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Meditação e fazer amor

A relação entre o acto físico de fazer amor e meditação não é


necessariamente óbvia à primeira vista, mas é, na verdade, real e
extraordinariamente poderosa. Se o acto de fazer amor for
abordado como uma experiência mística, ele torna-se, de facto, uma
forma de yoga ou de meditação. Esta afirmação sugere que durante
um acto de amor acontece uma total absorção da mente, na
experiência verdadeira e directa do amor, entre duas pessoas que
se amam verdadeiramente.

De facto, é verdadeiramente um acto activo e criativo, que


preenche o ser a diversos níveis (físico, psíquico, mental e também
espiritual).
Assim, tal como na meditação, a tradição oriental recomenda o acto
de fazer amor que não esteja envolvido em pensamentos que digam
respeito à experiência ou qualquer outra coisa, de forma a poder
alcançar uma experiência mística desta maneira. A chave
fundamental para ter sucesso na transformação de uma abordagem
comum à sexualidade para uma experiência mística e elevada é
soltarmo-nos dos pensamentos habituais durante o acto sensual de
fazer amor.

MEDITAÇÃO E SEXUALIDADE
A integração mental através da sexualidade na forma de meditação
não é diferente de técnicas de yoga específicas. De facto, esta
abordagem deveria ditar a nossa atitude em qualquer tipo de
actividade: comer, dormir, respirar, cozinhar, andar, ver, fazer amor,
etc. Também é verdade que uma atitude meditativa atrai uma
grande quantidade de resultados inacreditáveis.

Na verdade, quando limitamos os processos de pensamento


discursivo oferecemos às nossas capacidades subconscientes
latentes a possibilidade de se manifestarem completamente.

Isto dá uma grande energia às nossas experiências e ao mesmo


tempo uma grande capacidade de controlar estas energias, não
através da mente racional, mas através dessa força super-
consciente, a expressão da vontade e da harmonia divina reflectida
no espelho puro da nossa consciência, clara e imperturbável pelo
nosso pensamento racional, que é limitador, pessoal e egoísta.

Consequentemente, de forma a converter uma experiência erótica


numa experiência espiritual, devemos tentar parar o que é
normalmente designado de "pensamento racional". Poderíamos
perguntar-nos "por que haveria eu de fazer isso?" e a pergunta seria
razoável! A resposta é porque este tipo de pensamento conhecido
como "pensamento racional" é limitado e também estabelece
limites às nossas experiências. E, como podemos facilmente
adivinhar, não podemos conhecer o infinito estando limitados ao
finito! É extremamente importante que paremos este tipo de
raciocínio por uns instantes, quietos. Simplesmente libertar as
forças subconscientes, as sensações e as experiências não é
verdadeiramente um estado místico. Uma experiência mística
ocorre geralmente quando a energia erótica é sublimada e refinada.
A Super-Consciência desempenha o papel mais importante aqui,
porque ilumina-nos e ilumina as nossas experiências.

Essa é também a razão para a grande importância de um outro


elemento, chamado de transfiguração. Isto implica a crença activa,
real e criativa num certo "padrão" ou arquétipo divino em oposição
ao fundo escuro e sem forma do mundo subconsciente. Para ser
mais claro, é ver no nosso parceiro este arquétipo divino que temos
no nosso coração quando estamos com ele ou a pensar nele (e
podemos estender a experiência).

Ver o deus ou a deusa para além da imagem comum daquele que


amamos, unir com aquilo que ele/ela tem de sublime, isto é a
transfiguração. Uma relação assim leva a um mundo elevado e
ajuda-nos a experienciar o acto erótico numa forma de meditação.
Através da transfiguração o ser humano adquire virtudes divinas.

COMO ABORDAR EXPERIÊNCIAS ERÓTICAS


De forma a experienciar o êxtase espiritual quando fazemos amor
com continência sexual, a literatura oriental tradicional recomenda
que eliminemos os nossos pensamentos. O Tantra afirma que temos
que nos abrir à sexualidade e abordá-la com uma "mente vazia", um
estado chamado de "ausência de mente" ou "mente pura".

Esta recomendação tem sido frequentemente interpretada de forma


incorrecta, à letra. Se não examinarmos esta afirmação de forma
inteligente, podemos acreditar que as pessoas que tiveram
experiências místicas suspenderam a sua actividade mental de
forma a ficarem nesse estado onde se fecham para o resto do
mundo e fogem da vida.

