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ARTIGO ARTICLE 1661

Processo da implantação da política


de medicamentos genéricos no Brasil

Generic drug policy implementation in Brazil

Cláudia Regina Cilento Dias 1


Nicolina Silvana Romano-Lieber 1

Abstract Introdução

1 Faculdade de Saúde A generic drug policy has been implemented in No Brasil, é responsabilidade do Estado a for-
Pública, Universidade de
Brazil since 1999. Several political and admin- mulação e execução de políticas econômicas e
São Paulo, São Paulo, Brasil.
istrative stages transpired between enactment of sociais que visem, entre outros, estabelecer
Correspondência the legislation and the actual marketing and condições que assegurem acesso universal às
N. S. Romano-Lieber
consumption of these drugs. This article describes ações e serviços para promoção, proteção e re-
Departamento de Prática
de Saúde Pública, the policy implementation process and exam- cuperação da saúde 1. Neste contexto, insere-
Faculdade de Saúde Pública, ines the country’s generic drug legislation, ap- se a política nacional de medicamentos, cujo
Universidade de São Paulo.
proved from 1999 to 2002. To contextualize these propósito é garantir o acesso da população aos
Av. Dr. Arnaldo 715,
São Paulo, SP measures, the study compares articles published medicamentos considerados essenciais, bem
01246-904, Brasil. by two national periodicals and interviews with como a sua necessária segurança, eficácia e
nicolina@usp.br
a government representative involved in draft- qualidade 2.
ing the legislation and a representative from the Dentre as estratégias para a promoção do
pharmaceutical industry. Generic drugs quickly acesso a medicamentos, encontra-se a política
gained considerable space in the Brazilian phar- de medicamentos genéricos, que são, em geral,
maceutical market. Ongoing adaptation of the mais baratos que os medicamentos inovadores
legislation, media support, and the government’s devido em grande parte ao fato de não recaí-
involvement in spreading the policy were key rem sobre o genérico os custos relativos ao de-
success factors. The population’s access to medi- senvolvimento da nova molécula e dos estudos
cines did not increase significantly, but people clínicos necessários. Outro fator que contribui
can now purchase medicines at more affordable para um custo mais baixo é o menor investi-
prices and with quality assurance and inter- mento em propaganda para tornar a marca co-
changeability. nhecida. Os medicamentos genéricos são me-
dicamentos similares a um produto de referên-
Generic Drugs; Health Legislation; Comunica- cia ou inovador, que pretende ser com este in-
tions Media tercambiável, geralmente produzido após a ex-
piração ou renúncia da proteção patentária ou
de outros direitos de exclusividade, comprova-
da a sua eficácia, segurança e qualidade 3.
O mercado farmacêutico brasileiro possui
algumas particularidades que auxiliam a com-

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preensão do processo de implantação de me- dicos de cobertura nacional no mesmo perío-


