LDR sobre a borda do disco.

Montagem

As leituras colhidas no miliamperômetro são levadas a uma tabela e,


posteriormente, utilizadas para a construção do gráfico relativo ao fenômeno em
questão.
Efeito fotoemissivo
(Da placa de zinco)

Objetivo
Mostrar a descarga de um eletrômetro ligado a uma placa de zinco, sob ação da
luz proveniente de uma lâmpada de vapor de mercúrio.

Material
Fonte colimada contendo lâmpada de vapor de mercúrio; eletrômetro de Braun;
bastão de isopor e folha de plástico (ou pequena máquina eletrostática).

Montagem

Atritando o bastão de isopor com a folha de plástico ele se eletriza


negativamente. Por contato com o bastão, eletrize o disco de zinco (e o
eletrômetro). Ilumine o disco de zinco com a luz proveniente da lâmpada de
mercúrio e observe a rápida perda de carga do eletrômetro.
Transmissor de faísca
(Modelo didático)

Objetivo
Utilizar da bobina de Rumkorff ou outro dispositivo produtor de altas tensões e
altas freqüências para a irradiação de ondas eletromagnéticas amortecidas. O
dispositivo é cópia dos primeiros transmissores de faíscas utilizados para a
comunicação mediante ondas eletromagnéticas.

Material
Bobina de Rumkorff ou equipamento equivalente; bobina de fio de cobre grosso
(80 espiras de fio de cobre esmaltado 16 em forma de PVC de 10 cm de
diâmetro); centelhador e antena.

Montagem

Nota: O uso indevido do transmissor de faísca é proibido por lei, pois, o


funcionamento dele interfere seriamente com a recepção de programas normais
de rádio.
"Pequeno" transmissor para rádio-amadorismo
(Equipamento introdutório)

Objetivo
Na eletrônica, um ramo excitante é o do radioamadorismo, do qual o autor
participou ativamente por longo tempo, época em que se montava o
transmissor, no capricho, desde a usinagem do “chassi” até a antena. Para
quem se inicia na R.B.R, eis um modelo simples, transistorizado, para
transmissão na faixa dos 80 ou 40 metros.
Para Feira de Ciências é o modelo ideal para explicar os vários estágios de um
equipamento de transmissão, as freqüências permitidas, os regulamentos
oficiais etc. Dois desses transmissores e dois pequenos rádios transistorizados,
que sintonizem ondas curtas, permitirá que o expectador participe, na Feira, de
um bom bate-papo via rádio-freqüência. Desde que haja um operador
credenciado, essas transmissões demonstrativas são permitidas.
Em sua casa, dotando o equipamento de um sistema irradiante (antena)
adequado para este QRP, lhe permitirá contatos com todos os outros
radioamadores.

Material
Semicondutores
TRI — BF254 ou equivalente : TR2 — BD135 ou equivalente : D1, D2 —
1N4004 ou equivalente.
Resistores (1/4W, ± 1.0%, salvo menção contrária)
R1, R4, R5 —27kΩ; R2 — 1,8kΩ; R3 —1kΩ, 1/2W; R6 — 100Ω, 1/2W.
Capacitores
C1 — 6OpF, “styroflex”; C2 — 270pF, “styroflex”; C3, C4 e C6 — 0,01 µF, 250V,
poliéster metalizado; C5 e C9 — 0,001 µF, 250V, poliéster metalizado; C7e C8
— 365pF, capacitor variável; C10 — 2200 µF, 25V eletrolítico.
Diversos
T1 — Transformador de alimentação [primário, tensão da rede local; secundário,
18V—0— 18V, 200mA (mínimo)]; XRF1, XRF2 — Reator de filtro, 1 mH, 50mA;
Xtal — Cristal para freqüência na faixa de 40 ou 80m.
Bobinas
L1 — Em 80m: 47 espiras de fio de cobre esmaltado com 0,5mm de diâmetro
(24 AWG), sobre forma com 25,4mm (1”) de diâmetro; espiras unidas. Em 40m:
56 espiras unidas de cobre esmaltado, com 0,4mm de diâmetro (26 AWG),
sobre forma com 16 mm de diâmetro.
Montagem

Na figura acima temos o diagrama esquemático do transmissor e na figura


abaixo, à esquerda, sua fonte de alimentação.

A figura acima, á direita, apresenta uma sugestão para uma pequena carga não-
irradiante que pode ser usada para ajustar (pelo brilho máximo de LP) o tanque
de saída do transmissor.
As figuras, a seguir, são sugestões práticas para a montagem em pontes de
terminais (um circuito impresso, sem dúvida, pode ser elaborado pelo aluno-
expositor).
Alguns comentários:
(a) O primeiro estágio do projeto, o oscilador, é do tipo Pierce, cuja primeira
vantagem é sua saída (via C9) ser praticamente isenta de harmônicos. Isso
dispensa a presença de um circuito sintonizado acoplando esse estágio ao
seguinte, simplificando o projeto e ao mesmo tempo reduzindo a possibilidade
de TVI (irradiação espúria causando interferência nos televisores vizinhos).
0 transistor nesse estágio é o BC254 (original), podendo, entretanto ser
substituído por equivalentes mais modernos, NPN para RF. O mantenedor das
oscilações nesse estágio é um cristal com valor de freqüência á sua escolha, o
mais facilmente encontrado é um cristal para TV a cores, que tem freqüência de
3575,611 kHz. Para se obter freqüência variável, constituindo assim um V.F.O.,
altere o estágio para inclusão de um varicap estável.

(b) O segundo estágio, amplificador de potência em classe C, permite bom


casamento com o oscilador local e com o tanque final. Sua função é aumentar a
amplitude do sinal recebido do estágio oscilador, mantendo a freqüência
fundamental, permitindo assim sua irradiação via antena.
O transistor em questão (núcleo desse estágio) é o NPN — BD135 que admite
equivalentes, tipo TIP.
C9 transfere o sinal de RF do oscilador para o amplificador (C9 =1 nF, poliéster
metalizado para 250 V); C5 transfere o sinal amplificado desse estágio para o
tanque final (C5 = C9).

(c) O tanque final, responsável pela sintonia do estágio final na freqüência do


oscilador (cristal) e pelo acoplamento com a a antena é do tipo Pi (nome dado
em virtude de sua configuração, lembrando a letra grega de mesmo nome),
permitindo boa sintonia com o sistema irradiante.

(d) O ajuste do equipamento restringe-se à sintonia do tanque final, via C7 e


“carga de antena” via C8, ambos capacitores variáveis de 365 (ou 410) pF.
Para treinar, ligue primeiro a carga não-irradiante à saída do transmissor.
Ligando-se a fonte é bem provável que LP não acenda. Procure, em C7, o ponto
em que ela começa a brilhar; o que você fez foi o seguinte: procurou a condição
de ressonância, ou, em linguagem física, conduziu o tanque a uma reatância
mínima á freqüência de entrada, deixando assim, o “sinal” passar livremente.
Agindo sobre C8, o “variável de antena’, você vai “carregar” seu transmissor
(numa linguagem típica de PY). Esse variável equilibra o tanque com a antena,
aumentando com isso a intensidade de corrente coletor-emissor do BD135,
dando um efeito de “acumular mais RF na antena” — daí a denominação
“carregar”. Reajuste C7, se necessário.

(e) Para transmissão em CW basta inserir um manipulador na linha de


alimentação do transmissor. Para transmissão em AM basta colocar entre a
alimentação do coletor do BD135 (ponto X do esquema) e o XRF, um
transformador de áudio para rádio valvulado (primário 5000 a 10 000 ohms,
secundário 4 ou 8 ohms), como por exemplo, saída de áudio para as válvulas
6AQ5, 6V6 etc. Ele é usado invertido, 5000 ohms no coletor e os 8 ohms na
saída de um amplificador de áudio.
Fonte de referência C.C.
(Ajustável de alta precisão)

Apresentação
Descrevemos a montagem de uma fonte de referência de tensão de alta
precisão, capaz de fornecer qualquer valor entre 0 V e 5,0 Vcc. Funciona com
bateria comum de 9 V. Sua baixa resistência de saída, tipicamente 500 ohms,
garante excelente estabilidade e imunidade a ruídos. Um exemplo de aplicação é
como referência para registradores X - Y.

Objetivo
Equipamentos eletrônicos capazes de fornecer potenciais constantes pré-
selecionados são muito comuns nos laboratórios de eletroquímica e são
genericamente denominados potenciostatos. Um exemplo de construção de um
potenciostato/galvanostato (fonte de corrente constante), para fins de
eletrossíntese orgânica. foi por nós publicado há alguns anos. Esses aparelhos
são projetados para manterem um determinado potencial constante entre um
eletrodo de trabalho e um eletrodo de referência, fazendo uso de um terceiro
eletrodo (auxiliar) através do qual o instrumento aplica uma tensão de magnitude
tal que garanta a estabilidade do potencial do eletrodo de trabalho.
Entretanto, em algumas aplicações, especialmente as que envolvem calibração
de equipamentos, tais como conversores analógico-digitais, registradores X-Y
etc., faz-se necessário o emprego de uma fonte de tensão de referência,
permitindo ajuste preciso da tensão de saída e alta estabilidade da mesma.
Nos experimentos de voltametria cíclica, empregamos um registrador X-Y (PAR
modelo RE0074) que apresenta uma chave seletora para cada eixo coordenado,
possibilitando através de suas 5 posições, selecionar o ganho do amplificador
interno, de modo que se possa registrar o voltamograma com um número de
mV/cm conhecido. No entanto, como o fator de multiplicação entre as diversas
posições é de uma ordem de grandeza, muitas vezes o registro se apresenta
com tamanho menor que o desejado, e a mudança de escala não é factível, urna
vez que nesse caso o registro ultrapassa os limites do papel.
Apesar de o registrador oferecer uma opção de ganho variável, permitindo o livre
ajuste do tamanho do voltamograma através de um potenciômetro, perde-se
nessa modalidade o valor da escala utilizada. Esse valor é muitas vezes
importante para a determinação de certos parâmetros eletroquímicos.
Achamos de interesse projetar e construir uma fonte de referência de tensão
portátil que seria empregada para permitir a determinação da escala (número de
mV/cm),. sempre que o registrador fosse utilizado nestas circunstâncias.
Assim, após o registro do voltamograma, o operador pode aplicar uma tensão
precisamente conhecida, tanto nos terminais de entrada do amplificador X como
Y, registrando no canto do papel dois segmentos ortogonais que permitirão
facilmente determinar as escalas dos eixos coordenados.
A Figura, a seguir, ilustra um esboço de um voltamograma genérico
acompanhado do registro dos segmentos correspondentes a uma tensão de 200
mV aplicada nos eixos X e Y.

A conversão para corrente (eixo Y) pode ser calculada através da lei de Ohm (i =
U/R). sabendo-se o valor da resistência interna do gerador de onda triangular.
Circuito esquemático completo da fonte de referência

Descrição do circuito eletrônico


Empregamos como regulador de tensão o circuito integrado LM317A (Q1) da
National Semicondutor. Trata-se de um regulador ajustável da 3 terminais capaz
de fornecer em sua saída tensões entre 1,2 e 37 V com uma corrente da ordem
de 1,5 A e estabilidade melhor que 0.3 %. A tensão de saída pode ser pré-fixada
pelos valores dos resistores (R1) e (R2), segundo a equação:
Vsaída = 1,25(1 + R1/R2) + Iaj.R1
onde Iaj é igual a 100 microampères e a parcela Iaj.R1 pode ser considerada
desprezível (6,8 mV) nesta aplicação.
Os valores de R1 e R2, por nós selecionados fornecem uma tensão de saída
igual a 1,56 V, aplicada a um divisor resistivo formado por um ‘trimpot’ de
precisão (R4) e um potenciômetro (R3) de 10 voltas, em cujo eixo foi fixado um
‘dial’ dotado de trava com menor divisão de escala correspondente a 0,02 voltas.
A calibração foi feita com o cursor do potenciômetro (R3) no fim da décima volta
e ajustando (R4) de modo a obter 1,000 V como tensão de saída, medida com o
auxilio de um multímetro digital Beckman modelo 3050.
Convém ressaltar que, alimentando o circuito com uma bateria comercial de 9 V,
é possível, mediante adequada escolha dos valores de (R1) e (R2), obter
tensões estabilizadas de até 5,0V ou mais.
A fim de poder monitorar o estado da bateria de 9 V, projetamos um circuito
simples que indica através de um único diodo emissor de luz (LED) bicolor
(representado por D2 e D3) as seguintes situações representadas na tabela
abaixo.
Indicação visual do estado da bateria
Cor acesa Ubat. (volts) Significado
Verde > 6,8 Bom estado
Vermelha Entre 3,8 e 6,8 Convém substituir a bateria
LED não acende < 3,8 Não usar o aparelho nesta condição

Conforme ilustrado, no circuito esquemático acima, diodos zener de 6,1 V (Z1) e


3,1 V (Z2) foram conectados em série com as bases dos transistores (Q2) e
(Q3), responsáveis pelo acendimento do LED bicolor (D2) e (D3),
respectivamente.
Devido à queda de aproximadamente 0,7 V sobre o diodo base-emissor de cada
transistor, as tensões de comutação aumentam para 6,8 e 3,8 V. A função do
diodo (D1) é impedir que as duas cores acendam simultaneamente sempre que a
bateria apresentar uma tensão maior que 6,8 V
Assim, quando (Q2) estiver conduzindo e a cor verde estiver acesa, não haverá
tensão suficiente no anodo de (Z2). para levar (Q3) à saturação, e a cor
vermelha permanecerá apagada.
Como interruptor geral utilizamos urna chave de pressão (CH1), normalmente
aberta, conectada em série com o terminal positivo da bateria.

