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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA


(PLANO DE AULA)
Prof. Giancarlo Frabetti

AULAS 1 e 2: A atitude científica e a Ciência Moderna


Objetivo Geral
Discutir os pressupostos e os elementos da ciência, comparando-a com outras formas de
conhecimento e estabelecendo criticamente os fundamentos da Ciência Moderna.

Objetivos particulares
 Distinguir ciência, filosofia e saberes cotidianos.
 Apresentar os conceitos de método e teoria científicas;
 Problematizar os ideais de cientificidade na Ciência Moderna;
 Contextualizar o surgimento das Ciências da Natureza e discuti-las.

Bibliografia básica
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000.

UNIDADE 7 – As Ciências (capítulos 1, 2 e 3).

Os saberes cotidianos e a atitude científica

Saberes cotidianos Atitude Científica

Subjetivos: exprimem sentimentos e opiniões Objetiva: procura as estruturas universais e


individuais e de grupos. necessárias das coisas.
Qualitativos: as coisas são julgadas por suas Quantitativa: medições para comparar coisas
propriedades percebidas. que parecem ser diferentes.
Heterogêneos: fatos da mesma natureza Homogênea: leis gerais para explicar
percebidos como diversos entre si. fenômenos aparentemente diferentes.
Individualizadores: cada fato ou coisa aparece Generalizadora: diferentes realidades lidas a
como um ser autônomo. partir de estruturas comuns.
Generalizadores: tendem a reunir coisas e Diferenciadora: distingue fenômenos que
fatos julgados semelhantes. obedecem a estruturas diferentes.
Relações causais derivam de juízos pré- Relações causais partem de investigar a
concebidos. natureza ou estrutura do fato estudado.
Admiração com o extraordinário. Admiração com as constâncias.

Método e teoria no trabalho científico

Os fatos ou objetos científicos não são dados empíricos espontâneos de nossa experiência
cotidiana, mas são construídos pelo trabalho da investigação científica. A atividade científica se
realiza com base em métodos que permitem:

 separar elementos subjetivos e objetivos do fenômeno;

 demonstrar os resultados da investigação e prever efeitos racionalmente;

 relacionar com outros fatos um fato isolado;

 formular um conjunto sistemático de conceitos que expliquem e interpretem as causas


e os efeitos, as relações de dependência, identidade e diferença entre todos os objetos
que constituem o campo investigado (teoria).

A teoria científica é, portanto, um sistema ordenado e coerente de proposições ou enunciados


baseados em um pequeno número de princípios, cuja finalidade é descrever, explicar e prever
do modo mais completo possível um conjunto de fenômenos, oferecendo suas leis
necessárias.
Três concepções de ciência

 Racionalista: afirma que a ciência é um conhecimento racional dedutivo e


demonstrativo como a matemática, portanto, capaz de provar a verdade necessária e
universal de seus enunciados e resultados. O objeto científico é uma representação
intelectual universal, necessária e verdadeira das coisas. A própria realidade (natureza)
é vista como racional e inteligível em si mesma.

 Empirista: afirma que a ciência é uma interpretação dos fatos baseada em


observações e experimentos que permitem estabelecer induções. A teoria científica
resulta das observações e dos experimentos, de modo que a experiência não tem
simplesmente o papel de verificar e confirmar conceitos, mas tem a função de produzi-
los.

 Construtivista: considera a ciência uma construção de modelos explicativos para a


realidade e não uma representação da própria realidade. O cientista combina dois
procedimentos – um, vindo do racionalismo, e outro, vindo do empirismo – e a eles
acrescenta um terceiro, vindo da ideia de conhecimento aproximativo e corrigível.

Ideais de cientificidade

 A concepção racionalista era hipotético-dedutiva, isto é, definia o objeto e suas leis e


disso deduzia propriedades, efeitos posteriores, previsões. A concepção empirista era
hipotético-indutiva, isto é, apresentava suposições sobre o objeto, realizava
observações e experimentos e chegava à definição dos fatos, às suas leis, suas
propriedades, seus efeitos posteriores e previsões. Ambas consideravam que a teoria
científica era uma explicação e uma representação verdadeira da própria realidade, tal
como esta é em si mesma.