dicamentos genéricos. Ele é um dos maiores do do com entrevistas concedidas por um repre-
mundo, ocupa a oitava posição com vendas sentante do governo, envolvido com a elabora-
que atingiram, em 2003, 5,6 bilhões de dóla- ção da legislação brasileira de medicamentos,
res/ano. Neste mesmo ano, o setor exportou e um representante da indústria farmacêutica.
280 milhões de dólares e gerou aproximada- As entrevistas, obtidas no segundo semestre de
mente 47 mil empregos diretos. No Brasil, o se- 2002, foram gravadas com a permissão dos en-
tor é constituído por 541 empresas entre pro- trevistados e as questões buscaram esclarecer
dutores de medicamentos, indústrias farmo- o quadro político e conjuntural que envolveu a
químicas e importadores, e apenas 29 estavam elaboração da legislação de genéricos. Os jor-
produzindo genéricos em dezembro de 2002 4. nais escolhidos foram Folha de S. Paulo e O Es-
Embora expressivo, o consumo de medica- tado de São Paulo. Trabalho anterior listou as
mentos, no Brasil, é desequilibrado. Segundo o páginas da web consultadas na época 5.
Ministério da Saúde, 15% da população conso- Atendendo aos aspectos éticos, o projeto
mem 48% da produção de medicamentos do foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
país e 51% consomem apenas 16% do merca- da Faculdade de Saúde Pública, Universidade
do, mas somente 40% da população pode ad- de São Paulo.
quirir medicamentos 2.
Entre outras questões, as dificuldades re-
correntes de acesso ao medicamento pela po- Resultados e discussão
pulação propiciaram, em 1999, uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Panorama conjuntural
Nacional enfocada na indústria farmacêutica e
no embate do governo para a redução de preços De acordo com o representante do governo, a
no setor. Muito embora o movimento dos ge- implantação dos genéricos não foi premedita-
néricos tenha como marco a Portaria n. 3.916 2 da. Segundo o mesmo, o então Ministro da Saú-
de 30 de outubro de 1998, o inquérito prestou- de solicitou que fossem avaliados projetos de
se como um dos deflagradores do processo de lei de interesse da área da saúde no Congresso
implantação, visto que política de medicamen- Nacional aguardando tramitação. O projeto de
tos genéricos é internacionalmente reconheci- lei dos genéricos destacava-se, pois era uma
da como um mecanismo de redução de preços antiga reivindicação do setor. Para o represen-
de medicamentos. tante da indústria farmacêutica, todavia, o ape-
A Portaria n. 3.916 2 apresentou como um lo político que os genéricos representavam foi
dos objetivos a promoção do uso de medica- um fator fundamental para a decisão tomada,
mentos genéricos e determinou que o gestor visto que o fato foi considerado como uma mar-
federal devesse identificar os mecanismos ne- ca de ação do então ministro da saúde.
cessários para atingir essa finalidade. Três me- A regulamentação técnica para registro dos
ses após a sua publicação, ocorreu a publica- medicamentos genéricos foi formalizada seis
ção da Lei n. 9.787 3, em 10 de fevereiro de 1999, meses após a publicação da Lei n. 9.787 3. Com
alterando a Lei n. 6.360 e instituindo a Política a Resolução n. 391 6 de 9 de agosto de 1999, fo-
de Medicamentos Genéricos. Com isso, foram ram estabelecidas as condições de registro, fa-
traçadas as diretrizes, normas e critérios para bricação, controle de qualidade, testes, prescri-
sua implantação, revogando o Decreto n. 793/93. ção e dispensação. Embora a complexidade do
assunto requeresse a formação de equipe ca-
Configuração do problema, pacitada, o governo foi alvo de críticas no to-
objetivos e métodos cante à demora na sua elaboração. Para o re-
presentante do governo, não podia ter sido di-
Entre a promulgação da Lei e a efetiva comer- ferente, já que “Tínhamos que aprender, foi
cialização e consumo de medicamentos gené- muito difícil aprender,(...) e debaixo do tiroteio
ricos no país, sucederam-se diversas etapas no da CPI de medicamentos e do destaque do tema
âmbito político e administrativo. O objetivo não podíamos fazer menos de 100%” 5 (p. 39).
deste trabalho é descrever este processo havi- Os primeiros genéricos foram registrados
do na época. Para tanto, foram examinadas as quase seis meses depois da publicação da Re-
Leis, Decretos e Resoluções, publicadas no pe- solução n. 391, conforme a Resolução n. 74 7 de
ríodo compreendido entre 1999 e 2002, relati- 2 de fevereiro de 2000. Esse tempo foi conside-
vos aos medicamentos genéricos no Brasil. Pa- rado razoável pelo representante da indústria
ra melhor contextuar tais medidas, foram con- farmacêutica, segundo o qual as validações de
frontadas as notícias publicadas em dois perió- produção e de análise, além dos testes de equi-

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valência farmacêutica, demandam um período dicos se mostravam cruciais, tendo em vista


