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Rio de Janeiro
Agosto de 2014
METODOLOGIA PARA ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA
USINA HELIOTÉRMICA DE RECEPTOR CENTRAL NO BRASIL
Examinada por:
AGOSTO DE 2014
ii
Oliveira Filho, Cássio Mauri de
iii
“Todas as vitórias ocultam uma abdicação”.
Simone de Beauvoir
iv
Agradecimentos
Primeiramente a Deus por me permitir alcançar este sonho e por indicar os meios
para esta realização.
Agradeço em especial aos meus pais Cassio Mauri de Oliveira e Ana Candida de
Oliveira, e à minha irmã Cassiane Cândido de Oliveira, pelo amor e apoio incondicional
durante toda a caminhada.
À toda minha família, que torceu pelo meu sucesso em concluir o curso de
Engenharia Elétrica.
Aos meus amigos Diego e Sthenio, que me acompanharam durante esses anos na
UFRJ e aos demais amigos que me ajudaram direta ou indiretamente.
Aos professores Jorge Luiz e Walter Issamu por acreditarem no sucesso deste
trabalho e aos demais professores que contribuíram com minha formação.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI / UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Electrical Engineer.
vii
SUMÁRIO
Lista de Figuras ................................................................................................................ x
Lista de Tabelas ............................................................................................................. xiii
1 Introdução ................................................................................................................. 1
1.1 Motivação ......................................................................................................... 6
1.2 Objetivo ............................................................................................................ 8
1.3 Metodologia ...................................................................................................... 8
1.4 Estrutura do Trabalho ....................................................................................... 9
2 Energia Solar Térmica Concentrada ....................................................................... 11
2.1 Energia do Sol ................................................................................................ 11
2.2 Histórico da Concentração Solar .................................................................... 14
2.3 Tecnologias CSP ............................................................................................ 18
2.3.1 Cilindro Parabólico ................................................................................... 19
2.3.2 Torre Solar ................................................................................................ 21
2.3.3 Linear Fresnel ........................................................................................... 23
2.3.4 Prato Parabólico........................................................................................ 24
3 Cenário Atual de CSP no Mundo ........................................................................... 26
3.1 Plantas em Operação ...................................................................................... 28
3.2 Plantas em Construção ................................................................................... 40
3.3 Plantas em Desenvolvimento.......................................................................... 45
4 Estudo de Caso ....................................................................................................... 48
4.1 Procedimento Metodológico........................................................................... 48
4.2 Software de Simulação - SAM ....................................................................... 48
4.3 Escolha da Tecnologia CSP............................................................................ 53
4.3.1 Torre Solar ................................................................................................ 53
4.3.2 Campo de Helióstatos ............................................................................... 54
4.3.3 Torre e Receptor ....................................................................................... 59
4.3.4 Bloco de Potência ..................................................................................... 60
4.3.4.1 Ciclo de Rankine ............................................................................... 60
4.3.5 Armazenamento de Energia...................................................................... 62
viii
4.4 Localidade e Recurso Solar ............................................................................ 63
4.5 Simulações ...................................................................................................... 67
4.5.1 Caso de Bom Jesus da Lapa ..................................................................... 67
4.5.1.1 Parâmetros de Entrada ....................................................................... 67
4.5.1.1.1 Dados Climáticos e Irradiação de Projeto ..................................... 67
4.5.1.1.2 Helióstatos, Torre e Receptor ....................................................... 69
4.5.1.1.3 Múltiplo Solar ............................................................................... 69
4.5.1.1.4 Potência da Planta ......................................................................... 71
4.5.1.1.5 Modelo Financeiro ........................................................................ 71
4.5.1.1.6 Custos dos Componentes .............................................................. 73
4.5.1.2 Parâmetros de saída ........................................................................... 74
4.5.1.2.1 Custo Nivelado de Energia Elétrica (LCOE) ................................ 74
4.5.1.2.2 Produção Anual e Fator de Capacidade ........................................ 75
4.5.1.3 Resultados em Bom Jesus da Lapa ................................................... 75
4.5.1.3.1 Planta Torre Solar Simples ........................................................... 77
4.5.1.3.2 Planta Torre Solar com Armazenamento ...................................... 77
4.6 Resultados....................................................................................................... 77
5 Conclusão e sugestões para trabalhos futuros ........................................................ 82
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 84
ix
Lista de Figuras
Figura 1 – Emissões mundiais de gases de efeito estufa por gás ..................................... 1
Figura 2 – Participação de fontes renováveis na matriz energética .................................. 2
Figura 3 – Matriz elétrica do Brasil em 2013 ................................................................... 3
Figura 4 – Evolução da capacidade instalada da fonte eólica no Brasil ........................... 4
Figura 5 – Crescimento da capacidade instalada de geração heliotérmica no mundo ..... 6
Figura 6 – Plantas CSP instaladas e planejadas por país .................................................. 7
Figura 7 – Estrutura do Sol ............................................................................................. 11
Figura 8 – Movimento da Terra em torno do Sol e as estações no hemisfério Sul ........ 12
Figura 9 – Fornalha solar de Lavoisier, 1774 ................................................................. 14
Figura 10 – Refletor cônico truncado de Augustin Mouchot, 1872 ............................... 15
Figura 11 – Concentrador prato parabólico de Abel Pifre operando uma impressora,
1882 ................................................................................................................................ 15
Figura 12 – Concentrador cilindro parabólico de John Ericsson, 1883.......................... 16
Figura 13 – Coletor prato parabólico de Aubrey Eneas, 1901 ....................................... 16
Figura 14 – Planta de bombeamento de água do rio Nilo, 1913 .................................... 17
Figura 15 – Componentes da tecnologia CSP cilindro parabólico ................................. 20
Figura 16 – Planta Archimede na Itália, com tecnologia cilindro parabólico ................ 20
Figura 17 - Componentes da tecnologia CSP torre solar................................................ 21
Figura 18 – Planta Gemasolar na Espanha, com tecnologia torre solar ......................... 22
Figura 19 - Componentes da tecnologia CSP linear Fresnel .......................................... 23
Figura 20 – Planta Kimberlina nos EUA, com tecnologia linear Fresnel ...................... 24
Figura 21 - Componentes da tecnologia CSP prato parabólico ...................................... 25
Figura 22 – Planta Maricopa nos EUA, com tecnologia prato parabólico ..................... 25
Figura 23 – Mapa de projetos CSP ao redor do mundo.................................................. 26
Figura 24 – Planta CSP Solana ....................................................................................... 32
