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RESUMO AVP 1 – DIREITO ADMINISTRATIVO

NOÇOES E PRINCÍPIOS GERAIS.


ESTADO = PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO, ATUANDO TANTO NA ESFERA PÚBLICA
QUANTO NA ESFERA PRIVADA.
➢ A figura do Estado, que representada a ideia da administração pública se submete, assim como todos
os sujeitos da sociedade, as normas as normas e direitos impostos por ele mesmo.
➢ Todos os atos da Administração pública também devem estar de acordo com a lei, podendo a mesma
fazer somente aquilo que a lei permitir, obedecendo assim o princípio da legalidade. Como explícita
Marçal Justen Filho, "num Estado de Direito prevalecem as normas jurídicas abstratas e gerais, e não a
vontade do governante".
PODERES DO ESTADO:
➢ O Brasil adotou a teoria da tripartição das funções do Estado, celebrada por Montesquieu, e tais funções
foram divididas entre o Legislativo, Executivo e Judiciário, sendo os mesmos independentes e
harmônicos entre si.
➢ Os poderes do Estado servem para organizar a estrutura do Estado.
➢ Já os poderes administrativos são INSTRUMENTOS concedidos à Administração Pública para a
efetivação dos seus interesses (que é o interesse público). São divididos em Poder Normativo,
hierárquico, disciplinar e poder de polícia.
➢ Cada poder de Estado possui funções típicas e atípicas.
➢ Poder Legislativo: Editar normas gerais e abstratas que inovam o ordenamento jurídico.
➢ Poder Executivo: Função administrativa, podendo aplicar de ofício a lei, sem necessidade de
provocação de qualquer interessado.
➢ Poder Judiciário: Julgar (solucionar) todas as controvérsias, proferindo decisão em caráter definitivo
agindo sempre mediante provocação do interessado.
Há doutrinadores que versam sobre a existência de da Função Política ou Função de Governo, que
englobam os atos jurídicos que não se encaixam nas funções anteriores. Exs: A sanção e o veto de lei, a
declaração de guerra e a decretação de estado de calamidade pública.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Conceitos):


➢ Em sentido Formal: Se trata do conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função
administrativa, independentemente do poder a que pertença. (Administração Pública. Por isso com
Letras iniciais maiúsculas).
➢ Em sentido Material ou Objetivo: É a função administrativa exercida pelo Estado, designando a
atividade do Estado com o intuito de executar Leis e garantir a defesa concreta do interesse público.
(administração pública, com letras inicias minúsculas)
➢ Em sentido Subjetivo ou orgânico: É máquina do Estado.

DIREITO ADMINISTRATIVO
É um ramo do Direito Público, uma vez que rege a organização e o exercício da atividade do
Estado e se direciona na busca dos interesses da coletividade, mesmo que isso justifique a restrição de
direitos individuais.

Direito Público Direito Privado

Interesse na sociedade como um todo Interesses entre os particulares

Disciplinas normas que o Estado aparece como Existência de normas supletivas


parte (facultativas)

Objeto é a tutela do interesse público Igualdade Jurídica entre as partes


CORRENTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
➢ Escola Legalista ou Exegética: Para essa escola, o Direito Administrativo se resume no conjunto da
legislação administrativa existente no país. Se limitava a fazer uma compilação das leis existentes, não
se mantendo por ser muito restrita.
➢ Escola/Critério do Serviço Público: O objeto do direito administrativo seria unicamente a prestação do
serviço público. tal critério se mostra insuficiente, haja vista o fato de que a administração pública
moderna desempenha muitas atividades que não podem ser consideradas prestação de serviço público.
(Sendo muito restrita também)
➢ Critério do Poder Executivo: A atividade administrativa se restringe ao poder executivo. Tal critério não
prosperou visto que as atividades de natureza administrativa podem ser também exercidas por outros
poderes e não somente pelo Executivo. (Ex: Legislativo e Judiciário podem exercer funções
administrativas de forma atípica)
➢ Critério das Relações Jurídicas: O objeto do Direito Administrativo seria somente as relações jurídicas
entre o Estado e o Administrado/particular. Porém muitas atuações administrativas não se enquadram
no padrão convencional de um vínculo interpessoal.
➢ Critério Residual ou Negativo: Seriam pertinentes ao Direito administrativo todas as questões não
pertencentes ao objeto de interesse de nenhum outro ramo jurídico, sendo função administrativa tudo
que não for função política, jurisdicional ou legislativa.
➢ Critério Teleológico ou Finalístico: A função administrativa é toda atividade desempenhada pelo
Estado que visa o interesse público.
➢ Critério da Administração Pública ou Funcional: O direito administrativo é um conjunto
harmônico de princípios que regem os órgãos, entidades e agentes da administração pública,
para realizarem os fins do Estado de forma concreta, direta e imediata. (Critério adotado
atualmente)

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO


I – Lei (único meio que pode criar originariamente normas jurídicas, ou seja, inovar direito)
II – Jurisprudência – Não possuem, como regra, força normativa – Exceto súmulas vinculantes;
III – Doutrina – Fonte teórica/secundária, não é fonte vinculante. Apenas orienta a interpretação da lei;
IV – Costumes – Utilizado para ajudar a aplicabilidade da Lei (Não existem normas costumeiras);
V – Tratados internacionais;
VI- Princípios Gerais do Direito;

INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO


A interpretação de qualquer norma administrativa deve se basear em três pressupostos/
princípios básicos:
➢ Desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados, em virtude da supremacia do
interesse público sobre o interesse privado, devendo sempre prevalecer o interesse da coletividade
quando em conflito com os direitos individuais dos cidadãos;
➢ A presunção de legitimidade dos atos da administração, em virtude dos processos administrativos
legais a que se submete a expedição dos atos administrativos. É uma Presunção relativa, ou seja,
considerados verdadeiros até prova em contrário.
➢ Necessidade de discricionariedade pública, haja vista que o administrador público não age como
mero interpretador da lei, devendo, dentro dos limites impostos pelo ordenamento jurídico, definir a
melhor atuação para alcançar o interesse da coletividade, com base na oportunidade e conveniência
para a sociedade, em cada situação concreta vivenciada pela Administração Pública.

