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Diretoria Colegiada
Vicente Andreu Guillo (Diretor-Presidente) Superintendência de Administração, Finanças e
João Gilberto Lotufo Conejo Gestão de Pessoas (SAF)
Gisela Damm Forattini Luís André Muniz
Ney Maranhão
Ricardo Medeiros de Andrade Superintendência de Gestão da Rede
Hidrometeorológica (SGH)
Secretaria-Geral (SGE) Marcelo Jorge Medeiros
Mayui Vieira Guimarães Scafura
Superintendência de Operações e Eventos
Procuradoria-Federal (PF/ANA) Críticos (SOE)
Emiliano Ribeiro de Souza Joaquim Guedes Correa Gondim Filho
Colaboradores
Superintendência de Apoio ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SAS)
Evânia Vieira da Costa
Giordano Bruno Bomtempo de Carvalho
Grace Benfica Matos
Márcio Rosa Rodrigues de Freitas
Marco Antônio Mota Amorim
Mariana Rodrigues Lírio
Ney Albert Murtha (In Memoriam)
Tânia Regina Dias da Silva
Superintendência de Implementação de Programas e Projetos (SIP)
Letícia Lemos de Moraes
Marcelo Mazzola
Superintendência de Fiscalização (SFI)
Alan Vaz Lopes
Superintendência de Regulação (SRE)
Luciano Meneses Cardoso da Silva
Rodrigo Flecha Ferreira Alves
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE
Germano Hernandes Filho – Presidente
Mônika Bergamaschi – 1ª Vice-Presidenta
Odorico Pereira de Araújo – 2º Vice-Presidente
Maria Isabela de Souza – Secretária Executiva
Composição GT Plano
Antônio Carlos Sales - Prefeitura Municipal de Andradas
Caio Penna Martins - Sindicato Rural do Vale do Rio Grande - SIRVARIG
Carlos Wagner Alvarenga - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES
Cristiane Guiroto - Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - ABAS
Débora Riva Tavanti Morelli - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP
Edgar Gaya Banks Machado - Agência Nacional de Águas - ANA
Eduardo Goulart Collares - Fundação de Ensino Superior de Passos
Helieder Rosa Zanelli - Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo - SABESP
Igor Olandim de Souza - Consórcio AHE Funil
Irene Sabatino P. Niccioli - Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo - DAEE
João Henrique Vieira da Silva de Paula Lopes - Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais - FAEMG
José Edilberto da Silva Resende - Agência para o Desenv. Integrado e Sustentável do Sul e Sudoeste de Minas Gerais -
ADISMIG
José Maurício Braga - Prefeitura Municipal de Catanduva
Júlio Cesar Vilela de Salis - Independente Barretos Construções e Incorporações Ltda - IBCI
Laura Bertolino de Souza Lima - Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM
Luiz Eduardo Carvalho Gomes - Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA
Odorico Pereira Araújo - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG
Patrícia Amoroso de Andrade - Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos - UNIFEB
Paulo Finotti - Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto - AEAARP
Renato Crivelente - Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente - SODERMA
Ricardo Caetano de Lima - Instituto de Engenharia e Arquitetura do Triângulo Mineiro - IEATM
Roberto de Mattos - Hotel Serra Bonita
Roberto Ferraz Rosa - Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto – ABAG
Colaboradores
Aline Luciana Dias - Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas – ABHA
Dayana de Sá e Sousa - Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas – ABHA
Janaína Ribeiro Gonçalves Schönardie - Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas –
ABHA
João Cabrera Filho - Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto – ABAG
Sergio Gustavo Rezende Leal - Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas – ABHA
FIGURA 1.2 –UNIDADES DE GESTÃO HÍDRICA – UGHS – DA BACIA DO RIO GRANDE ...........................................4
FIGURA 1.4 - VALORES DE PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL NAS ESTAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS E ESPACIALIZAÇÃO NAS
MICROBACIAS ..........................................................................................................................................6
FIGURA 1.5 - DISTRIBUIÇÃO DAS PROVÍNCIAS GEOLÓGICAS NA BACIA DO RIO GRANDE .....................................7
FIGURA 1.11 – NÚMERO DE EROSÕES CADASTRADAS POR MICROBACIA NA BACIA DO RIO GRANDE...................11
FIGURA 1.13 – ÁREAS-CHAVE PARA CONSERVAÇÃO DA ICTIOFAUNA NA BACIA DO RIO GRANDE .......................14
FIGURA 1.14 - FAIXAS DE POPULAÇÃO URBANA POR MUNICÍPIO DA BACIA DO RIO GRANDE EM 2010 ...............17
FIGURA 1.16 - RENDIMENTO MÉDIO MENSAL PER CAPITA NOS MUNICÍPIOS DA BACIA DO
RIO GRANDE (2010) ...............................................................................................................................18
FIGURA 1.19 - ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS E USINAS SUCROALCOOLEIRAS NA BACIA DO RIO GRANDE ........20
FIGURA 1.20 - MAPEAMENTO DE PIVÔS CENTRAIS DE IRRIGAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE - 2013 ................22
FIGURA 1.23 - TIPO DE MANANCIAL DE ABASTECIMENTO DAS SEDES MUNICIPAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
GRANDE (FONTE: ANA, 2010) ..................................................................................................................27
FIGURA 1.24 - CONDIÇÃO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DOS MUNICÍPIOS DA BACIA DO GRANDE,
PROJETADOS PARA O ANO DE 2015 NO ATLAS BRASIL (ANA, 2010)...............................................................28
FIGURA 1.26 - ÍNDICE DE TRATAMENTO DE ESGOTOS NA BACIA DO RIO GRANDE - 2012 .................................31
FIGURA 1.27 – INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - ENQUADRAMENTO DAS UGRHIS 01 E 12,
SEGUNDO A CTESB (2014) .......................................................................................................................34
FIGURA 1.28 - INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - ENQUADRAMENTO DAS UGRHIS 15 E 04,
SEGUNDO A CTESB (2014) .......................................................................................................................34
FIGURA 1.29 - INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - ENQUADRAMENTO DAS UGRHIS 08 E 09,
SEGUNDO A CTESB (2014) .......................................................................................................................35
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FIGURA 2.1 - LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS SELECIONADAS PARA OS ESTUDOS DE
DISPONIBILIDADE HÍDRICA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS ...................................................................................37
FIGURA 2.3 - VAZÃO ESPECÍFICA MÉDIA DE LONGO TERMO NA BACIA DO RIO GRANDE (QMLT)............................38
FIGURA 2.4 - VAZÃO ESPECÍFICA COM 95% DE PERMANÊNCIA NA BACIA DO RIO GRANDE (Q95%) .......................39
FIGURA 2.5 - VAZÃO ESPECÍFICA DE 7 DIAS DE ESTIAGEM COM RECORRÊNCIA DE 10 ANOS NA BACIA DO RIO
GRANDE (Q7,10).......................................................................................................................................39
FIGURA 2.6 - VAZÃO NATURAL MÉDIA DE LONGO TERMO NA BACIA DO RIO GRANDE (QMLT)..............................40
FIGURA 2.7 – VAZÃO NATURAL DE PERMANÊNCIA DE 95% NA BACIA DO RIO GRANDE (Q95%) ...........................40
FIGURA 2.8 - VAZÃO NATURAL DE 7 DIAS DE ESTIAGEM COM RECORRÊNCIA DE 10 ANOS NA BACIA DO RIO
GRANDE (Q7,10).......................................................................................................................................41
FIGURA 2.10 – REDE DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO GRANDE (2015) E
PONTOS PROPOSTOS PELA RNQA ..............................................................................................................44
FIGURA 2.11 - USOS DA ÁGUA CONFORME AS CLASSES DE QUALIDADE CONAMA 357/2005 ............................45
FIGURA 2.12 – ENQUADRAMENTO ATUAL DOS CORPOS HÍDRICOS DA BACIA DO RIO GRANDE .........................46
FIGURA 2.13 - VALORES MÉDIOS DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA BACIA DO RIO GRANDE – 2001 A 2013 ...........47
FIGURA 2.14 – VALORES MÉDIOS DA DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO) NA BACIA DO RIO GRANDE –
2001 A 2013 ........................................................................................................................................49
FIGURA 2.15 - CONCENTRAÇÕES MÉDIAS DE FÓSFORO TOTAL NA BACIA DO RIO GRANDE – 2001 A 2013 ........50
FIGURA 3.1 - DEMANDAS DE CONSUMO DA POPULAÇÃO URBANA NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIA -
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................61
FIGURA 3.2 – DEMANDAS DE CONSUMO DA POPULAÇÃO RURAL NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIAS -
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................62
FIGURA 3.3 - DEMANDAS DE CONSUMO PARA DESSEDENTAÇÃO ANIMAL NA BACIA DO RIO GRANDE, POR
MICROBACIA – DIAGNÓSTICO ..................................................................................................................64
FIGURA 3.4 – NECESSIDADE DE IRRIGAÇÃO EM CANA PARA DÉFICIT HÍDRICO LIMITE DE 150 MM POR ANO .........66
FIGURA 3.5 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA IRRIGAÇÃO TOTAIS MÉDIAS NA BACIA DO RIO GRANDE, POR
MICROBACIAS – DIAGNÓSTICO .................................................................................................................67
FIGURA 3.6 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA IRRIGAÇÃO TOTAIS MÁXIMAS NA BACIA DO RIO GRANDE, POR
MICROBACIAS – DIAGNÓSTICO .................................................................................................................68
FIGURA 3.7 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO INDUSTRIAL NA BACIA DO RIO GRANDE, POR
MICROBACIAS – DIAGNÓSTICO .................................................................................................................69
FIGURA 3.8 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA MINERAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIAS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................71
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FIGURA 3.9 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÉDIA NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIAS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................73
FIGURA 3.10 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÁXIMA NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIAS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................73
FIGURA 3.15 – CARGAS DE DBO REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO .........................86
FIGURA 3.16 – CARGAS DE PTOTAL REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO .........................86
FIGURA 3.19 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) NA BACIA DO RIO GRANDE
(MMA, 2007) – INDICAÇÃO DAS APCBS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ..............................................................................................................................................99
FIGURA 3.20 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA BACIA DO RIO GRANDE –
ESTUDOS DESENVOLVIDOS PELOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E SÃO PAULO .................................................102
FIGURA 3.23 - ÁREAS SUJEITAS À RESTRIÇÃO DE USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS VISANDO À PROTEÇÃO DA
ICTIOFAUNA ........................................................................................................................................105
FIGURA 3.24 – ÁREAS PROPOSTAS PARA CONSERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA NO PLANALTO DE POÇOS DE
CALDAS ...............................................................................................................................................107
FIGURA 3.25 – VISTA GERAL DA SERRA DE SÃO DOMINGOS, POÇOS DE CALDAS, MG .....................................107
FIGURA 4.1- BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO NA BACIA DO RIO GRANDE – CONSUMO MÁXIMO E VAZÃO Q7,10
– DIAGNÓSTICO ...................................................................................................................................109
FIGURA 4.2 – BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO NA BACIA DO RIO GRANDE – CONSUMO MÁXIMO E VAZÃO Q95%
– DIAGNÓSTICO ...................................................................................................................................110
FIGURA 4.3 – PRINCIPAIS DEMANDAS DE IRRIGAÇÃO E RELAÇÃO COM O BALANÇO HÍDRICO NA BACIA DO RIO
GRANDE – DIAGNÓSTICO ......................................................................................................................111
FIGURA 4.5 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO NA BACIA DO RIO GRANDE – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20 E VAZÃO
Q95% – DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................114
FIGURA 5.1 - ARRANJO INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE ....125
FIGURA 5.2 - ESTRUTURA ANALÍTICA DO PACTO PARA A GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA
DO RIO GRANDE ...................................................................................................................................129
FIGURA 6.2 - SÍNTESE DAS AGENDAS TEMÁTICAS POR MICROBACIAS E UGHS – COMPONENTE
QUANTITATIVO ....................................................................................................................................135
FIGURA 6.3 - SÍNTESE DAS AGENDAS TEMÁTICAS POR MICROBACIAS E UGHS – COMPONENTE QUALITATIVO .....136
FIGURA 8.1 – BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO – DEMANDAS DE CONSUMO MÁXIMAS MENSAIS E VAZÃO Q7,10 -
CENÁRIO TENDENCIAL 2030 ..................................................................................................................170
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FIGURA 8.2 - BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO – DEMANDAS DE CONSUMO MÁXIMAS MENSAIS E VAZÃO Q7,10 -
CENÁRIO MODERADO 2030 ..................................................................................................................171
FIGURA 8.3 - BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO – DEMANDAS DE CONSUMO MÁXIMAS MENSAIS E VAZÃO Q7,10 -
CENÁRIO ACELERADO 2030 ...................................................................................................................172
FIGURA 8.4 - BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO – DEMANDAS DE CONSUMO MÁXIMAS MENSAIS E VAZÃO Q7,10 -
CENÁRIO DE CONTINGÊNCIA ..................................................................................................................173
FIGURA 8.5 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20 E VAZÃO Q7,10 – CENÁRIO
TENDENCIAL 2030................................................................................................................................177
FIGURA 8.6 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20 E VAZÃO Q7,10 – CENÁRIO
MODERADO 2030 ................................................................................................................................178
FIGURA 8.7 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20 E VAZÃO Q7,10 – CENÁRIO
ACELERADO 2030 ................................................................................................................................179
FIGURA 8.8 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20 E VAZÃO Q7,10 – CENÁRIO DE
CONTINGÊNCIA 2030 ...........................................................................................................................180
FIGURA 9.9 - CENÁRIO DO PLANO 2020 – COMPONENTE QUANTITATIVO – VAZÃO Q7,10 ..............................205
FIGURA 9.10 - CENÁRIO DO PLANO 2020 – COMPONENTE QUALITATIVO – VAZÃO Q7,10 ...............................207
FIGURA 9.11 - CENÁRIO DO PLANO – INTENSIDADE DAS MUDANÇAS SOB CONTINGÊNCIA 2030 – COMPONENTE
QUANTITATIVO – VAZÃO Q7,10................................................................................................................211
FIGURA 9.12 - CENÁRIO DO PLANO – INTENSIDADE DAS MUDANÇAS SOB CONTINGÊNCIA 2030 – COMPONENTE
QUALITATIVO – VAZÃO Q7,10 ..................................................................................................................212
FIGURA 11.3 – GRÁFICO DE OBJETIVOS E MEIOS: COMPONENTE I – INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ............................................................................................................................................240
| vi
FIGURA 11.6 – DETALHAMENTO DOS CUSTOS DO COMPONENTE I – INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ............................................................................................................................................243
FIGURA 12.1 – ELEMENTOS ESTRUTURANTES DO ORDENAMENTO TERRITORIAL PROPOSTOS PARA A BACIA DO RIO
GRANDE ..............................................................................................................................................272
FIGURA 13.1 – FUNDOS DE APLICAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE .........................277
FIGURA 13.2 – ARTICULAÇÃO DO PIRH-GRANDE COM OS INSTRUMENTOS ORÇAMENTÁRIOS .........................277
| vii
ÍNDICE DE GRÁFICOS
PÁG.
GRÁFICO 1.1 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL NA BACIA DO RIO GRANDE ENTRE 1970 E
2010 ....................................................................................................................................................15
GRÁFICO 1.2 – ÁREA OCUPADA PELO CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR NA BACIA DO RIO GRANDE .....................21
GRÁFICO 1.4 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NAS VERTENTES MINEIRA E PAULISTA DA BACIA DO RIO GRANDE .....24
GRÁFICO 1.5 - USO DO SOLO NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH .............................................................25
GRÁFICO 2.1 - NÚMERO DE POÇOS MONITORADOS NOS AQUÍFEROS DA BACIA DO RIO GRANDE NAS REDES DA
CETESB E RIMAS/CPRM .............................................................................................................................56
GRÁFICO 3.1 - PROPORÇÕES DE CONSUMO MÉDIO E MÁXIMO NA BACIA DO RIO GRANDE, POR FINALIDADE DE
USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................................................................................................71
GRÁFICO 8.1 – DEMANDAS HÍDRICAS DE CONSUMO MÁXIMAS TOTAIS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS – DIAGNÓSTICO E
CENÁRIOS FUTUROS ..............................................................................................................................164
GRÁFICO 8.2 – DEMANDAS HÍDRICAS DE RETIRADA TOTAIS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – CENÁRIOS ATUAL E
FUTUROS.............................................................................................................................................166
GRÁFICO 11.2 - INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR HORIZONTE TEMPORAL (R$) .........................235
GRÁFICO 11.6 – INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR FONTES DE RECURSOS SUGERIDAS ................238
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ÍNDICE DE QUADROS
PÁG.
QUADRO 1.1 – UNIDADES DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - UGHS - DA BACIA DO RIO GRANDE ..................3
QUADRO 1.3 – ÁREAS DESMATADAS E REMANESCENTES DE CERRADO E DE MATA ATLÂNTICA POR UGH* ............12
QUADRO 1.4 - ESPÉCIES RARAS DE PEIXES DE ÁGUA DOCE PRESENTES NA BACIA DO RIO GRANDE ......................13
QUADRO 1.5 - POPULAÇÃO TOTAL NAS UGHS DA BACIA DO RIO GRANDE ENTRE 2000 E 2010........................16
QUADRO 1.6 – MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100 MIL HABITANTES NA BACIA DO RIO GRANDE NO ANO DE 2010 .16
QUADRO 1.9 - CLASSIFICAÇÃO MUNICIPAL QUANTO AO TRATAMENTO E/OU À DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS NO ESTADO DE MINAS GERAIS ......................................................................................32
QUADRO 1.10 – MUNICÍPIOS DA VERTENTE MINEIRA DA BACIA DO RIO GRANDE QUANTO À REGULARIZAÇÃO
AMBIENTAL DA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................33
QUADRO 1.11 – ENQUADRAMENTO DAS INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS SEGUNDO A
CETESB ..................................................................................................................................................34
QUADRO 2.1 - SÍNTESE DOS DADOS DE DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUBTERRÂNEA NA BACIA DO RIO GRANDE E
POTENCIALIDADES DE ÁGUAS SUPERFICIAIS, AMBAS POR SISTEMA AQUÍFERO ...................................................43
QUADRO 2.2 – LIMITES PARA OS PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA ESTABELECIDOS PELA RESOLUÇÃO
CONAMA 357/2005 ...............................................................................................................................46
QUADRO 2.5 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DE FÓSFORO TOTAL NA BACIA DO RIO GRANDE -2001 A 2013 ..51
QUADRO 2.6 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DE NITROGÊNIO AMONIACAL NA BACIA DO RIO GRANDE ENTRE
2001 E 2013 .........................................................................................................................................52
QUADRO 2.7 - CATEGORIAS DO ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA E SEU SIGNIFICADO .....................................53
QUADRO 2.8 - PONTOS DA BACIA DO RIO GRANDE COM TENDÊNCIA DE AUMENTO OU DE REDUÇÃO DO IQA
ENTRE 2001 E 2013 ...............................................................................................................................54
QUADRO 3.1 – TAXAS DE CONSUMO E RETORNOS DE ÁGUA CONFORME O USO DOS RECURSOS HÍDRICOS .......59
QUADRO 3.3 - DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA NA BACIA DO RIO
GRANDE – DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................60
QUADRO 3.4 - DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL NA BACIA DO RIO
GRANDE – DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................62
QUADRO 3.5 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA DESSEDENTAÇÃO ANIMAL NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................63
QUADRO 3.6 – LÂMINAS MÉDIAS DE IRRIGAÇÃO E ÁREAS IRRIGADAS NA BACIA DO RIO GRANDE .......................66
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QUADRO 3.7 – DEMANDAS DE CONSUMO MÉDIAS E MÁXIMAS PARA IRRIGAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................67
QUADRO 3.8 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO INDUSTRIAL NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................69
QUADRO 3.9 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA MINERAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO .........70
QUADRO 3.10 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÁXIMO (M³/S) POR FINALIDADE DE USO DOS RECURSOS
HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO .....................................................72
QUADRO 3.11 - DEMANDAS TOTAIS OUTORGADAS E DEMANDAS TOTAIS DE RETIRADA CALCULADAS NA BACIA DO
RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO...................................................................................................................74
QUADRO 3.16 – CARGAS DE PTOTAL GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAIS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................84
QUADRO 3.17 – CARGAS DE NTOTAL GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAIS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................85
QUADRO 3.18 – RESUMO DAS CARGAS POLUENTES GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................87
QUADRO 3.19 – CARGAS REMANESCENTES DE PTOTAL AFLUENTES AOS RESERVATÓRIOS DA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................88
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA
PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE ..................................................93
QUADRO 3.22 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA PORÇÃO MINEIRA DA BACIA
DO RIO GRANDE ...................................................................................................................................100
QUADRO 5.2 - VISÃO ESQUEMÁTICA DO CONTEÚDO DAS LEGISLAÇÕES DE RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE ............................................................................................................122
QUADRO 5.3 – COMPARAÇÃO ENTRE OS INSTRUMENTOS PREVISTOS NAS POLÍTICAS FEDERAL E ESTADUAIS DE
RECURSOS HÍDRICOS ............................................................................................................................123
QUADRO 5.4 – SITUAÇÃO ATUAL DA APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS
HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE ......................................................................................................123
QUADRO 5.5 - SITUAÇÃO DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS AFLUENTES ...............................124
QUADRO 7.1 – MACRODINÂMICAS E MICRODINÂMICAS E SEUS REBATIMENTOS NOS RECURSOS HÍDRICOS .......142
|x
QUADRO 7.5 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO MÉDIA E MÁXIMA - NORMAL CLIMÁTICA E SOB EFEITO DAS MUDANÇAS
CLIMÁTICAS .........................................................................................................................................145
QUADRO 7.7 - TAXAS MÉDIAS DE CONSUMO POR FAIXA POPULACIONAL E UGH ...........................................146
QUADRO 7.12 - CRITÉRIOS ADOTADOS PARA O SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO NOS CENÁRIOS ....................150
QUADRO 8.1 – DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO TENDENCIAL 2020 ...........................152
QUADRO 8.2 – DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO TENDENCIAL 2025 ...........................153
QUADRO 8.3 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO TENDENCIAL 2030 ............................154
QUADRO 8.4 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2020 ............................155
QUADRO 8.5 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2025 ............................156
QUADRO 8.6 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2030 ............................157
QUADRO 8.7 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2020 .............................158
QUADRO 8.8 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2025 .............................159
QUADRO 8.9 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2030 .............................160
QUADRO 8.10 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO DE CONTINGÊNCIA – 2030 ..............161
QUADRO 8.11 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÁXIMA MENSAL (M³/S), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E
CENÁRIOS TENDENCIAL, MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA ......................................................162
QUADRO 8.12 – DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÉDIA ANUAL (M³/S), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E
CENÁRIOS TENDENCIAL, MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA ......................................................163
QUADRO 8.13 - DEMANDA TOTAL DE RETIRADA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS (M³/S), POR UGH E TOTAL –
DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS TENDENCIAL, MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA ...............................165
QUADRO 8.14 – CARGAS REMANESCENTES DE DBO5,20 (KG/DIA), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS
TENDENCIAL, MODERADO E ACELERADO ..................................................................................................167
QUADRO 8.16 – PERCENTUAL DOS TRECHOS DE CURSOS D’ÁGUA CONFORME ENQUADRAMENTO ATUAL E
CLASSES ATENDIDAS NO CENÁRIO TENDENCIAL DO ANO DE 2030 ..............................................................176
QUADRO 9.1- IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS –
COMPONENTE QUANTITATIVO ...............................................................................................................186
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS –
COMPONENTE QUALITATIVO ..................................................................................................................194
QUADRO 9.3 – CRITÉRIOS PARA LEITURA DA INTENSIDADE DOS RESULTADOS DOS BALANÇOS HÍDRICOS QUANTI-
QUALITATIVOS .....................................................................................................................................203
| xi
QUADRO 9.6 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DE QUALIDADE E
QUANTIDADE DA ÁGUA SOB CONTINGÊNCIA............................................................................................209
QUADRO 11.1 – CORRELAÇÃO DOS PROGRAMAS DE AÇÕES COM OS COMPONENTES E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
DO PIRH-GRANDE .................................................................................................................................232
QUADRO 11.4 – INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR FONTES DE RECURSOS SUGERIDAS ................237
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS
AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE ............................................................................................................249
| xii
ÍNDICE
PÁG.
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. XVII
ETAPA 1 - DIAGNÓSTICO .....................................................................................................................1
1. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO GRANDE ...................................................................2
1.1 ÁREA DE ABRANGÊNCIA E RECORTES ESPACIAIS ADOTADOS NO PIRH-GRANDE .................................2
1.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA.............................................................................................................5
1.2.1 Pluviometria e Rede de Monitoramento Pluviométrico ..............................................................5
1.2.2 Geologia, Hipsometria e Declividade ........................................................................................6
1.2.3 Pedologia .................................................................................................................................9
1.2.4 Erosão e Assoreamento ...........................................................................................................10
1.3 CARACTERIZAÇÃO BIÓTICA........................................................................................................11
1.3.1 Biomas, Remanescentes Vegetais e Áreas Protegidas ................................................................11
1.3.2 Ecossistemas Aquáticos ...........................................................................................................13
1.4 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ........................................................................................14
1.4.1 Demografia ............................................................................................................................14
1.4.2 Indicadores Sociais .................................................................................................................17
1.4.3 Atividades Econômicas ...........................................................................................................18
1.4.4 Uso do Solo e Eventos Críticos................................................................................................23
1.5 SANEAMENTO AMBIENTAL .........................................................................................................26
1.5.1 Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário.....................................................................26
1.5.2 Doenças de Veiculação Hídrica ..............................................................................................31
1.5.3 Resíduos Sólidos .....................................................................................................................32
2. DISPONIBILIDADE QUANTI-QUALITATIVA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E
SUBTERRÂNEAS ....................................................................................................................36
2.1 DISPONIBILIDADE HÍDRICA QUANTITATIVA .................................................................................36
2.1.1 Águas Superficiais ...................................................................................................................36
2.1.2 Águas Subterrâneas ................................................................................................................41
2.2 DISPONIBILIDADE HÍDRICA QUALITATIVA....................................................................................43
2.2.1 Águas Superficiais ...................................................................................................................43
2.2.2 Águas Subterrâneas ................................................................................................................55
3. AVALIAÇÃO DOS USOS ATUAIS DA ÁGUA E DAS DEMANDAS HÍDRICAS ASSOCIADAS ...59
3.1 DEMANDAS HÍDRICAS QUANTITATIVAS .......................................................................................59
3.1.1 Demandas Hídricas Consuntivas das Águas Superficiais ...........................................................59
3.1.2 Demandas Hídricas Consuntivas de Águas Subterrâneas..........................................................75
3.1.3 Usos não Consuntivos dos Recursos Hídricos ..........................................................................76
3.2 DEMANDAS HÍDRICAS QUALITATIVAS .........................................................................................80
| xiii
3.2.1 Cargas Poluentes Lançadas nos Cursos d’Água ........................................................................80
3.2.2 Cargas de Ptotal Afluentes aos Reservatórios ..............................................................................88
3.3 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS SUJEITAS A RESTRIÇÃO DE USOS VISANDO À PROTEÇÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ...............................................................................................................................89
3.3.1 Unidades de Conservação Existentes na Bacia do Rio Grande ..................................................90
3.3.2 Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCBs) na Bacia do Rio Grande ...........92
3.3.3 Áreas de Proteção Potencial do Aquífero Guarani .................................................................102
3.3.4 Principais Áreas para a Proteção da Ictiofauna ......................................................................103
3.3.5 Área de Proteção de Águas Minerais em Poços de Caldas, MG ..............................................106
4. BALANÇO ENTRE DISPONIBILIDADES E DEMANDAS HÍDRICAS QUANTI-
QUALITATIVAS ....................................................................................................................108
4.1 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS ..........................................................................................108
4.1.1 Balanço Hídrico Quantitativo ...............................................................................................108
4.1.2 Balanço Hídrico Qualitativo..................................................................................................112
4.2 RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS.......................................................................................115
5. PANORAMA DA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE ...........116
5.1 PLANOS E PROGRAMAS COM INTERFACES COM OS RECURSOS HÍDRICOS ......................................116
5.1.1 Instância Federal ..................................................................................................................116
5.1.2 Instância Estadual .................................................................................................................118
5.1.3 Instância Municipal ..............................................................................................................120
5.2 ASPECTOS JURÍDICOS E INSTITUCIONAIS ....................................................................................121
5.2.1 Aspectos Jurídicos ................................................................................................................121
5.2.2 Aspectos Institucionais .........................................................................................................125
6. DIAGNÓSTICO INTEGRADO ..............................................................................................131
ETAPA 2 - PROGNÓSTICO ................................................................................................................138
7. CENÁRIOS FUTUROS PARA A BACIA DO RIO GRANDE ....................................................139
7.1 CONCEPÇÃO DOS CENÁRIOS ...................................................................................................139
7.2 TRADUÇÃO DOS CENÁRIOS EM DEMANDAS E OFERTA HÍDRICA ...................................................140
7.2.1 Forçantes Exógenas e Seus Rebatimentos sobre as Demandas Hídricas ..................................142
7.2.2 Forçantes Endógenas e Seus Rebatimentos sobre as Demandas Hídricas ................................145
8. DEMANDAS E BALANÇOS HÍDRICOS QUANTI-QUALITATIVOS FUTUROS .......................151
8.1 DEMANDAS QUANTITATIVAS ...................................................................................................151
8.1.1 Águas Superficiais .................................................................................................................151
8.1.2 Águas Subterrâneas ..............................................................................................................164
8.2 DEMANDAS QUALITATIVAS ......................................................................................................166
8.3 BALANÇOS HÍDRICOS QUANTI-QUALITATIVOS NOS CENÁRIOS FUTUROS .....................................169
8.3.1 Balanço Hídrico Quantitativo Futuro – Águas Superficiais ......................................................169
8.3.2 Balanço Hídrico Quantitativo Futuro – Águas Subterrâneas ...................................................169
| xiv
8.3.3 Balanço Hídrico Qualitativo Futuro – Águas Superficiais ........................................................175
9. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRITICAS E O CENÁRIO DO PIRH-GRANDE ..........................181
9.1 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS ........................................181
9.1.1 Quantidade dos Recursos Hídricos .......................................................................................181
9.1.2 Qualidade da Água ..............................................................................................................189
9.2 O CENÁRIO DO PIRH-GRANDE ...............................................................................................201
9.2.1 Concepção do Cenário do PIRH-Grande...............................................................................201
9.2.2 Componente Quantitativo ....................................................................................................203
9.2.3 Componente Qualitativo ......................................................................................................206
9.2.4 Cenário do Plano sob Contingência ......................................................................................208
ETAPA 3 - PLANO DE AÇÕES ............................................................................................................213
10. DIRETRIZES PARA A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DO
RIO GRANDE ......................................................................................................................214
10.1 OUTORGA DE DIREITO DE USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS ........................................................214
10.2 FISCALIZAÇÃO DO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ....................................................................217
10.3 ALOCAÇÃO DE ÁGUA NA BACIA ...............................................................................................217
10.4 ENQUADRAMENTO DE CORPOS D’ÁGUA ..................................................................................218
10.5 COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ......................................................................220
10.6 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS .............................................................221
10.7 PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS AFLUENTES ..........................................................222
11. OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS DE AÇÕES DO PIRH-GRANDE ..................................223
11.1 EMBASAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL PARA ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES .....................223
11.2 OBJETIVOS E METAS................................................................................................................225
11.3 PROGRAMAS DE AÇÕES...........................................................................................................232
11.4 INVESTIMENTOS PREVISTOS .....................................................................................................233
11.4.1 Investimentos do PIRH-Grande .............................................................................................233
11.4.2 Orçamentos Associados .......................................................................................................239
11.5 CONFIGURAÇÃO FINAL DO PLANO DE AÇÕES ...........................................................................239
12. ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS ..........................................................................................246
12.1 INTER-RELAÇÕES DO PIRH-GRANDE COM OUTROS PLANOS DE INTERESSE ...................................246
12.1.1 Bacias Hidrográficas Vizinhas ................................................................................................246
12.1.2 Bacias Afluentes ...................................................................................................................247
12.1.3 Planos de Recursos Hídricos Estaduais - PERHs......................................................................254
12.2 PROPOSTAS PARA ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL E CRIAÇÃO DA AGÊNCIA DE BACIA ..............256
12.2.1 Propostas para Articulação Interinstitucional .........................................................................256
12.2.2 Propostas para a Criação da Agência da Bacia Hidrográfica do Rio Grande ............................259
12.3 RECOMENDAÇÕES PARA OS SETORES USUÁRIOS ........................................................................264
12.3.1 A Visão da Bacia Hidrográfica do Rio Grande ........................................................................264
| xv
12.3.2 Uso do Solo e dos Recursos Hídricos ....................................................................................271
12.3.3 Macrozoneamento do Território da Bacia do Rio Grande ......................................................272
12.3.4 Planos Municipais de Saneamento Básico - PMSBs ................................................................273
12.3.5 Setor de Irrigação e Agropecuária .........................................................................................273
12.3.6 Usuários Industriais ..............................................................................................................274
12.3.7 Setor Energético ...................................................................................................................274
12.3.8 Setores de Pesca, Turismo e Lazer .........................................................................................274
13. CAMINHOS PARA IMPLEMENTAÇÃO E MONITORAMENTO DO PIRH-GRANDE ..............276
13.1 ARTICULAÇÃO ENTRE OS ÓRGÃOS GESTORES E O CBH-GRANDE .................................................276
13.2 INSERÇÃO DO PIRH-GRANDE NA AGENDA POLÍTICA E INSTITUCIONAL DA BACIA ..........................276
13.3 ALOCAÇÃO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA .................................................................................276
13.4 FINANCIAMENTO DE PROGRAMAS CONTÍNUOS DO PIRH-GRANDE .............................................278
13.5 METODOLOGIA DE CONTROLE E ACOMPANHAMENTO DO PIRH-GRANDE ...................................278
13.5.1 Objetivos e Concepção do Sistema de Monitoramento .........................................................278
13.5.2 Curva de Avanço - Ações no Tempo .....................................................................................280
13.5.3 Painel de Controle................................................................................................................282
13.5.4 Atividades de Acompanhamento ..........................................................................................283
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................284
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................286
| xvi
INTRODUÇÃO
O Plano está estruturado em três grandes etapas, cada uma delas com conteúdo específico,
conforme abaixo:
ETAPA 1 - DIAGNÓSTICO
Capítulo 10: Diretrizes para a Gestão dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande;
Capítulo 11: Objetivos, Metas e Programas de Ações do PIRH-Grande;
Capítulo 12: Estratégias Institucionais;
Capítulo 13: Caminhos para Implementação e Monitoramento do PIRH-Grande;
Capítulo 14: Considerações Finais; e
Capítulo 15: Referências Bibliográficas.