Figura 25 – Planta Genesis ............................................................................................. 33
Figura 26 – Planta CSP Shams 1 .................................................................................... 34
x
Figura 27 – Construção das plantas SEGS VIII e IX ..................................................... 34
Figura 28 – Planta Martin Next Generation Solar Energy Center .................................. 35
Figura 29 – Planta Nevada Solar One ............................................................................ 36
Figura 30 – Vista aérea da planta Ivanpah ..................................................................... 36
Figura 31 – As três torres da planta Ivanpah, na fase de construção .............................. 37
Figura 32 – Planta Gemasolar ........................................................................................ 37
Figura 33 – Torre da planta PS20 ................................................................................... 38
Figura 34 – Planta PS10 ................................................................................................. 39
Figura 35 – Vista aérea das plantas PS10 e PS20........................................................... 39
Figura 36 – Planta Puerto Errado 2 ................................................................................ 40
Figura 37 – Planta MSP em construção.......................................................................... 43
Figura 38 – Torre da planta Crescent Dunes em construção .......................................... 44
Figura 39 – Construção da planta Dhursar ..................................................................... 45
Figura 40 – Planta TUNUR na Tunísia que despachará energia para a Europa ............. 47
Figura 41 – Modelo de pirâmide .................................................................................... 49
Figura 42 – Tela de abertura do SAM ............................................................................ 50
Figura 43 – Estrutura do SAM ....................................................................................... 51
Figura 44 – Página inicial do SAM para escolha da tecnologia ..................................... 52
Figura 45 – Helióstato modelo ASUP 140 ..................................................................... 54
Figura 46 - Efeito cosseno em planta torre solar ............................................................ 55
Figura 47 - Razão entre absorção solar e ângulo de incidência da radiação .................. 56
Figura 48 - Desfocagem do helióstato, com a imagem refletida real maior que a ideal 57
Figura 49 - Perdas por sombreamento e bloqueio .......................................................... 57
Figura 50 – Receptor de cavidade (à esquerda) e externo (à direita) ............................. 59
Figura 51 – Ciclo de Rankine ......................................................................................... 61
Figura 52 – Funcionamento de uma planta CSP de receptor central com vapor direto . 62
Figura 53 - Funcionamento de uma planta CSP de receptor central com sal fundido ... 63
Figura 54 - Irradiação Normal Direta (DNI) .................................................................. 64
Figura 55 - Irradiação Normal Direta acima de 2.000 kWh/m²/ano............................... 64
xi
Figura 56 - Base de dados climáticos do Brasil ............................................................. 65
Figura 57 – Média mensal de DNI em Bom Jesus da Lapa ........................................... 69
Figura 58 – Gráfico para otimização do múltiplo solar em relação ao menor LCOE,
planta simples ................................................................................................................. 70
Figura 59 - Gráfico para otimização do múltiplo solar em relação ao menor LCOE,
planta com armazenamento ............................................................................................ 71
Figura 60 – Gráfico LCOE x Múltiplo solar para os oito municípios, planta simples ... 78
Figura 61 - Gráfico LCOE x Múltiplo solar para os oito municípios, planta com
armazenamento ............................................................................................................... 78
xii
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Capacidade instalada de plantas CSP por país, em MW .............................. 27
Tabela 17 – Quadro comparativo entre uma planta torre solar em Daggett e em Bom
Jesus da Lapa .................................................................................................................. 81
xiii
1 Introdução
O cenário energético mundial, predominantemente baseado em fontes não
renováveis está passando por um período de transição. Isso se deve às mudanças
climáticas que vêm sendo observadas ao longo dos anos, com influência da ação
humana, principalmente pela queima de combustíveis fósseis. Atualmente, a tendência
mundial está na busca por novas fontes de energia que possam atender o acelerado
crescimento da demanda, de forma não poluente e sustentável.
1
Segundo [2], a aceleração das mudanças climáticas e ambientais é decorrente,
principalmente, do aumento da demanda e consumo de energia, resultante do progresso
tecnológico e avanço no desenvolvimento socioeconômico humano, e da matriz
energética predominantemente não renovável, como pode ser visto na Figura 2. Esse
aumento, em conjunto com a possibilidade de redução da oferta de combustíveis
convencionais num futuro próximo e a crescente preocupação com a preservação do
meio ambiente, impulsiona cada vez mais a pesquisa e desenvolvimento de fontes
alternativas de energia, menos poluentes, renováveis e que produzam menos impactos
ambientais. O desafio é de transformar o sistema energético mundial, tornando-o mais
sustentável e ambientalmente correto do que o atual.
3
energia não é bem aceita pela sociedade civil, em razão de questionamentos sobre os
riscos associados e ao problema do armazenamento dos rejeitos radioativos gerados.
Por outro lado, o Brasil possui grande potencial para aproveitamento de energia
solar durante todo o ano, devido a sua maior parte estar localizada na região inter-
tropical. Além disso, o sol é a maior fonte de energia disponível na Terra, sendo boa
parte das energias que utilizamos oriundas da energia solar indiretamente. Seu uso
permite a redução do uso de combustíveis fósseis, redução de emissões de GEE,
geração de empregos qualificados e desenvolvimento tecnológico, vetores da
sustentabilidade ambiental, social e econômica. Com isso, chega-se à conclusão da
importância de se explorar essa grande fonte de energia no Brasil e no mundo. Segundo
[2], a fonte solar tende a ser um dos pilares do novo sistema energético mundial, devido
4
a grande quantidade e qualidade de energia proveniente da radiação solar que incide na
Terra a todo instante.
A outra forma de geração de energia elétrica pela radiação solar e objeto de estudo
neste trabalho, é a denominada geração heliotérmica, termo solar ou concentrated solar
power (CSP). Ela consiste basicamente na geração de eletricidade por meio da
conversão da energia solar em energia térmica, e posterior conversão desta última em
energia elétrica. Dessa forma, uma planta baseada nessa modalidade de geração
emprega em seus estágios finais as tecnologias já amplamente conhecidas e maduras
utilizadas nas centrais termelétricas. Sua peculiaridade está na forma e na eficiência de
conversão da radiação solar em energia térmica por meio de campos coletores
responsáveis pela concentração dos feixes solares e posterior transferência dessa energia
concentrada a um meio de propagação e acúmulo.
Para o Brasil, no que se refere à política energética, a geração termo solar é mais
uma entre as diversas opções que o país detém. Esta tecnologia ainda enfrenta algumas
restrições técnicas e econômicas para sua implementação no território nacional. Porém,
devido ao grande potencial solar do Brasil, com inúmeros locais possíveis para
instalação de uma planta CSP, é muito importante o estudo e desenvolvimento desta
tecnologia para sua futura aplicação em larga escala.
5
1.1 Motivação
6
backup, aumentar a segurança energética e reduzir a emissão de GEE. Esta tecnologia
está sendo implantada em muitos países para geração de energia elétrica em larga
escala, como pode ser visto na Figura 6, sendo os principais deles os EUA e a Espanha.
Esses dois países detêm mais de 90% da potência instalada de geração CSP no mundo.
Diante do panorama mundial da geração termo solar e com o primeiro passo para
a penetração desta tecnologia no Brasil, esta monografia busca apresentar uma
metodologia para estudo da implantação de uma usina CSP no país. Assim, será feito
uma avaliação do potencial de geração heliotérmica no Brasil, contribuindo com estudos
já realizados e incentivando estudos futuros, até que a geração termo solar em larga
escala esteja em operação no país.