No entanto, o sentido real desta recomendação é parar uma certa


maneira de pensar, a parte racional, verbal, conceptual, teorética,
ou por outras palavras, aquela que avalia e coloca as coisas numa
determinada escala, com um determinado rótulo, baseado em
representações lógicas.

Esta maneira de pensar faz com que cada experiência, percepção


ou sensação seja imediatamente rotulada, expressa por palavras e
que lhe seja dado um sentido filosófico, moral, positivo ou negativo.
Também está associado ao hemisfério esquerdo do cérebro e em
primeiro lugar toma a forma de um solilóquio interno.

De facto esta forma de pensar (tão específica dos nossos tempos


contemporâneos) não é encorajada pelos textos místicos antigos,
que contêm ainda métodos para minimizá-la de forma a alcançar
um estado de equilíbrio e harmonia entre os lados do cérebro: o
esquerdo, lógico, racional, discursivo e o direito, intuitivo, criativo e
estético.

Quando as relações praticadas com continência sexual bloqueiam a


forma verbal de pensar, tornamo-nos mais conscientes do que está
de facto a acontecer. Sentimos que "bebemos da Fonte da Vida". É
por isso que a tradição tântrica nos encoraja a viver completa e
directamente qualquer experiência e assim participar activa e
criativamente na fusão erótica.

Assim tornamo-nos mais conscientes e rodeados por essa


experiência, sem tentar sequer descrevê-la por palavras enquanto
dura. Durante uma fusão erótica tântrica os amantes estão muito
mais conscientes deles próprios porque eles não pensam (como
normalmente concebemos este termo), mas permitem-se serem
transportados pelo fluxo natural. Eles não permitem que as
experiências sejam filtradas pelo "ecrã" limitador de um solilóquio.

Qualquer integração superior de uma experiência implica a


capacidade de contrair e ter em mente diversos aspectos de um
problema. É muito mais valioso do que analisá-lo pedaço a pedaço,
no momento. A possibilidade de percepcionar a realidade em
diferentes níveis, de uma perspectiva cósmica, é obviamente o
atributo de um ser humano com um nível superior de consciência,
capaz de ver a realidade sob diferentes ângulos. Assim, uma coisa
ou um fenómeno pode ser analisado de um ponto de vista vital,
criativo, sexual, volitivo, afectivo, intuitivo, mental ou espiritual.

Tal como na meditação, a experiência erótica permite-nos


percepcionar as coisas de uma forma criativa e intuitiva. Sem
descrever cada e uma sensação e sem pensar, "Oh, isto sabe bem"
ou "Estou num estado tão elevado", podemos apreciar livremente as
nossas experiências.

Durante o jogo erótico tântrico o homem e a mulher estão abertos a


sensações, viajam profundamente para dentro deles próprios e não
se avaliam, apenas se experienciam totalmente. É óbvio que o
pensamento racional mantém-se integrado na estrutura complexa
deste estado, mas a mente é capaz agora de percepcionar tudo à
volta sem qualquer tipo de esforço.

PRATICAR RESERVATUS MENTIS ENQUANTO FAZEMOS AMOR


A visão comum da vida, como fomos acostumados a abraçar
abrange uma ampla gama de atitudes discursivas que podemos
considerar "normais". No entanto, o erotismo tântrico prova que
este tipo de "discurso interior" tem de ser reduzido pelo menos ao
ponto de não prevenir, distorcer ou inibir a intimidade emocional
entre os dois amantes, bem como o acesso a experiências místicas.
No entanto, é de senso comum que a comunicação verbal e até a
linguagem podem brotar de um estado não-discursivo da mente. Os
actos de falar, ouvir, ler e escrever, até o solilóquio podem ser
espontâneos, sendo que neste caso não causam qualquer
interferência ou perturbação à experiência adequada.

O Sistema de Jnana Yoga, uma forma de meditação cognitiva, que é


a origem do Sistema Zen, introduz-nos a um método de uso da
linguagem natural e espontâneo no qual entramos sem um
objectivo preciso e definido. Por exemplo, se ouvirmos alguém que
está a falar, iremos perceber mais claramente o que ele/ela nos diz
se não usarmos a nossa maneira discursiva de pensar, analisando e
catalogando após cada frase que ouvimos.