Os Programas de Ações do PIRH-Grande estão apresentados em documento anexo,
complementando as informações do Capítulo 11.
| xvii
1. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO GRANDE
A bacia hidrográfica do rio Grande é parte integrante da bacia do rio Paraná, uma das mais
importantes do País, tanto do ponto de vista econômico como do aproveitamento dos recursos
hídricos. Com um território de 143.255 km², ocupa áreas dos estados de São Paulo (40% do
total) e de Minas Gerais (60%), conforme pode ser observado na Figura 1.1.
O rio Grande tem sua nascente na Serra da Mantiqueira e extensão total de 1.286 km; após
percorrer cerca de 216 km, conflui com o rio Aiuruoca e passa a ser de domínio da União. A
jusante desse ponto, percorre mais 466 km até receber o rio das Canoas, formando, a partir
daí, um limite natural entre os estados de Minas Gerais e de São Paulo, até a sua foz, quando
forma o rio Paraná, ao confluir com o rio Paranaíba.
Os principais afluentes do rio Grande são os rios Sapucaí, Pardo, Turvo, Verde, Capivari,
Sapucaí-Mirim e Mogi Guaçu, pela margem esquerda; e os rios Jacaré, Santana, Pouso Alegre,
Uberaba, Verde (ou Feio) e o rio das Mortes, pela margem direita. Vale destacar que 36,2%
dos corpos hídricos superficiais da bacia estão sob domínio do estado de São Paulo, 51,4% sob
domínio do estado de Minas Gerais e 12,4% são de domínio da União.
UGHs (Unidades de Gestão de Recursos Hídricos): trata-se das 14 bacias afluentes ao rio
Grande, relacionadas no Quadro 1.1;
Microbacias: trata-se das 19.055 Ottobacias delimitadas pela ANA na escala de 1:50 mil,
constituindo recorte de referência para as análises realizadas ao nível local, portanto, em
maior grau de detalhamento, com destaque aos balanços hídricos entre oferta e demanda
de água.
A Figura 1.2 ilustra a divisão da bacia do rio Grande em suas 14 bacias afluentes - UGHs.
A bacia abrange um território de 143.255 km2, distribuindo-se 40% em São Paulo e 60% em
Minas Gerais, aproximadamente, em que se inserem, total ou parcialmente, os territórios de
393 municípios (Quadro 1.2).
Em termos geoeconômicos, a bacia está situada numa importante região polarizada pela
confluência dos eixos entre Brasília, Rio de Janeiro, Goiânia, Belo Horizonte e São Paulo, que
concentra os maiores fluxos econômicos do País; destaca-se a polarização econômica de São
Paulo na maior parte da bacia, com exceção apenas das GDs 02 e 04, onde há certo
predomínio secundário da polarização exercida, respectivamente, por Belo Horizonte e o Rio
de Janeiro
Além disso, se destaca por abrigar importantes centros urbanos paulistas e mineiros (Figura
1.3), como, no primeiro caso, os municípios de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Campos
de Jordão, Franca e Mogi-Guaçu, e, no segundo, Uberaba, Capitólio, Alfenas, Lavras, Itajubá e
São João Del Rei.
A bacia é bem servida por uma densa malha rodoviária e também por ferrovias e aeroportos, o
que facilita o acesso a seus inúmeros municípios.
O relevo exerce forte influência na distribuição das chuvas na bacia do rio Grande, sobretudo
pelo efeito orográfico da Serra da Mantiqueira, localizada ao longo da divisa entre os estados
de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, levando a maiores precipitações nas regiões de
cabeceira. Também são observadas maiores precipitações na porção centro-norte da bacia do
rio Grande devido à influência da Serra da Canastra. No restante da bacia, destacam-se
menores altitudes e menores volumes precipitados.
A Figura 1.4 apresenta a localização dos postos pluviométricos existentes e a distribuição das
precipitações na bacia.
Já a porção leste da bacia é formada por rochas metamórficas e ígneas das Províncias Tocantins
e São Francisco, que são mais antigas, com mais de 500 milhões de anos. Nessa região
observam-se cotas mais elevadas, da ordem de 800 a 1.400 m em relação ao nível do mar,
sendo encontradas até cotas de 2.000 m na região das nascentes dos rios Verde e Aiuruoca, na
Serra da Mantiqueira.
A Figura 1.5 apresenta a distribuição das províncias geológicas na bacia do rio Grande; as
Figuras 1.6 e 1.7 apresentam, respectivamente, a declividade do terreno ao longo da bacia e a
hipsometria observada na região; e a Figura 1.8 apresenta o relevo da bacia, de acordo com as
classes de declividade do terreno.
A Figura 1.9 ilustra os tipos de solo encontrados na bacia do rio Grande, apresentando a
classificação até o segundo nível hierárquico para latossolos e argissolos, e até o primeiro nível
para os demais. Conforme ilustrado nessa figura, a maior parte da bacia apresenta domínio de
latossolos, de argissolos e de cambissolos. Também se encontram, de maneira menos
expressiva, gleissolos, neossolos, nitossolos e plintossolos.
Cambissolos, predominantes na porção leste da bacia, são solos fortemente drenados, muitas
vezes cascalhentos, pouco desenvolvidos, pouco profundos, constituídos por material mineral e
que apresentam baixa fertilidade, o que concorre para um reduzido potencial agrícola dessa
porção da bacia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) realizou no ano de 2006 uma avaliação
nacional do potencial de produção de sedimentos, tomando como principais variáveis uso do
solo, pluviosidade e suscetibilidade natural (incluindo a declividade do terreno e a pedologia),
estimando que a bacia do rio Grande tenha um potencial de produção de sedimentos de 9,5 a
24 milhões de toneladas por ano. As áreas com menor e com maior potencial de produção de
sedimentos estão ilustradas na Figura 1.10.
Com base nesses estudos, identificou-se um total de 8.635 feições erosivas na bacia do rio
Grande representadas no mapa da Figura 1.11, que permite observar as regiões em que o
processo erosivo é mais crítico, valendo destacar as UGHs UGRHI 09 – Mogi Guaçu – e GD 02
– Vertentes do Rio Grande.
A bacia do rio Grande apresenta áreas cobertas por formações vegetais dos biomas Mata
Atlântica e Cerrado. Conforme pode ser observado na Figura 1.12, a presença do Cerrado é
mais intensa na região centro-norte da bacia, ocupando a maior parte do estado de São Paulo
e do Triângulo Mineiro. Já a Mata Atlântica está localizada na porção leste da bacia, em Minas
Gerais, e na região da bacia do rio Turvo.
Ao longo dos cerca de 1.330 km de extensão do rio Grande, estão instaladas 12 usinas
hidrelétricas em cascata, o que tem levado à perda de suas características fluviais,
transformando o rio em uma sucessão de lagoas artificiais.
Com relação às áreas de endemismo, pesquisadores da USP e da UFRJ mapearam mais de 800
espécies com distribuição geográfica restrita e grande vulnerabilidade no País, com a
identificação de 540 sub-bacias hidrográficas consideradas Áreas-Chave para a Conservação
dos ecossistemas aquáticos brasileiros. Na bacia do rio Grande, foram identificadas 14 Áreas-
Chave, com espécies consideradas raras ou endêmicas (Quadro 1.4 e Figura 1.13).
QUADRO 1.4 - ESPÉCIES RARAS DE PEIXES DE ÁGUA DOCE PRESENTES NA BACIA DO RIO
GRANDE
Áreas-
Grupo Espécie Localização
Chave
1 Hypoptopomatinae Microlepidogaster perforatus Rio Carandai.
2 Glandulocaudinae Lophiobrycon weitzmani Córrego Bom Jesus.
3 Callichthyidae Aspidoras lakoi Pequeno córrego na floresta do Grotão.
Auchenipteridae Glanidium cesarpintoi Cachoeira de Emas.
Callichthyidae Corydoras difluviatilis Parque Estadual de Vassununga.
Hypostominae Hypostomus topavae Cachoeira de Emas, região da Topava.
4
Incertae Astyanax trierythropterus Cachoeira de Emas, a jusante da barragem.
Pimelodidae Pimelodus heraldoi Município de Pirassununga, bacia do Mogi Guaçu em Emas.
Pimelodidae Pimelodus platicirris Salto de Pirassununga.
5 Neoplecostominae Neoplecostomus paranensis Rio Cubatão, Fazenda Santa Carlota.
Rio Pardo, próximo a Barretos, quase em sua foz no rio
6 Hypostominae Hypostomus variipictus
Grande.
Heptapteridae Chasmocranus brachynema Rio Mogi Guaçu, Cachoeira de Emas.
7
Heptapteridae Imparfinis schubarti Cachoeira de Emas.
8 Poeciliidae Phallotorynus jucundus Cabeceira do rio Tamanduá.
9 Parodontidae Parodon moreirai Ribeirão do Salto.
Pequeno córrego que cai no ribeirão Espírito Santo, afluente
10 Trichomycterinae Trichomycterus candidus
do rio Claro e este do Sapucai.
Córrego sem nome, bacia do rio Pardo, base do Morro do
11 Trichomycterinae Trichomycterus maracaya
Ferro, Poços de Caldas.
Córrego Debaixo da Serra, tributário do córrego do Beijinho,
Hypostominae Pareiorhina carrancas
reservatório de Camargos, na base da Serra de Carrancas.
12
Trichomycterinae Trichomycterus pauciradiatus Córrego Debaixo da Serra, tributário do córrego Água Limpa.
Continua...
QUADRO 1.4 - ESPÉCIES RARAS DE PEIXES DE ÁGUA DOCE PRESENTES NA BACIA DO RIO
GRANDE
Áreas-
Grupo Espécie Localização
Chave
13 Trichomycterinae Trichomycterus triguttatus Jacarei.
Riacho afluente do rio São João, município de Fortaleza de
14 Loricariinae Harttia gracilis
Minas, próximo da estrada de ferro Minas-Perobas.
Fonte: NOGUEIRA et al., 2010
1.4.1 Demografia
A bacia do rio Grande apresentava no ano de 2010 uma população de 8,6 milhões de
habitantes, 4 milhões a mais que a população recenseada em 1970, concentrando 4,5% da
população brasileira. O ritmo de crescimento da população na bacia tem seguido a tendência
nacional, embora com taxas inferiores; a taxa média anual na bacia foi de 1,04%, enquanto a
do País foi de 1,16%. O Gráfico 1.1 ilustra a evolução das populações rural, urbana e total na
bacia do rio Grande entre os anos de 1970 e de 2010, chamando à atenção a redução da
população rural (participação de 39,8% na população total em 1970, com queda para 10,3%
em 2010).
No Quadro 1.6, estão relacionados os 14 municípios mais populosos da bacia do rio Grande
(com mais de 100 mil habitantes), no ano de 2010, observando-se a alta concentração da
população nas áreas urbanas, o que representa também grande concentração territorial das
demandas para abastecimento urbano.
A Figura 1.14 ilustra a distribuição da população urbana da bacia no mesmo ano de 2010, por
faixas de população.
QUADRO 1.6 – MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100 MIL HABITANTES NA BACIA DO RIO GRANDE NO
ANO DE 2010
População 2010 População Urbana
Vertente UGH Município
(habitantes) (%)
GD 02 - Vertentes do Rio Grande Barbacena 126.284 91,50%
GD 04 - Verde Varginha 123.081 96,70%
GD 05 - Sapucaí Pouso Alegre 130.615 91,60%
Mineira
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo Poços de Caldas 152.435 97,60%
GD 07 - Médio Grande Passos 106.290 94,90%
GD 08 - Baixo Grande Uberaba 295.988 97,80%
UGRHI 04 - Pardo Ribeirão Preto 604.682 99,80%
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande Franca 318.640 98,20%
Mogi Guaçu 137.245 94,90%
UGRHI 09 - Mogi Guaçu Araras 118.843 94,60%
Paulista
Sertãozinho 110.074 98,80%
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande Barretos 112.101 97,00%
São José do Rio Preto 408.258 93,90%
UGRHI 15 - Turvo/Grande
Catanduva 112.820 99,20%
A grande maioria dos municípios que foram avaliados segundo o IFDM (308 de 367
municípios) é classificada com desenvolvimento humano moderado, sendo 75 no limite
inferior (IFDM de 0,6 a 0,7) e 233 no limite superior (0,7 a 0,8).
A Figura 1.15 ilustra a classificação dos municípios da bacia do rio Grande segundo o IFDM.
Verifica-se que os melhores indicadores são observados nos municípios mais populosos e
urbanizados, tais como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Franca, na vertente paulista, e
Uberaba e Poços de Caldas, na vertente mineira, todos com população superior a 150 mil
habitantes.
Com relação ao emprego e renda, a população da bacia possui uma taxa de desocupação
média – obtida pelo percentual das pessoas desocupadas em relação à população
economicamente ativa – de 6%, inferior à média nacional, de 7,6%.
Quanto ao rendimento nominal per capita, parâmetro que considera as pessoas de 10 anos ou
mais de idade que possuem rendimento, ou seja, que possuem algum tipo de ocupação, os
valores encontrados nos municípios da bacia do rio Grande estão ilustrados na Figura 1.16,
Figura 1.16 - Rendimento Médio Mensal per capita nos Municípios da Bacia do Rio Grande (2010)
Segundo o IBGE, a região da bacia do rio Grande é responsável por um dos maiores Produtos
Internos Brutos (PIBs) do País (189,5 bilhões de reais em 2011, representando 4,6% do PIB
nacional).
Cinco municípios da bacia do rio Grande possuem PIB total superior a R$ 5 bilhões, sendo eles
São Carlos (R$ 5,5 bilhões), Franca (R$ 5,7 bilhões), Uberaba (R$ 7,9 bilhões), São José do Rio
Preto (R$ 9,7 bilhões) e Ribeirão Preto (R$ 18,5 bilhões).
Cabe salientar, também, que foram identificadas 106 usinas sucroalcooleiras em operação na
bacia do rio Grande ou em seu entorno imediato (até 15 km), concentradas no estado de São
Paulo e no triângulo mineiro.
A cana-de-açúcar responde por 53,7% da área plantada na bacia; seu plantio está voltado
principalmente para a produção de álcool e de açúcar e apresentou forte expansão nas últimas
décadas (Gráfico 1.2). Em 1994, a cana já era a principal cultura plantada da bacia, alcançando
em 2012 a marca de 2,66 milhões de hectares. A produtividade média tem oscilado entre 81 e
86 toneladas por hectare nos últimos anos, enquanto a média nacional oscilou entre 74 e
81 ton/ha.
Quanto à área irrigada na bacia do rio Grande, segundo levantamento nacional desenvolvido
com auxílio de imagens de satélite pela ANA em parceria com a Embrapa, foram identificados
2.592 pivôs centrais na bacia do rio Grande em 2013, que ocupam uma área total de
1.040,10 km² (70,26% no estado de São Paulo), conforme apresentado na Figura 1.20.
Os principais polos de irrigação com pivôs centrais são a região do entorno do rio Grande entre
as UGHs UGRHIs 08 e 12 e GD 08 (Guaíra, Miguelópolis, Planura, Conceição das Alagoas e
entorno); e a região das vertentes dos rios Pardo e Mogi Guaçu (Casa Branca, Vargem Grande
do Sul, Itobi, São José do Rio Pardo e entorno).
A Figura 1.21 apresenta o mapa de uso e ocupação do solo da bacia do rio Grande, elaborado
mediante interpretação de imagens de satélite. Observa-se a presença de corpos d’água
resultantes dos barramentos para geração de energia ao longo do rio Grande, com
consequente influência dos remansos nos principais rios afluentes.
Os usos agropecuários ocupam a maior parte da área da bacia (83%). Como descrito
anteriormente, na porção oeste, destacam-se os melhores solos e os terrenos mais planos,
favorecendo a presença de culturas como a de cana-de-açúcar, milho e soja, embora seja
observada uma presença expressiva de atividade pecuária nas UGHs UGRHI 15 e GD 08. Já
no leste da bacia, a pecuária é predominante, embora o cultivo de café também tenha se
desenvolvido em porções com solo adequado. A cultura de citrus (que ocupa 1,1% da área da
bacia) está localizada apenas na porção paulista, com presença mais expressiva nas UGRHIs
04, 08 e 12.
Gráfico 1.4 – Uso e Ocupação do Solo nas Vertentes Mineira e Paulista da Bacia do Rio Grande
A Figura 1.22 ilustra a ocorrência de cheias na bacia do rio Grande (de 2003 a 2012) e os
níveis de vulnerabilidade a inundações de trechos de rios.
Do total de 393 municípios com território total ou parcialmente inserido na bacia do rio
Grande, 369 municípios (206 de MG e 163 de SP) têm a sua sede municipal localizada dentro
da bacia.
Desse total, 182 sedes urbanas são abastecidas exclusivamente por mananciais superficiais, 120
exclusivamente por mananciais subterrâneos e 67 por mananciais “mistos” (água superficial e
subterrânea, em diferentes proporções); enquanto há predominância de utilização de
mananciais superficiais em Minas Gerais (70%), em São Paulo a maior parte dos mananciais
utilizados é unicamente do tipo subterrâneo (58%). Analisando a bacia como um todo, as sedes
abastecidas exclusivamente por mananciais superficiais representam 49% do total, enquanto
aquelas abastecidas somente por águas subterrâneas perfazem 33%.
Em 2010, a ANA publicou o estudo ATLAS Brasil – Abastecimento Urbano de Água, em que
foram diagnosticados os sistemas de produção de água das 5.565 sedes municipais do País. O
objetivo era avaliar a disponibilidade quantitativa e qualitativa dos mananciais existentes e se as
unidades de produção de água (captação, adução de água bruta, elevatórias e estação de
tratamento de água) atenderiam às demandas de água projetadas para o ano de 2015.
A partir dessa análise, o diagnóstico apontou as sedes municipais que apresentavam condições
satisfatórias, as que necessitavam adotar um novo manancial e as que necessitavam ampliação
de seu sistema produtor de água. Nos casos em que um novo manancial ou a ampliação do
sistema foram necessários, o estudo indicou as soluções e apresentou a estimativa de custos
para execução da proposta, considerando o horizonte de 2025.
A Figura 1.24 ilustra o resultado das análises do Atlas, para os 369 municípios com sede na
bacia do rio Grande. Desses, 257 possuem abastecimento satisfatório, 91 requerem ampliação
do sistema, 19 necessitam de novos mananciais e 2 não possuíam dados disponíveis para a
realização do diagnóstico.
Figura 1.25 - Índices de Perdas nas Redes de Abastecimento de Água da Bacia do Rio Grande – 2012
Contudo, o principal ponto a ser desenvolvido na bacia do rio Grande quanto aos serviços de
esgotamento sanitário é o tratamento dos efluentes. Na bacia como um todo, conforme pode
ser observado no Quadro 1.7, apenas 47,8% dos efluentes gerados são tratados, sendo que em
mais da metade das UGHs esse valor é inferior a 30%. Cabe citar também que 130 municípios
não apresentam qualquer tipo de tratamento de esgoto e que outros 65 não têm dados,
provavelmente apresentando sistema de tratamento inexistente ou muito precário. A Figura
1.26 apresenta os índices de tratamento de esgoto na bacia do rio Grande.
Doenças de veiculação hídrica são a principal causa de internações no Brasil, o que traz
importante destaque para o tema. As principais doenças de veiculação hídrica são a amebíase,
a giardíase, a gastroenterite, as febres tifoide e paratifoide, a hepatite infecciosa e a cólera. Vale
destacar também que a ação de determinados vetores de doenças, como ratos e o Aedes
aegypti está diretamente relacionada com a água e a sua qualidade.
Segundo dados do Ministério da Saúde, disponíveis para consulta por meio da ferramenta
TabNet/DataSUS, houve um total de 111 mil internações por doenças infecciosas e parasitárias
na bacia do rio Grande entre 2010 e 2013, com 17 mil mortes e um custo total de R$ 184,7
milhões para o Sistema Único de Saúde. O Quadro 1.8 identifica os 10 municípios da bacia do
rio Grande com maior número de internações em relação à sua população (ano base de 2010).
O Quadro 1.10 apresenta, por UGH, o número de municípios enquadrados em cada um dos
grupos da classificação adotada pela FEAM.
Verifica-se que a GD 01 – Alto Rio Grande é a que apresenta maior proporção de municípios
regularizados na porção mineira da bacia, com 52% dos municípios nessa situação. Todas as
demais UGHs apresentam mais da metade de seus municípios com formas irregulares de
disposição (ou seja, que não são passíveis de regularização ambiental), com exceção da GD 07,
onde esse valor é de 47%. A situação mais crítica é observada na GD 06 – Afluentes Mineiros
dos Rios Mogi Guaçu e Pardo, onde 85% dos municípios dispõem seus RSU em aterros
controlados ou lixões.
Nota-se que um dos maiores desafios é evoluir na regularização dos municípios de pequeno
porte (aqueles com população inferior a 20.000 habitantes), além de fomentar a formação e a
consolidação de consórcios intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos urbanos.
Segundo a FEAM (2014), foram identificados na bacia do rio Grande pelo menos oito
consórcios; porém, muitos consórcios ainda encontram dificuldades para operarem de forma
correta. Muitos não possuem um Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos que
consiste em uma ferramenta de auxílio a uma boa operação e à eficiência e eficácia de suas
ações.
Figura 1.27 – Instalações para Disposição de Resíduos Sólidos - Enquadramento das UGRHIs 01 e 12,
segundo a CTESB (2014)
Figura 1.28 - Instalações para Disposição de Resíduos Sólidos - Enquadramento das UGRHIs 15 e 04, segundo
a CTESB (2014)
Para a definição da disponibilidade hídrica das águas superficiais da bacia do rio Grande, foi
desenvolvido um estudo de regionalização de vazões, determinando-se os seguintes
parâmetros estatísticos:
𝑄𝑗𝑢𝑠 − ∑𝑄𝑚𝑜𝑛𝑡
𝑞𝑖𝑛𝑐 =
𝐴𝑗𝑢𝑠 − ∑𝐴𝑚𝑜𝑛𝑡
Onde:
Foi definido um total de 77 regiões homogêneas na bacia do rio Grande (Figura 2.2). A
espacialização das vazões específicas nessas regiões está ilustrada nas Figuras 2.3 a 2.5. As
Figuras 2.6 a 2.8 mostram a distribuição das vazões Qmlt, Q95% e Q7,10 na bacia do rio Grande.
Figura 2.3 - Vazão Específica Média de Longo Termo na Bacia do Rio Grande (q mlt)
Figura 2.5 - Vazão Específica de 7 Dias de Estiagem com Recorrência de 10 anos na Bacia do Rio Grande
(q7,10)
Figura 2.7 – Vazão Natural de Permanência de 95% na Bacia do Rio Grande (Q95%)
Conforme se observa nas figuras anteriores, a vazão específica média natural (q MLT) variou entre
9 e 26,7 L/s/km². A vazão q95% variou entre 2,3 e 9,8 L/s/km² e a q7,10 entre 1 e 8 L/s/km². Na
foz do rio Grande, as vazões QMLT, Q95% e Q7,10 naturais chegam a 2.155, 750 e 571 m³/s,
respectivamente. Os rios Pardo, Sapucaí/Verde, das Mortes, Sapucaí e Turvo contribuem,
respectivamente, com cerca de 195, 157, 44, 36, 31 m³/s em termos de Q 95% e 147, 118, 33,
25 e 24 m³/s em termos de Q7,10, sendo esses os principais afluentes do rio Grande.
A bacia do rio Grande apresenta sistemas aquíferos porosos, fraturados e cársticos, conforme
ilustrado na Figura 2.9. Esses aquíferos representam importantes mananciais para o
abastecimento da população residente nas sedes municipais.
A avaliação da disponibilidade hídrica subterrânea da bacia do rio Grande foi realizada para a
parcela renovável da recarga, para todos os aquíferos que afloram nesta área. Por outro lado, as
reservas permanentes foram estimadas somente para o Sistema Aquífero Bauru-Caiuá, haja
vista a disponibilidade de dados de níveis de água, de espessura saturada, e devido a sua
importância como manancial para a região.
O Quadro 2.1 sintetiza os dados de disponibilidade hídrica subterrânea na bacia do rio Grande
e as potencialidades de águas superficiais, ambas por unidade hidrogeológica, tendo como
referências a Recarga Potencial Direta (RPD) e a vazão mínima Q 7, considerada como
indicadora do fluxo de base na bacia.
O Quadro 2.1 mostra que os principais sistemas aquíferos em termos de volume de RPD são o
Gnáissico-Granítico, Serra Geral e o Bauru-Caiuá. O Carbonático é o mais relevante quando
considerada a reserva renovável específica, seguido do Quartzítico, Guarani, Serra Geral e em
menor escala o Bauru-Caiuá. Quanto à Recarga Potencial Explotável (RPE), o Gnáissico-
Granítico destaca-se, seguido do Bauru-Caiuá e Serra Geral.
A avaliação da qualidade das águas superficiais da bacia do rio Grande foi realizada tomando
como referência os dados disponíveis no intervalo entre os anos de 2001 e 2013 para 148
pontos de monitoramento em operação na bacia1.
No ano de 2013, foi criada a Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade das Águas
Superficiais – a RNQA, cujas diretrizes estão estabelecidas na Resolução ANA nº 903/2013 e
cujo objetivo central é a adequação e a ampliação das redes de monitoramento em todo o
País. De acordo com essa resolução, a bacia do rio Grande pertence à Região 3, à qual se
aplica o critério de pelo menos 1 ponto de monitoramento de qualidade da água a cada
1.000 km² e uma frequência mínima de medições de uma coleta por trimestre. A Figura 2.10
apresenta a rede de monitoramento da qualidade da água existentes na bacia em 2015 e os
pontos adicionais, propostos pela RNQA
1
Informação válida para 2015. Em 2016, o IGAM ampliou a rede de monitoramento na vertente mineira da bacia do rio Grande com a
implantação de novos 15 pontos de monitoramento nas UGHs GD 01, GD 02, GD 03, GD 05, GD 06 e GD 07.
O monitoramento na vertente mineira é realizado pelo IGAM desde 1997. Nas amostras,
coletadas e analisadas trimestralmente, são avaliados cerca de 50 parâmetros considerando os
limites estabelecidos na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG n° 01/2008.
Também são avaliados os seguintes indicadores: Índice de Qualidade das Águas (IQA);
Contaminação por Tóxicos (CT); e Índice de Estado Trófico (IET).
Figura 2.10 – Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas da Bacia do Rio Grande (2015) e Pontos
Propostos pela RNQA
A CETESB monitora a qualidade da água na vertente paulista da bacia desde 1974. São
realizadas coletas com frequência bimestral, sendo analisado um conjunto de 60 parâmetros e
avaliados os seguintes indicadores: Índice de Qualidade das Águas (IQA); Índice de Qualidade
das Águas Brutas para Fins de Abastecimento Público (IAP); IVA – Índice de Qualidade das
Águas para Proteção da Vida Aquática (IVA); IET – Índice do Estado Trófico (IET); Índice da
Comunidade Fitoplanctônica (ICF); e Índice da Comunidade Zooplanctônica (ICZ).
As UGHs do estado de São Paulo possuem enquadramento legal, desde 1977 (Decreto
Estadual nº 10.755/77), com revisões posteriores em 1994 (Decreto Estadual nº 39.173/94 e
Deliberações do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH). Mais recentemente, em
2016, a CETESB produziu e disponibilizou a base espacial georreferenciada do enquadramento
aprovado em 1994. A grande maioria dos cursos d’água está enquadrada em classe 2. Na
vertente mineira, apenas os corpos d’água da GD 04 estão enquadrados, obedecendo ao que
determina a Deliberação Normativa COPAM nº 33, de 18/12/1998. Os rios de domínio da
União não estão enquadrados legalmente, bem como os reservatórios das UHEs.
Para o diagnóstico da qualidade da água da bacia do rio Grande, foram utilizadas os dados do
monitoramento do IGAM e da CETESB para o período de 2001 a 2013, para os seguintes
parâmetros: oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), fósforo total,
nitrogênio amoniacal e IQA, possibilitando a obtenção dos valores médios desses indicadores
para o período de referência, bem como a análise de tendências indicando a evolução das
médias anuais dos indicadores ao longo do período estudado.
Oxigênio Dissolvido - OD
A Figura 2.13 apresenta os valores médios de oxigênio dissolvido observados na bacia do rio
Grande no período em análise.
Verifica-se que as UGHs do Rio Mogi Guaçu e dos Rios Turvo e Grande foram as que
concentraram mais pontos de monitoramento cujos valores de OD são frequentemente mais
baixos e, portanto, compatíveis com as classes de qualidade de água menos exigentes. Pontos
de monitoramento apresentando valores de OD predominantemente dentro das classes 3 e 4
também podem ser observados isoladamente nas outras UGHs. Os pontos de monitoramento
BG057, no córrego Gameleira, e SDOM04500, no ribeirão São Domingos, apresentaram
valores de OD inferiores a 2 mg/L em todas as coletas realizadas no período analisado (total de
52 e 81, respectivamente).
