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Segurança do Trabalho

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Segurança do Trabalho

A CONEXÃO

Coleção
Competências Transversais
©2012. SENAI – Departamento Nacional
©2012. SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul
A reprodução total e parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia
autorização, por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI
do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser
utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI como recurso didático do
curso a distância de Competências Transversais em Segurança do Trabalho.
A Coleção Competências Transversais é composta por publicações nas áreas de:
Educação Ambiental
Empreendedorismo
Legislação Trabalhista
Propriedade Intelectual
Segurança do Trabalho
Tecnologia da Informação e Comunicação
SENAI/DN
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
SENAI/RS
Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE

FICHA CATALOGRÁFICA
S491s
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Segurança do trabalho: a conexão / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul.
– Porto Alegre, 2012.
87 p.: il. (Coleção Competências Transversais)
1ª Edição, 1ª Reimpressão.
ISBN: 978-85-60375-20-2
1. Segurança do trabalho 2. Desenvolvimento sustentável I. Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio
Grande do Sul II. Título III. Título: a conexão IV. Série
CDU 614.8

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte
Aprendizagem Industrial Quadra 1 – Bloco C
Departamento Nacional Edifício Roberto Simonsen
70040-903 – Brasília – DF
Tel.: (0xx61) 3317-9001
Fax: (0xx61) 3317-9190
http://www.senai.br
APRESENTAÇÃO

O que você está vendo?

Esta aventura talvez lhe propicie a resposta a esta e outras perguntas! Pois, é uma
oportunidade para você aprender sobre segurança do trabalho.
O curso se desenrola por meio de uma trama montada como um jogo (RPG), através
de três situações que são apresentadas simultaneamente, representadas pelos persona-
gens: Fred – Rik – Melk. Na busca de conhecimento e das soluções de muitos mistérios,
é o leitor quem decide os caminhos a serem percorridos.
No entanto, para que você possa acompanhar, se divertir e aprender será necessário
atenção a algumas regras:

I. Tenha sempre em mente que o livro é composto por duas partes:

PARTE 1: “A CONEXÃO - SEGURANÇA DO TRABALHO”


PARTE 2: “RPG - A CONEXÃO” de L. Georg

II. Quando na “Parte 1 ” você encontrar uma indicação como “P48” (significando:
Parágrafo 48) é necessário ir diretamente ao encontro do parágrafo indicado
na “Parte 2” para seguir seus caminhos, situações e opções.

III. Em alguns pontos de sua aventura você será convidado a anotar os seus cami-
nhos no encarte, ou seja, na grade de respostas.

No mais, desejamos uma excelente e divertida leitura.


Mensagem ao aprendiz!

A vida é um desafio – Encontre-o


A vida é amor – Divida-o
A vida é sonho – Realize-o
A vida é jogo – Jogue-o

- Sai Baba -

Portanto, Aprendiz: Preste atenção


ao caminho, cuidado com as aparên-
cias e siga sua intuição….

L.Georg.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 5

Parte 1: A CONEXÃO - SEGURANÇA DO TRABALHO


MOMENTO 1............................................................................................... 9
MOMENTO 2............................................................................................. 25
MOMENTO 3............................................................................................. 38
MOMENTO 4............................................................................................. 51
EPÍLOGO ................................................................................................. 59

Parte 2: RPG - A CONEXÃO ............................................................................. 63


MOMENTO 1
O som estridente de ferros se retorcendo arranhava sua alma. Tentou respirar
e a poeira cinzenta penetrou como uma lâmina em seus pulmões. A escuridão em volta
lhe fez supor que já se encontrava em seu sepulcro. Entendeu apenas que não estava
em segurança. Não havia razões para ter esperança. Não havia motivos para gritar…
Em meio aquela escuridão lembrou de uma frase: “segurança é um estado d`alma
e não uma realidade.”
Estranhamente uma luz tênue se fez antever entre a pilha de escombros e a fu-
maça. O gosto de terra e pó ainda estava em sua boca. Foi tirando lentamente as mãos
que cobriam seus olhos e então a vastidão da realidade quase o cegou.
Ainda não sabia se estava vivo ou morto. Mas teve a certeza de que outras pessoas
também haviam se reunido naquele inferno. Os gritos foram aos poucos aparecendo. Era
uma mistura de dor e pedidos de socorro. Era o fundo musical do purgatório…
..........................
Fred corria pela rua alucinado. Olhou para o relógio, faltavam apenas cinco
minutos. Sua mente tentava encontrar algo diferente. Algo que sempre estivera ali sem
ser percebido. Tinha que encontrar…
O RPG, que teve seu auge nos anos oitenta, estava de volta com toda a sua força.
Centenas de pessoas se esbarravam pelas ruas como loucos atrás de pistas. Em busca de
cumprir uma tarefa. Em busca de algo. Em busca de um objetivo.
Alguns escritores haviam se especializado em escrever aqueles livros. Eles vendiam
como água. A virtualidade da internet havia dado seus últimos suspiros. As pessoas
desejavam ver, sentir, estar lá fazendo algo, mesmo que este algo não lhes trouxesse de
pronto algum sentido. Havia sempre um tempo determinado para cada tarefa. Aqueles
que não cumprissem estavam fora. Não recebiam a próxima pista.
Em busca de vida ou de orientação uma pessoa após outra se lançava nas tramas dos
RPGs. Fred não era diferente. Fred também buscava… e tinha apenas cinco minutos.
O suor escorria pelo rosto de Fred. A tensão fazia sua mente turvar. Quanto mais
tentava ver mais escuro ficava. Dois minutos… Limpou os olhos com a manga da camisa.
Em sua mente a frase: “vá à praça do memorial e então veja… a tarefa se dará entre
17h25min e 17h40min”.
Olhou em volta. Estava no lugar certo, na hora certa, mas não via nada que pudesse
ser o que procurava. A aflição era sua única companheira. Tentou pensar:
Quem procura não pode ver… - Mas que droga! - Nada fazia sentido… trinta
segundos… Atravessou a rua sem olhar. Um automóvel freou bruscamente, mas ele
passou.
Seguiu os passos do livro que tinha em suas mãos. Quem sabe é: “não desejo en-
contrar”? Porém, para esta opção havia apenas a advertência: “se não deseja encontrar,
o que faz aqui perdido no meio da rua?”
Mas o que é isto…?
Na calçada oposta olhou em volta e pensou - De outro ângulo quem sabe consigo
ver…
…quinze segundos… seu coração podia ser sentido nos ossos do peito…os rostos
das pessoas, a praça, o prédio dos correios…o sinal de alerta do relógio fora impiedo-
so…o tempo se esgotara.
O olhar incrédulo de Fred era como um grito agudo. Suas forças fugiram de seu
corpo e logo, o sentimento de derrota ditava o ritmo a seus passos.
Alguém havia conseguido, mas não ele.
Onde errei?
Sentia-se um bobo. Aquilo era uma armadilha sem graça, ridícula, desprezível! No
entanto, sabia não poder esconder de si mesmo, esteve envolvido e em busca naquela
trama há dois meses. Tudo para terminar ali, derrotado e humilhado, no meio de uma
praça desconhecida, enredado na trama daquele fatídico parágrafo. O rumo de casa era sua
última decisão naquele episódio. Jurou para si mesmo. Nunca mais… nunca mais…

De volta a seu quarto os olhos de Melk estavam quase


saltando de suas órbitas: - O que fui fazer?…o que foi que eu
fiz?…Tentei evitar tudo e acabei causando…
Sabia que haveria implicações em brincar com o tempo,
mas não esperava que fossem aquelas. Melk buscava respostas
e foi assim que tudo começou.
Tinha quatorze anos, muito conhecimento sobre “nano
tecnologia” e o coração cheio de temores e perguntas. Sua mãe
já havia lhe dito: - Tudo é “inseparativo” meu filho, não há
dissociação entre “o bater de asas de uma borboleta no Japão
e um ciclone na América.”
Melk estava arrependido até os ossos de ter encontrado
aquele “buraco de minhoca”.
Os buracos de minhoca eram herança das primeiras
experiências, em meados de 2005, na Suíça, com Colisores
de Hádrons, os LHC. Tais experimentos com aceleradores de
partículas atômicas, que “oficialmente” iniciaram somente
em 2008, deram início a diversas formas de viagens no tempo.
Entretanto, as descobertas iniciadas fugiram ao controle dos
cientistas responsáveis pelo projeto e acabaram por extravasar as fronteiras dos labo-
ratórios, criando verdadeiros túneis que ligam dimensões em tempos distantes. Foi por
saber desta realidade que Melk encontrou um destes túneis dimensionais ali, em uma
rua vazia, a metros da sua casa.
Em sua mente apenas vinham histórias que havia ouvido como a de um físico
de seu tempo que voltou ao passado para resolver pendências e acabara por ficar preso
naquela dimensão. No entanto, tudo havia dado errado. Seu corpo se redimensionou ao
estágio de concepção e ele foi gerado, por atração genética, no útero de sua bisavó. Nem
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mesmo ele tinha esta lembrança. Seu corpo sofreu alterações devido à viagem temporal
e ele conheceu desde a infância uma companheira: a esclerose múltipla.
Melk também tinha viajado. Tinha voltado no tempo. E agora, de retorno a sua
época, seu coração temia pelo pior…
..........................
Afundado em uma poltrona Fred respirava lentamente. As luzes da cidade
se acendiam e sentiu-se bem por poder vê-las do alto do oitavo andar. A vidraça da-
quele quarto de hotel, já um pouco embaçada pela chuva fina, fazia as pequenas luzes
dançarem. Havia se deslocado até aquela cidade em vão. Pelo menos, a vista dali valia
a pena…Sua alma aos poucos se acalmava e aquela sensação de ser excluído, vagaro-
samente, dava lugar a uma sensação de liberdade.
Seus últimos dias tinham sido totalmente absorvidos pela angústia da chegada
daquele dia e, embora não tivesse conseguido cumprir a tarefa, parecia que um peso
enorme havia sido tirado de seus ombros.
A música leve preenchia o ambiente, seus olhos, no escuro da sala, fechavam
lentamente. Pensou por um instante em sua vida – afinal, o que ando procurando? Sua
infância difícil, seus conflitos íntimos, sentimentos que guardava sem saber por quê.
Nunca compartilhou nada com ninguém. Havia aprendido a seguir em frente, sem olhar
para trás nem chorar o passado. Aquilo fazia algum sentido. Sua vida tinha sido, até en-
tão, como os RPGs, decidir e seguir. Seus olhos fecharam e sua mente ficou em paz…
Algumas horas após, uma luz o despertou. Os olhos ofuscados tentaram ver e aos
poucos sua pupila focou de onde ela vinha. De seu notebook. O monitor a sua frente
iluminava a sala. Dormi como uma pedra… esqueci este treco ligado... Olhou e no
centro do vídeo havia uma mensagem. Aproximou a poltrona e sua mente ainda em
letargia pode ler:
- Que brincadeira era aquela? – pensou – Olhou novamente e percebeu que
a internet não estava conectada…
Fred pensou tratar-se de um deboche em relação ao RPG. De-
via ser esta a mensagem que enviavam aos perdedores. Ele, até
então, nunca havia sido eliminado, por esta razão, achou que
aquilo era o cálice amargo servido aos perdedores… pensou
assim, somente até um momento. O momento em que, com a ponta
do fio na mão, seus olhos petrificados não entenderam o que viam,
ao notar que o computador, já sem bateria, nem mesmo estava ligado na luz. …
..........................
As pessoas começavam a se deslocar em meio às pedras e às estruturas retor-
cidas. Uma luz mantinha a visibilidade no local e cada um procurava alguém em meio
àquilo tudo. Rik também procurava. Era seu cinegrafista. Procurou por alguns minutos
e estes foram suficientes para que a dor o invadisse. Lá estava ele, sem vida ao lado
de sua inseparável câmera indramax. Ajoelhou-se ao lado do amigo e com as mãos no
rosto chorou baixinho.

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Rik pegou a câmera, não que ela ainda fosse lhe ser útil, mas era como se levasse
o amigo consigo caso conseguisse sair dali.
Algumas pessoas iam se aglomerando em uma enorme sala mais ao fundo na ala
leste e Rik seguiu para lá como um robô.

Quando chegou na sala sua mente parecia não desejar crer no que via. Um saguão
enorme, com um pé direito de mais ou menos dez metros de altura que mais parecia
uma sala de controle de filme de ficção estava quase intacta, muito bagunçada, mas com
algumas máquinas ainda ligadas. Olhou com vagar aquela cena e num impulso levantou
a câmera como que querendo registrar aquela cena. A câmera, no entanto, não ligou.
Deixou o braço cair com o peso do instrumento e pôs-se a tentar reconhecer o lugar.
Com o passar dos minutos as pessoas que lá estavam já haviam se apresentado
uns aos outros. Todos menos Rik, já que por ser um repórter conhecido, tal passo lhe era
dispensável. Eram dezoito sobreviventes ao total. Dezoito desconhecidos que pareciam
possuir um convite especial do destino para morrerem juntos. Esperança era a única
coisa que parecia não ser possível respirar por ali.
Rik olhava tudo em volta, o teto em forma de abóbada com enormes arcadas de
metal, tubos interligados por todos os lados do chão ao teto. Imensas máquinas e telas
de cristal computadorizadas ainda mostravam gráficos e imagens que pareciam não
fazer sentido. Seus passos foram parando aos poucos. Sem perceber estava no centro
do enorme salão, olhou para baixo, olhou em volta e, com estranheza percebeu que os
olhos de todos estavam voltados para ele.
- E então? Como saímos daqui? – perguntou um senhor corpulento que estancava com a camisa
um fundo corte em seu rosto.
- O quê? – perguntou Rik sem entender.
- E ai doutor sabe tudo… qual é a saída daqui?
- Saída? E eu é que tenho que saber?
- Ora… não é você quem chega sempre antes de todo mundo? Que sabe das coisas e não mede
esforços por um furo de reportagem? Que foi o único repórter que cobriu a construção deste
lugar passo a passo? E então?
Rik entendeu que sua imagem ali não era das melhores. Sempre foi, é verdade,
muito convicto de suas estratégias. Nem sempre agiu com lisura ou escrúpulos. Porém,
em sua profissão aquilo era muito habitual, “audiência” era o nome de seu patrão! No
entanto, não imaginava que as pessoas nutriam por ele um sentimento tão…
- E ai meu chapa! – interpelou um rapaz com não mais de dezesseis anos.
- Sei lá! – disse Rik já meio nervoso.

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- Mas você é certamente quem mais sabe sobre esta usina – disse uma senhora com um
tom mais compassivo.
- É… pode ser…mas não tenho a planta deste lugar. Aliás, pelo que eu sabia… esta sala nem
deveria existir.
Todos olharam em volta com espanto. Um senhor calmo com jeito de padre falou:
- Você quer dizer que quem estiver nos procurando não tem idéia de que este lugar existe?
- É isso… - disse Rik com desolação – Pela planta que vi da usina… este lugar… nunca foi
construído.
..........................
Fred abriu os olhos e deixou o novo dia lhe refrescar a mente. No banheiro,
lavou o rosto e escovou os dentes. Enquanto se olhava no espelho teve a impressão
que seu rosto estava diferente. Limpou o espelho a sua frente, mas a impressão era a
mesma. Não sabia o que era, mas tinha uma sensação esquisita.
Lembrou da noite anterior e de um estranho sonho sobre computadores desliga-
dos que exibiam mensagens. Chegou à sala. Sentou-se à mesa e ia abrir o computador
quando viu que este estava desligado da tomada. Fez graça de si mesmo e abrindo o
computador ainda desligado disse: - Tchãm tchãm... No entanto, o visor estava preto
como o de todo computador desligado.
Fred sorriu e pegou a ponta do fio para pô-lo na tomada, porém, antes de alcançar
a tomada, uma forte luz vinda do visor o fez bater com a cabeça na quina da mesa.
Num reflexo, largou o fio e sentou-se de um salto na cadeira. Lá estava, novamente um
capricho do destino, e ele sabia, agora estava acordado:
Havia, entretanto, uma mensagem em letrinhas miúdas que ainda não tinha per-
cebido. Chegou mais perto, forçou os olhos. Bateu no teclado na tentativa de aumentar
a letra. Mas é claro… o computador estava desligado. Aproximou-se e leu:

“Nós não estamos em segurança! Salve-nos. Ache o velho e


o tempo. Tudo depende disso.”

Mas que velho é esse? De onde vem esta coisa? O absurdo daquela situação parecia
ter-lhe trancado o cérebro. Olhava para o monitor e nada lhe vinha… nada. Tentava
ver algo naquilo, mas era inútil. Naquele momento uma frase parecia ir se formando
em sua mente: “A alma de quem procura não pode ver.” O RPG! Levantou
correndo e foi ao livro. Folheou até encontrar o P23. Passou a ler.

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...
Lá estava: “Se você é um impertinente...”
Olhou novamente para o monitor. Sou um impertinente?
Seus dedos corriam pelas páginas do livro. Impertinente… se sou um… devo ir
para o P62. Foi. E lá dizia…!
...
Fred não podia crer. Seu orgulho o havia derrotado no dia anterior. Em nenhum
momento pensou estar sendo impertinente. Havia um velho naquela praça. Eu não o
vi.
No entanto, uma sensação de calor lhe percorreu inteiro. O livro alertava: “Mas
ele sempre esteve lá...”
As pernas de Fred desceram os degraus de par em par. Nem mesmo pensou em
esperar o elevador. Correu pela avenida por sete quadras e logo avistou a praça. Chegou
sem ar e com uma enorme dor no baço. Procurou um lugar para sentar e respirar. Olhou
tudo em volta. Não havia nenhum velho. O ar foi voltando aos poucos e junto com ele
um ar de desolação. Novamente estava ali. Buscando. Enredado em uma trama.
Enquanto se recuperava, sentado num banco ao lado de uma enorme estátua de
bronze, percebeu que um grupo de pessoas praticava Tai Chi Chuan bem no centro da
praça, sob o comando de uma simpática senhora. Sua mente foi longe junto aqueles
suaves movimentos…
- É bonito de ver não é mesmo?
Fred olhou para o lado e quem o interpelava era um menino sentando ao seu lado
tomando um sorvete. Fred respondeu sem dar muita atenção.
- É! É muito bonito
- Você sabia que este é o mais velho método de se controlar o tempo?
- É mesmo… - falou com desdém, enquanto sua mente se perdia novamente naquela coreografia
mágica. Passaram-se alguns instantes até que sua mente lhe cobrasse os sentidos: - Como é?
“Mais velho método de controlar o Tempo?” O que você disse garoto?
Fred virou-se rápido, porém não havia mais ninguém ao seu lado.
Olhou novamente para o centro da praça e tudo parecia Luz. É isto: O Velho e o
Tempo! O grupo começava a se dispersar, Fred se levantou num salto.
As pessoas se despediam e ali ao centro, ainda recolhendo as coisas, estavam
apenas a senhora e uma menina de mais ou menos doze anos de idade, ambas com
nítidos traços orientais.
Aproximou-se, porém não sabia o que dizer...pensou… pensou…e após, passou
a temer pelo que estava prestes a falar.
- Bom dia minha senhora! Chamo-me Fred e… sei que vai soar estranho o que vou dizer… mas…
é que…. recebi uma mensagem no meu computador desligado e… -parou por uns instantes
- ..acho que tem a ver com a senhora!
- Há-Há-Há. Computador desligado essa é boa… - disse a menina com um largo ar de deboche.
Fred ficou constrangido. Afinal era mesmo um absurdo o que acabara de dizer a
uma pessoa estranha. No entanto, a senhora não sorriu. E mais! Olhou-o demoradamente
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no fundo dos olhos e então disse:
- Sei… Quer dizer que recebeu uma mensagem como disse.
- É... sei que parece…
- Está bem!
- Como? – indagou Fred.
- Está bem. Vou lhe ajudar.
O rapaz estranhou a forma como a senhora parecia não ter se abalado e esperou
enquanto ela escrevia algo num pedaço de papel. Tão logo terminou a senhora estendeu
a mão e lhe entregou o bilhete dizendo:
- Se for merecedor encontrará o que precisa – Ao assim dizer, despediu-se e juntou-se a um senhor
que já as aguardava e em seguida, sumiram em meio a multidão que tomava conta da praça.
Fred olhou para o papel e nele estava escrito.
“Diboh p ftqfsb bt opxf op nfnpsjbm.”
Aquilo não fazia nenhum sentido. Eram sete e trinta da manhã e ao certo aquela
senhora estava brincando com a sua cara. Fred foi para o hotel desolado.
..........................
As pessoas andavam pelo enorme salão juntando tudo que achavam. Rik ten-
tava se concentrar em sua situação. Não entendia nada daquilo que estava a sua frente
e ninguém sabia que aquele lugar existia. Era fácil perceber que as chances daquele
grupo eram mínimas. Ficou por um tempo observando a tudo e em como todos estavam
depositando nele suas expectativas de salvação. Decidiu.
- Pessoal! Um instante por gentileza. Precisamos conversar. – Todos foram parando e se dirigindo
ao centro do salão.
- O que foi senhor Rik? Teve alguma idéia brilhante? – Falou com claro desprezo um senhor cor-
pulento que parecia ter descendência alemã.
- É… quer dizer… temos que pensar juntos pessoal. Temos que formar uma equipe com alguma
estratégia. Entendem?
- Como?
- Temos que verificar o que cada um sabe fazer. Não podemos ficar esperando por socorro e, aliás,
nem sabemos quanto tempo ainda vamos ter de ar para respirar. – Aquela frase causou impacto
e um certo desespero. Porém, alguém falou.
- Calma pessoal. Isso não adianta. Ele está certo. Temos que encontrar uma saída juntos – falou
com brandura uma moça muito bonita que logo se apresentou. – Bem, meu nome é Ana, e
também acho que temos que começar a nos mexer…
- É isto – disse Rik – Vamos nos apresentar quanto às profissões e qualquer habilidade que possa
ser útil aqui.
A proposta foi aceita e todos se sentaram em círculo. Ana ia anotando o que todos diziam como
um inventário de competências das quais dispunham. Após as apresentações Ana tomou a
palavra.
- Muito bem! Vamos lá. Temos aqui uma enfermeira, dois professores, três pessoas que dizem co-
nhecer bem computação, uma assistente social, dois advogados, uma dona de casa, dois técnicos
em eletrônica, um engenheiro, um marceneiro e quatro vendedores. Acho que era isso.
- Pois então. Vejam o quanto isto pode ser válido! Vamos juntar esforços e traçar um plano – disse

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Rik com entusiasmo.
- Bem gente - advertiu Ana - primeiro vamos resolver uma coisa. Temos que isolar os mortos. Vi
que temos uma pequena sala intacta mais a leste e a porta parece vedar bem. Sugiro que…
- Já entendemos – disse um senhor com o semblante muito triste.
A tarefa foi realizada em silêncio. Após, todos estavam de volta ao salão. As pessoas pareciam
mais calmas e mais confiantes. Rik retornou a falar.
- Pessoal! Lembrei-me de algo que pode ser útil. É o seguinte: Vamos considerar que agora aqui
é nosso local de trabalho, portanto, podemos aplicar uma coisa que aprendi. Vamos aplicar
aqui os 5Ss.
- Como?
- Vou explicar. O 5S é uma forma oriental de otimizar o local de trabalho para que possamos realizar
uma tarefa com objetividade, eficiência e bem estar. É formado por 5 sensos de organização.
Vou escrever aqui para facilitar.
Rik gira uma enorme placa branca e lisa e então escreve:
1. Senso de Seleção(Seiri)
É a capacidade de definir e distinguir o que é necessário e o que não é. Seja na
separação de materiais necessários à realização de uma tarefa seja na escolha de temas
a serem abordados em uma reunião. Há de se ter uma capacidade didática de priorizar
as coisas em ordem de importância. Assim, selecionamos:
a) materiais de uso freqüente: que ficarão no local de trabalho,
b) materiais de uso eventual: que ficarão em um depósito
c) materiais desnecessários: que devem ser “descartados”
Esta prática ajuda a que, o que precisa ser encontrado seja, e o que seja desne-
cessário não esteja lá para atrapalhar.
- Entenderam? Sugiro que selecionemos o que pode ser útil na seguinte ordem:
1º quanto a nossa sobrevivência e,
2º quanto a objetos, aparelhos e materiais que sirvam para nossa fuga daqui.
- Certo? Mãos a obra!
..........................
Melk repassava em sua mente todo o ocorrido para ver o que tinha dado
errado.
Após encontrar aquela janela dimensional fez sua primeira e desastrosa tentativa.
Teve então de voltar. Voltou. Programou o evento com as coordenadas exatas do lugar
onde o rapaz morava. Embora em “seu tempo” já fosse noite, a programação o fez chegar
no apartamento de manhã cedinho. O rapaz ainda estava dormindo e assim Melk passou a
revirar os arquivos sobre a mesa. Muitas listas e gráficos se espalhavam por ali, tudo era
um grande esqueleto de algum RPG. Pôde perceber porque ele era chamado de “L. Georg
o professor” e a razão de se tornar um verdadeiro mestre naquela arte dos RPGs.
Lembrou que quando o rapaz acordou o susto foi grande. Explicou sua insólita
jornada no tempo, quem era e os motivos de sua estada ali. O tal professor fitava-o
com um ar de espanto indescritível. Embora o olhar perplexo de seu anfitrião, este,
por alguma razão desconhecida, disse que entendia sobre o que ele estava falando e
resolveu ajudá-lo.
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Vasculharam os registros dos inscritos pela data que Melk trazia anotado. Depois
de duas horas encontraram. E os registros diziam: “participante eliminado”.
Foi ai que a idéia surgiu. Melk acessou o IP do computador do participante, anexou
o modulador que trazia consigo e mandou ver!
Agora era só esperar para saber se sua mensagem, como uma garrafa de náufrago
no mar do ciber espaço, havia sido recebida.
..........................
A mente de Fred alucinava junto a seus passos pela sala. Não tinha idéia do
que era aquilo. Tentava fazer conexões diversas, mas as letras naquele papel continu-
avam a não fazer sentido.
Retomou nas mãos o RPG. Folheou novamente. Estava trancado no parágrafo
vinte e três.
P23.A alma de quem procura não pode ver. Mas ele sempre esteve lá. A previsão e o
tempo juntos. Um à sombra do outro. Um à contradição do outro. À espera
daquele que mereça. A recompensa em um ponto antes no papel. O milagre
e a salvação.

