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GESTÃO DE GESTÃO DA
MATERIAL E TECNOLOGIA
PATRIMÔNIO DA INFORMAÇÃO
GESTÃO DE
PESSOAS NA
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
GESTÃO DE
QUALIDADE EM SERVIÇOS
GESTÃO ORÇAMENTÁRIA
E FINANCEIRA
ADMINISTRAÇÃO
FUNDAMENTOS PÚBLICA BRASILEIRA
DO DIREITO
PÚBLICO E PRIVADO
Coordenação Didático-Pedagógica
Stella M. Peixoto de Azevedo Pedrosa
Redação Pedagógica
Alessandra Muylaert Archer
Frieda Marti
Tito Ricardo de Almeida Tortori
Revisão
Alessandra Muylaert Archer
Projeto Gráfico
Romulo Freitas
Boa leitura!
conteudistaS
Geraldo Mendes Gutian é bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agu-
lhas Negras (AMAN); possui graduação em Engenharia Química pelo Instituto Militar de En-
genharia (IME); é pós-graduado em Engenharia da Qualidade pela Faculdade de Engenharia
Química da Universidade de São Paulo (FAENQUIL/USP) e mestre pela Universidade Federal
de Itajubá (UNIFEI-MG) com ênfase em Implementação de Sistemas de Gestão. É professor
da Cadeira de Administração da AMAN. Nas Faculdades Dom Bosco ministra a disciplina de
Administração Estratégica no Curso de Administração; as disciplinas de Gestão de Pessoas e
Planejamento Estratégico e Desenvolvimento Regional no Curso de Gestão Pública; a disci-
plina de Gestão Integrada de Recursos Humanos no Curso de Gestão de Recursos Humanos
e a disciplina de Química Tecnológica no Curso de Engenharia de Produção Automotiva.
Tem experiência na área de gerência de Recursos Humanos, planejamento estratégico, ma-
peamento, análise e melhoria de processos.
Edson Carmelo de Souza é bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN) e licenciado em Geografia pelo Centro Universitário Moacyr Sreder
Bastos. Possui pós-graduação em bases geo-históricas para o pensamento estratégico pela
Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME) e mestrado em operações militares
pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO). É professor da Cadeira de Administração
da AMAN. Tem experiência na área de planejamento estratégico e no mapeamento, análise
e melhoria de processos.
Alexandre Duarte de Paiva é graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN) e graduando em Administração na Associação Educacional Dom
Bosco (AEDB). Possui pós-graduação em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento
de Oficiais (EsAO) e cursa pós-graduação em Gestão pela Escola de Instrução Especializada
(EsIE) e Universidade Católica de Petrópolis (UCP). É professor da Cadeira de Administração da
AMAN. Tem experiência na área de gerência de recursos humanos e planejamento estratégico.
Weslei Jardim Batista possui graduação em Ciências Militares pela Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN); é pós-graduado em Operações Militares de Defesa Antiaérea e de
Defesa do Litoral pela Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe) e em Opera-
ções Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). Cursa pós-graduação em
Gestão pela Escola de Instrução Especializada e Universidade Católica de Petrópolis (EsIE/
UCP). É professor da Cadeira de Administração da AMAN. Tem experiência e cursos na área
de administração pública, gerência de projetos, gestão estratégica de pessoas e planos de
carreira, recursos humanos, gestão ambiental e desenvolvimento sustentável, planejamen-
to estratégico, análise e melhoria de processos, modelo de Excelência em Gestão, ética no
serviço público, gestão da qualidade e excelência no atendimento.
Índice
4. Bibliografia 35
1 Administração Pública
na atualidade
Objetivos específicos
Lopes (2010) afirma que Aristóteles (IV a.C.) já escrevia sobre o Estado em sua
obra denominada A Política, abordando a organização política de Atenas e
Esparta, os órgãos de governo dessas cidades, chegando a propor uma clas-
sificação de todas as formas de governos então existentes. Por isso, podemos
considerá-lo o “fundador” da ciência do Estado. Na mesma época, Platão (IV
a.C.) escreveu a obra denominada A República, em que descrevia o Estado
Ideal. Aristóteles estudou o Estado real, tal como existia, procurando descobrir
os princípios que o regiam, enquanto Platão descreveu o Estado idealizado, tal
como devia ser, de acordo com sua própria concepção do homem e do mun-
do. Cícero (II a.C.), posteriormente, fez uma análise jurídica e moral do Estado
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
romano, do que era e do que deveria ser. Avançando muito tempo, no século
XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, lançando os fundamentos da política,
como a arte de atingir, exercer e conservar o poder.