7
1.2 Objetivo
1.3 Metodologia
Além de o software estar sendo utilizado no Brasil para estudos da energia termo
solar, como em [12], [13], [14] e [15] justifica-se o uso do mesmo pela sua capacidade
8
de realizar análises de custos, desempenho e financiamento de sistemas elétricos
conectados à rede de forma simples e com uma plataforma amigável.
As plantas terão capacidade de 100MW e utilizarão sistema com vapor direto e sal
fundido, respectivamente.
9
utilização da energia solar concentrada. São apresentadas também as quatro tecnologias
CSP existentes, cilindro parabólico, torre solar, linear Fresnel e prato parabólico.
10
2 Energia Solar Térmica Concentrada
11
Considerando-se que o raio médio da Terra é de 6.371 km, e sendo o valor da
irradiância 1.367 W/m² incidindo sobre a área projetada da Terra, conclui-se que a
fração da potência total disponibilizada pelo Sol que incide na atmosfera terrestre é de
aproximadamente 174.000 TW. Apesar de ser uma pequena fração em relação ao total
emitido pelo Sol, estima-se que 84 minutos de radiação solar incidindo na Terra
equivale ao consumo de energia mundial durante um ano [16].
Segundo [19], da irradiância solar total que incide no topo da atmosfera, cerca de
23% é refletida diretamente nesta camada, outros 23% poderão ser absorvidos ou
refletidos também na atmosfera. Os 54% restantes incidem na superfície terrestre, sendo
que uma pequena parcela, em torno de 7%, é refletida e 47% absorvida nesta superfície.
Portanto, da potência disponibilizada pelo Sol, cerca de 94.000 TW chegam
efetivamente à superfície terrestre.
Com relação ao posicionamento solar, pode ser observado a partir da Terra, que o
caminho do Sol no céu varia durante todo o ano. Isso se deve ao movimento de
translação da Terra em torno do Sol, que descreve uma trajetória elíptica com uma
pequena excentricidade. O eixo terrestre em relação ao plano normal à elipse apresenta
uma inclinação de aproximadamente 23,45º. Essa inclinação, juntamente com o
movimento de translação dá origem às estações do ano [18]. A Figura 8 ilustra esse
movimento, com a representação das estações do ano para o hemisfério Sul.
13
2.2 Histórico da Concentração Solar
Segundo [16], a primeira vez em que a energia solar concentrada foi utilizada,
apesar de não haver nenhum registro, foi atribuída a Arquimedes (282 a 212 a.C.). O
aparelho usado por Arquimedes foi descrito como um vidro composto com 24 espelhos
que convergiam para um único ponto focal, apesar de alguns historiadores acreditarem
que foram utilizados escudos de soldados em vez de espelhos. Este aparelho teria sido
utilizado para concentrar os raios solares em um foco para queimar a frota romana na
Baía de Syracuse (Itália).
14
Figura 10 – Refletor cônico truncado de Augustin Mouchot, 1872 [20]
Figura 11 – Concentrador prato parabólico de Abel Pifre operando uma impressora, 1882 [20]
15
O desenvolvimento de novos sistemas teve continuidade nos EUA. Por volta de
1883, o engenheiro Capitão John Ericsson construiu o primeiro coletor cilindro
parabólico, baseado no refletor cônico de Augustin Mouchot. Ele usou este coletor para
operar um motor a vapor para bombeamento de água [20]. Esse sistema está ilustrado na
Figura 12.
16
Em 1904, Henry E. Willsie identificou a maior fraqueza de todas as máquinas
solares já construídas, sua incapacidade de superar o problema da intermitência solar.
Nesse mesmo ano, ele construiu uma planta de 15 HP, na Califórnia, onde testou um
sistema de armazenamento de energia, mantendo a água aquecida em um grande
recipiente isolado. Dessa forma a geração termo solar operava com fator de capacidade
mais elevado durante o dia, à noite e em dias nublados. Essa foi a primeira planta termo
solar que podia operar durante a noite, superando o problema da intermitência da
radiação solar [20].
17
temperaturas da ordem de 500ºC, sendo inicialmente desenvolvida para processos
industriais.
Em 1981, pela primeira vez foi fornecida energia à rede elétrica proveniente de
energia solar térmica, através do projeto de demonstração chamado SSPS/DCS (Small
Solar Power Systems/Distributed Collector System). Esse projeto foi instalado em
Tabernas, Espanha, e era constituído de dois campos solares de cilindro parabólicos
com uma área de absorção de 7.602 m² [20].
18
de armazenamento térmico (TES), acoplamento a sistemas de backup (hibridização)
com uso de combustíveis fósseis, ou ambos, para maior nível de estabilidade,
despachabilidade e aumento da duração e rendimento da produção de eletricidade. Esses
atributos permitem que plantas heliotérmicas tenham capacidades semelhantes aquelas
de plantas termelétricas convencionais, com combustíveis fósseis, e forneçam uma fonte
de energia firme que melhora a operação das redes elétricas [21].
Existem quatro tipos de sistemas CSP, nomeados de acordo com a geometria dos
coletores: cilindro parabólico, torre solar (ou receptor central), linear Fresnel e prato
parabólico. Todas essas tecnologias envolvem a conversão da radiação solar em energia
térmica para produção de trabalho em uma máquina térmica. As três primeiras já foram
demonstradas com configurações híbridas com tecnologias de combustível fóssil e/ou
adaptadas com sistemas de armazenamento térmico. Essas opções possibilitam maior
flexibilidade e confiabilidade na operação [21]. A seguir são apresentadas as quatro
tecnologias, com suas principais características, vantagens, desempenho, etc.
Sistemas CSP com tecnologia cilindro parabólico são os mais comprovados, com
tecnologia em alto grau de maturidade. Plantas comerciais deste tipo começaram a
operar em 1984, com as plantas SEGS, no deserto de Mojave, Califórnia, e em seguida
com a planta NEVADA SOLAR ONE e outras mais recentes na Espanha.
19
tem um refletor parabólico que focaliza a radiação solar direta em um receptor linear
(tubo absorvedor) localizado na linha focal da parábola, como pode ser visto na Figura
15. A Figura 16 mostra uma planta na Itália com esta tecnologia. Os coletores rastreiam
o sol durante o dia com a radiação incidente continuamente focalizada no receptor
linear, no qual o HTF é aquecido até aproximadamente 390ºC [21].
Torre solar, também chamada de receptor central, é uma tecnologia CSP que está
a pouco tempo em fase avançada de desenvolvimento, com várias plantas comerciais
em operação. Devido às elevadas temperaturas de operação, a torre solar tem potencial
para atingir eficiências mais altas e sistemas de armazenamento térmicos com custos
menores se comparados com a tecnologia cilindro parabólico.
