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Resumo
•
As fáb ricas de fa rinhas e óleos de subp rodutos de origem animal estão em processo de evolução e mudanças. Os administradores
dos frigoríficos, impelidos pela competi tividade e demanda de mercado, não podem se concentrar mais apenas nas seções
trad icionalmente lucrativas (por exemplo: co rtes especiais). Com isso, para gerar rec ursos alte rn ati vus de cumbate à pu luição do
meio-ambiente, é necessá rio utilizar de maneira adequada os resíd uos. Para uni r a obrigatoriedade da não em issão de res íduos
polu entes ao meio-ambiente, com a oportuni dade de gerar luc ros, as fáb ricas de fa rinh as e ó leos preci sam es tar perfeitamente
balanceadas. Esse artigo di scute o ass unto do balancea mento, com foco no po nto crítico do sistema prod utivo: o d igesto r. E le
mostra, através da aplicação do Diagrama de Jsh ikawa e, de pesqui sas práticas, as prin cipais causas que provocam a desunifo rmidade
no tempo de processamento das cargas dos digesto res.
Abstrnct
Faclories of flol/rs and oi! of by-prodl/cl or animal origin are in evall/alion process and changes. The adminislraloH of lhe bl/lcher
shops, impelled by a compelilúie and demanding /JJarkel, cannol concenlra/e more jl/sl in lhe seclions Iraditional/y II/cralive (example:
speeial cOl/rls). Like Ihis, lo generale allemative sOl/rces of profil and lo combal lhe polll/tion of lhe environmenl, it's necessar} lo me
lhe residl/es. To I/nile lhe obligation of nol emilting residms Ihal polll/le IlJi1h Ibe opporll/nity of genera/ing profil, lhe factory of flol/rs
and oi! sbol/Id be slandardized peifecl/y. This papel' dismsses Ibe sllbjecl of lhe slandardization, Ivi/b foms in lhe criticaI poilll of Ibe
prodl/ctive sysle))J: Ibe digeslor. 11 SbOIVS, by meaf1S of Ibe applicatioll of lhe diagra/Ji of l sbikaIVa and oi
practical researcbes, lhe /JJail1
cal/ses Ihal provoke Ibe nOIl reglllarity in lhe time of processing oi
lhe /oads oiIbe digeslores.
60000
~
50000
,....-r
40000
[--+-
----
Came bovina
...-
----- -------
~
30000
- ti- Carne de frango!
20000 ---------
10000
O
...---
1964 1967 1970 1973 1976 1979 1980 1982 1985 1988 1990 1992
I--+- Carne bovina 26143 31167 34146 35498 42652 41224 42406 44220 46607 48014 45762 46275
1_ Carne de frango 4497 9713 11956 14063 16nO 21064 24403 27136 31539 38308 43260 51486
Figura l. Comparação entre o consumo de carnes bovina e de frango. Fonte adaptada: Dezouzart (1997) .
31% 56%
D
Produtos para consumo imediato Subprodutos comestíveis Subprodutos não-comestiveis
(alimentação humana)
Figura 3. Partes constituintes do frango , em porcentagem. Fonte adaptada: Ockerman & Hansen (\ 994).
Ferroli, 1'. eM.; Fiod Neto, M .; Casarotto Filho, N.; Castro, j. E. E. • Fábricas de Subprodutos de Origem Animal: a Importância do BalanccamcrHo das Cargas dos D~'Cstorcs de Vísceras 7
PRODUÇÃO=======================================================================
diariamente, do grau de automatização e da política
duas válvulas conhecidas nas graxarias como pescador e
adotada pelo frigorífico. A figura 4 mostra a disposição saída de condensado.
mai s comum encontrada para a fabricação da farinha de Por ser o di gestor a mais importante máquina de uma
vísceras em graxarias de grande porte. graxaria e o gargalo na fabricação de farinhas, ex igem-se
Neste artigo não será abordado o processo de cuidados especiais na sua higiene e manutenção. A falta de
fabricação de farinhas de penas, que ocorre paralelamente higiene pode levar ao aparecimento de uma crosta interna,
à fabricaçã o de farinha de vísceras. Esse processo, assim prejudicando a exaustão dos gases e a troca térmica. Esse
como descrições mais detalhadas do processo de problema pode ser responsável por atrasos de até 90
fa bricação de farinhas de vísceras, podem ser encontradas minutos no processo de fritura ou hidrólise. Já a crosta nos
em Ferroli (1999). eixos provoca seu isolamento e le va a uma demora
acentuada no processo, além de provocar um consum o
2.2 Digestor de vísceras excess ivo de energia e vapor de caldeira.
A figura 5 traz esquematizadas as partes de um
o di gestor é a principal máquina de uma fábrica de digestor. Nessa fi gura estão representadas as partes: ( I)
farinhas e óleos. Ele é projetado de modo a proporcionar mancais, (2) calotas, (3) corpo, (4) sistema de vapor, (5)
uma transferência de calor das paredes internas e do eixo eixo central , (6) cami sa, (7) isolamento térmi co, (8)
ao produto frio (no caso, as vísceras) que está no seu acoplamento, (9) acionamento, (lO) transmissão e (lI)
interior. Isso é obtido por meio do vapor fornecido por sistema de vedação.