de tempo muito próximo a este. que, em 71% dos casos examinados, os consu-
A indústria farmacêutica reagiu à implanta- midores compraram o medicamento na forma
ção dos genéricos. Logo após a publicação da prescrita.
Resolução n. 391, enquanto ainda não haviam Na França, estudo comparativo de políticas
sido lançados medicamentos desse tipo, a mí- que buscavam compreender a pouca penetra-
dia impressa denunciava o encaminhamento ção dos genéricos no mercado, mostrou que o
de comunicado da Associação Brasileira da In- ponto chave era a ausência de estímulos à pres-
dústria Farmacêutica (ABIFARMA) aos médicos crição e à dispensação de genéricos naquele
e às farmácias. No comunicado, afirmava-se que país 9. Da mesma forma, Anis 10 relata que, no
o “farmacêutico não pode, em nenhuma cir- Canadá, exame das várias políticas para substi-
cunstância, substituir prescrições, sob pena de tuição revelou que receituários padronizados e
crime hediondo” 5 (p. 40). A mesma notícia in- decurso de tempo não foram significativos pa-
formava que o comunicado gerou protestos do ra se alterar o padrão de prescrição. Foram fa-
Conselho Federal de Farmácia e da Associa- tores determinantes os constrangimentos le-
ção dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais gais, a observação de listas obrigatórias de re-
(ALANAC). Tal reação não se deu sem motivo. ferência e os esquemas de deduções ou co-pa-
Aparentemente, entre a publicação da resolu- gamento dos gastos com medicamentos, além
ção e o início da comercialização dos genéri- do envolvimento dos consumidores.
cos, muitas farmácias estavam substituindo os Outros estudos destacam a necessidade de
medicamentos de referência por medicamen- pesquisar as práticas locais de prescrição e con-
tos similares com ou sem marca. A indústria sumo antes de propor medidas de intervenção.
farmacêutica denunciou o acontecimento e Vários fatores influenciam o resultado, como o
lançou uma campanha publicitária de esclare- canal de disseminação, o conteúdo da mensa-
cimento sobre a “substituição indevida de re- gem, a forma e a pessoa envolvida 11. Saxenian 12
médios nas farmácias” 5 (p. 41). destaca, além desses fatores, a lealdade à mar-
Outra reação da indústria farmacêutica foi ca, que seria maior em países em desenvolvi-
fornecer carimbos, etiquetas e receituários já mento que em países desenvolvidos porque (1)
impressos aos médicos com frases de conteú- as empresas de medicamentos de marca forne-
do similar a “Não substituir por genéricos” 5 cem a maior parte das informações e (2) o con-
(p. 43). A Agência Nacional de Vigilância Sani- trole de qualidade do governo, naqueles países,
tária (ANVISA), instituição responsável pelas tenderia a ser pouco confiável.
regulações de políticas como a dos medicamen-
tos genéricos, reagiu com a republicação da Re- Regulamentações adicionais para
solução n. 391, em 19 de novembro de 1999, na atendimento da demanda de genéricos
qual incluiu a proibição explícita desta prática,
além de exigir “de próprio punho” do prescri- Aparentemente, a implantação dos medica-
tor qualquer restrição ao intercambiamento. mentos genéricos no Brasil também sofreu re-
A indústria farmacêutica não assumiu pu- sistência por parte do comércio farmacêutico. A
blicamente uma postura contrária aos genéri- mídia impressa, em dezembro de 2001, discutia
cos, afirmando que a ABIFARMA era, na verda- esse tema e comentava que, para esse segmen-
de, contra os “falsos genéricos” 5 (p. 44). Con- to, não havia atrativo em vender genéricos. No
forme o representante da indústria farmacêuti- mesmo artigo, argumentava-se que as grandes
ca, a indústria era contrária a uma situação em redes de farmácias e drogarias aderiram aos ge-
que não havia garantia da qualidade dos medi- néricos, pois seus preços mais baixos atrairiam
camentos. compradores que consumiriam outros produ-
A resistência aos medicamentos genéricos tos de higiene ou beleza, com os quais poderiam
também foi evidenciada entre prescritores. Pes- recompor suas “margens de lucro”. As pequenas
quisa realizada pela ANVISA 8, na época da im- farmácias, entretanto, não possuíam capital de
plantação, mostrou que 80% das receitas ava- giro suficiente para investir em produtos pa-
liadas eram de medicamentos de marca, ainda ralelos. Diante da resistência das farmácias em
que 78% dos médicos se manifestassem de for- comercializar genéricos, o ministro da saúde
ma positiva sobre a qualidade dos genéricos. O ameaçou “enquadrar” as farmácias, forçando-as
resultado permite supor uma possível falta de a vender os medicamentos genéricos 5.
hábito entre estes, indicando a necessidade de A falta de genéricos nas farmácias origina-
ações contínuas de incentivo à prescrição pelo va todo tipo de teoria conspiratória. A mídia
nome genérico, inclusive na formação dos fu- impressa em 17 de julho de 2000 dava idéia da
turos profissionais. As ações dirigidas aos mé- situação, sugerindo boicote das farmácias, de-