USe você deseja ver vá para P68.


U Se você não deseja encontrar vá para P46.

Olhou para a inscrição no pequeno papel. “Diboh p ftqfsb bt opxf op nfnp-


sjbm.”
Certamente não era uma língua qualquer. Mas o que era aquilo?
Pensou… algo ou alguém sempre esteve lá, mas não pode ser visto por quem
procura…a recompensa em um ponto antes no papel….olhou para a inscrição… um
ponto antes…um ponto antes….como mágica, uma centelha pareceu se acender a sua
frente. Pegou papel e uma caneta. Tentou…
Diboh p ftqfsb
Um ponto antes … um antes… uma letra antes? Começou.
D i b o h p f t q f s b
C h a n g o e s p e r a
B t o p x f op n f n p s j b m
__ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __
Seu coração quase saiu pela boca. Continuou até completar o restante. Era uma
senha simples e sua solução estava lá, no parágrafo vinte e três. Terminou. Olhou o
relógio. Saiu correndo como seus pensamentos…
..........................
As pessoas iam terminando a seleção de tudo o que encontraram quando
uma senhora perguntou.
- E daí seu Rik, o que fazemos com isto agora? – Rik virou-se e olhou para a sala que já possuía
outro aspecto.
17
- Agora, minha senhora, temos que aplicar o próximo “S”.
- E o que é? Algo como “sentar” um pouco? – todos riram muito.
Era bom ver o astral daquela caverna mudar um pouco. Os ares de morte e desespero
pareciam ter diminuído muito. Havia até sorrisos furtivos vez ou outra. Percebeu quão
terapêutico pode ser a realização de uma tarefa, bem como, para que pudesse colocar
qualquer plano em prática deveria manter a todos ocupados. Retornou ao grupo.
- Muito bem. Vejamos agora o que vamos fazer! – Todos pararam o que faziam, Rik retomou: – De
nada adianta selecionar se não pudermos ter acesso a tudo isto quando precisarmos. Portanto,
aí vai o segundo “S”.
2. Senso de Ordenação. (Seiton)
Após uma seleção correta, descartando o que for desnecessário, é preciso guardar
e acomodar cada coisa em seu lugar. Para isso, devem ser usadas gavetas, prateleiras
ou caixas de forma padronizada por nomes e cores se possível. Guardamos documentos,
utensílios em geral, ferramentas e peças em locais diferentes e ordenados por grupos.
Esta prática faz com que a identificação de onde fica cada coisa seja fácil e aces-
sível reduzindo o tempo de procura e localização.
Já tinham levado para uma sala menor tudo que julgaram não ter utilidade. Outra
sala foi limpa para ser usada como depósito do que julgaram que seria de uso eventual.
Agora todos foram procurando onde guardar e acomodar as coisas que entendiam de uso
freqüente. Porém, não bastava acomodar era necessário identificar de modo que todos
entendessem onde estava cada coisa.
Enquanto uma certa alegria ia dando cores ao lugar algo como um raio invadiu
aquele momento. Um estrondo enorme se fez, lancinante, aterrador. Todos se jogaram
ao chão. Todos ouviram novamente a voz da desolação…
..........................
Fred chegou correndo. Parou. Olhou o papel em suas mãos e confirmou. Era
ali. E estava no horário marcado.
Deveria ser fácil encontrar aquele tal de Chang. Era só esperar que um oriental
se aproximasse e pronto. O relógio da praça deu o sinal, estava na hora. Olhou em
volta e nada. Esperou. Os segundos foram passando, os minutos…nada. Sentiu-se um
impertinente como dizia no parágrafo 23.
Desolado e envergonhado girou nos calcanhares para ir embora. Esbarrou em
um homem de mais ou menos quarenta anos. Olhou atento, não era ele. Aquele tinha
cara de italiano, turco ou qualquer outra coisa menos de oriental. Pediu desculpas já
ia saindo quando…
- Está me procurando?
- Como?
- Está aqui porque razão?
- Eu... bem... devo encontrar uma pessoa e…
- E quem é?
- Não sei ao certo mais sei que é um oriental.
- É mesmo?
18
- É… quer dizer… você é quem?
- Prazer. Meu nome é Chang.
Fred sentiu-se aturdido e envergonhado e o homem percebeu.
- Desculpa seu Chang é que…
- Primeira regra sobre o que quer aprender: Em segurança as aparências das coisas são nossas
maiores inimigas. Quando supomos erramos! Os detalhes meu rapaz… estes precisam ser vistos.
Mas somente olhos preparados podem ver. Quer aprender a ver?
Fred não era cego, portanto, não entendia o que seria aprender a ver, porém…
- É claro seu Chang. Estou aqui para isso.
- Está certo. Então me diga – falou, enquanto dirigia o rapaz para o centro da praça e o pôs bem
em frente ao memorial – O que está vendo?
Fred olhou atento para aquela estátua enorme feita de bronze e que retratava
alguma cena histórica como muitos homens, uns retorcidos
ao chão e de braços estendidos, outros portando capacetes
e fazendo força como que erguendo enormes barras de ferro.
Era algo impressionante. Sempre esteve ali mas não tinha tido
tempo para reparar em seu significado.
- E então meu rapaz. O que vê?
- É certamente uma obra de arte. O artista que a fez é realmente
muito bom.
- Muito bom? Artista? É isto que vê?
Fred voltou seu olhar para o memorial. Percebeu que sua
resposta não era a esperada. Retornou.
- Bem, é uma estátua de bronze, de mais ou menos cinco metros de
altura e…
- Está bem. Pára! Realmente seu olhar precisa ser treinado.
Fred não entendeu de pronto, mas achou prudente não
discutir. O homem convidou Fred a atravessar a rua e entrar
em um beco meio abandonado. O garoto começou a temer pelo
que viria, mas seguiu mesmo assim.
- Está com medo? – Fred não respondeu com palavras, mas seu sem-
blante dizia tudo - Aparências meu rapaz. Você ainda está preso às aparências…
Entraram por uma porta de ferro, velha e suja, e tão logo a transpuseram os
olhos do rapaz se arregalaram como num susto. Tratava-se de um enorme laboratório,
com bancadas, tubos, fios, vidros com líquidos coloridos, fumaça… muita fumaça… e
aparelhos dos quais não tinha conhecimento da existência.
Chang foi se dirigindo a uma mesa de madeira antiga entalhada pelos cupins e
de cima dela pegou algo como uma espécie de pager retangular e preto. O aparelho
cabia na palma da mão, no entanto, continha um visor onde podiam aparecer textos
com mensagens. Ele apertou alguns botões como que programando a geringonça e em
seguida estendeu aquilo a Fred.
- Tome. Aí estão algumas noções sobre o que seus olhos devem aprender a ver. Não sei porque razão
alguém da sua idade decide fazer um RPG sobre Segurança no Trabalho, mas também, o que é

19
que eu tenho a ver com isto não é mesmo? Caso precise de mim tem meu número aí atrás.
Segurança no Trabalho…Fred nem sabia sobre o que se tratava o RPG até aquele
momento. O livro apenas o tinha levado de um lado para outro em busca de pistas,
propondo desafios a sua mente e a sua ótica… minha ótica!...era isto!
Até aquele momento sua forma de ver as coisas esteve sendo treinada, porém...
para ver o quê? Segurança no Trabalho?….lembrou da mensagem recebida em seu
computador: “Nós não estamos em segurança! Salve-nos! Ache o velho e o tempo.
Tudo depende disso.”
Bom. Uma coisa era certa. Precisava ajudar alguém, embora não soubesse quem
era. RPG sobre segurança no Trabalho… esta é boa. Imaginou as milhares de pessoas
que andaram como ele correndo de um lado para outro, colocando-se em riscos sem
nem imaginar sobre o que se tratava aquilo tudo. Ele pelo menos, ao que parecia, tinha
uma missão. Olhou para Chang.
- Muito bem! Como é que faço?
Chang virou-se com um olhar desiludido.
- Simples. Aperte o botão e as informações aparecem.
Não era sobre como funcionava a máquina a sua pergunta. Porém, refletiu no que
falar. Não estava pronto a dizer àquele estranho que nem sabia sobre o que pretendia
aprender. Assim…
- Desculpe seu Chang. Minha pergunta é que não foi correta. Após ler o que está aqui o que
devo fazer?
- Ah… bem. Aqui onde você está há tudo sobre o que precisa saber. Se eu trabalho aqui e estou
em segurança é porque observo a todas as cinco regras necessárias para me manter vivo e
bem – aquilo assustou um pouco o rapaz, seu rosto traduzia sua percepção sobre os perigos
que existiam ali – Calma, não se preocupe, não vamos explodir nada aqui, não é mesmo? Para
entender Segurança no Trabalho é preciso enxergar que estamos expostos constantemente a
riscos existentes no ambiente em que vivemos ou trabalhamos, chamados de “riscos ambientais”.
Estes riscos são divididos em grupos por suas características e são estes riscos que você deve
aprender a ver antes de qualquer outra coisa. Mais outra pergunta?
- Ah… não.
- Então o resto vai se explicando sozinho. Até logo.
Chang falou e voltou-se em direção a uns tubos de ensaio enormes e começou a
trabalhar. Fred não sabia o que fazer e ficou ali estático com a maquininha na mão.
- Ainda está aí? Adeus meu rapaz!
Fred saiu e sentou-se na praça novamente. Após recobrar-se dos minutos que
passara resolveu dar atenção ao que tinha em suas mãos. Apertou um botão azul e a
geringonça ligou. O painel pedia nome e hora. Fred colocou o que era pedido e apertou
novamente o botão azul. Lá apareceu o seguinte texto:

20
I - Riscos Ambientais
Nosso corpo e nossa mente estão em constante exposição a diversos fatores que podem vir a se tornar
riscos tanto a um como a outro. Saúde, conforme a OMS – Organização Mundial da Saúde, não é apenas
ausência de doença, mas, sobretudo a combinação de bem estar físico, mental e social.
Ameaçam nossa saúde mental diversos fatores como: preocupações diárias com família, relacionamen-
tos afetivos, finanças, saúde, condições de trabalho, etc. Tais preocupações são chamadas de “Fatores
Psicossociais” e podem prejudicar nossa atenção e motivação. No entanto, mesmo quando estamos
bem e sem grandes problemas, nossa mente, junto com o nosso corpo, pode sofrer por ação direta de
fatores que circundam nosso ambiente pessoal ou de trabalho. Estes fatores podem se tornar riscos e
são chamados de “Riscos Ambientais”.
São através de Decretos, portarias e Normas Regulamentadoras (NRs) que as atividades laborais são
periodicamente normatizadas visando à saúde e segurança do trabalhador.
A NR 9 estabelece o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. E os riscos ambientais são:
1. Agentes Físicos; 4. Agentes Ergonômicos e
2. Agentes Químicos; 5. Agentes Mecânicos.
3. Agentes Biológicos;
Entre a Fonte destes agentes, que podem se tornar Riscos e o Homem existe o Ambiente.
Fonte Ambiente Homem
Portanto, podemos adotar medidas de controle em cada uma destas instâncias. Por vezes isolando a
fonte, em outras controlando o ambiente e por último protegendo e qualificando o homem.
U-;LE9onKC7FH;D:?P:;L?:;DJ;LiF7H7P48.
U-;LE9oDlEI;79>7?CF;HJ?D;DJ;LiF7H7P69.
U-;LE9o;IJi97DI7:E:;JK:E?IJELiF7H7P36.

Fred percebeu que a mensagem indicando parágrafos tratava de seu RPG. Olhou
as alternativas. Pensou… Puxou o RPG do bolso e resolveu decidir que parágrafo ler.
...
Fred saiu correndo. A fábrica ficava a apenas cinco quarteirões dali. Havia um
pátio lateral que dava acesso a até uns dez metros próximo ao pavilhão. Como era um
lugar mais alto que o nível do chão podia dali ver tudo o que se passava lá dentro.
Pensou: deve ser o lugar certo… Mas e agora, para que parágrafo vou?
Olhando em volta um letreiro enorme chamou-lhe atenção. “Pavilhão 7”.
Estava começando a ver coisas. Pensou: Aqui está! Bem na minha frente: Pará-
grafo 7.
Foi até ele em seu RPG. Lá estava… P7!
...
Fred digitou os números em seu pager… e em suas mãos algo mais apareceu:

21
Os principais RISCOS FÍSICOS são:
a) Ruído;
b) Temperaturas extremas;
c) Pressões anormais;
d) Vibrações;
e) Radiações ionizantes e não ionizantes;
f) Iluminação inadequada.

A) RUÍDO
Um som ou mistura de sons desagradáveis são aqueles que não seguem a uma ordem rítmica ou
melódica conhecida pelos nossos ouvidos. Ou, se seguem, estão em altura, intensidade ou de modo
repetitivo que ofendem nossa capacidade e qualidade auditiva.
Um ruído pode ser “contínuo ou de impacto”, neste caso, quando sua duração é menor que 1s e possui
intervalos maiores que 1s. A intensidade de um som é medida em dB (A) decibéis.
A NR 17, e a NR 15 regulamentam, juntamente com a NBR 10152 os níveis aconselháveis de ruídos
em um ambiente de trabalho. Nossa concentração é afetada pelos ruídos.
a) Quando necessitamos de muita concentração os níveis máximos são entre 25 a 45 dB (A).
b) Quando a atividade exigir concentração média os níveis aconselháveis são entre 50 e 60 dB (A)
c) Para as atividades em geral os níveis aceitáveis são entre 50 e 70 dB (A).
d) Uma fábrica em geral possui máquinas e estas devem produzir ruídos até 85dB(A).
Exposições indevidas podem causar dor de cabeça, mudanças de comportamento, irritação e fadiga.
Você já percebeu que ao dirigir um veículo quando estamos procurando um endereço baixamos o
volume do rádio?

Fred clicou na seta para baixo do PAGER e apareceram outras informações:

22
B) TEMPERATURA
Um corpo humano está bem quando se encontra em suas Condições Ambientais normais (Pressão
de 1 atm. e 25ºC). Não sendo assim o corpo sofre, sendo necessária uma aclimatação orgânica e
muitas vezes equipamentos especiais.
Um corpo humano possui temperatura média de 36.5º. Quando em um ambiente com medidas aci-
ma ou abaixo desta, o corpo entra em sofrimento e reage. Os vasos sangüíneos buscam compensar
tais exposições diminuindo (vaso constrição) ou aumentando (vaso dilatação) seu calibre, fazendo
com que o sangue corra mais ou menos conforme a necessidade de manter a temperatura interna
do organismo
A transmissão de calor se dá por:
U Condução: contato direto de um corpo para outro, ou seja, molécula a molécula;
U Radiação ou irradiação: exemplificando, o calor do sol, cuja transmissão se dá por meio de ondas
em todas as direções;
U Convecção: como se dá no caso dos líquidos e dos gases a transmissão ocorre por meio de correntes
circulares “Ascendentes”, no caso de correntes quentes e “Descendentes”, no caso de correntes
frias.
O corpo aquecido tende a resfriar-se e assim o faz através da transpiração. Esta busca diminuir a
temperatura superficial, mas é limitada pelas condições do ambiente, ou seja, em ambiente quente
e seco a transpiração se dá de forma mais rápida.
O calor excessivo pode causar desânimo, fadiga e até mesmo queimaduras. O frio também pode
queimar superfícies do corpo humano, bem como, junto a situações de umidade local pode causar
hipotermia e congelamento.
Em um ambiente de trabalho estas condições devem ser constantemente controladas, pois ocasionam
de forma muito rápida seus efeitos indesejados.

Fred continuou clicando na seta para baixo do PAGER e mais informações foram
apresentadas:

23
C) PRESSÃO
Ar atmosférico tem peso, portanto, exerce pressão. Pressão normal é aquela exercida sobre nós quan-
do estamos ao nível do mar. Quanto mais subirmos menor será a pressão que sofreremos. Pesquisas
revelam que acima de uma determinada altitude, cerca de 2.300m, há necessidade de aclimatação, ou
seja, adaptação do organismo às baixas pressões e ao ar rarefeito. Não respeitar os limites do corpo
e o processo gradual de adaptação orgânica à altitude, pode causar perda da coordenação motora, de
julgamento, causando euforia, perda de memória, inconsciência e até a morte.
As pessoas que vivem em comunidades a altitudes elevadas, desenvolveram características orgânicas
que suportam as condições de uma atmosfera rarefeita.
De outro modo, os mergulhadores que trabalham em obras submarinas são submetidos a pressões
extremas, há um acréscimo de 1 atm a cada 10 metros de profundidade, pois além do peso da camada
de ar sobre a superfície aquática há o peso da camada de água sobre este profissional. Isso exige deste
trabalhador um rigoroso treinamento, acompanhamento médico específico em Medicina Hiperbárica,
e uso de equipamentos especiais

D) VIBRAÇÕES
Todas as células de nosso corpo vibram. Portanto, as formas e intensidades de vibrações externas ao
organismo influenciam diretamente a normalidade e conforto deste. As vibrações em geral podem ser
classificadas da seguinte forma:
U Vibrações ocupacionais de corpo inteiro
U Vibrações ocupacionais localizadas
U Vibrações para conforto pessoal ou para o meio ambiente
U Vibrações máquinas
Portanto, certas vibrações podem atingir nosso corpo inteiro ou partes localizadas, como mãos, braços,
nádegas, costas, etc... Podem perturbar ultrapassando os limites para nosso conforto ou de nosso meio,
como tráfego de veículos, construções, buzinas e sirenes, entre outros, bem como, indicar problemas
de manutenção em máquinas e equipamentos.
A norma regulamentadora (NR 15) estabelece que os trabalhadores expostos em suas atividades a
vibrações contínuas exercem atividades insalubres, que é apurada em perícia no local de trabalho.
A exposição a vibrações constantes, como a de corpo inteiro, pode causar fadiga, irritação, danos ao
sistema nervoso e por vezes, danos físicos permanentes.

Levantou o olhar em direção a fábrica. Aqueles três elementos eram facilmente


perceptíveis. O ruído era tão intenso que, por vezes, atrapalhava sua concentração. O
calor chegava até ele em ondas com o vento e a vibração das máquinas podia ser sentida
nas solas dos pés. Lá dentro, os funcionários usavam algo nos ouvidos e por mais que
não conseguisse entender usavam calças e camisas compridas num calor daqueles.
Seguiu.
Volte a seu livro no P31 se quiser saber uns últimos detalhes sobre o assunto.
Foi ao RPG. no P31 do livrinho constava…
Fred anotou a senha e pegou o telefone…

24
MOMENTO 2
O coração de Melk estava apreensivo. Não conseguia saber se tudo havia saído
como planejado. Olhava em volta como que procurando alguma modificação em sua
vida. Mas tudo estava como sempre foi.
Analisava sua planilha de cálculo. Quem sabe as coordenadas não foram as cor-
retas? Precisava descobrir antes que fosse tarde. As horas foram se passando pela longa
noite.
Refazia com detalhe cada linha daquela equação. Ponto a ponto… tudo o que
podia ter escapado de seus olhos apressados. E seus olhos quase fechavam devido ao
cansaço quando algo, como que fulminando seus neurônios, gritava em um canto quase
inelegível do papel. Uma anotação. Na verdade um endereço…Decidiu, que embora as
conseqüências era necessário voltar novamente….
..........................
O desmoronamento encheu de poeira cinzenta o enorme salão. Todos
foram se levantando e aos poucos percebendo que nada havia sido afetado ali.
Porém, o fato de ter havido mais um incidente deixou a todos
muito tensos. Alguma parte mais afastada da usina havia
sucumbido e isto era preocupante.
Rik falou:
- Vamos lá pessoal! Todos bem? – Ao que todos foram, mesmo com
ar de espanto e medo, confirmando suas condições.
- O que foi isso seu Rik?
- Certamente ainda há muito calor agindo nas estruturas deste lugar
e isto pode causar dilatação excessiva e, conseqüentemente, fadiga
dos metais que dão suporte na sua base.
- Vamos morrer… é isso?
- Calma gente! Vamos seguir nossos planos e arrumar esta sujeira
toda.
O olhar desconfiado de todos foi aos poucos dando
lugar à razão. Não adiantava ficar parado. Tinham que seguir.
Todos foram voltando suas atenções para o centro do salão.
Rik voltou a escrever na enorme peça branca.
- Pois bem. Para cumprirmos esta tarefa vamos usar o 3º e o 4º “Ss”.
São eles: ”
Senso de Limpeza. ( Seisoh )
Em geral uma tarefa quando realizada gera sujeira devido aos resíduos resultantes
desta. Portanto, após o uso, manter a limpeza das ferramentas, máquinas e do local.
Isto reduz riscos de acidentes e facilita a identificação dos materiais selecionados e
ordenados.
Este senso requer a utilização dos cinco sentidos: olfato, paladar, visão, audição