Material
Resistores (Ω, 1/3 W, 1 %)
R1 ⎯ 68
R2 ⎯ 270
R3 ⎯ 500: trimpot, 15 voltas
R4 ⎯ 500: potenciômetro 10 voltas
R5, R6 ⎯ 10k
R7, R8 ⎯ 470

Semicondutores
Q1 ⎯ LM 317A
Q2, Q3 ⎯ BC558
D1 ⎯ 1N4001
D2/D3 ⎯ LED bicolor
Z1 ⎯ diodo zener 6,1 V
Z2 ⎯ diodo zener 3,1 V

Capacitores (tântalo)
C1 ⎯ 10 µF/16V
C2 ⎯ 1 µF/16V

Diversos
CH1 ⎯ interruptor de pressão normalmente aberto
B1 ⎯ bateria de 9 V
Montagem
O aparelho foi montado sobre uma placa de circuito impresso padrão e alojado
num gabinete plástico de (7 x 8,5 x 5) cm.
No painel frontal foram fixados o potenciômetro de 10 voltas com o ‘dial’ de
precisão, o interruptor de pressão e o LED bicolor.
No painel lateral, a saída foi feita via dois conectores do tipo ‘banana’.

Aferição do aparelho
Foram medidas com um multímetro digital Beckman modelo 3050 as tensões de
saída para 11 posições diferentes no ‘dial’, começando com 0,00 e
incrementando uma volta de cada vez até totalizar 10,00 voltas.
Os resultados dos testes de aferição indicaram que as tensões de saída
apresentaram um desvio máximo de ± 0.001V com relação ao valor selecionado
no ‘dial’ conforme ilustrado na tabela abaixo.
Esse desvio reflete a precisão do aparelho, uma vez que a menor divisão do ‘dial’
(0,02 voltas) corresponde a 0,002 V.

Tensões de saída versus número de voltas do ‘dial’

No de voltas Tensão de saída (V)


0,00 0,000
1,00 0,099
2,00 0,199
3,00 0,300
4,00 0,400
5,00 0,500
6,00 0,600
7,00 0,700
8,00 0,800
9,00 0,901
10,00 1,001

A estabilidade térmica da tensão de saída foi verificada entre 4 oC e 50 oC e foi


de ± 0,001 V,entre 0,000 V e 1,000 V.
Diversas aferições feitas nos últimos dois anos demonstraram que não há
necessidade de calibrações freqüentes.
Vela 'mágica'
(Uso do LDR - nível básico)

Introdução
Nos últimos sessenta anos, nossas vidas foram acentuadamente afetadas por
novos tipos de dispositivos elétricos que usam componentes eletrônicos, tais
como os transistores, os sensores etc. Dispositivos eletrônicos simples são
bastante fáceis de se fazer e proporcionam substancial diversão no seu uso.
A vela mágica que descrevemos neste trabalho elementar, além de lhe adicionar
úteis conhecimentos teóricos e práticos, poderá impressionar seus colegas e
expectadores quando você acender uma lâmpada usando um simples fósforo e
apagá-la através de um sopro.

Material
Para a montagem de sua vela você precisará de:
dois resistores (veja ilustração abaixo, no item Resistores);
um transistor AC 108 ou equivalente mais moderno (veja ilustração abaixo no item
Transistores);
resistor dependente da luz - LDR (veja ilustração no item LDR );
uma lâmpada (e seu soquete) para 6V/0,06 A;
tubo de papelão;
um bujão plástico com alça
uma bateria de 6 V (veja nota) e
cerca de 1m de fio #22 encapado com plástico (cabinho 22).

Você poderá encontrar tudo isso em qualquer loja de conserto de equipamento


eletrônico de sua localidade.

Resistor
Todo sucesso da eletrônica reside no fato de poder controlar o fluxo de corrente
elétrica nas várias partes de um circuito. Resistor, como o nome desse
componente sugere, permite o controle da corrente oferecendo maior ou menor
dificuldade ao seu fluxo num dado circuito. Um resistor, fisicamente, lembra um
pequeno cilindro, com um fio em cada extremidade. As faixas coloridas sobre
seu corpo formam um código que permite saber qual o valor de sua resistência,
que é medida em ohms (Ω).
Os dois resistores utilizados na vela mágica têm a finalidade de definir
quantidades diferentes de corrente em partes diferentes do circuito.

Usando um transistor
Transistores desempenham funções importante em muitos dispositivos
eletrônicos. Eles são muitas vezes usados como interruptores eletricamente-
controlados (chaves eletrônicas). Na vela mágica um transistor é usado como
chave eletrônica para ligar/desligar a corrente na lâmpada em duas situações
distintas.

Transistores é facilmente danificado, assim, deve ser tratado com cuidado. É vital
usar uma lâmpada que acenda com corrente de baixa intensidade (0,06 A), no
circuito que contém o transistor indicado; caso contrário o transistor aquecerá
demais e se danificará permanentemente.
Um transistor tem três terminais, ou pernas, conhecidas como o emissor, o
coletor e a base. Tome cuidado para não romper estas pernas e tenha certeza
que você as identificará corretamente. No transistor indicado procure uma
etiqueta pequena ou uma mancha de tinta próximo a uma das pernas. Essa
marca é para identificar o terminal do emissor. Nesses tipos de transistores,
como é o caso do indicado nesse trabalho --- tipo NPN -- deve-se ligar essa
perna do emissor ao terminal negativo da bateria.
O modo mais fácil para conectar um transistor ao circuito (sem usar de soldas) é
usar um fino tubo plástico, como mostramos acima, á direita (nas loja de
eletrônica eles são conhecidos como 'espagetti'). Alternativamente, peça ajuda a
um adulto para soldar as conexões. Nesse caso, tome bastante cuidado para
não aquecer demais o transistor; o uso do alicate de bico é de grande ajuda
nessas soldas delicadas.
Esse transistor AC 108, NPN de germânio, é bastante antigo é pode ser
substituído por equivalente mais moderno como o BC 548, NPN de uso geral.

Resistor dependente da luz (Light Dependent Resistor - LDR)


Nem todos os resistores têm resistências fixas. Resistor dependente da luz, ou
LDR, varia sua resistência elétrica de acordo com a quantia de luz que incide
sobre ele. Na escuridão, um LDR tem uma resistência muito alta e assim
impede (limita) a corrente de fluir em um trecho de circuito. Na luz, porém, a
resistência é muito mais baixa e isso permite o fluxo de boa intensidade no
trecho de circuito em questão.

Observe o circuito mostrado acima, á direita. Este tipo de figura é chamado de


circuito esquemático. Ele se utiliza de símbolos para mostrar os componentes
que você precisa e a posição deles no circuito. Faça as conexões ao LDR usando
fio encapado com plástico (cabinho #22). Retire a capa e raspe as extremidades
do fio. Não é preciso usar solda nesse ensaio com o LDR.
Ligue a chave (interruptor) e cubra o LDR com sua mão ou um pano escuro. A
lâmpada acende? Agora, lentamente, mova sua mão que cobre o LDR. O que
acontece?

Construindo a vela 'mágica'


Para fazer a 'caixa' dentro da qual você colocará os componentes para sua vela
(a lâmpada simula o pavio da vela) mágica (que de mágica, obviamente, não tem
nada!), você precisará de um tubo de papelão, alguns pedaços de papelão plano
e uma garrafa plástica grande, vazia, algo como um bujão plástico usado
armazenar óleos ou outros líquidos.
Recorte o recipiente, como mostramos na ilustração abaixo (você deve pedir a
ajuda de um adulto para essa fase). Enfie dois fios pela alça cortada e conecte-os
ao LDR (que ficará no topo da alça); use fios com capa plástica coloridas e com
os extremos desencapados e lixados (as conexões podem ser feitas pela técnica
do 'espagetti' ou através de solda). Posicione o LDR dentro do topo da alça e use
massa de modelar para fixá-lo em seu devido lugar.
Observe todos os componentes e siga cuidadosamente o circuito esquemático
ilustrado abaixo, á direita. Os fios não têm de ser coloridos como ilustramos, mas
as cores ajudam evitar possíveis confusões.
Nota - Uma bateria de 6 V (comum em vários tipos de lanternas) pode ficar muito grande para
ser acomodada dentro de seu recipiente plástico (bujão cortado). Nesse caso, recomenda-se a
obtenção de um porta-pilhas e quatro pilhas pequenas para lanterna. Ao serem colocadas
corretamente no porta pilhas, elas se associam em série e teremos os 6 V necessários.

Monte o soquete da lâmpada e lâmpada no topo do tubo de papelão (como


mostrado) e fixe o tubo no recipiente mediante fitas adesivas ou massa de
modelar. Agora teste o circuito em um quarto escurecido (caso contrário o LDR
sempre estará em estado de boa condução). Segure um palito de fósforo aceso
entre a lâmpada e o LDR. A lâmpada deverá acender e assim permanecer
mesmo que se apague o palito de fósforo. Tape o LDR com o polegar (impedindo
a luz da lâmpada de chegar nele) e a lâmpada deverá apagar.
O modo como a vela 'mágica' funciona é bastante simples. Quando nenhuma luz
incide no LDR, sua resistência é alta e nenhum fluxo de corrente circulará pela
perna base do transistor. Isto impede a corrente principal (mais intensa) de fluir
entre o coletor e o emissor (quer dizer, o transistor está 'desligado') e a lâmpada
não acende.
Ao acender o fósforo, luz penetra no orifício da alça e alcança o LDR, sua
resistência diminui abruptamente e uma pequena intensidade de corrente
começa a fluir pela perna base do transistor; isso faz com que a corrente
principal (que também passa pela lâmpada) circule do coletor para o emissor, e a
lâmpada acende.
A lâmpada permanece acesa quando o fósforo é removido porque a luz da
lâmpada passa a iluminar o LDR e, com isso, permitindo a corrente de base. O
sistema se auto-realimenta! E assim permanece até que você cubra o LDR com
seu polegar.
Quando você estiver satisfeito com o funcionamento do dispositivo, poderá
fechar a caixa com os pedaços de papelão e assim ocultar (temporariamente) o
circuito dos curiosos. A técnica para 'deslumbrar' a turma é acender a lâmpada
com o fósforo e apagar com um sopro (enquanto sopra, 'distraidamente' cubra o
LDR com o polegar!)

Dificuldades?
Uma das possíveis dificuldades poderá ser a obtenção dessa lâmpada de 0,06 A
em 6 V, o que lhe confere uma potência de 0,36 W (essa lâmpada foi tirada do
farol de um carrinho de brinquedo). Não é uma lâmpada fácil de ser encontrada;
uma lâmpada comum de lanterna tem potência entre 2 e 5 W.
Para o uso de uma lâmpada comum de lanterna para 6 V (4 pilhas em série)
pode-se experimentar trocar o transistor BC por um TIP120, TIP121, TIP122 ou
algum FET como o IRF540, IRFZ44.
Outra sugestão é trocar a 'tal lâmpada difícil' por um LED de alto brilho em série
com um resistor de 330 ohms; o LED deverá estar bem 'apontado' para o LDR.
Inversor multiuso
Apresentação
Para quem aprecia as delícias dos camping, acampamentos e ranchos e querem
desfrutar das comodidades da televisão, da lâmpada fluorescente, do estéreo, do
liquidificador, do ventilador etc., esse inversor deverá resolver os problemas.
Ele funciona a partir de uma fonte de 12 VDC, ou seja, uma bateria de
automóvel, fornecendo a tensão nominal de 120 VAC; uma tensão alternada
como a da rede domiciliar de sua casa. A potência elétrica desse inversor (uma
característica elétrica de suma importância) irá depender dos transistores usados
para Q1 e Q2 (veja esquema a seguir) e do transformador a ser usado em T1.
Dependendo dessas escolhas para Q1, Q2 e T1 o inversor poderá ter potência
de 1 a 1 000 W (de 0,001 a 1 kW).