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vido à ausência do lucro, ou distribuidoras as- avaliou-se que o déficit entre a demanda e a
sociadas a indústrias multinacionais para im- produção não seria resolvido em curto prazo,
pedir a venda de genéricos, ou mesmo médi- porque o aumento da produção não é um pro-
cos que estariam sendo pressionados pelos la- cesso rápido. Diante desse fato e da necessida-
boratórios estrangeiros para não receitá-los 5. de premente de se ter mais genéricos disponí-
É possível, todavia, que nem as farmácias nem veis, o governo tomou uma decisão controver-
os fabricantes estivessem preparados para sa, publicando o Decreto n. 3.675 16, em 28 de
atender à demanda inicial por genéricos, como novembro de 2000. No decreto, foi permitido o
veio a se evidenciar pelos fatos subseqüentes. registro por um ano, por meio de um processo
Na tentativa de regularizar a oferta, suces- simplificado e com trâmite acelerado dentro
sivas medidas foram sendo tomadas pelo go- da ANVISA, de medicamentos genéricos que já
verno para regulação do mercado a cada novo fossem registrados no Canadá, Europa e Esta-
problema observado. Assim, a primeira medi- dos Unidos.
da foi a publicação da Resolução n. 45 13, em 15 Este processo particular de registro teria um
de maio de 2000, tornando obrigatória a afixa- procedimento diferente do convencional. A do-
ção da relação de medicamentos genéricos re- cumentação a ser apresentada seria simplifica-
gistrados na ANVISA nas farmácias e drogarias da e não haveria necessidade de serem apre-
“em local de fácil acesso e visibilidade”. Poste- sentados testes comprobatórios da bioequiva-
riormente, essa resolução foi revogada pela Re- lência e equivalência farmacêutica contra o
solução n. 99 14, de 22 de novembro 2000. Nes- medicamento-referência nacional no ato do
ta, estendia-se o prazo até o 15o dia do mês se- registro. Tais testes deveriam ser apresentados
guinte para que a listagem fosse atualizada. em até um ano após a concessão do registro.
Conforme o representante do governo, o pro- Em contrapartida, a empresa, obrigatoriamen-
pósito da Resolução era melhor informar ao te, colocaria o produto no mercado em até 45
público consumidor. O resultado da medida foi dias após a concessão do registro, sob pena de
questionável, dado que a pesquisa realizada pe- sua perda compulsória. A esse respeito, o en-
la ANVISA mostrou que somente 7,2% dos con- tão ministro da saúde fez declarações, esclare-
sumidores chegaram a consultar a lista de ge- cendo que o motivo da criação do registro es-
néricos nas farmácias ou drogarias 8. pecial era facilitar a importação de genéricos 5.
Rapidamente se avaliou que a colocação da O caráter circunstancial da medida foi enfati-
lista de genéricos registrados não era suficiente zado pelo representante do governo. Para ele:
para normalizar a distribuição, sendo necessá- “Naquele momento, foi um mal necessário. Foi
rio o controle do que era produzido, importa- uma tentativa de aumentar o número de gené-
do, bem como o local de comercialização para ricos no mercado de maneira mais rápida e ti-
que se pudessem conhecer os pontos falhos e vemos que correr riscos” 5 (p. 54).
intervir. Além disso, deixou-se de considerar As indústrias nacionais protestaram porque
que nem todos os medicamentos registrados o decreto tratava os produtos importados de
são comercializados, pois, com freqüência, a forma diferenciada, uma vez que, num primei-
indústria posterga ou desiste do lançamento ro momento, eles não seriam submetidos ao
de um medicamento. Dessa forma, 2,5 meses teste de bioequivalência. Para o representante
após a publicação da Resolução n. 45, foi publi- da indústria farmacêutica o decreto foi “um
cada a Resolução n. 78 15, em 21 de agosto de absurdo” 5 (p. 55), pois havia um procedimento
2000, obrigando as empresas importadoras e regulamentar a ser seguido pelos laboratórios
produtoras de genéricos a entregarem o balan- locais e um procedimento mais facilitado aos
ço mensal de vendas. Deveriam ser informados estrangeiros. Acrescentou, ainda, que o Brasil
a quantidade produzida, a capacidade instala- não criou mecanismos de proteção à indústria
da, o total de lotes fabricados, a quantidade de nacional, na medida em que permitiu a entra-
produto vendido, o local para onde o lote foi da de genéricos de outros países sem algumas
vendido, além de dados sobre o tamanho e par- exigências de reciprocidade lá existentes.
ticipação do mercado. De acordo com o repre- O decreto em pauta, além de fonte de mui-
sentante do governo, o propósito dessa medida tas críticas, apresentava sério problema técni-
era fornecer à ANVISA o acesso aos dados das co, dado que, em sua primeira versão, não exi-
movimentações das empresas. gia nenhum teste comprobatório de equivalên-
Os balanços começaram a ser recebidos a cia farmacêutica. Por mais que o produto pos-
partir de 10 de setembro 2000, e a Resolução suísse o estudo de bioequivalência contra um
determinava que as empresas enviassem tam- medicamento de empresa diferente da deten-
bém balanços retroativos dos meses de junho e tora do produto de referência nacional. Rapi-
julho de 2000. Com o recebimento dos dados, damente, publicou-se o Decreto n. 3.718 17, em

