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r e v i s t a

Nº 120 – Ano 32 – Julho/Agosto – 2010

Os novos caminhos do
Marketing Farmacêutico
Sindusfarma
anuncia os vencedores de duas
importantes premiações do setor
2 | Mar-Abr 2007
Editorial

Revista UPpharma
DPM Editora LTDA.
Rua Demóstenes, 967 – Campo Belo
CEP 04614-014 – São Paulo (SP) – Brasil
Tel./Fax: (11) 5533-5900
E-mail: revista@dpm.srv.br
Publisher
Nelson Coelho – Mtb 50.499
Jornalista Responsável
Madalena Almeida – Mtb 20.572
Direção de arte
Maurício Domingues
Revisão
Josias A. Andrade
Colaboradores desta Edição
Andrea Mitelman Sternberg, André
Jacques Pasternak, André Reis, Antônio
Britto, Arnaldo Pedace, Deborah Portilho,
Fernando Loaiza, Floriano Serra, Hamilton
Conde, Isabel Vasconcellos, Rebekkah
Carney, Marcelo Weber, Michael
Hessol, Nelson Mussolini, Paulo Aziz,
Renata Schott, Rogério Damasceno
Leal, Scher Soares, Yuri Trafane
Impressão
Vox Editora
Tiragem
12.000 exemplares Os caminhos do marketing
A Revista UPpharma – GRUPEMEF é uma
farmacêutico
publicação bimestral da DPM Editora Ltda.

Este descritivo está em conformidade com as leis O marketing farmacêutico tem passado por várias transformações nos últimos
de imprensa, uma vez que a DPM é responsável
pela produção do conteúdo editorial da Revista.
anos. Antigos modelos usados no passado para comunicar e promover produ-
As informações contidas nos artigos
de nossos colaboradores não refletem
tos não têm mais lugar no marketing atual, que exige dos profissionais muito
necessariamente a opinião desta Editora. mais dinamismo e flexibilidade para atuar em um ambiente muito mais compe-
Cartas para a redação
Revista UPpharma
titivo e complexo.
Rua Demóstenes, 967 – Campo Belo
CEP 04614-014 – São Paulo (SP) Brasil Com o objetivo de apontar o cenário atual e as tendências futuras do marketing
E-mail: cartas@dpm.srv.br
farmacêutico, levando aos profissionais do setor subsídios que possam ajudá-
Assinatura
E-mail: assinatura@dpm.srv.br los na elaboração de ações mais estratégicas, a Revista UPpharma preparou
Tel.: (11) 5533-5900
um reportagem especial, para a qual foram entrevistados gerentes de produtos
Fale com o editor
editor@dpm.srv.br de diversos laboratórios. Na matéria, os entrevistados traçaram um panorama
Publicidade do marketing farmacêutico e opinaram sobre as ferramentas que hoje fazem a
Tel.: (11) 5533-5900
E-mail: anuncio@dpm.srv.br diferença na comunicação com seus clientes.
www.dpm.srv.br
Nesta edição, os leitores também conferem a entrega de duas premiações im-
GRUPEMEF portantes do Sindusfarma: Prêmio de Qualidade 2010 e Prêmio de Excelência
Grupo dos Profissionais Executivos
do Mercado Farmacêutico
em Gestão de Segurança do Trabalho.
Rua Roque Petrella, 97
CEP 04581-050 – São Paulo (SP) – Brasil O primeiro contemplou as empresas que mais se destacaram no ano anterior
Tel.: (11) 5093-5385 – Fax: (11) 5531-8103
E-mail: grupemef@grupemef.com.br na busca da excelência de produtos e serviços, num total de 22 categorias.
Diretora-Geral do GRUPEMEF
Sonia Orestes O segundo premiou as iniciativas bem-sucedidas de laboratórios na prevenção
Diretores do GRUPEMEF de acidentes, uma preocupação louvável, considerando que o maior patrimônio
Marcelo Weber
Renata Schott das empresas são as pessoas. As duas premiações são um importante reco-
Gerente Administrativa do GRUPEMEF
Antonia Rodrigues nhecimento dos esforços de laboratórios e fornecedores que contribuem para o
desenvolvimento de um setor tão importante no Brasil. Aproveitem a leitura ao
máximo!