Figura 2.13 - Valores Médios de Oxigênio Dissolvido na Bacia do Rio Grande – 2001 a 2013
A Figura 2.14 apresenta as médias de DBO para o ano de 2013 e para o período completo de
análise. Vale destacar o ponto de monitoramento BG071, a jusante de São Sebastião do
Paraíso, no córrego Liso, que apresentou um valor médio de DBO muito alto em relação aos
demais pontos. Além da UGH dos Afluentes Mineiros do Médio Rio Grande, UGHs do Rio
Mogi Guaçu e dos Rios Turvo e Grande foram as que mostraram mais pontos com altos valores
de DBO na bacia.
O Quadro 2.4 apresenta as tendências para os valores médios anuais de DBO observados na
bacia do rio Grande.
Merece destaque o ponto PRET02300 que, apesar de ter apresentado o segundo maior valor
médio de DBO para série de dados disponível, apresentou uma acentuada recuperação da
qualidade de água em termos de DBO, passando de um valor médio de 51 mg/L em 2001
para cerca de 6 mg/L em 2010, quando deixou de ser monitorado. Ainda no rio Preto, o ponto
PRET02800 também apresentou uma melhoria relacionada à DBO. Vale destacar que a
CETESB já havia detectado, através do Índice de Qualidade de Água (IQA), uma tendência de
recuperação da qualidade de água neste ponto para o período 2008-2013 (CETESB, 2013).
Segundo o relatório da CETESB (2013), o início da operação da Estação de Tratamento de
Esgotos de São José do Rio Preto teria sido motivo provável desta melhoria.
Apenas o ponto de monitoramento BG063, no ribeirão das Antas, a jusante da sede de Poços
de Caldas, apresentou uma tendência de aumento da concentração de DBO de 2001 a 2013.
Fósforo Total
A Figura 2.15 apresenta os valores médios de fósforo total para a bacia do rio Grande, no
período entre 2001 e 2013.
Com base nos dados de monitoramento analisados, é possível depreender que, de maneira
geral, as concentrações de fósforo total na bacia do rio Grande foram relativamente altas,
sobretudo nas UGHs do rio Sapucaí, do Verde e dos Afluentes Mineiros dos Rios Mogi Guaçu e
Pardo.
As concentrações mais altas foram identificadas nos pontos situados logo a jusante das
principais cidades e também nas áreas da bacia dominadas pelas monoculturas, o que indica a
importância das fontes difusas para esse resultado em grande parte da bacia do rio Grande.
Vale ressaltar que na UGRHI 01 - Serra da Mantiqueira, que é quase totalmente incluída em
áreas de conservação ambiental, os pontos de monitoramento indicaram algum impacto
relacionado às concentrações de fósforo a jusante das cidades de Campos de Jordão e de Santo
Antônio do Pinhal.
O Quadro 2.5 indica as tendências dos níveis de fósforo total observadas na bacia do rio
Grande no mesmo período. Observa-se que oito dos pontos de monitoramento apresentam
tendência de melhoria na qualidade da água em relação ao fósforo total. Dentre eles, destaca-
se o ponto RPRE02200, situado na UGRHI 15 – Rios Turvo e Grande, mais especificamente na
Represa Municipal de São José do Rio Preto, que é utilizada para o abastecimento humano de
mais de 30% da população da cidade.
Nitrogênio Amoniacal
São diversas as origens do nitrogênio nas águas, mas em geral, a principal delas é o lançamento
de esgotos sanitários, contendo, predominantemente, nitrogênio na forma orgânica, devido à
presença de proteínas, e o nitrogênio amoniacal, devido à hidrólise sofrida pela ureia na água.
O Quadro 2.6 mostra as tendências de aumento e redução das médias anuais de nitrogênio
amoniacal nos pontos de monitoramento da bacia.
Entre os pontos que tiveram tendência de aumento das concentrações médias de nitrogênio
amoniacal no período considerado, o ponto no ribeirão das Antas (BG063), a montante da
represa da UHE Caconde, manteve médias satisfatórios ao longo de todo o período analisado.
Já o ponto BG023, a montante do Lago de Furnas, apresentou um aumento acentuado da
concentração média nos anos de 2012 e 2013, chegando a extrapolar o limite da classe 2 no
último ano analisado.
Entre os pontos que apresentaram tendência de melhoria, três estão localizados na UGRHI 15 -
Rios Turvo e Grande, e três na UGRHI 09 - Rio Mogi Guaçu, na qual se destaca o ponto
MOMI03800, no rio Mogi Mirim, que passou de uma concentração média de 6,14 mg/L, em
2004, para 0,78 mg/L no ano de 2013.
O Índice de Qualidade da Água (IQA) combina nove diferentes parâmetros para representar a
qualidade da água considerando sua utilização para o abastecimento público. São eles:
temperatura, pH, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO),
coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, sólidos totais e turbidez. Com base
nesses parâmetros é obtido um valor de IQA e pode-se categorizar o corpo hídrico segundo
classificação apresentada no Quadro 2.7. A Figura 2.17 apresenta o mapa com os valores
médios de IQA para os pontos de monitoramento na bacia do rio Grande.
Pela Figura 2.17, observa-se que os resultados do IQA indicam uma situação mais uniforme ao
longo da bacia do rio Grande quando comparados aos resultados das análises individuais dos
parâmetros de qualidade da água antes apresentadas. Nota-se, também, que a maioria dos
valores de IQA encontrados indica “boa” qualidade da água. Isso se deve ao fato de que o IQA
constitui uma ponderação de nove diferentes parâmetros de qualidade e, por vezes, o
resultado de um parâmetro mais crítico é contrabalanceado por resultados de outros
parâmetros.
Figura 2.17 - Valores Médios do IQA em 5 Categorias de Qualidade nos Pontos de Monitoramento da Bacia
do Rio Grande - 2001 a 2013
A análise da qualidade dos reservatórios existentes na bacia do rio Grande foi realizada tendo
como referência: os mesmos dados de monitoramento disponibilizados pelo IGAM e pela
CETESB para o período de 2001 a 2013 antes discutidos; a base de dados dos resultados das
coletas de água do Sistema de Informação de Qualidade da Água dos Reservatórios da CEMIG
(Siságua); e estudos sobre o tema, disponíveis na Web.
Dessa forma, para não restringir a análise à cascata de reservatórios das UHEs do rio Grande
(exceto reservatório da UHE Água Vermelha), em função do material disponível para consulta,
foram gerados mapas de uso do solo da área de contribuição dos reservatórios com os
lançamentos de efluentes outorgados pela ANA, CETESB e IGAM, para identificar quais seriam
as principais fontes de poluição das águas desses reservatórios.
Notou-se ainda um aumento das concentrações dos parâmetros avaliados durante o período
chuvoso, denotando a influência das fontes poluentes difusas na qualidade da água dos
reservatórios.
A ocupação predominante do solo das bacias de drenagem dos reservatórios por pastagens,
áreas de plantio e pela atividade pecuária, contribui para o aumento da quantidade de
nutrientes carreada pelas águas de chuva, dada a redução da capacidade de retenção de
poluentes com a substituição das áreas de vegetação nativa, e o aumento da disponibilidade de
nutrientes na camada superficial do solo, oriundos, principalmente, da aplicação de
fertilizantes em excesso e da deposição de excretos animais, que se acumulam durante o
período seco.
A qualidade das águas subterrâneas foi avaliada tendo como referência os dados colhidos pela
rede de monitoramento da CETESB em São Paulo, e pela RIMAS (Rede de Monitoramento
Integrado das Águas Subterrâneas) do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), que possui poços
em São Paulo e em Minas Gerais (Gráfico 2.1).
Figura 2.18 - Poços da Rede de Monitoramento de Águas Subterrâneas da CETESB e RIMAS/CPRM na Bacia do
Rio Grande
Poços localizados nos municípios de Cajobi, Palestina, Pedranópolis e São José do Rio Preto
apresentaram concentrações de nitrato acima do valor de prevenção (5 mg/L), mas inferiores
ao valor máximo permitido (10 mg/L) em pelo menos uma campanha, destacando-se o ponto
monitorado em São José do Rio Preto, que apresentou esta condição em todas as campanhas.
Também foi detectada uma tendência de incremento nas concentrações de nitrato nos últimos
12 anos na região da sub-bacia do rio Turvo-Grande (UGRHI 15), possivelmente decorrente
dos sistemas de saneamento in situ, quer por tanques sépticos ou fossas rudimentares.
Os resultados do monitoramento da qualidade das águas do SASG, obtidos para o triênio 2010
a 2012, mostram de modo geral águas pouco mineralizadas. Para os elementos alumínio, boro
e chumbo as concentrações máximas ultrapassaram os valores máximos permitidos. Também
foram encontradas pontualmente concentrações de nitrato acima do valor de prevenção de
5 mg/L. Também foram identificadas desconformidades dos resultados em relação ao padrão
de potabilidade para as substâncias ferro e coliformes totais, em Miguelópolis, e para ferro,
alumínio e chumbo, em Ribeirão Corrente.
De um modo geral, as águas do SAG na bacia do rio Grande apresentaram distinções pontuais
de suas características, encontrando-se desconformidades dos resultados em relação ao padrão
de potabilidade para as substâncias alumínio e manganês (em São Simão), ferro (em Dumont),
chumbo (em Santa Lúcia e em Dumont), coliformes totais (em Ribeirão Preto e em Santa
Lúcia), bactérias heterotróficas e zinco (em Pedregulho).
As águas do SAT apresentam, de forma geral, boa qualidade para consumo humano e outros
usos diversos usos. São fracamente salinas, bicarbonatadas sódicas (Grupo Itararé) e
secundariamente bicarbonatadas cálcicas (Formação Aquidauana) ou mistas.
Dias (2009), em seu estudo sobre o SAC no município de Barroso (MG), utilizou amostras de
12 poços da região para a avaliação hidroquímica.
Os três poços monitorados pela CETESB localizam-se na sub-bacia do Rio Mogi Guaçu (UGRHI
9, SP). De um modo geral, as águas desses sistemas aquíferos apresentaram desconformidades
dos resultados em relação ao padrão de potabilidade para as substâncias ferro, manganês e
coliformes totais (em Itapira, e em Lindóia) e chumbo (em Lindóia).
Para a estimativa das demandas consuntivas dos usos dos recursos hídricos superficiais antes
relacionados, foram considerados como parâmetros de consumo e retorno os valores do
Quadro 3.1.
QUADRO 3.1 – TAXAS DE CONSUMO E RETORNOS DE ÁGUA CONFORME O USO DOS RECURSOS
HÍDRICOS
Abastecimento Abastecimento Dessedentação
Indústria Mineração Irrigação
Urbano Rural Animal
Consumo 20% 50% 20% 20% 80% 80%
Retorno 80% 50% 80% 80% 20% 20%
As demandas urbanas foram calculadas utilizando-se como base principal os dados do IBGE
(estimativa da população para 2013) para quantificação da população e o coeficiente de
retirada de água per capita para os municípios com sede urbana inserida na bacia do rio
Grande adotado pelo Atlas de Abastecimento Urbano de Água (ANA, 2010), considerando,
ainda, o índice estadual de perdas de água na distribuição, obtido do SNIS (2013), conforme
relacionado no Quadro 3.2.
Para estimativa das demandas para abastecimento da população rural, foi calculada a
população rural dos municípios da bacia do rio Grande (estimativa do IBGE para 2013),
considerando a sua distribuição na parcela do território municipal inserida na bacia, e utilizado
um valor de retirada per capita de 125 L/hab/dia em ambas as vertentes, com base em estudo
da FGV realizado em 1998 para a Secretaria de Recursos Hídricos do Governo Federal
(BRASIL/FGV, 1998), além do coeficiente de consumo adotado, antes apresentado no Quadro
3.1.
O Quadro 3.4 apresenta os resultados obtidos, por UGH, e a Figura 3.2 apresenta as
demandas da população rural da bacia do rio Grande, por microbacias.
Figura 3.2 – Demandas de Consumo da População Rural na Bacia do Rio Grande, por Microbacias -
Diagnóstico
Onde:
A Figura 3.3 apresenta as demandas de consumo para dessedentação animal na bacia do rio
Grande, especializadas por microbacias.
Figura 3.3 - Demandas de Consumo para Dessedentação Animal na Bacia do Rio Grande, por Microbacia –
Diagnóstico
3.1.1.4 Irrigação
A demanda para irrigação foi estimada com base no levantamento de dois dados principais:
áreas irrigadas (ha) e lâminas médias de aplicação (L/s.ha-1). A demanda de retirada
corresponde à multiplicação entre estas duas variáveis; a demanda de consumo é obtida com
aplicação da taxa adotada, de 80% (Quadro 3.1).
Para os grupos 1 e 3 foram adotadas as lâminas médias municipais de irrigação extraídas dos
bancos de dados dos estudos elaborados pelo ONS (2003; 2005). Nestes estudos, a lâmina
representa o consumo com base na necessidade hídrica de uma “cultura média”, ou seja,
reflete a necessidade de diferentes culturas presentes no município ponderada pela respectiva
importância de cada cultura em termos de área plantada. No grupo 2 foram adotadas as
lâminas municipais específicas do café, da laranja e da tangerina extraídas do banco de dados
do estudo Matriz de Coeficientes Técnicos elaborado por SRHU & Funarbe (2011).
Conforme estimativas do setor2, boa parte da região produtora da bacia (vertente paulista e
triângulo mineiro) possui de baixa a média necessidade de irrigação, considerando a tolerância
de 150 mm de déficit acumulado para cana-de-açúcar (Figura 3.4). O déficit adicional no
triângulo mineiro e nas UGRHI 08, 12 e 15 pode alcançar 140 mm.
De acordo com o estudo, as UGRHIs 04 e 09 (Pardo e Mogi Guaçu) apresentam a maior parte
de seus municípios sem necessidade de irrigação do ponto de vista da necessidade hídrica da
cultura. Entretanto, observa-se nessas regiões áreas expressivas de fertirrigação (apenas vinhaça
ou misturada com água) seja pela viabilidade econômica ou pela oportunidade de ganhos de
produtividade com a necessidade de dispersar efluentes (vinhaça). Por fim, cabe destacar a
proximidade das áreas plantadas com as usinas como importante fator de viabilidade
econômica da irrigação.
2
Projeto Cana Pede Água, acessível em: <http://www.canapedeagua.com.br/>
O Quadro 3.6 apresenta as lâminas de irrigação adotadas para as diferentes culturas e as áreas
irrigadas consideradas.
QUADRO 3.6 – LÂMINAS MÉDIAS DE IRRIGAÇÃO E ÁREAS IRRIGADAS NA BACIA DO RIO GRANDE
Demanda Área Irrigada
Cultura Parâmetro de Demanda
(L/s/ha) (ha)
Média Anual 0,1102
Café 44.400
Máximo Mensal 0,1820
Média Anual 0,1116
Citros 143.850
Máximo Mensal 0,2894
Média Anual 0,1725 Pivôs:121.800
Cultura Média
Máximo Mensal 0,4534 Outras Culturas/métodos: 195.900
Os dados obtidos permitem observar que a demanda para irrigação é bastante expressiva na
bacia, especialmente na vertente paulista (mais de 3 vezes a demanda da vertente mineira),
com destaque à UGRHI 09. Essa constatação deve-se, principalmente, ao maior número de
empreendimentos do setor sucroalcooleiro existentes na vertente paulista, que se utilizam de
cana-de-açúcar plantada em áreas próximas aos estabelecimentos agroindustriais.
Figura 3.5 – Demandas de Consumo para Irrigação Totais Médias na Bacia do Rio Grande, por Microbacias –
Diagnóstico
Desta forma, foram determinadas mediante a utilização do banco de outorgas da ANA e dos
órgãos gestores de recursos hídricos dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Tais dados foram
analisados e consistidos, permitindo concluir que a outorga industrial é representativa da
demanda para esse uso na bacia do rio Grande. Além de fornecer dados mais precisos do uso
na bacia, as outorgas estão diferenciadas entre superficiais e subterrâneas e representam o local
exato das captações nas respectivas microbacias.
O Quadro 3.8 apresenta os valores das demandas de consumo para abastecimento industrial,
agregados por UGH, e a Figura 3.7 apresenta a distribuição dessas demandas na bacia do rio
Grande, por microbacia.
Observa-se que as demandas para abastecimento industrial na bacia do rio Grande alcançam
14 m³/s, com uma distribuição equilibrada entre as vertentes mineira e paulista, nesta, um
pouco mais elevadas, com destaque às UGRHIs 04 e 09. Na vertente mineira, as maiores
demandas se localizam nas GDs 03 e 06.
Figura 3.7 – Demandas de Consumo para Abastecimento Industrial na Bacia do Rio Grande, por Microbacias
– Diagnóstico
Para a estimativa das demandas para mineração na bacia do rio Grande, também foram
consideradas as outorgas para essa finalidade constantes dos bancos de dados da ANA e dos
órgãos gestores estaduais, tendo em vista as mesmas dificuldades para quantificá-las já expostas
para o caso das demandas para abastecimento industrial.
O Quadro 3.9 apresenta os resultados obtidos, e a Figura 3.8 apresenta as demandas para
mineração na bacia do rio Grande, por microbacia.
Os dados do Quadro 3.9 indicam que as demandas para mineração na bacia do rio Grande se
distribuem de forma equivalente entre as vertentes mineira e paulista da bacia. Na Figura 3.8,
observa-se que há uma maior concentração das demandas ao longo dos cursos d’água.
16,84%
1,00%
74,16% 88,15%
Gráfico 3.1 - Proporções de Consumo Médio e Máximo na Bacia do Rio Grande, por Finalidade de Uso dos
Recursos Hídricos
GD 01 - Alto Grande 0,032 0,004 0,151 0,097 0,002 0,269 0,700 0,557 0,987
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,195 0,010 0,211 0,775 0,080 1,212 3,034 2,482 4,304
GD 03 - Entorno do Reservatório de
0,263 0,011 0,384 1,405 0,016 3,515 7,849 5,593 9,927
Furnas
GD 04 - Verde 0,223 0,010 0,208 0,874 0,000 0,491 1,258 1,806 2,573
Mineira
GD 05 - Sapucaí 0,228 0,013 0,277 0,847 0,169 1,316 3,424 2,850 4,958
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,203 0,005 0,164 1,480 0,079 0,990 2,580 2,921 4,511
GD 07 - Médio Grande 0,206 0,002 0,271 0,453 0,020 0,950 2,177 1,902 3,129
GD 08 - Baixo Grande 0,472 0,002 0,561 0,700 0,053 5,058 13,926 6,845 15,713
Total Vertente Mineira 1,821 0,057 2,228 6,631 0,417 13,802 34,948 24,956 46,102
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,054 0,001 0,009 0,000 0,001 0,061 0,161 0,128 0,228
UGRHI 04 - Pardo 0,191 0,004 0,177 2,128 0,044 7,793 20,285 10,338 22,830
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,250 0,006 0,138 0,728 0,045 5,812 13,837 6,979 15,004
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,725 0,013 0,226 3,341 0,283 19,618 51,768 24,204 56,355
UGRHI 12 - Baixo Pardo/Grande 0,150 0,002 0,063 0,413 0,007 6,289 16,755 6,924 17,391
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,122 0,007 0,403 0,752 0,037 8,257 21,981 9,578 23,303
Total Vertente Paulista 1,492 0,033 1,017 7,363 0,418 47,829 124,788 58,151 135,110
Total Bacia do Rio Grande 3,314 0,089 3,244 13,994 0,835 61,631 159,736 83,107 181,212
Figura 3.9 - Demanda Total de Consumo Média na Bacia do Rio Grande, por Microbacias – Diagnóstico
Figura 3.10 - Demanda Total de Consumo Máxima na Bacia do Rio Grande, por Microbacias – Diagnóstico
Visando comparar os resultados obtidos pelo cálculo das demandas hídricas com as demandas
outorgadas na bacia do rio Grande, foram levantadas e sistematizadas as informações dos
bancos de dados de outorga da ANA, do DAEE e do IGAM.
Tais bancos de dados não registram de forma homogênea as finalidades dos usos outorgados,
dificultando reunir as informações disponíveis de modo padronizado e avaliar os valores
outorgados por usos específicos dos recursos hídricos. Um exemplo de tal dificuldade pode ser
registrado para usos da água na área rural, pois, numa mesma outorga, no banco de dados do
IGAM, têm-se usos para abastecimento humano, irrigação, dessedentação animal e, por vezes,
agroindústrias, impossibilitando separar as vazões outorgadas para cada um desses usos.
Assim, e visando evitar distorções na comparação pretendida, a comparação foi feita com a
totalidade das outorgas de águas superficiais em cada microbacia, agregando-se esses
resultados por UGH. No Quadro 3.11, apresentam-se os valores das demandas outorgadas e
das demandas de retirada hídrica calculadas no presente Diagnóstico.
Verifica-se, pelo Quadro 3.11, que há uma predominância de vazões outorgadas na vertente
paulista da bacia do rio Grande. As vazões de outorgas de águas superficiais na bacia somam
185 m³/s, dos quais 64% são referentes às UGHs do estado de São Paulo.
A análise desse quadro permite observar, também, que a demanda outorgada é inferior à
calculada, exceto na GD 03, onde a situação é a inversa. Esse resultado sugere que na maior
parte da bacia, ocorrem usos dos recursos hídricos que requerem regularização, mediante
cadastro dos usuários e posterior emissão de outorgas.
Considerando os bancos de dados de outorgas do DAEE e do IGAM, a totalização dos usos das
águas subterrâneas na bacia do rio Grande, por UGH, está apresentada no Quadro 3.12,
observando-se um uso mais expressivo dos aquíferos na vertente paulista.
O mapa da Figura 3.11 ilustra a distribuição espacial das demandas de retirada de águas
subterrâneas, espacializadas por municípios.
A bacia do rio Grande caracteriza-se por possuir um dos potenciais energéticos aproveitados
mais expressivos do País, contando com 17 usinas hidrelétricas (UHEs) e com 34 pequenas
centrais hidrelétricas (PCHs) em operação. A potência total instalada das UHEs é de 7.465 MW
e a potência total das PCHs é de 207 MW, totalizando 7.672 MW instalados, o que representa
91,6% do potencial de geração identificado em toda a bacia.
A Figura 3.12 apresenta o mapa com a localização das UHEs e das PCHs em operação na
bacia.
3.1.3.2 Navegação
De maneira geral, a bacia do rio Grande possui navegação comercial inexpressiva, devido
principalmente ao avanço da implantação dos aproveitamentos hidrelétricos dissociado de uma
política hidroviária, verificando-se a ausência de eclusas em todas as principais barragens da
bacia, o que acaba por comprometer o seu aproveitamento hidroviário.
A bacia do rio Grande apresenta grande potencial turístico, tanto pelo seu patrimônio histórico
quanto pelas suas belezas naturais e consequente aproveitamento para atividades como
ecoturismo, esportes de aventura e pesca recreativa.
Uma das principais cidades turísticas junto ao Lago de Furnas é Capitólio, que possui atrativos
naturais como a Trilha do Sol, os Cânions (paredões rochosos com mais de 20 m de altura), a
Cachoeira Lagoa Azul e o Balneário Escarpas do Lago.
Identifica-se que, de modo geral, há uma infraestrutura turística na bacia do rio Grande; no
entanto, ela não é de grande porte e atende principalmente a turistas que residem em cidades
próximas, sendo necessário ampliar a estrutura existente para atrair maior número de turistas
de outras regiões do País.
3
http://www.capitolio.mg.gov.br/pg.php?id=7. Acesso em: 07/04/2016.
Com base em dados de literatura, que definem cargas unitárias dos poluentes por tipo de fonte
geradora, em informações censitárias e dos sistemas de saneamento (coleta e tratamento de
esgotos), dos dados dos bancos de outorgas da ANA, IGAM e DAEE e, ainda, contando com
apoio do mapa de uso e ocupação do solo e cobertura vegetal da bacia do rio Grande, foram
calculadas as cargas totais e remanescentes de DBO, Nitrogênio Total (N total) e Fósforo Total
(Ptotal), tendo como recorte espacial as áreas das microbacias.
O Quadro 3.14 apresenta as cargas unitárias potenciais, que foram adotadas para cálculo da
demanda hídrica qualitativa na bacia do rio Grande, considerando fontes pontuais e difusas.
Para a estimativa das cargas poluentes lançadas nos cursos d’água da bacia do rio Grande,
foram considerados os seguintes critérios, tendo por base os dados do Quadro 3.14.
População Urbana
4
Metodologia do PLANSAB realizada com dados do IBGE (2010) para a construção do índice de porcentagem de atendimento da população
urbana por solução individual. Adotou-se uma eficiência de remoção de DBO de 60% nesse sistema de tratamento, mantendo-se o coeficiente
definido no Diagnóstico.
População Rural
A população rural utilizada para as estimativas de cargas domésticas foi obtida pela diferença
entre a população total e a população urbana apresentadas no SNIS (2013). Para os municípios
que não dispunham de tal informação nesse banco de dados, buscou-se a população total
estimada pelo IBGE para 2013.
Adicionalmente, considerou-se um abatimento das cargas geradas de DBO, Ntotal e Ptotal de 30%
promovido pelo sistema individual de tratamento, tendo em vista que, normalmente, a
população rural faz uso apenas de fossas sépticas sem tratamento complementar
A partir dos bancos de dados de outorga de lançamento de efluentes da ANA, CETESB e IGAM,
foi realizada uma análise das informações disponíveis para consolidação das cargas de DBO de
fonte industrial e provenientes de outros empreendimentos. Contudo, os bancos de outorgas
paulista e mineiro não possuem a caracterização da qualidade do efluente, apenas fornecem as
vazões de lançamento, impossibilitando a quantificação das cargas de poluentes, sendo então
excluídos dessa avaliação.
Portanto, a análise das cargas relacionadas às atividades industriais e aos outros usos dos
recursos hídricos ficou restrita aos rios de domínio da União, cuja outorga é emitida pela ANA.
Rebanhos Animais
Para avaliação das cargas poluentes geradas pelos rebanhos foi considerado o número de
cabeças por município por tipo de animal, disponível nas tabelas de Produção da Pecuária
Municipal do IBGE (2014), e aplicadas as cargas unitárias do Quadro 4.26. Para as estimativas
das cargas remanescentes foi admitida uma pré-depuração das cargas originais devido à
necessidade de escoamento superficial para que esses poluentes alcancem os cursos d’água.
Dessa forma, para os rebanhos não confinados foi utilizado um coeficiente de redução de 90%,
Uso do Solo
Para a avaliação das cargas de Ntotal e Ptotal pelos tipos de uso do solo, partiu-se da quantificação
de áreas destinadas à agricultura e ao reflorestamento e de vegetação nativa, com base no
mapa de uso e ocupação do solo da bacia, utilizando-se ferramentas de geoprocessamento
para totalização das áreas atreladas a esses usos para o recorte espacial das microbacias.
Para a somatória das áreas agrícolas, foram considerados os solos destinados ao plantio de café,
cana-de-açúcar, milho ou soja, citrus e de outras culturas, que, multiplicadas pelas cargas
unitárias do Quadro 3.14, resultaram nas cargas geradas de poluentes. Adotou-se um
coeficiente de redução de 90% da carga bruta, assumindo que as culturas assimilam a maior
parcela dos nutrientes aplicados no solo por meio de fertilizantes
Para a quantificação das áreas vegetadas foram somados os terrenos ocupados por fragmentos
florestais de Cerrado e de Mata Atlântica, além daqueles destinados a silvicultura, cuja
multiplicação pelas cargas unitárias do Quadro 3.14 definiu as cargas remanescentes de
poluentes, isto porque os valores por unidade de área obtidos na literatura já consideram o
fluxo de nutrientes exportados por área de drenagem e não o fluxo gerado. Apenas para efeito
de totalização das cargas geradas, foi considerado que a carga remanescente corresponde a
10% da carga gerada, devido à depuração após deposição no solo até a ocorrência de eventos
pluviométricos que resultem em escoamento superficial, responsável pelo carreamento desses
poluentes até os corpos d’água.
A quantificação das cargas pontuais e difusas dos nutrientes afluentes aos reservatórios das
UHEs implantadas na bacia do rio Grande é importante para avaliação dos processos de
eutrofização de corpos d’água, especialmente em lagos e represas onde as velocidades de
escoamento são baixas, que é a principal característica dos ambientes lênticos, mais favoráveis
ao desenvolvimento de algas e outros organismos aquáticos.
Com auxílio de ferramentas de SIG, as cargas remanescentes de P total estimadas por microbacia
para a população urbana e rural, para os rebanhos animais, para as áreas agrícolas e para as
áreas vegetadas, foram totalizadas pela área de drenagem incremental de cada um dos 18
reservatórios de UHEs da bacia do rio Grande, incluindo o braço do lago da UHE Ilha Solteira,
cujo barramento se situa no rio Paraná. O Quadro 3.19 apresenta os resultados obtidos.
Observa-se que os reservatórios de Furnas e Marimbondo são os que recebem o maior aporte
de Fósforo Total, de 21,4% e de 31,3% da carga remanescente total estimada para a bacia do
Rio Grande, respectivamente. Este fato está relacionado com o tamanho de suas bacias de
drenagem, que envolvem afluentes de grande porte, tais como o rio Sapucaí, que recebe as
cargas de cidades importantes como Itajubá e Pouso Alegre, desaguando na represa de Furnas,
e o rio Pardo, que recebe os efluentes de São Carlos e Ribeirão Preto, desaguando no lago da
UHE Marimbondo.
A identificação de áreas sujeitas a restrições de usos visando à proteção dos recursos hídricos
foi efetuada a partir da abordagem dos seguintes aspectos:
Unidades de Conservação (UCs) existentes na bacia do rio Grande, que oferecem potencial
para conservação dos recursos hídricos, na medida em que disciplinam os usos antrópicos
na sua área de delimitação, obedecendo ao que prescreve a Lei Federal nº 9.985/2000,
que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC. Nas
UCs de proteção integral, é permitido apenas o uso indireto dos recursos naturais; nas UCs
de uso sustentável, são permitidos usos, desde que compatíveis com a conservação da
natureza, e sempre atendendo aos planos de manejo de cada Unidade;
Delimitação de Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCBs) na bacia do
rio Grande, definidas em estudos do Ministério do Meio Ambiente, que poderão vir a
constituir UCs, futuramente, de interesse especial à conservação dos recursos hídricos, e
para cuja criação e elaboração dos respectivos planos de manejo o CBH-Grande poderá
contribuir, em articulação com os órgãos ambientais;
Após criada e implantada, a Agência de Bacia também poderá contribuir para as articulações
que serão necessárias entre o CBH-Grande e os órgãos ambientais visando à implantação de
áreas de restrição de usos dos recursos hídricos, mediante o aporte de recursos financeiros para
viabilizar contatos, reuniões etc.
Conforme exposto no item 1.3.1, a bacia do rio Grande possui, no seu conjunto, somente
1,5% da sua área coberta por UCs de Proteção Integral, 5,1% por UCs de Uso Sustentável e
0,005% por RPPNs, segundo detalhado no Quadro 3.20 e ilustrado na Figura 3.18.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) desenvolveu, em 2007, estudo para definição de Áreas
Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade (APCBs), envolvendo todo o País. Tal estudo
indicou a existência de 37 áreas para a criação de Unidades de Conservação na bacia do rio
Grande, com níveis de prioridade alta, muito alta ou extremamente alta.
Em 2016, o MMA atualizou a proposta de APCBs, sendo definidas áreas na bacia do rio
Grande para os biomas Cerrado e Pantanal (sem, portanto, considerar a Mata Atlântica),
porém, somente com relação à recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de
Reservas Legais
O Quadro 3.21 relaciona as informações das APCBs indicadas pelo MMA, estando assinaladas
em cor azul aquelas de maior interesse à conservação dos recursos hídricos.
Continua...
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código Área
Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
(Mapa) (km²)
Várzea com cerca de 10 km de
Santa Rita do Passa Santa Rita do Passa Quatro, São Simão
9 Cerrado A definir extensão, com campo úmido e 16 Extremamente Alta
Quatro
mata ciliar.