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4 de janeiro de 2001, corrigindo a distorção. meio do Decreto n. 3.960 19, de 11 de outubro


Passou-se a exigir, caso o medicamento de re- de 2001. A última publicação relacionada ao re-
ferência utilizado no ensaio de bioequivalência gistro especial foi o Decreto n. 4.204 20 de 24 e
não fosse da mesma empresa do medicamento abril de 2002, restringindo sua concessão ape-
de referência nacional, o certificado de equiva- nas para genéricos inéditos.
lência farmacêutica e o estudo comparativo A prática do registro especial de medica-
dos perfis de dissolução entre o medicamento mentos genéricos já havia sido cogitada em tra-
genérico e a referência nacional. balho financiado pelo Banco Mundial em 1994.
Entretanto, apesar dessa facilidade para o Nesse estudo, voltado às recomendações para
registro de produtos importados, a medida não que se reduzissem as despesas com medica-
surtiu o efeito esperado, tendo havido apenas mentos, sugere-se, entre outras medidas, que
um registro por meio do trâmite especial. As os testes de bioequivalência realizados em ou-
empresas importadoras continuaram protoco- tros países sejam aceitos quando não houver
lando pedidos por meio do registro normal. O condições locais para fazê-los. Essa prática,
fato explica-se, pois, com o registro realizado embora possa restringir o âmbito competitivo,
pela forma especial, a empresa teria ainda que favorecendo drogas mais caras, poderia justifi-
apresentar obrigatoriamente novo estudo de car-se em termos de custo benefício. Medidas
bioequivalência contra o produto de referência temporárias também são preconizadas, como
nacional ao término de um ano, sendo este um por exemplo, a importação de medicamentos
ensaio dispendioso. Caso o registro fosse soli- registrados em países de regulação mais restri-
citado pelo regime normal, seriam necessários tiva. Dessa forma, seria possível o acesso a pro-
apenas os ensaios de equivalência farmacêuti- dutos de qualidade, mesmo nos países com
ca e o perfil de dissolução comparativa, testes agências reguladoras ainda não totalmente
mais baratos que aquele. Um novo estudo de constituídas 12.
bioequivalência seria exigido apenas no caso
do estudo apresentado não cumprir com o re- Regulamentações adicionais
querido pela legislação vigente. para condicionamento da oferta
Seis meses mais tarde, a ANVISA publicou o
Decreto n. 3.841 18 permitindo ao estudo de bioe- Embora a Lei n. 9.787 3 estabelecesse que os
quivalência de produtos importados o mesmo medicamentos similares deveriam sempre ser
tratamento daqueles que entrassem por meio identificados por nome comercial ou marca e
do regime normal. Com isso, não seria mais ne- concedesse o prazo de seis meses para os simi-
cessário repetir-se obrigatoriamente o teste con- lares com e sem marca adaptarem-se e proce-
tra o produto de referência nacional. Assim, fo- derem às alterações necessárias, publicou-se
ram publicados 96 registros, divididos em 72 uma regulamentação específica para esse fim.
fármacos. Estes registros representaram 16,6% Isto porque, para cumprir a Lei e continuar ven-
do total de 578 registros de medicamentos ge- dendo pelo nome do princípio ativo, muitas
néricos aprovados até outubro de 2002. empresas adotaram apenas o nome da empre-
Esses dados mostram que o registro espe- sa junto ao nome do princípio ativo como mar-
cial contribuiu para disponibilizar medicamen- ca comercial. No dia 24 de outubro de 2000,
tos genéricos nas farmácias. Ressalte-se, toda- publicou-se a Resolução n. 92 21 que determi-
via, que, dos 48 produtos que obtiveram esse nava o prazo de seis meses para encerrar a fa-
tipo de registro, no período de dezembro de bricação dos similares sem marca, prazo que se
2000 a fevereiro de 2002, apenas 34 tiveram a encerrou em 23 de novembro de 2001. De for-
transição publicada. As hipóteses para que isso ma complementar, em 16 de março de 2001, foi
tenha ocorrido são as avaliações negativas do publicada a Resolução n. 36 22, proibindo a co-
mercado pela empresa ou, mais preocupante, mercialização de medicamentos registrados
sua impossibilidade de comprovar os itens da com denominação genérica e dando prazo de
qualidade e/ou bioequivalência com o produto 180 dias para seu cumprimento.
de referência. Na entrevista, o representante do Percebeu-se, também, a necessidade de se
governo admitiu que houve casos em que não criar uma identidade visual diferenciada para
foi possível a transição. A ANVISA não publicou esses medicamentos, de modo a facilitar a iden-
os indeferimentos dos pedidos de transição de tificação pelo consumidor e a distinção entre
registro especial, conforme procedimento pa- medicamento genérico e medicamento simi-
drão, deixando, simplesmente, que o prazo do lar. Em paralelo ao fim da comercialização de
registro expirasse. medicamentos similares sem marca, a ANVISA
O prazo para concessão de registro especial preparava o lançamento de um logotipo para
foi estendido até 28 de novembro de 2002 por os genéricos. Para o representante do governo,