SISTEMAS DE CONTROLE DA ATV. ADMINISTRATIVA


➢ Sistema Francês/Contencioso administrativo: Também chamado de Sistema de Dualidade de
Jurisdição, o julgamento dos atos ilícitos cometidos pela Administração Pública é feito pela própria
Administração, através de um conselho de Estado, impedindo a reanalise pelo poder judiciário. Nesse
caso, a justiça comum (Judiciário) não tem legitimidade para apreciação da atividade da Administração,
salvo em situações excepcionais.
➢ Nesse Sistema, há uma dualidade de Jurisdição. Tem-se a Jurisdição Administrativa, formada pelos
Tribunais administrativos, com plena jurisdição para matéria administrativa (A mesma forma a coisa
julgada material, ou seja, definem definitivamente as lides). Também há a Jurisdição Comum, formada
pelos órgãos do Poder Judiciário, com competência para resolver os demais litígios que não envolvam
atuação da Administração Pública.
➢ Sistema Inglês ou sistema de Jurisdição única: Há um processo administrativo contencioso dentro
da administração, porém a decisão proferida não tem caráter definitivo, precisando de uma reanálise
pelo Poder judiciário, que dará decisão definitiva.
➢ Nesse sistema, todos os litígios, sejam eles administrativos ou privados, podem ser levados à justiça
comum, ou seja, ao Poder Judiciário, único com competência para dizer o direito aplicável aos casos
litigiosos, de forma definitiva, com força de coisa julgada material.
➢ ATT: O Brasil adotou o Sistema INGLÊS/Jurisdição única, previsto no art. 5°, XXXV da CRFB/88:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Obs.: Mesmo que ainda não haja decisão definitiva na esfera administrativa, o particular pode entrar com
ação judicial (no Judiciário) para a solução de seus conflitos. Caso seja absolvido na Justiça comum, por
exemplo, automaticamente também é absolvido na esfera administrativa.
Exceção da Observação: No entanto, quando se tratar de ações relativas a disciplina e competições
desportivas, deve haver o esgotamento das instâncias da justiça desportiva para aí sim entrar com ação no
Poder Judiciário (justiça comum).
➢ Art. 217 da CRFB/88. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como
direito de cada um, observados:
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições
desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO


Todos os Princípios do Direito Administrativo decorrem da CRFB/88, embora alguns estejam presentes
de forma explícita e outros de forma implícita. Os princípios são:

1. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO


➢ Os interesses da sociedade devem prevalecer diante das necessidades específicas dos indivíduos,
podendo o Estado restringir direitos individuais na busca do interesse público. Ex.: Cláusulas
exorbitantes, desapropriação.
➢ Quando o Estado se relaciona com particulares, o mesmo goza de prerrogativas estatais que não estão
presentes em contratos privados. Ex.: Possuir prazos diferenciados, poder revogar os seus próprios
atos (autotutela), bens públicos impenhoráveis, etc.

2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO


➢ Estabelece restrições para evitar que o administrador abra mão de agir de acordo com o interesse
público. A administração só pode atuar dentro do limite do interesse público, embora goze de vantagens
amparadas no próprio interesse coletivo.
Art. 37, CRFB/88: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência (LIMPE) e, também, ao seguinte:”
3. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
➢ Todos os atos do administrador devem estar previstos em lei. Só é possível, portanto, fazer o que a lei
determina ou autoriza.

4. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE:
➢ A atuação do agente público deve-se pautar pela busca dos interesses da coletividade, não visando a
beneficiar ou prejudicar ninguém em especial. Reflete assim a necessidade de uma atuação que não
discrimina as pessoas, seja para benefício ou para prejuízo.
➢ Dessa forma, é possível considerar que, ao Estado, é irrelevante conhecer quem será atingido pelo ato,
pois sua atuação é impessoal. O agente fica proibido de priorizar qualquer inclinação ou interesse seu,
ou de outrem.
➢ Sob a ótica do agente público, os atos/condutas praticadas pelo administrador são imputados (atribuídos)
não a ele, mas ao Estado, de acordo com a Teoria do Órgão ou da Imputação, não se admitindo a
responsabilização do administrador pelos danos causados a terceiros, ou mesmo seu reconhecimento
pelos benefícios gerados à coletividade.
NEPOTISMO: VEDADO. Súmula Vinculante n° 13. (Fere tal princípio da impessoalidade, salvo nomeação
para cargos de natureza política.)

5. PRINCÍPIO DA MORALIDADE:
➢ Exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa, ou seja, a
atuação não corrupta dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado. É diferente
da moralidade pública, visto que A "moralidade social" procura fazer uma diferenciação entre o bem e o
mal, o certo e o errado no senso comum da sociedade, já a "moralidade jurídica" está ligada sempre ao
conceito de bom administrador, de atuação que vise alcançar o bem-estar de toda a coletividade e dos
cidadãos aos quais a conduta se dirige.

6. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE:
➢ A Administração deve atuar de forma plena e transparente. Se caracteriza como uma forma de controle
da Administração pelos cidadãos, que só é possível através da publicização dos seus atos.
➢ A publicidade também se configura como requisito de eficácia dos atos administrativos, ou seja, só
produzindo efeitos quando são publicizados.
➢ Restrições a publicidade: Situações que ponham em risco a Intimidade, vida pessoal, honra,
segurança – desde que devidamente justificadas.

7. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA:
➢ Adentrou na Constituição através da EC 19/98.
➢ Uma atuação eficiente da atividade administrativa é aquela realizada com presteza e, acima de tudo, um
bom desempenho funcional. Buscam-se sempre melhores resultados práticos e menos desperdício, nas
atividades estatais, já que quem ganha com isso é toda a coletividade. Não está necessariamente
relacionado à celeridade (rapidez) na atuação da Administração.
➢ No entanto, uma prestação de serviços eficiente deve garantir uma célere solução de controvérsias,
razão pela qual, a eficiência está diretamente ligada ao princípio da celeridade nos processos
administrativos.

8. PRINCÍPIOS DO CONTRÁDITÓRIO E AMPLA DEFESA


➢ Em síntese, é o direito conferido ao particular de saber o que acontece no processo administrativo ou
judicial de seu interesse (contraditório), bem como o direito de se manifestar na relação processual
(ampla defesa), requerendo a produção de provas e provocando sua tramitação, seja diante de um
processo judicial ou de um processo administrativo.
➢ Nos processos administrativos, segundo a Súmula Vinculante n° 5, é facultativo aos particulares
acusados em processos administrativos, o uso da defesa técnica, podem fazer assim a sua própria
defesa.
“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”
➢ No que se refere a DEFESA PRÉVIA, para o exercício pleno da garantia, é imprescindível que o
particular possa se manifestar antes de ser proferida decisão administrativa acerca da matéria objeto do
processo.
➢ Todavia, em situações emergenciais, nas quais o interesse público esteja em perigo, admite-se que a
atuação administrativa anteceda a manifestação do particular, sendo tais situações chamadas de
denominadas de CONTRADITÓRIO DIFERIDO e admitidas em decorrência da supremacia do interesse
público sobre o privado.
➢ No que tange ao DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO, que possibilita a reanalise da decisão em instância
superior, a Súmula Vinculante n° 21 dispõe o seguinte: "É inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.", visto que que
tal exigência seria inconstitucional por restringir o acesso ao duplo grau e, consequentemente, inviabilizar
o exercício pleno da ampla defesa.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
1. Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade
➢ Tem como finalidade evitar abusos na atuação de agentes públicos, ou seja, impedir que as condutas
inadequadas desses agentes ultrapassem os limites no que tange à adequação, sendo que a
razoabilidade limita a discricionariedade administrativa e a Proporcionalidade é uma adequação entre
fins e meios, sendo essencial desse princípio buscar um equilíbrio entre o ato praticado e os fins a serem
alcançados pela Administração Pública.

2. Princípio da Continuidade
➢ Traduz-se na ideia de prestação ininterrupta da atividade administrativa, ou seja, a atuação
Administrativa deve ser contínua.
➢ Está intimamente ligado ao princípio da Eficiência, haja vista tratar-se de garantia de busca por
resultados positivos.
➢ Nesse contexto, o Servidor Público tem direito de greve? De antemão cabe descartar que os militares
não podem entrar de greve, de acordo com o art. 142, §3°, IV, CRFB/88, que dispõe que "ao militar são
proibidas a sindicalização e a greve". Se aplica ao Exército, Marinha, Aeronáutica, Militares Estaduais e
Bombeiros.
➢ O direito de greve dos servidores civis está previsto no art.37, VII da CRFB/88 (VII - o direito de greve
será exercido nos termos e limites definidos em lei específica), sendo esse direito uma norma de eficácia
limitada, ou seja, só pode ser exercido após a edição de uma lei que o regulamente.
➢ O Supremo Tribunal Federal determinou, ao julgar Mandado de Injunção referente à matéria que,
enquanto não houver lei específica a regulamentar a greve dos servidores, será utilizada a lei geral de
greve (Lei 7.783/89) para o exercício deste direito.
➢ De acordo com entendimento do STF, a greve dos Servidores civis acarreta na suspensão do contrato.
Assim, não devem ser pagos os salários dos dias de paralisação, a não ser que a greve tenha sido
provocada por atraso no pagamento ou por outras situações excepcionais as que justifiquem essa
suspensão do contrato de trabalho.
➢ É possível suspender a prestação de um serviço por inadimplemento do usuário?
➢ Sim, bastando que o usuário seja previamente avisado. Lembrando que tal situação não viola o princípio
da continuidade. No entanto, NÃO pode haver a interrupção de serviços que sejam essenciais à
coletividade. Ex.: Cortar a energia de um hospital.
➢ A exceção de contrato não cumprido pode ser aplicada em contratos com a administração?
➢ Consoante disposição do art. 78, XV, da Lei 8.666/93, o particular tem direito de invocar a exceção do
contrato não cumprido, desde que a administração seja inadimplente por mais de 90 (noventa) dias em
relação aos seus pagamentos. Nesse caso, após os 90 dias, o fornecedor do serviço NÃO PODE para
o serviço, mas sim entrar com ação na justiça para que se determine a rescisão do contrato.
3. Princípio da Autotutela
➢ A Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal dispõe que “A Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais (vícios de legalidade), porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade(quando não há mais interesse
público na manutenção do ato), respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”
➢ Obs. 1: Não é necessário que a Administração seja provocada para rever seus próprios atos, podendo
esse controle ser feito de ofício.
➢ Obs. 2: No âmbito da administração pública federal, a lei 9.784/99 prevê um prazo de cinco anos para
rever os atos que sejam favoráveis a particulares, salvo má-fé do beneficiado. Se não o fizer, a situação
jurídica anterior se torna legítima.