25
e tato. Estes são os inspetores de nossa tarefa. É mais fácil manter a limpeza que ter
de limpar toda hora.
- Percebam que quando um ambiente é compartilhado como, por exemplo: turnos seguidos de
trabalho, a prática do Seisoh acaba por gerar a entrega do local de trabalho limpo e organizado
ao colega que virá.
Senso de Higiene. (Seiketsu)
Um ser humano pode ser agente transmissor de sujeira e contaminação. Desta
forma o asseio pessoal é fator importante na manutenção da limpeza do local de traba-
lho. Estar com corpo e mente saudáveis mantém a saúde de toda a equipe. Assim, devo
ter a roupa ou uniforme limpo, evitar compartilhar locais confinados quando estiver
com alguma doença contagiosa, manter o local de trabalho com condições corretas e
saudáveis quanto à iluminação, som e demais condições físicas.
Tal prática pode ser entendida como quando chegamos a um buffet para nos
servir: as colheres podem estar esterilizadas, mas se nossas mãos não estiverem limpas
contaminamos as colheres, que contaminarão os alimentos e que, conseqüentemente,
contaminarão a todos.
- Portanto pessoal, cuidado! Façam a limpeza, mas não contaminem e nem se deixem contaminar
por nada. Especial cuidado ao mexer em qualquer coisa que desconheçam a origem. Está bem?
Vamos lá então!
Todos pareciam ter entendido e foram se movendo de forma a realizar aqueles
tais de Seisoh e Seiketsu…
..........................
Apareceu junto a um clarão ao lado de uma enorme árvore. Ninguém parecia
ter testemunhado sua chegada. Olhou para o relógio do prédio dos correios. Faltavam
ainda alguns minutos.
Tentou avistar aquele que viria, porém, lembrou que apenas podia imaginar sua
aparência… esperou. Em alguns instantes viu um rapaz que corria como se quisesse
pegar um trem que partia. Só pode ser ele. Ele está onde devia estar. O rapaz sentou
em um banco a alguns metros de onde estava e ficou olhando ao infinito. Melk sentou
ao seu lado sem ser percebido com um sorvete na mão. O rapaz olhava um grupo a sua
frente. Melk falou:
- É bonito de ver não é mesmo?...
..........................
- Alô! Seu Chang?
- Sim, fale!
Fred disse a senha com avidez. Chang, no entanto, não parecia satisfeito.
- Como? – Fred repetiu.
- Você continua não vendo!
Fred sentiu-se constrangido, porém…
- Desculpe seu Chang… mas era o que estava lá… era esta a resposta!
- E só porque estava lá você me repete sem nem ao menos pensar no sentido?
- Como?
26
- Ora Fred… você realmente precisa treinar exatamente o que não viu!
- Sim… muito
- Está bem! Deixe para lá. Quer seguir não é?
- É claro – Falou Fred ainda ansioso.
- Muito bem! Então digite 49 no seu pager. - desligou sem dizer mais nada
- Ora, 49… era o próximo código apenas…
Fred sabia que tudo aquilo era um teste. Porém, sentiu fome e resolveu voltar
para o hotel.
Em seu quarto, já com um sanduíche nas mãos digitou. A máquina exibiu o
seguinte texto…
. . . Os menores e mais significantes estão no depósito de lixo municipal.
..
Fred pensou: ora esta, não posso nem comer meu sanduíche em paz…
Desceu os degraus em direção ao lixão.
Quando chegou lá sentiu náuseas. O cheiro era insuportável. Tentou achar um
local mais limpo para sentar. Quando assim fez percebeu que havia pessoas trabalhando
lá, e para sua surpresa, pareciam não sentir o mesmo cheiro que ele. Não usavam luvas
nem máscaras… aquilo era impressionante.
No entanto, precisava continuar e não sabia como. Olhou em volta deveria ver
algo. Mas não via. Somente lixo por todos os lados. Devo ver algo além do lixo… Con-
centrou-se então em algo que não fosse aquilo que mais havia ali. Logo percebeu. Uma
frase, bem na entrada dizia: Depósito Zona Norte. Depósito Zona Norte, Depósito Zona
Norte… parecia ter visto algo além do visível. Digitou
D Z N
Uma mensagem apareceu: _ _ Vá para P44 _ _
P44. Fred foi até ele para ler…
...
Fred digitou a senha e no aparelho apareceu…

27
Os Fungos são seres vivos sem clorofila e podem ser unicelulares ou pluricelulares são todos
os seres conhecidos por mofos, bolores, cogumelos e leveduras. Os fungos podem viver em tempera-
turas que variam de -10 °C a 60 °C.
A maioria deles, assim como as bactérias, obtêm alimento decompondo a matéria orgânica
do corpo de organismos mortos. Alguns obtêm alimento de outros seres vivos, com os quais se as-
sociam. Os fungos são classificados em: mutualísticos, saprófitos ou parasitos. Os fungos saprófitos
são aqueles que se nutrem da matéria orgânica do corpo de organismos mortos (ou de partes que
podem se destacar de um organismo, como pele, folhas e frutas que caem no solo), provocando a
sua decomposição. Alguns fungos, por exemplo, causam o apodrecimento de frutas ou de restos de
vegetais e animais.
Os parasitas são aqueles que vivem à custa de outro ser vivo, prejudicando-o e podendo até
matá-lo. Um exemplo de fungo que parasita os seres humanos, é o fungo Candida albicans, que pode
se instalar na boca, faringe e outros órgãos provocando o “sapinho”.
Os mutualísticos são os que ao se associarem a outro ser ambos se beneficiam com essa
associação. Como no caso do líquen, que é a associação entre um fungo e uma alga. A alga, que tem
clorofila, faz fotossíntese, produzindo alimento para ela e para o fungo. Este, por sua vez, absorve
do solo água e sais minerais, que são, em parte, cedidos para a alga.
_ _ _Quer mais? Então finalize este ponto no P67_ _ _

Fred foi até ele…


...
Fred imaginou o que seria aquilo. O momento em que tudo começou? Como
assim?
Olhou o início do RPG, mas não havia nada lá. Pensou… pensou…olhou para
suas mãos e num canto do pager um cronômetro mostrava [1:35]. Isto! Era só ver a
hora em um relógio e saberia quando tudo começou. Eram exatamente 11:05. Certo!
Então…11:05 menos 1:35. Fred olhou, calculou e pronto! Tinha a próxima senha. Di-
gitou: [9:30]. O monitor do pager se acendeu, mas Fred gelou. Não conseguia crer no
que estava vendo…
..........................
A caverna, como chamavam, já não parecia a mesma. Tudo estava limpo,
organizado e catalogado. Em uma parte do salão, mesas viradas tornaram-se caixotes
onde em uma delas havia peças eletrônicas que foram organizadas em sacos diferentes.
Em outras, cabos, fios e arames encontravam-se enrolados com esmero. Em duas, man-
timentos embalados a vácuo que foram encontrados atrás de uma porta blindada que se
abrira com o segundo desmoronamento. Mais ao lado, em armários que foram esvaziados,
estavam organizadas ferramentas e pequenas peças como porcas e parafusos que foram
encontrados soltos das fuselagens das salas ao lado. E por fim, uma bancada enorme
foi montada para conter lado a lado aparelhos diversos que pudessem ser remontados e
28
servir como alguma forma de comunicação.
Rik olhou tudo e ficou emocionado. Havia uma nítida transformação a sua volta.
Assim, parou novamente no centro do salão e se dirigiu a todos:
- Pessoal! Por gentileza, um minuto apenas… - todos pararam o que faziam – Olhem à sua volta.
Vejam o que conseguiram fazer em tão pouco tempo.
As pessoas se entreolharam e fora nítido o brilho no olhar de cada um. Haviam
transformado o inferno em um lugar digno da vida e do trabalho humano. Todos se
entreolharam e, sem que se combinassem, começaram a se aplaudir olhando com satis-
fação um no olho do outro.
- É isso mesmo pessoal, conseguimos! Entretanto, agora há a necessidade de refletirmos em “por
quanto tempo tudo isso vai durar?” Talvez fiquemos aqui ainda por dias ou semanas… portanto,
prestem atenção ao último e mais importante “S”!
Assim falando iniciou a escrever na tela.
Senso de Disciplina. ( Shitsuke )
Muito do que aprendemos tende a ser esquecido de forma mais rápida do que fora
aprendido. Deste modo é necessário adquirir o senso de auto disciplina para manter
em mente as práticas de: selecionar – ordenar – limpar – zelar pela limpeza e higiene.
É preciso entender os benefícios desta prática para que elas se mantenham em nossa
forma habitual de agir. Elas devem se tornar parte de nosso fazer e pensar até que se
torne um saudável hábito pessoal e coletivo.
Após escrever completou:
- Este senso pessoal, como engloba os demais, trata também, de disciplina ética e de respeito.
Portanto, este senso ajuda para que possamos: “selecionar” nossas qualidades, “ordenar” as
prioridades a serem executadas, “limpar” nossas mentes de pensamentos que não prestam,
manter a “higiene” em nossas relações pessoais não nos contaminando e nem contaminando os
outros com palavras ou gestos desagradáveis, e por fim, ter “disciplina” para manter vivos estes
princípios sabendo seguir orientações, colaborando com os colegas, respeitando suas opiniões
e participando das soluções de forma harmônica e amigável.
Todos ouviam com atenção e o fato de terem conseguido realizar aquela trans-
formação juntos parecia ter-lhes conferido habilidade para também desejar que tudo
se mantivesse em harmonia.
Enquanto todos se ocupavam em realizar os “5 Ss” não perceberam o quanto
haviam mudado na forma de tratar Rik. Parecia mesmo que era outra pessoa que ali
estava ou então que seus olhos agora o viam de forma diferente. O antagonismo inicial
fora substituído por uma liderança natural que havia, como em um processo alquímico,
transmutado o Chumbo daqueles sentimentos no Ouro da satisfação.
Tudo estava pronto. Então, era hora de iniciar o trabalho.
Rik falou:
- Pessoal! Enquanto todos faziam a organização e a limpeza estive reunida com Ana e Michel.
Ana é engenheira civil e Michel técnico em eletrônica. Portanto, gostaria de ouvir o que eles
têm a dizer – assim falando, passou a palavra para Ana.
Ana, de cabelos pretos e lisos, era dona de um sorriso muito meigo. Ao olhar

29
para ela a pessoa já sentia algo que traduzia uma certa paz. Foi assim, iniciando por
um sorriso, que Ana falou.
- Gente! Agora que já possuímos um inventário completo de tudo o que dispomos e que tudo está
organizado de forma a facilitar qualquer tarefa, eu e Michel acreditamos que com tudo o que
acharam será possível fazer um transcomunicador para que possamos emitir sinais de socorro e
sermos resgatados. Também, conversando com nosso amigo Rik percebemos que será possível,
frente a uns mapas, dos dutos e conexões deste lugar, que encontramos, traçar um plano B no
caso de o primeiro falhar. O plano B destina-se a nossa fuga deste lugar. Deste modo, preten-
demos realizar os dois ao mesmo tempo e para isto temos a sugestão de dividir nosso grupo em
três equipes básicas. Michel vai explicar melhor.
Michel era um rapaz de jeito tímido e estranho. Usava óculos, falava pouco e
portava no bolso um camundongo branco com pintas marrons que havia achado na ins-
peção do lugar. Chamava o bicho de Derik “o conselheiro”. Embora a esquisitice, como
dizia Ana, parecia ser boa gente. O rapaz chega mais a frente e diz:
- Bom pessoal… sugerimos que…dividamos nosso grupo da seguinte forma: Grupo 1: auxiliará na
realização do plano A; Grupo 2: auxiliará na execução do plano B, e o terceiro grupo prestará
auxílio provendo a manutenção de todos, selecionando, racionando e servindo comida, bem
como, realizando assistência geral quanto às necessidades globais do grupo. Obrigado! – Rik
retoma a palavra.
- Pois então pessoal? Vamos lá? Ana, Michel e Eu representamos cada um dos grupos, portanto,
agrupem-se conforme melhor entenderem, apresentando-se a nós para as instruções.
Todos foram escolhendo e se dirigindo aos três que estavam ali parados. Em pouco
tempo, eram como uma empresa com anos de experiência. Cada grupo realizava suas
tarefas em silêncio e em ordem. Parecia uma orquestra tocando Vivaldi.
O tempo foi passando, quando então, o silêncio foi quebrado.
- Seu Rik! Seu Rik! Olhe aqui depressa! – A forma alterada daquela senhora fez Rik sair correndo
e quando chegou onde ela estava seus olhos ficaram iguais aos dela em medo e espanto…
..........................
Nos olhos de Fred o reflexo daquilo que brilhava no pequeno monitor do
pager.
Não havia instruções, não havia conteúdo… apenas uma frase
piscava. Uma insistente pergunta, era só o que havia ali. Fred já
tentara apertar todos os botões e executar todos os comandos que
lhe ocorrera, mas nada fazia aquela frase desaparecer.
Havia se passado em algo. O que ficara para trás? O que não
vi? Sua mente se dividia em busca de respostas. Será que havia um
código oculto que não percebi? Voltou ao RPG e as anotações que
fizera do pager. Algo como uma voz soava em seus ouvidos. Volte e
veja! Ler minuciosamente linha por linha era o que lhe restava fazer.
Após reler tudo com cuidado, uma imagem veio a sua mente: O memorial…
..........................
Melk percebeu que havia acertado em voltar. Tudo tomou seu rumo e o jogo
continuava. Ficou pela praça mais um pouco e uma sensação de tranqüilidade que há
30
muito não sentia parecia estar ali, sentada ao seu lado.
Ficou pensando em como sua vida era e de que forma poderia ficar agora. Tanto
trabalho, tantas noites sem dormir agora pareciam terem tido a devida recompensa. Em
seus poucos anos de vida já havia passado por muita coisa. E foram raros os momentos
de alegria desde que decidiu que mudaria seu passado. Estava tão relaxado que seus
músculos pareciam não obedecer. Portanto, ficou ali, sem resistir à vida e àquele dia
ensolarado que lhe enchia com um morno silêncio.
O tempo passou, mas não percebeu o quanto. Aos poucos, a presença de alguém
chegando no centro da praça lhe cobrou os sentidos. Era apenas um senhor, cabelos
grisalhos, de uns sessenta anos, mas de uma vitalidade de dar inveja a muito rapaz novo.
Tinha o rosto aquadradado que lhe dava feições fortes e severas. Pelo que pôde perceber
esperava uma senhora que ministrava uma aula no centro da praça. No entanto… aquele
sorriso. Foi o sorriso que o fez achar nele algo familiar. Tentou buscar em sua memória
com quem ele lhe parecia. Certamente era com alguém de seu tempo, pois estava ali,
naquela época de seu passado, apenas pela segunda vez.
O senhor lhe parecia com alguém que tinha visto em fotografias… no entanto,
não fazia idéia. Deve ser parecido com algum ator… isto é normal. Por vezes achamos
que conhecemos alguém, mas simplesmente a pessoa é parecida com este ou aquele
que vimos na TV… Parou de pensar no assunto.
Quando estava desviando seu olhar reconheceu os passos apressados de alguém
chegando à praça. Este sim sabia de quem eram….
..........................
Todos correram em direção a Rik quando este exclamou: - Ahhh, Meu Deus!
Um tumulto cercou Rik e a senhora, mas ninguém conseguia ver nada. Ana foi
pedindo passagem e se aproximou da cena. De frente com aquele buraco na parede
ajoelhou-se para ver melhor.
Com uma pequena lanterna que trazia em mãos foi vasculhando para ver a di-
mensão do espaço que havia ali dentro. Era mais que uma passagem, era uma ala inteira
praticamente intacta. No entanto, um cheiro estranho lhe cobrou o olfato. Falou:
- Afastem-se todos! Há um cheiro impregnado neste local.
Todos atenderam ao seu comando. Rik percebeu a situação e pronto olhou em
volta. Seus olhos percorreram o salão. Eles buscavam algo, uma solução. Bem no canto,
perto do armário de metal das ferramentas o que ele buscava.
- Venha Michel! Ajude-me aqui!
Ambos correram em direção daquele bolo de panos, cobertores e plásticos que
estavam reservados para um momento de frio. Fizeram uma enorme bola com aqueles
cobertores e recobriram-na com um plástico tipo lona de cor amarela. Contaram até três,
trancaram a respiração e correram em direção ao buraco. Socaram aquela bola densa
e pesada na fenda recém descoberta e que acabou por lacrá-la de todo. Tomaram ar.
Respiraram aliviados. O cheiro havia desaparecido.
As pessoas viam a tudo sem entender o que presenciavam. Rik falou.
- Pessoal! Há um cheiro lá dentro que ainda não sabemos reconhecer. Pode não ser nada e pode

31
ser nossa morte. Aqui é uma usina e muitos gases que transitavam por tubos herméticos agora
podem estar expostos.
Os olhos de todos demonstravam que a mensagem havia sido entendida. Ana
interrompeu o silêncio.
- Calma gente! Agora está tudo resolvido. Temos que conseguir consertar alguns aparelhos que
encontramos como o Explosímetro e o Oxímetro e aí vamos saber com o quê estamos lidando
aqui.
- Vamos voltar as nossas tarefas pessoal! – Falou Rik com voz de comando.
Michel olhava as plantas da tubulação tentando descobrir o que seria aquele setor
recém descoberto. As tubulações iam e vinham e se desdobravam em cruzamentos que
sua mente ainda não havia interpretado.


   
 
   

 
   

  
   

 
   
  
  

!
    

Estendeu a planta perto de um ponto de luz para ver melhor.


Rik se aproximou.
- E aí, já entendeu alguma coisa?
- Ainda não. Isto mais parece um labirinto… - fez uma pausa – Rik…, o que você e Ana viram
lá dentro? – Rik olhou em volta e falou baixinho.
- Uma sinalização de cor vermelha…
- E o que isto quer dizer?
- Veja a tabela aí. É uma área de possível exposição a “riscos químicos”.
- E… é…
- Sim é claro que é perigoso. Temos que testar tudo antes e só então poderemos investigar aquela
32
área com segurança.
Michel olhou em volta, mas ninguém parecia ter ouvido a conversa.
Rik saiu e Michel ficou pensando em como a presença dele lhe fazia bem. Sentia
algo de familiar na voz de Rik. Era uma voz boa de ouvir. Tentou se concentrar novamente
no que fazia. Aos poucos, parecia que aquilo tudo começava a fazer sentido. Aquilo
tudo, tratava-se de um mapa de riscos e não de uma planta de tubulação. Achou, bem
abaixo da pilha de papéis, algo como um manual que tinha na capa o título “analisando
Mapas de riscos”. Só sobraram algumas folhas, no entanto, sentou e passou a ler com
atenção.
..........................
Fred pensava enquanto corria para a praça: aqui estou eu de novo…
Sem perceber, já se encontrava novamente em frente ao memorial. Parou a sua
frente e pôs-se a olhá-lo novamente. O que você vê?
Ficou ali sem se importar no tempo e nas pessoas que passavam. Tinha que ver
algo ou quem sabe, descobrir pelo menos, o que tinha de ser visto. Seus olhos foram
desfocando aos poucos. O sol se encaminhava ao seu ponto máximo. Colocou os óculos
escuros. Aquelas formas foram se fundindo e tudo parecia fazer parte de uma mesma
e única forma. Tudo era bronze apenas. Uma massa única e disforme. Respirou, cerrou
os olhos mais ainda, lembrou da frase: quem quer não pode ver! Foi fechando os olhos
até que apenas um filete de luz adentrava por suas pálpebras... ficou assim por um
bom tempo.
Como a tênue luz de seu pager uma frase se formou em sua mente. As vezes
temos que ver menos para enxergar melhor!
Já sei a resposta!
Fred girou sobre os pés e começou uma corrida ensandecida em direção ao meio
fio. Já sabia o que dizer a Chang. A passos largos, logo estava à beira da avenida. Olhou
para um lado apenas e seguiu… no entanto, não observara um automóvel em sentido
contrário em rota de colisão com seu corpo… apenas… sentiu uma mão em suas costas
e um forte empurrão que o fez voar de um salto pelo menos uns dois metros… sentiu
o vento do carro passando em suas costas. Entendeu... Não fora atropelado
Fred não olhou para trás, sua ansiedade apenas queria ver Chang. Bateu na porta
de ferro imunda. Chang atendeu. Fred adentrou o laboratório ainda ofegante.
- Já sei a resposta!
..........................
Michel achou algo naquele manual e chamou Rik.
- Rik! Veja esta parte aqui do manual.
Rik pegou o livrinho em mãos e olhou atentamente.
- É isto! Temos que achar onde poderiam estar guardados estes EPs.
- E o que é isto?
- EPs? São equipamentos de proteção individual e coletivo, EPI e EPC.
- Mas já vasculhamos tudo e não vimos nada com este nome.
- Talvez não estejam guardados assim.

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- Mas o que temos que procurar então?
- Já sei! Vou falar com o pessoal. Talvez tenham achado, mas nem se deram conta.
Rik se dirige ao centro do salão e chama a atenção de todos.
- Pessoal! Um segundo, por favor!
Todos olharam para ele. Rik retomou.
- Precisamos localizar uma série de equipamentos. Talvez já tenham achado alguns e colocado
junto com outros materiais.
- E o que seria seu Rik?
- Uns são chamados de EPIs - Equipamentos de Proteção Individual. É um Kit, quando juntos. O
kit é formado por: capacete, máscaras, óculos de proteção, proteção auditiva, luvas e botas. Há
ainda coletes, linhas de vida e roupas especiais contra fogo e resíduos químicos. Há um desenho
aqui que é bem ilustrativo, Vejam!

NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual


EPI BÁSICO

O Capacete possui o casco por fora e


suspensão regulável por dentro.
Os óculos são “contra impacto“ (com
hastes), e o “ampla visão” (com presilha de
elástico) contra riscos químicos.
Luvas e Botas protegem as extremi-
dades. As botas são capazes de isolar contra
riscos elétricos.
Proteção auditiva contra ruídos danosos
a nossa audição.
Máscaras com filtros químicos servem
para que se possa respirar sem sermos con-
taminados.

- Sim! - Grita um jovem – Eu encontrei um óculos destes. Coloquei lá no depósito, pois não sabia
para que servia.
- Muito bem! Agora já sabem o que procurar. Vamos verificar o que temos e tentar encontrar o
resto. Eles devem estar por aqui em algum lugar. A terceira turma faz esta varredura, mas se
alguém achar algo coloca aqui perto da mesa, OK?
Todos retornaram as suas tarefas.
..........................
Os olhos de Melk seguiram Fred até que este sumiu no beco. Seu coração
ainda acelerado parecia dizer: salvei ele...salvei ele… no entanto, o tempo é inexorável
e não pôde esperar aqueles segundos de satisfação…Melk não percebera mas se encon-
34
trava no meio da avenida…quando seus sentidos gritaram. Virou o rosto em câmera
lenta e pode ver um ônibus a poucos metros buzinando freneticamente. Suas pernas
não obedeceram e ele então entendeu que não havia para onde correr… respirou fundo
como sendo aquele o último bocado de ar que lhe coubesse naquele mundo, fechou os
olhos… e viu a imagem de sua mãe.
Como segundos que duram eternidades, a colisão ainda por acontecer, pediu perdão
por seus temores e logo o desfecho chegou. Sentiu seu corpo se deslocar, seus pés saírem
do chão em um giro lancinante. A pressão de um braço forte como um abraço salvador
acompanhou aquele momento. Entendeu… alguém havia lhe puxado do previsível fim.
Um estrondo, no entanto, pôde ser ouvido junto aos freios mal cuidados do ônibus que
vira a meio segundo atrás. Ouviu o barulho de ossos partindo e suas costas baterem
com força ao chão, mas não sentiu dor alguma…
..........................
Chang olhava aquele rapaz em um estado de euforia nada desejável para
quem quer aprender sobre segurança. Olhou-o com uma certa desconfiança e desprezo
e então perguntou.
- Sabe é?...
- Sei! Quer dizer… acho que sei...
- Em segurança não tem acho. É ou não é! Sua resposta agora define se você continua ou não
no jogo. Pense bem!
Fred ficou estático. Chang ainda não tinha falado com ele daquele modo. Seu
coração desacelerou de modo surpreendente. Toda sua trajetória se passou em sua mente.
Porém, era tudo ou nada. Falou:
- Muito bem!- hesitou um instante, respirou – A resposta é: Estou vendo que devo enxergar o
que os olhos não vêem!
A resposta parece ter surpreendido Chang. O homem fitou o rapaz de cima a baixo
de forma demorada como que pensando no que dizer. E então:
- Está bem… vou considerar sua resposta como certa.
Dizendo isso entregou um folheto para Fred e disse para que sentasse e lesse
enquanto terminava algo que tinha começado.
Enquanto isto, dirigiu-se à bancada abriu um frasco e despejou seu conteúdo em
um outro que continha uma porção ínfima de um líquido e assim fazendo, sem que Fred
percebesse, depositou o vidro no chão.
Fred pegou o folheto, sentou-se em um banquinho baixo e começou a ler.

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Agentes Químicos.

A química está presente em toda e qualquer atividade humana. São das combinações químicas que as
coisas surgem e se transformam. Diversas interações e reações químicas em nada afetam nossa saúde, como
exemplo: gaseificação dos refrigerantes.

Entretanto, outros encontros químicos podem ser muito perigosos ao organismo humano. No ambiente
de trabalho agentes químicos que podem se tornar um risco devem ser controlados com muita atenção.

As substâncias químicas presentes no ambiente apresentam maior ou menor grau de risco conforme
as seguintes “variáveis”, ou seja, a maior ou menor:
1.“Concentração” do produto,
2.“Índice respiratório”, ou seja, a quantidade de produto inalado por alguém durante a realização de
uma tarefa, a
3.“Sensibilidade individual”, que nada mais é do que o nível de resistência pessoal à exposição da
substância que faz com que o efeito seja diferente em gravidade de pessoa para pessoa,
4.“Toxicidade”, assim entendido o potencial de nocividade ao ser humano e,
5.“Tempo de exposição”, que somado aos fatores acima determina o nível de conta-
minação e seus efeitos.

Fred sentiu calor e tirou o casaco. Um barulho intermitente se fez ouvir. Chang
deve ter deixado o despertador ligado.