Podemos definir o Estado como uma sociedade natural, tendo em vista que
decorre naturalmente do fato de que os homens vivem necessariamente em
sociedade e tem como objetivo fundamental o bem comum. Assim, segundo
essa concepção, o Estado brasileiro pode ser descrito como uma organi-
zação política administrativa que tem ação soberana, ocupa um território, é
dirigido por um governo próprio e se institui pessoa jurídica de direito público
internacionalmente reconhecida.
Quando nos referimos a Estado, estamos nos referindo à pessoa jurídica terri-
torial e soberana, formada por três elementos indissociáveis:
Como foi visto na Unidade 1 – Parte A, o Brasil, ao longo de sua história, pas-
sou por diversas mudanças sociais, políticas, organizacionais e administrativas
que afetaram sua Administração Pública.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Em relação a este período, Bresser-Pereira afirma: A República Velha corres-
ponde à Primeira República
[...] durante todo o século XIX e os primeiros 30 anos (1889-1930). Pode ser sub-
dividida em:
do século XX, o Estado brasileiro era um Estado oligár-
• República da Espada (1889
quico e patrimonial, no meio de uma economia agrícola,
a 1894) – período em que
mercantil e de uma sociedade de classes mal saída do o país foi governado por
escravismo. Uma pequena elite de senhores de terra e de militares, consolidação das
políticos patrimonialistas dominava amplamente o país. instituições republicanas e
repressão aos que apoiavam
(Bresser-Pereira 2003, p. 301). a monarquia.
• República Oligárquica (1894
O período conhecido como República Velha, segundo Costa (2008), durou a 1930) – período domina-
cerca de 40 anos e, aos poucos, foi se tornando inadequada às mudanças do pelas elites agrárias que
controlavam as instituições
naquele momento histórico. As transformações ocorridas pela diversificação republicanas graças ao apoio
da economia brasileira, pelo primeiro ciclo de industrialização, pela urbaniza- dado ao governo de pre-
sidentes civis oriundos da
ção e pela organização política das camadas urbanas geraram novos conflitos
aliança entre São Paulo e Mi-
de interesse dentro dos setores dominantes, entre as classes sociais e entre as nas Gerais – a chamada polí-
regiões. tica “Café com Leite”.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
A CSN (Companhia Siderúr- A partir destes marcos uma série de transformações ocorreram no aparelho do
gica Nacional) foi privatizada
Estado, tanto na morfologia, quanto na dinâmica de funcionamento, tendo
em 1993, durante o gover-
no Itamar Franco. A CSN foi sido criados inúmeros organismos especializados e empresas estatais.
vendida por cerca de R$ 1,2
bilhão, para o empresário Este crescimento pode ser identificado na afirmação de Lima Júnior (1998, p.8):
Benjamin Steinbruch, dono
da fabricante têxtil Vicunha. Até 1939, haviam sido criadas 35 agências estatais; entre
A CVRD (Companhia Vale do
1940 e 1945 surgiram 21 agências, englobando empre-
Rio Doce) foi privatizada em
6 de maio de 1997, durante o sas públicas, sociedades de economia mista e fundações.
governo de Fernando Henri-
que Cardoso. O consórcio Bra- No período de 1930 a 1945 foram criadas treze (13) novas empresas, entre as
sil, liderado pela Companhia
quais podemos citar Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Vale
Siderúrgica Nacional adquiriu
o controle acionário da Vale. do Rio Doce − ambas privatizadas na década de 1990 −, Petrobras e Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), grande pilar de fomento da
política nacional.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
A partir de 1967, com o Decreto-Lei nº 200, uma nova forma de Estado come- De abril de 1964 a março de
1985, o governo do país es-
çava a ser desenhada no Brasil. Algumas características podiam ser vistas no teve sob regime militar de
seu estatuto básico, que prescrevia cinco princípios fundamentais: diretriz nacionalista e desen-
volvimentista. Este período
• O planejamento (princípio dominante); teve seu início com a revolta
militar fomentada pelos então
• A expansão das empresas estatais (sociedades de economia mista e governadores dos Estados de
empresas públicas), bem como de órgãos independentes (fundações Minas Gerais, São Paulo e Rio
de Janeiro e forte apoio da
públicas) e semi-independentes (autarquias);
classe média e dos principais
• A necessidade de fortalecimento e expansão do sistema do mérito, sobre veículos de comunicação.