4. Princípio da Motivação
➢ O Art. 50, da lei 9.784/99 dispõe que “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos...” Com isso, nota-se que A administração pública deve
motivar/justificar os seus atos, podendo também os justificar com base em motivos expostos em
conduta previamente editada.
O §1° do mesmo artigo discorre que “A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo
consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato."
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
➢ A organização administrativa é a estruturação do Estado, bem como a definição e conhecimento do
conjunto estrutural de pessoas, entidades e órgãos que compõem o aparelho administrativo do Estado,
no desempenho da atividade administrativa.
➢ ENTES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
➢ ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: Autarquias, Fundações Públicas, Sociedades de Economia
Mista e Empresas Públicas.
CENTRALIZAÇÃO: As atividades administrativas são exercidas diretamente pelos entes políticos (adm.
Direta), não sendo transferida a prestação para nenhuma outra entidade.
DESCENTRALIZAÇÃO: Há a transferência das atividades administrativas para terceiros especializados.
➢ A transferência das atividades poderá ser feita a particulares, por meio de contratos de concessão ou
permissão de serviços públicos ou transferida para a pessoas jurídicas criadas pela própria
Administração Pública, ou seja, para os entes da Administração Indireta.
➢ Lembrando que os entes da Administração Indireta ter personalidade jurídica distinta das entidades que
as criaram, não havendo assim qualquer tipo de subordinação entre elas, mas somente um controle
finalístico por parte dos entes da adm. Direta.
➢ Descentralização por outorga/funcional ou por serviços
➢ Descentralização por Colaboração ou delegação.
DESCONCENTRAÇÃO: Há uma divisão, dentro de uma mesma entidade, das atividades administrativas a
serem realizadas, através da criação de órgãos internos, não havendo assim a transferência da atividade
para outra pessoa jurídica.
➢ Os órgãos criados não têm personalidade jurídica própria, pois são integrantes da entidade que os criou
e estão subordinados a ela. Existe nesse caso a aplicação do Poder Hierárquico.
➢ Delegação: Superior estende uma de suas competências a um subordinado. Lembrando que não é
possível a delegação das competências que são exclusivas/privativas daquele ente/órgão/agente.
➢ Avocação: Superior toma para si competências de um inferior subordinado.

TEORIA DO ÓRGÃO:
➢ Afirma que os atos praticados pelo órgão público, através de seus agentes, são imputados a entidade
pública que esse órgão integra.
➢ Em relação a Capacidade Processual, pode-se atribuir tal capacidade a determinados órgãos públicos,
deste que haja previsão legal e que os mesmos sejam independentes e autônomos. Ex.: Ministério
Público.

TIPOS DE ÓRGÃO:
I – QUANTO A POSIÇÃO ESTATAL OU HIERÁRQUICA
a) Independentes: São aqueles que não estão hierarquicamente subordinados a nenhum outro, se
sujeitando somente ao controle exercido pelos Poderes estruturais do Estado. Ex.: Presidência da
República
b) Autônomos: São aqueles imediatamente subordinados ao Independentes, possuindo ampla
autonomia administrativa e financeira. Ex.: Secretarias Estaduais, Ministério da Fazenda.
c) Superiores: Não tem autonomia administrativa nem financeira, mas ainda conservam o poder de
decisão, no que tange aos atos praticados no exercício das suas atividades. Ex.: Procuradoria da
Fazenda Nacional; Receita Federal.
d) Subalternos: São órgãos de mera execução de atividades administrativas, não tendo nenhuma
autonomia e independência e reduzido poder de decisão. Ex.: Coordenadoria Geral de Recursos
Humanos, Sessão de pessoal, Zeladoria, etc.
II- QUANTO A ESFERA DE ATUAÇÃO
a) Central: São aqueles que possuem atribuição em todo território nacional, estadual, municipal. Enfim,
têm competência em toda a área da pessoa jurídica que integram. Ex.: Secretaria de Segurança
Pública do Ceará.
b) Local: Têm competência para atuação apenas em determinado ponto do território daquela pessoa
jurídica que eles compõem. Ex.: Delegacia de Juazeiro do Norte.
III – QUANTO A ESTRUTURA
a) Simples: São aqueles que possuem apenas um núcleo de competência. Ex.: Presidência da
República, Assembleia legislativa (Estado)
b) Compostos: Tem sua estrutura formada por mais de um órgão que se unem para desempenhar
uma atribuição. Ex.: Congresso Nacional, formado pela Câmara dos Deputados e Senado.
IV: QUANTO A ATUAÇÃO FUNCIONAL
a) Singular: É aquele que atua pela manifestação de vontade de um único agente que é o seu chefe ou
representante. Ex.: Presidência da República.
b) Colegiado: Atuam pela manifestação da vontade de seus membros, através de um grupo de agentes.
Ex.: Congresso Nacional.
V- QUANTO ÀS FUNÇÕES
a) Ativo: São aqueles que atuam executando a atividade pública propriamente dita. Ex.: Polícia
rodoviária Federal, Secretaria de Saúde (Estado).
b) Consultivos: Atuam na consultoria jurídica ou técnica de outros órgãos públicos. Ex.: Ministério
Público.
c) Controle: Atuam no controle da atividade administrativa, seja esse controle exercido internamente,
no âmbito de um mesmo Poder do Estado ou externamente, quando se manifesta entre Poderes
estatais diversos.
Ex.: Controle Interno: CGU (Controladoria Geral da União) – Faz o Controle dos atos da administração.
Controle Externo: TCU (Tribunal de Contas da União– Faz o controle dos atos dos demais órgãos.

ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA


CARACTERÍSTICAS COMUNS:
➢ Todas possuem personalidade jurídica própria, ou seja, não se confundem com os entes da
administração direta que as criaram.
➢ Possuem patrimônio próprio.
➢ Possuem autonomia técnica e administrativa, possuindo seu próprio corpo de pessoal.
➢ A criação e a extinção dessas entidades dependem de lei específica. (lei ordinária), sendo que:
➢ Lei específica cria as AUTARQUIAS.
➢ Lei específica autoriza a criação das FUNDAÇÕES PÚBLICAS, EMPRESAS PÚBLICAS E S.E.M,
necessitando do registro dos atos constitutivos no órgão competente para a criação.
Obs.: As Fundações Públicas necessitam de Lei complementar indicando onde deverá ocorrer a atuação
das fundações.
➢ Os entes da Administração Indireta possuem Finalidade Pública (fins públicos), não lucrativa, que são
detalhados em sua lei de criação.
➢ As mesmas ficam sujeitas ao controle pelos entes da administração direta. Porém se trata apenas de
um CONTROLE FINALÍSTICO (supervisão ministerial), ou seja, pois será avaliado apenas se a entidade
da administração indireta vem cumprindo com a finalidade pela qual foi criada, segundo a sua lei
específica.
➢ Tal controle finalístico não configura hierarquia ou subordinação, visto que são entidades jurídicas
distintas e a hierarquia só ocorre dentro de uma única pessoa jurídica.

AUTARQUIAS
➢ São criadas por lei.
➢ São Pessoas Jurídicas de Direito Público, que desenvolvem atividades típicas de Estado.
➢ Não estão subordinadas hierarquicamente ao ente que as criou, mas se sujeitam ao controle finalístico.
➢ Tem o mesmo regime aplicável à Fazenda Pública, ou seja, todas as regras aplicadas aos entes da
administração direta são aplicadas as autarquias.
➢ Não possuem caráter econômico, possuindo caráter exclusivamente administrativo. (Extra)
➢ Possuem privilégios processuais. Possuem prazos processuais em dilatados (em dobro) para
manifestação em juízo, duplo grau de jurisdição obrigatório, débitos pagos por ordem cronológica de
precatórios.
➢ Como Privilégios Fiscais, possuem Imunidade tributária recíproca.
➢ Possuem Responsabilidade Civil Objetiva (respondem independente de dolo ou culpa do agente)
➢ Os contratos firmados pelas autarquias possuem cláusulas exorbitantes e garantem prerrogativas que
o contratado não tem;
➢ Quanto ao Regime de Pessoal, são considerados agentes públicos, na categoria de Servidores Públicos
Estatutários.
➢ Bens das autarquias são considerados bens públicos e por isso são impenhoráveis e não se sujeitam a
usucapião.
ESPÉCIES DE AUTARQUIAS
AUTARQUIAS DE CONTROLE (PROFISSIONAIS) – Conselhos de Classe:
➢ Atuam na fiscalização de profissões regulamentadas.
➢ Atuam no exercício do poder de polícia. (Estabelecendo restrições ao exercício da liberdade profissional)
➢ Inconstitucionalidade por reverberação
Obs.: OAB não é considerada uma autarquia, sendo na verdade considerada uma entidade sui generis
(incomparável) no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.

AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL: Possuem maior liberdade de atuação que as demais autarquias.
AUTARQUIAS CULTURAIS
➢ Possuem autonomia pedagógica (a metodologia utilizada não está sujeita a controle ministerial, desde
que atinja a finalidade determinada por lei)
➢ A escolha do dirigente é feita por indicação de seus próprios membros, com prazo certo de cumprimento
de mandado.

AGENCIAS REGULADORAS: São autarquias criadas para fiscalizar e regular os serviços de interesse
social, que foram delegados à particulares.
➢ Possuem poder normativo que só atinge os prestadores de serviços, nunca os usuários.
Nas agências reguladoras:
I – O dirigente é escolhido pelo Presidente da República com aprovação do Senado, para cumprimento
de mandato certo.
II – Após o término do mandato o dirigente passa por um período de quarentena (geralmente de 4
meses), onde não pode prestar serviço a nenhuma empresa sujeita a fiscalização pela agência que
dirigia;
III – Durante o período de quarentena recebe o salário integral de dirigente
IV – O Regime de pessoal é estatutário e as mesmas possuem poder normativo (de normas sem
equiparação de lei. Regulamentos)
AGENCIAS EXECUTIVAS
➢ São autarquias que, quando estão ineficientes, recebem status de agência executiva por iniciativa da
Administração Direta, através da celebração de Contrato de Gestão com o respectivo Ministério
supervisor.
➢ Ao receber status de agencia executiva, a mesma recebe mais incentivos que as demais agências, com
o intuito de que volte a ter mais eficiência, cumprindo um plano estratégico de reestruturação para que
isso aconteça.
➢ Não se confundem com as Agências Reguladoras, pois não são criadas para regulação de quaisquer
atividades nem gozam de regime legal especial de nomeação de dirigentes e autonomia financeira.
Também não possuem poder de edição de normas gerais de fiscalização de atividades.

FUNDAÇÕES PÚBLICAS
➢ O que seria uma fundação? R: Uma pessoa jurídica criada a partir da reserva de um patrimônio
para cumprimento determinado fim de cunho não econômico. (sem fins lucrativos)
➢ Lei complementar definirá as áreas de atuação das Fundações Públicas, porém, lei específica que cria
ou autoriza as fundações define a atuação específica em que pode atuar com base na área de atuação
autorizada por lei complementar;
➢ As fundações públicas podem ser pessoas jurídicas de Direito Público ou Privado, sendo definida pela
lei específica de fundação.
➢ As Fundações Públicas de Direito Público seguem as regras pertinentes às Autarquias (sendo
chamadas de Fundações Autárquicas).
➢ Obs.: Assim como as Autarquias, são criadas diretamente por lei.
➢ Já as Fundações Públicas de Direito Privado seguem as regras pertinentes às empresas públicas.
➢ Obs.: Sua criação é autorizada por lei.
➢ É necessária a submissão de licitação para os contratos.
➢ Não gozam de prerrogativas Estatais, embora sofram restrições decorrentes dos princípios de direito
público.
➢ Seguem um regime híbrido ou misto, visto que seguirão tanto normais de direito público, quanto de direito
privado.
EMPRESAS ESTATAIS
➢ Se dividem em Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
Diferenças
Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

CAPITAL 100% Público – Não Capital misto, mas a maioria do


admite investimento capital votante pertence ao ente
privado público.