Circuito esquemático

Material
Componentes Descrições
C1, C2 68 µf, 25 V - Capacitor de tântalo
R1, R2 10 Ohm, 5 Watt - Resistor
R3, R4 180 Ohm, 1 Watt - Resistor
D1, D2 HEP 154 - Diodo de silício
Q1, Q2 2N3055 NPN - Transistor (ver Notas)
T1 12 +12V, Transformador com C.T. (ver Notas)
Miscelânea fios, dissipadores, tomada de saída etc.
Notas
1- Q1 e Q2, assim como T1, como dissemos, determinam a potência elétrica
disponível desse inversor. Se Q1 = Q2 = 2N3055 e com T1 para 15 A, esse
inversor terá potência de cerca de 300 watts. Transformadores e transistores
mais 'parrudos' fornecerão maior potência.
2- O caminho recomendável para adquirir um bom T1 é reaproveitar um velho
transformador para microondas. Tais transformadores são projetados para cerca
de 1kW e são excelentes. Uma loja de conserto de TV ou de utilitários
eletrodomésticos devem ter na sucata tais transformadores que foram
substituídos. Procure o transformador de maior potência. Após remover com todo
cuidado o capacitor que o acompanha (cuidado, pois pode ainda estar
'carregado'!) leve, a seguir, tal transformador, para uma casa de enrolamentos de
transformadores e motores. Combine com o técnico que o atender para que
remova o velho secundário de 2 000 V (com cuidado para não danificar o
enrolamento primário) e o substitua por um enrolamento de 24 espiras com
terminal central [enrolar 12 espiras, deixar uma argola para fora (terminal central)
e enrolar mais 12 espiras]. Da espessura do fio utilizado dependerá quanto de
intensidade de corrente você poderá usar. Tais intensidades de corrente devem
ser compatíveis com os transistores escolhidos para Q1 e Q2. Lembre-se que os
2N3055 suportam no máximo 15 A cada.
3- Não se esqueça que, solicitando altas correntes da bateria (para conseguir as
altas potências do inversor) seu tempo útil de operação diminui ... cuidado ao
usar a bateria do próprio carro!
4- Uma vez que esse inversor fornece os 120 VAC, convém colocar fusíveis
protetores em sua saída adequados a cada fim que se destina.
5- Você deve usar capacitores de tântalo para C1 e C2. Eletrolíticos comuns se
aquecerão demasiadamente e uma explosão será iminente. Esses capacitores
da lista, de valores 68 µf x 25V, não admitem substituições.
6- Substituições indevidas poderão impedir o correto funcionamento desse
inversor.
Tabela de fios
(cobre, esmaltado)

Número Diâmetro Secção Número de espiras kg por Resistência Corrente


AWG (mm) (mm2) por cm km (ohms/km) máxima (A)
0000 11,86 107,2 0,158 319
000 10,40 85,3 0,197 240
00 9,226 67,43 0,252 190
0 8,252 53,48 0,317 150
1 7,348 42,41 375 1,40 120
2 6,544 33,63 295 1,50 96
3 5,827 26,67 237 1,63 78
4 5,189 21,15 188 0,80 60
5 4,621 16,77 149 1,01 48
6 4,115 13,30 118 1,27 38
7 3,665 10,55 94 1,70 30
8 3,264 8,36 74 2,03 24
9 2,906 6,63 58,9 2,56 19
10 2,588 5,26 46,8 3,23 15
11 2,305 4,17 32,1 4,07 12
12 2,053 3,31 29,4 5,13 9,5
13 1,828 2,63 23,3 6,49 7,5
14 1,628 2,08 5,6 18,5 8,17 6,0
15 1,450 1,65 6,4 14,7 10,3 4,8
16 1,291 1,31 7,2 11,6 12,9 3,7
17 1,150 1,04 8,4 9,26 16,34 3,2
18 1,024 0,82 9,2 7,3 20,73 2,5
19 0,9116 0,65 10,2 5,79 26,15 2,0
20 0,8118 0,52 11,6 4,61 32,69 1,6
21 0,7230 0,41 12,8 3,64 41,46 1,2
22 0,6438 0,33 14,4 2,89 51,5 0,92
23 0,5733 0,26 16,0 2,29 56,4 0,73
24 0,5106 0,20 18,0 1,82 85,0 0,58
25 0,4547 0,16 20,0 1,44 106,2 0,46
26 0,4049 0,13 22,8 1,14 130,7 0,37
27 0,3606 0,10 25,6 0,91 170,0 0,29
28 0,3211 0,08 28,4 0,72 212,5 0,23
29 0,2859 0,064 32,4 0,57 265,6 0,18
30 0,2546 0,051 35,6 0,45 333,3 0,15
31 0,2268 0,040 39,8 0,36 425,0 0,11
32 0,2019 0,032 44,5 0,28 531,2 0,09
33 0,1798 0,0254 56,0 0,23 669,3 0,072
34 0,1601 0,0201 56,0 0,18 845,8 0,057
35 0,1426 0,0159 62,3 0,14 1069,0 0,045
36 0,1270 0,0127 69,0 0,10 1338,0 0,036
37 0,1131 0,0100 78,0 0,089 1700,0 0,028
38 0,1007 0,0079 82,3 0,070 2152,0 0,022
39 0,0897 0,0063 97,5 0,056 2696,0 0,017
40 0,0799 0,0050 111,0 0,044 3400,0 0,014
41 0,0711 0,0040 126,8 0,035 4250,0 0,011
42 0,0633 0,0032 138,9 0,028 5312,0 0,009
43 0,0564 0,0025 156,4 0,022 6800,0 0,007
44 0,0503 0,0020 169,7 0,018 8500,0 0,005
Código de capacitores

Capacitores
Alguns capacitores apresentam uma codificação que é um tanto estranha,
mesmo para os técnicos experientes, e muito difícil de compreender para o
técnico novato. Observemos o exemplo abaixo:
O valor do capacitor,"B", é de 3300 pF
(picofarad = 10-12 F) ou 3,3 nF (nanofarad = 10-9
F) ou 0,0033 µF (microfarad = 10-6 F). No
capacitor "A", devemos acrescentar mais 4
zeros após os dois primeiros algarismos. O
valor do capacitor, que se lê 104, é de 100000
pF ou 100 nF ou 0,1µF.

Capacitores usando letras em seus valores


O desenho ao lado, mostra capacitores que tem os seus
valores, impressos em nanofarad (nF) = 10-9F. Quando aparece
no capacitor uma letra "n" minúscula, como um dos tipos
apresentados ao lado por exemplo: 3n3, significa que este
capacitor é de 3,3nF. No exemplo, o "n" minúsculo é colocado ao
meio dos números, apenas para economizar uma vírgula e evitar
erro de interpretação de seu valor.

Multiplicando-se 3,3 por 10-9 = ( 0,000.000.001 ), teremos 0,000.000.003.3 F.


Para se transformar este valor em microfarad, devemos dividir por 10-6 = (
0,000.001 ), que será igual a 0,0033µF. Para voltarmos ao valor em nF, devemos
pegar 0,000.000.003.3F e dividir por 10-9 = ( 0,000.000.001 ), o resultado é 3,3nF
ou 3n3F.
Para transformar em picofarad, pegamos 0,000.000.003.3F e dividimos por 10-12,
resultando 3300pF. Alguns fabricantes fazem capacitores com formatos e valores
impressos como os apresentados abaixo. O nosso exemplo, de 3300pF, é o
primeiro da fila.

Note nos capacitores seguintes, envolvidos com um círculo azul, o aparecimento


de uma letra maiúscula ao lado dos números. Esta letra refere-se a tolerância do
capacitor, ou seja, o quanto que o capacitor pode variar de seu valor em uma
temperatura padrão de 25° C. A letra "J" significa que este capacitor pode variar
até ±5% de seu valor, a letra "K" = ±10% ou "M" = ±20%. Segue na tabela
abaixo, os códigos de tolerâncias de capacitância.
Até 10pF Código Acima de 10pF

B
±0,1pF
C
±0,25pF
D
±0,5pF
F
±1,0pF ±1%
G
±2%
H
±3%
J
±5%
K
±10%
M
±20%
S -50% -20%

Z +80% -20%
ou
+100% -20%

P +100% -0%

Agora, um pouco sobre coeficiente de temperatura "TC", que define a variação


da capacitância dentro de uma determinada faixa de temperatura. O "TC" é
normalmente expresso em % ou ppm/°C ( partes por milhão / °C ). É usado uma
seqüência de letras ou letras e números para representar os coeficientes.
Observe o desenho abaixo.
Os capacitores ao lado são de coeficiente de
temperatura linear e definido, com alta estabilidade de
capacitância e perdas mínimas, sendo recomendados
para aplicação em circuitos ressonantes, filtros,
compensação de temperatura e acoplamento e
filtragem em circuitos de RF.

Na tabela abaixo estão mais alguns coeficientes de temperatura e as tolerâncias


que são muito utilizadas por diversos fabricantes de capacitores.
Código Coeficiente de temperatura

NPO -0± 30ppm/°C

N075 -75± 30ppm/°C

N150 -150± 30ppm/°C

N220 -220± 60ppm/°C


N330 -330± 60ppm/°C

N470 -470± 60ppm/°C

N750 -750± 120ppm/°C

N1500 -1500± 250ppm/°C

N2200 -2200± 500ppm/°C

N3300 -3300± 500ppm/°C

N4700 -4700± 1000ppm/°C

N5250 -5250± 1000ppm/°C

P100 +100± 30ppm/°C

Outra forma de representar coeficientes de temperatura é mostrado abaixo. É


usada em capacitores que se caracterizam pela alta capacitância por unidade de
volume (dimensões reduzidas) devido a alta constante dielétrica sendo
recomendados para aplicação em desacoplamentos, acoplamentos e supressão
de interferências em baixas tensões.
Os coeficientes são também representados com seqüências de letras e
números como por exemplo: X7R, Y5F e Z5U. Para um capacitor Z5U, a
faixa de operação é de +10°C que significa "Temperatura Mínima" e
+85°C que significa "Temperatura Máxima" e uma variação de "Máxima
de capacitância", dentro desses limites de temperatura, que não
ultrapassa -56%, +22%.
Veja as três tabelas abaixo para compreender este exemplo e entender outros
coeficientes.
Temperatura Temperatura Variação Máxima
Mínima Máxima de Capacitância
X -55°C 2 +45°C A ±1.0%
Y -30°C 4 +65°C B ±1.5%
Z +10°C 5 +85°C
6 +105°C
C ±2.2%
7 +125°C D ±3.3%
E ±4.7%
F ±7.5%
P ±10%
R ±15%
S ±22%
T -33%, +22%
U -56%, +22%
V -82%, +22%
Capacitores de Cerâmica Multicamada
Capacitores de Poliéster Metalizado usando código de cores
A tabela abaixo, mostra como interpretar o código de cores dos capacitores
abaixo. No capacitor "A", as 3 primeiras cores são, laranja, laranja e laranja,
correspondem a 33000, equivalendo a 3,3 nF. A cor branca, logo adiante, é
referente a ±10% de tolerância. E o vermelho, representa a tensão nominal, que
é de 250 volts.

1ª Algarismo 2ª Algarismo 3ª N° de zeros 4ª Tolerância 5ª Tensão

PRETO 0 0 - ± 20% -

MARROM 1 1 0 - -

VERMELHO 2 2 00 - 250V

LARANJA 3 3 000 - -

AMARELO 4 4 0000 - 400V

VERDE 5 5 00000 - -

AZUL 6 6 - - 630V

VIOLETA 7 7 - - -

CINZA 8 8 - - -

BRANCO 9 9 - ± 10% -
Transmissor-Receptor com infravermelho

Esquemas

Comentários
A seção transmissora deste Tx/Rx infravermelho é notadamente simples mas
funciona bem. Os pulsos provenientes do LED infra-vermelhos têm freqüência de
160 Hz e seu alcance, com nosso receptor, está entre 2 e 4 m dependendo do
transformador de áudio usado e do ajuste do potenciômetro de 100k. Com outros
tipos de receptores pode alcançar até cerca de 15m, sem qualquer lente
focalizadora, mas com um alinhamento perfeito entre Tx e Rx.
A seção receptora usa um foto-transistor para infra-vermelho (BP103B3 ou
equivalente) e um emissor infra-vermelho adicional (LD271); este é colocado
perto do foto-transistor para proporcionar uma luz de polarização, melhorando
assim a sua sensibilidade. O potenciômetro de 100k também afetará a
sensibilidade, ao ajustar o devido ponto de operação para o transistor.
A fonte de alimentação de 12 V deve ser bem regulada para evitar auto-
oscilações. O transformador de áudio é um pequeno transformador de saída
recuperado de um antigo rádio transistorizado. O relé colocado na saída do
receptor poderá comandar 'cargas' compatíveis com seus contatos.
Como sempre, recomendamos aos alunos do ensino médio e iniciantes de
eletrônica, que consultem um técnico em eletrônica local para explicar aqueles
'pequenos' detalhes, cujas descrições, tornariam esse texto muito longo (código
de cores de resistores, equivalentes dos transistores, diodos etc., código para
capacitores, circuito impresso, fonte de alimentação etc.).
Transmissor/Receptor Mínimo

Objetivo
Esse é um projeto didático onde pretendemos, a partir de material bem simples,
estudar a produção, transmissão e recepção de ondas eletromagnéticas. Ele
incorpora uma série de experimentos escolares. Os projetos iniciais produzirão
trens de ondas amortecidas que serão recebidos em rádios AM comuns. Depois
da análise das descargas oscilantes no circuito L-C, evoluímos para um projeto
sintonizado para transmissão e recepção. Estuda-se a sintonia e a ressonância
elétrica.