Em um ambiente de trabalho podemos pela “via cutânea” (pele), pela via “digestiva” (ingestão) e pela
“via respiratória” entrar em contato com “seis tipos básicos de substâncias contaminantes” que podem
gerar o chamado “risco químico”, são elas:
1.Poeiras: sobras sólidas de materiais;
2.Fumos: produzidas por condensação de vapores metálicos;
3.Fumaça: resultado de combustão incompleta;
4.Neblina: resultado da condensação de vapores;
5.Gases: produtos que nas condições atmosféricas normais já estão no estado gasoso;
6.Vapores: dispersões provenientes da evaporação de líquidos ou sólidos a determinadas temperaturas.
Os agentes químicos dispersos no ar podem ter características tóxicas que agem diretamente sobre os
organismos através das vias de penetração: respiratória, digestiva e cutânea. Alguns podem até não ser
tóxico, mas podem matar pelo deslocamento do oxigênio do ar no ambiente causando asfixia.
Podem também, ser combustível e ocasionarem incêndios ou explosões.

A visão de Fred começou a ficar embaçada, porém, supôs que era pelo fato de as
letras do texto serem muito pequenas. Focou a visão novamente e seguiu.

36
Para medir as misturas químicas no ambiente são utilizados entre outros, os seguintes equipamen-
tos:
1. O Oxímetro: é o detector de Oxigênio e tem a finalidade de atestar que no ambiente onde o
trabalhador irá executar suas atividades a atmosfera esteja dentro dos padrões normais que são:
entre 19,5% e 23% de O2.
2. O Explosímetro: tem a finalidade de detectar a presença de gases ou vapores combustíveis no
ambiente através do Limite Inferior de Explosividade (LIE) característico e específico de cada
gás ou vapor. O explosímetro, assim como o oxímetro, deverá possuir um alarme sonoro extre-
mamente alto, incorporado para condições de perigo. O visor deverá ser grande, de fácil leitura
e com iluminação de fundo o que garantirá leituras legíveis mesmo em condições de luz fraca.
3. O detector de gás: Alguns equipamentos monitoram e exibem simultaneamente, até cinco riscos
atmosféricos em potencial, incluindo “compostos orgânicos voláteis” (VOCs), Oxigênio, gás
combustível (% LIE) e uma ampla seleção de sensores tóxicos eletroquímicos individuais. Os
VOCs apresentam várias ameaças em potencial ao ambiente de trabalho e são caracterizados
por sua tendência a evaporar facilmente em temperatura ambiente e incluem substâncias
como os solventes: thinner de tintas, Benzeno, Butadieno, Hexano. Estes detectores
analisam os resultados através de fotoionização, permitindo a monitoração de
um espectro abrangente de agentes contaminadores orgânicos voláteis.

O suor escorria pelo pescoço de Fred. E aquele barulho parecia agora ensurdecedor.
Onde está Chang que não desliga este troço…
Os olhos de Fred pareciam querer fechar, mas havia mais para ler. Pensou em ter
visto Chang de pé ao seu lado. Porém, achou que era apenas uma miragem. Passou o
braço pela testa, secou o suor e leu:
Agora, se quer saber mais sobre o que ver vá para P49.
Fred abriu o livro no P49.
...
Fred levantou os olhos e não viu mais nada, sua cabeça pendulou e projetou-se à
frente em direção a mesa. Chang estava de pé atrás de Fred e pôde assisti-lo desacordar.
Chang desligou um aparelho. Nele estava escrito “medidor de gases”…

37
MOMENTO 3
Melk acordou assustado. Reconheceu o lugar, era seu quarto. Meu Deus como
vim parar aqui? Sua cabeça doía um pouco e devagar foi lembrando do acontecido. Fi-
cou em pé. estava inteiro. Mas como? Lembrou da hora em que salvou Fred, que ficou
parado no meio da rua, do ônibus vindo em sua direção, de alguém puxando-o, mas…
e o estrondo, os ossos?…
Ficou sentando por algum tempo tentando entender o que parecia não ter expli-
cação. Uma certeza apenas lhe vinha à mente. Independentemente do tempo em que
estivera assim, estava de volta, vivo e inteiro em sua época...
..........................
Era manhã, embora a luz daquele lugar fosse sempre a mesma. Ana não havia
dormido e passara a noite toda trabalhando. Rik já estava de pé. Chamou-o:
- Rik. Acabei de montar um Oxímetro e estou quase terminando o
Explosímetro.
- Que beleza Ana. Mas e…
- O Medidor de Gases?
- Este está pronto!
- Ótimo! O pessoal não achou muita coisa dos EPIs, mas para nossa
sorte, pelo menos uma máscara de filtro químico e um óculos de
ampla visão nós já temos.
- Já é um começo - disse Ana animada.
- Tão logo termine aqui podemos planejar o procedimento.
- Planejar? - Falou Michel chegando angustiado – temos que entrar
lá logo. Pela planta que fiquei estudando aquela área é nosso
passaporte!
- Para onde?
- Como para onde… para a saída ora!
- Em segurança meu caro temos que gastar mais tempo no plane-
jamento do que na execução. Senão aquela área pode ser nosso
passaporte para a morte.
- Mas… - insistiu Michel.
- Michel. Abraham Lincoln falou certa vez: - Dê-me seis horas para
cortar uma árvore, que gastarei as primeiras quatro afiando o
machado ”. Entendeu? Segurança se faz com planejamento e não
com destemor e coragem!
Michel ficou quieto e um pouco contrariado, mas parecia ter entendido o recado.
Pegou a planta que andava estudando e mostrou a Rik a possível localização daquele
salão. Rik olhou a planta que Michel tinha em mãos.
- Acho que estamos aqui neste ponto que marquei com X1 e a fenda está logo ao lado no X2. Você
tinha razão não estamos na planta.
- Bom… muito bom…
- O que é bom Rik?
38
- Nosso perigo não é tão grande.
- Como assim?
- Isto é um Mapa de Riscos. A NR 9

obriga toda a empresa a criar um. 

É o PPRA!
- O quê? 
- O Programa de Prevenção de Riscos 

Ambientais Michel, da CIPA.


- Quer falar português!
- A Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes. A NR 5 estabelece: O tra-
balho e a preservação da vida têm
que andar juntos. É esta comissão, que dentre outras coisas estabelece os mapas de riscos.
- E porque você falou que o perigo não é tão grande?
- Os círculos, veja. Estes círculos que possuem três tamanhos indicam o tamanho do risco: pe-
queno, médio e grande. Se você está certo a área na qual estamos prestes a entrar possui risco
mínimo, percebe?
- Sim… Mas e esta outra área atrás de nós?
- Bem, esta é realmente preocupante. Porém, se sairmos daqui em direção ao Norte, vamos nos
afastar gradualmente desta área de alto risco.
Rik fora organizar o que faltava.
Passados alguns minutos, um sinal intermitente iniciou. Algo como um alarme
que tivesse disparado.
Todos correram. Menos Michel…
..........................
Os olhos de Fred foram abrindo lentamente. Quando focaram em algo o que
viram foi Chang sentado a sua frente. Seu pescoço doía e também suas costas. Sua mente
tentava entender o que havia acontecido.
- Bem vindo de volta caro Fred!
- O que…o que aconteceu seu Chang? – falou enquanto tentava se erguer.
- O mundo não visível encontrou você, apenas isso!
- Como?
- O mundo “não visível” é a parte mais importante quando o assunto é segurança. Por vezes já
não vemos o que é claro e visivelmente perigoso, o que dizer…
- O que aconteceu seu Chang? Porque desmaiei?
- Estou explicando! Se tiver a educação de esperar…
- Está bem. Desculpe – a cabeça de Fred começou a doer.
- Nunca estaremos em segurança se não apreendermos a ver o não visível. Ele, o “não visível”,
sempre esteve lá, o velho e o tempo juntos.
Aquela frase era conhecida de Fred.
- “Ver para Planejar” Fred! Esta é uma regra que não pode ser esquecida em segurança: Ver para
planejar. Entendeu?
- Mais ou menos.
- É eu imagino – Olhou-o novamente com um ar de desdém.
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- Você fez alguma coisa não é mesmo? Com estes seus tubos e produtos químicos.
- Eu não. Apenas esqueci uma certa combinação aberta. A própria combinação é que fez o resto
– Riu largamente olhando a feição de espanto no rosto de Fred
- Mas tive a impressão de que o senhor estava aqui de pé.
- E estava.
- Mas e como o senhor não foi afetado?
- Trata-se de uma combinação simples, porém, o gás produzido é mais pesado que o ar e ficou
espalhado próximo ao chão, posição onde você estava. Eu como fiquei todo o tempo em pé não
respirei o gás.
- E que gás é este?
- Nada preocupante nem perigoso. É uma reação sem cheiro nem cor. É imperceptível e derruba
você com suavidade e eficácia.
- E agora?
- Agora você aprendeu a respeitar o que “não pode ser visto”… está doendo?
Fred não respondeu. Mas seus olhos ainda irados falavam por si.
- Está bem – Disse Fred querendo acabar com aquela conversa – E o que vem agora?
- Nada!
- Como nada?
- Por enquanto necessito apenas que arrume esta bagunça aqui! É claro… se achar que deve e
queira fazer.
Fred ainda não via muita razão para nada daquilo. Mas mesmo assim… acho me-
lhor não replicar. Foi à arrumação! Começou mudando de lugar pesadas caixas e sacos,
daquela sala para um pequeno depósito como seu mestre lhe instruiu.
Chang lhe disse para passar apenas pelo meio da sala. Porém, após uns dez mi-
nutos, resolveu encurtar caminho por um corredor lateral e com um saco nos ombros
quase escorregou. Resolveu ter mais cuidado. Subia e descia pela elevação entre os
níveis da sala e do corredor que era de uns quarenta centímetros. Aos poucos percebia
o esforço cobrar-lhe os músculos. Foi então, que sentiu uma dor aguda e lancinante
em suas costas. Sua coluna parecia haver se partido em pedaços… caiu no chão junto
do saco que trazia!
..........................
As paredes do quarto estavam praticamente forradas de inúmeros papéis
com cálculos, desenhos e gráficos. Melk olhava a tudo de modo repetitivo. Sua mente
queria encontrar algo. Aquele monte de anotações presas por adesivos somente tinha
alguma lógica para o próprio garoto.
A desordenação, no entanto, sabia, era a forma como pensava melhor. Tentava
não nutrir um pensamento linear, cartesiano. Havia aprendido com sua mãe que ordens
e seqüências podem limitar a capacidade de achar soluções. Portanto, desde pequeno
assim fazia. Quando queria encontrar uma saída para algo espalhava brinquedos ou
objetos pelo chão e ficava olhando até que as conexões se fizessem.
Lembrava de um momento em sua infância quando teve a necessidade de decidir
se falaria ou não a Kate de seus sentimentos. Que espalhou uma caixa de bugigangas
no chão do quarto e ficou ali olhando aquela “bagunça” por algumas horas: havia um

40
boneco de plástico, linhas, um pequeno baú, parafusos e porcas, pedaços de brinquedos
quebrados e pedras, muitas pedras coloridas que gostava de juntar. Aquele cenário caótico
no chão do quarto, aos poucos, foi se revelando e a esperada resposta veio.
Viu no boneco sua pessoa, no baú seu coração e este, embora jogado no chão, não
se abrira. Entre o boneco e o baú se colocavam diversos objetos que interpretou como
obstáculos. Acima do baú algumas pedrinhas que interpretou como pequenas estrelas
de uma noite enluarada. Decidiu: embora tivesse vontade, talvez fosse precipitado abrir
o baú de seus sentimentos.
Lembrou que semanas após, um momento propício oportunizou que ele falasse o
que desejava. Pôde ver em pensamento o boneco e o baú aberto juntos, agora sem nada
entre eles. E é claro, não fora em uma noite, mas sim em uma linda tarde de sol.
Aquele método podia ser entendido por alguns como uma forma de oráculo psi-
cológico. Porém, preferia pensar que era sua mente visualizando os sinais do destino e
organizando suas ações. O fato era que tinha desenvolvido uma estrondosa habilidade
em fazer conexões. Via o que ninguém via. Lia o que não fora escrito. Já havia ganha-
do várias competições de ciências em razão desta sua estranha habilidade, bem como,
resolvido problemas que pareciam insolúveis.
Agora, estava ali novamente. Olhando paredes e papéis como um maluco visio-
nário. A resposta… onde está você?…Foi fechando os olhos para ver melhor. Percebeu
o processo iniciar. Pronto. As peças começavam a se encaixar. Pequenos fios coloridos
iam ligando os papéis. Os papéis se sobrepunham frente ao olhar desfocado montando
outro desenho. Tudo se juntava em uma velocidade espantosa… e quando percebeu,
lá estava o que procurava….
..........................
A sirene soava sem parar e as pessoas ficaram assustadas e em pânico. Umas
jogaram-se ao chão, outras protegiam as cabeças, até mesmo Rik e Ana olhavam tudo
ao redor para entender de onde vinha o sinal. Michel, no entanto, estava ali, imóvel.
Os olhos de Rik aos poucos perceberam a única coisa que não se movia ali. E
então gritou:
- O que você fez? Vamos diga! Que diabos você fez Michel?
Michel nada respondeu. Seu olhar impassível e sem resposta era assustador. Ana
se aproximou já com as mãos nos ouvidos.
- O que Houve?
- Michel! Ele fez alguma coisa e não quer falar! – Ana olhou ternamente para ele, e sua candura que
não possuía julgamentos, desmanchou a rigidez do rapaz que caiu sentado em sua cadeira.
- O que houve Michel?
- Temos que sair daqui Ana – disse o rapaz com ar desesperançado.
- Eu sei Michel. Mas e este alarme? O que…
- Olhe para lá! – Michel apontou o dedo em direção a parede que continha as telas de cristas e
que agora possuíam uma abertura de mais ou menos um metro.
- O que é isto? falou Rik com o olhar fixo.
- Ninguém se aproxime! – Gritou Ana – Busquem, por favor, o que acharam dos EPIs. Rápido.
Houve uma agitação e logo uma moça trouxe uma caixa com uma inscrição feita à
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mão: “EPIs”, com vários objetos em seu interior. Ana colocou a máscara e os óculos, bem
como, as luvas e capacete que haviam sido achados posteriormente. Pegou os aparelhos
que havia consertado e dirigiu-se à fenda.
Ao se aproximar percebeu que se tratava de uma pequena sala iluminada. Com uma
extensão tipo mangueira acoplada aos instrumentos introduziu primeiro o Oxímetro e
esperou. O aparelho foi se configurando e registrou 17,5% ou seja tinha ar, porém, em
níveis pouco recomendáveis. Depois, o Explosímetro e ele não apontava nenhum perigo
de explosão. Por último, o medidor de gases, este não parecia funcionar bem, mas não
acusou nenhum perigo.
Ana se aproximou da porta e viu algo em um canto do pequeno compartimento
que lhe chamou atenção. Como os níveis dos aparelhos nada acusaram a não ser pouco
ar, correu para o interior da sala, pegou uma maleta prateada e saiu. Porém quando saia,
bateu com o ombro na porta e acabou deixando o medidor de gases cair no chão. Juntou
e saiu. Tirando a máscara gritou:
- Fecha isto Michel - O rapaz acionou o botão e a porta novamente se fechou ocultando-se atrás
das telas de cristal
Rik correu em direção a Ana. Ela estava bem e portava a maleta em suas mãos. Rik
e Ana se aproximaram de Michel. Rik falou.
- Como você sabia deste botão?
Michel apenas olhou para a bancada.
Rik e Ana se aproximaram da bancada e puderam ver uma pequena pilha de papéis
grampeados. Neles havia gráficos e números que mais pareciam códigos em uma língua
desconhecida.
- O que é isto Michel – Indagou Ana.
- São plantas de circuitos eletrônicos, mais precisamente umas formas de algoritmos que explicam
a nanotecnologia utilizada neste lugar.
- Nano…
- Isto mesmo. Esta parte não existe na planta porque se destinaria a outra função.
- O que quer dizer? – Perguntou Rik visivelmente perturbado.
- Estou falando de Acelerador de Partículas.
- O quê? Você quer dizer… LHC? Um colisor de Hádrons?
- Bem… Mais ou menos...
- Como assim?
- É algo muito mais avançado do que um colisor. Este aqui é destinado à fusão atômica.
- O quê? – Falou Rik agora com um olhar eletrizado.
- Os antigos colisores de Hádrons devido as suas fortes pancadas acabaram por abrir portais di-
mensionais…
- Os buracos de…
- É isto Ana! As pesquisas perderam o controle propagando buracos de minhoca por todo o planeta e
por isto foram encerradas e proibidas. Embora não tenha sido divulgado muitos cientistas tiveram
acesso a estas informações e acabaram por mapear as coordenadas destes portais. E segundo é
possível deduzir os mesmos estão, de forma clandestina, ainda realizando experimentos.
- Por esta razão que este lugar…

42
- É claro Rik. Este lugar não pode estar na planta porque o que seria realizado aqui não seria
realizado… entendeu?
Rik tinha entendido. Porém, o suor em seu rosto parecia demonstrar que seu
corpo ardia em febre. Ana percebeu.
- O que você tem Rik?
- Nada. Só estou suando – respondeu rápido tentando disfarçar, e voltando-se para Michel per-
guntou.
- E este arsenal aqui em volta.
- Computadores quânticos! Usam algoritmos de fatoração quântica de 5x1010 passos contra 5x 1024
para os mais avançados que conhecemos. Ou seja, os “qubits” fazem em menos de um segundo
na velocidade de teraherz o que os computadores convencionais demorariam 150 mil anos.
- Isto quer dizer que esta usina era um disfarce para a construção deste laboratório?
- Mais ou menos isso. Quer dizer… acho que também ia funcionar para produção energética mas
paralelamente este nível aqui funcionaria em segredo realizando….- fez uma pausa.
- Realizando… diga logo Michel!
- Experimentos em tele transporte!
- Sério?
- Sim. Porém, o que ainda não detectei foi onde colocaram o filtro polarizador vertical que vai
bem aqui – Michel mostra um lugar em baixo relevo na bancada – e é indispensável para a
leitura e polarização de fótons.
- E como ele seria? – Pergunta Ana –
- Como um cristal eu acho. Um cristal de calcita… - Michel responde olhando para a maleta ainda
nas mãos de Ana.
..........................
Fred estava deitado em um sofá tipo divã. Suas costas doíam muito, porém,
Chang estava colocando sua coluna no lugar. Tinha levantado peso de “mau jeito” como
se diz e sua coluna pagou o preço de seu descuido. Aos poucos a dor foi passando e
então, pode sentar-se novamente. Aquele móvel parecia ter a capacidade de tornar a
situação mais sustentável. Olhou para Chang e falou:
- Este sofá é muito confortável!
- Ergonômico – sentenciou Chang
- Como?
- Ergonomia? Não ouviu falar não?
O rosto de Fred respondia por si.
- Está bem! Está bem! Enquanto você se recupera eu lhe ajudo com isto.
Assim falando, Chang puxou um pano imundo e velho que encobria um enorme
monitor de mais ou menos umas 50 polegadas. Após ligar a tela pediu a Fred o pager.
Direcionou a maquininha em direção a tela e Fred pode ver um raio infravermelho fazer
a conexão entre eles. O que estava no pager agora estava no monitor. E este continha
a seguinte mensagem.
_ _O que você está sentindo?
Dor. Foi a única coisa que lhe veio à cabeça. Mas esta não devia ser a resposta.
Pensou por um instante, mas nada lhe ocorreu.

43
- E então rapaz? Qual a resposta?
- Sinceramente não sei seu Chang… apenas sinto Dor e…
- Ah! Vamos ver então – E Chang começou a digitar.
D-O
- Não seu Chang. Não disse que esta é a…- Mas Chang continuou
D-O-R
Tarde demais. Aquela foi a senha introduzida.
Por alguns instantes nada ocorreu e Fred parecia estar desiludido consigo mesmo.
No entanto, outra mensagem apareceu no monitor.
_ _ _Vá para P15_ _ _
Fred ainda meio incrédulo abriu rápido o RPG para ler o que dizia.
Fred digitou a palavra em seu pager e no monitor apareceu.

Veja a seguir as bases da Ergonomia:


U interfaciais: configuração, morfologia, arranjo físico, dimensões, alcances de máquinas, equipa-
mentos, consoles, bancadas, painéis e mobiliários;
U movimentacionais: limites de peso para levantamento e transporte manual de cargas segundo a
distância horizontal da carga em relação à região lombar da coluna vertebral, o curso vertical do
levantamento ou abaixamento da carga, a origem e o destino da carga, conformação da carga, a
freqüência de manipulação da carga.
U espaciais/arquiteturais: aeração, insolação e iluminação do ambiente; isolamento acústico e
térmico; áreas de circulação e layout de instalação das estações de trabalho; ambiência gráfica,
cores do ambiente e dos elementos arquiteturais;
U físico-ambientais: iluminação, ruído, temperatura, vibração, radiação, pressão, dentro dos limites
da higiene e segurança do trabalho, e considerando as especificidades da tarefa;
U químico-ambientais: toxicidade, vapores e aerodispersóides; agentes biológicos (microorganismos:
bactérias, fungos e vírus), que respeitem padrões de assepsia, higiene e saúde;
U securitários: controle de riscos e acidentes através de atividades prevencionistas, pela manutenção
de máquinas e equipamentos, pela utilização de dispositivos de proteção coletiva e, em último
caso, pelo uso de equipamentos de proteção individual adequados, pela supervisão constante da
instalação dos dutos, alarmes e da planta industrial em geral;
U operacionais: programação da tarefa, interações formais e informais, ritmo, repetitividade, autono-
mia, pausas, supervisão, precisão e tolerância das atividades da tarefa, controles de qualidade;
U organizacionais: parcelamento, isolamento, participação, gestão, avaliação, jornada, horário,
turnos e escala de trabalho, seleção e treinamento para o trabalho.

Fred terminou a leitura e levantou os olhos em direção a seu mestre.


- Entendeu agora pequeno gafanhoto. – falou Chang junto a uma gargalhada - O objeto da er-
gonomia, seja qual for a sua linha de atuação, ou as estratégias e os métodos que utiliza, é o

44
homem no seu trabalho, trabalhando, realizando a sua tarefa cotidiana, executando as suas
atividades do dia-a-dia.
- Mais um mundo invisível não é mesmo? Só percebemos quando nos machucamos – Disse Fred
já mais relaxado.
- Percebo que as coisas que aprendeu estão fazendo efeito em você.
- O remédio pelo menos está. Já me sinto bem melhor – riu.
- Pois bem – disse Chang puxando uma caneta estranha em direção ao monitor – vamos ver o
que aprendemos até agora.
Fred ficou olhando para Chang e este para ele. Não sabia se devia falar algo,
mas Chang fez um gesto como: e dai? O que vai ser? Fred entendeu que era sua deixa.
Falou:
- Bem. Existem agentes ambientais que podem se tornar riscos a nossa saúde e bem estar – disse
Fred.
- E quais são eles? – Enquanto Fred falava Chang escrevia.

Riscos Ambientais através de:


1. Agentes Físicos;
2. Agentes Químicos;
3. Agentes Biológicos;
4. Agentes Ergonômicos e
5. Agentes Mecânicos

- Então, se já vi os quatro primeiros, isto quer dizer… - ponderou Fred.