FORMA Qualquer forma prevista Sempre sociedade anônima


SOCIETÁRIA em lei

Deslocamento de Justiça Federal – salvo se Justiça Estadual


competência tratar de justiça
(no âmbito federal) Especializada

Semelhanças:
➢ São pessoas jurídicas de direito privado, todavia submetem-se, em diversas situações, a regras e
princípios de direito público, derrogadores deste regime privado.
➢ Os seus empregados são celetistas (CLT), aprovados mediante Concurso Público
➢ Possuem Obrigações fiscais iguais aos entes privados (Não gozam e privilégios fiscais que não sejam
extensíveis as empresas privadas);
➢ Obrigações civis iguais as empresas privadas – Sem cláusulas exorbitantes;
➢ Não gozam de privilégios processuais
Se submetem as limitações do poder público
➢ Lei autoriza a criação das mesmas.
➢ Para as mesmas serão aplicadas as normas gerais referentes a licitações e contratos.
➢ Sofrem Fiscalização pelo Tribunal de Contas.
➢ Sofrem o controle (finalístico) do Ente, ou seja, a supervisão ministerial.
➢ Se a empresa Pública presta serviço público, então ela se aproxima mais do direito público (seus bens
gozam de garantia pública, responsabilidade objetiva, regime de fazenda pública)
➢ Se a empresa pública atua na atividade econômica, então ela se aproxima mais do setor privado (os
bens são privados para todos os efeitos, sendo, inclusive, possível a penhora e a oneração destes bens
com direitos reais de garantia.)
Obs.: CORREIOS TEM REGIME DE FAZENDA PÚBLICA, assim como uma Autarquia Pública, embora seja
uma EMPRESA PÚBLICA, dessa forma, goza dos privilégios fiscais do regime público.
AGENTES PÚBLICOS
Quem São?
➢ R: Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandado, cargo, empregou
ou função nos órgãos e entidades da Administração Pública.
Espécies de Agentes Públicos
➢ Agente Políticos;
➢ Particulares em Colaboração;
➢ Servidores Estatais. (Divididos em Temporários, Estatutários e Celetistas)
AGENTES POLÍTICOS
➢ Exercem funções políticas de Estado, buscando o interesse público.
➢ São aqueles que possuem mandato eletivo e os Secretários e Ministros de Estado.
➢ São também considerados também agentes políticos os Membros da Magistratura e os Membros do
Ministério Público.
➢ Já a função Desempenhada pela Defensoria é eminentemente administrativa e não política, possuindo
a mesma autonomia administrativa e financeira.
➢ Os Membros do Tribunal de Contas não são agentes políticos, mas sim agentes administrativos.
➢ Obs.: O nepotismo não se caracteriza quando a nomeação é feita para funções políticas.

PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO


➢ São aqueles que, sem perderem a qualidade de particular, exercem funções públicas.
➢ Estes agentes não integram nem tem vínculo com a estrutura da Administração Pública, executando
atividades públicas em situações específicas (excepcionais)
São divididos em:
a) Designados ou Honoríficos: São todos aqueles que atuam em virtude de convocação efetivada
pelo Poder Público. Caso haja recusa da convocação, são penalizados com sansões. Ex.: Mesários,
jurados e conscritos (aqueles que prestam serviço militar obrigatório);
b) Voluntários: São aqueles que atuam de forma voluntária em nome do poder público, atuando em
repartições, escolas, hospitais públicos ou situações de calamidade, sempre que o ente estatal
realiza programa de voluntariado; Ex.: Amigos da Escola
c) Delegados: são aqueles que atuam mediante contratos que delegam aos particulares a prestação
do serviço. Ex.: Agentes cartorários, que recebem autorização para exercer uma função pública;
Agentes das concessionárias e permissionárias de serviços públicos.
d) Credenciados: atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o Poder Público
e Particulares. Ex.: Médicos privados atuando em convênio com o SUS.

SERVIDORES ESTATAIS OU AGENTES ADMINISTRATIVOS


➢ Têm vinculo com o Estado, no exercício da função administrativa.
➢ Possuem vínculo de dependência e sua natureza de trabalho é não eventual.
São divididos em:
a) Servidores Temporários
➢ Art. 37. IX, CF/88: “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público".
Deve ter os seguintes requisitos:
I – Existir um serviço temporário – Lei 8745/93;
II – Existir interesse público;
III – Contratação possuir caráter excepcional;
➢ Não é necessário concurso público e não podem substituir servidores efetivos
➢ Ficam sujeitos a um regime especial de direito administrativo e não celetista.
Exs.: Agentes do IBGE que realizam o censo, professores substitutos, etc.
➢ Competência paras julgar casos de agentes temporários???

