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A estas alturas o leitor poderia se perguntar por que menciono intricados estudos
científicos do nosso cosmos em vez de prosseguir logo para o ponto da
interpretação cabalística.
O motivo é que quero deixar o leitor inteirado da maior quantidade possível de
informação científica a respeito do cosmos, para que desta forma possa
compreender de onde vem a visão cabalística do mundo.
Ademais, devido em parte aos problemas de observação causados pelo modelo do
Big Bang, o que se quer enfatizar é o inevitável caráter inconcludente de toda a
pesquisa científica cósmica.
Os astrônomos continuam a especular, enquanto os cabalistas, de fato, conhecem
desde o princípio a certeza do universo. Se o universo está em perpétua expansão
ou se em última instância está entrando em colapso e se reexpandindo é algo que
continua a ser calorosamente debatido. Os cientistas podem imaginar inúmeras leis
que servem para qualquer coisa, todavia, não são capazes de explicar por que se
deve preferir uma delas sobre as demais.
Outro assunto que deve ser abordado antes de embarcarmos em nossa jornada
cabalística ao espaço é o tema da "matéria perdida".
Os físicos acreditam ou suspeitam que um fantasma, ou matéria perdida,
constituem 90 por cento do universo.
É inquietante o pensamento de que não podemos ver a maior parte da matéria no
universo.
Esse fantasma ou matéria perdida se tornaram uma das questões mais importantes
da ciência hoje em dia.
Alguns cientistas sugerem que o número dessas partículas invisíveis chega a
10.000 bilhões por polegada cúbica de espaço, uma soma que o cérebro tem
dificuldade de conceber.
A teoria quântica prevê uma extraordinária simetria em nosso universo, que deve
existir entre a matéria e a antimatéria.
Sendo que aparentemente a matéria domina amplamente sobre a antimatéria, os
cientistas concluíram que nosso mundo não tem essa simetria.
Os cientistas estão felizes com isso, porque se fosse de outra forma a aniquilação
da matéria causada pela antimatéria significaria o fim de todas as partículas
maciças. Por essa razão se pensa que todas as estrelas, galáxias e o pó que
observamos no universo estão na forma de matéria e não de antimatéria.
A antimatéria, que continua sendo algo fantasmagórico, é idêntica à matéria
ordinária, exceto que os sinais das cargas elétricas das partículas que formam a
antimatéria estão invertidos.
Os cientistas afirmam que não existem grandes porções de antimatéria em nosso
mundo porque a matéria e a antimatéria, quando se juntam, se aniquilam
mutuamente.
Os cientistas concluíram que quando uma partícula encontra uma antipartícula, ou
quando a matéria confronta a antimatéria, deve resultar uma aniquilação mútua.
Conseqüentemente, acredita-se que é improvável que mais que uma fração mínima
do universo seja feita de antimatéria.
Assim, o cientista continua a chegar a conclusões baseadas em premissas inválidas.
De fato, ele mesmo também acredita que essas premissas podem não ter
fundamento.
Quando o físico observa que uma mistura é violentamente instável, está
esquecendo que a sua participação na observação determinou a violência.
O cabalista não chega a tais conclusões.
Um cabalista que observa a atividade da matéria e da antimatéria reconhece o
estado de existência de harmonia mútua e de unidade entre as duas.
A violência, a aniquilação e o caos são produtos da humanidade, devido à sua tão
obstinada estrutura mental.
Os cientistas já sabem há algum tempo que a matéria não é permanente na
natureza.
Pode ser criada e também destruída.
Em breve, se energia suficiente puder ser concentrada novas partículas de matéria
passarão a existir.
A matéria pode ser vista corno uma forma de energia encapsulada.
A proposição de que a energia pode ser convertida em matéria implica que nosso
universo pode ter começado em um estado imaterial, e que toda a matéria que
agora observamos foi gerada de um campo de energia ao qual o cabalista se refere
como consciência.
E o Eterno fez crescer da terra toda árvore que é agradável à vista e boa para se
comer, e também a Árvore da Vida no meio do jardim, e a Árvore do Conhecimento
do bem e do mal.34
E comandou o Eterno ao homem, dizendo: de toda árvore do jardim poderás comer
livremente, mas da Árvore do Conhecimento do bem e do mal não comerás; pois
no dia que dela comeres certamente morrerás.
Isso significa que lhe foi permitido comer de todas elas, pois, como vemos [de
todas as árvores] Abraão comeu, Isaac e Jacob comeram, e todos os profetas
comeram e continuaram vivos.
Essa árvore [do conhecimento], entretanto, era uma árvore de morte, já que
aquele que comia dela somente estava fadado a morrer, pois tomava veneno.
Portanto, o texto diz: no dia que dela comeres certamente morrerás, porque assim
estaria separando os caules...
As palavras do fruto da Árvore significam a mulher [a fêmea], sobre quem está
escrito: "Os seus pés descem à morte, os seus passos conduzem ao inferno."
Isso, entretanto, não implica que esses frutos sejam do lado do mal, sem nenhuma
santidade, porque a Bíblia a considera como essência frutífera [auto-criativa], pois
unicamente do lado do Senhor das Trevas há decadência e descontinuidade. "Pois
no dia que dela comeres certamente morrerás."
Sozinha, ela representa a árvore da morte.
Em uma de suas seções mais misteriosas — um capítulo evitado pela maioria dos
tradutores e comentaristas — o Zohar explora a metodologia do equilíbrio cósmico.
O Zohar adverte o leitor da Bíblia a não se enganar com sua expressão literal.