Transmissor Elementar 1
A produção de sinais de rádio (ondas eletromagnéticas), que se propagam pelo
espaço e levam informações, é tão simples que poucos sabem que pode ser
conseguida com apenas três componentes improvisados. Essa possibilidade
pode ser explorada em demonstrações, como trabalhos escolares e em Feiras
de Ciências.
Os sinais produzidos por esse transmissor elementar 1, atravessam obstáculos
como tábuas e paredes, e podem ser captados num rádio portátil, AM,
transistorizado.
Experimentalmente, o aluno pode demonstrar os efeitos citados, mas como
montagem de uso prático, ela serve para transmitir sinais em código (Morse, por
exemplo) para um amigo que está num ambiente adjacente, através da parede.
O transmissor é extremamente simples, como dissemos, e como receptor pode
ser usado qualquer rádio portátil.

Comentários
Interrupções muito rápidas de corrente elétrica podem gerar oscilações de
cargas elétricas num circuito as quais, por sua vez, produzem ondas de rádio, ou
seja, ondas eletromagnéticas de altas freqüências que se propagam pelo
espaço.
Podemos produzir tais “vibrações” de uma maneira muito simples, esfregando
um fio ligado a uma pilha, numa lima comum. Como “carga” indutiva para
reforçar as oscilações, ou seja, produzir os sinais desejados, temos uma bobina
enrolada num bastão de ferrite. Eis, portanto, nosso transmissor: uma bobina
enrolada num bastão de ferrite, uma pilha comum e uma lima.
Na realidade, este circuito não gera um sinal de freqüência fixa. Seus sinais se
espalham numa ampla faixa de freqüências, produzindo assim um “ruído
radioelétrico”. Sua operação como transmissor para longo alcance é proibida,
pois interfere em muitos tipos de aparelhos de comunicação.
No entanto, foram aparelhos iguais a este, os primeiros a serem usados por
Marconi e outros pesquisadores que acabaram por inventar o rádio.
Em nosso circuito, usaremos como antena um simples pedaço de fio de uns 50
cm de comprimento e, para demonstrações com alcances pequenos, nem
mesmo isso será necessário, pois os sinais não irão além de alguns metros. Com
este procedimento evitamos que ocorram interferências em rádios e televisores
estejam ligados pelas proximidades.
Nosso projeto trata-se, evidentemente, de um aparelho indicado apenas para
demonstrações em sala de aula e Feiras de Ciências, onde transmissor e
receptor se encontram à curta distância.

Material
- 1 pilha grande
- 1 lima
- Bobina - ver texto
- Terminal antena/terra, fio esmaltado, fios, solda etc.

Montagem
Nas ilustrações abaixo, à esquerda temos o diagrama completo desse
transmissor elementar 1 e à direita, o aspecto físico geral da montagem:

Detalhes
A bobina é enrolada num bastão de ferrite (que pode ser aproveitado de qualquer
rádio transistorizado fora de uso) que tanto pode ser cilíndrico como chato. Esta
bobina leva um enrolamento (L1) formado por aproximadamente 40 voltas de fio
comum ou esmaltado de qualquer espessura (qualquer fio de cobre esmaltado
desde #22 até #32) e outro enrolamento (L2) com 5 voltas do mesmo fio.
Os fios de conexão à pilha são soldados diretamente nos seus terminais. Se
forem usados fios esmaltados, eles devem ser raspados no ponto de soldagem.

Procedimento
A operação do transmissor é bastante simples:
Ligue nas proximidades (1 a 2 metros do transmissor) um rádio AM, fora de
estação, em qualquer ponto da faixa.
Raspe a ponta solta do fio X na lima. Deve ser transmitido um sinal que será
captado como um ruído no rádio.
O aluno observará que estes sinais podem atravessar obstáculos, pois se o rádio
estiver do outro lado de uma parede, eles ainda serão captados.
A codificação dos sinais pode ser feita em Morse. Nesta codificação uma
“raspada” de curta duração significa um ponto e uma raspada mais longa, um
traço. Pontos e traços são combinados e formam letras e números.
Para uma operação com um alcance um pouco maior, a antena será um pedaço
de fio comum de aproximadamente 50 cm a 1 metro. A ligação à terra pode ser
feita em qualquer objeto de metal de maior porte.
Conforme explicamos, este transmissor não emite sinais de freqüência fixa, mas
sim um ruído. Desta forma, não o ligue à antenas externas ou longas.
Fora de uso, não deixe o fio encostado na lima, pois além de não haver emissão,
a pilha irá gastar-se rapidamente pelo excesso de corrente.

Transmissor/Receptor Elementar 2
Nesse projeto, mais indicado para salas de aula, temos efetivamente um
transmissor e um receptor. Agora, tanto um quanto o outro são sintonizáveis, ou
seja, há um circuito oscilante L-C em cada um deles. Para uma dada 'abertura'
do capacitor variável, no transmissor, há uma estreita faixa de freqüência
irradiada, a qual, só será recebida no receptor com o devido ajuste do seu
próprio capacitor variável.
O indicador de sinal detetado e recebido será uma pequena lâmpada néon, tipo
NE-2.

Material
- 1 pilha grande e porta pilhas
- 1 roda dentada e lâmina flexível
- Bobina - ver texto
- 2 capacitores variáveis de 410 pf
- 1 lâmpada néon NE-2
- 2 bases de madeira, tubos de papelão,
- Fio de cobre esmaltado #22, fio comum, solda etc.
Esquema - circuito elétrico

Montagem

Comentários
As bobinas L1 e L2 foram enroladas, com 80 espiras juntas de fio de cobre
esmaltado #22, num pedaço de tubo de papelão (obtido em lojas de armarinho,
para enrolar tecido) de diâmetro 10 cm. Os capacitores variáveis de 410 pF, 1
seção, não são tão fáceis de serem obtidos, mas podem ser substituídos por
capacitores variáveis de duas seções, típicos para rádios valvulados (obtido em
oficina de conserto de rádios e TV). Na verdade, dois capacitores variáveis iguais
de rádios antigos irão funcionar bem. Os tamanhos 'grandes' dos componentes
foram selecionados de propósito para permitirem um bom visual para todos os
alunos da sala de aula.
A lima usada no experimento 1 foi substituída por uma roda dentada metálica
munida de uma manivela, cujos dentes raspam numa lâmina flexível (usei lâmina
de bronze fosforoso). Eis, abaixo, algumas fotos de minha montagem:

Fotos/ilustrações
Procedimento
Operar o equipamento é bastante simples.
- Comece conectando o terminal (jacaré) da bateria na lâmina flexível (esse é na
verdade um interruptor improvisado do circuito --- obviamente pode ser
substituído por um interruptor tradicional).
- Dê uma abertura média no capacitor variável do transmissor.
- Coloque o receptor próximo do transmissor (veja última foto).
- Gire a manivela e ajuste o variável do receptor até que a lâmpada néon acenda,
acusando o recebimento das ondas emitidas pelo transmissor.

Nota: Esse trabalho terá seguimento. Ao transmissor será inicialmente


incorporado uma segunda bobina que será ligada a um sistema antena/terra.
Uma segunda bobina também será incorporada ao receptor, fazendo parte de
um sistema antena/terra. A seguir, o receptor irá transformar-se, substituindo-se
a lâmpada néon por um diodo de germânio e um fone de ouvido --- uma variante
do rádio 'galena'. Mais adiante, ao transmissor associaremos um sistema
oscilador para substituir a manivela (ou lima).
Proteja seu patrimônio

Os jornais diariamente nos informam, e nos alertam, sobre invasões de lares. A polícia
sempre destaca os cuidados mínimos que devem ser tomados. A negligência pode levar a
perdas de bens adquiridos, com sacrifício, durante anos de trabalho. Recomendação
básica: é essencial dispor de um eficiente sistema de alarme. No entanto, sistemas
sofisticados de alarme ou segurança, além de muito caros, nem sempre apresentam
resultados satisfatórios, principalmente porque passam a ser bem conhecidos dos
intrusos, que acabam por desativá-los. Um sistema que seja só seu, não comercial, pode
ser a solução; é o que descrevemos neste trabalho.

Os poucos componentes usados neste alarme tornam-no muito barato, e o fato


de ser um circuito não comercial o torna mais eficiente para o que se pretende.
Por outro lado, o fato de termos um projeto feito por quem já tem experiência
com a eletrônica, faz com que ele seja seguro, eficiente e atenda às exigências
da maioria das pessoas.
O aparelho que propomos trabalha com baixa tensão nos sensores, o que o
torna seguro em relação à presença de crianças e animais e, ao mesmo tempo,
evita que o corte de energia (pelo desligamento da chave geral) o desarme. Em
suma, não existem perigos de choques e a sensibilidade ao disparo é grande.
Outro fator de destaque para o projeto está na existência de 'trava' -- uma vez
ligado, permanece ligado -- e na possibilidade de serem usados sensores
lineares (fios desencapados) de grande comprimento.
O sistema de trava faz com que o alarme se mantenha travado, ou seja, ligado,
mesmo que o intruso descubra no que tocou e procure re-armar o sistema para
interromper o barulho.
O uso de sensores lineares longos permite que grandes extensões de muros ou
cercas sejam protegidas, sem perigo de instabilidades de funcionamento ou
disparos acidentais. Em especial, os alarmes que usam integrados CMOS ou
circuitos muito sensíveis não são recomendados para esta aplicação pois,
justamente por serem sensíveis às descargas elétricas, podem disparar pela
simples ameaça ou aproximação de chuva.

Material
K1 — MC2RC1 ou equivalente — micro-relé de 6V com dois contatos (Metaltex)
B1 — 4 pilhas pequenas
F1 — 1A — fusível
S1 — interruptor simples
Diversos: fios, caixa para montagem, cigarras ou buzina, cabo de alimentação, suporte de
4 pilhas etc.

Como funciona
Um simples relé é o coração do alarme. Este relé está ligado aos sensores e a
uma fonte de alimentação, formada por 4 ou 6 pilhas comuns. Os sensores
podem ser de diversos tipos, como por exemplo pêndulos que estejam montados
próximos a argolas (veja figura 6) ou então um fio longo desencapado que passe
por uma seqüência de argolas, conforme mostra a figura 1.

Outra possibilidade consiste no uso de sensores de alarmes comerciais para


portas e janelas, formados por interruptores de lâminas (reed switch), conforme
mostra a figura 2.

A aproximação do imã do interruptor de lâminas faz com que estas encostem


uma na outra, fechando o circuito.
Em quaisquer dos casos, a ação do intruso, quer seja balançando o objeto em
que está o pêndulo (caso de sua instalação num carro), quer seja tocando num
fio que rodeie um muro (no caso de uma proteção doméstica), ou mesmo abrindo
uma porta ou janela, faz com que uma breve corrente circule pela bobina do relé.
O resultado é a atração dos contatos, que se fecham, ativando então a carga
externa (buzina, sirene etc.) e o sistema de trava.
O sistema de trava consiste no aproveitamento de um dos contatos do relé, de
tal forma que ele realimenta a própria bobina do relé. Isso quer dizer que, mesmo
que o impulso de corrente que provocou o disparo seja cortado, o relé se
manterá ligado, acionando o alarme externo. A carga externa pode ser uma
sirene, ligada na rede de 110 ou 220V, ou outro aparelho que faça barulho.
Observe que os contatos do relé são isolados da bobina, o que quer dizer que a
tensão da rede de 110 ou 220V não passa para o circuito dos sensores, o que dá
segurança para o sistema.
Podemos também montar um circuito de baixa tensão para o aviso, como por
exemplo uma buzina de moto ou bicicleta alimentada por pilhas grandes; é o que
se ilustra na figura 3 (apenas 1 pilha está ilustrada).
As pilhas devem ser das grandes, pois a corrente é intensa, mas, como elas só
fornecem energia no momento do disparo, terão boa durabilidade. Para a
alimentação da bobina também ocorre o mesmo, ou seja, como as pilhas só
fornecem energia no momento do disparo, sua durabilidade será de muitos
meses, mesmo quando o aparelho ficar permanentemente ligado.
O relé usado tem bobina para 6V (tipo MC2RC1 ou equivalente), mas a
alimentação deve ser feita com 4 ou 6 pilhas. Use 4 pilhas se os fios sensores
forem curtos, de modo que sua resistência não influa no acionamento. No
entanto, se um grande terreno for cercado, a resistência total dos fios pode
significar uma perda de tensão, o que dificulta o acionamento do relé. Neste
caso, devemos fazer a alimentação com 6 pilhas ou uma bateria 'quadradinha' de
9V, para compensar os efeitos desta resistência.