O início dos anos 1980 foi um período marcado pela crise mundial, reflexo do
segundo choque do petróleo (1979), pela elevação dos juros internacionais da
dívida externa, pela crise fiscal no Brasil e pela forma equivocada de interven-
ção do Estado na economia, fatos esses que contribuíram para que essa fase
recebesse a denominação de década perdida.
A Nova República é caracte-
Neste contexto, houve a necessidade de uma reforma do Estado, uma das rizada pela ampla democrati-
principais promessas da Nova República que hora se instaurava. Diversas ban- zação do país que ocorreu a
partir de 1985, quando assu-
deiras de luta, que iam muito além do rearranjo administrativo, foram levanta-
me o primeiro presidente ci-
das para serem atingidas pela reforma, podendo se destacar a vigência efetiva vil após o regime militar.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
do império da lei, desobstrução do Legislativo, aparelhamento da Justiça,
reforma tributária, descentralização, reforma agrária, saneamento da previ-
dência, implantação do sistema único de saúde, erradicação do analfabetismo,
reforma do ensino básico e desenvolvimento regional.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• A administração pública voltava a ser hierárquica e rígida.
• Surgimento de uma atitude defensiva da alta burocracia que defendeu-se Impeachment: im-
de forma irracional por sentir-se acuada e injustamente acusada. pedimento. Processo que
se instaura contra as altas
Com o fim do governo Sarney, em 1990, Fernando Collor de Mello assume o autoridades do governo com
o fim de as destituir do cargo
poder. Em sua curta “Era Collor”, sob o pretexto de reformar o Estado, realizou
por denúncia de infração gra-
corte de funcionários – que não trouxe expressiva redução de custos – redução ve dos deveres funcionais.
dos salários reais e diminuição de tamanho do Estado com a desestatização e
racionalização.
Com o [impeachment] e a renúncia de Collor, o seu vice-presidente, Itamar O Plano Real foi um progra-
ma de estabilização econô-
Franco, assume o Palácio do Planalto. Devido ao caráter de excepcionalidade
mica lançado em 30 de julho
de seu governo, adotou uma postura tímida e conservadora com relação à re- de 1994. Seu principal obje-
forma do Estado. Para conservar a ampla base de apoio que possuía, persistiu tivo era o controle da infla-
ção, que em junho de 1994
na estratégia de ressuscitar ministérios extintos por Collor e manter o progra- chegava a 46,58% ao mês.
ma de privatização. Para isso foram aplicados
diferentes instrumentos eco-
A principal contribuição do governo Itamar Franco foi o Plano Real, um pro- nômicos e políticos, como,
por exemplo, a instituição
grama de estabilização econômica, que promoveu o fim da elevada inflação da URV – Unidade Real de
que já durava aproximadamente trinta anos. Naquela época o ministro da Fa- Valor – que estabelecia regras
de conversão e uso de valores
zenda do presidente Itamar Franco era Fernando Henrique Cardoso que, após
monetários e a instituição de
o sucesso do plano, veio a ser eleito presidente por dois mandatos seguidos. uma nova moeda, o Real.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
O modelo weberiano criado 1.3 Estado brasileiro na atualidade
pelo alemão Max Weber, um
dos mais renomados pensa-
O modelo weberiano não atendia às demandas da sociedade e não contri-
dores sociais, estabelecia um
conceito de burocracia basea- buía para debelar a crise econômica pujante. A burocracia do arranjo estatal
do em normas, atribuições es- se mostrou ineficiente e ineficaz para gerir as estruturas do Estado no forneci-
pecíficas, esferas de competên-
cia bem delimitadas e critérios mento de serviços públicos de boa qualidade, para atender às demandas com-
de seleção de funcionários. plexas do mundo globalizado e não elevar a carga tributária. Nesse contexto, o
modelo burocrático expressava sinais de esgotamento (COSTA, 2012).