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a identidade visual permitiria que o “consumi- panha de esclarecimento sobre medicamentos


dor identificasse o genérico na prateleira, que genéricos. Também indicou que 95% dos entre-
soubesse o que estava comprando e não fosse vistados declararam conhecê-los e 91% os defi-
enganado pelo vendedor. Como no Brasil a as- niram corretamente; 80% acreditavam que fa-
sistência farmacêutica é deficiente, o motor des- ziam o mesmo efeito dos medicamentos de re-
ta transformação no mercado brasileiro foi o ferência e 71% concordavam que o genérico ti-
comprador de remédio” 5 (p. 61). Nesse aspecto, nha preço mais baixo. Entretanto, apesar de
houve participação da indústria. Segundo seu conhecerem o produto e nele confiarem, ape-
representante, produtores de genéricos obser- nas 48% pediam medicamentos genéricos, in-
varam que o consumidor poderia confundir- dicando falta de ações para promover a lem-
se, se não fosse criado um identificador. Com a brança do genérico no consumidor, tanto no
publicação da Resolução n. 47 23 em 05 de abril momento de aquisição do medicamento, como
de 2001, tornou-se obrigatória a inclusão do lo- no instante da prescrição.
gotipo dos genéricos nas embalagens externas. Os novos meios de informação mudaram as
O conjunto destas resoluções entrou em vigor expectativas das pessoas em relação ao contro-
na mesma época. Assim, o fim da comerciali- le sobre os cuidados à saúde. Segundo Glatter 24,
zação dos similares sem marca se deu em 15 de o papel da mídia na questão dos medicamen-
setembro de 2001 e o logotipo do genérico en- tos tem gerado controvérsia desde a liberação
trou em vigor em 5 de outubro daquele ano. A de promoção de medicamentos sob receita em
estratégia de adotar identidade visual diferen- veículos de massa (jornais, revistas, rádio e TV),
ciada para os genéricos atingiu os resultados pelo Food and Drug Administration (FDA),
esperados, pois pesquisa da ANVISA revelou agência reguladora desses produtos nos Esta-
que 71% dos consumidores sabiam reconhecer dos Unidos. Nessa linha, Saxenian 12 relata que,
um genérico, sendo 55% pelo logotipo da em- países em desenvolvimento intermediário, po-
balagem 8. dem atingir consumidores por meio de progra-
mas de educação veiculados pela mídia de mas-
O processo comunicativo na implantação sa, mas ressalta que a transformação das práti-
dos medicamentos genéricos cas apenas pela educação é insuficiente, e a
combinação da educação com estímulos finan-
Destaca-se o importante papel da divulgação ceiros funciona melhor. De acordo com Glatter 24,
dos medicamentos genéricos para sua aceita- muito além do “direito de saber”, como propõe
ção. Houve empenho pessoal do ministro da a indústria farmacêutica ao promover seus
saúde bem como de membros da ANVISA nos produtos, as pessoas também têm direito a in-
diversos canais de comunicação. Divulgou-se formações relativas às suas necessidades, co-
o produto em congressos médicos e associa- mo a disponibilidade de genéricos e de outros
ções de consumidores. Houve presença públi- tratamentos alternativos. O papel positivo da
ca freqüente para prestar esclarecimentos, de- mídia foi confirmado também na Espanha. Uma
nunciar os entraves nas indústrias e nas farmá- pesquisa feita três anos após a introdução de
cias à causa dos genéricos, mobilizando a opi- medicamentos genéricos neste país mostrou
nião pública. Também a imprensa exerceu pa- que 60% dos pesquisados em atendimento pri-
pel fundamental, pois colocou a opinião públi- mário conheciam o produto, e a mídia tinha si-
ca a favor dos genéricos, divulgou os proble- do o principal veículo de informação para 78,4%
mas, a resistência dos diversos setores, cobrou deles 25.
o governo e exigiu a disponibilidade dos gené- Aparentemente, houve acerto na escolha
ricos nas farmácias. dos diferentes instrumentos, visto que se sabe
A efetivação da estratégia governamental que o êxito no uso de recursos de mídia decor-
foi avaliada em pesquisa da ANVISA. Em 2001, re da compatibilização local. Estratégias de su-
foi conduzida pesquisa entre balconistas de cesso para aumentar o conhecimento sobre os
farmácia, relativa ao perfil do consumidor de medicamentos essenciais e genéricos e a con-
genéricos 8. Dentre os resultados, destaca-se fiança neles foram utilizadas entre os países
que 58% dos consumidores sabiam da existên- africanos de fala francesa em 1995. Houve pro-
cia daqueles medicamentos e 23% os recusa- moção de concurso de frases, cartazes, músi-
vam. Ainda, 41% insistiam em comprar genéri- cas e apresentações. A ampla participação, em
cos e 40% pediam que se trocasse o medica- 22 países, resultou além de material para divul-
mento de referência receitado pelo genérico. gação em linguagem popular, também um me-
Outra pesquisa, também realizada pela lhor entendimento dos conceitos locais sobre
ANVISA em 2001 entre consumidores 8, mos- medicamento e cura 26.
trou que 82% já haviam visto propaganda/cam-