Montagem
Na figura 4 temos o diagrama geral, em que o sensor é do tipo "argola com
peso".

Na figura 5 temos o aspecto real da montagem para o caso de proteção de um


muro onde os sensores são do tipo "argola envolvendo fio".
Pormenores do sensor de "argola com peso" são mostrados na figura 6. A argola
e o peso podem ter sua montagem tanto horizontal (à esquerda) como vertical (à
direita), dependendo do tipo de balanço a ser detectado.

Para os adeptos da eletrônica em um grau um pouquinho maior, sugerimos um


circuito para aumentar a sensibilidade, em que o relé é ativado por um transistor.
Este circuito é mostrado na figura 7.
Este circuito reduz a corrente de acionamento a tal ponto que mesmo no caso de
haver acúmulo de sujeira ou a formação de uma película de óxido nos fios dos
sensores, ainda assim o acionamento ocorrerá sem problemas. Recomendamos
este circuito para o caso de instalação ao ar livre e de grande extensão. Para o
caso do circuito que não usa o transistor, é conveniente que o fio sensor seja
lixado periodicamente nos pontos em que deve fazer contato com as argolas.
Como salientamos, o relé usado é o MC2RC 1 (Metaltex), mas equivalentes de
6V com dois contatos reversíveis também funcionarão (uma sugestão é
reaproveitar relés retirados de pisca-pisca de automóveis que foram trocados). O
fusível de proteção para o caso de alarme alimentado pela rede é muito
importante.
Não use cigarras ou sirenes que precisem de corrente maior que 2A (200W na
rede de 110V ou 400W na rede de 220V). Uma cigarra ou sirene industrial forte
tem esta ordem de potência e faz muito barulho.

Instalação
A prova de funcionamento é simples: basta encostar um fio (x) no outro (x) da
saída do sensor que o relé deve travar e assim permanecer. Para desligar o
alarme e re-armar devemos atuar sobre S1 (interruptor geral), desligando-o e
ligando-o novamente.
Na figura 8 temos um exemplo de instalação, observando-se que diversos
sensores de proteção podem ser ligados em paralelo para maior proteção de um
patrimônio. Todos os fios marcados com xx são interligados ao circuito. Feita a
instalação, verifique a atuação, ativando os sensores.
Com todos os sensores funcionando bem, para usar o alarme, basta ligá-lo
atuando sobre S1, lembrando que, na condição de espera, não há consumo de
energia.
Transmissão - Recepção
Rádio Galena
Iniciação aos fenômenos ondulatórios
[Recomendado para 8a série]

Introdução
É rara a apresentação, em Feira de Ciências, de um trabalho e/ou experimento
sobre a produção de ondas eletromagnéticas. A apresentação, por sua vez, de
rádios-galena (ou outros receptores de ondas eletromagnéticas) não é nada rara,
e isso é muito bom! O que não é bom é que tais apresentações, no geral, são
feitas sem o respaldo de qualquer base teórica mínima para o entendimento do
tema. O aluno ou grupo responsável pelo trabalho, via de regra, não sabe o que
é transmissão, portadora, modulação, AM, FM, detecção e coisas do gênero. A
finalidade desse trabalho é tentar minimizar essa falha. Espero contar com a
ajuda dos professores para a complementação desse trabalho. Escrevam-me
apresentando suas sugestões/comentários.

Parte A - Conceitos Básicos

Movimento periódico -- período -- freqüência


Movimento periódico é aquele em que, de tempos em tempos sucessivos e
iguais, um mesmo estado cinemático (posição, velocidade, aceleração etc.) se
repete. O período é o intervalo de tempo mínimo que separa dois desses estados
iguais. A freqüência é o número de vezes que um mesmo estado se repete na
unidade de tempo. Difícil? Bem, tentemos um 'visualização' disso.
Examinemos um ponto material descrevendo uma trajetória circular, em
movimento uniforme. Como o movimento é uniforme (velocidade constante), o
ponto executa uma volta completa gastando sempre o mesmo tempo em cada
volta. Isto significa que, de tempos em tempos iguais, o ponto material retorna a
uma mesma posição (após dar 1 volta); ele repete não só a posição, como
também, as demais características cinemáticas, como, velocidade, aceleração
etc. O movimento circular e uniforme é, portanto, um movimento periódico.

O período (T) desse movimento é o intervalo de tempo


necessário para que o ponto execute exatamente uma volta
completa. A freqüência (f) é o número de voltas que o ponto
material executa na unidade de tempo.
Você deverá ser capaz de mostrar que:
Oscilação
Movimento oscilatório é um movimento periódico que se realiza em dois sentidos
opostos, ora num, ora noutro. É o caso do movimento pendular.
O pêndulo descreve a trajetória AB, ora num sentido (por
exemplo de A para B), ora noutro (de B para A). Além
disto, o seu movimento é periódico, pois, de tempos em
tempos iguais, o pêndulo assume uma mesma posição,
com a mesma velocidade e a mesma aceleração.
O período do pêndulo é o intervalo de tempo necessário
para realizar uma oscilação completa. O número de
oscilações realizadas na unidade de tempo é a
freqüência do pêndulo.

Uma unidade de freqüência muito utilizada é a oscilação por segundo (osc./seg.).


Recebe o nome particular de hertz (símbolo, Hz). Falamos ainda em ciclo por
segundo e abreviamos assim: c.p.s. ou cps. Por exemplo, a freqüência de 1000
Hz significa 1000 oscilações por segundo ou 1000 cps.
Na verdade, quando falamos em “algo” oscilatório, esse algo não é
necessariamente o movimento de alguma coisa material. Poderá ser um campo
elétrico, um campo magnético, uma tensão elétrica, enfim, alguma coisa que
além de apresentar uma periodicidade, inverta regularmente seu sentido de
variação. Um exemplo importante disso está na corrente alternada que é uma
corrente oscilatória típica. Vamos tentar ilustrar abaixo a corrente elétrica no
trecho AB do circuito em instantes sucessivos to, t1, t2, ... , t12.
No instante to, a corrente flui de A para B e a sua intensidade é máxima. Nos
instantes t1 e t2 essa corrente diminui de intensidade (mas mantém o sentido de
A para B), tornando-se nula em t3; a seguir, passa a fluir em sentido contrário,
isto é, de B para A, inicialmente com intensidade crescente. Assim, aumenta de
intensidade nos instantes t4 e t5, tornando-se máxima em t6; decresce em t7 e t8;
anula-se em t9, e a seguir, muda novamente de sentido. Aumenta em t10 e t11,
tornando-se máxima em t12. O que acontece em t12 é a primeira repetição do que
acontece em to; tudo o que ocorreu entre to e t12 vai se repetir entre t12 e t24 ; em
t24, verifica-se então, a segunda repetição do que acontece em to e, assim
sucessivamente.
O intervalo de tempo to |----| t12 equivale, portanto, ao período da corrente
elétrica em questão. De fato, esse intervalo separa duas repetições sucessivas.
O gráfico abaixo "intensidade de corrente elétrica versus tempo" é uma maneira
cômoda de se observar essas variações descritas acima:

Noções sobre ondas e sua propagação


O que venha a ser uma onda e quais são as particularidades ligadas à sua
existência?
Eis, algumas das questões que deveremos esclarecer aqui.
Vejamos o que acontece quando uma das extremidades de uma corda é
convenientemente deformada, como nos mostra a figura:

A deformação inicial é produzida por um rápido deslocamento, da extremidade


da corda, de baixo para cima (A para B) e a seguir de cima para baixo (B para A)
(ilustração acima, à esquerda). Esta deformação propaga-se ao longo da corda.
Dizemos, neste caso, que um pulso de onda propaga-se ao longo da corda
(ilustração acima, à direita).
É claro que uma sucessão de pulsos poderá ser
produzida na extremidade da corda; neste caso,
estabelece-se ao longo da corda uma onda em
propagação; dizemos, ainda, que se estabelece um "trem"
de ondas.
O que acabamos de mostrar é apenas um exemplo de
onda, aquela que se forma ao longo de uma corda. Neste
exemplo, bastante simples, poderemos observar uma
classe de propriedades e de grandezas comuns a todas
as ondas.

Qualquer ponto da corda atingido pela onda repete o


movimento realizado pela extremidade onde teve início a
propagação. Esta extremidade é a fonte de ondas. Veja,
por exemplo, o ponto P na sucessão da ilustração ao
lado. À medida que a onda se desloca para a direita, o
ponto P oscila na direção vertical, da mesma forma que o
fez a fonte (extremidade da esquerda). Agora, observe o
tipo de movimento realizado pelo ponto P e compare-o
com o movimento da onda. A onda se movimenta ao
longo da corda, no caso presente, na direção horizontal,
enquanto o ponto P, apenas, oscila, repetindo o
movimento da fonte. A onda não arrasta consigo o ponto
material P; ela consta basicamente de energia que se
transmite de ponto para ponto.
O que queremos enfatizar é que a onda transporta energia
através do meio de propagação, mas não transporta
matéria.
Para tornar a coisa mais compreensível façamos uma comparação. Imaginemos
um barco navegando sobre um lago e uma onda propagando-se na superfície
líquida.

No movimento do barco, verifica-se claramente que matéria (o corpo material


barco) está sendo transportado ao longo da superfície do lago. Na onda,
contudo, não há transporte de matéria através da superfície, mas sim, de
energia. Tanto isto é verdade, que a rolha (flutuando no lago) não acompanha o
deslocamento da onda; ela apenas oscila verticalmente enquanto a onda se
propaga.
Uma corrente de água (como a de um rio) não é, portanto, um movimento
ondulatório; nela, as partículas de água (matéria) estão sendo deslocadas ao
longo da corrente, e isto não pode acontecer numa propagação ondulatória.
Assim, uma das características básicas do movimento ondulatório é o fato de
que, nele, ocorre fundamentalmente uma propagação de energia.

Período, freqüência e comprimento de onda


Retomando o exemplo da onda na corda, admitamos que a extremidade,
funcionando como fonte, seja submetida a um movimento oscilatório. Com isso,
obteremos uma onda periódica, à qual poderemos associar as grandezas
período, freqüência e comprimento de onda.

A extremidade livre executa um movimento em torno da posição A. Como vimos,


qualquer ponto da corda repete, no decorrer do tempo, a oscilação executada
pela fonte. O período da onda é o intervalo de tempo que um ponto do meio (no
caso, a corda), atingido pela onda, necessita para executar uma oscilação
completa. A freqüência será, então, o número de oscilações executadas na
unidade de tempo.
O comprimento de onda é o espaço que a onda percorre num período.
Habitualmente representamos o comprimento de onda pela letra grega λ
(lâmbda). Sendo v, a velocidade de propagação de onda, e T o seu período,
poderemos escrever: λ = v.T . Como T = 1/f , onde f = freqüência, teremos
ainda: λ = v/f .
Não é difícil verificar que o comprimento de onda representa a distância entre
dois pontos sucessivos que se encontram, ao longo da onda, em idênticas
condições. Veja, por exemplo, a configuração da onda na corda, no intervalo de
tempo compreendido entre os instantes t e (t + T), ou seja, num período.

No instante t, o ponto P é atingido por uma onda periódica. Enquanto esta onda
se propaga, para a direita, o ponto P vai descrevendo um movimento oscilatório.
De acordo com a própria definição de período, no instante t + T, o ponto P estará
completando exatamente uma oscilação. Nesse intervalo de tempo, a onda terá
percorrido uma distância d mostrada na figura acima. Tendo em vista a definição,
essa distância d será o comprimento de onda d = λ.

Os pontos P e Q, separados por um λ, estão em idênticas condições. Tudo o que


acontece em Q, acontecerá em P, exatamente da mesma maneira. Dizemos que
os pontos P e Q estão em fase. Daí definirmos o comprimento de onda como
sendo a distância entre dois pontos sucessivos, da onda, que estão em fase.
Elongação e amplitude
Imaginemos um movimento oscilatório executado por um ponto material P, em
torno da posição de equilíbrio O.