uma caldeira, que preenche internamente a camisa, o eixo Comercialmente ex istem muitos model os de
e as pás, mantendo o produto no seu interior sob pressão. digestores, se ndo o mais usado nas graxarias o de
A troca de temperatura referente ao choque térmico capacidade 5000 litros, de operação se mi -automática , co m
provoca a co ndensação do vapor. O produto frio que entra motor de 30 CV e alimentado por vapor de caldeira. A
no digestor faz com que o vapor dentro da camisa e do figura 6 mostra um dos modelos mai s recentes de digestor,
eixo transforme-se em água. Essa água é eliminada por fabricado pela empresa espanhola Bigas y Alsina.
--
Ossos triturados
Quebradorle Transportador helicoidal
ossos -- ,---
Digestor para
SVN
vísceras ::l ...... ~ ~~
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Digestor para
vísceras "o- H .<..,."':~(j
armazenagem
Peneira Hidrostática ,. ~
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Digestor para I I Elevador
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f----
Transportador
Tanque ..
Tanques •..-.. _- coletor
dccantadores Transportador
pneumatlco
Óleo decantado
,-------, Óleo , - - - - - - ,
Figura 4. Fluxograma de produção de farinha de vísceras para fábricas de grande porte . Fonte: Ferroli ( 1999).
Figura S. DigeslOr esquemati zado. Fonte: catálogo fabricante Petter Bress lnd. de Máquinas Ltda.
Fc..:rroli, P. C f\'l. ; Fiod Nt:IO, M.; Casarotto Filhu, N.; Camu,). E. E. - Fâbricas de SubprodulUs de OrÍh>cm Animal: a ImJXlrtância do Balancc;uncnlo das Cargas dos Digl:sturcs clt; VísCl:r.lS 9
PRODUÇÃO =======================================================================
300
260
220
~
~
8. 180
E
f!
60 L - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - J
60 100 140 180 220 260 300
Tempo de Processamento
Figura 7, Relacionamento entre o tempo de processamento e o tempo total - digestores de vísceras de aves,
MediçOes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
190 190 150 155 140 120 150 105 160 140 165 150 130 150 140 150 160 160 145 170 130 110
185 135 145 145 140 115 115 120 120 150 165 125 140 110 135 140 140 190 125 175 170 130
130 160 135 140 140 120 160 110 170 120 140 140 135 130 110 110 115 195 120 180 195 135
125 155 160 140 160 150 140 190 150 130 130 150 240 170 150 145 110 165 130 140 110 95
125 175 180 140 170 150 85 90 160 130 135 170 130 155 140 190 170 175 160 130 150 150
140 135 120 140 125 160 170 125 145 100 150 130 110 140 110 100 140 170 190 130 130 140
Média 149 158 148 143 120 136 137 123 140 128 148 144 148 143 131 139 139 176 145 154 148 127
Amplitude 65 55 60 15 45 45 85 100 50 50 35 45 130 60 40 90 60 35 70 50 85 55
MediçOes 23 24 25 26 27 28 29 30 21 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
110 160 150 120 140 140 145 130 110 145 130 165 110 190 145 110 120 130 140 150 160
160 160 180 120 140 170 155 160 120 140 120 120 95 115 140 140 140 120 140 205 110
140 140 130 110 165 140 110 130 160 130 150 135 130 100 145 130 130 130 100 200 140
130 180 135 170 140 135 130 100 170 140 140 150 135 140 130 120 90 115 100 140 140
170 140 135 140 150 140 150 150 135 130 190 140 135 120 155 120 110 105 115 120 130
140 140 140 130 100 150 120 150 95 120 135 150 160 165 145 150 150 150 150 175 150
Média 142 153 145 132 139 146 135 137 132 134 144 143 128 138 143 128 123 125 124 165 138
Amplitude 60 40 50 60 65 35 45 50 75 25 70 45 65 90 25 40 60 45 50 85 50
Média das médias: 140 LSC :: Média das médias + A2.Média das Amplitudes LSC· 167,57
Média das amplitudes : 57,09 llC - Média das médias - A2.Média das Amplitudes UC = 112,42
Fcrroli, P. e M.; Fi<:Xl Neto. M.; Casarono Filho, N.; CasI1'O, J. E. E. - Fâbricas de Subprodutos de 0rit.>cm Animal: a Importância do BalanCl:amcnto das CaT'btas dus Di&>cslorcs de Vísceras 11
PRODUÇÃO=======================================================================
Os gráfi cos de controle para a farinha de vísceras de aumento no tempo de fritura de vísceras, e ou tro conjunto
aves foram construídos com o mesmo procedimento de causas que leva m a um tempo insuficiente de fritura.