A Bíblia faz uso da linguagem para sugerir uma verdade cósmica interna que está
além do alcance da mente racional.
Contudo, para o leitor não iniciado o Zohar é decididamente abstruso.
Felizmente, o Rabino Ashlag teve a crucial perspicácia para decifrar certas
afirmações do Zohar sobre o universo que revelam a ordem precisa na criação e
nos céus.
Conseqüentemente, de narrações bíblicas aparentemente insignificantes surge a
interpretação zohárica, e desta surge a interpretação cabalística do Rabino Ashlag
da estrutura do universo.
O Zohar e outros tratados cabalísticos apresentam concepções de certa forma
similares àquelas dos físicos.
O físico apresenta teorias na linguagem da física, e os tratados cabalísticos básicos
apresentam o conhecimento na linguagem da metáfora e do simbolismo.
Ambos ficam muito para lá da compreensão do leitor.
A ciência tenta averiguar a verdade acerca do nosso universo usando métodos
aceitáveis à ciência.
A Bíblia, o Zohar e o Sefer Yetzirá, por outro lado, proporcionam à Cabala as
verdades a respeito do universo desde o próprio princípio.
A tarefa que restava agora ao cabalista, como o Rabino Ashlag, era colocar em
linguagem compreensível o conhecimento anteriormente apresentado nas já
mencionadas fontes básicas.
Conseqüentemente, solicita-se ao leitor que mantenha vivo o desejo de contar com
um mapa de itinerário que forneça indicações claras ao longo do caminho da vida, e
que não se incomode com as apresentações iniciais do Zohar.
O propósito de penetrar nesses ocultos e abstrusos tratados do Zohar é estabelecer
contato direto com a fonte do nosso mapa do itinerário. Eles estabelecem e nos
proporcionam um caminho que nos conduz a um estado elevado de consciência e
percepção, necessário para entender as subseqüentes interpretações em uma
linguagem simples e compreensível.
Quando se compreende a sabedoria da Cabala, sua fantástica simplicidade pode ser
completamente apreciada.
O Zohar afirma: "nos dias do Messias, não haverá mais a necessidade de pedir ao
próximo, ensina-me sabedoria, como está escrito: ... e não ensinarão mais cada
um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor;
porque todos Me conhecerão, desde o menor deles até o maior."
A rota para essa fronteira está além do domínio dos sistemas matemáticos do
quantum e do universo.
Essas são apenas pedras no calçamento.
A Cabala é o próprio caminho.
Segundo o Zohar, se aproxima o dia em que os segredos internos da natureza, que
permaneceram ocultos por tanto tempo, serão finalmente revelados.
Tal conhecimento nos possibilitará alcançar a própria essência daquilo que é nosso
e daquilo que está ao nosso redor.
Irá permitir que tenhamos acesso ao domínio do "não-espaço".
Nos proporcionará uma estrutura para a compreensão não apenas do nosso
universo conhecido e observável, mas também daquele que está além do alcance
da observação, no domínio da metafísica.
A Teoria Quântica destruiu a imagem que tínhamos de que o universo está "lá fora"
enquanto nós somos observadores objetivos do que nele transpira, seguramente
isolados da ação.
A mecânica quântica demonstrou que o observador e o observado são como duas
faces da mesma moeda.
O observador tem um impacto incalculável sobre o elétron e uma influência
imprevisível sobre seu futuro.
Até esse ponto, o curso do universo tem sido alterado pelo pensamento humano.
Desse modo, somos conduzidos a uma reconciliação do Quantum e da Cabala, já
que ambos sustentam que este é um universo participativo.
Quem é este observador-criador de que falamos?
É o homem, o iniciador do pensamento.
Sof Ma'seh B´machshavá Techilá, proclama o Rabino Shlomo Alkabets, autor
medieval do santificado hino do Shabat "Lecha Dodi" (Venha, Minha Amada).
"Todas as manifestações e ações são meros resultados de um pensamento a priori."
As leis da causa e efeito são válidas no domínio metafísico, não observável, assim
como no mundo físico, material.
Não temos problema algum em identificar aquilo que é material.
Podemos tocá-lo.
Tem um corpo, uma substância.
É a causa cujo efeito foi a evolução de todos os nossos sentidos.
Podemos vê-lo, cheirá-lo e ouvi-lo.
Mas quando consideramos a substância daquilo que percebemos como uma
realidade física, sólida, retornamos ao bloco de construção básico da natureza — o
elétron.
E o que é um elétron?
É um minúsculo pedaço de matéria sólida?
De forma alguma!
Nem sequer ocupa um lugar específico no espaço-tempo.
Poderia ser melhor descrito como um campo eletromagnético oscilante no
espaço/não-espaço!
Assim, descobrimos que a propriedade fundamental da qual o mundo material é
construído é uma ilusão.
Resta apenas aquilo o que nós, neste exato momento, estamos compartilhando:
energia-inteligência de pensamento; a forma de vida particular, única, que dirige e
diferencia um ser humano do outro, mas é, na realidade, a totalidade do ser
humano.
O físico britânico Sir James Jeans resumiu isto quando disse: o universo se
assemelha mais a um grande pensamento do que a uma grande máquina.
Pode até ser que o que pensamos é real, e o universo físico é somente um padrão
de interferência (um blip impertinente) no mundo do pensamento.
À luz do que já foi dito, podemos e devemos estender estas noções até sua
perspectiva adequada em nossa busca da verdade.
O medo da verdade deve ser deixado para trás.
Continua