Devido à esta atitude silenciosa da mente, chamada RESERVATUS


MENTIS, as percepções são altamente precisas, e podemos até
percepcionar os pormenores mais insignificantes. De forma a
alcançar este estado mental, os yoguis concentram-se em
diferentes áreas do corpo, em certos sons mântricos, ou realizam
diferentes posições de acordo com o caminho específico que
seguem (HATHA YOGA, LAYA YOGA, JNANA YOGA, KUNDALINI YOGA,
etc.).

O papel destes exercícios que eles praticam é acalmar e relaxar a


mente. Estes exercícios são também úteis para pessoas tensas,
stressadas, cujo trabalho implica o uso excessivo dos aspectos
mentais discursivos e lógicos, ou seja, ocorre um uso exagerado da
parte esquerda do cérebro. No entanto, se pensarmos sobre estes
exercícios, iremos descobrir em breve que eles podem parecer um
pouco chatos comparados com a alegria, paixão, efervescência e
intensidade do jogo erótico.
E o que não seria chato quando comparado a isso? Esta é a parte
mais bonita e transfiguradora da vida. O erotismo provou
frequentemente ser o caminho mais rápido, fácil e natural para
alcançar experiências místicas e grandes realizações espirituais, por
pessoas conscientes do que fazem e do que querem.
O ABANDONO CONSCIENTE NA EXPERIÊNCIA ERÓTICA LEVA AO
ESTADO DE YOGA
As experiências místicas ocorrem devido a uma absorção completa
e espontânea da consciência e do foco em cada momento da fusão
erótica, expulsando pensamentos que dizem respeito a objectivos
futuros, compatibilidade sexual, ou qualquer outro tema que possa
vir à nossa mente. O abandono deliberado na experiência erótica
tem como efeito directo a quietude mental e a experiência intensa
do estado de yoga.

As tradições orientais são muito claras quando dizem que uma


experiência completa de uma ou até mesmo várias sensações induz
um estado de relaxamento mental, no qual ambos os amantes
podem facilmente percepcionar o estado beatífico de amor puro.

Frequentemente esta verdade pode ser traduzida de várias


maneiras. Tal como disse Henri Maspero, "Para os taoistas o lugar da
sabedoria e do espírito é o coração e não o cérebro."
Simbolicamente, o cérebro é o órgão da linguagem, teorias e fé, e o
seu uso é óbvio e inquestionável, mas ao mesmo tempo, não tem as
qualidades do coração, que é o órgão da intuição e da percepção
directa.

Os taoistas sabiam na altura, tal como sabemos agora, que esta


distinção não se refere realmente ao cérebro e ao coração reais, os
órgãos, por assim dizer, mas a duas diferentes maneiras de
"pensar", conceber e agir.

A característica principal da abordagem tântrica à vida e à


experiência é, de acordo com Eliade, a atitude anti-ascética e anti-
especulativa, o envolvimento total dos sentidos sem analisar e
rotular os nossos sentimentos. Isto não significa, no entanto, que se
formos praticar um exercício tântrico, ou se estivermos num acto de
amor tântrico, não somos capazes de saber o que sentimos. Bem
pelo contrário! O Tantra tem sido chamado de "aquele que nos
liberta de Maya" e é justamente assim!
Neste caso, Maya é a ilusão e a magia das palavras, linguagem,
conceitos e especulações. Geralmente não existe confusão entre a
realidade e a forma como é descrita, entre uma área e o seu mapa,
entre comida e menu, etc. O menu tem o seu valor, mas ainda
assim não é nutritivo.

Quando fazemos amor, quando paramos de pensar, existe sempre


uma coisa muito interessante: somos capazes de nos concentrar
perfeitamente no presente e no que se está a passar. Isto acontece
quando o passado e o futuro não interferem mais connosco e ainda
assim são parte um do outro, numa maneira superior, como duas
gotas de chuva que se unem numa gota única, transparente.
Do mesmo modo, os dois amantes experienciam o êxtase e existe
união, verdadeira comunicação, não simbólica ou incompleta mas
capaz de ir mais longe para a fusão superior com a realidade última,
para o estado de Yoga.

– fonte: http://www.tantrafestival.dk

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