Sendo P a posição genérica assumida no instante t, a


elongação (nesse instante ou nessa posição) é, por
definição, o valor algébrico do espaço OP(s). Orientando
a trajetória de O para A (como mostra a figura), as
posições situadas no segmento OA terão elongações
positivas e as posições situadas no segmento OB, terão
elongações negativas.
A amplitude (a) é o valor absoluto das elongações
correspondentes aos extremos A e B. Em outras
palavras, a amplitude representa o valor máximo da
elongação.

Podemos escrever: a = |sA| = |sB| , onde: |sA| = valor absoluto da elongação de


A, |sB| = valor absoluto da elongação de B e a = amplitude.
Numa onda a amplitude tem significado semelhante.

Tipos de ondas
Até aqui vimos um tipo de onda, muito simples, facilmente observável, aquela
que se estabelece ao longo da corda. Mas, praticamente tudo o que aprendemos
em relação a ela, poderá ser estendido para qualquer outro tipo de onda.
Enfatizemos que em toda onda existe basicamente uma transmissão de energia
através de um meio. Assim, existe uma classe de ondas em que a energia
envolvida é uma energia mecânica. A esta classe pertencem as chamadas ondas
mecânicas. O exemplo típico de onda mecânica é o som; como toda onda
mecânica, ele exige um meio material para se propagar; ele não se propaga no
vácuo.
Há uma outra classe de ondas, em que a energia envolvida é de natureza
eletromagnética e a sua propagação não exige um meio material. É a classe de
ondas eletromagnéticas. Pertencem à classe das ondas eletromagnéticas: as
radiações gama, as radiações X, as ultra violetas, as infra-vermelhas, as micro-
ondas, as ondas de TV e as ondas de rádio.
As ondas são caracterizadas pelos valores das suas freqüências. Assim, as
ondas eletromagnéticas de freqüências mais elevadas são as radiações gama;
seguem-lhes, na ordem decrescente das freqüências, as radiações X, as ultra-
violetas, as ondas visíveis (luz), as infra vermelhas, as micro-ondas, as ondas de
TV e as ondas de radiodifusão.
Um fato realmente importante é que, todas as ondas eletromagnéticas, quaisquer
que sejam as suas freqüências, apresentam, no meio vácuo, sempre a mesma
velocidade de propagação; é ela c = 300.000 km/s.

Lembrando que o comprimento de onda é λ = c/f, poderemos concluir que o


comprimento de onda é inversamente proporcional à freqüência. Assim, uma
onda de radiodifusão de freqüência 30 000 hertz (30 kHz) possui comprimento de
onda duas vezes menor que a de 15 000 hertz (15 kHz).

Parte B - Produção e Recepção de Ondas Eletromagnéticas

Como produzir uma onda eletromagnética?


Quando uma carga elétrica é acelerada ou desacelerada, ocorre a emissão de
uma onda eletromagnética. Este é um fato teoricamente previsto e
experimentalmente confirmado. E claro, há situações de exceção, como as do
elétron intra-atômico.
Na prática, uma das maneiras mais simples de verificar esta emissão
eletromagnética, consiste em montar um experimento como o ilustrado abaixo.

O circuito formado por uma pilha, um condutor AB e uma chave K, é colocado a


alguns metros de um pequeno rádio ligado e sintonizado numa estação qualquer.
Ligando e desligando a chave K, e repetindo este processo continuamente,
pode-se ouvir um sinal correspondente no rádio. Na prática, a chave K pode ser
substituída por uma lima; um dos fios é preso na lima e o outro raspado contra
ela).
Como pode o “liga-desliga” da chave K (ou o raspar do fio na lima) produzir um
ruído no receptor de ondas de rádio colocado à distância?
A explicação não é muito complicada, pelo menos, num nível superficial de
entendimento. De fato, o liga - desliga provocará variações rápidas de corrente
elétrica no condutor AB; as cargas serão, ali, aceleradas e desaceleradas.
Haverá a produção de pulsos eletromagnéticos (trem de ondas), que atingindo a
antena do receptor ligado, provocarão, neste, aqueles ruídos característicos.

Talvez possamos ir um pouco além na explicação aqui apresentada.


Já sabemos que uma corrente elétrica “gera” em torno de si um campo
magnético. Com a chave K desligada, não há corrente em AB, e como tal, não
há campo magnético. ‘Ligando a chave, aparecerá uma corrente elétrica no
condutor AB; em torno deste condutor aparecerá um campo magnético, e
portanto, uma região capaz de gerar energia de natureza magnética. Desligando
a chave, a seguir, o campo magnético em torno do condutor “desaparecerá”.
Este campo, que não se encontra mais em torno do condutor, poderá, abandonar
o condutor e propagar-se através do meio. É possível, assim, compreender que,
ao desligar a chave K, um pulso magnético tenha origem no condutor AB.
Na verdade estamos simplificando bastante, as coisas não se passam
exatamente dessa maneira; tanto é que o pulso gerado não é magnético puro,
mas, eletromagnético, apresentando não só o campo magnético mas também,
um componente elétrico (gerado pela variação do campo magnético). Entretanto,
para uma primeira etapa de entendimento, achamos que a explicação
apresentada é bastante útil, não chegando a comprometer o rigor da questão,
sobretudo devido ao alerta de que as coisas são, na realidade, mais complexas.
Grosso modo, poderemos afirmar o seguinte: a variação da corrente em AB
produz um pulso eletromagnético que se propaga com a velocidade de 300 000
quilômetros por segundo, o qual, atingindo a antena do rádio portátil, provoca um
processo inverso, ou seja, o pulso eletromagnético gera, na antena, uma
corrente elétrica cuja variação é idêntica àquela ocorrida no condutor AB. Desta
forma, tudo passa como se aquela corrente variável tivesse sido transferida
'diretamente' do condutor AB para a antena do rádio. É preciso salientar que,
nesta transferência há uma séria diminuição da intensidade do pulso mas, o
modo como a corrente varia, é fielmente transferida de AB para o receptor.

Dizemos que o sistema, ao qual pertence o condutor AB, é um transmissor,


enquanto que o rádio, como sabemos, é um receptor. O condutor AB é a antena
do transmissor.
Procure então, perceber, que as coisas que acontecem junto à antena do
receptor não são basicamente diferentes daquilo que ocorre ao nível da antena
do transmissor.
Repetindo o que já dissemos antes, na antena do transmissor, uma corrente
elétrica varia e gera uma onda eletromagnética; esta atinge a antena do receptor,
e ai, induz uma corrente elétrica que varia exatamente como na antena do
transmissor. A diferença (no transmissor e no receptor) está portanto, na ordem
em que as coisas acontecem.

No transmissor temos, corrente elétrica ==> onda eletromagnética, enquanto


que no receptor temos, onda eletromagnética ==> corrente elétrica. Não é de
se estranhar, portanto, que os circuitos básicos do transmissor e do receptor
sejam muito semelhantes entre si.

O transmissor e o receptor
Não vamos explicar aqui, como funcionam detalhadamente o transmissor e o
receptor. Queremos apenas enfatizar alguns fatos importantes que neles
acontecem. Tomemos, para exemplificar, o caso da transmissão/recepção
radiofônica. Para tanto, examine o diagrama extremamente simplificado que
damos a seguir.
No microfone, as vibrações sonoras são convertidas em vibrações de corrente
elétrica. As vibrações da corrente elétrica, agora na antena do transmissor,
geram as ondas eletromagnéticas que se propagam através do meio (ar, no
caso) com a velocidade de 300 000 km/s. Na antena do receptor, a onda
eletromagnética captada origina vibrações da corrente elétrica, qualitativamente
idênticas àquelas que deram origem à onda, na antena transmissora. No alto
falante, uma das partes do receptor, essas vibrações da corrente elétrica são
convertidas em vibrações sonoras, qualitativamente idênticas àquelas recebidas
pelo microfone.
Nota: Microfone e alto falante são transdutores; o primeiro converte energia
sonora em energia elétrica e o segundo faz exatamente o inverso.
Assim, a palavra ALÔ dita no microfone do transmissor, poderá ser reproduzida
no alto falante do receptor, após ter envolvido uma série de energias de
naturezas diferentes.

Veja, no diagrama abaixo, a palavra ALÔ passando por várias formas diferentes,
ao ser transportada do microfone ao alto falante.

Parte C - O transmissor

Noções sobre o mecanismo de transmissão - AM e FM


Na realidade, o transmissor é construído de tal maneira que ele emita uma onda
eletromagnética de determinada freqüência e de determinada amplitude
(característica associada à potência do transmissor). Para cada transmissor
existe uma freqüência característica . Esta onda eletromagnética característica
de cada transmissor, por si só, não transmite mensagem nenhuma para ser
captada no receptor. Ela é apenas a portadora da mensagem, a qual deverá ser
de alguma forma “calcada” (“escrita”) sobre ela. É por isto denominada de onda
portadora. Note bem, a freqüência da onda portadora é a freqüência
característica do transmissor. Por exemplo, a freqüência característica da rádio
Jovem Pan - SP é de 620 kHz (quilohertz) --- espero que não tenham mudado
isso mas, se mudaram, ainda serve de exemplo. Isto significa que a onda
portadora da rádio Jovem Pan tem a freqüência de 620 kHz (no registro de uma
rádio essa informação é primordial).

Como já dissemos, a onda portadora não transmite informação nenhuma; ela


caracteriza o transmissor que a emite. Assim, para receber, num dado receptor,
a rádio Jovem Pan, deveremos sintonizar esse receptor na freqüência
característica dessa emissora, ou seja, 620 kHz. Essa onda portadora da rádio
Jovem Pan tem comprimento de onda de, aproximadamente, 484 m (veja cálculo
no quadro acima).
Para transmitir alguma mensagem, a onda eletromagnética correspondente a
essa mensagem deverá ser sobreposta à onda portadora. A onda portadora,
assim modificada, estará transportando a mensagem,justamente contida nessa
modificação. Procure entender, o que dissemos, examinando com atenção as
figuras abaixo.

Na primeira figura não está sendo transmitida mensagem nenhuma (CH-aberta).


O transmissor emite apenas a sua onda portadora, de amplitude e freqüência
constante.Na segunda figura, introduzimos uma informação no microfone (com
CH-fechada). Esta informação (um som) convertida em onda eletromagnética,
encontra-se sobreposta à onda portadora. Veja, como a amplitude da onda
portadora, antes constante, varia exatamente como varia a onda que representa
a informação a ser transmitida. Em suma, a variação da amplitude traduz a
mensagem superposta. Dizemos, neste caso, que a onda está MODULADA EM
AMPLITUDE. Em outras palavras, temos a transmissão de informações em
amplitude modulada (A.M.).
Outras vezes, prefere-se introduzir a mensagem na freqüência da onda
portadora. Neste caso, faz-se variar a freqüência, antes constante, exatamente
segundo a mensagem que se pretende transmitir. Dizemos que a transmissão é
feita em freqüência modulada (F.M.). Procure entender, o que dissemos, nas
figuras abaixo.

Na primeira figura, não há mensagem nenhuma, e o transmissor emite apenas a


sua onda portadora de freqüência e amplitude constantes. Na segunda figura, o
som captado pelo microfone é convertido em variação de corrente elétrica. Esta
variação vai interferir na onda portadora, modificando, não a sua amplitude, mas
a sua freqüência. A variação da freqüência da onda portadora contém a
mensagem captada pelo microfone. Por isso dizemos que a onda está modulada
em freqüência, ou então, que a transmissão é feita em freqüência modulada
(F.M.).
A esta altura, parece não haver mais dificuldades em definir modulação.
Modulação é o processo de fazer variar alguma característica da onda
portadora, de modo que ela possa transportar uma mensagem. Então, uma onda
portadora alterada de tal maneira que passe a conduzir uma mensagem,
denomina-se onda modulada.

Exemplo do índio: Uma comparação, embora um tanto superficial, poderá ser


feita para tornar mais fácil o entendimento básico a respeito da modulação.
A fumaça de uma fogueira era utilizada, pelos índios, para resolver os seus
problemas de comunicação. Mas, um fluxo, de fumaça, contínuo, como é fácil
compreender, não contém mensagem nenhuma.

Uma fumaça “contínua”, poderá indicar, no máximo, que existe algum índio, do
outro lado, querendo dizer alguma coisa. Não poderá contudo transmitir
mensagem nenhuma. Esta fumaça contínua é comparável à onda portadora do
rádio transmissor. Agora, interrompendo o fluxo de fumaça, periodicamente,
segundo um certo código, previamente conhecido, a fumaça poderá estar
transmitindo alguma mensagem; pelo menos, haverá condições para que isto
esteja sendo feito.
A fumaça 'fragmentada' contendo informações é comparável à onda modulada
da rádio transmissão.

