Infectividade é a habilidade que o vírus tem de infectar uma célula
hospedeira. A temperatura exterior à célula hospedeira afeta diretamente a capacidade do vírus manter a sua infectividade, particularmente nos casos do vírus envelopados. Os vírus não possuem atividade metabólica própria, a infectividade é a maneira de avaliar a integridade da partícula após a exposição a determinadas temperaturas. Alguns parâmetros são considerados críticos:
• à 60°C, a infectividade irá diminuir rapidamente em segundos.
• à 37°C, a infectividade irá diminuir em minutos.
• à 20°C, infectividade irá diminuir em horas.
• a infectividade, à temperatura acima citada, irá influenciar a transmissão pelo
contato direto (à 37°C) e pelos fomites (à 20°C).
• à 4°C, a infectividade nos tecidos é mantida por dia. Clínicos devem estar atentos para esse tipo de amostra clínica.
Temperaturas abaixo da temperatura de congelamento são usadas para
armazenamento de vírus durante prolongados períodos. Nesse caso é importante manter a formação de cristais de gelo aos níveis mínimos. Deve ser considerado que a resistência e labilidade varia muito entre os vírus. Alguns são capazes de resistir por horas, dias, ou até meses em condições ambientais, enquanto outros são inativados em minutos sob condições semelhantes.
Três métodos principais de conservação de vírus são:
• congelamento à -70°C com ou sem criopreservantes.
• congelamento à -196°C nitrogênio líquido, para armazenamento por
um longo período de tempo.
• liofilização ou congelamento a seco, podendo ser estocados a
temperatura ambiente ou congeladores convencionais. ENSAIOS BASEADOS EM INFECTIVIDADE:
Estes ensaios são baseados na capacidade do vírus infectar
determinado cultivo, ou causar determinada lesão, ou ainda causar a morte do hospedeiro (exemplos: morte de embriões de galinha). Em cultivos celulares, este tipo de teste determina a capacidade de determinado vírus de causar ECP. Na maioria dos casos, hoje em dia estes são os ensaios utilizados com maior 51 freqüência. Para realizá-los, são feitas diluições seriadas da suspensão de vírus, usualmente utilizando o fator de diluição 10 (ex: 1/10 ou 10-1, 1/100-2, 1/1000 ou 10-3 = e assim por diante). Estas diluições são subseqüentemente inoculadas em cultivos celulares apropriados, usualmente com quatro ou mais repetições (ou seja, 4 camundongos, ou 4 tubos, ou ainda 4 orifícios de uma placa de microtécnica) por diluição.
Em alguns sistemas (p.ex. sistema de plaqueio), após a infecção dos
cultivos, adiciona-se uma camada de um meio semi-sólido sobre as células, a fim de permitir a visualização de "placas", originadas da multiplicação do vírus em determinados pontos da monocamada, que por encontrarse sob o meio semi-sólido não tendem a espalhar-se com grande rapidez, permitindo a visualização das placas.
Após determinado período de incubação do vírus em cultivo, os cultivos
são examinados e quantifica-se o ECP por contagem dos poços onde o efeito ocorreu, ou utiliza-se um método imunoquímico (ex. imunoperoxidase) para a detecção dos cultivos infectados.