- Sim faltam os mecânicos. Porém, se já se sente melhor, vamos dar uma volta e descansar um
pouco a mente.
Assim sendo, saíram pela rua caminhando despreocupadamente. Chang ia falando
um pouco da história do lugar e apontando para locais importantes. Fred prestava aten-
ção e tentava decorar tudo o que ouvia. Talvez fosse questionado a qualquer momento.
Tudo podia ser relevante para continuar no jogo.
Entraram em uma rua que aos poucos foi afastando seus passos da cidade. Iniciaram
um caminho sem calçamento cercado por árvores. Era muito bonito e aconchegante.
Chang falou.
- Preste atenção no caminho pequeno Fred…
O sorriso agora amigável de Chang aumentou ainda mais a sensação de conforto
no coração de Fred. Ficou mais atento que uma coruja enquanto tentava ver tudo o que
devia. Em todo o trajeto seus olhos percorriam o entorno como um radar. A copa das
árvores, as pedras, o ar puro que enchia seus pulmões, o sol que já batia forte em seu
rosto, pequenos insetos e animais. Tudo era registrado por sua mente.
Foram seguindo a estrada e esta começava uma subida. Subiram. A estrada se
transformou em uma pequena trilha por onde agora começavam a andar. Os passos
foram ficando pesados. Olhou em volta e percebeu que havia perdido Chang de vista.
O caminho terminou em um muro de mais ou menos dois metros. Chang deve estar do
outro lado… Fred subiu e em um salto pisou do outro lado. Olhou para seus pés por um
relance e viu se tratar de um enorme monte de palha e grãos acondicionados em uma
45
enorme caixa de pedra. Olhou para os lados e não avistou Chang, decidiu então imprimir
mais força a seus passos para passar por aquele monte. Seus pés enterravam e saiam.
É como caminhar nas dunas de um deserto. Aquele pensamento era divertido e assim
pisava mais forte… estava quase no meio da caixa e uma sensação de vitória começava
a lhe tomar. Foi quando… sem que pudesse reagir… o chão saiu debaixo de seus pés.
Fred sentia os grãos cobrindo seu corpo enquanto afundava cada vez mais. Gritou
para Chang. Mas, não conseguia vê-lo. O desespero tomou conta de suas fibras. Sua
cabeça começava a ser coberta. Sua boca, seus olhos, seus cabelos…
A escuridão e o sufocamento fizeram tremer todo o seu corpo. Sabia que não
podia abrir os olhos nem a boca. O desespero lhe fez mexer freneticamente os braços e
as pernas. Quanto mais fazia mais afundava. O ar foi rareando, seu corpo amolecendo,
sentiu o frio da morte se aproximar…
Quando seu corpo parecia não mais responder sentiu ser puxado para cima. Nada
fazia. Apenas acompanhava a trajetória obscura rumo…
A luz bateu em seu rosto e Fred abriu os olhos cobertos de farelo e grãos. Abriu
a boca e negociou com o universo o ar que precisava. Chang o estava retirando dali,
pois sem que percebesse, seu mestre havia encaixado uma fina corda em seu cinto. Ele
sabia o que estava por vir.
- Isto se chama engolfamento pequeno Fred – O rapaz ouvia enquanto se ajeitava na beira de
pedra onde atirou seu corpo – engolfamento caro Fred... Foi uma experiência boa? – riu.
Fred decididamente não estava achando graça alguma. Mesmo que tudo tenha
sido planejado por Chang absolutamente não tinha graça. O pó ainda podia ser sentido
em sua boca bem como seu coração que parecia querer sair dela.
- Está pronto para os riscos mecânicos pequenos Fred? – perguntou Chang com sarcasmo.
O fato é que Fred era orgulhoso. E se Chang achava que ele ia desistir tão rápido,
agora é que ia ver a sua determinação.
- É claro que estou! – falou com um tom enfrentador enquanto se levantava com rapidez.
- Está bem - disse Chang - Então é hora de me mostrar isso.
Chang ficou de frente para Fred e disse para que ele se posicionasse ao seu lado
e repetisse seus movimentos. Fred atendeu. De pé, Chang juntou as pernas, levantou
os braços estendidos até a altura de seu peito e após dobrou uma das pernas ficando
apoiado em somente um pé. Olhou para o lado e Fred estava como um reflexo seu.
Chang começou:
- Os agentes mecânicos são os encontrados no cenário que será o local onde se realizará a tarefa.
Tudo o que há em um local de trabalho é importante, bem como, e de maior relevância ainda,
a interação de todas estas coisas. Em um local de trabalho muitas vezes encontramos máquinas
com defeitos por falta de manutenção ou manutenção inadequada, armazenamento inadequa-
do de produtos ou substâncias capazes de oferecerem risco. O transporte de materiais sem a
precaução devida ao trabalhador e ao restante da equipe, problemas de instalação elétrica ou
de manutenção capazes de ocasionar acidentes, pisos escorregadios ou falta de corrimão nas
escadas capazes de provocar quedas de alturas, etc. Por conseqüência, estes fatores se tornam
decisivos para a ocorrência de graves infortúnios mesmo tendo-se a precaução necessária quanto
aos demais agentes que podem oferecer risco.
46
Fred sentiu seu corpo balançar devido à excessiva pressão em sua perna e quase se
desequilibrou. No entanto, olhou firme ao horizonte e restabeleceu seu ponto de equilí-
brio. Chang viu a tudo sem mexer a cabeça um milímetro. Esperou, e após continuou:
- Desta forma caro Fred, de nada adianta ter em mente formas preventivas quanto aos agentes
físicos, químicos, biológicos e ergonômicos sem ter a percepção ampla do “cenário”, bem como,
e principalmente, de seu conteúdo. Portanto, pergunto: O que vê aqui?
Fred olhou a sua volta, porém, percebeu que foi tentando ver ao redor que deixou
de enxergar os passos do caminho que trilhava e que tal ato quase lhe custou à vida.
Portanto, se concentrou apenas na sua situação… estava ali em uma perna só.. tentando
manter o equilíbrio… tendo que negociar com todas as forças da natureza. A gravidade,
os ventos, as formigas que passavam por seus pés, com os grãos de areia que haviam
parado em seus pulmões… respirou, centrou-se e respondeu.
- Vejo que há ao meu redor agentes físicos, biológicos, químicos, ergonômicos e mecânicos. Todos
estão em completa interação comigo. Um depende do outro – lembrou do P23 – “um a sombra
do outro”, “um a contradição do outro”.
- Por ora está bem, caro Fred. No entanto, alguns riscos devem possuir de nós atenção redobrada,
pois geralmente, como já sabe agora, não estão aparentes, mas podem ser “previstos”, como por
exemplo: o aprisionamento em lugares de difícil passagem como dutos e canos, o soterramento
por deslize de terra, e o seu já conhecido engolfamento, ou seja, o fenômeno que ocorre devido
à existência de uma bolha de ar que se forma abaixo de superfícies como grãos acondicionados
e que com o deslocamento causado por nós rompe a bolha e nos faz sermos engolidos pelo que
houver em volta.
Os braços de Fred pesavam como dois canos de chumbo. Fazia um enorme esforço
para mantê-los no lugar quando quase tombou com um vento forte vindo por trás. No
entanto, corrigiu seu eixo de apoio e continuou em pé. Chang parecia inabalável. Como
uma estátua de pedra. Como o monumento da praça. Era incrível. Chang continuou:
- Deste modo, todo o objeto, máquina, edificação e condições de habitabilidade são relevantes
quando em contato com a tarefa a ser realizada. Também deve ser objeto de análise a “correlação
entre as tarefas”. Portanto, se alguém estiver por realizar uma tarefa em determinado local é
necessário que se analisem as tarefas que estarão sendo realizadas em seu entorno, deste modo,
não se corre o risco de se ter, por exemplo, alguém soldando uma peça ao lado de outro traba-
lhando com líquidos ou gases inflamáveis. Lembre Fred: “Tudo e todos são “inseparativos”,
conectados. O que há em um há no outro e tudo está em nós!”
Fred respirava fundo e lento.
Naquele gesto, sentia respirar todos os agentes ambientais ao seu redor. Tentava
manter o controle. Seu corpo, no entanto, parecia não mais agüentar aquela posição.
Passaram-se apenas alguns minutos. Mas a sensação era a de que estivera ali pelos úl-
timos anos. Seu corpo rijo, devido a uma cãibra incontrolável, bateu no chão como um
grosso galho de árvore. O barulho foi oco e abafado.
Chang viu o rapaz se retorcer de dor. Esperou mais alguns segundos, juntou os
braços como que em uma reverência, lentamente baixou a perna que esteve fora do
chão e somente então, foi até ele.
Junto a Fred, colocou uma das mãos por baixo do tênis do rapaz e com a outra

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empurrou lentamente os dedos do pé para trás e assim ficou por um tempo. A dor foi
se dissipando claramente nas feições de Fred. Com a mesma calma, Chang retornou os
dedos para frente e baixou a perna de Fred que já não mais demonstrava traço de dor
em seu rosto. Chang falou:
- Fred! Você fica horroroso quando sente dor.
O rapaz não possuía sentimento algum em seu rosto. Parecia que algo o havia
transformado. Chang percebeu. Ele entendeu o que devia…
Chang esperou o rapaz se recuperar e então falou: - Pronto Fred agora leia o
P52.
..........................
Sob a bancada a maleta de prata estava aberta. Todos olhavam aquele espec-
tro estranho que parecia possuir luz própria. Uma plaqueta de metal, logo abaixo do
baixo relevo da esponja onde se encaixava, acabara com as dúvidas. Ela dizia: Hawking
Connect
- O que é isto? - perguntou Ana ainda atônita.
- É pior do que pensava – disse Michel – ou quem sabe melhor…
- Como?
- Caro Rik. Se eu estiver entendendo bem, isto se trata não de um acelerador de partículas como
pensava, mas sim, de um conector dimensional.
- O que quer dizer Michel? – falou Rik com uma voz cambaleante. A febre parecia ter piorado
muito.
- Stephen Hawking! Aquele físico lembra?
- Sei. O que teve esclerose múltipla e não mais mexia seu corpo, mas que mexeu com a relatividade
de Einsten – afirmou Ana de pronto.
- Exato! Ele predisse que passagens temporais como buracos negros apenas transformariam massa
em radiação e que, portanto, não poderia haver tele transporte de um corpo. Entretanto, acenou
que nada parecia impedir de que se alterassem as dimensões ao entorno destes corpos. Ou seja,
não seria preciso desfragmentar um corpo e materializá-lo novamente, mas sim e somente,
alterar equalizando as faixas vibracionais dimensionais. Ou seja, os portais dimensionais, ou
buracos de minhocas, como uma abertura esférica no cosmos, permitiriam que alguém em São
Paulo desse um passo e ao final deste estivesse no Saara, por exemplo.
- Então é possível que…
- Isso eu não sei. Mas ao que tudo indica, tudo aqui serviria para isto.
- Mas onde se abriria o portal? Indagou Ana.
- Teoricamente ele não se abriria… Aqui seria o portal…
Todos olharam em volta. Aquilo era impressionante até mesmo para os mais céti-
cos. A necessidade, no entanto, é sempre uma mola para a solução. Todas as hipóteses
deveriam ser consideradas.
Quando Ana e Michel voltaram seus olhares encontraram Rik, caído sob a bancada.
Seu corpo ardia em febre e sua mente estava desacordada…
..........................
A equação estava incompleta. A mente de Melk girava atordoada. Faltava uma
peça. Como não vi antes… agora tudo parecia desmoronar. Todos os riscos… As possíveis
48
conseqüências. Tudo em vão…
Faltava uma pessoa. Sem ela a conexão possivelmente não se completaria. Não
podia voltar mais. Era muito arriscado. Mais pessoas podiam ser afetadas. Tinha que
encontrar outra solução.
Melk juntava as pontas soltas da bagunça de seu cérebro: Era certo que naquele
momento a relatividade de Einstein tinha dado lugar à mecânica quântica através das
superdimensões, portanto, porque razão esta não poderia estar em contradição com a
teoria das cordas ou ainda com a Teoria-M de Edward Witten?
Segundo a Teoria-M era possível a supersimetria. Foi nisso que Ch… era isso! Ele
falava o tempo todo nisso! Por esta razão ainda não tinha acontecido nada… Porém,
o coração de Melk parecia não querer arriscar mais do que já havia arriscado. Se não
tinha domínio desta teoria em relação a partículas, pelo menos em relação às ondas
vibracionais poderia dar certo.
Seus olhos se iluminaram novamente. O velho rádio! A maior invenção de todos
os tempos talvez pudesse lhe salvar.
Depois de algumas horas e de exaustivos testes resolveu fazer um experimento.
Usando cálculos adequando a supersimetria mandou a mensagem utilizando um
modulador de sua própria fabricação. O modulador recebia as ondas emitidas e codificava
junto a coordenadas pré-definidas. As coordenadas eram para aquele mesmo lugar, para
o rádio relógio de sua mãe e para a primeira hora da manhã daquele mesmo dia.
Respirou. Tinha que dar certo. Iniciou a transmissão: Mamãe! Sou eu Melk. Isto
é um experimento. Por favor, antes de sair deixe um bilhete amoroso em meu quarto.
Porém, preste atenção. Não me acorde. Um bom dia para senhora.
Pronto!
Melk ficou de olhos fechados, tinha medo de abri-los. Porém sabia, tinha que
fazê-lo. Foi abrindo lentamente, com mais temor que determinação. Olhou em volta. O
quarto estava do mesmo jeito que segundos atrás.
Desolado e abatido levantou-se. Precisava lavar o rosto e tirar dele aquela sensação
de fracasso para começar de novo.
..........................
Chang e Fred estavam sentados há quase meia hora e nenhuma palavra
tinha sido trocada. Olhar livre no horizonte e na cidade que se podia ver pequena do
alto daquele morro. Ambos pareciam comungar da mesma sensação. E esta tinha como
fundo musical, o silêncio.
Após mais alguns minutos Chang falou:
- É bonito de ver, não é mesmo?- a mesma frase do menino no parque.
- Sim. É bonito. O velho e o tempo juntos – Chang olhou com o canto do olho. Fred continuou
– Entendi Chang. Acho que agora vejo do modo certo.
- Sabe Fred. Não há modo certo ou errado de ver as coisas. Cada um vê a vida com os olhos que
costuma levá-la. No entanto, há pessoas que treinam seus olhos para ver o “invisível”, as co-
nexões não perceptíveis aos olhos despreparados, o que liga a tudo e a todos... Por exemplo,

49
o que o fez cair?
A dor. Pensou Fred. Mas sentia, não era só isso. Havia os fenômenos externos ao
seu corpo e os fenômenos internos que lhe causaram a cãibra. Porém… o desequilíbrio.
Este foi causado pelos temores e crenças que existiam em sua mente e que certamente
não habitavam a de Chang, pois este manteve seu equilíbrio inclusive quando ouviu
seus gritos de dor.
- Minha mente Chang. Foi ela que me derrubou.
- Muito bem Fred. Isto é notável. Há um sexto fator muito mais invisível e que você acabou por
conhecer. Este fator é formado por nossos problemas e conflitos pessoais. Por tensões que tem
origem na nossa família, nas amizades e nas próprias relações no ambiente de trabalho. São
os chamados “Fatores psicossociais”. Eles são como amigos invisíveis capazes de abalar nossa
motivação e concentração quando estamos realizando uma tarefa. O que o derrubou Fred?
- Eu vi o vento e temi. Vi as formigas picando meu pé e me desconcentrei. Vi a sua força Chang e
me desmotivei. Vi meu corpo naquela posição e acreditei que não conseguiria mantê-lo daquele
modo por muito tempo. Desta forma, vi tudo, porém, ver tudo não me fez atingir o objetivo.
- E qual é a saída meu caro?
Fred olhou em volta e percebeu harmonia entre tudo que ali estava. Porém, pela
primeira vez, se percebeu também em harmonia com aquele lugar. Tudo é inseparativo…
- pensou. Porém, no momento do teste, julgou estar separado do restante. Por isso, o
restante o refugou. Como em um processo químico: quem tem o que trocar combinará,
quem não tem, é excluído da cadeia de combinações…
- Fred!
- Sim! Desculpe. Acho que fui longe…
- Seu treinamento acabou Fred.
- Como?
- Sim! Somente treinamos algo para no momento certo realizar. Agora está na hora. Vamos voltar
à cidade.

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MOMENTO 4
Melk levantou-se. E ao fazer, esbarrou na prateleira
ao lado da cama. Um papel caído a seus pés não parecia
fazer parte daquela desordem. Pegou. Abriu. Nele estava
escrito: Não vá fazer bobagem. Te amo querido.
Os olhos de Melk se encheram de lágrimas… sua
mãe recebera a mensagem, era só começar a nova etapa
do plano.

Fred e Chang chegaram na frente de um prédio antigo, mas muito bem


cuidado. O garoto não entendia ainda o que faziam ali. Seu olhar desconfiado chamou
a atenção de Chang.
- O que foi Fred? Acha que não podemos aprender sobre segurança em um teatro?
Fred na verdade não achava nada. Somente achou estranho não estarem em uma
fábrica ou algo assim, afinal, estava aprendendo sobre Segurança no Tra..
- Sim Fred! Segurança no Trabalho. Trabalho é toda e qualquer atividade que realizamos. Em
qualquer lugar, em qualquer que seja o momento. Portanto, qualquer lugar é lugar para aprender.
No entanto, este não é qualquer lugar, mas sim “o melhor lugar”.
O olhar ainda um tanto incrédulo de Fred o acompanhou quando eles passaram do
saguão para o interior daquela casa. Aquilo era mágico. Tudo era de um preto misterioso.
Havia o palco, as cortinas também pretas em seu redor, luzes no teto, as poltronas e…
um silêncio, que mais parecia uma oração. Chang perguntou:
- O que você sente Fred?
- Paz seu Chang. Esta é a palavra que me vem à mente.
- Isto é bom. Lembre-se Fred. Segurança “é um estado d´alma e não uma realidade”. É assim
também com a paz…
Fred ficou pensando na frase, no entanto, uma senhora começou a se aproximar.
Pelo jeito dela julgou ser a faxineira do lugar. Esperou onde estava. Chang foi falar com
ela, Fred ficou. Ela, com o decorrer da conversa, por vezes olhava para Fred e dava um leve
sorriso. Alguns minutos depois Chang veio até ele e disse para descerem. Desceram.
De pé em frente do palco Chang falou:
- Caro Fred. Mara é uma grande diretora de teatro e gentilmente aceitou lhe ensinar como tudo
deve ser. Preste atenção e guarde tudo em sua memória. Ela ia ensinar? Ficou envergonhado
por ter mais uma vez se enganado com as aparências. Enquanto tentava disfarçar seu rubor, a
senhora se aproximou e falou:
- Meu jovem. A vida é como uma peça de teatro. Há um início, um meio e é claro, um fim. No
entanto, uma vida não se vive sozinho. Portanto, tudo e todos são importantes. A vida é im-
permanente como um rio com suas curvas e correntezas. Porém, antes de nos entregarmos a
este rio podemos ter a preparação e cautela necessárias para estarmos em segurança e melhor
zelar para que o aprendizado que o rio tem a dar seja aprendido. Desta forma, nós aqui neste

51
teatro, obedecemos a cinco regras, que chamamos de “As cinco regras da segurança” - Quando
terminou de falar, a senhora prendeu na parede o seguinte cartaz:

As cinco Regras da Segurança


Fase de PLANEJAMENTO

1ª . EU sou a coisa mais importante deste mundo.


2ª. QUALQUER OUTRA PESSOA é tão importante quanto Eu
3ª. É preciso aprender a VER e PREVER para atender as duas regras acima.
O que é preciso VER:
a) Roteiro: (Traçar os passos da tarefa)
b) Figurino: (EPIs)
c) Cenário: (EPCs + local da Tarefa de forma inseparativa)
d) Personagens: (Quem e porque? + condições emocionais)
e) Apoio: (Luz, Som, Condições materiais)
O que é preciso PREVER:
a) Tudo acima com outro roteiro e personagens.
b) Calcular imprevistos possíveis na execução.

Fase de EXECUÇÃO

4ª. PEDIR LICENÇA AO UNIVERSO INSEPARATIVO para realizar a tarefa


5ª. Realizar SOMENTE O QUE FOI PLANEJADO.
Para isso:
a) Ter a Motivação Correta: (Estou bem e pronto neste exato momento?)
b) Ter Atenção e Concentração: (Durante todo o tempo)
c) Nunca Improvisar: (Nunca!!)

Fred ficou olhando estupefato. A senhora retomou:


- Como você pode ver são cinco regras simples. As três primeiras tratam do que você deve ter
em mente quando planejar uma tarefa. Vamos a elas: Se você é a coisa mais importante e toda
e qualquer outra pessoa é tão importante quanto você, é preciso VER e PREVER para que todos
fiquem bem. Se estou certa, é quanto a estas regras que você tem sido treinado até agora. No
entanto, como disse, a vida é como uma peça de teatro e uma peça é uma tarefa, portanto a
vida, como um todo, é uma linda tarefa a ser vivida.
Fred olhava para o cartaz e para ela e sentia que seu coração estava ali, apren-
dendo junto a sua mente. Ela continuou.
- Toda a tarefa tem um roteiro e é preciso visualizar seus passos antes, durante e depois de sua
realização. Muitas vezes temos atenção durante a execução dele e nos colocamos em risco logo
após seu término, portanto, é preciso cuidado em todas as suas etapas. Toda a tarefa também
exige um figurino adequado certo? Portanto, em certas tarefas com grandes riscos, para bem
atender a primeira regra, há a exigência do uso de EPIs, Chang mostrará a você depois. Também,
o cenário é importante. Deve ser adequado e seguro. Cada coisa colocada de forma a proteger os
personagens. No seu caso, o uso dos EPCs, tais como: cones, faixas e correntes de isolamento,
tapete de borracha e placas de sinalização, visam atender à segunda regra.

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Chang falou:
- Depois você pode ler mais sobre isso caro Fred.
Mara voltou a falar.
- Pois bem. Há, é claro, os personagens, uns os protagonistas da tarefa, outros os coadjuvantes.
No entanto, a escolha de quem realizará e quem apoiará deve ser feita com cuidado e critério
técnico. Assim, atendemos às duas primeiras regras juntas.
Fred acompanhava àquela lição com olhos bem atentos. Começava ver a tudo e a
si de forma inseparativa.
- Outra coisa. Tão importante quanto tudo isto é o último ponto. Ou seja, o apoio, na forma de
uma luz adequada, ruído que não prejudique a concentração, bem como, nas condições materiais
disponíveis para cada tarefa. Ou seja, condições que realmente ofereçam segurança.
Mara esperou por um momento. Fred parecia estar computando tudo em sua
mente.
- Vamos para a outra parte? – Fred assentiu com a cabeça – Muito bem! - Desta forma, vimos o
que precisávamos “ver”. Agora é preciso “prever”. E prever nada mais é do que visualizar ante-
cipadamente tudo o que foi dito com alterações de roteiro e personagens. Usamos a pergunta
“e se?”. Assim, nos perguntamos: “e se” o ator ficar com a boca seca? Ah devo colocar um copo
d’água ali então, “e se” ele escorregar perto da escada? Certo! Colocarei uma barra para que se
apóie. E assim por diante.
Mara fez uma pausa. Olhou para Fred e este tinha os olhos brilhando.
- Tudo claro? Ótimo! Desta forma, visto e previsto podemos nos dirigir à Execução do que desejamos
realizar. Pronto para o final?
O olhar de Fred dizia que sim.
- Pois bem. Você já sabe que nós estamos ligados de forma inseparativa a tudo que nos cerca, não
é mesmo? Portanto, nada mais adequado do que pedir licença ao universo antes de realizar qual-
quer ação. É o momento em que nos concentramos, repassamos os passos que projetamos e nos
colocamos prontos para a missão. São os minutos que antecedem o início do grande espetáculo.
E que, por vezes, são decisivos para a fiel realização do que fora planejado.
Chang sorria terno ao ouvir Mara falar.
- Ao fim meu rapaz, a última regra. Lembre: “somente executar o que foi planejado”, pois de nada
terá adiantado o planejamento se alterarmos o projeto quando da realização. Este tem sido um
fator causador de muitos acidentes, portanto…
- Entendi… disse Fred.
- Que bom! Então lembre! Para poder “executar” devo me perguntar: estou pronto e bem, como
imaginei que estaria quando do planejamento? O tempo pode alterar condições e criar uma dis-
tância enorme entre o que se pensou no planejamento e o que é possível fazer no momento da
execução. Estou, portanto, com a motivação correta para fazer isto? Estou com a mente aqui ou
em um problema lá fora que ainda não solucionei? Resposta positiva segue-se adiante. Tendo a
motivação correta, estaremos “atentos e concentrados” em cada detalhe durante todo o tempo,
e como disse também após realizar, para estar seguro ao sair do local. E por fim caro Fred, e não
menos importante: “Nunca improvisar”. É bonito nos filmes da TV, mas não na vida real. Uma
faca só serve para cortar, portanto, nunca deverá substituir uma chave de fenda, por exemplo.
Certo? Bem, é isto!