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Efeitos dos quatro primeiros anos de vigência sadas, sugerindo a simples migração do mes-
de medicamentos genéricos no Brasil mo consumidor do medicamento de marca pa-
ra o genérico.
A criação dos medicamentos genéricos trouxe Os resultados comerciais refletiram as dife-
exigências que até então eram desconsideradas, rentes ações para agilizar o processo de regis-
como, por exemplo, as validações de limpeza, tro e o genérico já cobria 9,9% das vendas no
de produção e dos métodos analíticos. Os que- mercado, mostrando o padrão de aceitação 30.
sitos relativos ao princípio ativo e à equivalên- Esses números mostram-se superiores ao de al-
cia da ação biológica tornaram necessário o mo- guns países onde existem genéricos há muitos
nitoramento da qualidade, de forma a garantir a anos, como França (2%), Itália (1%), Espanha
bioequivalência nos lotes de produção segundo (1%) e Portugal (1%), alcançando o Japão (8%)
os padrões oferecidos no ato do registro. e a Áustria (6%). Contudo, estão distantes ain-
O impacto da regulamentação dos genéri- da de países como a Grã-Bretanha (65%), Dina-
cos alcançou também os demais procedimen- marca (60%), Estados Unidos (49%), Canadá
tos de registro. A nova legislação para os medi- (40%) e Alemanha (38%) 31.
camentos similares e novos, por exemplo, pas-
sou a ter os mesmos requerimentos de quali-
dade exigidos para os genéricos 27. Conclusões
O crescimento das vendas de medicamen-
tos genéricos nos primeiros 18 meses de sua in- O uso adequado dos recursos da mídia mos-
trodução no mercado foi em torno de 15% ao trou-se fundamental para a implantação da
mês. Entre junho de 2000 e agosto de 2001, a política de medicamentos genéricos no país.
venda de genéricos cresceu 249,42%, chegando No esforço do governo para viabilizar esta
a 7,06 milhões de unidades 28. Desde a Resolu- nova política, cabe destaque para as sucessivas
ção n. 74 de 2 de fevereiro de 2000, o número de correções, sem as quais, dificilmente os genéri-
genéricos registrados e comercializados tem cos estariam implantados. A legislação perti-
crescido. Em abril de 2004 os medicamentos nente foi modificada várias vezes, frente às ne-
genéricos totalizavam 1.124 medicamentos re- cessidades e às situações inesperadas que sur-
gistrados, divididos em 270 fármacos, 57 clas- giram durante o processo. Guardadas as pro-
ses terapêuticas e já atendiam a 60% da neces- porções, foi um atendimento das recomenda-
sidade de prescrição 29. ções expressas pela OMS, ao preconizar a ne-
Conseqüentemente, o perfil de consumo de cessidade de acompanhamento e correção de
medicamentos no mercado brasileiro alterou- rumos na implantação efetiva de uma política
se. Segundo o IMS Health, empresa dedicada ao nacional de medicamentos 30.
acompanhamento do mercado farmacêutico O Brasil atingiu em poucos anos um pata-
global, entre dezembro de 2000 e novembro de mar de vendas de genéricos que outros países
2002, ocorreu uma rápida e grande evolução na demoraram várias décadas para alcançar. O su-
participação dos genéricos no mercado brasi- cesso na implantação dessa política pode ser
leiro, um pequeno declínio das vendas dos me- atribuído a vários fatores, como a contínua
dicamentos de referência e uma forte queda nas adequação da legislação e o respaldo da mídia
vendas de medicamentos similares. A ANVISA que proporcionou ao governo o apoio popular.
também verificou evolução da participação da A implantação da política de genéricos no
quantidade vendida de medicamentos genéri- país, embora não tenha favorecido um aumen-
cos 28. Nos primeiros anos da implantação dos to significativo de acesso aos medicamentos na
genéricos, a mídia impressa, acompanhando população brasileira, foi um ganho. Os consu-
as transformações, noticiava que os remédios midores passam a contar com a oportunidade
de marca estavam vendendo menos 5. Cálculos de comprar medicamentos a preços mais aces-
de algumas multinacionais indicavam uma que- síveis e com garantia de qualidade e intercam-
da de até 30% na venda dos produtos de refe- biamento.
rência em dezembro de 2002 5. Além disso, outra O impacto da regulamentação dos genéri-
pesquisa por amostragem feita pela ANVISA 8 cos alcançou os procedimentos de registro dos
mostrou que a comercialização não havia cres- demais tipos de medicamentos, trazendo avan-
cido em volume em 47% das farmácias pesqui- ços na questão da qualidade destes.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(8):1661-1669, ago, 2006