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
alcançados eram claros: “atacar a administração pública burocrática, defender
as carreiras de Estado e fortalecer a capacidade gerencial do Estado”.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Agência Nacional
de Energia Elétrica (ANEEL); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (ANTAQ) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Com
efeito, as agências reguladoras tornaram-se mecanismos governamentais de
controle e normatização de setores altamente relevantes do mercado fornecedor
de serviços essenciais (telecomunicações, energia, transportes e outros).
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
As transformações de primeira geração foram as do DASP
- Departamento de Administração de Serviço Público ‑
criado no Estado Novo, que iniciou uma série de transfor-
mações no sentido de construir uma burocracia gover-
namental profissional. As reformas de segunda geração
foram aquelas previstas no Decreto-Lei 200 [...]. A terceira
geração de transformações foi aquela da chamada era das
reformas de Estado, nos dois governos de Fernando Hen-
rique Cardoso (reforma gerencial do Estado). A ênfase das
reformas de terceira geração era a crise do Estado (apud
FROES e NETO, 2006, p. 32-33).
2ª Decreto-Lei
Estabeleceu diretrizes para a Reorganização da Administração
Modernização 1969 n° 200, de
Reforma Administrativa. Federal.
Administrativa 25/02/1967
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
2 O Estado brasileiro: conceito
e evolução do Estado moderno
Objetivos específicos
O desembarque da corte por- O desembarque da Coroa portuguesa no Rio de Janeiro em 1808 não pode ser
tuguesa aconteceu na cidade
considerado como um marco temporal para a construção do Estado Brasileiro,
de São Salvador da Bahia de
Todos os Santos, em 23 de pois já existia na colônia uma administração colonial que era organizada em
janeiro de 1808, e calcula-se quatro níveis:
que 15 mil pessoas estavam a
bordo das 8 naus, 3 fragatas, • Instituições metropolitanas;
2 brigues, 1 escuna de guerra,
1 charrua de mantimentos e • Administração central;
mais 20 navios mercantes.
• Administração regional;
• Administração local.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
O Brasil, considerando a sua organização territorial, estava divido em capi-
tanias (maiores unidades administrativas da colônia) e estas eram separadas
territorialmente em comarcas. As comarcas, por sua vez, eram compostas
por termos (sediados nas cidades e vilas), e estes eram constituídos de fre-
guesias, que correspondiam às paróquias da circunscrição eclesiástica e eram
divididas em bairros com jurisdição imprecisa.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
A primeira Constituição do Brasil mantinha a monarquia, O primeiro governo, a par-
a dinastia da Casa de Orleans e Bragança e D. Pedro I tir da queda do Imperador
D. Pedro I, foi marcado pela
como imperador e defensor perpétuo do Brasil. Cons-
sucessão de dois governos
tituía um Estado unitário e centralizador, cujo território conhecidos como Regência
era dividido em províncias, que substituíam as antigas Trina. O primeiro, provisório,
capitanias. Os poderes políticos eram quatro – Legislati- aconteceu por apenas dois
meses, em 1831, criando
vo, Moderador, Executivo e Judicial. Cada província era
condições para que a segunda
dirigida por um presidente nomeado pelo imperador, que Regência Trina, essa chamada
tomava posse perante a câmara da capital. Em cada uma de “permanente”, governasse
delas havia também um conselho geral, cujos membros de 1831 até 1835, seguida de
uma Regência Una, de Araú-
eram eleitos juntamente com a representação nacional.
jo Lima, que governou entre
O monarca exercia o Poder Moderador, com o apoio do 1838 até 1840.
Conselho de Estado, órgão de caráter consultivo e, ao
mesmo tempo, o Poder Executivo, auxiliado pelos seus
ministros de Estado (2008, p. 837).
Nos dez anos finais do Império no Brasil, alguns conflitos, como, por exem-
plo, a questão do trabalho escravo, a autonomia das províncias e a Guerra
do Paraguai, exerceram forte pressão no governo de D. Pedro II, sendo sufi-
cientes para desestabilizá-lo.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
Do ponto de vista da federação, houve uma ligeira redução na capacidade legisla-
tiva dos estados, que perderam o poder de legislar sobre determinadas matérias.