53
Os olhos de Fred estavam petrificados. Seria assim tão simples? Enquanto pen-
sava, Chang agradecia à senhora e esta fez um sinal de adeus a Fred antes de sair. Ela
entrou, falou e saiu. Fred pensou: a vida também é assim. Rápida. Portanto, deve ser
protegida…
- E então caro Fred? Que cara é esta?
- Sei lá…me parece complicado aprender a ver tudo isto ao mesmo tempo: cenário, apoio, figu-
rino correto….
- São como imagens em cacos de espelho meu jovem! Já viu imagens refletidas em cacos de vidro
ou espelho?
- Sim… mas…
- Pois então! Nosso cérebro possui a capacidade de montar toda uma cena a partir de pequenos
referenciais. Ele não precisa ver o todo. Apenas uma parte é suficiente para que tudo seja
montado. Ou seja, uma parte é captada pela visão e o restante é montado pela memória ou
pela imaginação.
- É verdade…
- É claro que é verdade, gafanhoto! – Falou Chang rindo da resposta de Fred – Pois bem, agora
suponho que está pronto para planejar e executar.
Fred respondeu afirmativamente e então Chang o fez sentar em uma das poltronas
mais acima do teatro e lhe disse:
- Leia o P9 e siga seus passos.
Fred abriu seu livrinho…
...
Fred respondeu o desafio e junto com Chang saiu em silêncio daquele lugar que
mais parecia um santuário. O rapaz seguia os passos do Mestre e estes se dirigiam no-
vamente para a montanha…
..........................
Os planos na caverna estavam prontos para serem executados.
Rik estava inconsciente e a febre parecia não querer ceder. Um ar de instabilidade
tomou conta daquele lugar. No entanto, sabiam. Mesmo sem seu líder os planos tinham
que ser seguidos.
Michel e seu inseparável rato revisavam, incessantemente, os gráficos que proje-
tara. Já tinha descoberto até mesmo onde se encaixava aquele polarizador de fótons.
Ana, por seu lado, dava os últimos retoques nos aparelhos e olhava mais uma vez para
a fenda onde estavam prestes a entrar.
O primeiro plano era passar pela fenda seguindo o mapa em direção ao norte. Ana
usava os EPIs disponíveis. Iria, dando certo, todos seguiriam. Seu coração batia forte
junto a sua determinação. Estava pronta. Tudo estava revisado.
- Vamos lá! – disse Ana em tom determinado.
Michel e um rapaz começaram a tirar os plásticos enfiados na fenda enquanto
revisavam os planos:
- Primeiro?
- Desobstruir a fenda.
- Depois?
54
- Medição com Oxímetro.
- Muito bem! E dai?
- Daí, Explosímetro!
- E então? – indagava Michel.
- Então entro, ora! – disse Ana em tom nervoso.
- E o Medidor de Gases? Esqueceu o Medidor, Ana!
- Não esqueci não. É que não deu para consertar de jeito nenhum.
Michel foi sentindo um mal estar e, ao contrário do rapaz, foi tapando a fenda
novamente de forma angustiada.
- O que está fazendo? – Falou Ana já irritada.
- Sem o medidor não dá, Ana.
- Como não dá? Vai ter que dar. Sai da frente Michel!
- Não, Ana! Você não vai!
O rapaz nervoso intervém.
- O que há Michel? Temos que tentar!
- Rik disse! Ele disse! Planejar! Planejar! Quatro horas… afiando machado…
O rapaz e Ana entenderam que Michel estava tendo um surto. Dirigiram-se a ele
de modo mais amistoso. Ana falou:
- Calma Michel. Vamos conversar.
Michel foi se acalmando com a voz de Ana e aos poucos conseguiu falar nova-
mente.
- Não dá, Ana! Temos que achar outra forma.
- Você está falando do medidor? Eu tenho uma máscara!
- Não dá! Temos que eliminar todas as formas de risco.
- Mas, como fazer Michel?
Os olhos molhados de Michel focaram distante. Na distância de seu passado. Mais
precisamente em uma frase marcante de sua infância. Olhou para Ana e seus olhos
estavam inundados. Michel, com a voz embargada falou.
- Tenho uma idéia.
- E qual é? Perguntou Ana.
Michel colocou as mãos no bolso e o que elas trouxeram causou espanto.
- O que quer dizer Michel?
- É isto mesmo! Derik vai primeiro.
O olhar consternado de todos tomou o salão. Michel segurando o rato e a emoção,
começou a explicar o plano.
- Fiz este transmissor simples com as peças da Indramax de Rik que pode transmitir imagens no
monitor. Assim, empurramos lá para dentro o transmissor junto com os aparelhos e o Derik.
Observaremos os sinais dos medidores, bem como, as reações do… – fez uma pausa.
- Michel...você não precisa…
- Se Rik estivesse consciente era o que ele faria Ana. Portanto, observaremos pelo tempo necessário
para termos total certeza de que é seguro.
O plano embora envolvesse algo importante para Michel foi aceito por todos. Derik
substituiria o medidor de gases e eles observariam tudo com segurança.
Após preparar tudo conforme o planejado começou a execução. A fenda foi aberta
55
e após tudo colocado lá dentro, inclusive Derik, fora novamente fechada.
Pelo monitor todos podiam ver o que se passava lá dentro. O Oxímetro acusou
boa taxa de oxigênio, o que era bom. O Explosímetro não fez sinal algum. Derik, por
sua vez estava bem e disposto, ia fuçando a cada metro do caminho por que passava.
O rato estava esperto e caminhava, conforme o projetado, apenas nas patas da frente,
já que nas de trás haviam acoplado uma espécie de carrinho com rodas aonde iam os
aparelhos e o transmissor. Tudo estava correndo bem. Derik foi seguindo o caminho
como se tivesse tomado parte do plano e entendesse o trajeto a percorrer. Apenas em
um momento quase desviou para a direita em direção a área errada. Porém, como se
possuísse controle remoto, corrigiu a rota e agora estava a uns dois metros do final do
percurso. Michel sentiu alívio por seus temores serem infundados.
A alegria de todos foi extasiante quando a câmera mostrou que havia uma porta
amarela intacta no final daquele trajeto escolhido. Como uma explosão de emoções
cada pessoa pôde se projetar passando por aquela porta e retornando as suas vidas. As
pessoas se abraçavam e choravam. A alegria tinha tomado conta da sala.
O plano havia dado certo. Bastava esperar mais um pouco e logo estariam em
casa.
Enquanto todos se organizavam para deixar aquele lugar algo estranho começou
a acontecer…
Derik parecia ter perdido a visão e o olfato, pois batia com a cabeça nas paredes
laterais sem poder evitar. Michel olhava atento e pode ver a respiração ofegante de
seu amigo. Ele estava em sofrimento e Michel também. Ana sentou-se ao seu lado e,
embora as pessoas não percebessem, aquela porta tinha se fechado para eles. Uma
coloração violeta pôde ser notada no pelo branco do animal e ela aumentava a olhos
vistos. Quando a mancha tinha uma dimensão de mais ou menos cinco centímetros o
rato começou a ofegar. Derik perdeu as forças nas patas dianteiras, sua respiração foi
rareando vagarosamente até que parou. O animal estava morto.
As pessoas aos poucos foram percebendo a imagem no monitor e iam parando as
comemorações. Ninguém precisou perguntar o que tinha acontecido. Também, ninguém
fora consolar Michel em sua perda. Apenas Ana segurava forte sua mão num misto de
agradecimento e pesar. Ana não sabia bem do que tinha escapado. Não sabia quais
seriam as dimensões daquela intoxicação no corpo humano, porém, ficou aliviada de
não estar lá dentro naquela hora.
Ana reconheceu que sua vida tinha começado novamente.
..........................
De volta à montanha tudo lá de cima parecia pequeno. Os problemas, as
aflições e inclusive a natureza humana.
Fred olhava a tudo com outros olhos. Os olhos da mente e do coração. Chang
estava em silêncio junto ao silêncio do lugar. Até que falou:
- Está bem Fred. Olhe por favor, aquela casinha lá embaixo de cor amarela e cercada por lindas
árvores. Ela é um pequeno reduto reservado do paraíso. Como pode ver há uns bois, uns cava-
los, patos e alguns outros animais, todos convivendo em harmonia junto com os moradores e
inclusive com as crianças da casa. Olhe bem e me diga o que vê!
56
Fred deixou-se levar por aquela cena. É realmente bonito de ver. No entanto,
quando percebeu o que pensou, sentiu um tremor em seu corpo. Outra pergunta se
fez em sua mente: Se aquilo era bonito como fazer para que assim ficasse? Seus olhos
então passaram a ver o não visível… e as cenas que via não eram boas. Entendeu o
que era previsão! Falou.
- Seu Chang! Além das sensações boas e da felicidade possível de se notar no rosto das pessoas
que ali estão, receio estar vendo outras, e estas não são boas.
- Não tem problema. Conte-me o que são!
- São sensações de perda, choros e tristeza.
- E porque razão Fred?
- Uma delas é porque as árvores são muito próximas da casa e com um vento muito forte caíram
sobre ela ferindo pessoas. Outra é o fato de não haver cerca em volta da casa e um bicho que
se assustou atropelou uma pequena criança. Outra ainda é um incêndio por causa da antiga
e precária fiação da casa que entrou em curto devido a um rato, no sótão, ter, por descuido,
unido duas partes desencapadas. Outra são as conseqüências terríveis da saída de escorpiões
escondidos embaixo do assoalho em razão de uma reforma sem cautela. E… - parou por um
instante – E… é muito triste seu Chang enxergar tudo isto.
- Esta bem. Calma Fred – disse Chang passando o braço por cima do ombro do rapaz – prever nem
sempre é agradável, porém, é o fato de “ver” e “prever” que podem tornar os momentos bons
de nossa vida duradouros.
Fred chorava. Estava muito tocado com o que acabara de ver.
- Fred! Isto por enquanto, só aconteceu em suas previsões. Calma.
O rapaz foi respirando e lentamente as visões o abandonaram. Lá embaixo apenas
a harmonia continuava a existir.
- Tenho que falar com eles seu Chang!
- E será que eles querem ouvir o que tem a dizer?
- Como?
- Fred. Este é um dos estigmas de quem vê.
- Como?
- Nem sempre temos a receptividade necessária de quem queremos proteger Fred.
- Mas não posso ficar aqui parado.
- Não estou dizendo para ficar. Apenas estou dizendo para escolher o modo como dizer, para que saia
de lá tranqüilo de ter feito a sua parte, mesmo que eles não atendam a nada do que disser.
Fred ouviu o que Chang disse, porém, seu coração achou que deveria descer o
monte.
..........................
Melk havia enviado a mensagem, agora bastava esperar o desfecho. A men-
sagem por rádio intermitente e repetitiva deveria achar o seu destino.
..........................
Fred estava no Hotel e suas malas estavam prontas para voltar para casa.
Repassava em sua mente tudo o que aprendera e como tinha transformado sua forma
de ver as coisas.
Lembrou de todos os seus passos. De todos, inclusive do último e misterioso passo.
Sua mente ainda tentava entender, porém, parecia que somente seu coração tinha a
57
chave do mistério.
Lembrou de quando desceu o morro, que falou com as pessoas da casinha amarela
e de como, mais uma vez, Chang parecia estar certo. De seus olhos desanimados ao subir
novamente a colina e dos mesmos olhos, que logo após, ficaram estupefatos ao abrir a
velha porta de metal do beco.
Não havia mais nada ali. Nada além de poeira e muita sujeira. Nada de laboratório.
Nada de Chang.
Não havia dado tempo para desmontar e sumir. Não entendia como aquilo termi-
nou assim. Porém, sentia que não fora em vão e fosse um delírio de sua cabeça ou não,
tinha aprendido algo importante naqueles dias.
Vinha a sua mente a imagem do memorial que visitara pela última vez após sair
da sala vazia no beco. Tudo estava claro agora. Sempre esteve ali. Um memorial é mais
que uma homenagem é antes, uma previsão. Uma ante visão. Ou seja, uma situação não
pré-vista pode acabar em um memorial…
Mas a coisa sem solução que mais o angustiava era o como atender a mensagem
que recebera pelo computador e que iniciara tudo aquilo. Salvar quem? Onde?
Havia ainda uma matéria sobre os 5 Ss para ler e um questionário para preencher
ao fim do RPG sobre tudo que aprendera. Faria isto em casa.
Sua mente não conectava mais nada, porém, seu coração que aprendera a ver e
prever sentia: vamos em paz, tudo está feito…
..........................
Os olhos de Michel não transmitiam desolação. Ao contrário, mais parecia uma
luz que irradiava um misto de alegria e espanto.
- Como você sabia Michel?
- Não sabia, Ana. Foi a mensagem. Ela sabia.
- Do que está falando?
- É complicado. Nem eu mesmo sei no que acreditar.
- Mas fale. Talvez pelo menos lhe faça bem – Michel levantou a cabeça e os olhos ternos de Ana
apaziguaram-no a alma novamente. Resolveu falar.
Michel explicou uma história antiga a Ana que remontava sua infância. Falava
com um tom arrastado como quem carrega lembranças demais. Ana ouvia cada detalhe
e sua mente viajava junto às nuances quase inacreditáveis daquela narrativa.
Em um dado instante Michel parou de falar. Os olhos de Ana e Michel se acen-
deram como faróis.
Eles olharam para o relógio na parede e quase não puderam conter a surpresa.
Olharam em volta. Ninguém parecia perceber naquela conversa. Michel e Ana se
entreolharam novamente. Era um olhar cúmplice de quem esconde um segredo. Ela fez
um sinal afirmativo com a cabeça, segurou forte a mão de Michel e ele digitou algo no
teclado a sua frente.
Três segundos após um clarão se fez e nada mais pôde ser visto naquela caver-
na.

58
EPÍLOGO
Quando Ana chegou em casa não ouviu barulho algum. Foi silenciosamente
ao quarto de seu filho e, vagarosamente, abriu a porta. Que bagunça meu filho, você
nunca vai tomar jeito…
Andou pelo quarto e viu ao lado da cama o bilhete que fizera pela manhã. Po-
rém, sua presença foi percebida e o garoto, embora cansado e com sono lhe estendeu
os braços.
- Dá um beijo mamãe! – Ana abraçando-o falou ternamente.
- Melk. Será que você vai ser sempre assim?
- Assim como mamãe?
- Assim. Nesta eterna bagunça.
- Acho que sim mamãe – Melk falou isso enquanto pela tênue luz que adentrava pela porta per-
cebeu algo estranho em sua mãe.
- Mamãe, pode acender a luz do quarto?
Quando Ana sentou-se a seu lado, após acender o abajur, dos olhos do menino
caíram duas vertiginosas lágrimas. Ana não sabia do que se tratava, porém resolveu
ficar em silêncio. Melk foi quem falou.
- Onde estão as manchas na sua pele mamãe?
- Que manchas Melk?
- Do acidente na usina… lembra?
- Você está dormindo Melk? Você sabe, já lhe contei mais de mil vezes que Derik salvou a minha
vida. Isto só teria acontecido se…
- Está bem mamãe, já sei…
Na verdade Melk não sabia. Aquela nova realidade só fazia parte das memórias
de Ana. Até onde sabia sua mãe e os outros passaram por uma fenda e se salvaram em
uma porta amarela no fim do caminho. No entanto, todos foram contaminados, e um
a um, estavam morrendo de um irremediável câncer inclusive sua mãe. Ana e Michel
nunca mais tinham se visto. Rik, na verdade, “Fredrik”, ou simplesmente, “Fred” como
era chamado na sua juventude, ficou famoso antes de morrer por ter liderado o grupo e
após divulgar a existência daquele ilícito laboratório. Precisava saber o que tinha sido
alterado. Como Ana se salvara.
Por outro lado, o coração de Melk estava por explodir. Não podia crer que tudo
afinal tinha dado certo. Não conseguia, por isso, deter as lágrimas que insistiam em
rolar por sua face. Ana ficou preocupada com o jeito do garoto, assim, levantou-se para
preparar um chá para que ele se acalmasse.
A mente de Melk, entretanto, não conseguia deter a magia daquela equação. Fora
necessário acionar quase todo o universo para mudar um ato apenas e salvar sua mãe.
Ela não entrou, portanto nem ela nem os outros iriam mais morrer daquele maldito
Câncer...E ele. Ah! Ele havia nascido novamente para a vida e seu bauzinho estava
aberto e radiante.
Ana trouxe o chá e eles ficaram conversando na sala. Melk puxou assunto.

59
- Mamãe, conta de novo como vocês saíram de lá?- Ana estava achando Melk muito estranho
aquela noite. Mas enfim, resolveu contar o que para ela já era uma velha ladainha.
- Bem! Eu ia entrar na fenda quando Michel intercedeu. Então Derik foi primeiro e morreu. Per-
cebemos que… Ah! Melk… tem certeza?
- Ah Mãe…
- Está bem… Após percebermos que aquela não era uma estratégia possível Michel e eu tivemos
uma conversa. Nesta conversa, enquanto todos ainda se restabeleciam do choque de não poder
sair dali como planejado, Michel contou-me um segredo. Ele disse:
“- Quando era criança morava em um pequeno sítio. Um dia um rapaz muito tenso e estranho
chegou falando dos riscos que existiam lá e das precauções que devíamos tomar. Meu pai é claro
ouviu e após agradeceu. E, quando o rapaz saiu, rimos todos daquela loucura. No entanto, dias
depois outra coisa estranha se deu. Toda vez que ligávamos o rádio, em qualquer estação que
fosse, vinha àquela mensagem“.
Eu perguntei:
- Que mensagem Michel? – Ele fez uma pausa como que voltando de suas insólitas lembranças
e disse:
“- A mensagem dizia:”Embora sejamos todos iguais, em nosso mundo, a vida de um ser humano
vale mais que a de um animal”
- E ai? – Perguntei.
“- Bem! De tanto repetir aquela mensagem meu pai resolveu cercar a casa onde vivíamos e foi
no tronco desta cerca que parou a cabeça de um touro que havia disparado em minha direção.
Entende? Se não fosse esta loucura… eu não estaria aqui”.
Eu gelei com o que ouvira e então perguntei a ele.
- Por isso mandou o Derik no meu lugar?
“- É! Foi sim. Eu e você fomos salvos pela mensagem”.
Agora ambos não sabíamos no que acreditar. Eram muitas sensações, muita vontade
de sair dali e o passado, naquele momento, parecia um bom, refúgio para nós.
Ficamos assim por uns instantes até que Michel tornou a falar.
“- Tinha mais uma coisa…”.
Disse ele baixinho
- O quê – Perguntei eu.
“- Uns números”.
- Números?
“- É. Junto a um chiado danado tinha uns números e letras ao final daquela mensagem”.
- E você lembra?
“- Claro! No fim da frase dizia: 09:30- Q L I C V”.
O mais espantoso meu filho é que no relógio que havia lá, marcava exatamente
09:29… Eu e Michel deduzimos a mesma coisa. Portanto, esperamos mais um minuto.
E assim, quando deu “09:30” eu apenas perguntei.
- Precisamos reunir o pessoal?
“- Não. Se for verdade todos serão levados, e se não for, não alimentaremos falsas esperanças.”
- Então vamos?
“- Sim. Vou digitar”.

60
Michel digitou aquele código e… uns três segundos depois, um clarão imenso e
sonoro se fez. A interminável noite naquela caverna havia se transformado em espe-
rança novamente…
Melk deu um suspiro baixo. Fez de conta que ouvira aquela história como um
fato já conhecido. Não queria despertar suspeita, pois entendia que Ana, como teve
seu destino mudado, possuía como memória apenas o fato que acabara de narrar. Melk
ligou a televisão e tentou disfarçar seu contentamento. Enquanto isso ficou pensando na
saga que tinha vivido… Primeiro, tentou evitar o acidente, no entanto, foi exatamente
sua inesperada aparição naquele lugar que fez com que um segurança da usina, devido
ao susto que levou, acionasse em um painel uma reação em cadeia que culminou na
tragédia. Quase desistiu. Porém, resolveu consertar tudo. Para isso, foi preciso contatar
o escritor para então colocar Fred de volta no jogo. Este com o que aprendeu, pode
conduzir o salvamento, bem como, salvar e ensinar algo a Michel para que este, por sua
vez, pudesse salvar Ana e esta, no fim, salvar o futuro de seu filho.
Ninguém tinha idéia do ocorrido e ficou a imaginar quantos outros Freds não
tinham sido, sem saber, também conectados com aquele RPG.
Ana ajeitava uma pilha de livros que há muito não manuseava e de repente, do
meio deles, um porta-retrato caíra no chão. Ela juntou e passou a olhar aquele rosto…
e uma saudade apertada se fez. Ana falou:
- Esta semana é aniversário de morte de seu avô. Lembra?
- Só temos esta foto dele mamãe? Por quê? – Falou Melk olhando para a programação da TV.
- Não sei bem meu filho. Eu e sua avó perdemos muitas fotos de família em um temporal quando
eu tinha uns quatorze anos.
- E do que morreu o vovô mamãe. Nunca me falou sobre isso – Os olhos de Ana marejaram.
- Atropelado meu filho.
- Como? Indagou Melk olhando para ela.
- Ele foi um herói meu querido. Salvou um garoto da morte, mas não conseguiu salvar a si. Minha
mãe embora tivesse a paz do Tai Chi não agüentou e morreu alguns anos depois.
O coração de Melk parecia não parar de ter surpresas.
- Posso ver a foto mamãe?
- Claro querido.
Os olhos de Melk encontraram os de seu avô, e somente então, ele pode perceber
quem seu avô havia salvado. A vida duramente cobrou-lhe o destino. Suas intervenções
na história e no tempo não tinham ficado impunes. Uma dor invadiu irremediavelmente
sua alma. Fui eu a causa da morte de meu avô…
Seu coração trepidava enquanto fixo, mirava as feições fortes do homem que
encontrara na praça, ali… agora em uma foto amarelada pelo tempo.
Uma sensação, no entanto, acalmou-o com o mesmo efeito causado pelos olhos
de sua mãe.
A sensação vinha do fundo do porta-retrato. Com a queda, um pequeno bilhete
que lá esteve oculto agora se revelava…
Melk abriu.

61
Era uma letra muito antiga e ao fim possuía a assinatura de seu velho avô. O
bilhete dizia:

Tudo é inseparativo meu querido. Nós e o universo. A borboleta e o ciclone. O seu


bater de asas mudará seu destino. Terei a chance de ve-lo somente uma vez, porém, esteja
certo, guardarei em minha memória como minha melhor lembrança. Há coisas que são mais
importantes que a própria vida de um pai ou ainda de um avô como agora sei que sou, por
isso farei o que farei. Perdoe-me pelo beijo que nunca poderei dar, mas lembre e leve consigo
meu eterno, e único abraço, em você.

Com amor
De seu avô.

As lágrimas que corriam por sua face nublavam sua visão, mesmo assim, pôde ver
que outro oculto e pequeno bilhete existia preso ao verso daquele. E ele dizia.

“Pai! Seu neto esteve aqui. Olhe por ele.”


L. Georg

Fim.

62
RPG
- A conexão –
L. Georg

63
P5. Quando falamos de risco e perigo, muitas vezes associamos como se fossem a mesma
coisa. Na verdade, podemos fazer uma interpretação de simples entendimento.
Pergunto: Atravessar a rua é perigoso, posso ser atropelado? Qual a resposta...
Claro que sim.
Então, passamos a entender que uma atividade como, atravessar a rua pode ser
muito perigosa, não é mesmo? OK!
Vamos agora, fazer uma solda dentro de um tanque que já conteve gasolina...
Também não é perigoso? - Mas, é claro que sim.
Por definição, PERIGO, é qualquer atividade, produto, processo que tem potencial
para causar danos. E esse dano pode ser a pessoas, equipamentos ou ao meio
ambiente.
Pois bem, e RISCO, o que é risco?
Voltando a atividade de atravessar a rua. Qual o risco de sermos atropelados?
Agora, a resposta já é um pouco diferente... Depende. Sim é isso mesmo, depende
das medidas de controle.
Ao olharmos para os dois lados, não diminui os riscos? Se olharmos para os lados
e identificarmos uma faixa de segurança, atravessar nela, não diminui os riscos?
E se tiver uma sinaleira, lógico, fechada para os carros, não diminui mais ainda?
E agora, vamos radicalizar, se for numa passarela, não tende a zero os riscos de
sermos atropelados? Cada medida de controle associada a uma tarefa perigosa,
diminui os riscos desta atividade se transformar em acidente.
Pense agora na complexidade de se fazer uma solda em um tanque que já conteve
gasolina. É perigoso? Óbvio que sim. Mas dá para fazer com segurança? Não tão
óbvio, mas também dá para fazer. Tomando as medidas de controle adequadas
os riscos de explosão e incêndios serão controlados.
Por definição, RISCO, é a relação entre a probabilidade (freqüência) da ocorrência
de um acidente e sua conseqüência (magnitude das perdas).