Plantas torre solar usam helióstatos, que são refletores que giram em torno dos
eixos azimutal e de elevação, para refletir a radiação solar em um receptor central
localizado no alto de uma torre. Em uma planta de larga escala podem ser necessários
de alguns milhares até cem mil helióstatos, cada um sob controle computacional. A
configuração desta tecnologia pode ser vista na Figura 17, e na Figura 18 pode ser visto
uma planta deste tipo na Espanha.
21
Figura 18 – Planta Gemasolar na Espanha, com tecnologia torre solar [24]
Já em uma planta torre solar de sal fundido, sal a uma temperatura de 290ºC é
bombeado de um tanque de armazenamento frio para o receptor, onde a radiação solar
concentrada proveniente do campo de helióstatos aquece o sal até cerca de 565ºC. O sal
é tipicamente uma mistura de nitrato de sódio e de potássio, e quando aquecido é
mantido em um tanque de armazenamento quente. Quando a geração de energia elétrica
é requerida, sal quente é bombeado ao gerador de vapor, que produz vapor a alta
pressão em condições nominais de 100 a 150 bar e até 540ºC. O sal, já resfriado, da
máquina a vapor, é retornado ao tanque de armazenamento frio para completar o ciclo.
Devido à pressão de vapor desprezível do sal, os dois tanques de armazenamento ficam
sob pressão atmosférica. O vapor é convertido em energia elétrica em um sistema
22
convencional de turbina a vapor acoplada a um gerador elétrico. A combinação da
densidade e calor específico do sal com a diferença de temperatura entre os dois tanques
viabiliza capacidades de armazenamento de até 15 horas. Assim como na tecnologia
cilindro parabólico, a escolha de torres de resfriamento úmido, seco ou híbrido
influenciará no consumo de água da planta, desempenho do ciclo e custos [21].
23
Figura 20 – Planta Kimberlina nos EUA, com tecnologia linear Fresnel [23]
24
Figura 21 - Componentes da tecnologia CSP prato parabólico [22]
Figura 22 – Planta Maricopa nos EUA, com tecnologia prato parabólico [23]
25
3 Cenário Atual de CSP no Mundo
Como apresentado anteriormente, na seção 2.2, durante a década de 1990 os
investimentos na tecnologia CSP cessaram e no período de 1991 a 2006 não houve
construção de nenhuma planta termo solar [24]. Depois de 15 anos de estagnação, a
atividade reiniciou com a construção da planta SAGUARO, de 1 MW, no Arizona, que
entrou em operação em Janeiro de 2006. No mesmo ano, foram iniciadas as construções
das plantas NEVADA SOLAR ONE (EUA), de 72 MW, e PS10 (Espanha), de 11 MW
[24]. Em 2007 ambas iniciaram suas operações. Desde então, muitas plantas foram
construídas e entraram em operação. O mapa da Figura 23 apresenta o cenário mundial
de projetos CSP, com plantas em operação, construção e desenvolvimento ao redor do
mundo no ano de 2013.
26
Tabela 1 – Capacidade instalada de plantas CSP por país, em MW
Tecnologia Cilindro parabólico Torre solar Linear Fresnel Prato parabólico Total CSP
Estado Op. Const. Desenv. Op. Const. Desenv. Op. Const. Desenv. Op. Const. Desenv. Op. Const. Desenv.
África do Sul - 150,0 200,0 - 50,0 - - - - - - - - 200,0 200,0
Alemanha - - - 1,5 - - - - - - - - 1,5 - -
Argélia 25,0 - - - - 7,0 - - - - - - 25,0 - 7,0
Austrália - - - 3,0 - - 9,0 44,0 - - - - 12,0 44,0 -
Brasil - 1,0 - - - - - - - - - - - 1,0 -
Canadá - 1,0 - - - - - - - - - - - 1,0 -
Chile - - 360,0 - 110,0 - - - - - - - - 110,0 360,0
China - 203,5 100,0 2,0 50,0 - - 4,0 - - 60,0 - 2,0 317,5 100,0
Chipre - - - - - - - - - - - 50,0 - - 50,0
EAU 100,0 - - - - - - - - - - - 100,0 - -
Egito 20,0 - 100,0 - - - - - - - - - 20,0 - 100,0
Espanha 2.275,0 - - 59,5 - 50,0 31,4 - - - - - 2.365,9 - 50,0
EUA 1.034,0 250,0 - 382,0 110,0 1.150,0 5,0 - 5,0 - 1,5 - 1.421,0 361,5 1.155,0
França - - - 1,0 - - - 12,0 9,0 - - - 1,0 12,0 9,0
Grécia - - - - - 50,0 - - - - - 75,0 - - 125,0
Índia 51,0 345,0 - 2,5 - - - 100,0 - - - - 53,5 445,0 -
Irã 17,0 - - - - - - - - - - - 17,0 - -
Israel - - 120,0 6,0 - 121,0 - - - - - - 6,0 - 241,0
Itália 5,0 30,0 - - - 50,0 - - - - - - 5,0 30,0 50,0
Marrocos 20,0 163,0 200,0 - - 100,0 - - 1,0 - - - 20,0 163,0 301,0
México - 14,0 - - - - - - - - - - - 14,0 -
Tailândia 5,0 - - - - - - - - - - - 5,0 - -
Tunísia - - - - - 2.000,0 - - - - - - - - 2.000,0
Turquia - - - 1,4 - - - - - - - - 1,4 - -
Total 3.552,0 1.157,5 1.080,0 458,9 320,0 3.528,0 45,4 160,0 15,0 - 61,5 125,0 4.056,3 1.699,0 4.748,0
27
Atualmente a capacidade total de plantas heliotérmicas no mundo é de 10.503,3
MW, sendo que de usinas em operação são 4.056,3 MW instalados, dos quais 87,6%
são de tecnologia cilindro parabólico e 28,5% tecnologia torre solar. A capacidade das
plantas em construção soma 1.699 MW, dos quais 68,1% são de cilindro parabólico e
18,8% de torre solar. Já as plantas em desenvolvimento somam capacidade instalada de
4.748 MW, dos quais 22,7% são de cilindro parabólico e 74,3% de torre solar. Isso
mostra a predominância da tecnologia cilindro parabólico nas plantas em operação e
construção, mas com a tendência de crescimento e maior domínio da tecnologia de
receptor central nas plantas em desenvolvimento, que estarão operando em alguns anos.
Além disso, pode ser observado da Tabela 1 que os dois principais mercados de CSP no
mundo são os Estados Unidos e a Espanha, com capacidade total de 2.938 MW e 2.416
MW, respectivamente. Essa liderança se deve aos incentivos do governo desses países,
como por exemplo, as tarifas feed-in na Espanha [24], que consiste em uma política
pública destinada a acelerar o investimento em energias renováveis por meio da oferta
de contratos de longo prazo para produtores desse tipo de energia. Juntos, os EUA e a
Espanha possuem mais de 90% da capacidade instalada de CSP no mundo (plantas em
operação). Apesar desse domínio dos EUA e da Espanha, a geração termo solar está
crescendo em todos os continentes, com 24 países onde essa tecnologia já está
implantada ou sendo inserida com plantas de demonstração e pesquisa e
desenvolvimento, como é o caso do projeto Helioterm no Brasil.