 A concepção construtivista considera o objeto uma construção lógico-intelectual e


uma construção experimental feita em laboratório. O cientista espera demonstrar
estruturas e modelos de funcionamento da realidade, explicando os fenômenos
observados. Para isso: a) deve haver coerência entre os princípios que orientam a
teoria; b) que os modelos dos objetos devem ser construídos com base na observação
e na experimentação; c) os resultados obtidos devem poder alterar os próprios
princípios da teoria, corrigindo-a.

Metafísica e Ciência

Física aristotélica Física newtoniana


As qualidades são percebidas nos corpos Objetos investigados são purificados de todas
(leve, pesado, líquido, sólido). as qualidades sensoriais.
Distinções qualitativas do espaço (alto, baixo, O espaço é aquele definido pela geometria,
longe, perto, celeste, sublunar). sem distinções qualitativas.
Leis diferentes para os corpos segundo sua O objeto é definido por propriedades
matéria e sua forma, ou segundo sua objetivas gerais, válidas para todos os seres
substância. físicos: massa, volume, figura.
Natureza como um modelo hierárquico (dos Complexo articulado pela causa e efeito; não
seres inferiores aos superiores) há finalidade na natureza.
Contemplativa. Visa interferir na natureza.

Rupturas epistemológicas X falseabilidade

Para a moderna Filosofia das Ciências, as elaborações científicas e os ideais de cientificidade


são diferentes e descontínuos. O filósofo da ciência Thomas Khun designa como rupturas
epistemológicas os momentos de criação de novas teorias com a expressão revolução
científica, como, por exemplo, a revolução copernicana, que substituiu a explicação
geocêntrica pela heliocêntrica. A ciência, portanto, não caminha numa via linear contínua e
progressiva, mas por saltos ou revoluções.

Alguns filósofos da ciência, entre os quais Karl Popper, afirmaram que a reelaboração científica
decorre do fato de ter havido uma mudança no conceito filosófico-científico da verdade.
Popper afirma que as mudanças científicas são uma consequência da concepção da verdade
como coerência teórica. Assim, o valor de uma teoria não se mede por sua verdade, mas pela
possibilidade de ser falsa. A falseabilidade seria o critério de avaliação das teorias científicas e
garantiria a ideia de “progresso científico”, pois é a mesma teoria que vai sendo corrigida por
fatos novos que a falsificam.

Classificação das ciências

 Ciências matemáticas ou lógico-matemáticas (aritmética, geometria, álgebra,


trigonometria, lógica, física pura, astronomia pura, etc.);

 Ciências naturais (física, química, biologia, geologia, astronomia, geografia física,


paleontologia, etc.);

 Ciências humanas ou sociais (psicologia, sociologia, antropologia, geografia humana,


economia, linguística, psicanálise, arqueologia, história, etc.);

 Ciências aplicadas (todas as ciências que conduzem à invenção de tecnologias para


intervir na Natureza, na vida humana e nas sociedades, como por exemplo, direito,
engenharia, medicina, arquitetura, informática, etc.).

A matemática é, por excelência, a ciência hipotético-dedutiva, porque suas demonstrações e


cálculos se apoiam sobre um sistema de axiomas e postulados, a partir dos quais se constrói a
dedução coerente ou o resultado necessário do cálculo.

As ciências da natureza

 As ciências da Natureza estudam duas ordens de fenômenos: os físicos e os vitais, ou


as coisas e os organismos vivos. Constituem, assim, duas grandes ciências: a física, de
que fazem parte a química, a mecânica, a óptica, a acústica, a astronomia, o estudo
dos sólidos, líquidos e gasosos, etc., e a biologia, ramificada em fisiologia, botânica,
zoologia, paleontologia, anatomia, genética, etc.

Desde Aristóteles, as ciências da Natureza desenvolveram-se graças ao papel conferido às


observações e, mais tarde, à observação controlada, isto é, à experimentação.

Ciências da natureza e rupturas epistemológicas

 As ciências da natureza não estão livres de problemas epistemológicos. Para a física


quântica, ao contrário da newtoniana, podem-se conceber indeterminações na
natureza. Einstein, por sua vez, demonstrou que as leis físicas newtonianas são como
tais porque dependem da condição terrestre do observador.

 Nas ciências biológicas, uma primeira questão epistemológica refere-se a saber se os


procedimentos e os conceitos usados pela física e pela química podem ser
empregados para a investigação do fenômeno da vida (inclusive o problema de definir
conceitualmente a própria vida).

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