U Agora, saia deste RPG e volte a sua vida indo ao pátio da fábrica na rua flores.
Lá encontrará o próximo parágrafo deste RPG a ser lido. Mas antes anote a
letra [m] na grade de respostas do momento 1.
..........................
P6. Nada pode ser separado de nada no universo. O sonho da realidade. A vida da
morte. O mal do bem. Os olhos da visão. A visão do invisível. Nada existe sem
causar um efeito.

U Dia 08 vá à praça do memorial e então veja. A tarefa se dará entre 17h25min


e 17h40min. Agora, saia do RPG e somente lá leia o P23, mas antes anote a
letra [f] na grade de resposta do momento 1.
..........................
64
P7. 1. Agentes Físicos.
Nosso organismo é formado por moléculas. Estas se movimentam em velocidades
e condições ditadas tanto pelos fatores internos do organismo quanto pelos fa-
tores externos. Porém, várias são as causas capazes de modificar estas condições
realizando uma aceleração ou redução nos movimentos e velocidades normais
das moléculas.
É possível perceber tais modificações apenas expondo uma célula de água a tais
fatores. Portanto, uma pequena célula quanto em contato com: ruídos, mudança
de temperatura ou pressão, vibração ou radiação produz uma reação imediata,
e tal reação pode ser medida por instrumentos específicos. No entanto, a ação
de agentes físicos pode ser a causa de risco de intenso desconforto, portanto é
preciso conhecer para poder perceber tais fatores.
As NR 15 e NR 17 dispõem sobre tais riscos.

U Para saber quais são os principais riscos físicos retorne a sua vida e digite
458 no pager. Mas, antes anote os números [458] na grade de resposta do
momento 1.

U Se você ainda não encontrou seu mestre e, portanto, nada tem nas mãos além
deste livro, estas informações não lhe farão sentido algum. Sinto muito! Vá
para o P36, mas antes anote a letra [i] na grade de resposta do momento1.
..........................
P8. Existem as dores físicas que ocorrem quando o corpo é exigido em demasia. Existe
a dor da alma que se dá, por exemplo, quando alguém com um coração bem for-
mado não pode ajudar a quem precisa. E existem as dores da saudade, do apego
e da solidão. Todas elas se fazem sentir na forma de sofrimento. Sofrimento que
criamos com nossa forma de ver a vida, e nossas aflições. Portanto se ele é criado
por nós, por nós pode ser desfeito…

U Agora vá para o P34 e siga seu caminho.


..........................
P9. As três primeiras regras da segurança dizem àquele que vê que tudo ao nosso
redor é inseparativo. Portanto, se nunca estamos sozinhos, não é mais possível
àquele que vê portar-se como se estivesse. Alguém esteve antes no lugar onde
se dará a tarefa? Há alguém ao seu lado durante a realização da tarefa? Pode
passar alguém? Virá alguém após a realização da tarefa? Todas são perguntas
que já contém em si a motivação para nossa previsão. Os três tempos: passado,
presente e futuro ocorrem sempre “ao mesmo tempo!”
Se você chegou até o teatro é porque se dedicou para estar ai, portanto:

U Vá para P35 se deseja executar o próximo desafio.

65
U Vá para P42 se deseja planejar melhor a sua execução, mas antes anote a letra
[f] na grade de respostas do momento 4.

U Se você está lendo apenas por ler vá para P28, mas antes anote a letra [g] na
grade de respostas do momento 4.
..........................
P11. Os limites de tolerância de uma substância conforme a NR 15 (Atividades e
Operações insalubres) é entendido como“a concentração ou intensidade máxima
ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que
não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral“(jornada
de trabalho de oito horas ou semanal de até 48 horas)”. O limite de tolerância
pode ser medido em partes por milhão (ppm), ou seja, 1 ppm é como dizer que
uma laranja está estragada em 1 milhão de laranjas. Parece pouco, porém, esta
única laranja irá contaminar todas as outras.
Para algumas substâncias um “ppm” é o suficiente para matar um ser humano.
Na tabela abaixo são apresentados limites de tolerância (L.T.) de alguns agentes
químicos.
Tabela de limites de tolerância (anexo 11 da NRBR 15)

AGENTES QUÍMICOS L.T. (ppm) Absorção também pela pele


Acetileno Asfixiante simples
Acetona 780
Benzeno * 1 (VRT) Sim
Cloro 0,8
Dióxido de carbono 3.900
Fenol 4 Sim
Fosfina 0,23
Fosgênio 0,08
Gás sulfídrico 8
Hidrogênio Asfixiante simples
Metano Asfixiante simples
Monóxido de carbono 39
TDI(Tolueno di-isocianato) 0.016
Tolueno 78 Sim

Fonte: Anexo 11 da NR 15

Como forma de proteção pessoal todo o trabalhador com risco a exposição quí-
mica deve usar EPIs – Equipamentos de Proteção Individual adequados ao nível
de concentração dos contaminantes e o tempo de exposição. Calças e camisas
de manga longa feitos de tecido resistente como o brim, devem ser uma prática
normal nos ambientes de trabalho. Mas, em atividades de manuseio e transporte
de produtos químicos são necessárias muitas vezes vestimentas impermeáveis,
66
bem como proteção à respiração, rosto e os olhos como máscara com filtros
adequados aos produtos em questão e óculos ampla visão.

U Se você deseja um refúgio filosófico antes de seguir vá para P20, mas antes
anote a letra [k] na grade de respostas do momento 2.

U Se você deseja saber mais algumas curiosidades sobre interações químicas vá


para P38, mas antes anote a letra [m] na grade de respostas do momento
2.

U Se você entende já poder ser desafiado vá para o P58.


..........................
P15. Agentes Ergonômicos
O corpo humano possui vocação para realizar tarefas físicas, ou seja, não fora
projetado para ficar parado. Na realização destas tarefas o organismo humano de-
pende, fundamentalmente, de estruturas ósseas, musculares e de ligamentos.
Os movimentos realizados por nosso corpo seguem uma dinâmica própria e ade-
quada a qual devemos respeitar. Há posições corretas para o bem estar de nossa
coluna vertebral, para a utilização e oxigenação dos músculos e tendões. Assim
sendo, quando não observamos tais características nosso corpo sofre.
A NR 11 estabelece regras quanto ao manuseio, movimentação e armazenagem de
materiais. São algumas das regras: Fica estabelecida a distância máxima de 60,0m
para transporte manual de um saco; o piso deve ser constituído de material não
escorregadio e sem grande aspereza; o espelho de um degrau não poderá ultra-
passar 0,15m(quinze centímetros) e o piso do degrau não deve possuir dimensão
inferior a 0,25m(vinte e cinco centímetros).

U Se você entende bem o que é sofrer vá para P34, mas antes anote a letra [f]
na grade de respostas do momento 3.

U Se não entende vá para P8, mas antes anote a letra [g] na grade de resposta
do momento 3.
..........................
P16. Aqui nos despedimos. É hora do adeus. Fim de jogo!

U Caso queira reavaliar sua decisão volte ao P44, mas antes anote a letra [v] na
grade de resposta do momento 2.
..........................
P17. Nem sempre sabemos por que razão as coisas nos são oferecidas em nossa vida.
No entanto, por vezes, em um futuro próximo tudo se revela. O que sua vida lhe
reserva em seu futuro? No futuro, que condições de trabalho serão oferecidas a
você na realização de suas atividades. Preserve seu bem estar e preveja um bom
futuro para si.
67
U Siga para o P45.
..........................
P18. No uso específico de máquinas, os principais riscos são encontrados em suas partes
móveis. Uma cortadora, por exemplo, possui partes fixas (o corpo da máquina) e
partes móveis (as lâminas). As “partes móveis” realizam movimentos mecânicos
e estes movimentos é que oferecem diferentes tipos de riscos.
Existem três tipos de movimentos mecânicos:
1) o giratório,
2) o alternado( vai-e-vem ),
3) retilíneo ou transversal.
O desenho da máquina, a estruturação do local onde se dará a atividade, a limi-
tação da produção e do tempo de trabalho, são formas de proteção contra riscos
mecânicos.
Algumas máquinas com partes móveis capazes de decepar uma mão exigem
para seu funcionamento, por exemplo: que o trabalhador aperte dois botões ao
mesmo tempo, um com cada mão, para que esta funcione, desta forma, ambas
as mãos estarão a salvo quando esta oferecer risco. Pois bem. Há trabalhadores
que trancam um dos botões com um palitinho para ter que apertar somente um
botão, burlando assim, regras à sua própria segurança.

U Se você está pronto para um desafio vá para P47.

U Se você está ainda inseguro volte ao P52.

U Se você deseja descansar vá para P36, mas antes anote a letra [n] na grade
de respostas do momento 3.

U Se você deseja saber ainda mais vá para P41, mas antes anote a letra [o] na
grade de respostas do momento 3.
..........................
P20. “Uma floresta. Por um lado entra um ambientalista, por outro, um lenhador. Após
enfrentarem o desafio de atravessarem sua densa mata são perguntados sobre
o que acharam da floresta. O ambientalista diz: - Um grande patrimônio a ser
preservado! O lenhador responde: - Um grande patrimônio quando derrubado e
vendido”.
Portanto lembre-se: “A ótica de cada um define sua ação na vida”. Conseqüente-
mente, a sua forma de agir.
Quem não modifica sua ótica viverá ciclicamente sempre os mesmos desafios.
As florestas, ou desafios serão sempre os mesmos para todos. Porém, a forma
como os enxergarmos é que dirá como passaremos por eles!

68
U Se após este refúgio deseja saber algumas curiosidades químicas vá para
P38.

U Se você já esteve no P38 e deseja enfrentar uma floresta. Ela está no P58.
..........................
P21. As bactérias são organismos unicelulares que se multiplicam por simples divisão
celular, sendo autônomas em seu metabolismo. Temos várias delas em nosso
organismo, no entanto, cada uma no seu lugar adequado (boca, estômago, etc.).
O problema se dá quando estas estão fora do seu habitat e entram em contato
com nosso organismo de forma agressora.
Já os Vírus, palavra oriunda do latim que significa toxina ou veneno é um
organismo biológico com grande capacidade de automultiplicação, utilizando
para isso sua estrutura celular, para que possa replicar seu material genético,
produzindo cópias da matriz. É um agente capaz de causar doenças em animais
e vegetais. Possui uma grande capacidade de destruir uma célula, pois utiliza
toda a estrutura da mesma para seu processo de reprodução.

U Se desejar saber mais digite M 78 em seu pager. Mas, antes anote [M 78]
na grade de respostas do momento 2 e saia deste RPG.

U Se desejar encontrar algo que lhe alivie deste cheiro vá para P27, mas antes
anote a letra [f] na grade de respostas do momento 2.
..........................
P23. A alma de quem procura não pode ver. Mas ele sempre esteve lá. O velho e o tempo
juntos. Um à sombra do outro. Um à contradição do outro. À espera daquele que
mereça. A recompensa em um ponto antes no papel. O milagre e a salvação.

U Se você deseja ver vá para P68.

U Se você não deseja encontrar vá para P46.

U Se você é um impertinente vá para P62.

U Se sua alma teme vá para P36.


..........................
P25. Sobre a densidade relativa.
A Densidade Relativa em gases toma como referência o ar. Considerando o ar
como igual a 1, haverá gases que possuem uma densidade maior ou menor que
a do ar. Poucos têm densidade menor que 1, ou seja, mais leves que o ar, alguns
deles são: Hidrogênio, metano, Amônia, Acetileno e Eteno. Os outros são mais
pesados e em locais fechados formam nuvens próximas ao chão formando um
“colchão” de gás entre o solo e o ar atmosférico.
Respirar ar com deficiência de Oxigênio pode causar sérios problemas, tais como
dor de cabeça, falta de coordenação, tontura, fadiga, erro de julgamento, difi-
69
culdade de raciocínio, vômito, falta de ar, inconsciência e morte.
A tabela a seguir apresenta as principais faixas de concentração de O2 e os res-
pectivos sintomas.

Concentração de O2 Sintomas
Zero a 6,0% Morte
6,0% a 8,0% Inconsciência – morte de 7 a 8 minutos
8,0% a 12,0% Náuseas e redução da força muscular
12,0% a 16,0 % Respiração rápida e dor de cabeça
16,0% a 19,5% Mal estar e dor de cabeça
19,5% a 23,0% Faixa respirável – zona de segurança
23,0% a 100% De Convulsões a Danos ao cérebro

Fonte: SENAI-SP

Como está sua tolerância? Há mais, a saber, sobre isto e sobre “ppm”.

U Se este é seu desejo vá para P11, mas antes anote a letra [j] na grade de
respostas do momento 2.

U Se você já sabe o que vem a ser “ppm” e sente-se pronto para um desafio vá
para P58.
..........................
P27. Um senhor que está perto da portaria possui máscaras de proteção que aliviam
os odores do local.

U Agora saia do RPG, digite M 78 no seu pager e continue seu estudo. Mas,
antes anote [M 78] na grade de respostas do momento 2.
..........................
P28. Nada é por acaso em nossa vida. Fazer algo por fazer, ou seja, sem a “motivação
correta”, é o mesmo que não fazer.

U Busque a motivação correta para este momento e com esta faça algo produtivo
indo ao P42.
..........................
P29. “o risco surge junto à pressa humana”

U Se você está pronto para um desafio? Vá para P47, mas antes anote a letra
[k] na grade de respostas do momento 3

U Se você deseja repensar sua decisão e buscar saber mais antes de responder o
desafio? Vá para P18.
..........................

70
P30. Se você chegou até aqui é porque além de sua determinação e motivação houve
mestres e protetores em seu caminho. Cada dificuldade e cada obstáculo carregam
uma lição. Quando o aprendiz está pronto o mestre aparece. Você percebeu estes
mestres? Aprendeu as lições?

U Então volte a sua vida, mas antes anote a letra [s] na grade de resposta do
momento 3. Um de seus mestres o espera. Do alto uma nova visão o aguar-
da!
..........................
P31. E) RADIAÇÕES
Algumas atividades produtivas possuem em seu meio de ação exposição ou pos-
sibilidade de exposição a radiações diversas. Duas são as formas principais:

U Radiações Ionizantes: Alfa, Beta e Gama são radiações oriundas de elementos


radioativos ou fonte elétrica como no caso do RX e que tem a característica
de ionizar as células do organismo.

U Radiações não Ionizantes: como as radiações infravermelhas (presentes em


operações de fornos ou solda oxiacetilênica), as ultravioletas encontradas
em solda elétrica, e por fim, a de raio laser. Também emitem tais radiações,
os fornos de microondas, e as ondas de rádio.
As radiações podem ocasionar ou agravar problemas visuais, gerar queimaduras
e lesões na pele em geral, e, dependendo do tempo de exposição, alguns tipos
de câncer.
F)ILUMINAÇÃO
A iluminação é um fator primordial em um ambiente de trabalho. Nosso cérebro
necessita de um certo grau de iluminação do meio ambiente para que suas ati-
vidades internas se desenvolvam com normalidade. Se o olho não vê o homem
não realiza.
Em um ambiente de trabalho, além deste cuidado com a questão do bem estar
pessoal, o projeto de iluminação inadequada pode proporcionar dificuldades na
realização das tarefas, perturbações visuais, bem como, ser a causa de muitos
acidentes. A medida usada para se saber a iluminância mínima em um local de
trabalho é o LUX A NBR 5413 estabelece os níveis mínimos de iluminamento ou
iluminância.
Tabela de Iluminância por classe de tarefas visuais

71
Classe Iluminância (Lux) Tipo de Atividade

20 – 30 - 50 Área pública com arredores escuros.


Orientação simples para permanência
50 – 75 - 100
curta.
A - Iluminação geral para áreas
usadas interruptamente ou com Recintos não usados para trabalho con-
100 – 150 - 200
tarefas visuais simples. tínuo, depósitos.
Tarefas com requisitos visuais limi-
200 – 300 – 500 tados, trabalho bruto de maquinaria,
auditório.
Tarefas com requisitos visuais limi-
500 - 750 - 1000 tados, trabalho bruto de maquinaria,
B - Iluminação geral para área escritório.
de trabalho. Tarefas com requisitos especiais, gra-
1000 – 1500 - 2000 vação manual, inspeção, indústria de
roupas.
Tarefas visuais exatas e prolongadas,
2000 – 3000 - 5000
eletrônica de tamanho pequeno.
C - Iluminação adicional para Tarefas visuais muito exatas, montagem
5000 – 7500 – 10000
tarefas visuais difíceis. de micro-eletrônica.
10000 – 15000 - Tarefas visuais muito especiais, cirur-
20000 gia.

Fonte: NBR 5413

Observação Final: Sobre atividades realizadas em ALTURAS


O trabalho realizado em alturas está sujeito à interferência de vários fatores
externos como calor, frio, pressão e ventos além de fatores internos como fobias
a alturas, tonturas e desmaios. Desta forma, a NR 18 estabelece que a partir de
2m de altura o uso de EPI é obrigatório, em especial, o cinto de segurança, do
tipo pára-quedista.

U Se você está satisfeito e se julga pronto para um desafio vá para P61, mas antes
anote a letra [l] na grade de resposta do momento em que você se encontra
na vida.

U Se você “realmente deseja saber o que ver” resolva este enigma e descubra o
parágrafo a seguir:
Zeca estava lendo a “NBR 5413”. E sobre os números que compõem
esta norma seu pai lhe fez o seguinte desafio: “Eram quatro os irmãos
a procura de um tesouro. Dois irritados foram embora. Os que sobraram,
com paciência encontraram. Primeiro o mais velho [ ]e depois o caçula
[ ]!”. Que irmãos encontraram o tesouro?

UNa ordem da resposta está o próximo passo. Vá para P__ __, mas

72
antes anote a letra [r] na grade de resposta do momento 1.

UVocê precisa de algumas dicas para solucionar o enigma, então


vá para P43.
..........................
P33. “O espelho deve ser utilizado do modo certo para que a
senha se revele a você”. Para tanto, coloque o espelho
na parte superior das letras na opção correta e leia o
texto refletido no espelho.

U Com esta dica volte para o P61 e siga adiante. Mas,


antes anote a letra [p] na grade de resposta do
momento 1.
..........................
P34. A ergonomia (do Grego: Ergon= Trabalho + Nomos= normas) é a ciência que estuda
esta interação entre nosso corpo e o meio, buscando o maior conforto possível na
realização de tarefas quotidianas e no trabalho, com o objetivo de proporcionar
ao homem bem estar e segurança, minimizando ou prevenindo riscos a nossa
saúde.
Portanto, quando ergonomistas projetam equipamentos, produtos, estações de
trabalho e sistemas, reduzindo a carga física, psíquica e cognitiva do operador,
levam em conta regras de: pesquisas descritivas e experimentais, sobre limiares,
limites e capacidades humanas (a partir de dados da fisiologia, da neurofisiologia,
da psicofisiologia, da psicologia, da psicopatologia, da Educação, da biomecânica
– aplicadas ao trabalho -, bem como, da anatomia e da antropometria.
Tais condições proporcionam maior qualidade de produção e saúde, prevenindo
a fadiga, doenças profissionais, lesões temporárias ou permanentes, mutilações,
mortes - e de acidentes, incidentes, erros excessivos, paradas não controladas,
lentidão e outros problemas de desempenho, assim como, danificação e má con-
servação de máquinas e equipamentos, que acarretam decréscimos na produção,
desperdício de matérias-primas, baixa qualidade dos produtos o que acaba por
comprometer a produtividade do sistema homens-máquina. A NR 17 estabelece
as bases legais para a proteção a riscos ergonômicos.

U Se você entende de corpo e mente o que é realizar uma tarefa de forma não
ergonômica vá para P45. Mas, antes anote a letra [p] na grade de resposta
do momento 3.

U Se você espera um dia entender porque está lendo isto vá para P17, mas antes
anote a letra [q] na grade de resposta do momento 3.
..........................
P35. Observe a seguinte cena:

73
Na cena acima os trabalhadores “1” e “2” desejam transportar a carga de um lado
para outro lado da rua, atendendo as 5 Regras da Segurança. Diante disto, tente
completar as afirmações abaixo, cujo número está relacionado com a cena, de
modo a identificar a alternativa correta:

1. Os trabalhadores portando os EPIs estão atendendo diretamente a ______


regra.

2. Os cones, faixas e placas atendem diretamente a ____ regra.

3. O trabalhador 2 ao lado do guincho está verificando as condições materiais da


máquina, portanto está “vendo” o ___________ existente para a realização
da tarefa.

4. A descrição detalhada da tarefa a ser realizada nas mãos do trabalhador 1


pertence a _____ regra.

5. O trabalhador 1 observa os ventos que começam a correr pelo local. Desta


forma está tentando ____________ possíveis imprevistos na execução.
Alternativas:

a) 1ª, 2ª, roteiro, 5ª e verificar.

b) 1ª, 2ª, apoio, 5ª e identificar.

c) 2ª, 1ª, roteiro, 5ª e verificar.

d) 1ª, 2ª, apoio, 3ª e prever.

e) 2ª, 1ª, roteiro, 3ª e prever.

U Terminou? Então anote a letra da alternativa escolhida na grade de respostas


do momento 4.
De agora em diante lembre sempre destas regras e saia do RPG. Volte e siga seu
mestre! Saia do teatro, “o mundo lá fora o espera”.

74
..........................
P36. A casa materna é o único lugar onde nossa alma se sente segura. Não perca tempo
e corra para lá. Fim de jogo para você!

U Caso queira reavaliar sua decisão volte à vida ou ao parágrafo (P) em que
estava. Mas, antes anote a letra [w] na grade de resposta do momento em
que você se encontra.
..........................
P38.Curiosidades:

U Oxigênio não é bom? O gás Oxigênio é bom, porém, pode induzir a “convul-
sões” (acima de 23,0 %), quando em altas concentrações, e também acima deste
nível, pode facilitar a queima ou mesmo explosão de materiais combustíveis
que não queimariam facilmente na concentração normal, 20,9% no ar.

U O que é Hélio? O Hélio é produto da fusão nuclear, (também da bomba de


Hidrogênio), sendo a fonte de energia do Sol e das outras estrelas como ele.
Neste processo de fusão nuclear para a formação do Hélio, ocorre à combina-
ção de quatro átomos de Hidrogênio para a formação de um átomo de Hélio,
neste processo, ocorre transformação de massa em energia. E=mc². A fusão
nuclear produz grande quantidade de energia.

U Mais forte que o vidro? O gás fluorídrico (HF) tem uma propriedade diferente
entre todos os outros ácidos, ele tem a propriedade de atacar o vidro. Sendo
assim ele é usado para fazer gravações em vidros. Esta característica do HF é
empregada na indústria e muitas pessoas desconhecem, um uso é a gravação
de números em vidros de automóveis.

U Perfumado e perigoso! O gás cianídrico (HCN) é venenoso e possui odor


de amêndoas. Foi bastante utilizado na segunda guerra mundial, como gás
das câmaras da morte e nos dias atuais ele está sendo temido por poder ser
utilizado como arma química. O HCN pode inclusive ser gerado a partir de
alguns processos produtivos e no tratamento de efluentes de unidades da
galvanização. Seu Limite de tolerância é de 4 ppm (NR 15).

U Bafômetro pega? Sim. No bafômetro, o que ocorre é a reação de oxidação do


etanol a acetaldeído, ou etanal, revelando o excesso de álcool no organismo
do motorista, mostrando o alcoolismo do mesmo.

U MiliSievert? As fontes de radiação que estão mais próximas das pessoas são
aparelhos eletrônicos como: televisões, monitores de micro computadores,
relógios, entre outros, que juntos emitem em torno de 0,15 mSV/ano (miliSie-
vert) - Sievert (Sv) é uma unidade de medida utilizada para avaliar os efeitos
de correntes das doses de radiação absorvidas no organismo vivo. MiliSievert
(mSv) é a milésima parte do Sv.

75
U Raios…! A televisão como dito acima emite uma quantidade anual de radiação
que não chega a ser nociva à saúde humana, mas, além dessas fontes próximas
também estamos expostos à radiação natural que é responsável por 67,6%
do total da radiação a que o homem está submetido (raios cósmicos, crosta
terrestre, alimentos).

U Para! Tô sem ar… O corpo humano necessita de aproximadamente 10 dias


para se acostumar a altitudes elevadas. Como por exemplo, os jogadores de
futebol brasileiros quando vão jogar em La Paz, Bolívia, necessitam de ir 10
dias antes da partida para que o organismo se adapte a altitude de 3.700
metros. Com isso evita-se o colapso circulatório.

U Onde fica o ar mesmo? Em caso de incêndio é recomendável sair engatinhando


do local, pois a fumaça por estar aquecida fica na parte de cima, enquanto
que o ar frio vai para a parte de baixo do ambiente.