28
os principais projetos heliotérmicos em termos de potência instalada, com a descrição
das características técnicas e de desempenho de cada um.
Início da Potência
Nome da planta Tecnologia País
operação (MW)
ACME Solar Tower 2011 Torre solar 2,50 Índia
Andasol-1 (AS-1) 2008 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Andasol-2 (AS-2) 2009 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Andasol-3 (AS-3) 2011 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Archimede 2010 Cilindro parabólico 5,00 Itália
Arcosol 50 (Valle 1) 2011 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Arenales 2013 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Aste 1A 2012 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Aste 1B 2012 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Astexol II 2012 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Augustin Fresnel 1 2012 Linear Fresnel 0,25 França
Borges Termosolar 2012 Cilindro parabólico 25,00 Espanha
BrightSource SEDC 2008 Torre solar 6,00 Israel
Caceres 2013 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Casablanca 2013 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
CESA 1 (PSA) 1983 Torre solar 1,20 Espanha
Dahan Power Plant 2012 Torre solar 1,00 China
Enerstar (Villena) 2013 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Extresol-1 (EX-1) 2010 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Extresol-2 (EX-2) 2010 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Extresol-3 (EX-3) 2012 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Gemasolar Thermosolar Plant
2011 Torre solar 20,00 Espanha
(Gemasolar)
Genesis Solar Energy Project 2014 Cilindro parabólico 250,00 EUA
Godawari Solar Project 2013 Cilindro parabólico 50,00 Índia
Greenway CSP Mersin
2012 Torre solar 1,40 Turquia
Tower Plant
Guzmán 2012 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Helioenergy 1 2011 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Helioenergy 2 2012 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Helios I (Helios I) 2012 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Helios II (Helios II) 2012 Cilindro parabólico 50,00 Espanha
Holaniku at Keahole Point 2009 Cilindro parabólico 2,00 EUA
29
Tabela 2 - Plantas CSP em operação no mundo (continuação)
30
Tabela 2 - Plantas CSP em operação no mundo (continuação)
31
Tabela 3 – Resumo da capacidade instalada e quantidade de plantas em operação no mundo
a) Cilindro parabólico
SOLANA
32
GENESIS SOLAR ENERGY PROJECT
SHAMS-1
33
Figura 26 – Planta CSP Shams 1 [30]
SEGS VIII e IX
34
MARTIN NEXT GENERATION SOLAR ENERGY CENTER
Com uma capacidade de 75 MW e área total de 2,02 km², esta usina entrou em
operação em Dezembro de 2010, e tem produção anual de 155 GWh, energia elétrica
suficiente para atender 11.000 casas. Em seu campo solar são instalados 1.136 coletores.
Além disso, evita a emissão de gases de efeito estufa, equivalente a retirada de 13.000
carros de circulação [32]. Uma imagem desta planta é apresentada na Figura 28.
b) Torre solar
IVANPAH SEGS
Com tecnologia de receptor central e área total de 14,16 km², essa planta é
composta por 175.000 helióstatos e torre de 137 m de altura. A geração anual é de
1.079GWh [26]. Na Figura 30 e na Figura 31 podem ser vistas imagens aéreas da planta
e as três torres ainda na fase de construção, respectivamente.
36
Figura 31 – As três torres da planta Ivanpah, na fase de construção [30]
GEMASOLAR
Com um campo solar de 1,95 km² e 2.650 helióstatos instalados, esta planta
iniciou sua operação em Abril de 2011. Sua geração anual é de 110 GWh, podendo
fornecer energia limpa e confiável a 25.000 residências e reduzir a emissão de CO2 em
mais de 30.000 toneladas por ano [30]. A Figura 32 mostra uma foto do campo solar e
da torre da planta.
37
PS20
PS20 é a segunda maior planta torre solar do mundo, junto com a Gemasolar.
Esta planta de 20 MW, de propriedade da Abengoa Solar, fica localizada em Sevilha,
Espanha, e entrou em operação em Abril de 2009. Seu campo solar é constituído de
1.255 helióstatos em uma área de aproximadamente 850.000 m² [27]. A Figura 33
mostra uma foto da torre dessa planta.
PS10
c) Linear Fresnel
PUERTO ERRADO 2
39
Figura 36 – Planta Puerto Errado 2 [36]
40
Tabela 4 – Plantas CSP em construção no mundo
Operação Potência
Nome da planta Tecnologia País
prevista (MW)
Abhijeet Solar Project 2013 Cilindro parabólico 50,0 Índia
Agua Prieta II ciclo
2014 Cilindro parabólico 14,0 México
combinado
Airlight Energy Ait Baha
2014 Cilindro parabólico 3,0 Marrocos
CSP Plant
Alba Nova 1 2014 Linear Fresnel 12,0 França
Archetype SW550 Cilindro parabólico 30,0 Itália
África do
Bokpoort 2015 Cilindro parabólico 50,0
Sul
CPI Golmud Solar Thermal
Cilindro parabólico 100,0 China
Power Plant
Crescent Dunes 2013 Torre solar 110,0 EUA
Delingha Supcon Tower
2013 Torre solar 50,0 China
Plant
Diwakar 2013 Cilindro parabólico 100,0 Índia
Gujarat 2013 Cilindro parabólico 20,0 Índia
Gujarat Solar One 2014 Cilindro parabólico 25,0 Índia
HelioFocus China Orion
2014 Prato parabólico 60,0 China
Project
Himin Solar Fresnel Demo
- Linear Fresnel 2,5 China
Plant
Huaneng Sanya - Linear Fresnel 1,5 China
África do
Kaxu Solar One 2015 Cilindro parabólico 100,0
Sul
África do
Khi Solar One 2014 Torre solar 50,0
Sul
Kogan Creek 2015 Linear Fresnel 44,0 Austrália
KVK Energy 2013 Cilindro parabólico 100,0 Índia
Medicine Hat ciclo
2013 Cilindro parabólico 1,0 Canadá
combinado
Megha Engineering 2013 Cilindro parabólico 50,0 Índia
Mojave Solar 2014 Cilindro parabólico 250,0 EUA
Ningxia ciclo combinado 2013 Cilindro parabólico 92,0 China
Ouarzazate 1 2014 Cilindro parabólico 160,0 Marrocos
41
Tabela 4 - Plantas CSP em construção no mundo (continuação)
a) Cilindro parabólico
42
Figura 37 – Planta MSP em construção [30]
NOOR I
b) Torre solar
43
Figura 38 – Torre da planta Crescent Dunes em construção [30]
c) Linear Fresnel
DHURSAR
44
Figura 39 – Construção da planta Dhursar [38]
Operação Potência
Nome da planta Tecnologia País
prevista (MW)
Ashalim CSP plant 1 2017 Torre solar 121,0 Israel
Ashalim CSP plant 2 2017 Cilindro parabólico 120,0 Israel
Centrale Solaire
2015 Linear Fresnel 9,0 França
Thermoynamique Llo
CNIM eCare Solar Thermal
- Linear Fresnel 1,0 Marrocos
Project
45
Tabela 6 - Plantas CSP em desenvolvimento no mundo (continuação)
a) Cilindro parabólico
PEDRO DE VALDIVIA
Essa planta está projetada para ser implantada na região de Antofagasta, Chile.