Nelson Coelho
Publisher
sumário

16 Marketing farmacêutico
Na matéria de capa, gerentes de diversos
laboratórios analisam o atual modelo
do marketing farmacêutico no Brasil e
apontam tendências futuras e ferramentas
que poderão fazer a diferença em um
mercado em constante transformação.

26 Premiação 48 Evento
Sindusfarma anuncia os vencedores do Prêmio Alcon, Allergan, J&J, Libbs e
Qualidade 2010, que contemplou os melhores Weleda receberam o Prêmio
fornecedores da indústria farmacêutica em 22 classes. Sindusfarma de Excelência
em Gestão de Segurança
do Trabalho, que reconhece
as iniciativas bem-sucedidas
das empresas na prevenção
de acidentes e doenças
ocupacionais.

6 Grupemef 40 Marketing digital 58 Responsabilidade social


8 Sindusfarma 42 Notícias Grupemef 60 Reciclagem
10 Interfarma 44 Propaganda médica 62 Treinamento
12 Marketing 50 Opinião 64 Comunicação
24 Ponto de vista 51 Recursos humanos 65 Saúde feminina
36 Recrutamento e seleção 52 Coluna legal 66 Dose única
38 Panorama 56 Análise
Grupemef

Novo mandato
O sucesso da primeira edição da Outro assunto importante que
FarmaVen ainda continua repercu- gostaria de partilhar com os leitores
tindo em todo o setor. O evento é é sobre a Assembleia Geral Ordinária,
uma iniciativa do Grupemef com o realizada em julho, na qual tivemos
objetivo de promover oportunidades a eleição da diretoria para o triênio
de negócios entre os laboratórios e 2011-2013. Como não houve chapa
fornecedores. concorrente, a atual gestão perma-
necerá à frente da entidade por mais
Além das palestras, os participan-
esse mandato. Gostaria de agradecer
tes tiveram contato com várias em-
a confiança dos associados e espero
presas que expuseram seus produtos
contar com o apoio de todos nos pró-
voltados ao mercado farmacêutico.
ximos três anos.
Um dos pontos altos do encontro foi
o Painel dos Presidentes, que con- Aproveitando a ocasião, convidei
tou com a presença de Cleiton de alguns profissionais do mercado para
Castro Marques, da Biolab; Marcelo fazer parte do Conselho Deliberativo
Geraldi, da Farmoquímica; Wilson e Conselho Fiscal, que, sem dúvida,
Borges, do Zambon; e Fernando poderão enriquecer nossa atuação,
Loaiza, do Bagó. contribuindo para fazer do Grupemef
uma entidade ainda mais forte e
Os executivos responderam a vá-
representativa.
rias questões ligadas ao setor, abor-
dando temas como o atual momento Neste segundo semestre, continu-
da indústria farmacêutica no Brasil, aremos a implementar as metas tra-
tendências na área de marketing, as çadas, sempre buscando melhorias
mudanças na relação paciente-médi- para a entidade com uma atuação
cos e muitos outros assuntos. pautada pela ética e transparência.
Sem dúvida, foi uma oportunidade
única de reciclagem para os profissio-
nais, que também puderam ampliar
conhecimentos e trocar experiências.
A próxima edição do evento já está
sendo trabalhada e, em breve, divul- Sonia Orestes
garemos mais detalhes ao mercado. Diretora-Geral

6
Sindusfarma

A indústria farmacêutica vende saúde


Nelson Mussolini

Na prática diária, a
troca de informações
entre laboratórios e
médicos é normal,
legítima e útil para
os profissionais e
seus pacientes.