adotado anteriormente. A fi gura 8 mostra o gráfico de
controle construído segundo as equações de TTTI ( 1990). 3.1 Aplicação do diagrama causa-efeito de Ishik awa
Pela figura 8, pode-se perceber um núm ero
significati vo de cargas processadas ac ima e abaixo do Em sua forma original , o diagrama de Ishikawa procura
tempo co nsiderado normal. Utili za ndo-se o diagrama relacionar o problema com seis causas primárias: a matéria-
causa-efe ito de Ishikawa, obtiveram-se, então, junto à prima utili zada (fornecedores ou fornecimento próprio), o
graxari a, as possíveis causas que provocariam estes tempos maquinário (incluindo instalações e mobiliário e abrangendo
incomuns. Considerando-se que, ao menos teoricamente, deterioração e atividades de manutenção), as medidas
todas as cargas são ri gorosamente iguais em volume (tolerâncias, ajustes, instrumentos utilizados, condições
(número de carrinhos, bombonas ou co nteúdo do si lo de locais, etc.), o mei o-ambiente que cerca a atividade, a mão-
vísceras in natura) é necessári o buscar as razões pelas de-obra envolvida e o método de processamento (flux o de
quais uma mesma máquina, com a mesma quantidade de informações, procedimentos adotados, etc.).
produtos a serem processados, demora tempos com A figura 9 mostra o diagrama de Ishikawa elaborado
intervalos que variam de 250 a 90 minutos. para as cargas efetuadas ac im a do tempo esperado e a figura
10 mostra o Ishikawa elaborado para as cargas efetuadas
3. Busca das Causas que Promovem as Variações abaixo do tempo esperado (para cargas de vísceras de aves).
do Tempo de Processamento dos Digestores de Vísceras Co me ntários a respeito do diagrama ca usa-efeito da
figura 9:
Através de pesqui sa bibliográfica, cons ultas a • vísceras muito secas : são mai s fáceis de serem
especialistas e pesquisa prática na própri a graxa ria, torradas. Quando o operador retira uma amostra, tem a
incluindo questionários e entrevistas co m os o perári os, impressão de que o produto já está queimando dentro do
levantou-se um conjunto de causas que afetam diretamente di gestor, quando na realid ade as vísceras ainda não
o tempo de processamento. Essas causas foram di vididas fritaram o sufici ente. O índice de digestibilidade fica
em dois di agramas causa-efeito: um , que provoca o bastante afetado quando ocorre isto;
Tempos de processamento
300
·•
-;
.!;
250
200
~ -T~mpo.
·..•
E
150 - - · Umitr Sup erior
_ Llmitel.llfcrior
•
l-
100
SO
O
~ ~ ~ ~ : ~ ~ ~ ; ;; .. -Medições
- - - - ~
- -
.
~ ~
2 N N N N ~
Tempo abaixo
7------------------7---------------7-------+ do esperado
Tempo ocioso
"zero" entre duas cargas
Cargas "apuradas"
• excesso de óleo: torna a farinha muito pastosa e frita do que a maioria (por ter entrado em contato com a
vai sobrecarregar o trabalho da prensa. Conforme for o chapa quente do digestor antes das demais) , concluam que
nível de oleosidade, pode provocar entupimentos no funil a carga já está pronta, enviando farinha crua para a prensa.
alimentador da prensa com posterior sobrecarga no eixo, Essa farinha corre um alto risco de ser contaminada,
chegando, por vezes, a quebrá-lo; principalmente por salmonelas;
• reformas mal realizadas: os di gestores somente • cargas "apuradas": problemas em algum digestor
devem ser reformados pelo fabricante. Reformas feitas por do grupo pode proporcionar um excesso de matéria-prima
terceiros podem apresentar problemas pela inclusão de esperando por processamento. Para evitar acúmulo na
peças não originais na máquina. A colocação de válvulas graxaria, as cargas são "apuradas". Abre- se mais vapor
incorretas cria um desbalaceamento na relação do vapor que para tentar compensar, mas geralmente acaba-se enviando
deve circular no eixo e no vapor que deve circular na farinha crua para a prensa.