U Se você deseja uma pausa filosófica sobre florestas antes do desafio vá para
P20, mas antes anote a letra [q] na grade de respostas do momento2.

U Se você já conheceu a parábola da floresta vá confiante ao P58.


..........................
P41. Curiosidades:
1) Quanto à movimentação do trabalhador no local de trabalho alguns riscos
devem ter cuidados redobrados, são eles: quedas, aprisionamento, engolfamento
e soterramento.

U Engolfamento: é o envolvimento e a
captura de uma pessoa por líquidos
ou sólidos finamente divididos que
possam ser inalados e causarem a
morte por obstrução do sistema
respiratório, asfixia.

O engolfamento é uma possibilida-


de real em atividades que envolvem água, lodo, lama, limo, material pulve-
rizado (formando “nuvens”), grãos e areia em ambientes de trabalho como
silos graneleiros, redes de água, esgotos dentre outras.

U Aprisionamento: é a condição de retenção do traba-


lhador no interior do espaço confinado, que impede
sua saída do local pelos meios normais de escape,
podendo causar lesões ou até a morte. Este risco
pode ocorrer em ambientes de trabalho como silos,
moegas, tremonhas, planos ou dutos convergentes,
sendo agravado pela possibilidade de se tornarem
escorregadios.
76
2) Hidrojateamento, soldas, metalização e pintura de manutenção em geral, revisão
de máquinas e equipamentos são exemplos de atividades que oferecem grandes
riscos em indústrias de processo contínuo como refinarias e petroquímicas quando
estas realizam a parada de suas máquinas e equipamentos para a realização de
manutenção.
A NR 33 regulamenta o controle de riscos em atividades a serem realizadas em
“espaços confinados”, ou seja, qualquer área ou ambiente não projetado para
ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja
ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa
existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio, como dutos e canos.
3) As seguintes situações devem ser consideradas quanto ao risco mecânico:
Tabela de riscos mecânicos

Máquinas sem Problemas em Arranjo físico Problemas com


proteção edificações deficiente matérias-primas
Equipamentos inadequa- Risco de incêndio Armazenamento Material sem especifi-
dos inadequado cação
Equipamentos defeituo- Risco com eletricidade Fluxo de produção Ausência de rotulagem
sos descontínuo em materiais
Ferramentas inadequa- Fiação sem manuten- Layout inadequa- Vazamento de materiais
das ção do perigosos

Ferramentas defeituosas Edificações problemá- Falta de planeja- Acondicinamento ina-


ticas mento dequado
Manutenção deficiente Ambientes sujos
Manutenção inexistente Lixo em local inade-
quado

Fonte: Ponzetto, Gilberto. Mapa de riscos Ambientais - editora LTr

Parabéns por ter vindo até aqui!


Cautela e previsão são qualidades importantes em se tratando de segurança.

U Agora se dirija ao P47 para um desafio.


..........................
P42. Pedir licença ao universo inseparativo é lembrar antes de agir que fatores a nós
ligados podem estar presentes no momento da realização sem ter ou terem
sido previstos. É o momento de revisar estes fatores. De verificar as condições
de executar a estratégia traçada. É possível que tenhamos que voltar à fase de
planejamento. E isto é bom! Pior seria executar improvisando e desatendendo
tudo que aprendera sobre segurança.
Como visto, o “Roteiro” nos dá os detalhes passo a passo da tarefa. O “Figuri-
no” nos dá conta do EPI necessário e estes, junto às condições emocionais do
“Personagem” visam atender a primeira regra. O “Apoio”, através das condições
77
materiais (máquinas e equipamentos corretos) bem como o “Cenário” através dos
EPCs atendem perfeitamente, tanto a primeira como a segunda regra.

U Se você deseja saber mais sobre EPCs vá para P54, mas, antes anote a letra
[h] na grade de respostas do momento 4.

U Se você já se considera pronto para realizar o desafio vá para P35.


..........................
P43. O enigma relaciona os filhos com os números da NBR. Ressaltando que, o mais
velho por ter “mais idade” deve sempre ser respeitado e o mais novo é sempre o
mais mimado…

U Com esta dica volte para P31 e siga adiante. Mas, antes anote a letra [b] na
grade de resposta do momento 1.
..........................
P44. 3. Agentes Biológicos
Este é o universo dos agentes pouco visíveis e invisíveis. Quando na realização de
certas atividades podemos entrar em contato com pequenos animais peçonhentos,
bem como, com microorganismos.
O maior perigo de entrar em contato com estes agentes é a formação de infecções
e, como se sabe, um processo infeccioso não tratado pode ocasionar inclusive a
morte.
No universo visível, animais como: escorpião, cobra, aranha, taturanas, abelhas
e vespas exigem normas específicas para seu manuseio.
No universo invisível existem microorganismos como: Bactérias, vírus e fungos.
Em regra, muitos destes microorganismos servem a nosso organismo de forma
benéfica combatendo outros microorganismos capazes de nos causar doenças.
No entanto, outros deles podem nos ser muito prejudiciais e, portanto o contato
com tais criaturas deve ser evitado.

U Para saber mais sobre estes agentes vá para o P21.

U Se você acha que sabendo somente esta parte destes agentes está bom vá para
P56, mas, antes anote a letra [t] na grade de respostas do momento 2.

U Se você não quer saber mais sobre estes agentes vá para P16, mas, antes anote
a letra [s] na grade de respostas do momento 2.
..........................
P45. Caso você ou a sua empresa não considerarem os aspectos ergonômicos na realiza-
ção das atividades, podem estar submetidos a trabalhos com perigos ergonômicos.
Os principais perigos enfrentados pelo trabalhador no aspecto ergonômico são:
U Esforço físico intenso;
78
U Levantamento e transporte manual de carga;
U Exigência de postura inadequada;
U Controle rígido de produtividade;
U Imposição de ritmos excessivos;
U Trabalho em turno ou noturno;
U Jornada prolongada de trabalho;
U Monotonia e repetitividade;
U Outras situações causadoras de estresse físico e psíquico.

o Agora saia do RPG, digite Ergon no seu pager e volte a sua vida. Mas,
antes anote [Ergon] na grade de respostas do momento 3.
..........................
P46. Se você não deseja encontrar o que faz aqui perdido no meio da rua.
U Volte para P23, mas, antes anote a letra [x] na grade de resposta do momento
em que você se encontra.
..........................
P47. Considerando os riscos ergonômicos e mecânicos apresentados na cena, tente
completar as afirmações, cujo número está relacionado com a cena, de modo a
identificar a alternativa correta:

1) Trabalhar em pé oferece riscos ergonômicos e estes são regulados pela


_____.
2) O vazamento de material, perigo quanto à “tabela de riscos” constitui um
problema com: ___________________________
3) Transportar materiais pesados com utilização de máquinas apropriadas atende
a ______.
4) O posicionamento inadequado de máquinas e mesas para as funções desta cena
constitui quanto à “tabela de riscos”: _________________________.
5) O sono do trabalhador junto ao movimento mecânico de vai e vem da furadeira
constitui risco. Máquinas oferecem risco quanto às partes fixas, mas princi-
palmente quanto as suas ______________________.
6) Manutenção deficiente da fiação desta máquina constitui quanto à “tabela de

79
riscos” :__________________________
Alternativas:
a) NR 11, vazamento de materiais, NR 15, leiaute inadequado, partes rolantes e
fiação sem proteção.
b) NR 17, máquinas sem proteção, NR 15, fluxo de produção descontínuo, partes
rolantes e fiação sem proteção.
c) NR 17, matérias primas, NR 11, arranjo físico deficiente, partes móveis e
equipamentos defeituosos.
d) NR 11, vazamento de materiais, NR 15, leiaute inadequado, partes móveis e
risco em eletricidade.
e) NR 17, matérias primas, NR 11, arranjo físico deficiente, partes móveis e má-
quinas sem proteção.
U Agora, você precisa resolver o enigma do P73 para falar com seu mestre,
mas, antes anote a letra da alternativa escolhida na grade de respostas
do momento 3.
..........................
P48. Preste atenção a tudo a sua volta enquanto lê, pois podem existir “perigos ou
riscos em seu caminho”.
U Se você quer saber mais sobre perigos e riscos vá para o P5, mas antes anote
a letra [k] na grade de resposta do momento 1.
U Se você entende que já sabe o suficiente sobre este assunto então saia deste
RPG, vá para o pátio da fábrica na rua flores. Lá encontrará o próximo pa-
rágrafo deste RPG a ser lido. Volte a sua vida e corra…. Mas, antes anote a
letra [h] na grade de resposta do momento 1.

P49. Sobre o Ar atmosférico:


A tabela abaixo apresenta a composição detalhada do ar existente na atmosfera
a uma pressão de 760 mmHg, o equivalente a 1 atmosfera de pressão, ou seja, a
mesma pressão que sofremos a beira do mar.

80
Tabela da composição de ar atmosférico

Fonte: Espaços Confinados /SENAI-SP

Estas informações nos permitem realizar algumas afirmações sobre as atmosfe-


ras:
I- Esta composição de ar atmosférico não afeta a saúde humana, portanto, ideal
para os ambientes de trabalho. Cabe salientar que, no ar atmosférico respirável,
a concentração de O2 é de 21% em volume.
II- A composição de ar com percentuais de O2 menores que 19,5%, represen-
tam ambientes com deficiência de O2, portanto, oferecendo riscos à saúde
humana.
III-A composição de ar com percentuais de O2 maiores que 23%, representam
espaços ricos de O2, também oferecendo riscos à saúde humana, além do
perigo de inflamabilidade/explosão para o ambiente de trabalho.
A composição do ar que contenha substância diferente do apresentado na tabela
pode representar um ambiente de trabalho com substâncias tóxicas ou inflamá-
veis, sendo muito importante realizar uma investigação.

U Se você deseja saber mais vá para P25, mas, antes anote a letra [h] na grade
de respostas do momento 2.

U Se você está satisfeito e quer resolver o desafio vá para P58.


..........................
P51. Curiosidades:

U Pesquisas demonstram que os habitantes de regiões providas abundantemente


pelo sol (como nos trópicos, no Brasil, por exemplo) os níveis de desenvolvi-
mento da depressão são sumamente menores.
U Segundo a NR 15, os ambientes com níveis de ruído acima de 85dB(A) são
81
considerados insalubres (não saudáveis) e o tempo de exposição deve ser
diminuído, os maquinários devem ser adaptados e ou o trabalhador deve
usar proteção auditiva. Como exemplo, ambientes com 115dB(A) a exposição
máxima sem proteção, é de 7 minutos. Evidentemente, essa é a teoria... Na
realidade, devemos estar sempre protegidos quanto aos Riscos Ambientais.
U A terra está rodeada por uma massa de ar desde sua superfície até uma altura
próxima a 8Km (8000m), que exerce pressão sobre esta na ordem de 760
mmhg.
U Radiações não ionizantes como a do microondas nada mais são do que acelera-
dores de partículas que aceleram as moléculas de água contidas nos alimentos,
que por atrito, acaba por esquentar o que fica a ele exposto.

U Se você está pronto para um desafio vá para P61.

U Se você ainda não está pronto leia novamente P31 e siga em frente.
Mas, antes anote a letra [f] na grade de resposta do momento 1.
..........................
P52. Os agentes Mecânicos estão relacionados às atividades a serem desenvolvidas por
uma pessoa e o contato desta com fatores que podem se tornar riscos. Verificar a
existência destes fatores é verificar os riscos que os mesmos podem gerar. Assim,
é fácil perceber que uma ação qualquer poderá estar em contato com fatores
como: Ferramentas, máquinas e equipamentos, edificações (como pisos e escadas),
eletricidade, produtos diversos (quanto a seu transporte e acondicionamento),
etc. Verificar riscos é perceber se estes fatores estão no contexto do trabalhador:
O manuseio adequado conforme as especificações, a manutenção e a proteção
adequadas que demonstrarão o cuidado e o zelo deste trabalhador consigo e com
os outros.
Desta forma, os perigos mecânicos surgem tanto da utilização pelo trabalhador
de máquinas e equipamentos, bem como, da movimentação deste trabalhador
no ambiente de trabalho. Assim, a pessoa que usa os Equipamentos de Proteção
recomendados, utiliza os corrimões de escadas, transporta materiais isolando a
área para a proteção dos outros e segue as demais regras de segurança minimiza
em muito a chance de acidentes em um local de trabalho.
Quase todas as partes de um corpo humano são móveis. No entanto, em uma
máquina há partes fixas e móveis e estas últimas exigem cuidado redobrado.

U Se você quer se mexer agora vá para P29, mas, antes anote a letra [i] na grade
de respostas do momento 3.

U Se você quer saber sobre partes de máquinas que se movem antes de se mexer
vá para P18, mas, antes anote a letra [j] na grade de respostas do momento
3.
..........................
P54. A adoção de equipamentos de proteção coletiva adequado para cada situação de
82
risco garantem a segurança e a saúde dos trabalhadores. Tais medidas visam pro-
teger os trabalhadores envolvidos com a atividade principal que será executada
e também outros que possam executar atividades paralelas nas redondezas, ou
transeuntes cujo percurso possa expor ao risco existente.
Quem usa os EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) entende que o “cenário”
onde se realizará a tarefa deva ser preparado adequadamente para que todos que
dela participem estejam em segurança, bem como, para que a atividade se dê de
forma tranqüila e satisfatória.
Abaixo, alguns EPCs que devem sempre estar presentes em qualquer ambiente de
trabalho.

Fita zebrada Cone em PVC Correntes em ABS

Bandeiras e placas de sinalização

U Pronto para o desafio? Então vá para P35.


..........................
P56. É uma pena, pois saber parte é quase tão eficaz como nada saber.

U Se você deseja mudar de idéia e se informar um pouco mais P21 o espera, mas,
antes anote [p] na grade de respostas do momento 2

U Se seu desejo ainda é nada mais saber, então vá para P16, mas, antes anote
a letra [u] na grade de respostas do momento 2.
..........................
P58. Antes de responder pense! Percorri todos os caminhos propostos para enfrentar
este desafio?
U Se a resposta for sim siga em frente!
U Se a resposta for não. Você pode revisar e repensar suas estratégias e decisões
voltando para P49. Mas, se quiser realizar o desafio vá adiante e anote a letra
[r] na grade de respostas do momento 2.
Três crianças estavam brincando em um galpão próximo a uma fábrica. Dois me-

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ninos entraram primeiro. A menina entrou uns 15 minutos depois. Do esgoto da
fábrica, saía uma substância viscosa que adentrava ao galpão, e misturava-se à
areia do chão. As crianças chegaram mais perto para ver melhor. E você que por
ali passava, também decidiu entrar. Mediu os níveis de oxigênio (O2), verificando
estarem na taxa de 19,3%. Com outro aparelho, detectou ser uma substância
inflamável,usada em pinturas.
Você percebeu que esta substância era “resíduo de solvente”, formado pela mis-
tura de solventes muito voláteis, que vaporizam com facilidade à temperatura
ambiente, ocupando o espaço do ar e diminuindo os níveis de oxigênio, criando
o risco de explosão e incêndio.
O vapor do solvente é muito tóxico quando respirado, e os meninos começavam
a passar mal e a desmaiarem. Precisavam ser socorridos. A menina, como ficou
pouco exposta, ajudou a socorrer os demais, mas, logo sentia dores de cabeça
e tonturas. Felizmente você estava lá e sabia como agir, ajudando a evitar uma
tragédia.
Mediante a situação ocorrida, escolha a alternativa abaixo que melhor completa
as afirmações a seguir:
a) Tempo de exposição, NR 15, explosímetro, dor de cabeça, medidor de gases.
b) Limite de tolerância, NR 25, medidor de gases, mal estar, oxímetro
c) Tempo de exposição, NR 25, explosímetro, dor de cabeça, oxímetro.
d) Limite de tolerância, NR 15, oxímetro, mal estar, medidor de gases.
e) Tempo de exposição, NR 25, oxímetro, mal estar, oxímetro.
Afirmações:
I. _________________ foi a “variável em grau de risco” que fez com que a menina
não desmaiasse e ainda ajudasse no socorro.
II. _________________ é a “legislação” não atendida pela fábrica quanto à subs-
tância expelida (Resíduo industrial).
III. _________________ foi o “aparelho” usado para reconhecer a presença de
vapores inflamáveis.
IV. _________________ podem ocorrer derivadas dos níveis de O2 encontrados
no local associados à presença de vapores tóxicos e inflamáveis.
V. ______________é o nome do “aparelho” que mediu os níveis de O2.

U Você parece cansado, talvez seu limite de tolerância tenha sido atingido.
Agora, saia deste RPG e volte a sua vida, mas, antes anote a letra da
alternativa escolhida na grade de respostas do momento 2.
..........................
P61. Certo trabalhador está realizando uma minuciosa tarefa de solda elétrica ao ar
livre e sobre uma plataforma que possui vibração contínua e que atinge seu corpo
inteiro. A tarefa exige alto nível de concentração. A temperatura ambiente é de
40graus Celsius, os níveis de ruídos são de 42 dB e ele esta sobre uma torre de
5m fixada na plataforma. Sendo assim, o trabalhador:
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U Sofre transmissão de calor por convecção, os ruídos são
satisfatórios, poderá sentir fadiga devido às vibrações,
deverá usar cinto de proteção e a radiação a que está
exposto é do tipo não ionizante.

U Recebe radiação do tipo ionizante e que é transmitida


por condução, os ruídos são normais.

U Está exposto a ruídos em níveis satisfatórios, deve usar


cinto de proteção, a transmissão de calor se dá por
radiação e esta é do tipo não ionizante.

U Pode sentir irritação devido às vibrações, recebe radiações


não ionizantes transmitidas por condução e os níveis de
ruídos são normais

A senha está na palavra da alternativa correta. No entanto saiba! Por vezes so-
mente o “reflexo do espelho” pode nos trazer a verdade! Procure um agora!

U Agora, anote na grade de resposta do momento 1 esta senha. Após, volte a


sua vida, procure seu mestre e dê a ele esta senha!

U Você está tendo dificuldades para encontrar esta senha, então vá para P33.
..........................
P62. “os que seguem o caminho podem ser vistos, pelos que nada vêem, como
pessoas“impertinentes”. Não tema! Siga em frente vá até a praça e encontre o
velho e o tempo”.

U Agora, saia deste RPG e volte a sua vida. Mas, antes anote a letra [y] na grade
de resposta do momento em que você se encontra.
..........................
P65 Dica: “Uns trabalhadores ficaram do lado de fora e nada fizeram. Uns entraram
na fábrica, porém, todos os que entraram realmente estão trabalhando?” Pense
bem.
O resultado do enigma deve ser múltiplo de 10.

U Com esta dica volte para P73 e siga adiante. Mas, antes anote a letra [r] na
grade de resposta do momento 3.
..........................
P67. Curiosidades:
Formigas podem ser causa de infecções (como as hospitalares) pois, levam consigo
agentes biológicos contaminados e capazes de causar doenças.
85
As regras brasileiras, em especial a NR 25, exigem que as empresas em geral
tratem seus “resíduos finais”. Resíduo final é tudo o que sobra ao fim da ativi-
dade da empresa e, em muitos casos, é jogado nos rios e nos mares poluindo e
contaminando a água e, por vezes, causando grandes acidentes ecológicos. Tratar
resíduo final é fazer com que este ao ser devolvido ao ambiente não cause mal
algum a este e nem à população em geral de forma a não expor o ecossistema
ao perigo de contaminação biológica, química ou gasosa.
O asseio pessoal é uma forma eficaz de evitar que certos agentes contaminem e
agridam nossa saúde. Desta forma, o uso de luvas, e vestimenta adequada previne
riscos desnecessários.
As formas normais de contaminação são: através da pele, das mucosas e das
vias respiratórias. Portanto, umidade, ferrugem e restos orgânicos são fontes de
contaminação no local de trabalho e que podem causar: tétano, hepatite, febre
amarela, febre tifóide, leptospirose e outras formas de riscos biológicos.

U Agora vá embora deste lixão. Mas, antes anote a letra [g] na grade de resposta
do momento em que você se encontra. Saia deste RPG. Volte a sua vida e
digite em seu pager o exato momento em que tudo começou!
..........................
P68. “Como foi dito: se desejas ver és uma alma que procura e quem procura não pode
ver!”
Adeus. Aquele que quer ver deve saber primeiro o que deve ver.”
U Agora, saia deste RPG e volte a sua vida, mas antes anote a letra [z] na grade
de resposta do momento em que você se encontra.
..........................
P69. Impertinente [Do latim tard. impertinente]
Adjetivo: Não pertinente; que não vem a propósito; estranho ao assunto de que
se trata; descabido; inoportuno;
Está certo! Embora muitos possam ver aquele que deseja falar sobre segurança como
uma pessoa “impertinente” o que realmente importa são as convicções advindas
de nossa ótica, agora treinada. Desta forma, como pode ser “não pertinente” ou
“sem propósito” pensar no bem estar de todos?
U Muito bem! agora é necessário mais conhecimento. E este está no P48. Vá até
ele. Mas antes anote a letra [g] na grade de respostas do momento 1.
..........................
P73. Resolva o enigma abaixo para conseguir falar com o mestre:
Dezessete homens descansavam no pátio da fábrica junto a uma sombra frondo-
sa. Deu 13h30min no sinal da fábrica e até às 13h45min tarefas tinham de ser
realizadas. Onze deles continuaram no pátio, os outros entraram na fábrica.
Um dos que entraram foi acondicionar a matéria prima para ser utilizada na tarefa
86
de usinagem. Outros três trabalhadores foram afastar a bancada de usinagem do
estoque de líquidos inflamáveis para que o arranjo físico ficasse em conformidade
com as normas de segurança. Um dos trabalhadores foi verificar as condições
das máquinas de corte, posto que estas exigem extremo cuidado quanto as suas
partes móveis, uma vez que uma tarefa sem planejamento resulta sempre na
existência de um trabalhador sem proteção.
Enígma!
Some “3” ao número de trabalhadores que nada fizeram no período acima descrito
e após multiplique o total por “2”. Desta forma: [ ___ ___ ], é o valor total, bem
como, o “resultado final do enigma”. Anote este valor na grade de respostas do
momento 3.

U Terminou? Então se dirija ao parágrafo cujo número é o próprio resultado final


do enigma.

U Você está tendo dificuldades para resolver o enigma? Então vá para P65.

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SENAI/DN SENAI – Rio Grande do Sul
Unidade de Educação Profissional
e Tecnológica – UNIEP Claiton Costa
Gerente da Unidade Estratégica de
Rolando Vargas Vallejos Desenvolvimento Educacional
Gerente Executivo
Fernando Ricardo Gambetta Schirmbeck
Felipe Esteves Morgado Maria de Fátima Rodrigues de Lemos
Gerente Executivo Adjunto Orientação Pedagógica
Paula Martini Lúcio José da Silva Filho
Coordenadora de Desenvolvimento Projeto Gráfico e Editoração
dos Cursos
Enilda Hack
Hugo Nakatani Normalização
Acompanhamento Editorial da
Reimpressão
Aurélio Athayde Rauber
Ilustrações
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO –
DIRCOM Denis Carara de Abreu
Rita Tatiana Cardoso Erbs
Carlos Alberto Barreiros Elaboração do texto – Didata Consultoria
Diretor de Comunicação em Soluções Ltda
Gerência Executiva de Publicidade Regina Beatriz Fagondes de Ross
e Propaganda – GEXPP Revisão Ortográfica e Gramatical –
Carla Cristine Gonçalves de Souza Didata Consultoria em Soluções Ltda
Gerente Executiva Paulo Ricardo Matielo Lemos
Walner Pessôa Revisão Técnica - Visão Integrada de
Produção Editorial Assessoria de Segurança Ltda
Diego Vasconcelos Terrer
DIRETORIA DE SERVIÇOS Acompanhamento Editorial
CORPORATIVOS – DSC
Área de Administração,
Documentação e Informação – ADINF
Marcos Tadeu
Gerente-Executivo
Gerência de Documentação
e Informação – GEDIN
Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo
Gerente de Documentação e
Informação
Soraya Lacerda
Normalização para Reimpressão
Para fazer inscrições ou obter informações sobre os cursos a distância
da Coleção Competências Transversais (Educação Ambiental /
Empreendedorismo / Legislação Trabalhista / Propriedade Intelectual /
Segurança do Trabalho / Tecnologia da Informação e Comunicação), contacte
o SENAI no seu Estado, ou visite o site: <www.senai.br/ead>.

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