A Revolução de 1930 foi um A Revolução de 1930 pode ser considerada um marco para a modernização
movimento armado que pôs
do Estado nacional, uma vez que significou a passagem do Brasil agrícola para
fim à República Velha com
um golpe de Estado que de- um Brasil industrial. A partir dessa revolução, o país deu início ao processo de
pôs o presidente da Repúbli- modernização das estruturas e processos do aparelho do Estado, que perdurou
ca, Washington Luís, em 24
de outubro de 1930, e impe- durante a maior parte do século XX.
diu a posse de Júlio Prestes,
presidente eleito. No início da década de 30 foram desencadeadas, como fruto da insatisfação
em setores liberais, particularmente em São Paulo, uma série de revoltas, como
a Revolução de 1932. Depois de sufocada, essa revolta ensejou a convocação
de uma Assembleia Constituinte, dando origem à promulgação da Constitui-
ção de 1934. De acordo com Costa:
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
governador e prefeito e fixou limites para a organização
e as atribuições dos legislativos estaduais. Inaugurou o
federalismo cooperativo, com a repartição dos tributos,
beneficiando inclusive os municípios, e a coordenação de
ações entre as três esferas de governo (2008, p. 843).
O governo de Getúlio Vargas deu início a uma série de mudanças, como o in-
centivo à atividade industrial e a racionalização burocrática do serviço público
(padronização, normatização e implantação de mecanismos de controle nas
áreas de pessoal, material e finanças). Surgiram nesse período a Companhia
Vale do Rio Doce (CVRD), atualmente um gigante em mineração, e a Compa-
nhia Siderúrgica Nacional (CSN). O Departamento Administrativo do Serviço
Público (DASP), de acordo com Costa, foi criado nesse período:
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
A burocratização do Estado brasileiro tinha como objetivos:
• Transporte;
• Energia;
• Alimentação;
• Indústria pesada.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
profissionalização. A cada desafio surgido na adminis-
tração do setor público, decorrente da própria evolução
socioeconômica e política do país, a saída utilizada era
sempre a criação de novas estruturas alheias à adminis-
tração direta e o consequente adiamento da difícil tarefa
de reformulação e profissionalização da burocracia
pública existente (apud COSTA, 2008. p.151).
Não resta dúvida que o Decreto-Lei n° 200 contribuiu muito para a consolida-
ção do modelo de administração voltada para o desenvolvimento no Brasil. De
acordo com Costa, este Decreto-Lei:
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
A tentativa de reforma e modernização do aparelho do Estado, especialmente
a partir da década de 1960, proporcionou a multiplicação de entidades da
administração pública indireta (empresas públicas, autarquias, sociedades de
economia mista e fundações), que buscavam otimizar e flexibilizar a forma de
atuação dessas entidades, melhorando, com isso, o atendimento às necessida-
des do Estado e da sociedade.
Entre os anos de 1979 e 1982, por iniciativa do Poder Executivo, surgiram dois
programas de reforma instituídos com o objetivo de aumentar a eficiência
e a eficácia na Administração Pública e fortalecer o sistema de livre empresa: a
desburocratização e a desestatização.
O Brasil, ainda nessa época, vivenciava uma severa crise econômica marcada
por crescentes desigualdades sociais. Havia a necessidade urgente da instala-
ção de sistemas administrativos que pudessem promover o desenvolvimento
do país e utilizassem toda a potencialidade de seus recursos. Dessa forma, o
governo da chamada Nova República tinha a difícil e inadiável missão de ope-
racionalizar o aparelho administrativo do Estado, tornando-o mais eficiente e
receptivo às necessidades do povo brasileiro.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Em se tratando da Constituição Federal de 1988, Costa afirma:
Luiz Inácio Lula da Silva assume a Presidência da República em 2003, mantendo Impeachment (impugnação
os princípios adotados por seu antecessor, sob o pretexto de garantir a tranquili- de mandato) é um termo em
inglês que denomina o pro-
dade econômica do país. Reeleito, sua segunda gestão foi marcada pela delibe- cesso de cassação de mandato
rada expansão do Estado e por uma acentuada política de redistribuição de ren- do chefe do poder executivo
por crime comum, crime de
da. Nesse período, o Brasil viveu anos de crescimento, avanços sociais e relativa
responsabilidade, abuso de
tranquilidade político-econômica. O país adquiriu “poder de compra” suficiente poder, desrespeito às normas
para enfrentar as turbulências causadas pela crise de 2008, que causou danos constitucionais ou violação
de direitos pétreos previstos
catastróficos em diversas economias mundiais. Em 2011, é eleita presidente do na Constituição.