Será uma planta de 360 MW com produção anual estimada em 2.108 GWh. A área
46
construída será de 19,8 km², com 5.376 coletores instalados. Haverá também um
sistema de armazenamento térmico de 10,5 horas. A previsão é que a operação inicie em
2015 [26].
b) Torre solar
TUNUR
Essa é uma planta CSP torre solar de 2 GW, que está sendo desenvolvida pela
TuNur no Sul da Tunísia. Essa planta fornecerá energia em corrente contínua e alta
tensão (HVDC) para a Europa através de linhas de transmissão em terra e submarinas.
A Figura 40 ilustra o trajeto da transmissão. Além disso, sua geração anual estimada é
de 9.000 GWh.
Figura 40 – Planta TUNUR na Tunísia que despachará energia para a Europa [39]
PALEN SEGS
47
4 Estudo de Caso
A escolha do software de simulação para este trabalho teve como base aqueles
considerados e utilizados pelo Sandia National Laboratories, cujas funções e trocas de
informações são ilustradas no modelo de pirâmide proposto por [41], como pode ser
visto na Figura 41. Esse modelo apresenta no topo os softwares para simulação do
sistema integrado, no meio os modelos de componentes e processos, e na base, os
parâmetros de entrada e distribuições. Também pode ser visto na pirâmide o fluxo de
informações dos códigos. Os sistemas integrados utilizam dados dos modelos de
componentes e parâmetros de entrada, e da mesma forma esses últimos utilizam os
dados dos modelos integrados, para aperfeiçoamento dos valores em busca de melhores
resultados.
48
Figura 41 – Modelo de pirâmide [41]
Desempenho Fluido de
Desempenho do Ciclo de Desempenho do
do campo de transferência de
receptor central potência sistema integrado
helióstatos calor
ASAP CAVITY FLUENT GATECYCLE DELSOL
DELSOL DRAC/TOPAZ SAM IPSEPRO SAM
HELIOS FLUENT SOLERGY STEAMPRO SOLERGY
MIRVAL RADSOLVER TRNSYS - TRNSYS
SOLTRACE - - - -
49
O TRNSYS é um software comercial, desenvolvido pela Universidade de
Wisconsin. Este programa modela sistemas usando componentes modulares, cada um
representando um processo físico ou recurso do sistema. Os componentes incluem
coletores, trocadores de calor, tanques de armazenamento térmico, sistema hidráulico
(bombas, tubulação), controladores e ciclos de potência [41].
Por fim, foi escolhido o SAM, por ser um software gratuito, que calcula a energia
gerada hora a hora de um sistema em um ano, o custo da energia e outros indicadores.
Além disso, utilizado o DELSOL para otimizar a posição dos helióstatos e o mecanismo
de simulação do TRNSYS para calcular o fluxo de energia por hora [41], mostrando-se
um programa mais completo.
50
A estrutura do SAM, apresentada na Figura 43, consiste em uma interface do
usuário, um mecanismo de cálculo e uma interface de programação. A interface do
usuário é a parte do SAM que pode ser vista. Nela é permitido o acesso às variáveis de
entrada e controles de simulação e é onde são exibidos os gráficos e tabelas de
resultados. O mecanismo de cálculo executa simulações hora a hora do desempenho de
um sistema de energia e, um conjunto de cálculos financeiros anuais que geram o fluxo de
caixa e os indicadores financeiros do projeto. A interface de programação permite que o
SAM interaja com programas externos [42].
51
desejado de acordo com as condições de financiamento do projeto [12]. O SAM inclui
modelos financeiros para projetos residenciais, comerciais e de concessionárias.
52
instalada, etc. Porém, os modelos fornecidos pelo software são baseados na realidade do
setor elétrico norte-americano, e o Brasil possui uma estrutura de financiamento e
taxação diferente dos EUA, daí a importância de um tratamento adequado dos dados no
SAM para executar simulações que incorporem a realidade brasileira [14].
Além do crescimento, outro fator relevante na decisão pela tecnologia torre solar
neste trabalho é sua operação com temperaturas mais elevadas, o que torna o
armazenamento térmico mais atraente economicamente e consequentemente aumenta o
benefício operacional devido ao despacho em horários sem radiação solar [44]. Outros
benefícios desta tecnologia são esperados devido ao crescimento da capacidade
instalada no mundo, que indica para melhorias em torno de seus principais
componentes, como o design dos helióstatos, sistema de rastreamento, otimização do
campo solar, campos multi-torre e receptores alternativos [45]. Todas as melhorias
visam principalmente a redução no custo e o aumento da eficiência da planta CSP.
53
Brasil, sendo interessante a avaliação das melhores localidades no país para a
implantação de uma usina CSP de receptor central, verificando a viabilidade em termos
de custos e desempenho da planta.
54
O campo de helióstatos de uma planta torre solar é composto, geralmente, por
uma grande quantidade de helióstatos individuais. Essa quantidade depende das
dimensões de cada helióstato e da capacidade do sistema solar térmico pretendido.
Além disso, esse campo pode variar de acordo com a geometria dos helióstatos, que
podem ser retangulares ou circulares [47].
a) Efeito cosseno
55
b) Reflexão do receptor
c) Dispersão atmosférica
d) Desfocagem
56
Figura 48 - Desfocagem do helióstato, com a imagem refletida real maior que a ideal [47]
e) Sombreamento e bloqueio
57
f) Eficiência do campo de helióstatos
g) Manutenção
Como dito na seção 2.3.2, uma das vantagens da tecnologia CSP de receptor
central se comparada às outras, como a de cilindro-parabólico ou a Fresnel é que o
receptor opera com eficiência térmica mais elevada devido à alta concentração de fluxo
incidente em sua superfície. Porém, diferentemente das outras tecnologias CSP, em uma
planta torre solar a radiação refletida pelos helióstatos viajam por longa distância até o
receptor montado na torre. Essa distância pode ser de 1 km ou mais para grandes plantas
[47]. Com essa distância entre os helióstatos e o receptor, além das perdas ópticas
apresentadas anteriormente, é necessário a construção, instalação e controle precisos da
planta.
58
4.3.3 Torre e Receptor
A função básica da Torre é de suporte para o receptor, que deve ser projetado para
ficar a uma altura para minimizar o impacto que as sombras e bloqueios da luz solar
possam causar sobre os helióstatos. O receptor é o dispositivo posicionado no alto da
torre que recebe toda a radiação solar refletida pelos helióstatos e a converte em energia
térmica, transmitindo-a para um dispositivo de transferência de calor.