Complexo de serras com até Altinópolis, Santo Antônio da Alegria, São
Santo Antônio da
10 Cerrado A definir 1.100 m de altitude. Matas nas 108 Extremamente Alta Sebastião do Paraíso
Alegria
vertentes.
São Carlos
11 São Carlos Cerrado A definir Cerrado preservado. 8 Extremamente Alta
Proteção Cerrado com área central a ser Santa Rita do Passa Quatro, São Simão
12 São Simão Cerrado 22 Extremamente Alta
Integral recuperada.
Abriga remanescentes importantes
de fisionomias de floresta e Conceição da Barra De Minas, Coronel
ecossistemas associados. Alta Xavier Chaves, Dores de Campos, Lagoa
Mata
13 Serra de São José A definir riqueza de fauna e flora 577 Extremamente Alta Dourada, Prados, Ritápolis, Santa Cruz de
Atlântica
ameaçadas. Apresenta potencial Minas, São João Del Rei, Tiradentes
turístico e demandas locais para
conservação.
Borda da Mata, Brasópolis, Cachoeira de
Mata Minas, Conceição dos Ouros, Congonhal,
14 Corredor Sapucai A definir Não especificado 623 Muito Alta
Atlântica Consolação, Paraisópolis, Piranguçu,
Piranguinho, Pouso Alegre
Cachoeira de Minas, Itajubá, Piranguçu,
Mata Piranguinho, Pouso Alegre, Santa Rita Do
15 Sapucai A definir Não especificado 148 Alta
Atlântica Sapucaí, São José do Alegre, São Sebastião
da Bela Vista
Continua...
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código Área
Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
(Mapa) (km²)
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código Área
Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
(Mapa) (km²)
Serra de Poços de Caldas; Floresta
Águas da Prata, Andradas, Arceburgo,
estacional de altitude com araucária
Botelhos, Caconde, Divinolândia,
(região de Poços) e Floresta
Guaranésia, Guaxupé, Itobi, Mococa, Poços
Águas da Prata/ São Mata estacional sobre terra roxa (Rio
20 A definir 1.933 Muito Alta de Caldas, Santo Antônio do Jardim, São
José do Rio Pardo Atlântica Pardo) com jequitibás e perobas;
João da Boa Vista, São José do Rio Pardo,
área de mananciais; registro de
São Sebastião da Grama, Tapiratiba, Vargem
ocorrência das seguintes espécie da
Grande do Sul
flora: Myro
Registro de ocorrência da espécie Águas De Lindóia, Espírito Santo do Pinhal,
Mata
21 Águas de Lindoia A definir de flora: Peperonia nitida, espécie 241 Alta Itapira, Jacutinga, Lindóia, Mogi Guaçu,
Atlântica
provavelmente extinta. Monte Sião.
Zona de amortecimento da estação
Ecológica de Paulo de Faria;
entorno da ESEC Mata registro de ocorrência das seguintes Paulo de Faria
22 A definir 20 Extremamente Alta
Paulo Afonso Atlântica espécies da flora: Zanthocylum
petiolare e Aspidosperma
polyneuron.
APP do Rio Grande; área de
Mata importância biológica para Fronteira, Frutal, Icém, Orindiúva
23 Fronteira A definir 41 Muito Alta
Atlântica moluscos; registro da espécie de
molusco: Castalia undosa.
Cabeceiras da Serra de Botucatu;
área de recarga do aquífero
Mata Araras, Rio Claro
24 Corumbataí A definir Guarani; zona de amortecimento 79 Alta
Atlântica
da Floresta Estadual Edmundo
Navarro.
Área grande, com grandes
Batatais, Brodowski, Jardinópolis, Sales
fragmentos de Cerrado que podem
25 Batatais Cerrado A definir 259 Muito Alta Oliveira
ser interligados por meio de
recuperação de áreas degradadas.
Continua...
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código Área
Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
(Mapa) (km²)
Área com muitos fragmentos de Américo Brasiliense, Analândia, Araraquara,
cerrado que podem ser interligados Corumbataí, Descalvado, Ibaté,
26 Descalvado Cerrado A definir por matas ciliares. Muitos rios. 1.972 Extremamente Alta Pirassununga, Porto Ferreira, Rincão, Santa
Áreas com ncecessidade de Cruz da Conceição, Santa Lúcia, Santa Rita
recuperação. do Passa Quatro, São Carlos
Campina Verde, Comendador Gomes,
27 Arantes Cerrado A definir N/D 2.445 Extremamente Alta
Itapagipe, Prata
Entorno da Estação Ecológica Jataí e Descalvado, Guatapará, Luís Antônio,
Luís Antônio - Santa
28 Cerrado A definir do Parque Estadual Vassununga, 798 Extremamente Alta Motuca, Rincão, Santa Rita do Passa Quatro,
Rita
incluindo outros fragmentos. São Carlos, São Simão
Araras, Conchal, Estiva Gerbi, Leme, Mogi
29 Mogi I e II Cerrado A definir 112 Extremamente Alta
Guaçu, Moji Mirim
Área de importância biológica Cajuru, Cássia Dos Coqueiros, Mococa,
Mata
30 Santa Rosa do Viterbo A definir muito alta, no noroeste do estado 387 Alta Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de
Atlântica
de SP; floresta estacional . Viterbo, São Simão, Tambaú
Área grande com vários fragmentos
de cerrado e campo que podem ser Claraval, Conquista, Cristais Paulista, Ibiraci,
31 Pedregulho Cerrado A definir 523 Muito Alta
interligados por meio de Igarapava, Pedregulho, Rifaina, Sacramento
recuperação de áreas degradadas.
Transição de floresta estacional e
cerradão; registro das seguintes
espécies de molusco ameaçada: Altair, Américo de Campos, Cardoso, Icém,
Mata Fossula fossiculifera e Castalia Nova Granada, Onda Verde, Orindiúva,
32 Riolândia A definir 1.030 Extremamente Alta
Atlântica undosa; peixe: Myleus tiete e das Palestina, Paulo de Faria, Pontes Gestal,
espécies de flora ameaçadas: Riolândia
Dillodendron bippenatum, Andora
vermifuga, Eugenia an
Continua...
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código Área
Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
(Mapa) (km²)
Áreas de várzeas; registro de
ocorrência das seguintes espécies
Carneirinho, Iturama, Mesópolis, Ouroeste,
de peixes ameaçadas: Brycon
Mata Populina, Rubinéia, Santa Albertina, Santa
33 Várzeas do Rio Paraná A definir orbygnianus e Crenicichla 3.139 Muito Alta
Atlântica Clara d'Oeste, Santa Fé do Sul, Santa Rita
jupiaensis; registro de ocorrência
d'Oeste
de onça pintada (Panthera onca) e
onça parda (Puma concolor).
Entorno do PARES Mata
34 A definir N/D 67 Muito Alta Lima Duarte, Santa Rita de Ibitipoca
Ibitipoca Atlântica
Caldas, Campestre, Divinolândia, Poços de
Região de Poços de Mata
35 A definir Várias espécies ameaçadas; 384 Extremamente Alta Caldas, Santa Rita de Caldas, São Sebastião
Caldas Atlântica
da Grama
Alpinópolis, Capitólio, Delfinópolis,
Entorno do PN Serra Entorno do Parque Nacional da
36 Cerrado A definir 6.551 Extremamente Alta Sacramento, São João Batista do Glória, São
da Canastra Serra da Canastra.
José da Barra, São Roque de Minas
Lagoas do Rio Conceição das Alagoas, Guaíra, Pirajuba,
37 Cerrado A definir Área Prioritária Estadual. 304 Extremamente Alta
Uberaba Planura
Fonte: MMA, 2007
Sendo assim, propõe-se a execução, por parte do CBH-Grande, das ações necessárias à criação
de UCs correspondentes às APCBs relacionadas no Quadro 3.21, em articulação com os órgãos
ambientais, apresentando suas propostas específicas, dirigidas à conservação dos recursos
hídricos, tais como controle de captações e lançamentos de efluentes.
Figura 3.19 - Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCBs) na Bacia do Rio Grande (MMA,
2007) – Indicação das APCBs Prioritárias para Conservação dos Recursos Hídricos
No estado de São Paulo foi desenvolvido um estudo similar, que também utilizou grupos
temáticos de análise, tomando por base dados científicos do Programa BIOTA da FAPESP e
seus parceiros (FAPESP/SMA, 2008). Tal estudo resultou em três conjuntos principais de ações:
criação ou ampliação de UCs de proteção integral em fragmentos naturais amplos, bem
A Figura 3.20 mostra a indicação das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade na
bacia do rio Grande segundo os estudos elaborados pelos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Conforme indicado na figura, o estudo desenvolvido pela FAPESP recomenda a criação de uma
Unidade de Conservação do tipo proteção integral apenas em uma área com remanescentes
vegetais na UGRHI 09 – Mogi Guaçu, estendendo-se até a bacia do rio Tietê.
Já as ações de incremento da conectividade têm como foco a propriedade privada por meio de
mecanismos legais de controle ou estímulo, tais como averbação da reserva legal, restauração
de APP e criação de RPPN. Com relação à indicação para inventário biológico, o estudo
sintetizou a prioridade por UGRHI nas classes média, alta, muito alta e extrema. Na bacia, as
UGRHIs 08 – Sapucaí/Grande e 12 – Baixo Pardo-Grande apresentam prioridade extrema, as
UGRHIs 04 - Pardo e 15 – Turvo/Grande muito alta e as UGRHIs 01 – Mantiqueira e 09 –
Mogi Guaçu alta. Esse resultado expressa a necessidade de avançar nas pesquisas de
diversidade biológica.
Figura 3.20 - Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade na Bacia do Rio Grande – Estudos
Desenvolvidos pelos Estados de Minas Gerais e São Paulo
Além da APCB nº 24, indicada no Quadro 3.21, situada em São Paulo, e na mesma linha de
proteção do aquífero Guarani, vale destacar o estudo desenvolvido pela ANA
(ANA/ENGECORPS, 2014), que propôs áreas de proteção do aquífero com base no
Na bacia do rio Grande, foi delimitada uma área, localizada na região do município mineiro de
Claraval, com 20,4 km2, que também pode ser definida como área de restrição de usos visando
à proteção do aquífero Guarani. A localização dessa área está ilustrada no mapa da Figura
3.21.
Tem-se, portanto, mais uma alternativa a ser considerada pelo CBH-Grande para conservação
dos recursos hídricos subterrâneos da bacia do rio Grande quando das discussões posteriores
que serão empreendidas para a proposição e formalização dessas áreas, no caso, em
articulação com a FEAM.
O rio Mogi Guaçu (Figura 3.22) é um reconhecido sítio de desova do curimbatá e o rio Pardo
uma via de conexão entre sítio de desova e alimentação. A detecção positiva da presença de
ovos e larvas de curimbatá no rio Pardo mostra que esse rio continua exercendo importante
papel na história de vida dos curimbatás dessa região.
Já o rio Carmo é o único sítio de desova de curimbatás conhecido entre as barragens de Volta
Grande e Jaguara, onde foram encontrados ovos e larvas, além de alevino em lagoa marginal. A
captura desse alevino também é uma evidência de que lagoas marginais do rio Carmo podem
funcionar como berçários para curimbatás. O status de sítio de desova junto com a existência
de berçários nesse rio são alerta para sua importância, elevando a necessidade da recuperação
e preservação de sua qualidade ambiental. A construção de passagens para peixes nas
barragens de Porto Colômbia e Volta Grande poderá auxiliar na conservação e promover o
aumento da abundância do curimbatá na região.
A Figura 3.23 apresenta uma síntese das principais áreas para conservação da ictiofauna,
abordadas anteriormente. Para a elaboração dessa figura, no caso da vertente mineira, foram
utilizados os resultados dos estudos referentes às áreas para conservação de ictiofauna
desenvolvidos pela Fundação Biodiversitas (FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS, 2005, op. cit),
enquanto em São Paulo, pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (FAPESP/SMA, 2008, op.
cit). Foi realizada uma homogeneização das informações de ambos os estudos, de modo a
obter uma legenda compatível com a apresentação em um mesmo mapa de graus de
prioridade equivalentes para conservação da ictiofauna nos dois estados.
Figura 3.23 - Áreas Sujeitas à Restrição de Usos dos Recursos Hídricos Visando à Proteção da Ictiofauna
Sendo assim, os seguintes cursos d’água, considerados como de alta e muito alta prioridade na
vertente paulista e muito alta prioridade na vertente mineira são identificados pelo PIRH-
Grande como sujeitos à restrição de usos dos recursos hídricos, visando à conservação da
ictiofauna:
No Plano de Recursos Hídricos da GD 06, datado de setembro 2010, foi dado destaque ao
aspecto único dessas reservas de água mineral e de sua importância econômica para a região;
também é destacada a relevância do Planalto de Poços de Caldas pelo Instituto Prístino, que
tem por objetivo desenvolver pesquisas direcionadas a diagnóstico, conservação e uso racional
do patrimônio natural.
O balanço hídrico quantitativo das águas superficiais da bacia do rio Grande foi elaborado
considerando as disponibilidades hídricas apresentadas no item 2.1.1 do Capítulo 2 e as
demandas hídricas de consumo apresentadas no item 3.1.1 do Capítulo 3, com utilização de
modelo matemático elaborado pela ANA especialmente para emprego na bacia do rio Grande.
Os balanços foram elaborados por microbacias, para as vazões Q7,10 e Q95% , ambas vazões de
estiagem5. Definido como o quociente entre demandas e disponibilidades hídricas, está
representado em percentuais, para as vazões Q7,10 e Q95%, respectivamente, nas Figuras 4.1 e
4.2.
Nessas figuras, é possível observar que as situações mais críticas, ou seja, quando as demandas
ultrapassam em 100% ou mais, as disponibilidades, encontram-se na vertente paulista da bacia,
especialmente nas UGRHIs 15 (Turvo-Grande), 09 (Mogi Guaçu), 04 (Pardo) e 12 (Baixo Pardo
– Grande). Na vertente mineira, observam-se microbacias críticas na GD 08 (Baixo Grande) e
na GD 02 (Vertentes do Rio Grande).
Esses resultados devem-se, em grande parte, à presença de usos que consomem mais água nas
UGHs citadas, como a irrigação, que apresenta um fator de consumo da ordem de 80% das
retiradas. A Figura 4.3 ilustra essa observação, verificando-se que as áreas com maiores
demandas de irrigação (superiores a 5 L/s/km2) coincidem, em sua maioria, com as áreas em
que se localizam as microbacias com balanço hídrico mais desfavorável. Nessa mesma figura,
identificam-se, também, os cursos d’água com balanços hídricos mais críticos na vertente
paulista da bacia, destacando-se os rios Turvo, seu afluente Pardo e contribuintes, na região de
Catanduva (UGRHI 15), e o rio Mogi Guaçu e o rio Verde e seus contribuintes na região de São
João da Boa Vista (UGRHI 04).
Cabe salientar que nas UGHs com expressiva utilização da água para irrigação, existem
diversos barramentos localizados com o objetivo de regularização de vazões com vistas à
irrigação, que não foram mapeados no presente Diagnóstico. Um estudo específico para
identificação e caracterização desses barramentos está previsto no Plano de Ações do PIRH-
Grande, visando reavaliar os balanços hídricos elaborados.
5
O banco de dados do PIRH-Grande inclui os resultados de todos os balanços hídricos elaborados, para demandas de consumo médias e
demandas de retirada e para as duas vazões de estiagem.
Para o balanço hídrico qualitativo dos recursos hídricos superficiais da bacia do rio Grande
também foi desenvolvido um modelo matemático específico, calibrado para a bacia a partir
dos dados do monitoramento da qualidade das águas, visando à simulação da propagação das
cargas de DBO5,20 e Ptotal e o balanço de oxigênio dissolvido (OD), por microbacias.
6
No banco de dados do PIRH-Grande, estão incluídos todos os resultados da modelagem realizada, considerando também os parâmetros P total
e OD, e as vazões de estiagem Q95% e Q7,10.
O balanço hídrico de águas subterrâneas foi realizado tendo como recorte espacial as UGHs, e
está exposto no Quadro 4.1. Esse recorte foi adotado tendo em vista que a disponibilidade
subterrânea foi definida considerando os aquíferos ocorrentes em cada UGH.
É importante destacar, no entanto, que esse valor considera os aquíferos ocorrentes nas UGHs
como um todo e não representa particularidades locais. No município de Ribeirão Preto, por
exemplo, localizado na UGRHI 04, há problemas relacionados ao abastecimento público,
embora haja um total de demandas inferior ao total de água subterrânea disponível nessa
UGH. Nesse município, diversos loteamentos não estão sendo aprovados pela prefeitura
devido à escassez do abastecimento de água subterrânea. Para o suprimento dessa deficiência,
estuda-se a realização de captação no rio Pardo.
Observando os dados do Quadro 4.1, verifica-se que o balanço hídrico global das águas
subterrâneas se mostra confortável, uma vez que a água subterrânea ainda disponível, após o
atendimento das demandas corresponde, em média, a 80% da disponibilidade total da bacia;
contudo, na vertente paulista esse percentual é de 66%, sendo de 56% na UGRHI 04 e inferior
a 70% nas UGRHIs 09, 12 e 15.
Para a Região Sudeste, em que se localiza a bacia do rio Grande, as metas do PLANSAB são as
seguintes, sendo curto prazo o ano de 2020, médio prazo o ano de 2025 e longo prazo o ano
de 2035:
Cobertura de abastecimento de água: 99% no curto prazo, 100% no médio e longo prazos;
Índice de perdas nas redes de distribuição: 33% no curto prazo, 32% no médio e 29% no
longo prazo;
Cobertura de coleta de esgoto: 94% no curto prazo, 95% no médio e 98% no longo prazo;
Índice de tratamento de esgoto: 63% no curto prazo, 72% no médio e 90% no longo prazo.
As metas do PLANSAB foram consideradas para elaboração dos cenários futuros do PIRH-
Grande, conforme será exposto na Etapa 2 –Prognóstico.
Ministério do Turismo
Nas competências que lhe cabem, o Ministério dos Transportes busca apoiar projetos e
programas relevantes à melhoria do setor logístico de transportes. A região da bacia do rio
Grande está inserida em uma área com densa malha viária, além de possuir ferrovias e
potencial hidroviário, sendo assim, contabilizando os convênios com data de final de vigência
posteriores a 2010, os investimentos advindos do Governo Federal através do Ministério dos
Transportes totalizaram R$ 113,60 milhões. Tais recursos financeiros foram empenhados
principalmente em projetos de recuperação de rodovias, apoio a serviços de implantação e
recuperação de ramais ferroviários, entre outros que possuem grande relevância.
O Ministério das Cidades destinou, nesse mesmo período, R$ 663,82 milhões para projetos
que incidem diretamente na bacia do rio Grande. Dentre esses projetos destacam-se
ampliações de sistemas de abastecimento de água e esgoto, drenagem urbana, elaboração de
planos municipais de saneamento básico e canalizações, como é o caso do rio Preto no
município de São José do Rio Preto. Grande parte dos investimentos foi destinada também à
pavimentação ou recapeamento de ruas e avenidas, caracterizando a crescente
impermeabilização do solo da bacia.
Tal projeto tem por objetivo principal integrar trechos navegáveis do rio Grande à Hidrovia
Tietê-Paraná, considerada a Hidrovia do Mercosul, por abranger regiões dos estados de São
Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e ainda do Paraguai. A ausência de
eclusas tem feito com que a hidrovia tenha sua utilização por Minas Gerais limitada no rio
Paranaíba pela Barragem da UHE de São Simão e no rio Grande pela Barragem da UHE de
Água Vermelha.
As Federações das Indústrias dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais (FIESP e FIEMG,
respectivamente) vêm desenvolvendo estudos sobre o setor industrial da bacia do rio Grande.
O PCIR tem como principais objetivos: aumentar a competitividade das empresas inseridas nas
cadeias produtivas mais dinamizadoras de cada região do estado de Minas Gerais; apoiar a
realização de compromissos entre agentes públicos e privados envolvidos com
desenvolvimento industrial por meio da divulgação de proposições de ações de curto, médio e
longo prazo; e fornecer subsídios técnicos para revisões de planejamento estratégico de
entidades de apoio à indústria. O projeto, que foi iniciado em 2013, é composto por quatro
etapas, sendo elas: Diagnóstico Setorial e Regional; Análise dos Setores Mais Dinâmicos;
Elaboração da Estratégia Setorial; e Entrega dos Planos Setoriais. O projeto está atualmente na
quarta etapa.
Verifica-se que todos os municípios da UGRHI 09 – Mogi Guaçu possuem seu PMSB. Nas
demais UGHs, a condição é variada, sendo ainda poucos os Planos disponíveis.
Os PMSBs desses municípios foram consultados, registrando-se seus objetivos e metas de curto,
médio e longo prazo quanto aos serviços de água e esgoto, sendo tais metas incorporadas às
estimativas de demandas futuras, consideradas na Etapa 3 – Prognóstico.
Considerando que a bacia do rio Grande abriga cursos d’água de domínio da União e dos
estados de Minas Gerais e São Paulo, cabe abordar, inicialmente, as Políticas Federal e
Estaduais de Recursos Hídricos.
O estado de São Paulo foi pioneiro na institucionalização de uma Política de Recursos Hídricos
no Brasil, ao publicar a Lei Estadual nº 7.663, de 1991. Em âmbito federal, a Política Nacional
de Recursos Hídricos – PNRH – foi instituída pela Lei nº 9.433, de 1997, que também
estabeleceu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH, em
cumprimento ao disposto na Constituição Federal de 1988 (Art. 21, inciso XIX). No estado de
Minas Gerais, a Política Estadual de Recursos Hídricos foi estabelecida pela Lei Estadual nº
13.199, de 1999, que também dispõe sobre o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, e foi regulamentada pelo Decreto nº 41.578, de 2001.
Uma análise comparativa do conteúdo das políticas de recursos hídricos federal e de ambos os
estados pode ser visualizada no Quadro 5.2.
O Quadro 5.3 mostra uma comparação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos
previstos nas Políticas Estaduais de Recursos Hídricos de São Paulo e Minas Gerais e na Política
Nacional de Recursos Hídricos, verificando-se as diferenças existentes.
Enquadramento dos corpos de água Não previsto. Decreto 10.755/1977, alterado pelo Enquadramento dos corpos de
em classes, segundo os usos Decreto 24.839/1986. água em classes, segundo os
preponderantes da água usos preponderantes da água
No Quadro 5.5, está detalhada a situação dos planos de recursos hídricos das bacias afluentes.
QUADRO 5.5 - SITUAÇÃO DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS AFLUENTES
Horizonte do
UGH Situação Geral
Prognóstico
GD 01 – Alto Grande PRH aprovado 2010-2030
GD 02 – Vertentes do rio Grande PRH aprovado 2010-2030
GD 03 – Entorno de Furnas PRH aprovado 2010-2030
GD 04 – Verde PRH aprovado 2009-2030
GD 05 – Sapucaí PRH aprovado 2009-2020
GD 06 – Mogi Guaçu/Pardo PRH aprovado 2010-2030
GD 07 – Médio Grande PARH em elaboração em conjunto com o PIRH-Grande 2030
GD 08 – Baixo Grande PARH em elaboração em conjunto com o PIRH-Grande 2030
UGRHI 01 – Mantiqueira Em revisão em 2017 -
UGRHI 04 – Pardo Em revisão em 2017 -
UGRHI 08 – Sapucaí Grande Em revisão em 2017 -
UGRHI 09 – Mogi Guaçu Em revisão em 2017 -
UGRHI 12 – Baixo Pardo Em revisão em 2017 -
UGRHI 15 – Turvo Grande Em revisão em 2017 -
O Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO do Estado de São Paulo, criado pela Lei
Estadual 7.663/1991 e regulamentado pelos Decretos 37.300/1993 e 43.204/1998, é a
instância econômico-financeira do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos
do Estado de São Paulo – SIGRH. Os recursos do Fundo destinam-se a dar suporte financeiro à
Política Estadual de Recursos Hídricos, sendo o FEHIDRO supervisionado por um Conselho de
Orientação – COFEHIDRO, cujos representantes são escolhidos entre os componentes do
CRH.
Figura 5.1 - Arranjo Institucional para a Gestão de Recursos Hídricos na Bacia do Rio Grande
Quanto à Agência de Bacia, ela ainda não foi criada, e é previsto que o PIRH-Grande
apresente orientações e diretrizes para a sua criação, tal como será exposto na Etapa 3 – Plano
de Ações.
A primeira reunião do CBH Grande ocorreu em agosto de 2012, quando tomaram posse os
membros eleitos e foi definida a sua Diretoria. Nessa reunião, o CBH aprovou a Deliberação
CBH Grande nº 03/2012, que criou o Grupo de Trabalho para instalação da Câmara Técnica
de Integração do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande – CTI. Essa deliberação foi
substituída pela Deliberação nº 07/2012, revogada pela Deliberação nº 13/2014, que definiu a
composição, as atribuições e as normas de funcionamento da CTI.
De acordo com o Artigo 5º de seu Regimento Interno, o Plenário do CBH Grande, que é o seu
órgão deliberativo, é composto por 65 (sessenta e cinco) membros titulares e respectivos
suplentes, com representantes do poder público (24 membros), dos usuários das águas (26
vagas) e das organizações civis (16 vagas), contemplando representantes da União e dos dois
estados.
O Quadro 5.6 sintetiza as principais informações sobre os 14 Comitês das Bacias Hidrográficas
Afluentes ao Rio Grande.
A Figura 5.2 apresenta a estrutura analítica do Pacto, composta por três eixos: i) Da Garantia de
Funcionamento do CBH Grande; ii) Do Arranjo Institucional; iii) Das Atribuições
Compartilhadas para a Implementação dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.
União
No âmbito da União, o órgão gestor dos recursos hídricos é a Agência Nacional de Águas –
ANA, autarquia sob regime especial, com sede em Brasília e tem a finalidade de implementar,
em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos. Sua missão é
implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o
acesso a água, promovendo seu uso sustentável.
Integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, a ANA foi criada por
meio da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 e está vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente. Entre suas atribuições destaca-se a de supervisionar, controlar e avaliar as ações e
atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos.
Minas Gerais
O órgão gestor de recursos hídricos em Minas Gerais é o Instituto Mineiro de Gestão das Águas
– IGAM, criado pela Lei nº 12.584, de 17 de julho de 1997. O Instituto é vinculado à
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD e tem a
responsabilidade de planejar e promover ações direcionadas à preservação da quantidade e da
qualidade das águas de Minas Gerais. O gerenciamento é feito por meio da outorga de direito
de uso da água, do monitoramento da qualidade das águas superficiais e subterrâneas do
Estado e dos planos de recursos hídricos. O IGAM é também responsável por promover a
gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos, mediante apoio técnico à
operacionalização e ao fortalecimento dos Comitês. Especificamente no caso da emissão das
outorgas, conforme estabelecido pela Lei Delegada nº 180 e pelo Decreto 45.824, de 20 de
dezembro de 2011, as Superintendências Regionais de Meio Ambiente passaram a ser
responsáveis pela análise e sua concessão em sua área de abrangência.
1. ETAPA 01 2. ETAPA 02
Figura 5.2 - Estrutura Analítica do Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo – CRH foi criado pelo Decreto nº
27.576, de 11 de novembro de 1987 e adaptado às disposições da Lei nº 7.663, de 30 de
dezembro de 1991 e suas alterações, modificado pelos Decretos nº 56.635, de 1º de janeiro
de 2011 e nº 57.113, de 7 de julho de 2011. Entre suas atribuições destaca-se o exercício de
funções normativas e deliberativas relativas à formulação, implantação e acompanhamento da
Política Estadual de Recursos Hídricos. A estrutura do CRH é composta por: (i) Presidência; (ii)
Plenário; (iii) Secretaria Executiva; e (iv) Câmaras Técnicas.
O Diagnóstico Integrado da Bacia do Rio Grande teve como objetivo principal fornecer um
panorama global da bacia, de forma integrada entre diferentes temas que interferem em sua
dinâmica, possibilitando uma análise comparativa destes resultados entre as microbacias e as
UGHs e a identificação de áreas mais críticas em termos da necessidade de gestão dos recursos
hídricos no cenário atual.
Cada variável serviu de base para um Plano de Informação, representado sempre numa
resolução espacial por microbacias (quando a informação estava disponível apenas para as
UGHs, os valores foram aplicados às suas microbacias constituintes). Em cada Plano de
Informação, as microbacias foram classificadas em três graus de potencial pressão sobre os
recursos hídricos - alto, médio e baixo -, no sentido do maior para o menor potencial, e
considerando o componente mais afetado (quantitativo ou qualitativo).
Para melhor visualização dos mapas, foi adotado o procedimento de representar os diferentes
graus de pressão sobre os recursos hídricos em três gamas de cores – da mais escura (maior
potencial) para a mais clara (menor potencial), obedecendo sempre à cor identificadora da
Agenda em questão.
Este procedimento foi realizado separadamente para os dois grupos de variáveis (de impacto
quantitativo e qualitativo). As sequências de comparações de variáveis foram realizadas num
software de processos de escolha, que capturou os critérios de avaliação adotados pela equipe
técnica deste trabalho.
Após receber todas as avaliações comparativas possíveis, o software calcula a “escala” indicada
pelo avaliador. Ao final desta etapa, os pesos são normalizados (ou seja, a soma dos pesos
dentro de cada grupo deve ser igual a 1).
Do cruzamento dos 30 Planos de Informação, utilizando-se dos pesos antes calculados mas
renormalizados (soma dos pesos de cada Agenda igual a 1), emergiram os mapas das cinco
Agendas, por microbacias, reclassificados para indicar os graus de pressão sobre os recursos
hídricos.
Muito alto;
Alto;
Médio;
Baixo; e
Muito baixo.
Tais graus devem ser interpretados como diferentes intensidades de pressão sobre os recursos
hídricos, quer em quantidade, quer em qualidade.
Cada UGH recebeu uma nota de criticidade (nível de pressão sobre os recursos hídricos)
correspondente à média ponderada das notas das suas microbacias constituintes, sendo o peso
de cada microbacia atribuído de acordo com a participação percentual de sua área no total da
área da UGH.
A partir dessas médias, foi construído um ranking para cada tipo de impacto (quantitativo e
qualitativo), sendo as UGHs ordenadas com valores decrescentes de nota de criticidade. Para
efeito de comparação relativa entre as UGHs, e respeitando a ordem no ranking, as UGHs
foram divididas em cinco grupos com praticamente o mesmo número de elementos, e a cada
grupo foi atribuído um nível de criticidade (Nível 1 ao Nível 5); quanto maior o nível (Nível 5),
mais crítico é o grupo de UGHs.
Esse nível de criticidade não deve ser interpretado meramente como uma situação específica
das UGHs em relação às Agendas Temáticas, mas como uma comparação entre elas no que se
refere à identificação daquelas que merecem maior atenção no que diz respeito à
implementação de ações de gestão dos recursos hídricos no contexto dos temas analisados em
cada Agenda.
O diagrama da Figura 6.1 sintetiza a metodologia utilizada para elaboração das Agendas
Temáticas e as Figuras 6.2 e 6.3 apresentam as Agendas-Síntese resultantes, respectivamente,
para o Componente Quantitativo e o Componente Qualitativo.
Com relação às pressões sobre a quantidade dos recursos hídricos, destacam-se as UGHs da
vertente paulista, especialmente as UGRHIs 09, 12 e 15. Os potenciais impactos são
decorrentes, principalmente, das variáveis consideradas nas Agendas Marrom, Laranja e
Verde;
A GD 06, na vertente mineira, também exerce pressão sobre a quantidade de recursos
hídricos, especialmente relacionada com as variáveis utilizadas para compor as Agendas
Laranja e Azul;
As pressões sobre a qualidade dos recursos hídricos, no cenário atual, são mais acentuadas
na vertente mineira, principalmente nas GDs 04, 05 e 06. Os potenciais impactos sobre a
qualidade das águas estão mais relacionados às Agendas Marrom e Azul;
Também foram identificados, na vertente paulista, potenciais impactos sobre a qualidade
dos recursos hídricos, entretanto, com níveis de pressão um pouco menos intensos,
especialmente, nas UGRHIs 04 e 09 relacionados, principalmente, com as variáveis
selecionadas para compor as Agendas Laranja, Verde e Cinza;
Finalmente, considerando as Agendas Temáticas, verifica-se serem as variáveis constituintes
da Agenda Marrom, relacionadas com o saneamento básico, comparativamente com as
demais, as que oferecem pressões mais expressivas nas microbacias do rio Grande,
influenciando de modo mais claro tanto a qualidade quanto a quantidade dos recursos
hídricos. Outorga de Direito de Usos dos Recursos Hídricos.