Brasil Dilma Rousseff, a primeira mulher a ocupar este cargo.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
3 Relações entre esferas
de governo e regime federativo
Objetivos específicos
Segundo Motta e Douglas (2000), ao dividir o poder que é uno em três grandes
órgãos do Estado – os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário – com as funções
básicas de administrar, fazer leis e julgar, o Estado busca um sistema de “freio e
contrapeso” para evitar o arbítrio ou o abuso de poder de seus exercentes.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
Ordem jurídica: designa O Brasil, por ser um Estado Federado, possui no plano interno uma [ordem
um sistema de normas que re-
jurídica] central e várias parciais. Cada uma destas esferas de poder possui
gula a conduta humana e que,
diferentemente das demais algum grau de autonomia, com descentralização política e administrativa
ordens sociais, contém o ele- (MOTTA e DOUGLAS, 2000).
mento da coação, isto é, exige
determinado comportamento
Isto nos levou a uma estrutura que integra a União, os Estados Federados, os
expresso por uma norma,
ligando o comportamento municípios e o Distrito Federal.
oposto a um ato de coerção,
apoiado no uso da força. Os Estados-membros da Federação, o Distrito Federal e os municípios organi-
zam-se de maneira semelhante ao governo federal, entretanto, os municípios
não possuem um poder judiciário.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
A soberania estabelece que um Estado não deve obediência jurídica a nenhum Para obter mais informações
sobre os bens da União e
outro e a autonomia trata da margem de discrição para decidir sobre seus
dos Estados, consulte os arti-
próprios negócios, delimitado pelo que estabelece a lei. gos 20 e 26 da Constituição
Federal, disponível no link
Para respeitar a autonomia de todas as partes nas Relações entre esferas de go- <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/Constituicao/
verno e regime federativo, tornou-se fundamental definir as responsabilidades da
Constituicao.htm>
União, Estados e municípios sobre áreas do território nacional.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
4 Bibliografia
Referências Bibliográficas
COSTA, Frederico Lustosa da. Brasil: 200 anos de Estado; 200 anos de
administração pública; 200 anos de reformas. Rev. Adm. Pública, Rio de
Janeiro, v. 42, nº. 5, out. 2008. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/
S0034-76122008000500003>. Acesso em: 15 mai 2013.
35
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA - U1 B
FROES, César e NETO, Francisco Paulo de Melo. Curso de Gestão da Admi-
nistração Pública. Rio de Janeiro: UCB/EBDEP-CEP, 2013 (apostila).
LOPES, André Luiz. Noções de Teoria Geral do Estado. Escola Superior Dom
Helder Câmara, Belo Horizonte, 2010.
Leitura complementar
36
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
CCEAD – Coordenação Central de Educação a Distância
Coordenação Geral
Gilda Helena Bernardino de Campos
Gerente de Projetos
José Ricardo Basílio
Equipe CCEAD
Alessandra Muylaert Archer
Alexander Arturo Mera
Ana Luiza Portes
Angela de Araújo Souza
Camila Welikson
Ciléia Fiorotti
Clara Ishikawa
Eduardo Felipe dos Santos Pereira
Eduardo Quental
Frieda Marti
Gabriel Bezerra Neves
Gleilcelene Neri de Brito
Igor de Oliveira Martins
Joel dos Santos Furtado
Lucas Feliciano
Luiza Serpa
Luiz Claudio Galvão de Andrade
Luiz Guilherme Roland
Maria Letícia Correia Meliga
Neide Gutman
Romulo Freitas
Ronnald Machado
Simone Bernardo de Castro
Tito Ricardo de Almeida Tortori
Vivianne Elguezabal
EXÉRCITO BRASILEIRO