Como já dito anteriormente, a tecnologia CSP torre solar opera com elevadas
concentrações de fluxo de radiação, de 600 a 1200 vezes os níveis de radiação normal
direta terrestre [47]. Esta concentração de radiação cria grandes desafios de projeto e
operação para assegurar que o fluxo de energia solar concentrada seja distribuído
uniformemente sobre a superfície do receptor, evitando a falha térmica.
59
No SAM, para modelar a torre e o receptor da planta sob as condições citadas,
existe uma página com as variáveis que especificam a geometria desse sistema coletor
de calor. O modelo do receptor usa relações termodinâmicas e transferência de calor
semi-empírica para determinar o desempenho térmico do receptor. Isso permite que o
modelo represente uma ampla variedade de geometrias sem desviar de um sistema de
referência [42]. Os valores dos parâmetros de entrada para torre e receptor também são
selecionados pela ferramenta Optimization Wizard apresentada na seção 4.5.1.1.3.
61
Figura 52 – Funcionamento de uma planta CSP de receptor central com vapor direto [51]
62
Figura 53 - Funcionamento de uma planta CSP de receptor central com sal fundido [52]
63
utilizado o mapa solar brasileiro para definir as regiões com maior incidência solar para
um melhor aproveitamento desta fonte.
Por este mapa, pode ser observado que os melhores índices de radiação normal
direta (DNI) estão localizados principalmente no estado da Bahia e São Paulo, existindo
bons índices também em partes do Piauí, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e
Paraná. Na Figura 55 podem ser vistos em destaque as áreas com os maiores índices de
DNI no Brasil, acima de 2.000 kWh/m²/ano ou 5,5 kWh/m²/dia.
64
Para simulação da planta termo solar no SAM, são requeridos como parâmetros
de entrada do recurso solar dados climatológicos em base horária, totalizando 8.760
valores de cada parâmetro. O software faz a leitura dos arquivos em três formatos:
typical meteorological year 2 (.tm2), typical meteorological year 3 (.csv) e EnergyPlus
(.epw). Para os modelos CSP são necessários, em um dos três formatos citados, dados
de pressão atmosférica, temperatura do ponto de orvalho, temperatura de bulbo seco,
temperatura de bulbo úmido, umidade realtiva do ar, radiação direta normal (DNI),
radiação global horizontal, hora do dia, latitude, longitude, altitude e velocidade do
vento [12].
Esses dados climáticos em base horária não são fornecidos para qualquer
localidade. Enquanto os EUA possuem arquivos de dados TMY (Typical
Meteorological Year) para 1.020 localidades em seu território [54], o Brasil possui
apenas 20 localidades com esses dados climatológicos detalhados, no formato
EnergyPlus: Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Bom Jesus da Lapa, Brasília, Campo
Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Jacareacanga, Manaus, Petrolina,
Porto Nacional, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santa Maria e São Paulo.
Esses dados são fornecidos no site do U. S. Department of Energy, como pode ser visto
na Figura 56.
65
Os principais dados climáticos, como radiação normal direta, radiação global
horizontal, temperatura de bulbo seco e velocidade do vento, disponíveis para essas 20
cidades brasileiras são apresentados na Tabela 9.
Radiação
Radiação Temperatura Velocidade
Global
Cidade Direta Normal de bulbo seco do vento
horizontal
[kWh/m²/ano] [°C] [m/s]
[kWh/m²/ano]
Belém 1.020,8 1.856,4 26,5 2,1
Belo Horizonte 1.856,0 1.915,8 22,0 1,7
Boa Vista 1.314,4 1.921,9 28,5 3,6
Bom Jesus da Lapa 2.198,5 2.143,2 26,1 1,6
Brasília 1.737,2 1.962,6 21,3 2,1
Campo Grande 1.785,0 1.927,8 24,0 3,9
Cuiabá 1.539,6 1.948,7 26,7 2,0
Curitiba 1.223,2 1.520,9 17,2 3,0
Florianópolis 1.424,6 1.647,2 20,7 3,3
Fortaleza 1.593,9 2.009,9 27,2 3,8
Jacareacanga 1.153,9 1.814,2 25,9 0,5
Manaus 1.144,2 1.743,3 26,8 1,0
Petrolina 1.833,7 2.076,0 26,8 4,1
Porto Nacional 1.868,8 2.078,0 27,1 1,1
Porto Velho 1.255,5 1.859,8 26,3 1,0
Recife 1.519,8 1.979,6 27,1 3,2
Rio de Janeiro 1.608,5 1.843,3 24,0 2,4
Salvador 1.679,9 1.926,3 25,9 2,1
Santa Maria 1.402,2 1.626,4 19,5 2,4
São Paulo 1.275,3 1.678,6 19,5 2,5
66
critérios geográficos como declividade do terreno, terras indígenas, áreas urbanas,
reservatórios de usinas hidrelétricas, corpos d’água, uso do solo, distâncias das
subestações, disponibilidade hídrica e requerimento mínimo de área, tomou-se como
base apenas os dados meteorológicos.
4.5 Simulações
Neste estudo, será avaliada a implementação de uma planta torre solar simples,
sem armazenamento de energia, e de uma planta torre solar com armazenamento de 7,5
horas. Para exemplificar a modelagem e simulação das plantas heliotérmicas, será feito
o desenvolvimento para a cidade de Bom Jesus da Lapa, que possui o maior índice de
DNI entre as oito cidades as quais serão feitas simulações. Em seguida serão
apresentados os resultados para as demais localidades e será feita a avaliação da
viabilidade de acordo com o custo da energia e o desempenho das plantas simuladas.
67
Tabela 10 - Informações da localização e dados climáticos de Bom Jesus da Lapa
68
Figura 57 – Média mensal de DNI em Bom Jesus da Lapa
O SAM utiliza valores padrões para geometria dos helióstatos, com 12,2 m de
altura e 12,2 m de largura, com razão de área reflexiva de 0,97. Além disso, o ângulo de
extensão do campo de helióstatos em torno da torre é de 360º, por ter sido optado pelo
receptor externo na modelagem da planta.
69
maior que a unidade e seu valor típico fica entre 1,3 e 1,4. Pode ser ainda maior (acima
de 2,0) se a planta tiver um sistema de armazenamento de seis horas [24].
Para o caso da planta torre solar simples, o múltiplo solar utilizado na simulação
será de 1,4. Como pode ser visto no gráfico da Figura 58, este valor corresponde ao
menor custo nivelado de energia (LCOE).
37,0
36,0
LCOE (¢/kWh)
35,0
34,0
33,0
32,0
31,0
30,0
29,0
1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00
Múltiplo solar
Figura 58 – Gráfico para otimização do múltiplo solar em relação ao menor LCOE, planta simples
70
se que aumentando-se a capacidade de armazenamento da planta, o custo nivelado da
energia diminui, porém, para um TES maior que 7,5 horas, o tamanho do campo de
helióstatos e a altura da torre aumentam significativamente, inviabilizando o projeto e
por isso não será utilizado outro valor nesta análise. Assim, para a planta com TES de
7,5 horas deste trabalho o múltiplo solar ótimo é de 2,75.