As demandas por água de uma região podem ser projetadas com base em parâmetros
balizadores, no horizonte temporal de interesse, para embasar ações de gestão e antecipar
variações futuras.
Não se podendo evitá-las, uma abordagem por cenários propõe trabalhar tais incertezas de
maneira ativa, abrangendo a tradicional interpretação de um futuro provável, para variadas
composições de futuros possíveis. Nesse contexto, deve-se considerar que os perfis econômicos
e os ritmos de crescimento local podem ser tão decisivos para uma região quanto a
probabilidade de eventos climáticos extremos.
Dessa forma, neste capítulo, será primeiramente apresentada a lógica do planejamento por
cenários e a concepção daqueles elaborados para a bacia do rio Grande. Em seguida, serão
expostas e analisadas as macrodinâmicas ̶ demográficas, econômicas e climáticas ̶ que se
sobrepõem ao território da bacia, definindo-se nesta etapa os princípios e elementos
balizadores das demandas futuras.
Por fim, tais cenários se articulam com as demandas hídricas mediante os parâmetros
balizadores que, uma vez mapeados e aplicados a partir de projeções de população e
economia, estimam a demanda de água para cada cenário.
O horizonte final do planejamento do presente Plano abrange 15 anos, sendo os anos de corte
2020 (curto prazo), 2025 (médio prazo) e 2030 (longo prazo).
A forma mais usual de se interpretar o futuro é projetá-lo com base nos comportamentos
dominantes do passado. À essa visão retrospectiva deve-se incorporar, minimamente, maiores
incertezas presentes e os investimentos estruturantes já anunciados ou muito prováveis; enfim,
todas as condicionantes e hipóteses que estão amadurecendo na realidade atual. Trata-se do
cenário tendencial, que leva a um futuro relativamente previsível.
Contudo, uma vez que o futuro poderá não necessariamente repetir o passado de forma
tendencial, deve-se também elaborar outros cenários – alternativos – que demonstrem
situações limites do vasto espectro de possibilidades futuras. Dessa forma não se compreendem
os cenários como representações de "onde queremos chegar". Ao contrário, almeja-se com a
Cabe destacar que a conduta estratégica a ser adotada para a bacia hidrográfica do rio Grande
será tanto mais robusta quanto mais ela estiver preparada para enfrentar todos os tipos de
futuros possíveis; as estratégias deverão se mostrar adequadas para várias situações, tornando
os cenários também uma ferramenta adequada para a priorização de ações.
Justamente desse contraste entre os cenários tendencial e alternativos, com vistas a estratégias
de gestão, emergirá o Cenário do Plano. Mais do que um "quinto cenário", o Cenário do Plano
se ancora na gestão dos recursos hídricos. Da mesma forma que não se almeja prever o futuro ̶
mas articular suas incertezas ̶ o Cenário do Plano difere de escolhas "desejadas" ou ainda
"adequadas". Ao contrário, sua composição enfoca os resultados que demandam estratégias de
gestão dos recursos hídricos.
Algumas dessas dinâmicas são globais e se caracterizam por seus ritmos e programação
específicos, que atendem a objetivos exógenos à bacia em questão, sendo coordenados em
escalas muito mais abrangentes que a regional. Tendências demográficas, que resultam em
profundas modificações nas demandas hídricas, por exemplo, não detêm sua programação no
Outras dinâmicas ̶ estas sim regionais e específicas do local onde se encontram ̶ mantêm suas
próprias programações e também respondem e interagem com as globais. As dinâmicas locais
levam indústrias novas a se instalarem, aportam malhas logísticas e modificam topografias
naturais. Trata-se das microdinâmicas, ou forçantes endógenas, que espelham características
ímpares de desenvolvimento, grande parte delas em resposta às macrodinâmicas.
Tem-se, portanto, que o resultado dos cenários terá sua expressão local traduzida por
diferentes demandas hídricas, cada uma delas ilustrando o resultado de diversas interações
entre os fluxos que predominam no espaço geográfico da bacia do rio Grande. São essas as
demandas que serão contrastadas com a disponibilidade hídrica ̶ a oferta ̶ para então
compor o balanço hídrico futuro que embasará o planejamento.
Dessa forma, a concepção dos cenários, tanto o tendencial como os alternativos, se mecaniza
na identificação e quantificação, articulação futura, e tradução das seguintes dinâmicas para as
demandas hídricas:
Forçantes exógenas: trata-se das macrodinâmicas (top-down) que interagem sobre a bacia.
Elas alteram não apenas a demanda hídrica, como também, no caso da consideração das
mudanças climáticas, a oferta hídrica. Essas forçantes perfazem o "pano de fundo" dos
cenários, pois é sobre elas que as microdinâmicas se rebatem;
Forçantes endógenas: trata-se das microdinâmicas (bottom-up) que interagem sobre a
bacia, que alteram a demanda hídrica em seu recorte local, pois perpassam o uso do solo, o
perfil das atividades econômicas e os ritmos de uso dos recursos típicos do local. Essas
forçantes se desenrolam sobre as exógenas, e se rebatem nos recursos hídricos via
parâmetros de atividade econômica e de população;
Gestão de recursos hídricos: trata-se das ações e programas planejados e desejados para a
bacia do rio Grande e que influenciam diretamente nas demandas, ofertas e parâmetros de
qualidade, assim como nas interações entre as forçantes exógenas e endógenas.
Os rebatimentos das macro e microdinâmicas na demanda por recursos hídricos se articulam
de duas formas distintas, quais sejam:
Quanto às mudanças climáticas, foi elaborado um estudo detalhado para avaliar os resultados
das simulações dos 21 modelos climáticos globais (MCGs) utilizados pela Agência Espacial
Americana NASA para prever alterações sobre a disponibilidade hídrica e a temperatura na
bacia do rio Grande.
Concluiu-se que não há uma convergência entre esses modelos quanto às mudanças esperadas
na precipitação e, portanto, nas vazões da bacia, que podem variar numa faixa de valores
muito pequena tanto para mais quanto para menos em algumas áreas. Já quanto à
temperatura, todos os modelos indicam que ocorrerá um aumento, o que se reflete
diretamente nas demandas hídricas para a agricultura irrigada, dadas as maiores taxas de
evapotranspiração esperadas.
O Quadro 7.4 apresenta uma comparação entre as temperaturas médias registradas pelas
normais climatológicas do INMET (período 1961 a 1990) e as temperaturas obtidas pelos
modelos climáticos globais.
O principal balizador para este setor usuário é sem dúvida a população urbana de cada
município. Contudo, uma vez que nas cidades não há apenas uso doméstico do recurso
hídrico, mas também uso por comércios, prestadores de serviços e indústrias, torna-se
necessário balizar o consumo da água em âmbito urbano não apenas pela população, mas
também pela dinâmica da economia - cujo desenvolvimento determinará acréscimos ou
reduções de volume de água demandado pelos usuários não-domésticos.
O único balizador para este setor usuário é a projeção de população rural, pois a demanda
pelos recursos hídricos para este fim não é alterada por outro fator exógeno senão o tamanho
total da população demandante.
No que se refere à irrigação, uma vez de posse das temperaturas máximas e mínimas, tanto as
oriundas dos modelos climáticos globais como as definidas pelas normais climatológicas do
INMET (Quadro 7.4), foi aplicado o método de Hargreaves-Samani para obter a variação
percentual entre a normal climatológica e os resultados dos modelos globais de mudanças
climáticas. Essa mesma variação percentual foi aplicada às lâminas de irrigação, resultando no
acréscimo das demandas de irrigação adotado no Cenário de Contingência (Quadro 7.5).
O balizador exógeno utilizado para a projeção da demanda de água pelos setores industrial e
de mineração foi a variação do valor agregado bruto da indústria, exclusivamente.
As tendências das forçantes endógenas foram identificadas por meio das seguintes formas:
A tendência de variação na taxa de consumo de água per capita da população foi avaliada
mediante os dados da série histórica apresentada pelo SNIS. Primeiramente, identificaram-se os
municípios cuja série histórica para o indicador IN022 do SNIS (consumo médio de água per
capita em litros por habitante por dia) apresentava-se completa e consistente desde 2010 até o
último ano disponível, 2014.
Para aqueles municípios cuja série não estava completa e consistente, realizou-se um ajuste
pela taxa de consumo média em cada UGH, por faixa de população, de acordo com os dados
do Quadro 7.7.
O Quadro 7.8 resume os critérios adotados para o tratamento das forçantes endógenas no que
se refere à projeção das demandas hídricas para abastecimento urbano, nos três cenários.
De posse das tendências do perfil do rebanho para cada município da bacia, compuseram-se
os três cenários em seu rebatimento pela demanda de água, fazendo-se uso das mesmas taxas
BEDA do diagnóstico, a saber (em litros por animal por dia): 50 L bovino, 50 L bubalino, 40 L
equinos, 10 L suínos, 8 L ovinos, 8 L caprinos e 0,2 L galináceos.
O Quadro 7.9 resume os critérios adotados para tratamento das forçantes endógenas no que se
refere à projeção das demandas hídricas para dessedentação animal, nos três cenários.
Não obstante a dificuldade intrínseca de se obter dados suficientes para indicar a tendência no
futuro do uso da água pela indústria, sabe-se que há tendência do setor em reduzir seu
consumo de água por unidade produzida. Adotou-se assim o pressuposto de continuidade na
tendência da indústria local em economizar água, ou seja, de utilizar cada vez menos água
para as mesmas quantidades produzidas.
Portanto, foi considerada uma melhora na eficiência de uso da água na produção (demanda de
água industrial/valor agregado bruto industrial) de 4% na primeira década da projeção, seguido
de uma melhora de 2% na década seguinte e assim por diante. As reduções no consumo de
água sem alterações maiores nos processos produtivos se torna cada vez mais difícil, justo por
isso as projeções reduzem a taxa em 50% a cada década.
O Quadro 7.10 resume os critérios adotados para tratamento das forçantes endógenas no que
se refere à projeção das demandas hídricas para abastecimento industrial, nos três cenários.
7.2.2.5 Mineração
Justamente para o setor de produção mineral de água, existe uma relação direta entre o
consumo do recurso hídrico e a quantidade produzida, pois é o próprio recurso que se extrai
e, engarrafado, transforma-se em produto final. Pela tendência de macro para microdinâmicas,
têm-se as seguintes taxas anuais acumuladas para a mineração para a bacia ao longo do
horizonte de planejamento do Plano:
7.2.2.6 Irrigação
A estratégia adotada para a projeção das demandas de irrigação foi ambivalente: i) por um
lado, capturou-se nos cenários tendencial e moderado a influência do passado por meio da
área plantada na região, contabilizando-se a partir de seu crescimento, os ritmos de acréscimo
na área irrigada; ii) por outro, no Cenário Acelerado utilizou-se projeção específica para as
áreas irrigadas, por município, calculadas por metodologia própria da ANA “(Estudos de
Estimativas de Demandas e Usos Consuntivos de Água”, no prelo).
Após projetar as tendências de cada cultura principal quanto à área plantada, utilizou-se de
informação fornecida pelo Diagnóstico para derivar, em relação fixa no cenário tendencial, a
razão desta área que é de fato irrigada (logo, que demanda água), por município. Já para os
cenários alternativos, como se descreve no Quadro 7.11, os ritmos de variação na área irrigada
foram variados.
Para as projeções do setor de saneamento, foram adotadas as metas dos Planos Municipais de
Saneamento Básico dos municípios que já os elaboraram, no que se refere ao abastecimento
de água, redução de perdas nas redes de distribuição e coleta e tratamento de esgotos, tal
como já apresentado no item 5.1.3 do Diagnóstico.
Para os municípios que ainda não possuem os seus planos, foram adotadas as metas do
PLANSAB para a Região Sudeste, já descritas no item 5.1.1.1 do Diagnóstico, abaixo
reproduzidas:
Cobertura de abastecimento de água: 99% no curto prazo, 100% no médio e longo prazos;
Índice de perdas na distribuição: 33% no curto prazo, 32% no médio e 29% no longo
prazo;
Cobertura de coleta de esgoto: 94% no curto prazo, 95% no médio e 98% no longo prazo;
Índice de tratamento de esgoto: 63% no curto prazo, 72% no médio e 90% no longo prazo.
O recorte temporal das metas dos municípios frente ao saneamento básico se desdobra na
equivalência de curto prazo com o ano de 2020, médio prazo com o ano de 2025 e longo
prazo com o ano de 2035. Uma vez que o presente plano detém como recorte temporal mais
longo o ano de 2030, a ele foi atribuída a meta proporcional que se almeja atingir entre os
objetivos de médio e longo prazos.
O Quadro 7.12 indica os critérios que foram adotados para orientar as projeções de demandas
hídricas quanti-qualitativas no âmbito do setor de saneamento básico, em cada cenário.
QUADRO 7.12 - CRITÉRIOS ADOTADOS PARA O SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO NOS CENÁRIOS
Cenários
Critério
Tendencial Acelerado Moderado
Grau de cobertura de Execução mais otimista do Execução menos otimista do
abastecimento de água Execução conforme planejado planejado, antecipando-se um planejado, postergando-se um
potável período período
Redução de perdas nos Execução mais otimista do Execução parcial do
sistemas de Execução conforme planejado planejado, antecipando-se um planejado, postergando-se um
abastecimento período período
Execução mais otimista do Execução parcial do
Grau de cobertura de
Execução conforme planejado planejado, antecipando-se um planejado, postergando-se um
coleta de esgoto sanitário
período período
Execução mais otimista do Execução parcial do
Grau de tratamento de
Execução conforme planejado planejado, antecipando-se um planejado, postergando-se um
efluentes
período período
Nesses quadros, as últimas colunas apresentam os valores das demandas de consumo totais
máximas mensais e médias anuais, que resultam das variações das demandas de irrigação, uma
vez que esse uso dos recursos hídricos é sazonal.
Vertente GD 04 - Verde 0,249 0,010 0,226 0,906 0,000 1,498 0,585 2,889 1,976
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,282 0,013 0,295 0,881 0,179 3,109 1,199 4,759 2,848
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,198 0,005 0,177 1,537 0,084 2,576 0,987 4,577 2,988
GD 07 - Médio Grande 0,232 0,002 0,294 0,470 0,021 2,426 1,054 3,446 2,074
GD 08 - Baixo Grande 0,500 0,002 0,654 0,726 0,056 13,310 4,794 15,248 6,732
Total Vertente Mineira 2,049 0,058 2,466 6,887 0,443 35,645 14,082 47,549 25,985
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,073 0,001 0,010 0,000 0,002 0,055 0,021 0,140 0,106
UGRHI 04 - Pardo 0,181 0,004 0,197 2,195 0,047 22,902 8,776 25,525 11,400
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,257 0,006 0,131 0,757 0,047 15,428 6,543 16,626 7,741
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,677 0,013 0,227 3,463 0,299 50,906 19,302 55,586 23,982
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,150 0,002 0,045 0,430 0,008 15,440 5,864 16,073 6,498
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,140 0,008 0,362 0,780 0,040 21,055 7,925 22,384 9,254
Total Vertente Paulista 1,477 0,034 0,972 7,623 0,443 125,786 48,432 136,335 58,981
Total Bacia 3,525 0,093 3,438 14,511 0,886 161,431 62,514 183,883 84,966
Vertente GD 04 - Verde 0,258 0,010 0,242 0,929 0,000 1,796 0,702 3,235 2,141
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,292 0,014 0,311 0,906 0,188 3,316 1,279 5,028 2,991
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,198 0,005 0,188 1,580 0,088 2,748 1,052 4,807 3,111
GD 07 - Médio Grande 0,239 0,002 0,315 0,484 0,022 2,697 1,165 3,758 2,226
GD 08 - Baixo Grande 0,515 0,002 0,720 0,743 0,058 14,384 5,182 16,423 7,221
Total Vertente Mineira 2,110 0,060 2,662 7,076 0,465 39,467 15,558 51,840 27,930
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,074 0,001 0,010 0,000 0,002 0,057 0,022 0,145 0,109
UGRHI 04 - Pardo 0,187 0,004 0,218 2,238 0,049 25,523 9,774 28,220 12,471
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,265 0,006 0,128 0,778 0,050 16,836 7,182 18,063 8,408
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,664 0,014 0,240 3,550 0,314 53,649 20,341 58,430 25,122
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,157 0,002 0,039 0,442 0,008 15,977 6,055 16,623 6,702
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,151 0,008 0,347 0,800 0,042 22,970 8,646 24,317 9,994
Total Vertente Paulista 1,498 0,035 0,981 7,808 0,464 135,012 52,021 145,798 62,807
Total Bacia 3,608 0,095 3,644 14,883 0,930 174,479 67,578 197,638 90,737
Vertente GD 04 - Verde 0,258 0,010 0,249 0,939 0,000 1,888 0,738 3,345 2,194
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,295 0,014 0,319 0,918 0,192 3,416 1,318 5,155 3,057
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,200 0,005 0,193 1,600 0,090 2,824 1,081 4,913 3,169
GD 07 - Médio Grande 0,243 0,002 0,324 0,490 0,022 2,793 1,205 3,873 2,286
GD 08 - Baixo Grande 0,524 0,002 0,745 0,751 0,060 14,816 5,337 16,898 7,419
Total Vertente Mineira 2,134 0,060 2,742 7,163 0,476 40,870 16,104 53,446 28,679
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,075 0,002 0,010 0,000 0,002 0,059 0,022 0,148 0,111
UGRHI 04 - Pardo 0,190 0,004 0,226 2,257 0,051 26,454 10,129 29,183 12,858
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,269 0,006 0,130 0,787 0,051 17,374 7,419 18,617 8,662
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,661 0,014 0,246 3,589 0,321 55,256 20,949 60,088 25,782
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,157 0,002 0,038 0,448 0,008 16,413 6,217 17,066 6,870
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,155 0,007 0,349 0,810 0,043 23,773 8,949 25,135 10,312
Total Vertente Paulista 1,507 0,035 1,000 7,891 0,475 139,329 53,687 150,237 64,595
Total Bacia 3,641 0,095 3,741 15,054 0,952 180,199 69,790 203,683 93,274
Vertente GD 04 - Verde 0,246 0,010 0,231 0,894 0,000 1,517 0,594 2,897 1,973
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,274 0,013 0,300 0,867 0,176 3,185 1,229 4,815 2,860
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,212 0,005 0,180 1,515 0,082 2,624 1,006 4,618 3,000
GD 07 - Médio Grande 0,227 0,002 0,300 0,463 0,020 2,574 1,133 3,588 2,147
GD 08 - Baixo Grande 0,515 0,002 0,673 0,716 0,055 13,570 4,888 15,531 6,849
Total 2,051 0,058 2,525 6,786 0,435 36,870 14,647 48,725 26,502
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,071 0,001 0,010 0,000 0,002 0,056 0,021 0,140 0,105
UGRHI 04 - Pardo 0,177 0,004 0,206 2,168 0,046 23,224 8,910 25,825 11,512
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,253 0,006 0,137 0,745 0,047 16,211 6,952 17,399 8,141
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,693 0,013 0,233 3,414 0,294 52,281 19,821 56,928 24,468
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,148 0,002 0,049 0,423 0,008 16,127 6,120 16,757 6,750
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,135 0,008 0,384 0,769 0,039 21,117 7,958 22,451 9,291
Total 1,476 0,034 1,020 7,519 0,434 129,016 49,783 139,499 60,266
Total Bacia 3,527 0,092 3,545 14,305 0,869 165,886 64,429 188,225 86,768
Vertente GD 04 - Verde 0,254 0,010 0,248 0,908 0,000 1,805 0,708 3,225 2,128
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,284 0,014 0,317 0,884 0,182 3,407 1,317 5,088 2,998
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,201 0,005 0,192 1,542 0,085 2,798 1,072 4,823 3,097
GD 07 - Médio Grande 0,233 0,002 0,322 0,472 0,021 2,947 1,302 3,997 2,352
GD 08 - Baixo Grande 0,511 0,002 0,744 0,727 0,057 14,726 5,306 16,767 7,348
Total Vertente Mineira 2,081 0,059 2,734 6,909 0,450 41,233 16,404 53,466 28,638
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,072 0,001 0,011 0,000 0,002 0,058 0,022 0,144 0,108
UGRHI 04 - Pardo 0,180 0,004 0,230 2,195 0,048 25,921 9,946 28,579 12,605
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,257 0,006 0,137 0,759 0,048 18,186 7,910 19,392 9,117
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,659 0,013 0,248 3,471 0,304 55,689 21,114 60,383 25,809
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,152 0,002 0,041 0,431 0,008 17,028 6,444 17,663 7,078
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,144 0,007 0,375 0,782 0,040 23,056 8,684 24,404 10,032
Total Vertente Paulista 1,463 0,034 1,041 7,638 0,450 139,938 54,121 150,565 64,748
Total Bacia 3,544 0,093 3,775 14,548 0,900 181,171 70,526 204,031 93,386
Vertente GD 04 - Verde 0,257 0,010 0,255 0,918 0,000 1,893 0,742 3,332 2,182
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,288 0,014 0,325 0,895 0,186 3,507 1,356 5,214 3,063
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,200 0,005 0,197 1,560 0,087 2,873 1,101 4,922 3,150
GD 07 - Médio Grande 0,235 0,002 0,331 0,478 0,021 3,067 1,356 4,134 2,424
GD 08 - Baixo Grande 0,513 0,002 0,769 0,734 0,058 15,166 5,465 17,242 7,541
Total Vertente Mineira 2,098 0,059 2,813 6,988 0,459 42,734 17,007 55,152 29,425
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,072 0,001 0,011 0,000 0,002 0,060 0,023 0,146 0,109
UGRHI 04 - Pardo 0,181 0,004 0,239 2,213 0,049 26,839 10,299 29,525 12,985
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,259 0,006 0,138 0,768 0,049 18,860 8,227 20,079 9,447
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,650 0,013 0,254 3,507 0,310 57,426 21,773 62,160 26,506
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,153 0,002 0,041 0,436 0,008 17,570 6,644 18,211 7,285
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,147 0,007 0,378 0,790 0,041 23,843 8,980 25,206 10,343
Total Vertente Paulista 1,462 0,033 1,061 7,715 0,459 144,597 55,945 155,327 66,675
Total Bacia 3,560 0,093 3,874 14,703 0,918 187,331 72,952 210,479 96,100
Vertente GD 04 - Verde 0,254 0,010 0,232 0,916 0,000 1,469 0,574 2,881 1,986
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,291 0,014 0,302 0,891 0,182 4,267 1,641 5,946 3,320
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,196 0,005 0,181 1,555 0,085 3,104 1,192 5,126 3,214
GD 07 - Médio Grande 0,237 0,002 0,302 0,476 0,021 2,851 1,241 3,890 2,279
GD 08 - Baixo Grande 0,499 0,002 0,674 0,733 0,057 17,567 6,330 19,533 8,295
Total Vertente Mineira 2,074 0,060 2,535 6,965 0,450 43,194 17,045 55,278 29,128
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,074 0,001 0,010 0,000 0,002 0,175 0,067 0,262 0,154
UGRHI 04 - Pardo 0,184 0,004 0,204 2,215 0,048 24,723 9,485 27,380 12,141
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,260 0,006 0,136 0,765 0,048 15,943 6,674 17,159 7,890
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,670 0,014 0,234 3,500 0,304 63,395 24,017 68,117 28,739
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,152 0,002 0,048 0,435 0,008 19,281 7,352 19,924 7,996
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,145 0,008 0,378 0,788 0,040 26,679 10,015 28,038 11,375
Total Vertente Paulista 1,485 0,035 1,011 7,703 0,450 150,196 57,610 160,880 68,294
Total Bacia 3,559 0,095 3,546 14,668 0,899 193,390 74,655 216,157 97,422
Vertente GD 04 - Verde 0,261 0,011 0,253 0,947 0,000 1,785 0,697 3,257 2,169
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,303 0,014 0,325 0,926 0,194 5,172 1,989 6,933 3,751
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,205 0,005 0,197 1,613 0,091 3,762 1,445 5,872 3,555
GD 07 - Médio Grande 0,249 0,003 0,329 0,494 0,022 3,575 1,549 4,673 2,646
GD 08 - Baixo Grande 0,527 0,002 0,758 0,758 0,060 22,830 8,228 24,936 10,333
Total Vertente Mineira 2,174 0,062 2,792 7,224 0,479 54,027 21,275 66,758 34,007
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,076 0,002 0,011 0,000 0,002 0,187 0,071 0,277 0,161
UGRHI 04 - Pardo 0,191 0,005 0,231 2,276 0,051 29,204 11,201 31,959 13,955
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,269 0,006 0,137 0,794 0,051 17,974 7,499 19,231 8,756
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,661 0,014 0,252 3,620 0,323 74,557 28,241 79,426 33,111
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,155 0,002 0,041 0,451 0,008 21,677 8,269 22,335 8,927
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,154 0,008 0,373 0,816 0,043 31,208 11,711 32,602 13,105
Total Vertente Paulista 1,506 0,036 1,045 7,958 0,478 174,807 66,992 185,829 78,015
Total Bacia 3,680 0,099 3,837 15,181 0,957 228,834 88,267 252,588 112,021
Vertente GD 04 - Verde 0,268 0,011 0,265 0,970 0,000 1,910 0,745 3,423 2,259
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,312 0,015 0,339 0,951 0,201 5,536 2,130 7,355 3,949
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,212 0,005 0,205 1,656 0,094 4,022 1,545 6,195 3,718
GD 07 - Médio Grande 0,258 0,003 0,345 0,507 0,023 3,857 1,669 4,993 2,804
GD 08 - Baixo Grande 0,546 0,003 0,798 0,775 0,062 24,857 8,958 27,041 11,142
Total Vertente Mineira 2,246 0,064 2,926 7,412 0,499 58,261 22,930 71,408 36,077
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,077 0,002 0,011 0,000 0,002 0,193 0,073 0,284 0,165
UGRHI 04 - Pardo 0,196 0,005 0,244 2,320 0,053 30,995 11,886 33,813 14,704
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,276 0,006 0,140 0,815 0,053 18,824 7,846 20,115 9,137
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,668 0,014 0,263 3,707 0,336 78,979 29,915 83,966 34,902
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,158 0,002 0,042 0,463 0,009 22,675 8,651 23,349 9,325
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,159 0,008 0,382 0,837 0,045 33,025 12,391 34,455 13,822
Total Vertente Paulista 1,534 0,036 1,083 8,142 0,497 184,691 70,762 195,983 82,054
Total Bacia 3,780 0,101 4,008 15,554 0,996 242,952 93,693 267,391 118,132
Vertente GD 04 - Verde 0,268 0,011 0,265 0,970 0,000 2,037 0,789 3,551 2,303
Mineira GD 05 - Sapucaí 0,312 0,015 0,339 0,951 0,201 5,906 2,254 7,725 4,073
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,212 0,005 0,205 1,656 0,094 4,291 1,636 6,464 3,808
GD 07 - Médio Grande 0,258 0,003 0,345 0,507 0,023 4,115 1,767 5,250 2,902
GD 08 - Baixo Grande 0,546 0,003 0,798 0,775 0,062 26,518 9,483 28,702 11,667
Total Vertente Mineira 2,246 0,064 2,926 7,412 0,499 62,153 24,274 75,300 37,421
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,077 0,002 0,011 0,000 0,002 0,206 0,078 0,297 0,169
UGRHI 04 - Pardo 0,196 0,005 0,244 2,320 0,053 33,065 12,583 35,883 15,401
Vertente UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,276 0,006 0,140 0,815 0,053 20,081 8,306 21,373 9,597
Paulista UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,668 0,014 0,263 3,707 0,336 84,255 31,668 89,242 36,655
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,158 0,002 0,042 0,463 0,009 24,190 9,160 24,864 9,834
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,159 0,008 0,382 0,837 0,045 35,231 13,117 36,661 14,548
Total Vertente Paulista 1,534 0,036 1,083 8,142 0,497 197,028 74,911 208,320 86,203
Total Bacia 3,780 0,101 4,008 15,554 0,996 259,181 99,185 283,620 123,624
O crescimento das demandas totais de consumo máximo em cada cenário futuro está ilustrado
no Gráfico 8.1, em que se apresenta também o total das demandas do Diagnóstico, para
comparação.
Gráfico 8.1 – Demandas Hídricas de Consumo Máximas Totais de Águas Superficiais – Diagnóstico e Cenários
Futuros
Os dados do Quadro 8.11 indicam que o aumento previsto nas lâminas d’água necessárias
para irrigação das culturas no Cenário de Contingência pode resultar num acréscimo de
aproximadamente 17 m³/s nas demandas totais da bacia do rio Grande, correspondendo a
cerca de 6% do total estimado para o Cenário Acelerado de 2030. Na vertente paulista, esse
percentual também é de 6%, e na vertente mineira, é de cerca de 5%.
Não foi considerado o suprimento hídrico por mananciais subterrâneos para dessedentação
animal, visto que toda a demanda está considerada no cômputo das demandas de águas
superficiais; vale observar que, de acordo com os bancos de outorgas do DAEE e do IGAM, a
vazão de retirada total de águas subterrâneas na bacia do rio Grande para dessedentação
animal é de apenas 0,3 m³/s.
No Gráfico 8.2, verifica-se que a projeção das demandas de águas subterrâneas nos cenários
futuros se mostra crescente, correspondendo a um acréscimo no Cenário Acelerado de 2030
que pode chegar a quase 20% do total estimado na etapa de Diagnóstico.
Contingência 2030 48
Acelerado 2030 47
Acelerado 2025 46
Acelerado 2020 44
Moderado 2030 43
Cenários
Moderado 2025 43
Moderado 2020 42
Tendencial 2030 44
Tendencial 2025 43
Tendencial 2020 42
Diagnóstico 40
36 38 40 42 44 46 48 50
Demandas totais de retirada (m³/s)
Gráfico 8.2 – Demandas Hídricas de Retirada Totais de Águas Subterrâneas – Cenários Atual e Futuros
Cabe salientar que as demandas qualitativas consideradas na etapa de Prognóstico são apenas
aquelas oriundas de fontes pontuais, ou aquelas que resultam em retornos constantes, tendo
em vista subsidiar os balanços hídricos futuros que foram realizados com as vazões de
referência Q7,10 e Q95%, portanto, vazões de estiagem; as cargas poluentes difusas resultantes da
criação animal são geradas e têm importância somente em períodos de vazões de cheia, razão
pela qual não foram computadas.
A vertente paulista contribui com cerca de 47% de toda a carga remanescente de DBO 5,20 da
bacia do rio Grande na situação atual, aumentando este percentual para 49% nos Cenários
Tendencial e Acelerado para o horizonte do ano de 2030, com redução para 46% no Cenário
Moderado (2030).
A análise do Quadro 8.14 permite observar que os critérios adotados para o setor de
saneamento básico para os cenários futuros, descritos no Capítulo 7, referentes ao atendimento
tanto das metas dos Planos de Saneamento Básico Municipais quanto do PLANSAB, nos
municípios aplicáveis, resultam num abatimento expressivo das cargas de DBO 5,20 na bacia do
rio Grande nos cenários alternativos, segundo ilustrado no Gráfico 8.3.