1668 Dias CRC, Romano-Lieber NS

Resumo Colaboradores

A política de medicamentos genéricos foi estabelecida C. R. C. Dias contribuiu na revisão bibliográfica, tra-
no Brasil em 1999. Entre a promulgação da Lei e a efe- balho de campo e na redação do artigo. N. S. Roma-
tiva comercialização e consumo desses medicamentos, no-Lieber colaborou na revisão bibliográfica e reda-
sucederam-se diversas etapas no âmbito político e ad- ção do artigo.
ministrativo. O objetivo deste trabalho foi descrever
este processo ocorrido na época da implantação. Foi
examinada a legislação pertinente aos medicamentos
genéricos no país, publicada entre 1999 e 2002. Para
contextuar tais medidas, confrontaram-se notícias
publicadas em dois jornais de abrangência nacional
com entrevistas de um representante do governo, en-
volvido na elaboração da legislação brasileira de me-
dicamentos, e um representante da indústria farma-
cêutica. Em pouco tempo, os genéricos conquistaram
espaço considerável no mercado farmacêutico brasi-
leiro. A contínua adequação da legislação, o respaldo
da mídia e o envolvimento do governo em sua divul-
gação possibilitaram o sucesso obtido. Não houve au-
mento significativo do acesso da população aos medi-
camentos, entretanto, passou-se a contar com a opor-
tunidade de adquirir medicamentos a preços mais
acessíveis e com garantia de qualidade e intercambia-
mento.

Medicamentos Genéricos; Legislação Sanitária; Meios


de Comunicação

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Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(8):1661-1669, ago, 2006


IMPLANTAÇÃO DE POLÍTICA DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS 1669

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Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(8):1661-1669, ago, 2006

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