b) Servidores Celetistas e Estatuários


➢ Atuam na atividade permanente do órgão/entidade.
➢ Devem ser aprovados em concursos públicos.
➢ Art. 37, II CRFB/88 – “A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”
➢ O Concurso Público terá prazo de ATÉ dois anos, podendo ser prorrogado uma única vez por igual
período. (tal prazo é definido no edital do concurso)
➢ O candidato que for aprovado dentro do número de vagas previstas no edital tem o direito subjetivo
de nomeação.
➢ Os que foram aprovados fora do número de vagas tem uma expectativa de direito de nomeação.
➢ De acordo com Súmula Vinculante 44, Só por Lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a
habilitação de candidato a cargo público, além de que deve ser definido no edital do concurso com
regras objetivas que justifiquem a aptidão ou não para o exercício do cargo.
Celetistas:
a) Deve ser aprovado em Concurso Público;
b) Ao ser aprovado, passa a ter um vínculo de relação de emprego, firmado através de um contrato de
emprego e se tornando um Empregado Público, regido pela CLT.
Estatutários:
a) Deve ser aprovado em Concurso Público;
b) Ao ser aprovado, passa a ter um vínculo legal (mediante lei - 8.112/90) com a Administração Pública,
assinado um termo de posse e assumindo um Cargo Público.
c) É uma Lei que estabelece direitos e obrigações dos servidores estatutários;
d) Não existe direito adquirido para servidores estatutários, ou seja, caso a lei que os regem seja
alterada, os mesmos poderão ganhar ou perder direitos que possuem.
❖ Lembrando que isso não se aplica aos Celetistas, visto que para alteração na relação celetista
deve ocorrer alteração no contrato e não na legislação. (Celetistas possuem direito adquirido)
➢ Os cargos públicos são criados e extintos por lei, exceto através de decreto do Presidente da república,
quando os cargos ou funções estiverem vagos. (Art. 84, VI, “b”, CF/88)
ESTABILIDADE
➢ Possuem estabilidade aqueles ocupantes de cargos públicos, e os Celetistas que ingressaram no serviço
público antes de 98.
➢ Celetistas, tanto da adm. direta quanto indireta, que ingressaram no serviço público após 98, não
possuem estabilidade, de acordo com a E.C 98.
➢ A estabilidade é ganha após 3 (três) anos de efetivo exercício no cargo público. (art. 41, CF/88). Esses
3 (três) primeiros anos é o tempo de estágio probatório.
➢ É feita também uma avaliação de desempenho por uma comissão especial, que deverá ser homologada
4 (quatro) meses antes de terminar o prazo de 3 anos. Caso o servidor não for avaliado, ocorre a
presunção de que ele foi aprovado.
➢ A estabilidade garante que a perda do cargo somente se dará naquelas hipóteses que estão previstas
na Constituição, a quais são:
a) Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
b) Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
c) Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.
d) Corte de gastos.
❖ Nos cotes de gastos, serão exonerados primeiramente aqueles que possuem cargos em
comissão, em pelo menos 20%;
❖ Logo em seguida serão exonerados os servidores públicos não estáveis, ou seja, aqueles que
estão em estágio probatório ou que sejam temporários.
❖ Por último, os servidores estáveis, ressalvadas duas garantias:
a) Receber, além de todas as verbas rescisórias, uma indenização que corresponde a 1 (uma)
remuneração por cada ano de serviço público, que é pago em uma parcela única.
b) Bem como que o cargo por ele ocupado será extinto, podendo haver a criação de outro similar
somente depois de um tempo de 4 (quatro) anos.
Exoneração x Demissão
➢ Demissão: É a perda do cargo em caráter punitivo, ocorrendo por exemplo quando o servidor comete
uma infração e é punido com demissão.
➢ Exoneração: É a perda do cargo em caráter não punitivo. Ex.: Casos em que o servidor pede
exoneração ou quando há a necessidade de corte de gastos.

ESTÁGIO PROBATÓRIO
➢ De acordo com a Constituição tem duração de 3 anos.
➢ De acordo com a Lei 8.112/90, tem duração de 24 meses (2 anos)
(Na prática se aplica os 3 anos, mas deve-se ficar atento nas provas qual referência ele usa. Se é
a CF/88 ou a lei 8.112/90)
➢ Após o estágio probatório, o servidor se torna estável.
ESTABILIDADE x VITALICIEDADE
➢ Na Vitaliciedade, o servidor só perde o cargo mediante sentença judicial transitada em julgado.
➢ É aplicável aos membros do MP, MM (juízes), e membros dos Tribunais de Contas)
➢ Tais cargos garantem vitaliciedade após 2 (dois) anos do efetivo exercício.
➢ Cargos com indicação política recebem vitaliciedade imediata.
LEI 8.112/90
➢ Aplicada somente aos servidores da união (âmbito Federal)
➢ O ingresso no serviço público é feito mediante requisitos básicos para a investidura do cargo, que
são: (art. 5°, lei 8.112/90)
I - A nacionalidade brasileira, sejam natos ou naturalizados.
Exceção: as universidades públicas e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão
prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros.
II - A gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - A nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - A idade mínima de 18 (dezoito) anos;
➢ Tal restrição só pode ser estabelecida de quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido.
VI - Aptidão física e mental.
➢ Podem haver restrições a determinados portadores de deficiência física de acordo com as atribuições
de determinada profissão (Ex.: Tetraplégico ser bombeiro)
➢ Podem haver critérios de idade, sexo, altura, desde que seja compatível com a função do cargo;
(Ex.: Concurso para agente penitenciário de presidio feminino exigir somente mulheres)
➢ São reservados até 20% das vagas do concurso público aos portadores de necessidades especiais que
não impeçam o exército da função. O mínimo que pode ser estipulado é de 5%, de acordo com o STJ.
(Percentual será definido no edital de acordo com quantidade de vagas)
➢ A lei 12.990/14 garante a reserva de vagas para negros e pardos (afrodescendentes não
necessariamente são negros ou pardos)
➢ Tal reversa é obrigatória para todo concurso que tenha pelo menos 3 vagas.
➢ O percentual a ser reservado um percentual fixo de 20% por cento (e não até).
➢ Caso a declaração do candidato que se autodeclarou negro ou pardo for falsa, ocorre a desclassificação
do mesmo no concurso. Caso ele já tenha sido nomeado, ocorrerá a anulação da nomeação.
➢ Há a criação de duas listas, uma para ampla concorrência e outra para negros e pardos. Caso o cotista
tenha pontuação para passar na ampla concorrência, o mesmo irá para a lista de ampla concorrência,
dando oportunidade para os outros cotistas que estão mais abaixo entrarem na lista das cotas.