Gráfico 8.3 - Cargas Remanescentes de DBO5,20 – Diagnóstico, Cenários Tendencial, Acelerado e Moderado
Considerando a relevância desses dados no contexto do cenário futuro de longo prazo para a
bacia no que se refere à qualidade das águas, ratifica-se o que já foi exposto na etapa de
Diagnóstico quanto à necessidade de que o setor de saneamento básico se instrumentalize
para colocar em prática as metas dos municípios que já elaboraram seus PMSBs, bem como
para elaborar os Planos Municipais faltantes, respeitando, sempre que possível, as metas do
PLANSAB.
O balanço hídrico quantitativo das águas superficiais foi realizado por microbacias, mediante o
quociente entre demanda e disponibilidade, estando representado em percentuais.
Nas Figuras 8.1 a 8.4, apresentam-se os resultados dos balanços hídricos quantitativos
realizados para as demandas de consumo máximas com a vazão Q7,10, para o ano de 2030, nos
Cenários Tendencial, Moderado, Acelerado e de Contingência. No Banco de Dados do
projeto, constam também os balanços de consumo médios e de retirada elaborados com as
vazões Q7,10 e Q95% para os três horizontes temporais considerados – anos de 2020, 2025 e
2030.
Nessas figuras, observa-se que, no horizonte do Plano, ano de 2030, não são previstas
alterações espaciais expressivas nas áreas em que ocorrem os balanços hídricos mais críticos
entre os cenários alternativos prognosticados, com exceção do Cenário de Contingência, que,
por representar aumento das demandas para irrigação, apresenta maior quantidade de
microbacias em situações críticas.
O balanço hídrico futuro de águas subterrâneas foi realizado tendo como recorte espacial as
UGHs, e está exposto no Quadro 8.14, para os Cenários Tendencial, Acelerado, Moderado e
de Contingência, considerando o horizonte do ano de 2030. Esse recorte foi adotado tendo em
vista que a disponibilidade subterrânea foi definida na etapa de Diagnóstico considerando os
aquíferos ocorrentes em cada UGH.
Observando os dados do referido quadro, verifica-se que o balanço hídrico das águas
subterrâneas, em todos os cenários, se mostra confortável, uma vez que a água subterrânea
ainda disponível, após o atendimento das demandas corresponde, em média, a 80% da
disponibilidade total da bacia.
Verificando cada UGH em particular, também não se identificam déficits em nenhuma delas,
estando a água subterrânea disponível, após o atendimento das demandas, num patamar de
50% ou mais da disponibilidade hídrica subterrânea total de cada UGH.
Para o balanço hídrico qualitativo das águas superficiais nos cenários futuros, foi utilizado o
mesmo modelo matemático adotado na etapa de Diagnóstico, visando à simulação da
propagação das cargas de DBO5,20 e Ptotal e o balanço de oxigênio dissolvido (OD) por
microbacias.
Os resultados da modelagem para o parâmetro DBO5,20 estão apresentados nos mapas das
Figuras 8.4 a 8.8, para a vazão Q7,10, respectivamente, para os Cenários Tendencial, Moderado,
Acelerado e de Contingência, no horizonte de 2030. No Banco de Dados do projeto, estão os
valores obtidos para a DBO5,20 com a vazão Q95% para os horizontes dos anos de 2020, 2025 e
2030, e todos os resultados para os parâmetros OD e Ptotal.
Da mesma forma como adotado para o Diagnóstico, os resultados dos balanços qualitativos
futuros estão representados por faixas de concentração de DBO 5,20 na rede de drenagem das
microbacias.
Devido à redução de cargas poluentes das áreas urbanas prevista nos cenários, com melhores
indicadores no Cenário Acelerado, o balanço hídrico qualitativo nesse cenário se mostra mais
favorável que nos demais. No Quadro 8.16, apresentam-se, a título de comparação, os
percentuais de trechos de cursos d’água atualmente enquadrados em cada classe e os
percentuais que atendem às Classes 1, 2, 3 e 4, no Cenário Tendencial de 2030, observando-
se, novamente, a influência da melhora dos serviços de coleta e tratamento de esgotos prevista
no Cenário Tendencial.
Este capítulo apresenta a identificação de áreas críticas da bacia do rio Grande quanto ao
balanço hídrico quali-quantitativo e a estruturação do Cenário do PIRH-Grande, ponto de
partida para a definição do Plano de Ações.
Com base nos resultados dos balanços hídricos quantitativos futuros, foram identificadas as
áreas que apresentaram uma demanda maior que a disponibilidade hídrica em 50% ou mais,
tomando-se por base as simulações realizadas com a vazão Q7,10, que resultam em condições
mais críticas.
Tais áreas estão apresentadas nas Figuras 9.1 a 9.4, que identificam, para o horizonte do ano
de 2030: as microbacias críticas e os municípios com maiores demandas; os principais usuários
da água por microbacia e por UGH; os três municípios com território na UGH responsáveis
pelas maiores demandas, relacionados em quadro; mapa resumo por UGH, possibilitando
comparar as bacias afluentes quanto aos seus níveis de criticidade no contexto do componente
quantitativo.
Visando aprofundar as causas dos balanços hídricos quantitativos mais críticos da bacia do rio
Grande, foi elaborado o Quadro 9.1, que detalha as análises ilustradas nas Figuras 9.1 a 9.4,
inserindo também os resultados do Diagnóstico, a título de comparação com os cenários
alternativos futuros.
As setas coloridas indicam o sentido das mudanças esperadas na intensidade das criticidades
identificadas de um cenário em direção ao seguinte.
Os municípios assinalados em vermelho no Quadro 9.1 são aqueles que passam a apresentar
as mais altas demandas de um cenário para o outro.
QUADRO 9.1 – IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUANTITATIVO
Cenário Atual - 2016 Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado- 2030 Cenário Contingência - 2030
Vertente UGH Conflitos pelo uso
Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso
Áreas Críticas Áreas Críticas dos recursos Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas
dos recursos hídricos dos recursos hídricos dos recursos hídricos
hídricos
Área: 362,45 km² Área: 431,43 km² Área: 443,48 km² Área: 614,06 km² Área: 591,84 km²
Municípios: Guaranésia, Municípios: Monte Santo de Municípios: Monte Santo de Municípios: Monte Santo de Municípios: Monte Santo
Monte Santo de Minas e Minas, Ouro Fino e Santa Minas, Ouro Fino e Santa Minas, Poços de Caldas e de Minas, Poços de Caldas
Poços de Caldas Rita de Caldas Rita de Caldas Santa Rita de Caldas e Santa Rita de Caldas
Demandas: 1,981 m³/s Demandas: 2,380 m³/s Demandas: 2,363 m³/s Demandas: 2,857 m³/s Demandas: 2,916 m³/s
GD 06 (1,7% do total)
(1,6% do total) (1,6% do total) (1,4% do total) (1,3 do total)
Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas:
Indústria – 65,3% Indústria – 60,9% Indústria – 59,8% Irrigação – 52,5% Indústria – 53,4%
Irrigação – 33,0% Irrigação – 37,8% Irrigação – 38,8% Indústria – 46,2% Irrigação – 45,3%
Área: 195,97 km² Área: 221,42 km² Área: 228,76 km² Área: 265,06 km² Área: 756,10 km²
Municípios: Passos, Municípios: Passos, Municípios: Passos, Municípios: Passos, Municípios: Passos,
Sacramento e São João Sacramento e São João Sacramento e São João Sacramento e São João Batista Sacramento e São João
Batista do Glória Batista do Glória Batista do Glória do Glória Batista do Glória
Mineira
Demandas: 1,052 m³/s Demandas: 1,468 m³/s Demandas: 1,485 m³/s Demandas: 2,051m³/s Demandas: 2,331 m³/s
(cont.) GD 07
(0,8% do total) (1,0% do total) (1,0% do total) (1,0% do total) (1,0% do total)
Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas:
Irrigação – 80,0% Irrigação – 84,4% Irrigação – 84,9% Irrigação – 88,4% Irrigação – 89,2%
Indústria – 19,4% Indústria – 14,9% Indústria – 14,4% Indústria – 11,0% Indústria –9,7%
Área: 1.809,35 km²
Área: 1.842,19 km² Área: 1.844,06 km² Área: 2.499,69 km² Área: 3.826,17 km²
Municípios: Conceição
Municípios: Conceição das Municípios: Conceição das Municípios: Conceição das Municípios: Conceição das
das Alagoas, Planura e
Alagoas, Planura e Uberaba Alagoas, Planura e Uberaba Alagoas, Planura e Uberaba Alagoas, Planura e Uberaba
Uberaba
Demandas: 10,76 m³/s Demandas: 11,010 m³/s Demandas: 19,51 m³/s Demandas: 23,355 m³/s
GD 08 Demandas: 9,986 m³/s
(7,5% do total) (7,4 % do total) (9,8% do total) (10,3 % do total)
(8,1% do total)
Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas:
Principais demandas:
Irrigação – 93,7%
Irrigação – 94,1% Irrigação – 94,0% Irrigação – 96,1% Irrigação – 96,4%
Indústria – 3,9%
Indústria – 3,8% Indústria – 4,0% Indústria – 2,6% Indústria – 2,3%
Área: 0
Área: 0 Área: 0 Área: 0 Área: 0
Municípios: -
UGRHI Municípios: - Municípios: - Municípios: - Municípios: -
Demandas: -
01 Demandas: - Demandas: - Demandas: - Demandas: -
Principais demandas:
Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: - Principais demandas:
-
Área: 2.025,02 km² Área: 2.074,85 km² Área: 2.123,60 km² Área: 2.501,59 km² Área: 2.852,17 km²
Municípios: Casa Branca, Municípios: Casa Branca, Municípios: Casa Branca, Municípios: Casa Branca, Municípios: Casa Branca,
Itobi e Pontal Itobi e Pontal Itobi e Pontal Itobi e Pontal Itobi e Pontal
UGRHI Demandas: 15,320 m³/s Demandas: 20,60 m³/s Demandas: 20,923 m³/s Demandas: 24,899 m³/s Demandas: 30,950 m³/s
04 (12,4% do total) (14,4% do total) (14,0% do total) (12,5% do total) (13,6% do total)
Paulista Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas:
Irrigação – 97,8% Irrigação – 98,2% Irrigação – 98,2% Irrigação – 98,4% Irrigação – 93,0%
Indústria – 1,7% Indústria – 1,4% Indústria – 1,3% Indústria – 1,2% Indústria – 6,6%
Área: 1.868,76 km²
Área: 2.564,0 km² Área: 2.866,40 km² Área: 2.385,21 km² Área: 2.646,15 km²
Municípios: Guaíra,
Municípios: Guaíra, Municípios: Guaíra, Municípios: Guaíra, Municípios: Guaíra,
Miguelópolis e
Miguelópolis e Nuporanga Miguelópolis e Nuporanga Miguelópolis e Nuporanga Miguelópolis e Nuporanga
Nuporanga
UGRHI Demandas: 12,46 m³/s Demandas: 13,879 m³/s Demandas: 12,835 m³/s Demandas: 15,066 m³/s
Demandas: 8,952 m³/s
08 (8,5% do total) (9,3% do total) (6,4% do total) (6,6% do total)
(7,2% do total)
Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas:
Principais demandas:
Irrigação – 95,3%
Irrigação – 95,8% Irrigação – 96,3% Irrigação – 95,8% Irrigação – 96,5%
Indústria – 3,7%
Indústria – 2,9% Indústria – 2,5% Indústria – 2,9% Indústria – 6,6%
Continua...
QUADRO 9.1 – IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUANTITATIVO
Cenário Atual - 2016 Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado- 2030 Cenário Contingência - 2030
Vertente UGH Conflitos pelo uso
Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso
Áreas Críticas Áreas Críticas dos recursos Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas
dos recursos hídricos dos recursos hídricos dos recursos hídricos
hídricos
Área: 6.369,82 km² Área: 6.105,37 km² Área: 6.231,37 km² Área: 7.448,65 km² Área: 7.300,7 km²
Municípios: Aguaí, Itapira Municípios: Aguaí, Itapira e Municípios: Itapira, Mogi Municípios: Aguaí, Itapira e Municípios: Aguaí, Itapira e
e Mogi Guaçu Mogi Guaçu Guaçu e Moji Mirim Mogi Guaçu Mogi Guaçu
UGRHI Demandas: 49,090 m³/s Demandas: 53,08 m³/s Demandas: 55,141 m³/s Demandas: 77,283 m³/s Demandas: 81,822 m³/s
09 (39,6% do total) (37,0% do total) (37,0% do total) (38,8% do total) (36,0% do total)
Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas:
Irrigação – 92,4% Irrigação – 92,5% Irrigação – 92,9% Irrigação – 94,4% Irrigação – 94,8%
Indústria – 6,2% Indústria – 6,2% Indústria – 5,8% Indústria – 4,5% Indústria – 4,2%
Área: 2.166,39 km² Área: 1.820,38 km² Área: 1.928,97 km² Área: 2.517,40 km² Área: 3.071,61 km²
Municípios: Barretos, Municípios: Barretos, Colina Municípios: Barretos, Municípios: Barretos, Colina Municípios: Barretos, Colina
Colina e Jaborandi e Jaborandi Colômbia e Jaborandi e Jaborandi e Jaborandi
UGRHI Demandas: 13,828 m³/s Demandas: 13,39 m³/s Demandas: 14,566 m³/s Demandas: 19,778 m³/s Demandas: 21,847 m³/s
Paulista
12 (11,2% do total) (9,3% do total) (9,8% do total) (9,9% do total) (9,6% do total)
(cont.) Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas:
Principais demandas: Principais demandas:
Irrigação – 97,9% Irrigação – 98,2% Irrigação – 98,3% Irrigação – 98,0% Irrigação – 98,2%
Indústria – 1,6% Indústria – 1,7% Indústria – 1,6% Indústria – 1,6% Indústria – 1,4%
Área: 4.977,50 km² Área: 6.924,68 km²
Área: 5.114,79 km² Área: 5.161,69 km² Área: 6.243,88 km²
Municípios: Bebedouro, Municípios: Catanduva,
Municípios: Monte Alto, Municípios: Monte Alto, Municípios: Catanduva,
Monte Azul Paulista e Monte Azul Paulista e
Nova Granada e Paraíso Nova Granada e Paraíso Monte Azul Paulista e Paraíso
Paraíso Paraíso
UGRHI Demandas: 19,05 m³/s Demandas: 19,169 m³/s Demandas: 28,114 m³/s
Demandas: 17,523 m³/s Demandas: 30,97 m³/s
15 (13,3% do total) (12,8% do total) (14,1% do total)
(14,2% do total) (13,6% do total)
Principais demandas: Principais demandas: Principais demandas:
Principais demandas: Irrigação – 96,8% Principais demandas:
Irrigação – 95,5% Irrigação – 95,6%
Irrigação – 95,8% Indústria – 2,7% Irrigação – 97,0%
Indústria – 4,0% Indústria – 3,9%
Indústria – 3,5% Indústria – 2,5%
Elaboração: ENGECORPS, 2016
Obs: Os municípios assinalados em vermelho são aqueles que alteram de um cenário para outro.
As áreas críticas resultantes do balanço hídrico qualitativo para cada cenário podem ser
identificadas nas Figuras 9.5 a 9.8, que mostram os trechos dos cursos d’água que não atendem
a padrões da classe 3 definida pela Resolução CONAMA 357/2005, ou seja, que apresentaram
concentrações de DBO5,20 superiores a 10 mg/L nos cenários alternativos futuros do ano de
2030. Esses resultados foram obtidos com utilização da vazão Q7,10, vazão de referência
adotada pelos estados de São Paulo e Minas Gerais para emissão de outorgas, e aquela que
resulta em balanços hídricos mais críticos.
As Figuras 9.5 a 9.8 identificam: os trechos de cursos d’água críticos e os municípios em que se
localizam; as principais fontes geradoras de cargas de DBO5,20 em cada UGH; os três
municípios de cada UGH responsáveis pela maior carga, listados em um quadro; e um mapa
comparativo das bacias afluentes no que se refere aos seus níveis de criticidade quanto ao
componente qualitativo dos recursos hídricos.
Verifica-se, nessas figuras, que os critérios adotados para o setor de saneamento básico na
etapa de Prognóstico no que se refere às metas que definem os indicadores de coleta e
tratamento de esgotos sanitários são de extrema relevância para a melhoria da qualidade futura
das águas na bacia do rio Grande.
Esses critérios incorporaram o atendimento das metas dos Planos Municipais de Saneamento
Básico disponíveis e das metas do PLANSAB, o que deverá contribuir para o abatimento de
cargas de DBO5,20, em todos os cenários futuros.
Visando aprofundar as causas dos balanços hídricos qualitativos mais críticos da bacia do rio
Grande, foi elaborado o Quadro 9.2, que detalha as análises ilustradas nas Figuras 9.5 a 9.8,
inserindo também os resultados do Diagnóstico, a título de comparação. A setas coloridas
indicam o sentido das mudanças esperadas na criticidade qualitativa identificada de um
cenário em direção ao seguinte.
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Conflitos pelo uso dos Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso
UGH recursos hídricos (em dos recursos hídricos dos recursos hídricos dos recursos hídricos
Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas
comparação ao (em comparação ao (em comparação ao (em comparação ao
Cenário Atual) Cenário Tendencial) Cenário Moderado) Cenário Acelerado)
285 km (3,0% da UGH) de
312 km (3,3% da UGH) de 442 km (4,7% da UGH) de trechos com concentração de
255 km (2,7% da UGH) de
trechos com concentração de trechos com concentração de DBO > 10 mg/L (Classe 4),
trechos com concentração de
761 km (8,0% da UGH) de DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4), esparsamente distribuídos
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
trechos com concentração de esparsamente distribuídos esparsamente distribuídos pela UGH, no entorno e
esparsamente distribuídos
DBO > 10 mg/L (Classe 4), pela UGH, no entorno e pela UGH, no entorno e seguindo a jusante das áreas
pela UGH, no entorno e
esparsamente distribuídos seguindo a jusante das áreas seguindo a jusante das áreas urbanas. Principais fontes de
seguindo a jusante das áreas
pela UGH, no entorno e urbanas. Principais fontes de urbanas. Principais fontes de carga poluente: esgotamento
urbanas. Principais fontes de
seguindo a jusante das áreas carga poluente: esgotamento carga poluente: esgotamento sanitário da área urbana dos
carga poluente: esgotamento
urbanas. Principais fontes de sanitário da área urbana dos sanitário da área urbana dos municípios de Campo Belo,
sanitário da área urbana dos
carga poluente: esgotamento municípios de Campo Belo e municípios de Campo Belo, lançado pela ETE no rio
municípios de Campo Belo e
sanitário da área urbana dos Três Pontas, representando, Guaxupé e Três Pontas, Jacaré, e Três Pontas, no
Três Pontas, representando,
GD 03 municípios, sendo que vários respectivamente, 16,3% e representando, ribeirão das Araras,
respectivamente, 15,1% e
deles contribuem com 5% a 10,5% dos trechos em Classe respectivamente, 12,8%, 9,3% representam,
12,9% dos trechos em Classe
10% do total de trechos em 4 da UGH (84 km, 27% do e 9,4% dos trechos em Classe respectivamente, 17,9% e
4 da UGH (71,5 km, 28% do
Classe 4, como Campo Belo total). Os demais trechos são 4 da UGH (139 km, 31,5% do 11,5% dos trechos em Classe
total). Os demais trechos são
(7,7%), Campos Gerais (6,1%), distribuídos entre municípios total). Os demais trechos são 4 da UGH (84 km, 29,5% do
distribuídos entre municípios
Formiga (9,3%) e Guaxupé que contribuem com menos distribuídos entre municípios total). Os demais trechos são
que contribuem com menos
(9,6%), sendo que a influência de 10% do total de trechos que contribuem com menos distribuídos entre municípios
de 10% do total de trechos
deste último no rio Guaxupé em Classe 4. Ressalta-se que de 10% do total de trechos que contribuem com menos
em Classe 4. Ressalta-se que a
ultrapassa o limite entre a GD a influência de Guaxupé no em Classe 4. Ressalta-se que a de 10% do total de trechos
influência de Guaxupé no rio
03 e a UGRHI 04. rio homônimo ultrapassa o influência de Guaxupé no rio em Classe 4. Ressalta-se que a
homônimo ultrapassa o limite
limite entre a GD 03 e a homônimo ultrapassa o limite influência de Guaxupé no rio
entre a GD 03 e a UGRHI 04.
UGRHI 04. entre a GD 03 e a UGRHI 04. homônimo ultrapassa o limite
entre a GD 03 e a UGRHI 04.
79 km (1,8% da UGH) de
97 km (2,3% da UGH) de 152 km (3,6% da UGH) de
257 km (6,0% da UGH) de 86 km (2,0% da UGH) de trechos com concentração de
trechos com concentração de trechos com concentração de
trechos com concentração de trechos com concentração de DBO > 10 mg/L (Classe 4),
DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4),
DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4), no entorno das áreas urbanas
no entorno das áreas urbanas no entorno das áreas urbanas
esparsamente distribuídos no entorno das áreas urbanas de alguns municípios.
de alguns municípios. de alguns municípios.
pela UGH, sempre ao entorno de alguns municípios. Principais fontes de carga
Principais fontes de carga Principais fontes de carga
das áreas urbanas. Principais Principais fontes de carga poluente: esgotamento
poluente: esgotamento poluente: esgotamento
fontes de carga poluente: poluente: esgotamento sanitário da área urbana dos
GD 04 sanitário da área urbana dos sanitário da área urbana dos
esgotamento sanitário da área sanitário da área urbana dos municípios de Cambuquira
municípios de Cambuquira, municípios de Campanha
urbana dos municípios de municípios de Cambuquira (12,8% do total), Campanha
Campanha e Cruzília, (14,8% do total), Cruzília
Cambuquira, Campanha, (14,4% do total), Campanha (23,2% do total), Cruzília
representando, (14,2% do total) e São
Cruzília e São Lourenço, que (21,2% do total) e Cruzília (18,6% do total), e São Thomé
respectivamente, 18,2%, Lourenço (13,4% do total),
juntos somam 113 km de (17,0% do total), somando das Letras (12,1% do
18,9% e 20,6% dos trechos somando juntos 64,5 km dos
trechos em Classe 4 (44% do juntos 45 km dos trechos em total),somando juntos 53 km
em Classe 4 (56 km, 58% do trechos em Classe 4 (42,5%
total). Classe 4 (52,5% do total). dos trechos em Classe 4 (67%
total). do total).
do total).
Continua...
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Conflitos pelo uso dos Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso
UGH recursos hídricos (em dos recursos hídricos dos recursos hídricos dos recursos hídricos
Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas
comparação ao (em comparação ao (em comparação ao (em comparação ao
Cenário Atual) Cenário Tendencial) Cenário Moderado) Cenário Acelerado)
229 km (4,2% da UGH) de 175 km (3,2% da UGH) de
trechos com concentração de trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4),
212 km (3,9% da UGH) de 255 km (4,7% da UGH) de
esparsamente distribuídos esparsamente distribuídos
382 km (7,0% da UGH) de trechos com concentração de trechos com concentração de
pela UGH, no entorno e pela UGH, no entorno e
trechos com concentração de DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4),
seguindo a jusante das áreas seguindo a jusante das áreas
DBO > 10 mg/L (Classe 4), esparsamente distribuídos esparsamente distribuídos
urbanas. Principais fontes de urbanas. Principais fontes de
esparsamente distribuídos pela UGH, no entorno e pela UGH, no entorno e
carga poluente: esgotamento carga poluente: esgotamento
pela UGH, no entorno e seguindo a jusante das áreas seguindo a jusante das áreas
sanitário da área urbana dos sanitário da área urbana dos
seguindo a jusante das áreas urbanas. Principais fontes de urbanas. Principais fontes de
municípios de Elói Mendes, municípios de Elói Mendes,
urbanas. Principais fontes de carga poluente: esgotamento carga poluente: esgotamento
em ETE do ribeirão Mutuca, e em ETE do ribeirão Mutuca, e
carga poluente: esgotamento sanitário da área urbana dos sanitário da área urbana dos
Pouso Alegre, com duas ETEs Pouso Alegre, com duas ETEs
sanitário da área urbana dos municípios que contribuem municípios que contribuem
GD 05 no rio Sapucaí-Mirim, no rio Sapucaí-Mirim,
municípios de Cambuí, Elói com 5% a 10% do total de com 5% a 10% do total de
contribuem respectivamente contribuem respectivamente
Mendes, Pouso Alegre e São trechos em Classe 4, como trechos em Classe 4, como
com 8,1% e 10,6% do total de com 8,9% e 11,1% do total de
Gonçalo do Sapucaí, que Cambuí, Conceição dos Cambuí, Conceição dos
trechos em Classe 4 (43 km, trechos em Classe 4 (35 km,
juntos somam 139,5 km de Ouros, Elói Mendes, Ouros, Elói Mendes, Maria da
19% do total). Os demais 20% do total). Os demais
trechos em Classe 4 (36,5% Paraisópolis, Pouso Alegre e Fé, Paraisópolis, Pouso Alegre
trechos são distribuídos entre trechos são distribuídos entre
do total), sendo que a São Gonçalo do Sapucaí. e São Gonçalo do Sapucaí.
municípios que contribuem municípios que contribuem
influência deste último Ressalta-se que a influência de Ressalta-se que a influência de
com menos de 5% do total de com menos de 5% do total de
ultrapassa o limite entre a GD São Gonçalo do Sapucaí São Gonçalo do Sapucaí
trechos em Classe 4. Ressalta- trechos em Classe 4. Ressalta-
05 e a GD 04. ultrapassa o limite entre a GD ultrapassa o limite entre a GD
se que a influência de São se que a influência de São
03 e a GD 04. 03 e a GD 04.
Gonçalo do Sapucaí Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04. 03 e a GD 04.
459 km (12,8% da UGH) de
253 km (7,0% da UGH) de
trechos com concentração de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
DBO > 10 mg/L (Classe 4), 166 km (4,6% da UGH) de 133 km (3,7% da UGH) de
distribuídos pela UGH, no
distribuídos pela UGH, no trechos com concentração de trechos com concentração de
entorno das áreas urbanas. 185 km (5,1% da UGH) de
entorno das áreas urbanas. DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4),
Principais fontes de carga trechos com concentração de
Principais fontes de carga distribuídos pela UGH, no distribuídos pela UGH, no
poluente: esgotamento DBO > 10 mg/L (Classe 4),
poluente: esgotamento entorno das áreas urbanas. entorno das áreas urbanas.
sanitário da área urbana e distribuídos pela UGH, no
sanitário da área urbana de Principais fontes de carga Principais fontes de carga
indústrias de laticínios e entorno das áreas urbanas.
Andradas (16,7% do total), poluente: esgotamento poluente: esgotamento
metalurgia em Poços de Principais fontes de carga
esgotamento de Ouro Fino, sanitário da área urbana de sanitário da área urbana de
Caldas (122 km, 26,6% do poluente: esgotamento
lançado pela ETE no ribeirão Andradas (12,6% do total), Andradas (10,2% do total),
total). Outros 124 km de sanitário da área urbana de
Ouro Fino (12,4% do total) e esgotamento de Monte Sião, esgotamento de Monte Sião,
GD 06 trechos em Classe 4 (27% do Andradas, e esgotamento
indústria de laticínios e lançado pela ETE no rio das lançado pela ETE no rio das
total) são distribuídos entre os sanitário e indústria de
esgotamento sanitário de Pedras (7,4% do total) e Pedras (9,2% do total) e
municípios de Andradas, laticínios em Poços de Caldas,
Poços de Caldas, lançados no indústria de laticínios e indústria de laticínios e
Ipuiúna, Monte Sião e Ouro lançados no ribeirão das Antas
ribeirão das Antas e no rio esgotamento sanitário de esgotamento sanitário de
Fino. Ressalta-se que a e no rio Lambari, que
Lambari, contribuindo com Poços de Caldas, lançados no Poços de Caldas, lançados no
influência de Andradas no rio contribuem com 16,1% e
10,2% do total de trechos em ribeirão das Antas e no rio ribeirão das Antas e no rio
Jaguari-Mirim ultrapassa o 13,9%, respectivamente, do
Classe 4 (99,5 km, 39% do Lambari, contribuindo com Lambari, contribuindo com
limite entre a GD 06 e a total de trechos em Classe 4
total). Ressalta-se que a 15,5% do total de trechos em 19,3% do total de trechos em
UGRHI 09, assim como a de (55 km, 30% do total).
influência de Andradas no rio Classe 4 (59 km, 36% do Classe 4 (51,5 km, 39% do
Poços de Caldas no rio
Jaguari-Mirim ultrapassa o total). total).
lambari, que deságua no Rio
limite entre a GD 06 e a
Pardo, ultrapassa o limite com
UGRHI 09.
a UGRHI 04.
Continua...
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Conflitos pelo uso dos Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso
UGH recursos hídricos (em dos recursos hídricos dos recursos hídricos dos recursos hídricos
Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas
comparação ao (em comparação ao (em comparação ao (em comparação ao
Cenário Atual) Cenário Tendencial) Cenário Moderado) Cenário Acelerado)
153 km (2,6% da UGH) de 290 km (4,9% da UGH) de
514 km (8,7% da UGH) de
trechos com concentração de trechos com concentração de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4),
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no distribuídos pela UGH, no
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas. entorno das áreas urbanas.
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga Principais fontes de carga
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento poluente: esgotamento
poluente: esgotamento
GD 07 sanitário da área urbana de sanitário da área urbana de Idem ao Cenário Tendencial Idem ao Cenário Acelerado
sanitário da área urbana de
Passos, lançado pela ETE no Passos, lançado pela ETE no
Passos e São Sebastião do
ribeirão Bocaina, e São ribeirão Bocaina, e São
Paraíso, que contribuem com
Sebastião do Paraíso, que Sebastião do Paraíso, que
14,2% e 32,6%,
contribuem com 17,9% e contribuem com 9,4% e
respectivamente, do total de
29,8%, respectivamente, do 34,4%, respectivamente, do
trechos em Classe 4 (240,5
total de trechos em Classe 4 total de trechos em Classe 4
km, 47% do total).
(73 km, 48% do total). (127 km, 44% do total).
185 km (2,0% da UGH) de 201 km (2,2% da UGH) de 188 km (2,0% da UGH) de
trechos com concentração de trechos com concentração de trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4),
devido aos efluentes devido aos efluentes devido aos efluentes
499 km (5,4% da UGH) de
domésticos de Uberaba que, domésticos de Uberaba que, domésticos de Uberaba que,
trechos com concentração de
no futuro, estarão no futuro, estarão no futuro, estarão
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados em três ETEs concentrados em três ETEs concentrados em três ETEs
concentrados especialmente
nos córregos das Toldas, nos córregos das Toldas, nos córregos das Toldas,
no extremo leste da UGH.
Desbarrancado e Jaú, e nos Desbarrancado e Jaú, e nos Desbarrancado e Jaú, e nos
GD 08 Principais fontes de carga Idem ao Cenário Tendencial
lançamento de indústrias de lançamentos de indústrias de lançamentos de indústrias de
poluente: esgotamento
fertilizantes e abate de fertilizantes e abate de fertilizantes e abate de
sanitário da área urbana e
animais (96 km, 52% do animais (105 km, 52,5% do animais (96 km, 51% do
indústrias de fertilizantes e
total), da cidade de Iturama total), da cidade de Iturama total), da cidade de Iturama
abate de animais em Uberaba
no córrego Santa Rosa (31,3 no córrego Santa Rosa (31 no córrego Santa Rosa (32
(356 km, 71% do total).
km, 16,9% do total) e da km, 15,4% do total) e da km, 16,9% do total) e da
cidade de Itapagipe no cidade de Itapagipe no cidade de Itapagipe no
córrego Maia D' Alta (30,8 córrego Maia D' Alta (30 km, córrego Maia D' Alta (31 km,
km, 16,6%). 15,1%). 16,6%).
15 km (4,1% da UGH) de
trechos com concentração de
141 km (38% da UGH) de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
trechos com concentração de
concentrados no lançamento
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
de um único município.
concentrados na área central
Principais fontes de carga
UGRHI 01 da UGH. Principais fontes de Idem ao Cenário Tendencial Idem ao Cenário Tendencial Idem ao Cenário Acelerado
poluente: esgotamento
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
sanitário da área urbana de
Campos do Jordão, lançado
Campos do Jordão (136 km,
pela ETE no rio Sapucaí-
96% do total).