camisa. A troca do redutor ou do motor pode afetar a Comentários a respeito do diagrama causa-efeito da
velocidade de rotação do eixo, com efeito significativo no figura 10:
tempo de processamento da farinha. Uma velocidade aquém • carregamento em demasia: a ausência de um silo
da normal ocasiona a desproporção entre a fritura de partes de vísceras antes dos di gestores pode acarretar falta de
das vísceras; já uma velocidade acima da normal provoca a padronização das cargas, pois o silo de vísceras é
quebra das vísceras, aumentando a acidez da farinha; projetado para conter uma carga padrão. Logo, uma vez
• tempo ocioso "zero" entre duas cargas: o digestor cheio, pode-se descarregá-lo no digestor sem
apresenta-se superaquecido pela carga anterior, de modo preocupações. Sem o equipamento, o controle é realizado
que as primeiras vísceras fritam quase que pelo operário que está carregando o di gestor. Quando o
instantaneamente. O tempo ocioso normal de volume processado torna-se elevado, há tendência de
aproximadamente 15 minutos existe para evitar que sobrecarregar o digestor mais do que se deve, provocando
operadores inexperientes, ao retirarem uma amostra mais atraso nas cargas;
Fcrruli, P. e M .; Fiod Neto, M.; Ca.~arotlo Filho, N.; Castro,). E. E. - Fábricas de Subpnxlutos de O~'t:m Animal a Importância do Balanceamento da~ Caq..,.-as d($ Digcstoocs clt: Vím.:ras 13
PRODUÇÃO=======================================================================
Resíduo velho
Tempo além
r---------+-----------l~-----+ do esperado
Dispositivos de
informação dos _ __
digestores avariados
Contaminação
por sujeiras - - - - / Caldeira mal
exteriores à graxaria
Método
• relação de medida óleo versus vísceras incorreta: co nstatar que nem sempre o uso indiscriminado desta
pode tanto atrasar quanto antecipar uma carga, já que o resulta em uma boa alternativa;
óleo em excesso, conforme anteriormente comentado, • vísceras quebradas no transporte a vácuo: o
torna a farinha muito pastosa, ao passo que, do contrário, excesso de pressão de ar comprimido nos transportadores
tornará a farinha muito seca; pneumáticos provoca a quebra das vísceras, liberando suas
• resíduo velho: em momentos de pico ou quando mucosas e provocando um considerável aumento na acidez
ocorrem problemas com outros digestores, pode-se gerar da farinha;
estoque de vísceras esperando pelo processamento. O • digestor com pouca potência: máquinas velhas ou
resíduo , quando velho, perde a umidade e a rigidez mal reformadas podem estar com a parte oca do eixo e pás
característica. Como resultado, a víscera cozinha, ao invés corroídas, permitindo o escape do vapor e, com isso,
de fritar, tornando-se pastosa e dificultando o trabalho da dificultando a troca térmica, Se estiver escapando vapor em
prensa e do moinho; partes do eixo, esse vapor pode queimar partes da massa de
• muita água: a água que desce em excesso na vísceras, enquanto as demais ainda nem começaram a perder
peneira hidrostática por erros de vazão, faz com que a água, A potência do motor de acionamento também é
víscera fique encharcada, aumentando muito a quantidade importante, devendo o motor ser capaz de manter o eixo e as
de água a sair pela válvula de condensado do digestor. É pás em contínuo movimento, sem solavancos nem entraves,
comum usar-se muita água nas graxarias, devido à falsa para evitar fritura desuni forme;
impressão de higiene. Segundo Springmann (1997), basta • dispositivos de informação dos digestores
considerar que a maioria dos microorganismos avariados: em muitos di gestores (principalmente nos mais
responsáveis pela degradação dos produtos envolvidos na antigos), os mostradores encontram-se cobertos de
atividade necessitam de água para sobreviver, para gordura, fato que prejudica as leituras de tempo de
Fcrroli, P. e M.; Fi<Xl Neto, M.; CasarQno Filho, N.; Castro,J. E. E. - Fábricas de Subprodutos de Origem Animal: a Imporcincia do Balancc..'3lTlcnto das Cargas dos O~.cslOrcs de Visccras 15
PRODUÇÃO =======================================================================
Tabela S. Aplicação da Técnica do GUT
FerroU, P. C M.; HOc:! Neto, M.; Casarotto Filho, N.; Casuo,j. E. E.· Fábricas de Subprodutos de Origem Animal: a Importância do Balanccameruo das Cargas dos Digcsrores dt: Visccras 19