Parte D - O receptor

Noções sobre a recepção da onda eletromagnética


Captando a onda modulada, o receptor deverá basicamente retirar a mensagem,
da onda portadora. Na antena do receptor, a onda modulada, desde que haja
sintonização, gera uma corrente elétrica, cuja intensidade varia da mesma forma
que a onda. Sendo a modulação em amplitude, a mensagem estará contida no
modo de variação da amplitude. Nestas condições, devemos isolar uma corrente
que traduza apenas o modo de variação da amplitude e não de toda a onda
modulada. Vamos ilustrar isso tudo.
Na figura temos o circuito mais simples possível de um receptor radiofônico. Em
(1) a onda modulada proveniente da 'estação transmissora' atinge a antena,
onde gera uma corrente elétrica (2) que oscila da mesma maneira que a onda
recebida. Esta corrente oscilante tende a circular entre a bobina e o capacitor,
como se vê em (3). Para transformar em onda sonora (5) o modo de variação de
amplitude dessa corrente oscilante, deveremos aproveitar apenas uma metade
da corrente elétrica (4), a que circula somente num determinado sentido.

Para eliminar uma das metades da corrente oscilante, utilizamos um elemento de


circuito chamado diodo. Este deixa passar a corrente elétrica num só sentido,
bloqueando-a no sentido inverso -- é um elemento retificador de corrente.

Deixando passar a corrente num só sentido, o diodo consegue eliminar uma


metade da corrente oscilante modulada, aproveitando-se apenas a outra metade.
No fone, a mensagem é convertida em energia sonora: a variação da corrente
elétrica, traduzindo a mensagem, é convertida em vibrações mecânicas audíveis.
Observe que no fone de cristal está entrando metade da onda modulada em
amplitude, ou seja, ali tem alta freqüência (característica do transmissor) e baixa
freqüência (mensagem). O cristal do fone não reage bem às altas freqüências
típicas das ondas eletromagnéticas e, por isso, deveremos eliminar essa parcela
de alta freqüência (normalmente isso é feito através de um capacitor de filtro
ligado em paralelo com o fone--- aguarde!).
O receptor que acabamos de mostrar, extremamente simples, é comumente
chamado de rádio galena. E isto porque, os primeiros receptores de rádio eram
deste tipo; fazendo o papel do diodo eles usavam um minério chamado galena.
Daí a denominação rádio galena. Esse cristal de galena é normalmente
substituído por um diodo de germânio que cumpre exatamente a mesma função
do galena, ou seja, retificar a onda. Neste receptor não usamos nenhuma fonte
de energia elétrica (pilha, baterias etc.).
De onde vem, então, a energia necessária para produzir o som no fone?
Não é difícil perceber que essa energia vem da própria onda eletromagnética
captada pelo receptor. Indiretamente ela é fornecida, então, pelo transmissor. Ao
ser captada, é muito pequena essa energia; mas, ela pode ser suficiente para
fazer vibrar a membrana do fone, sem a necessidade de um reforço fornecido
pelos 'amplificadores' (que contém geradores de energia elétrica, tais como,
pilhas e baterias).

O circuito oscilante
Infelizmente, nessa primeira etapa de compreensão, não podemos detalhar o
funcionamento do chamado circuito oscilante, constituído pela bobina e pelo
capacitor. Mas saiba que, tanto o transmissor, como o receptor, possui um
circuito oscilante, e que, para cada par bobina-capacitor existe uma determinada
freqüência característica.
Com o capacitor carregado, e a chave K desligada, toda a energia encontra-se
no campo elétrico que se estabelece no interior do capacitor. Ligando a chave K,
uma corrente elétrica passará a fluir através da bobina, e como conseqüência,
aparecerá um campo magnético. O campo elétrico diminui no capacitor, à
medida que a corrente elétrica, e portanto o campo magnético, aumenta na
bobina. Haverá um momento em que a carga será nula no capacitor e a corrente
máxima na bobina. Nesse momento toda a energia estará no campo magnético
da bobina.
A seguir, a corrente começará a diminuir, enquanto que o capacitor passará a
eletrizar-se (carregar-se) com sinal oposto: o que era positivo torna-se negativo e
o que era negativo torna-se positivo. Haverá um instante em que a eletrização no
capacitor atinge um máximo e a corrente na bobina torna-se nula.
A seguir, a corrente começará a fluir em sentido oposto ao anterior; torna-se
máxima, nesse novo sentido, enquanto a carga no capacitor se anula. A corrente
torna a diminuir e o capacitor a carregar-se. Assim sucessivamente, entre o
capacitor e a bobina estabelece-se uma corrente variável, que tem ora, um
sentido, ora, outro. Dizemos que o circuito é percorrido por uma corrente
oscilante. Ora, corrente oscilante apresenta carga elétrica em aceleração e em
desaceleração. Como tal, compreende-se que um circuito oscilante possa emitir
onda eletromagnética.
O processo inverso é também verdadeiro; uma onda eletromagnética atingindo
um circuito oscilante, poderá produzir (induzir) neste, uma corrente elétrica
oscilante. É isto o que acontece no circuito oscilante de um receptor. Nas figuras
abaixo procuramos mostrar o circuito oscilante em diferentes momentos,
descritos acima.
No receptor, para sintonizar as diferentes freqüências (as diferentes estações),
deveremos variar, ou a sua bobina (normalmente através de um cursor que
altera o número de espiras), ou então, o seu capacitor (normalmente usando um
capacitor variável). E isto porque, para cada par bobina-capacitor existe uma
determinada freqüência característica.

Na figura acima, em (a), sintonizamos as diferentes freqüências, variando o


número de espiras da bobina com o auxílio do cursor C e, em (b), usando um
capacitor variável. Em nossa Parte Experimental usaremos dessas duas
técnicas.
Ainda, dentro desta primeira etapa (rudimentos) de compreensão, damos a
seguir um exemplo, em forma de diagramas, da transmissão e recepção de uma
mensagem.

Descrição sucinta:
(1) A onda modulada em amplitude (AM) atingindo a antena de um receptor.
(2) A corrente elétrica induzida no circuito oscila da mesma forma que a onda
modulada. Note que o modo de variação da amplitude traduz a mensagem
transmitida.
(3) O diodo deixa passar apenas a corrente elétrica que tem um determinado
sentido. Como conseqüência, passa para o fone apenas uma metade da corrente
oscilante pulsando de acordo com a mensagem.
(4) No fone, a corrente variando segundo (3) faz vibrar a membrana, produzindo
uma onda sonora idêntica àquela captada pelo microfone do transmissor. Ali a
energia elétrica é convertida em energia térmica e sonora.

Parte Experimental
Nas partes anteriores vimos de modo bastante simples de que modo podem ser
produzidas as ondas eletromagnéticas e sua propagação pelo espaço. Nada
melhor para fixar este aprendizado do que realizar algumas experiências simples
com ondas de rádio, tanto na transmissão como na recepção.
Iniciamos com dois projetos bastante elementares de transmissores, servindo
inclusive de base para Trabalhos Escolares e Feira de Ciências.

Introdução
Antes de existirem transistores ou válvulas, as ondas de rádio eram produzidas
por técnicas que, à primeira vista, pode parecer estranhos aos alunos/leitores.
Um deles era a bobina de centelha ou Bobina de Rumkorff, cujo aspecto é
mostrado a seguir, em (a) e seu circuito esquemático, em (b):

Esta bobina consiste, na realidade, num transformador de alta tensão, de núcleo


aberto, dotado de um vibrador acionado pelo magnetismo do próprio núcleo. Seu
primário tem poucas espiras, mas seu secundário consta de milhares de voltas
de fio, produzindo assim tensões muito altas. A menos do vibrador, isso que
estamos descrevendo é exatamente a bobina de ignição automotiva (no caso, o
vibrador é substituído pelo platinado do veículo).
Quando ligada a uma bateria, a bobina produz faíscas de alta tensão que,
aplicadas a um circuito ressonante e de antena, produz ondas de rádio.
É claro que essas ondas não levavam informação alguma, pois são ondas
contínuas (Continuous Waves -- CW), mas podem propagar-se a distâncias
enormes. Interrompendo em intervalos regulares estas ondas, pode-se
estabelecer uma comunicação codificada através do código Morse. Marconi,
Hertz e outros pesquisadores da era do rádio utilizaram este tipo de configuração
para experiências de transmissão de ondas de rádio. É claro que, com o
desenvolvimento de novas técnicas, o advento das válvulas e depois dos
transistores, a bobina de centelha para a produção de sinais de rádio se tornou
peça de museu, mas nada impede que tenhamos uma configuração semelhante
em nosso laboratório para algumas experiências.

Projeto 1
Transmissor de faíscas
O projeto que apresentamos é puramente experimental/didático, de modo que
seu alcance não ultrapassa alguns metros, e sua freqüência não é bem
controlada, o que significa que não deve ser aplicado em qualquer tipo de
comunicação a longa distância. Abaixo segue o circuito esquemático:
O “centelhador” é na realidade um vibrador que rapidamente interrompe e
estabelece a corrente que circula pelo circuito. Esta corrente excita a bobina e o
capacitor que formam o circuito “ressonante”, produzindo assim a oscilação que
se propaga pelo espaço na forma de ondas eletromagnéticas.
O manipulador nada mais é do que um interruptor (botão de campainha) que
permite ligar e desligar a corrente no circuito, de modo a se enviar mensagens
em código telegráfico (Morse). Para experimentações a 'técnica da lima'
(substituir o interruptor por um fio esfregando numa lima) funciona muito bem.
A bobina L1 consiste de 100 voltas de fio comum (cabinho 22) num bastão de
ferrite, e o capacitor variável é do tipo comum (1 secção) aproveitado de algum
velho rádio.
Para colocar em funcionamento, ligue nas proximidades do transmissor um rádio
de AM sintonizado em freqüência livre.
Aperte o manipulador e ajuste o vibrador para que ele entre em funcionamento
(vibração) produzindo uma pequena centelha entre seus contatos. Neste ponto,
um forte zumbido deve ser ouvido no rádio colocado nas proximidades,
atestando seu funcionamento. Ajuste CV para a melhor recepção.
Nota: Observe que o sinal “se espalha” por boa parte da faixa de ondas médias.
Este problema é que impede que o transmissor tenha aplicações diferentes das
experimentais, pois interferiria em outras emissões.

Projeto 2
Microtransmissor transistorizado
Uma versão moderna, de freqüência estável, pode ser montada com apenas um
transistor, conforme a esquematização a seguir:
A montagem, em ponte de terminais, é a ilustrada abaixo.

A bobina L1 consiste de 80 voltas de fio, comum ou esmaltado (#22 ou #24),


enroladas num bastão de ferrite de 10 a 15 cm de comprimento, 1,0 cm de
diâmetro, com tomada na 40a espira. O transistor pode ser o BC548 ou qualquer
equivalente de uso geral.
O variável pode ser aproveitado de um rádio transistorizado fora de uso.
Para ajustar o transmissor, que opera emitindo onda continua (CW), basta
apertar o manipulador e ajustar CV para que seu sinal seja captado num radinho
nas proximidades, sintonizado num ponto livre da faixa de ondas médias.

Lista de material
Q1 - BC548 ou equivalente - transistor de uso geral
L1 - descrita acima
CV - descrito acima
C1 - 22 nF - capacitor cerâmico
C2 - 100 nF - capacitor cerâmico
R1 - 10k, 1/8W - resistor (marrom, preto, laranja)
S1 - Manipulador ou interruptor de pressão
B1 - 3V ou 6V - 2 ou 4 pilhas pequenas
Diversos: fios, bastão de ferrite, suporte de pilhas, ponte de terminais, base de montagem
etc.