Guaçu (15 km, 100% do
total).
Continua...
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Conflitos pelo uso dos Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso
UGH recursos hídricos (em dos recursos hídricos dos recursos hídricos dos recursos hídricos
Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas
comparação ao (em comparação ao (em comparação ao (em comparação ao
Cenário Atual) Cenário Tendencial) Cenário Moderado) Cenário Acelerado)
268 km (5,6% da UGH) de 302 km (6,3% da UGH) de 250 km (5,3% da UGH) de
trechos com concentração de trechos com concentração de trechos com concentração de 229 km (4,8% da UGH) de
416 km (8,7% da UGH) de DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4), trechos com concentração de
trechos com concentração de esparsamente distribuídos esparsamente distribuídos esparsamente distribuídos DBO > 10 mg/L (Classe 4),
DBO > 10 mg/L (Classe 4), pela UGH, no entorno das pela UGH, no entorno das pela UGH, no entorno das esparsamente distribuídos
esparsamente distribuídos sedes urbanas. Principais sedes urbanas. Principais sedes urbanas. Principais pela UGH, no entorno das
pela UGH, no entorno das fontes de carga poluente: fontes de carga poluente: fontes de carga poluente: sedes urbanas. Principais
sedes urbanas. Principais esgotamento sanitário da área esgotamento sanitário da área esgotamento sanitário da área fontes de carga poluente:
fontes de carga poluente: urbana de Cravinhos, urbana do municípios de urbana dos municípios de esgotamento sanitário da área
esgotamento sanitário da área contribuindo com 13,1% do Cravinhos, contribuindo com Cravinhos e Ribeirão Preto, urbana dos municípios de
urbana dos municípios de total (35,1 km). Também se 11,6% do total (35 km). contribuindo com 14,0% e Cravinhos e Ribeirão Preto,
Cravinhos, São José do Rio destacam o esgotamento Também se destacam o 6,5% do total (20,6%, 51,5 contribuindo com 15,3% e
UGRHI 04
Pardo, São Simão e Tambaú, sanitário de Santa Rosa de esgotamento sanitário e o km). Também se destacam o 7,2% do total (22,5%, 51,5
que juntos somam 140 km de Viterbo (21,5 km, 8% do total) lançamento de indústria esgotamento sanitário de km). Também se destacam o
trechos em Classe 4 (33,6% e o esgotamento e alimentícia em São José do Altinópolis (17 km, 6,9% do esgotamento sanitário Santa
do total). Destacam-se lançamento de indústria Rio Pardo, que somam 27,5 total), e em Santa Rosa de Rosa de Viterbo, lançado
também os reflexos dos alimentícia em São José do km de trechos em Classe 4 Viterbo, lançado pelas duas pelas duas ETEs nos córregos
lançamentos de esgotamento Rio Pardo, que somam 19 km (9,1% do total) e o ETEs nos córregos Bibiano e Bibiano e Caçador (26,5 km,
sanitário de Guaxupé (GD de trechos em Classe 4 (7,1% esgotamento de Tambaú (25 Caçador (26,5 km, 10,6% do 11,6% do total). Nota-se
03), no rio Guaxupé, e de do total). Nota-se também o km, 8,3% do total). Nota-se total). Nota-se também o também o reflexo dos
Poços de Caldas (GD 06), no reflexo dos lançamentos de também o reflexo dos reflexo dos lançamentos de lançamentos de esgotamento
rio Pardo. esgotamento sanitário de lançamentos de esgotamento esgotamento sanitário de sanitário de Guaxupé (GD
Guaxupé (GD 03), no rio sanitário de Guaxupé (GD Guaxupé (GD 03), no rio 03), no rio Guaxupé.
Guaxupé. 03), no rio Guaxupé. Guaxupé.
168 km (3,7% da UGH) de 178 km (3,9% da UGH) de 159 km (3,5% da UGH) de 155 km (3,4% da UGH) de
trechos com concentração de trechos com concentração de trechos com concentração de trechos com concentração de
276 km (6,1% da UGH) de
DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4),
trechos com concentração de
esparsamente distribuídos esparsamente distribuídos esparsamente distribuídos esparsamente distribuídos
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
pela UGH, no entorno das pela UGH, no entorno das pela UGH, no entorno das pela UGH, no entorno das
esparsamente distribuídos
sedes urbanas. Principais sedes urbanas. Principais sedes urbanas. Principais sedes urbanas. Principais
pela UGH, no entorno das
fontes de carga poluente: fontes de carga poluente: fontes de carga poluente: fontes de carga poluente:
sedes urbanas. Principais
esgotamento sanitário da área esgotamento sanitário da área esgotamento sanitário da área esgotamento sanitário da área
fontes de carga poluente:
urbana dos municípios de urbana dos municípios de urbana dos municípios de urbana dos municípios de
esgotamento sanitário da área
Batatais, que representa Batatais, que representa Batatais, que representa Batatais, que representa
UGRHI 08 urbana dos municípios de
21,3% dos trechos em Classe 20,2% dos trechos em Classe 22,6% dos trechos em Classe 23,1% dos trechos em Classe
Batatais (74,5 km, 27% do
4 (35,8 km). Também se 4 (36 km). Também se 4 (35,7 km). Também se 4 (35,8 km). Também se
total), Franca (36 km, 13% do
destacam as contribuições do destacam as contribuições do destacam as contribuições do destacam as contribuições do
total), Pedregulho (24 km,
lançamento das ETEs dos lançamento das ETEs dos lançamento das ETEs dos lançamento das ETEs dos
8,8% do total) e São Joaquim
municípios de Franca, no municípios de Franca, no municípios de Franca, no municípios de Franca, no
da Barra (26 km, 9,5% do
córrego Santa Bárbara (19,3 córrego Santa Bárbara (29,5 córrego Santa Bárbara (19,3 córrego Santa Bárbara (24,6
total), que juntos somam 161
km, 11,5% do total), e em km, 16,6% do total), e em km, 12,2% do total), e em km, 15,9% do total), e em
km de trechos em Classe 4
Pedregulho, no córrego da Pedregulho, no córrego da Pedregulho, no córrego da Pedregulho, no córrego da
(58% do total).
Cascata (20,7 km, 12,3% do Cascata (24,4 km, 13,7% do Cascata (21,1 km, 13,3% do Cascata (20,6 km, 13,3% do
total). total). total). total).
Continua...
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Conflitos pelo uso dos Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso
UGH recursos hídricos (em dos recursos hídricos dos recursos hídricos dos recursos hídricos
Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas
comparação ao (em comparação ao (em comparação ao (em comparação ao
Cenário Atual) Cenário Tendencial) Cenário Moderado) Cenário Acelerado)
492 km (6,4% da UGH) de 522 km (6,7% da UGH) de
418 km (5,4% da UGH) de
trechos com concentração de trechos com concentração de 458 km (5,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4), trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
981 km (12,7% da UGH) de concentrados na porção concentrados na porção DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
trechos com concentração de sudeste da UGH, de modo sudeste da UGH, de modo distribuídos pela UGH, no
entorno das sedes urbanas de
DBO > 10 mg/L (Classe 4), geral no entorno das sedes geral no entorno das sedes entorno das sedes urbanas de
alguns municípios. Principais
concentrados nas porções urbanas. Principais fontes de urbanas. Principais fontes de alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
sudeste e noroeste da UGH, carga poluente: esgotamento carga poluente: esgotamento fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário na área
de modo geral no entorno das sanitário e lançamentos sanitário e lançamentos esgotamento sanitário na área
urbana de Araras, lançado
sedes urbanas. Principais industriais na área urbana de industriais na área urbana de urbana de Araras, lançado
pela ETE no ribeirão das
fontes de carga poluente: Moji-Mirim e Mogi-Guaçu, Moji-Mirim e Mogi-Guaçu, pela ETE no ribeirão das
Araras, e o lançamento de
esgotamento sanitário da área que juntos somam 57 km de que juntos somam 66 km de Araras, e o lançamento de
Usina Sucroalcooleira no
urbana dos municípios de trechos em Classe 4 (11,6% trechos em Classe 4 (12,7% Usina Sucroalcooleira no
ribeirão do Pinhal, somando
UGRHI 09 Araras (7,2% do total), Leme do total). Também se destaca do total). Também se destaca ribeirão do Pinhal, somando
28,8 km de trechos em Classe
(8,1% do total), Moji-Mirim e o esgotamento sanitário de o esgotamento sanitário de 28,8 km de trechos em Classe
4 no município (6,89% do
Mogi-Guaçu (9,0% do total) e Araras, lançado pela ETE no Araras, lançado pela ETE no 4 no município (6,3% do
total). Destacam-se também,
Porto Ferreira (6,2% do total), ribeirão das Araras, e o ribeirão das Araras, e o total). Destaca-se também, em
o lançamento da ETE no rio
que juntos somam 300 km de lançamento de Usina lançamento de Usina São João da Boa Vista, o
Jaguari-Mirim em São João da
trechos em Classe 4 (30,5% Sucroalcooleira no ribeirão do Sucroalcooleira no ribeirão do lançamento da ETE no rio
Boa Vista, refletindo em 20,0
do total). Os demais trechos Pinhal, somando 29,0 km de Pinhal, somando 29,3 km de Jaguari-Mirim, refletindo em
km de trechos em Classe 4
são distribuídos entre trechos em Classe 4 no trechos em Classe 4 no 22,9 km de trechos em Classe
(4,8% do total), e em Leme, o
municípios que contribuem município (5,9% do total). Os município (5,6% do total). Os 4 (5,0% do total). Os demais
lançamento da ETE no
com menos de 5% do total de demais trechos são demais trechos são trechos são distribuídos entre
ribeirão do Meio, como
trechos em Classe 4. distribuídos entre municípios distribuídos entre municípios municípios que contribuem
consequência de 20,5 km de
que contribuem com menos que contribuem com menos com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4 (4,9% do
de 5% do total de trechos em de 5% do total de trechos em trechos em Classe 4.
total).
Classe 4. Classe 4.
146 km (4,6% da UGH) de
133 km (4,2% da UGH) de
trechos com concentração de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
242 km (7,6% da UGH) de DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área centro-
trechos com concentração de concentrados na área centro-
sul da UGH, principalmente
DBO > 10 mg/L (Classe 4), sul da UGH, principalmente
no entorno das maiores áreas
concentrados na área centro- no entorno das maiores áreas
urbanas. Principais fontes de
sul da UGH, principalmente urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
no entorno das maiores áreas carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
urbanas. Principais fontes de sanitário da área urbana de
Bebedouro, com ETE no
carga poluente: esgotamento Bebedouro, com ETE no
córrego Mandembo,
sanitário da área urbana de córrego Mandembo,
impactando em 73 km de
UGRHI 12 Bebedouro, impactando em impactando em 69 km de Idem ao Cenário Tendencial Idem ao Cenário Acelerado
trechos em Classe 4 (50% do
136 km de trechos em Classe trechos em Classe 4 (52% do
total da UGH). Destacam-se
4 (56% do total da UGH). total da UGH). Destacam-se
também as contribuições do
Destacam-se também as também as contribuições do
esgotamento urbano em
contribuições do esgotamento esgotamento urbano em
Barretos, lançados no rio
urbano em Barretos (40 km, Barretos, lançados no rio
Barro Preto, rio das Pedras e
16,5% do total), e os Barro Preto, rio das Pedras e
córrego Pitangueiras (40 km,
lançamento industriais em córrego Pitangueiras (40 km,
27,5% do total), e os
Colina (12 km, 5% do total da 30% do total), e os
lançamento industriais em
UGH). lançamento industriais em
Colina, no córrego da Estiva
Colina, no córrego da Estiva
(12 km, 8,3% do total da
(12 km, 9% do total da UGH).
UGH).
Continua...
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Conflitos pelo uso dos Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso Conflitos pelo uso
UGH recursos hídricos (em dos recursos hídricos dos recursos hídricos dos recursos hídricos
Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas Áreas Críticas
comparação ao (em comparação ao (em comparação ao (em comparação ao
Cenário Atual) Cenário Tendencial) Cenário Moderado) Cenário Acelerado)
1020 km (13,6% da UGH) de 1048 km (14,0% da UGH) de 978 km (13,0% da UGH) de
trechos com concentração de trechos com concentração de trechos com concentração de
1403 km (18,7% da UGH) de DBO > 10 mg/L (Classe 4), 1090 km (14,5% da UGH) de DBO > 10 mg/L (Classe 4), DBO > 10 mg/L (Classe 4),
trechos com concentração de concentrados nas regiões trechos com concentração de concentrados nas regiões concentrados nas regiões
DBO > 10 mg/L (Classe 4), central e sul da UGH. DBO > 10 mg/L (Classe 4), central e sul da UGH. central e sul da UGH.
concentrados nas regiões Principais fontes de carga concentrados nas regiões Principais fontes de carga Principais fontes de carga
central e sul da UGH. poluente: esgotamento central e sul da UGH. poluente: esgotamento poluente: esgotamento
Principais fontes de carga sanitário da área urbana de Principais fontes de carga sanitário da área urbana de sanitário da área urbana de
poluente: esgotamento São José do Rio Preto e poluente: esgotamento São José do Rio Preto e São José do Rio Preto e
sanitário da área urbana de cidades lindeiras, cujos sanitário da área urbana de cidades lindeiras, cujos cidades lindeiras, cujos
São José do Rio Preto e efluentes são lançados no rio São José do Rio Preto e efluentes são lançados no rio efluentes são lançados no rio
cidades lindeiras, cujos Preto, impactando em 219 cidades lindeiras, cujos Preto, impactando em 240 Preto, impactando em 226
UGRHI 15
efluentes são lançados no rio km de trechos em Classe 4 efluentes são lançados no rio km de trechos em Classe 4 km de trechos em Classe 4
Preto, impactando em 285 (21,5% do total da UGH). Preto, impactando em 245 (23% do total da UGH). (23,1% do total da UGH).
km de trechos em Classe 4 Destacam-se também as km de trechos em Classe 4 Destacam-se também as Destacam-se também as
(20,3% do total da UGH). contribuições do esgotamento (22,5% do total da UGH). contribuições do esgotamento contribuições do esgotamento
Destacam-se também as urbano de Pindorama e Destacam-se também as urbano de Pindorama e urbano de Pindorama e
contribuições do esgotamento Catanduva, lançados no rio contribuições do esgotamento Catanduva, lançados no rio Catanduva, lançados no rio
urbano de Pindorama, São Domingos (64 km, 6,3% urbano de Pindorama e São Domingos (57 km, 5,4% São Domingos (60 km, 6,1%
Catanduva, Catiguá e Uchoa, do total), e o esgotamento Catanduva, lançados no rio do total), e o esgotamento do total), e o esgotamento
lançados no rio São Domingos sanitário de Votuporanga, São Domingos (67 km, 6,2% sanitário de Votuporanga, sanitário de Votuporanga,
(140 km, 10% do total). lançado após ETE no ribeirão do total). lançado após ETE no ribeirão lançado após ETE no ribeirão
do Marinheiro (56 km, 5,5% do Marinheiro (60 km, 5,7% do Marinheiro (56 km, 5,7%
do total). do total). do total).
A avaliação qualitativa pela extensão de trechos de rios compatíveis apenas com a classe 4
de enquadramento (DBO5,20>10 mg/L), indicou que a principal causa para a ocorrência de
trechos críticos foram os lançamentos de esgoto doméstico urbano, com poucos trechos
associados ao lançamento de efluentes industriais;
No horizonte de planejamento do Plano, com a previsão de melhorias nos índices de
saneamento, sobretudo dos índices de coleta e tratamento de esgotos sanitários, foi
observada uma redução entre 40% e 55% na extensão total de trechos compatíveis com a
Classe 4 da situação atual para os cenários futuros;
De modo geral, na vertente paulista responde pela maior parte dos trechos que atendem
apenas aos limites de DBO5,20 das classes de enquadramento 3 e 4 da bacia do rio
Grande, sendo as UGRHIs 09 e 15 as mais críticas que, em conjunto, abrangem
aproximadamente 40% do total de trechos compatíveis com a Classe 4 da Bacia;
Na vertente mineira, as maiores extensões de trechos compatíveis com a Classe 4 foram
observadas nas GDs 02 e 03. A GD 01 foi a UGH que apresentou melhor condição para
qualidade da água de toda a bacia, com menos de 1% de seus trechos em situação crítica
nos cenários futuros;
Apesar da existência de sistemas de tratamento de efluentes com alta capacidade de
remoção de poluentes em vários municípios, os cursos d’água das UGHs que se mostraram
mais críticos apresentam baixas vazões e, consequentemente, reduzida capacidade de
diluição.
O Cenário do PIRH-Grande foi concebido como uma leitura – sob a ótica de orientar a
estratégia de gestão dos recursos hídricos – dos três cenários alternativos futuros considerados
na etapa de Prognóstico: Tendencial, Moderado e Acelerado.
Cada cenário descortina efeitos distintos sobre a bacia e pode ocorrer de fato. Não cabe, pois,
ao gestor dos recursos hídricos “acertar” qual cenário ocorrerá de fato, mas estar preparado,
em suas estratégias de ação, para qualquer um deles.
Assim, a leitura integrada dos resultados dos cenários Tendencial, Acelerado e Moderado
perpassa pela identificação de casos-tipo, ou seja, de situações que demandem uma
Para a identificação desses casos-tipo, utilizou-se uma composição dos três cenários, visando
identificar situações que se mantêm consistentes ao longo do tempo e/ou ao longo dos cenários
– casos-típicos denominados de arquétipos. A metodologia para identificação desses
arquétipos partiu dos resultados dos balanços hídricos e definiu uma série de critérios.
O primeiro desses critérios foi a identificação da intensidade com a qual os resultados dos
balanços hídricos se rebateram em cada microbacia, nos três cenários simulados, partindo-se
dos resultados consolidados dos balanços hídricos da situação atual e dos cenários futuros,
respeitando as seguintes faixas:
Uma vez que os cenários Moderado e Tendencial demonstram limites possíveis de variação
futura, tem-se que, na situação exposta, essas microbacias devem ser identificadas para que
recebam a devida resposta de gestão, no caso, uma resposta urgente pois a situação é crítica
desde já e identifica-se, pelos cenários, que assim deverá permanecer.
Uma vez que a concepção dos cenários está vinculada ao timing de cumprimento das metas do
PLANSAB (e das metas dos municípios que detêm Planos de Saneamento Básico), a
identificação de uma área com permanência de elevada intensidade na concentração de DBO
diante dos pressupostos adotados conduz à ação: reforçar a importância do cumprimento das
metas e promover a identificação e a atuação sobre as fontes de lançamento de poluentes a
montante que causam a permanência da elevada concentração de DBO.
Da mesma forma que algumas microbacias podem apresentar trechos de cursos d’água com
alta intensidade de concentração de DBO nos três cenários, outras microbacias podem ser
identificadas como tendo uma elevada concentração apenas em um dos cenários, com queda
nos demais cenários.
Nessa situação, evidencia-se uma diferença entre essas microbacias no que tange às ações de
gestão, uma vez que as que se apresentam críticas em todos os cenários detêm um caráter de
urgência maior do que aquelas que apresentam criticidade apenas em um ou outro cenário.
Da mesma forma que para a qualidade, identifica-se a intensidade das microbacias quanto à
“permanência” do percentual da demanda em relação à oferta hídrica ao longo dos três
cenários. Uma microbacia com demanda excessiva atualmente pode se manter nessa categoria
em todos os três cenários. Outras, contudo, podem demonstrar demanda em excesso apenas
como resultado de um determinado perfil de desenvolvimento futuro, porém, não nos demais.
A integração dessas situações é realizada por meio dos critérios expostos no Quadro 5.1, que
definem classes de intensidade quanto aos resultados dos balanços hídricos quanti-qualitativos,
considerando-se a cena atual e os três cenários futuros. A ponderação dessa intensidade ocorre
pela combinação da ocorrência dos diferentes gradientes, compondo uma visão única para o
critério, que considera a potencial ocorrência de qualquer desdobramento.
O Quadro 9.3 relaciona a classificação adotada para as microbacias com base nos balanços
hídricos quantitativos e qualitativos quanto à intensidade dos seus resultados.
QUADRO 9.3 – CRITÉRIOS PARA LEITURA DA INTENSIDADE DOS RESULTADOS DOS BALANÇOS
HÍDRICOS QUANTI-QUALITATIVOS
Qualidade
Quantidade (demanda
Classe Classificação Critério (concentração de DBO
vs. oferta, em %)
em mg/L)
Classe atual menos intensa; permanência de
1 Muito baixa De 0 a 20 De 0 a 3
muito baixa intensidade nos três cenários
Intensidade baixa como preponderante,
2 Baixa podendo apresentar variações para mais ou De 0 a 70 De 0 a 10
menos, a depender do cenário
Intensidade média como preponderante;
podendo apresentar variações para mais ou
3 Média De 70 a 100 De 3 a 20
menos, a depender do cenário, mas não em
mais de um dos cenários
Intensidade elevada como preponderante,
4 Elevada podendo apresentar variações para mais ou De 50 a maior que 100 De 5 a maior que 20
menos, a depender do cenário
Classe atual mais intensa; permanência de
5 Excessiva Maior que 100 Maior que 20
muito alta intensidade nos três cenários
Uma vez classificada a intensidade e a direção preponderantes dos resultados dos balanços
hídricos nos Cenários Tendencial, Acelerado e Moderado, é possível definir os arquétipos que
endereçam as ações de gestão em cada microbacia e UGH da bacia do rio Grande, objetivo
principal do Cenário do Plano. Esta leitura se faz dentro do primeiro horizonte de
planejamento existente (ano de 2020) e indica, como antecipação aos demais recortes
temporais, as considerações do timing de ação de 2020 em diante.
URGÊNCIA
Demanda no limite Urgente – Urgência na restrição de uso e redirecionamento da pressão de
6 ou acima, com situação já crítica crescimento; potencial para mercado de água; definição de situações
pressão e piora à vista emergenciais de restrição de captação e contingência; busca de
alternativas de gestão da demanda e da oferta.
A Figura 9.9 mostra o mapeamento dos arquétipos de microbacias definidos para gestão da
quantidade de água na bacia do rio Grande, considerando os resultados do balanço hídrico
quantitativo para as vazões Q7,10. Identifica as áreas por suas estratégias mais claras de ação,
combinando a intensidade e a direção dos movimentos antevistos. Pode-se a partir de então,
observar o comportamento das áreas já críticas e propor as estratégias de ação mais necessárias
para cada local, considerando os possíveis desdobramentos cenarizados.
O Quadro 9.5 define os critérios utilizados para ordenar o cruzamento entre a intensidade e a
direção dos resultados dos balanços hídricos qualitativos, a partir das concentrações de
DBO5,20 obtidas em cada cenário, e indica, em cores, na última coluna, os arquétipos
considerados para categorizar cada microbacia.
A Figura 9.10 mostra o mapeamento dos arquétipos de microbacias definidos para gestão da
qualidade da água na bacia do rio Grande, considerando os resultados dos balanços hídricos
qualitativos para a vazão Q7,10.
A ampliação dos sistemas de coleta e tratamento de efluentes, que se planeja como substancial
já no curto prazo, se traduz em uma grande quantidade de microbacias com a classificação de
preocupação de gestão para o médio e longo prazo.
É também no entorno dos grandes centros urbanos que as demais áreas classificadas como
demandantes de ações no curto prazo se encontram, notadamente em áreas de cabeceiras,
onde há vazão reduzida para diluição das cargas poluentes geradas.
Neste capítulo, apresentam-se as principais diretrizes que foram propostas pelo PIRH-Grande
para os instrumentos de gestão dos recursos hídricos, acrescentando-se também diretrizes para
fiscalização dos usos e alocação de água na bacia.
Especial atenção deverá ser dada à execução das ações que promoverão a concretização das
diretrizes definidas pelo PIRH-Grande, no sentido de que sejam respeitadas as especificidades
das bacias afluentes e as determinações particulares dos CBHs-Bacias Afluentes, com a devida
pactuação entre essas entidades, de modo a evitar incompatibilidades entre o que está previsto
para os rios de domínio da União e para os corpos d’água de domínio dos estados.
A principal diretriz relacionada com a outorga de direito de uso dos recursos hídricos está
direcionada à sua implementação prática como um efetivo instrumento de gestão das águas na
bacia do rio Grande, cumprindo o papel de restrição e/ou incentivo para novos usos, e capaz
de interferir na consecução de objetivos dirigidos à solução de conflitos pelos usos múltiplos
quanti-qualitativos.
Compartilhar as bases de dados de outorgas dos órgãos gestores federal e estaduais, a partir
do Cadastro Nacional de Usuários dos Recursos Hídricos - CNARH;
Compilar os dados de situação de outorgas emitidas pelos órgãos gestores, envolvendo o
número de processos solicitados, o status e portarias emitidas e indeferimentos em um
relatório anual para divulgação pelos órgãos gestores e por UGH;
Atualizar e divulgar anualmente em relatórios de conjuntura da bacia do rio Grande as
informações técnicas referentes às outorgas e a situação em termos de balanço hídrico de
bacias hidrográficas e microbacias;
Promover o uso múltiplo racional da água disponível, mediante a definição de usos
prioritários dos recursos hídricos para conjuntos de microbacias em situação de balanço
hídrico quantitativo crítico. Um Termo de Referência para contratação pela ANA de estudo
visando ao estabelecimento de usos prioritários em áreas criticas da bacia do rio Grande
está apresentado em anexo ao Manual Operativo do PIRH-Grande – MOP;
Harmonizar os critérios de outorga para a bacia hidrográfica do rio Grande como um todo
quanto aos índices percentuais de máximos outorgáveis. Tais critérios devem considerar
regras de transição;
Emitir outorgas coletivas em microbacias de conflito com a alocação das vazões disponíveis
pelos usuários e com o estabelecimento de vazões de entrega a jusante do trecho de
conflito;
Realizar balanços hídricos integrados entre águas subterrâneas e superficiais em microbacias
de grandes demandas de águas subterrâneas e que podem afetar a oferta hídrica
superficial;
Integrar as bases de dados de outorgas de lançamentos de efluentes entre o DAEE e a
CETESB, com vistas à melhor gestão de aspectos de qualidade dos cursos d’água;
Aumentar a integração entre as análises do DAEE e a CETESB para outorgas de lançamento
de efluentes, de forma que os aspectos de qualidade e quantidade sejam analisados de
forma consolidada com as informações apresentadas nos atos de outorga.
Para o estado de Minas Gerais, são apresentadas as seguintes diretrizes:
São apresentadas, a seguir, as diretrizes propostas para a alocação de água na bacia do rio
Grande:
Realizar o processo de alocação de água por UGH, mas com o foco e detalhe em nível de
microbacia, priorizando aquelas com maior situação de criticidade em termos de balanço
hídrico, com o suporte técnico dos órgãos gestores para a discussão dos resultados dos
estudos hidrológicos. Uma Nota Técnica sugerindo vazões de entrega em pontos de
controle da bacia está apresentada como anexo ao Manual Operativo do PIRH-Grande –
MOP;
7
No caso do rio Grande, os critérios foram estabelecidos pela ANA na Resolução nº 1.175/2003.
8
A Agência de Bacia deve ser custeada com recursos da cobrança. Ver Lei Federal nº 9.433/1997 - Arts. 22º e 43º; Lei Estadual SP nº
10.020/1998 - Art 8º; Lei Estadual MG nº 13.199/1999 - Art. 28º. Essas leis definem, inclusive, o percentual do total arrecadado com a
cobrança que deve ser aplicado para o custeio da Agência de Bacia.
As diretrizes recomendadas para a revisão e atualização dos Planos das Bacias Afluentes são as
seguintes:
Como apoio metodológico a esta fase dos estudos, lançou-se mão de uma ferramenta
largamente utilizada em estudos multidisciplinares de planejamento de longo prazo, o Gráfico
de Objetivos e Meios – GOM (Figura 11.1).
O GOM, técnica extraída da Teoria de Sistemas explora as relações existentes entre visões de
futuro, estratégias, objetivos de curto, médio e longo prazo e ações propostas, auxiliando a
organizar estas últimas e a selecionar aquelas que melhor atendam aos objetivos visados.
Programas do Plano
- Estudos
- Iniciativas diversas
- Eventos
- Serviços e obras
Como se observa na figura, o GOM associa enfoques top-down (visão do todo para as partes) e
bottom-up (visão das partes para o todo) da região em foco às finalidades de longo prazo
propostas pelo estudo, seus componentes estratégicos e objetivos, aos meios para que se
alcancem tais objetivos, representados por um rol de intervenções possíveis definidas para
materializar as metas a serem cumpridas.
A cada Componente Estratégico, foram associados vários objetivos e suas metas, estas,
definidas para os três horizontes temporais do Plano:
Assim, as metas, além de terem sido propostas para os horizontes de curto, médio e longo
prazos, estão dirigidas a três recortes espaciais, dependendo do objetivo a que estão
associadas: a bacia do rio Grande; as UGHs; ou as microbacias e os municípios nelas
localizados, quando aplicável. Esse procedimento visou orientar a elaboração posterior dos
programas de ações que compõem o Programa de Investimentos do PIRH, tanto no que se
refere ao momento em que as intervenções deverão ocorrer como às áreas da bacia que
deverão ser priorizadas, de acordo com os seus níveis de criticidade previamente analisados no
Diagnóstico e no Prognóstico.
9 10 11
9
Ao encargo das prefeituras.
10
O escalonamento temporal previsto para alcance da Meta 8 em cada UGH obedece à ocorrência na bacia do rio Grande dos aquíferos
Guarani e Bauru-Caiuá, ambos do tipo poroso, e dos demais aquíferos no médio prazo para as demais UGHs.
11
As obras e serviços a serem executados serão de responsabilidade dos usuários de recursos hídricos envolvidos.
12
Ao encargo das prefeituras.
13
Ao encargo das concessionárias estaduais dos serviços de saneamento e das prefeituras.
14
Os serviços e obras serão de responsabilidade dos produtores rurais.
15
Ao encargo das prefeituras.
16
Os serviços e obras serão de responsabilidade dos usuários do setor industrial.
17
Ao encargo dos usuários de recursos hídricos envolvidos.
18
Ao encargo da futura Agência de Bacia.
Foram estimados os custos das atividades que constituem cada programa do PIRH,
considerando aquelas intervenções passíveis de orçamentação no momento. Para obras e
serviços do setor de saneamento, foram previstos orçamentos associados, ou seja, que não
dependem de iniciativas diretas e investimentos dos órgãos gestores de recursos hídricos e dos
comitês de bacia.
R$ 136.209.200,00
R$ 133.626.000,00 (50%)
(49%)
R$ 127.219.800,00
(46%) R$ 48.765.400,00
(18%)
R$ 98.630.000,00
(36%)
R$ 40.935.000,00
(30%)
R$ 82.664.800,00
(61%)
R$ 33.376.000,00
R$ 44.305.000,00 (25%)
(33%)
R$ 55.945.000,00
(42%)
Gráfico 11.4 - Investimentos do PIRH-Grande – Componente II – Conservação dos Recursos Hídricos (R$)
R$ 1.750.000,00
(37%)
R$ 2.780.000,00
(58%)
O Quadro 11.4 e o Gráfico 11.6 sintetizam os investimentos previstos por fontes de recursos
sugeridas pelo PIRH-Grande, observando-se a maior participação do governo federal, seguida
dos recursos que serão arrecadados com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
R$ 96.537.000,00
(35,2%)
R$ 154.119.933,00
(56,1%)
No Gráfico 11.7, os investimentos do Plano estão agrupados por tipologias de ações. Verificam-
se os maiores valores previstos para a elaboração de estudos complementares e projetos,
seguidos das ações de gestão, serviços e obras passíveis de serem quantificados no âmbito do
PIRH, e realização de eventos diversos.