PROVIMENTO DO CARGO
➢ É a forma de ocupar um cargo público
➢ Pode ser Originário ou Derivado
PROVIMENTO ORIGINÁRIO: É o primeiro provimento na carcereira, que ocorre com a nomeação. A
investidura, porém, só ocorre na posse.
➢ Nomeação: Convocação para tomar posse.
➢ Posse: Quando se tem a investira no cargo e se torna servidor público (é uma cerimônia)
➢ É de 30 dias o prazo, após a nomeação, para que se torne posse.
➢ Após a posse, é de 15 dias o prazo para que o servidor entre em exercício no cargo.
➢ Caso não haja a posse, a nomeação é considera como sem efeito.
➢ Se após a posse, o servidor não entrar em exercício, o mesmo é exonerado.
PROVIMENTO DERIVADO: Decorre de um provimento originário anterior naquela carreira
É inconstitucional qualquer forma de provimento que permita um servidor sair de uma carreira para outra
sem concurso público, ou seja, não posso fazer concurso para Técnico e depois de todas as promoções ser
promovido para Analista (cargo mais alto), por exemplo.
➢ Formas de Provimento Derivado:
a) Promoção: É um tipo de provimento derivado vertical, ou seja, onde sobe-se de categoria da
carreira. Se dá alternadamente por antiguidade e merecimento. Lembrando que para se ter a
promoção, deverá existir cargo vago.
Obs.: A promoção é diferente de Progressão Funcional, visto que o último é uma forma de aumento de
remuneração sem haver a mudança de cargo.
Obs.: Não é possível a Ascenção, ou seja, subir do nível mais alto de uma carreira para o mais baixo de
carreira melhor (subsequente). (Sumula Vinculante 43)
b) Readaptação: É um tipo de provimento derivado horizontal.
➢ Acontece todas as vezes que o servidor público sofre uma limitação na capacidade física ou mental,
sendo readaptado para um cargo que tenha funções compatíveis com a limitação que sofreu.
(Ex.: Atendente de telefone que ficou surdo >>> Pode ser readaptado para função de digitador)
➢ A limitação na capacidade física ou mental não precisa ter sido sofria em função do trabalho.
➢ Deve haver equivalência de vencimentos entre o cargo que o servidor anteriormente ocupava e o que
ele ocupa agora.
➢ Na adaptação, deve ser garantido que o novo cargo ocupado é compatível com ele mesmo e que não
esteja vago. Se o cargo estiver ocupado, o servidor irá exercer suas funções como excedente.
➢ Se não houver cargo compatível, o servidor terá aposentaria por invalidez.
c) Reversão: É o retorno ao cargo público do servidor que estava aposentado. Existem duas
possibilidades de reversão, a saber:
 Compulsória (art. 25, I, lei 8.112/90), quando junta medica oficial declarar insubsistentes os
motivos da aposentadoria por invalidez. (Quando a aposentadoria por invalidez é nula).
 Não há prazo para que ocorra e independe da existência de cargo vago.
 Tem Limite de 70 anos.

 Voluntária (art. 25, II, lei 8.112/90), que ocorre quando servidor que já era estável e se
aposentou voluntariamente, solicita a reversão no prazo máximo de 5 (cinco) anos após a
aposentadoria e desde que haja o interesse da administração na sua volta. Nesse caso
também deve haver cargo vago.
 STF entende que para ocorrer o retorno de um servidor aposentado voluntário é necessário
um novo vínculo originário e não um vínculo derivado;
d) Reintegração: Ocorre quando há a anulação do ato da demissão de um servidor estável.
 A anulação pode ser na via administrativo ou judicial.
 O servidor terá direito a ser indenizado por tudo aquilo que deixou de receber entre o tempo
da demissão e a decisão de anulação do ato da demissão.
e) Recondução: É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado por ele sem direito
de receber indenização.
 Ocorre quando ele não for aprovado em estágio probatório de um outro cargo; ou
 Quando há a reintegração do servidor que teve a demissão anulada e volta a seu cargo;
Ex.: João ocupava cargo A e foi demitido. Através de um Mandado de Segurança, João conseguiu a
anulação da decisão que o demitiu. João é reintegrado, porém o cargo A estava ocupado por Pedro. Nesse
caso, Pedro será reconduzido para seu cargo anterior B sem receber nenhuma indenização.
Se, por exemplo, o cargo B de Pedro estiver ocupado por Maria, o que acontece? Nesse caso Pedro
será mesmo assim reconduzido para o seu cargo B e Maria será aproveitada em um cargo compatível com
o seu de origem.
Se não houver cargo compatível com o de origem que Maria exercia, a mesma será colocada em
Disponibilidade Remunerada proporcional ao tempo de serviço, até o surgimento de cargo semelhante.
Obs.: Maria só pode ser colocada em disponibilidade se ela for estável. Se ela ainda estiver em estágio
probatório, a mesma será exonerada.
f) Aproveitamento: É a volta do servidor que estava em disponibilidade.
Disponibilidade: (art. 41, § 3°, CF/88)
 Ao ser colocado em disponibilidade, o servidor não perde o vínculo com a Administração.
 Não há prazo para ser aproveitado de volta a um cargo, cabendo ao mesmo aguardar.
 Ao ser colocado em disponibilidade, é garantido ao servidor de que que surgindo um cargo vago
compatível com o dele, o mesmo será obrigatoriamente chamado;
RELEMBRANDO:
PROVIMENTO DERIVADO VERTICAL: PROMOÇÃO
PROVIMENTO DERIVADO HORIZONTAL: READAPTAÇÃO
PROVIMENTO DERIVADO POR REINGRESSO: REVERSÃO, REINTEGRAÇÃO,
RECONDUÇÃO, APROVEITAMENTO.

FIM 😉

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