Projeto 3
Como construir um rádio "galena"
Os elementos necessários para a montagem de um rádio galena (seguindo o
circuito da figura anterior) são simples e fáceis de serem encontrados nas lojas
especializadas. São basicamente os seguintes:
1. Fio de cobre esmaltado para o enrolamento da bobina. Vamos precisar de 20
metros de fio # 24 (lojas de enrolamentos e consertos de motores);
2. Um tubo de PVC, ou mesmo, de papelão duro, para enrolar a bobina. Para se
ter uma idéia grosseira desse tubo, basta dizer, que é possível substituí-lo pelo
tubo de papelão no qual vem enrolando o papel higiênico. Esse tubo de material
bom isolante elétrico tem comprimento de 10 a 12 cm e diâmetro entre 2,5 e 3,0
cm.
3. Um capacitor fixo. Seu valor é algo como 78 pF (leia 78 picofarad), disco ou
cerâmico.
4. Um diodo de germânio para RF. Serve o tipo OA-90 ou equivalente (1N34 etc.)
5. Um fone de ouvido (cristal). Obtido de antigos rádios à pilha (os atuais fones
de 8 ohms não servem!).
6. Fios longos para serem usados como antena e como “Fio-terra’’. Uns 20
metros de cabinho # 22 devem ser suficientes.
É claro, necessitamos das especificações técnicas de cada um destes
elementos, pois do contrário, nenhuma loja poderá nos fornecer o material
adequado. Damos estas especificações, acima, junto com a lista dos materiais. É
possível que você não entenda exatamente o que elas significam; mas, pode
estar certo de que, o homem da loja, ao ler a especificação, saberá, com
exatidão, o que está sendo pedido.
Em linhas gerais, a montagem de um rádio galena pode ser resumida nos itens
abaixo.
1. Enrolar o fio esmaltado #24, no tubo, para obter uma bobina com núcleo de ar.
Deixar 15 cm livre em cada extremidade e lixar essas extremidades para retirar o
esmalte protetor (detalhe acima à esquerda).
2. A seguir, os diferentes elementos deverão ser ligados como mostra a figura
acima. Seu professor ou um amigo técnico em eletrônica poderá auxilia-lo nessa
etapa.
Eis uma montagem caseira:

Projeto 4
Transmissor e Receptor Mínimos
Esse projeto já se encontra descrito na Sala 15 - Eletrônica sob o título:
Transmissor/Receptor Elementar 2. Para se transferir para lá, clique aqui.
Projeto 5
Galena - versão 2
Como se sabe, um rádio galena (também denominado 'receptor de germânio',
pelo fato do diodo de germânio substituir o cristal de galena) não necessita de
fonte de alimentação própria para seu funcionamento; uma simples antena e
uma boa tomada de terra asseguram seu rendimento.
A antena pode ter um comprimento de 20 a 30 m, dependendo de quão afastado
você está da emissora de 'broadcasting'; ela poderá ser do tipo L ou T. A tomada
de terra pode ser a torneira do cavalete do 'relógio da água' que faz parte da
canalização urbana; também poderá ser realizada enterrando-se uma vareta
revestida de cobre (obtida em casas especializadas de material elétrico) em local
bem umedecido.
A bobina de sintonia pode ser feita com um tubo de PVC de 3,0 cm de diâmetro.
Para sintonizar as rádios de ondas médias (tradicional OM), o enrolamento L1
comportará 40 espiras juntas e L2 com 120 espiras juntas, com tomada na 45a
espira a contar da extremidade de terra. L1 e L2 são enrolados no mesmo
sentido e o espaçamento entre os dois enrolamentos deve ser de 3 mm. Ambos
os enrolamentos usam fio de cobre esmaltado de diâmetro 0,2 mm.
Para receber ondas longas, L1 terá 80 espiras e L2 terá 220 espiras, com
tomada na 80a contadas a partir da extremidade que vai ligada em terra.
O capacitor variável (CV) poderá estar compreendido entre 400 pF e 500 pF;
podendo-se usar tanto o tipo de dielétrico de ar como o de mica. O capacitor (C1)
que vai em paralelo com os fones de ouvido (filtro para a rádio-freqüência) é de
1500 pF, cerâmico.
O diodo (D1) é do tipo de germânio e poderá ser um OA79, OA85, 1N34 etc. Os
fones de ouvido devem ser de alta impedância; 2000 ohms ou mais.

A seletividade desse receptor não é muito alta, mas atende perfeitamente nossos
motivos didáticos.
Module/Móbile
'Module' a luz ou ponha o boneco prá dançar

Objetivo
Modular a intensidade luminosa de uma lâmpada incandescente ou visualizar o
movimento de um boneco em concordância com o ritmo da música ou som.
Aplicação de um SCR. Montagem didática para o ensino da Eletrônica.

Circuito esquemático

Você liga este aparelho na saída de seu equipamento de som (que pode ser um
simples radinho portátil) e uma lâmpada começa a variar seu brilho ou
(dependendo da posição da chave CH) um boneco passa a dançar segundo o
ritmo da música.
O transformador de áudio T1, tem 'primário' de 8 ohms (entrada de áudio) e
'secundário' de 5000 ohms; é um transformador de saída de um rádio valvulado à
base de uma 6AQ5. Praticamente qualquer transformador de áudio de
equipamento valvulado servirá; aqui funcionará como acoplador de impedâncias.
Na falta de um desses transformadores poderá ser experimentado um
transformador abaixador de tensão de 110/220 VAC para 6,0 , 7,5, 9,0 ou 12
VAC, usado ao 'contrário', com o enrolamento de baixa tensão recebendo o sinal
de áudio do equipamento de som.
O circuito tem por base um SCR, que aciona uma bobina (que é aproveitada de
um transformador) ou uma lâmpada incandescente, conforme a posição da
chave CH. No caso da bobina, o campo magnético criado atrai o bastão de ferro
ou ferrite que movimenta o boneco de papelão (usei um bonequinho de plástico)
preso por duas molas. O boneco articulado é suspenso por duas molas (veja
detalhe na figura abaixo) e parte do bastão de ferro fica dentro da bobina.
O bastão de ferro ou ferrite deve ter uns 5cm de comprimento, e o transformador,
de onde tiramos L1, é um transformador de força com primário de 110V ou 220V
com secundário de 6, 9 ou 12V x 200 a 500 mA. O transformador foi desmontado
dispensando-se o núcleo de ferro silício e o secundário de baixa tensão; usamos
apenas o enrolamento de 110 ou 220 VAC.
O ajuste de sensibilidade e ponto de funcionamento é feito em P1, conforme a
intensidade do som.
R(*), que pode ser de 1/2 W comum, deve ser selecionado de acordo com a
potência de seu aparelho de som, conforme tabela:
Potência do amplificador valor do R*
0 a 5 watts 10 ohms
5 a 25 watts 47 ohms
25 a 50 watts 100 ohms
acima de 50 watts 220 ohms
A ligação dos fios A e B é feita na saída para os alto-falantes do aparelho de
som.
Veja que os fios usados em L1 são o marrom/preto (110V) ou preto/vermelho
(220V), ou seja, o enrolamento de fio fino, de 110 ou 220 VAC.
Circuito chapeado

Material
SCR - MCR1O6 ou TIC1O6 para 110 ou 220V
D1 - 1N4002 - diodo de silício
P1 - 10k - potenciômetro
L1 - Ver texto; CH - chave 1 pólo duas posições.
C1 - 2n2 - capacitor cerâmico
R1 - 10k x 1/8W - resistor (marrom, preto, laranja)
R2 - 2k2 x 1/8W - resistor (vermelho, vermelho, vermelho)
F1 - 1 A - fusível
Diversos: ponte de terminais, transformador para L1, soquete para L2, lâmpada
incandescente até 100 W, fios, solda, ferrite, boneco, cabo de alimentação etc.

Fotos da montagem didática feita pelo autor:


Emissor/Disparador de íons
(Projeto e experimentos com gerador de muito alta tensão)

Introdução
Esse projeto evidencia o fenômeno de partículas carregadas e certas
propriedades, tais como, eletrizar os objetos que se encontrar à distâncias ,
pessoas, eletroscópios etc. Na parte final desse trabalho há 11 experimentos
para serem realizados em sala de aula.
Para constatar esse efeito é necessário produzir altos potenciais elétricos (em
relação à Terra) e, por conseguinte, todo cuidado e prevenções contra choques
devem ser tomados. Recomenda-se a presença de professor e/ou adulto
habilitado em tais equipamentos.
Para a montagem recomendamos, também, a consulta a um técnico em
eletrônica pois, apesar de tratar-se de um circuito bastante simples, há pequenos
detalhes de montagem que pode tornarem-se embaraçosos para o iniciante; o
que é coisa do dia-a-dia para o técnico pode parecer muito complicado para o
aluno (marcas de diodos, polaridades de capacitores, código de resistores,
montagem de transistor com pasta térmica, nomenclatura dos transistores etc.).
Embora o equipamento possa também ser operado com bateria, ainda assim
deve ser tratado com precaução. Tenha discrição ao usa-lo pois, operadores
isolados do solo mediante sapatos com sola de borracha, podem acumular carga
elétrica suficiente para receber um bom choque quando tocar um objeto aterrado.
O efeito pode causar irritação e mesmo certas injúrias em uma pessoa de fracas
condições físicas. Tais efeitos dependem de muitos parâmetros, entre os quais
incluímos umidade, formato e tipos de objetos, proximidade etc.

Projetos
Iniciemos a fase de montagem apresentando o esquema geral do projeto
"Emissor de íons", com fonte de alimentação através da rede domiciliar. A seguir,
o mesmo esquema adaptado para o uso de pilhas em série ou baterias; a essa
adaptação chamaremos de "disparador de íons".

Esquema geral do Emissor de Íons


Esquema geral do Disparador de Íons

Material para o Emissor/Disparador de Íons


Componente Quantidade Descrição
R1 1 0,3 ohm, 3 watt
R2,6 8 220 ohms, 1 watt, em paralelo para obter 55 ohms
R3,5,5 3 1 k, 1/4 watt
R4/S1 1 5 k, potenciômetro com chave liga/desliga
C1 1 4700 - 6800 µF/25V - eletrolítico
C2,3 2 100 µF/25V - eletrolítico
C4 1 1000 µF/25V - eletrolítico
D1,2,3,4,5,6 6 1N4002, 1A/100 V - diodos
Z1 3 1N4002, 1A/100V diodo ou zener de 4,7V
Q1 1 Transistor NPN, Si, uso geral, tipo BC
Q2,3,4 3 Transistores, NPN, 2N3055, potência TO3
T1 1 Transformador de 110V ou 220V/12V, 3A
T2 1 Flyback, TV BP ou de monitor
Tubo PVC 1 8" x 3,5", tubo 40 para esgoto
C5-10 6 0,001 µF/15kV - cerâmico
CR1-6 6 20 kV - diodos para alta tensão, de TV
Além dos componentes básicos indicados nessa lista, acrescentamos: caixa
metálica para acomodar os componentes, cordão de força, fio de cobre
esmaltado #18, fio de cobre esmaltado #22, acessórios para instalar na placa os
transistores de potência, parafusos e porcas, botão para o potenciômetro,
maçaneta metálica, tampão para fechar o tubo de PVC, solda etc.
Para o Disparador de íons, usaremos apenas parte do material apresentado
acima, ou seja, dessa lista devem ser dispensados todos os componentes que
integram a fonte de alimentação, filtragem e regulador de tensão, assim,
dispensar T1, D1,2,3,4 (D5 e D6 permanecem), R1, R2,3,5 e R4, Q1, Q2, C1, C3
e Z1. Tal fonte de alimentação deverá ser substituída por 4 a 8 pilhas AA e os
correspondentes porta pilhas; acrescentar, ainda, o interruptor S2.

Algumas sugestões para montagens do Emissor de íons


a) Enrolamentos dos primários de T2
b) Componentes na placa principal

c) Placa dos multiplicadores de tensão


d) Conexões dos transistores de potência
e) Visão geral (tipo 'raio-X') da montagem do Emissor de Íons
f) Aspecto final do Emissor de Íons
Algumas sugestões para montagens do Disparador de íons

a) configuração básica

b) vista tipo 'raios-X' do disparador


c) visão 'explodida'
Experimentos com o Emissor de íons
1) Efeito Corona - Fogo de San' Telmo

2) Flashes na lâmpada fluorescente


3) Carregando com íons

4) Motor iônico
5) Descarga em faísca - Teste de isolantes

6) Descarga entre duas unidades emissoras - Gerador de relâmpagos: Construa duas


unidades emissoras, como se ilustra abaixo, porém inverta todos os diodos dos estágios
multiplicadores de tensão de um deles, para produzir uma saída negativa (direita, na ilustração).
As esferas, como sempre, podem ser substituídas por algum utensílio de cozinha 'arredondado'
(10 cm de diâmetro), com eventual perda de performance do sistema. As unidades podem operar
alimentadas via rede domiciliar (emissor) ou mediante uso de pilhas alcalinas, em série.
Experimentos com o Disparador de íons
7) Carga remota -

8) Descarga sob faíscas - demonstrando a diferença das faíscas por pontas e por superfícies
esféricas.

9) Carga remota entre esferas - demonstrando a transmissão de energia via íons ejetados.
Trata-se de condutores 'arredondados' colocados sobre suportes isolantes (jarros de vidro); um
dos condutores é aterrado. O condutor isolado e carregado pelos íons ejetados do disparador
descarrega-se sob a forma de faíscas sobre o condutor aterrado.
10) Carregando uma pessoa

11) Simples detetor de íons

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