R$ 2.400.000,00
(1%)
R$ 55.000.000,00
(20%)
R$ 51.665.200,00
(19%)
R$ 165.550.000,00
(60%)
No que se refere a obras e serviços do setor de saneamento nas áreas urbanas, dirigidos à
redução das perdas nas redes de distribuição de água e ampliação dos sistemas de coleta e
tratamento de esgotos, foi realizado um levantamento de custos específico, a partir da situação
atual de cada município, disponível no SNIS, projetada até 2030 com base nos critérios
adotados na etapa de Prognóstico – adoção das metas dos Planos Municipais de Saneamento
Básico já elaborados e das metas do PLANSAB para os municípios que ainda não dispõem
desses planos.
Essa estimativa resultou num valor total até 2030 de R$ 5,1 bilhões, considerado orçamento
associado ao programa de investimentos do PIRH-Grande, com a seguinte distribuição:
As Figuras 11.6 a 11.8 apresentam a estimativa de custos dos programas e suas atividades
constituintes, também detalhada por componente estratégico.
As estratégias institucionais apresentadas neste capítulo compreendem uma análise das inter-
relações do PIRH-Grande com outros planos de interesse, propostas para articulação
interinstitucional e criação da Agência de Bacia, e recomendações para os setores usuários.
Captação de água no rio Claro, para abastecimento da cidade de Uberaba, situada na UGH
GD 08, vertente mineira da bacia do rio Grande, o que caracteriza uma importação de
vazões para a bacia do rio Grande de até 0,5 m3/s);
Captação de água, no ribeirão do Inferno, afluente do rio Araguari, para abastecimento de
mineroduto com 123 km de extensão, da empresa Fosfertil (Vale Fertilizantes), também
localizada na GD 08, que recebe rocha extraída no Complexo de Mineração de Tapira-
MG. A vazão importada corresponde a 0,094 m3/s.
Não foram identificadas no Plano da Bacia do Rio Paranaíba referências a problemas de déficits
hídricos no rio Claro e no ribeirão do Inferno em decorrência das exportações de vazões para a
bacia do rio Grande. Porém, vale ressaltar que o Plano identifica que o rio Claro apresenta
duas declarações de áreas de conflito pelo uso da água entre 2005 e 2011 (DACs nºs 002/2005
e 004/2009), envolvendo o município de Uberaba.
Outra questão importante a considerar são os aquíferos compartilhados entre as bacias vizinhas
e a bacia do rio Grande, tais como os sistemas aquíferos Guarani, Bauru-Caiuá, Tubarão,
Gnáissico-Granítico, entre outros, uma vez que as águas subterrâneas são importantes fontes de
abastecimento de água e a sua qualidade é diretamente afetada pelos usos antrópicos na bacia.
GD 01: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Grande (CBH
GD1/IGAM/CONSÓRCIO ECOPLAN-LUME- SKILL, 2014);
GD 02: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio das Mortes (CBH
GD2/IGAM/CONSÓRCIO ECOPLAN-LUME- SKILL, 2014);
GD 03: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Entorno do Lago de
Furnas (IGAM/CBH FURNAS/ALAGO/FUPAI, 2013);
GD 04: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Verde (IGAM/CBH
VERDE/CONSÓRCIO ECOPLAN-LUME, 2010);
GD 05: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí
(COPASA/VIDA MEIO AMBIENTE, 2010);
GD 06: Plano Diretor de Recursos Hídricos dos Afluentes Mineiros dos Rios Mogi-
Guaçu/Pardo (IGAM/CBH MOGI-PARDO/FUNDAÇÃO ROGE, 2010);
UGRHI 01: Plano da Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Serra
da Mantiqueira (CPTI/CBH-SM, 2009);
UGRHI 04: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Pardo
(CPTI/CBH-PARDO, 2008);
Nessas matrizes, está indicado o grau de incidência de cada item/tema no conjunto dos planos
de bacia analisados, possibilitando observar aqueles que constam em maior e menor número,
aplicando-se, portanto, a uma maior ou menor quantidade de UGHs, de acordo com a escala
de cores apresentada a seguir:
Indicam-se com “X” as ações e/ou recomendações que também estão sendo previstas pelo
PIRH-Grande, permitindo verificar as suas inter-relações/compatibilidade com as propostas dos
planos das bacias afluentes, seja mediante atividades já explicitadas no Plano, seja mediante
intervenções que deverão decorrer de estudos complementares e projetos recomendados para
a bacia do rio Grande.
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE
UGH
Vertente Mineira Vertente Paulista
GD01 GD02 GD03 GD04 GD05 GD06 UGRHI 01 UGRHI 04 UGRHI 08 UGRHI 09 UGRHI 12 UGRHI 15 Incidência do
Programas
Entorno do item no conjunto
Alto Mogi Sapucaí/ Baixo
Mortes/Jacaré Reservatório Verde Sapucaí Mantiqueira Pardo Mogi Guaçu Turvo/Grande dos planos das
Grande Guaçu/Pardo Grande Pardo/Grande bacias afluentes
de Furnas
São João Del Poços de Campos do Ribeirão S. J. da Boa S. J. do Rio
Sede do Comitê Itutinga Alfenas Varginha Itajubá Franca Barretos
Rey Caldas Jordão Preto Vista Preto
Redução da poluição de
origem agrícola com técnicas
11
de manejo agrícola e cultivos
adequados
Melhoria da eficiência na
6
irrigação
Redução da poluição
orgânica de origem animal:
6
adoção de práticas para o
tratamento de efluentes
Controle da poluição
industrial, minerária e do 8
Medidas estruturais
setor de serviços
Combate à erosão e
desassoreamento da rede de 12
drenagem
Implantação de obras para
4
regularização de vazões
Recuperação e proteção de
nascentes, matas ciliares,
áreas de recarga de 12
aquíferos e áreas de
preservação permanente
Reflorestamento com
espécies nativas e fins 9
econômicos
Monitoramento quantitativo
- Complementação da rede 10
de observação hidrológica
Continua...
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE
UGH
Vertente Mineira Vertente Paulista
GD01 GD02 GD03 GD04 GD05 GD06 UGRHI 01 UGRHI 04 UGRHI 08 UGRHI 09 UGRHI 12 UGRHI 15 Incidência do
Programas
Entorno do item no conjunto
Alto Mogi Sapucaí/ Baixo
Mortes/Jacaré Reservatório Verde Sapucaí Mantiqueira Pardo Mogi Guaçu Turvo/Grande dos planos das
Grande Guaçu/Pardo Grande Pardo/Grande bacias afluentes
de Furnas
São João Del Poços de Campos do Ribeirão S. J. da Boa S. J. do Rio
Sede do Comitê Itutinga Alfenas Varginha Itajubá Franca Barretos
Rey Caldas Jordão Preto Vista Preto
Monitoramento qualitativo -
Ampliação da rede de
monitoramento da
qualidade da água, visando 11
avaliação do
Medidas estruturais
enquadramento ou
reenquadramento
Identificação de soluções
alternativas para 3
abastecimento doméstico
Implementação de ações de
manejo hídrico com vistas a
minimizar processos de 7
inundação e maximizar os
de perenidade hídrica
Projeto de drenagem urbana 6
Elaboração de Planos
5
Municipais de Saneamento
Preservação da
4
Medidas não estruturais
biodiversidade aquática
Melhoria das condições de
5
balneabilidade
Produção científica sobre a
situação dos recursos
8
hídricos e/ou relatórios
anuais de situação
Sistema de previsão e alerta
de enchentes, com
6
elaboração dos planos de
emergência e contingência
Continua...
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE
UGH
Vertente Mineira Vertente Paulista
GD01 GD02 GD03 GD04 GD05 GD06 UGRHI 01 UGRHI 04 UGRHI 08 UGRHI 09 UGRHI 12 UGRHI 15 Incidência do
Programas
Entorno do item no conjunto
Alto Mogi Sapucaí/ Baixo
Mortes/Jacaré Reservatório Verde Sapucaí Mantiqueira Pardo Mogi Guaçu Turvo/Grande dos planos das
Grande Guaçu/Pardo Grande Pardo/Grande bacias afluentes
de Furnas
São João Del Poços de Campos do Ribeirão S. J. da Boa S. J. do Rio
Sede do Comitê Itutinga Alfenas Varginha Itajubá Franca Barretos
Rey Caldas Jordão Preto Vista Preto
Apoio ao desenvolvimento
do turismo de forma 7
sustentável
Implantação de agência de
11
bacia
Implantação de cobrança
12
pelo uso da água
Capacitação e educação
hidroambiental, com cursos
profissionalizantes e 12
incentivo ao reuso e uso
eficiente
Medidas não estruturais
Fortalecimento do comitê 8
Implementação e/ou
Atualização do
8
Cadastramento dos
usuários da água
Articulação,
Acompanhamento e 8
Implementação do Plano
Gerenciamento efetivo da
concessão e fiscalização de 7
outorgas
Estudos para indicação de
criação/delimitação de
6
unidades de conservação e
planos de manejo
Estudos específicos para o
reuso da água industrial e
7
destinação adequada dos
efluentes
Continua...
sustentável
Estudo específico para
1
população flutuante
Cadastramento e
monitoramento de 3
mineradoras
Efetivação e atualização do
inventário de fontes de
6
poluição (fixas / pontuais e
difusas)
Estudos específicos de sub-
bacias críticas quanto ao 3
balanço hídrico
Estudo para integração do
Plano de bacia e PERH e do 3
comitê com CBH-Grande
Desenvolvimento das ações
recomendadas no Projeto 3
Sistema Aquífero Guarani
Os Planos de Recursos Hídricos estaduais de Minas Gerais e de São Paulo foram analisados
com foco na abordagem das principais diretrizes e recomendações definidas para os
instrumentos de gestão de recursos hídricos, conforme exposto a seguir, visando à necessária
compatibilização com as diretrizes definidas para o PIRH-Grande e pelo seu Plano de Ações.
PERH-Minas Gerais
Continua...
A gestão de recursos hídricos em bacias que possuem corpos hídricos de domínios distintos,
como é o caso da bacia hidrográfica do rio Grande, pressupõe que exista uma convergência
relevante tanto nas normas operativas, relacionadas com a implementação dos instrumentos de
gestão, como no estabelecimento de uma articulação institucional e um sistema de governança
sistemáticos e permanentes.
Observa-se, por oportuno, que o arcabouço jurídico nacional a respeito da gestão de recursos
hídricos estabelece em diversas normativas a necessidade de integração e articulação entre os
órgãos envolvidos na gestão de uma bacia hidrográfica, tanto na compatibilização qualitativa e
quantitativa de instrumentos como, também, nas bases de dados.
Importante salientar que não se espera uma uniformização total das normas e dos
procedimentos aplicáveis, mas que se empreendam esforços visando à compatibilização nos
fatores relevantes para a gestão integrada da bacia.
No que se refere ao Sistema de Gerenciamento, a lei prevê que a atuação dos órgãos e
entidades na bacia hidrográfica esteja em sintonia, o que deve ter início já durante a
elaboração e a posterior implementação do PIRH-Grande, buscando-se uma governança capaz
de assegurar um avanço real na gestão desse espaço geográfico.
Como preconizado no Inciso I, do art. 38, da Lei n° 9.433/97, o CBH-Grande deve “promover
o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades
intervenientes”. Nesse sentido, o CBH-Grande deve ser reconhecido como a principal instância
para realização das articulações institucionais necessárias ao aprimoramento da gestão de
recursos hídricos na bacia do rio Grande, sendo sua diretoria o principal condutor das
negociações técnicas e políticas necessárias, definidas a partir das deliberações de seu plenário.
Para isso, o PIRH-Grande, ouvidos os Comitês Afluentes, desempenha papel central na
definição das estratégias a serem propostas e articulações a serem adotadas junto aos órgãos
gestores de recursos hídricos, usuários de águas e demais representantes da sociedade civil.
O Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande,
já abordado na etapa de Diagnóstico consiste em um Acordo de Cooperação Técnica
contendo um Plano de Trabalho anexo, que visa definir o arranjo institucional e as atribuições
compartilhadas, além de garantir o funcionamento do CBH-Grande.
Os signatários acordam, também, em buscar um modelo de organização que possa atuar como
Agência de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, isto é, que seja compatível com a
legislação nacional e as legislações estaduais correlatas. Além disso, faz parte do Pacto a
universalização da cobrança pelo uso de recursos hídricos em toda bacia, com o
estabelecimento de mecanismos e valores harmônicos.
O Plano de Trabalho que compõe o Pacto traça metas para a integração da gestão do CBH-
Grande, detalhando as diretrizes do Acordo de Cooperação quanto às atividades a serem
realizadas (ex.: criação de grupos de trabalho), ao aporte financeiro (se necessário), ao prazo
para cumprimento e aos responsáveis pela execução das atividades.
De acordo com informações obtidas em 27/06/2017, o Pacto já foi assinado pela ANA, pelo
CBH-Grande e pelos Comitês de Bacias Hidrográficas Afluentes.
A respeito do posicionamento dos CBHs paulistas em relação ao Pacto para a Gestão Integrada
dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, houve deliberação e o documento
já foi aprovado pelo CBH-Serra da Mantiqueira19, CBH-Pardo20, CBH-Sapucaí Mirim /
Grande21, CBH-Baixo Pardo / Grande22, CBH-Mogi Guaçu23 e CBH-Turvo / Grande24. Apesar
da informação obtida em 05/04/2017 de que todos os CBHs afluentes paulistas haviam
aprovado o Pacto, não foi encontrada Deliberação do CBH-Mogi Guaçu a esse respeito no
Sistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SIGREH).
O Pacto encontra-se no bojo das articulações a serem realizadas, mas essas não se resumem ao
Pacto, nos termos do dispositivo mencionado. Evidentemente, a assinatura do Pacto demonstra
a boa vontade de avançar na gestão da bacia hidrográfica. Todavia, há temas muito específicos,
típicos da gestão, que podem ser tratados pelos órgãos e entidades competentes, com base na
própria Lei nº 9.433/1997, art. 1º, V e VI.
Vale salientar o papel estratégico que os órgãos gestores, junto com os comitês de bacia,
desempenham na implementação das políticas de águas, uma vez que possuem competência
direta para sua execução. Propõe-se que a diretoria do CBH-Grande, a partir da aprovação do
PIRH-Grande, se articule com os órgãos gestores de recursos hídricos a fim de estabelecer as
pautas de reuniões tanto do CBH-Grande, como dos CBHs-Bacias Afluentes, de São Paulo e de
Minas Gerais, para que se desencadeiem as discussões relacionadas com a implementação do
Plano, principalmente no que diz respeito aos instrumentos de gestão, de forma harmônica,
em toda a bacia.
19
Deliberação CBH-SM nº 09/2016.
20
Deliberação “ad referendum” CBH-Pardo nº 225/2016.
21
Deliberação CBH-SMG nº 256/16.
22
Deliberação CBH-BPG nº 199/2016.
23
Deliberação CBH-MOGI nº 162/2016.
24
Deliberação CBH-TG nº 261/2016.
3) Caso seja criada uma Agência única que venha a gerir os recursos arrecadados com a
cobrança pelo uso de recursos hídricos, essa entidade terá necessariamente contas distintas
e os regimes de aplicação desses recursos devem obedecer às normas do ente federado
detentor do domínio hídrico, assim como os controles internos e externos da Agência.
a) Agência de Bacia
A lei que criar uma Agência na forma de autarquia pode estabelecer várias competências.
Todavia, há outros parâmetros a considerar, além da legalidade: trata-se da possibilidade de
geração de conflito de competência com os órgãos gestores estaduais e outras entidades que já
atuam na bacia hidrográfica. Como exemplos, podem-se citar as atividades relativas ao
monitoramento de recursos hídricos e a construção do cadastro de usuários.
Tendo em vista que é condição sine qua non para a criação da Agência a negociação, esses
temas devem ser claramente definidos, entre a União e os Estados de São Paulo e Minas
Gerais, de modo que incertezas no tocante às competências dos órgãos gestores e demais
entidades públicas não venham a travar as negociações.
b) Entidades Delegatárias
A Lei nº 10.881/2004 estabeleceu uma nova relação jurídica entre a ANA e as organizações
civis de recursos hídricos, relacionadas no art. 47 da Lei nº 9.433/97. A lei estabelece o
procedimento político-administrativo para que uma organização civil de recursos hídricos
receba delegação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), por meio de resolução,
para exercer as competências inerentes às Agências de Água, previstas na Lei nº 9.433/97,
salvo a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
A partir da delegação das funções de Agência de Água – exceto efetuar a cobrança pelo uso da
água – a uma Entidade Civil de Recursos Hídricos, pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH), e cumpridas todas as formalidades legais estabelecidas nos arts. 42 e 43 da
Lei nº 9.433/1997, é celebrado o contrato de gestão por prazo determinado com a ANA e a
entidade delegatária, que passa a assumir funções das Agências de Água, relativas à gestão de
recursos hídricos de domínio da União, exceto efetuar a cobrança pelo uso da água.
No caso da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, considerando a Agência Única, objetivo que,
segundo a visão do presente Plano, não apenas se coaduna com o ordenamento jurídico
brasileiro, mas que pode oferecer a melhor possibilidade de gestão por bacia hidrográfica, é
necessária uma alteração legislativa, seja pelo estado de São Paulo seja por Minas Gerais. Há
No estado de São Paulo, segundo a Lei nº 10.020/1998, é definida a figura de uma Fundação
Agência de Bacia, instituição específica para funcionar como Agência no estado, entidade de
direito privado, que é compatível com a legislação federal, como Entidade Delegatária para
celebrar contrato de gestão com a ANA.
Portanto, tanto a Política Nacional como a Política de Minas Gerais de Recursos Hídricos
permitem dois modelos para as Agências: 1. a Agência propriamente dita, instituída
especificamente para tanto; e 2. a adoção de outras entidades de direito privado, existentes ou
a serem criadas especificamente, que recebem delegação do detentor do domínio dos recursos
hídricos, para assumir as funções das Agências. Nesse último caso, a entidade de direito
privado não pode efetuar a cobrança (no sentido de arrecadar) pelo uso de recursos hídricos,
tendo em vista tratar-se de recursos públicos.
Já no estado de São Paulo, o modelo institucional adotado é mais rígido, pois restringe a figura
da Agência de Bacia a uma fundação de direito privado, em que o Poder Executivo Estadual
participa da respectiva constituição.
A compatibilidade jurídica da legislação federal e dos estados de Minas Gerais e São Paulo é
essencial para a constituição de uma Agência de Águas que possa atuar em todo território da
bacia hidrográfica do rio Grande. O CBH-Grande pode dar início a essas discussões junto aos
órgãos gestões e às administrações públicas de São Paulo, Minas Gerais e União.
Cabe aqui citar o caso das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no que se refere aos
aspectos institucionais, embora a situação geográfica da bacia do rio Grande seja muito
diferente do PCJ, em que apenas uma sub-bacia localiza-se no estado de Minas Gerais.
Na instituição da cobrança pelo uso de recursos hídricos, foi celebrado um contrato de gestão
entre o IGAM e o Consórcio Intermunicipal das Bacias PCJ, associação civil sem fins lucrativos,
com base no § 2º do art. 37 da Lei nº 13.199/1999, segundo o qual os consórcios ou as
associações intermunicipais de bacias hidrográficas, bem como as associações regionais e
multissetoriais de usuários de recursos hídricos, legalmente constituídos, podem ser equiparados
às Agências de Bacia, por ato do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH-MG, para o
exercício de funções, competências e atribuições a elas inerentes, a partir de propostas
fundamentadas dos comitês de bacias hidrográficas competentes.
Com a substituição do Consórcio PCJ pela Fundação PCJ, a relação entre IGAM e a nova
Agência deixou de ter um cunho contratual, situação que permanece até hoje, ou seja: o
IGAM é o gestor, e arrecada os valores, que ficam disponíveis para aplicação no âmbito de
atuação do Comitê PJ (Minas Gerais). Não há repasse para a Agência PCJ.
No caso da bacia do rio Grande, vale ressaltar que, nos termos do Pacto para a Gestão
Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, os signatários acordam,
também, em buscar um modelo de organização que possa atuar como Agência de Água da
Bacia Hidrográfica do Rio Grande, isto é, que seja compatível com a legislação nacional e as
legislações estaduais correlatas. Além disso, faz parte do Pacto a universalização da cobrança
pelo uso de recursos hídricos em toda bacia, com o estabelecimento de mecanismos e valores
harmônicos.
O Quadro 12.4 sintetiza as análises realizadas com relação às alternativas possíveis e questões
legais envolvidas com a criação de Agência de Bacia para bacia do rio Grande, facilitando a
compreensão dos aspectos avaliados e a comparação entre as opções antes relacionadas.
As recomendações aos setores usuários e aos gestores não podem deixar de considerar as
importantes contribuições advindas das oficinas participativas realizadas em várias cidades da
bacia do rio Grande no ano de 2016.
As oficinas foram organizadas e realizadas pela ANA com apoio do CBH-Grande, dos CBHs-
Bacias Afluentes e dos órgãos gestores de recursos hídricos de Minas Gerais e São Paulo, tendo
por objetivo básico discutir o Diagnóstico Preliminar da Bacia do Rio Grande.
As forças que foram mais citadas nas oficinas foram a disponibilidade hídrica e o papel das
universidades na formação de recursos humanos. Fica claro aqui a importância que terão as
ações do PIRH-Grande para garantir aos usuários água suficiente e de boa qualidade. Ao
mesmo tempo, se reconhece que há meios para capacitar atores e gestores com o apoio dos
recursos da academia.
O saneamento básico insuficiente foi apontado com destaque em todas as UGHs mineiras, o
que reforça a necessidade de atuar nos programas de ações do PIRH, em particular, os
Programas para Gestão da Demanda e da Oferta Quantitativa de Recursos Hídricos (Programa
nº 10) e para Controle das Cargas Poluidoras (Programa nº 11). Outras fraquezas relevantes
apontadas foram a falta de instrumentos municipais/fiscalização, falta de sistema de informação
e de monitoramento quali-quantitativo e alta impermeabilização do solo.
As oportunidades ligadas aos aspectos hidroambientais foram as que obtiveram maior menção
pelos participantes das oficinas. Neste contexto citaram-se o pagamento por serviços
ambientais, a proteção de mananciais e também o aproveitamento do potencial turístico
aquático.
Áreas Urbanas
Figura 12.1 – Elementos Estruturantes do Ordenamento Territorial Propostos para a Bacia do Rio Grande
Os municípios que ainda não possuem seus PMSBs devem elaborá-los e prever a sua
atualização periódica, e aqueles que já possuem seus Planos devem atualizá-los, conforme
previsto no Programa 13 – Programa de Conservação Hidroambiental;
Os PMSBs devem atender aos objetivos, diretrizes e conteúdo do marco regulatório do
saneamento (Lei Federal no 11.445, de 2007);
Dentre as metas serem definidas, deve ser dado destaque ao aumento dos níveis de coleta
e tratamento de esgotos, possibilitando atender ao que previu o PIRH-Grande na etapa de
Prognóstico;
Deve ser elaborado o estudo recomendado pelo PIRH-Grande (Programa nº 11), no âmbito
do Componente Estratégico “Conservação dos Recursos Hídricos”, para regionalização e
constituição de consórcios públicos regionais na bacia visando à gestão dos resíduos sólidos.
A Figura 12.2 ilustra os aspectos que integram os PMSBs.
A bacia do rio Grande tem 40,8% da sua área destinada à pecuária, 26,7% de agricultura
irrigada, 15,5% de outras culturas ou agropecuária, 6,6% de Mata Atlântica, 6,2% de Cerrado,
2,3% de corpos d’água, 1,3% de áreas edificadas e 0,7% de Silvicultura.
Quanto à degradação da qualidade das águas, ressalta-se o impacto causado pelos rebanhos
em algumas áreas da bacia em decorrência da quantidade de resíduos produzidos, acarretando
poluição difusa com altas cargas de DBO e de fósforo, durante períodos de chuvas.
Para os usuários do setor industrial, recomenda-se que sejam efetivadas as seguintes atividades
previstas no Plano de Ações do PIRH-Grande (incluídas nos Programas 10 e 11):
Definir índices de consumo ótimo por tipologia e incentivar o uso racional da água no setor
industrial;
Elaborar estudo para avaliação do potencial do uso da água nas indústrias da bacia e
apresentar proposta de metas de redução de demanda, incluindo a implementação de
técnicas de reuso, sempre que possível;
Elaborar estudo para a caracterização e redução das cargas poluidoras de origem industrial.
A bacia do rio Grande possui atualmente 26 cursos d’água em estudo para novos
aproveitamentos hidrelétricos, sendo eles: Grande; Mogi-Guaçu; Pardo; Sapucaí e Verde.
A despeito do potencial turístico da bacia do rio Grande, associado à sua beleza cênica, aos
lagos dos reservatórios, às características climáticas e rica biodiversidade, este não é um setor
Será fundamental a discussão entre ANA, IGAM, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, DAEE, Secretaria de Estado de Saneamento e
Recursos Hídricos de São Paulo e o CBH-Grande, para definir como será introduzida a questão
da articulação institucional, assim como a governança na implementação do Plano, o que
significa, também, a implementação dos demais instrumentos de gestão de recursos hídricos,
tendo em vista a necessária conexão que existe entre todos eles.
Nessa articulação entre os órgãos gestores de recursos hídricos deve estar contida, logo de
início, a criação de grupos de trabalho para discutir aspectos específicos da aplicação dos
instrumentos de gestão de recursos hídricos e criação da Agência de Bacia, com participação
da Câmara Técnica de Integração, com vistas ao trabalho conjunto para avançar na
implementação do Plano.
A Figura 13.2, por sua vez, mostra como se dará a articulação do PIRH-Grande com os
instrumentos orçamentários, devendo ser observado o planejamento e incorporar as ações
prioritárias do PIRH-Grande nos orçamentos anual, plurianual associadas às leis de diretrizes
orçamentárias.
O PIRH-Grande definiu 17 programas para o atendimento das metas propostas nos horizontes
de curto, médio e longo prazo, sendo que cinco programas são contínuos, e não terminarão
em 2030, último ano do horizonte de longo prazo.
Os cinco programas contínuos são: o programa para a Gestão do Banco de Dados da Bacia do
rio Grande no SNIRH (Programa nº 8), o Programa para a Gestão da Demanda e da Oferta
Quantitativa dos Recursos Hídricos (Programa nº 10); Programa para Controle de Cargas
Poluidoras (Programa nº 11); Programa de Conservação Hidroambiental (Programa nº 13); e
Programa de Educação para Conservação e Gestão dos Recursos Hídricos (Programa nº 14).
O programa para a Gestão do Banco de Dados da Bacia do rio Grande no SNIRH (Programa nº
8) unificará e disponibilizará todos os dados técnicos atualizados em uma única plataforma de
acesso público. Essa plataforma manterá permanentemente atualizado o conjunto de dados e
informações da bacia.
A estrutura hierárquica utilizada para formalizar a ligação entre as finalidades de longo prazo
do Plano, seus objetivos, metas e meios é o GOM - Gráfico de Objetivos e Meios, e é
justamente a partir dessa estrutura que se deve inserir o acompanhamento e monitoramento
do PIRH.
Com isso, permite-se, pela agregação dos indicadores, promover a leitura de cima para baixo
(top-down), compreendendo-se, por exemplo, que se três de quatro metas foram cumpridas, o
sucesso de um determinado objetivo foi alcançado em 75%.
A Figura 13.3 apresenta uma imagem ilustrativa da agregação dos indicadores no GOM.
Cada meta/atividade deve ter seu indicador acompanhado e deve ter um resultado isolado e
individual de verificação de seu cumprimento. Assim, o indicador que permite o
monitoramento de cada atividade apresentará valor de “zero” a “um”, de acordo com o seu
nível de cumprimento.
O Quadro 13.1 ilustra a curva de avanço de uma atividade hipotética, representada na Figura
13.4. Nota-se facilmente, pelo exemplo, que o início da atividade se deu com dois meses de
atraso, embora o status em novembro seja de apenas um mês de atraso, restando apenas a
quarta e última etapa para a finalização da atividade.
Previsto Executado
A Figura 13.5 ilustra a ponderação linear sugerida no item anterior, para o Componente
Estratégico “Governança”, constituído por 4 Objetivos, cada um deles com suas respectivas
metas, considerando um primeiro caso de cumprimento integral das metas e um segundo caso,
de cumprimento parcial.
Figura 13.5 - Ponderação Linear Exemplificada para Desagregação do Sistema de Monitoramento com Base
na Estrutura do GOM
Essa plataforma seria apresentada mediante um Painel de Controle, haja vista as inúmeras
possibilidades de agregação e desagregação das informações existentes. Apenas com a
facilidade de manipulação de grandes inter-relações é possível vislumbrar um sistema integrado
que reúna desde o acompanhamento das ações sob ótica estratégica (os componentes e
objetivos estratégicos e os programas que os endereçam) até a operativa (as etapas de uma
atividade).
Uma vez que o painel de controle permite um “zoom” para quaisquer dos níveis de agregação
que se deseje, tem-se uma poderosa ferramenta de acompanhamento da implementação do
PIRH-Grande, possibilitando avaliar o cumprimento de suas metas, dos objetivos de cada
Componente Estratégico e, por fim, o atendimento das finalidades de longo prazo do Plano.
Uma vez que os indicadores estão estabelecidos nas fichas de todos os programas do Plano de
Ações do PIRH, a automatização do Painel de Controle pode ser realizada mediante a
montagem de um sistema em “html”, com acesso e restrições predefinidas, possibilitando
acompanhar o desenvolvimento gradual das ações do PIRH-Grande ao longo do tempo,
mediante a análise do avanço das atividades, à luz do GOM.
A participação dos Comitês de Bacias Afluentes se deu por meio da realização de 25 eventos
durante as etapas de Diagnóstico e de Plano de Ações. Na primeira, os participantes puderam
expor suas visões acerca da realidade da bacia, enquanto na última foram convidados a elencar
programas considerados prioritários entre os propostos pelo PIRH. Parte das ações decorrentes
desses programas será detalhada nos modelos tático-operacionais que orientam o seu
desenvolvimento, apresentados no Manual Operativo do Plano – MOP, o qual terá ampla
divulgação na bacia e cujo conteúdo prevê também o monitoramento das ações nos três
primeiros anos de implementação do PIRH-Grande.
De especial relevância foi também o importante papel cumprido pelos órgãos gestores
estaduais de recursos hídricos – DAEE e IGAM – na fase de definição das diretrizes para os
instrumentos de gestão apresentadas pelo PIRH, o que assegurou a proposta de caminhos
factíveis para a melhoria da gestão das águas da bacia do rio Grande ao longo do horizonte do
Plano.
Assim, durante os três anos consumidos pelos estudos, se logrou uma coleção bastante
consistente de contribuições técnicas e sugestões para o aperfeiçoamento dos resultados ora
sintetizados neste documento.
Vale destacar a escala de trabalho inédita adotada para a elaboração dos estudos de
Diagnóstico e Prognóstico (1:50.000), notadamente para a definição da disponibilidade
hídrica, das demandas, da qualidade da água e dos respectivos balanços hídricos. Com isso,
Com foco especial à gestão dos recursos hídricos da bacia, a etapa do Plano de Ações foi
orientada pelo estabelecimento de três Componentes Estratégicos – Instrumentos de Gestão de
Recursos Hídricos, Conservação dos Recursos Hídricos e Governança – imprescindíveis para
viabilizar o alcance das finalidades maiores do PIRH: a sustentabilidade hídrica da bacia do rio
Grande e a sustentabilidade operacional do próprio PIRH-Grande.
Dessa forma, os estudos que foram realizados e sua tradução no presente documento
constituem não o fim, mas o início do processo de planejamento integrado dos recursos
hídricos da bacia do rio Grande, de forma permanente e duradoura, tanto para a sociedade
atual quanto para as gerações futuras.
DIAS, F.S. Estudo do Aquífero Carbonático da Cidade de Barroso (MG): uma Contribuição
a Gestão do Manancial Subterrâneo. Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 150 p. 2009.