37,0
LCOE (¢/kWh)
35,0
TES = 3,0 horas
33,0
31,0 TES = 4,5 horas
29,0 TES = 6,0 horas
27,0 TES = 7,5 horas
25,0
TES = 9,0 horas
1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
Múltiplo solar
Figura 59 - Gráfico para otimização do múltiplo solar em relação ao menor LCOE, planta com
armazenamento
71
invalida este estudo já que a avaliação será comparativa e o modelo financeiro será o
mesmo utilizado em todas as simulações.
O SAM oferece dois modos de solução para este modelo de sistema. No primeiro,
o analista especifica a taxa interna de retorno (TIR) como parâmetro de entrada e o
SAM usa um algoritmo de busca para encontrar o preço do PPA (Power Purchase
Agreement) requerido para atingir a TIR. No segundo modo, o analista especifica o
preço do PPA como parâmetro de entrada e, o SAM calcula a TIR resultante [42]. Neste
trabalho será utilizado apenas o primeiro modo.
Parâmetro Descrição
Taxa Interna de Retorno Taxa interna de retorno mínima como meta do projeto
Prazo do empréstimo Número de anos requeridos para pagar o empréstimo
Taxa de empréstimo Taxa de juros anual do empréstimo
Número de anos abrangidos pela análise, normalmente
Período de análise
equivalente à vida útil da planta
Taxa de variação anual dos custos, normalmente baseada
Taxa de inflação
em um índice de preço
Medida do valor do dinheiro no tempo, expresso como
Taxa real de desconto
uma taxa anual
Impostos Impostos federal, estadual e sobre vendas
Taxa anual de seguro aplicada sobre o custo instalado
Taxa de seguro
total do projeto
Depreciação Depreciação anual no valor da propriedade
Imposto sobre Imposto aplicado ao valor do projeto em cada ano do
propriedade fluxo de caixa do mesmo
Valor residual líquido Valor residual em percentual do custo instalado total
72
34% (aproximadamente 27% de imposto de renda e 7% de contribuições). Além disso, é
utilizada a contingência de 20% do total de custos instalados, valor conservador se
comparado aos 7% padrão do SAM ou aos 10% proposto por [13]. A depreciação
utilizada na simulação é a linear em 10 anos, proposta por [12].
No Brasil não existem dados oficiais acerca dos parâmetros de custos dos
componentes das tecnologias CSP. Portanto, os valores utilizados na modelagem das
plantas são os padrões propostos pelo SAM, com base nos custos utilizados nos EUA.
Isso não invalida os resultados deste trabalho já que o objetivo principal é fazer uma
avaliação comparativa das tecnologias modeladas em locais diferentes.
73
4.5.1.2 Parâmetros de saída
74
consideradas taxas de inflação, os LCOE real e nominal serão iguais, não havendo
distinção na apresentação dos resultados.
75
Potência nominal da planta 100 MWe
Eficiência do ciclo
41,2 %
termodinâmico
Pressã de operação da
160 bar 100 bar
Bloco de Potência caldeira
Modo de despacho Operação suplementar
Sistema de resfriamento Úmido
Temperatura ambiente de
26 ºC
projeto
TES - 7,5 horas
Armazenamento
Tipo - 2 tanques
76
4.5.1.3.1 Planta Torre Solar Simples
Planta simples
Produção anual 227,65 GWh
Fator de capacidade 26,01%
LCOE 29,76 ¢/kWh
Área total da planta 4,73 km²
Fazendo-se da mesma forma para a planta torre solar com armazenamento de 7,5
horas, os resultados obtidos são apresentados na Tabela 15.
4.6 Resultados
77
localidades. Vale ressaltar também que os múltiplos solares correspondentes a cada
município e as configurações decorrentes do campo de helióstatos, torre e receptor, são
calculados individualmente, como realizado na seção 4.5.1.1.3.
53,00
Belo Horizonte
LCOE (¢/kWh)
Figura 60 – Gráfico LCOE x Múltiplo solar para os oito municípios, planta simples
56,00
Figura 61 - Gráfico LCOE x Múltiplo solar para os oito municípios, planta com armazenamento
78
Tabela 16 – Resultados obtidos para os oito municípios simulados
Simples
Simples
Simples
Simples
Simples
Simples
Simples
Simples
Armaz.
Armaz.
Armaz.
Armaz.
Armaz.
Armaz.
Armaz.
Armaz.
Planta
Múltiplo solar 1,60 3,00 1,40 2,75 1,60 3,00 1,60 3,00 1,80 3,00 1,60 2,75 1,60 3,00 1,60 3,00
Produção
199,0 373,7 227,7 426,9 179,9 347,2 184,3 349,7 202,1 362,7 202,9 361,7 172,1 323,2 179,4 338,90
anual (GWh)
Fator de
22,74 42,7 26,01 48,78 20,55 39,68 21,06 39,95 23,09 41,44 23,19 41,33 19,66 36,94 20,49 38,73
capacidade (%)
LCOE (¢/kWh) 36,7 32,83 29,76 27,26 40,40 35,32 39,60 35,25 38,18 33,45 35,69 31,96 42,81 38,20 40,40 36,05
Área total da
5,57 9,49 4,73 8,59 5,43 9,61 5,57 9,61 5,63 9,08 5,29 8,35 5,65 9,87 5,29 9,34
planta (km²)
79
A partir da Tabela 16, comparando-se os resultados da planta simples e com
armazenamento, nota-se que a maior diferença entre a produção das plantas foi em
Brasília, onde houve um aumento de 93,1% na produção ao incluir o sistema de
armazenamento térmico, sendo a menor diferença em Porto Nacional, com 78,3%. Em
Brasília também foi observada a maior redução no LCOE entre as duas configurações
de planta, 12,6%, e Porto Nacional com a menor redução, de 10,5%. Portanto, dentre os
município analisados o que teve a maior melhoria ao inserir o sistema de
armazenamento foi Brasília.
80
Tabela 17 – Quadro comparativo entre uma planta torre solar em Daggett e em Bom Jesus da Lapa
Custo nivelado da
15,60 27,26
energia (¢/kWh)
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5 Conclusão e sugestões para trabalhos futuros
Este trabalho apresentou as tecnologias CSP, o cenário mundial da geração termo
solar e foi feita uma avaliação da viabilidade da instalação de uma planta de receptor
central no Brasil em termos de custos e desempenho.
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150USD/MWh das plantas nos EUA. O custo da planta termo solar em Bom Jesus da
Lapa também é muito maior se comparado ao custo dos projetos de energia eólica no
Brasil, que foram vendidos a uma média de 129,97R$/MWh no Leilão de Energia A-
3/2014 [62]. Portanto, é necessário que o Governo desenvolva políticas de incentivo à
geração heliotérmica no Brasil, deixando a tecnologia CSP mais competitiva e atraindo
mais investidores no país.
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