As questões que envolvem a saú- seja por meio de propagandistas, en- contratam médicos para proferir pales-
de são sempre delicadas, como não contros ou congressos, é normal, legí- tras devem informar esses patrocínios
poderiam deixar de ser. Afinal, dizem tima e útil para os profissionais e seus nos materiais de divulgação de seus
respeito à vida de cada um de nós, pacientes. eventos.
de nossos parentes, amigos ou de Visitas de propagandistas aos con- Além da autorregulamentação
pessoas que não conhecemos, mas sultórios e convites para palestras e existe, como se sabe, uma ampla le-
com as quais nos identificamos. congressos são feitos com transpa- gislação que estabelece regras para a
É natural, portanto, que proce- rência, à luz do dia, e se orientam por promoção, propaganda e publicidade
dimentos terapêuticos despertem a princípios éticos indissociáveis, tanto de medicamentos e a relação da in-
curiosidade de todos. E entre eles, da prática médica quanto do desen- dústria farmacêutica com os profissio-
uma ação importante e sensível é o volvimento e da fabricação de medica- nais da saúde – a Resolução nº 102,
processo de escolha dos medicamen- mentos. Essa é a regra. da Agência Nacional de Vigilância
tos mais indicados para os tratamen- Sendo assim, os canais de comuni- Sanitária (Anvisa) –, cujo cumpri-
tos. Isso coloca em evidência o rela- cação dos fabricantes de medicamen- mento é fiscalizado pela Gerência
cionamento entre médicos, pacientes tos com a classe médica expressam de Monitoramento e Fiscalização de
e a indústria farmacêutica, suscitando, uma relação de credibilidade e con- Propaganda, Publicidade, Promoção
muitas vezes, dúvidas e desconfianças fiança construída ao longo do tempo. e Informação de Produtos sujeitos à
que são fruto do desconhecimento e, Esse procedimento é reforçado por Vigilância Sanitária do órgão.
não raro, de preconceito. compromissos firmados por escrito, Mas, independentemente das leis,
Por esta razão, nunca é demais nos diversos Códigos de Conduta ela- há o zelo e o respeito do setor para
reafirmar os princípios que norteiam o borados e seguidos por empresas e com os pacientes.
setor na divulgação dos medicamen- entidades representativas da indústria Os laboratórios farmacêuticos
tos que desenvolve e produz e nos farmacêutica. Códigos que definem estão empenhados em descobrir e
contatos que mantém com a classe parâmetros objetivos sobre as ações produzir medicamentos seguros e de
médica. promocionais dos laboratórios. qualidade e garantir que o seu consu-
As ações promocionais da indús- Em linhas gerais, os códigos de mo esteja baseado na divulgação de
tria farmacêutica entre os profissionais conduta proíbem a oferta de incen- informações fidedignas e na avaliação
da saúde têm a finalidade de informá- tivos de qualquer natureza para que isenta dos profissionais habilitados a
los sobre as competências científicas médicos e profissionais da saúde pres- prescrevê-los. Afinal, o negócio da in-
e tecnológicas dos laboratórios, as crevam ou comprem medicamentos; dústria farmacêutica é, acima de tudo,
características terapêuticas de seus determinam que nenhum auxílio para vender saúde e bem-estar.
produtos e o lançamento de novos a participação em encontros profissio-
medicamentos. nais e científicos esteja condicionado Nelson Mussolini é Vice-Presidente Executivo do
Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos
Na prática diária, a troca de infor- à obrigação de promover medicamen- no Estado de São Paulo (Sindusfarma).
mações entre laboratórios e médicos, tos; e estabelecem que empresas que E-mail: sindusfarma@sindusfarma.org.br

8 | Jul-Ago 2010
Interfarma

Equação da saúde
Sem o investimento mínimo não teremos o ideal
Antônio Britto

Atender plenamente década de 1940, a média de idade não que alguns estados não cumprem o
os princípios da ultrapassava os 46 anos. Para 2050, a mínimo de investir 12% dos seus orça-
projeção média é de 81 anos. mentos em saúde. Entre 2006 e 2007,
universalidade e equidade É cada vez menor a disponibilidade 15 estados transferiam recursos desti-
do SUS sempre foi um de o Governo atender e tratar ade- nados à saúde para outras áreas, como
desafio. Mas agora quadamente o cidadão e, para piorar despesas com obras de saneamento e
o Governo se depara a situação, os recursos destinados à pagamento de aposentados e até para
saúde permanecem praticamente os o mercado financeiro.
com algo ainda maior: mesmos da época da promulgação da Desde que a Constituição foi pro-
garantir que os recursos Constituição. Especialistas dizem que mulgada, atender plenamente os prin-
destinados à saúde o sistema de saúde deveria ficar com cípios da universalidade, integralidade
fiquem na saúde. um terço da receita total destinada à e equidade do SUS (Sistema Único
seguridade social, o que equivaleria de Saúde) sempre foi um extraordiná-
para o ano de 2010 a um orçamen- rio desafio. Mas agora se sabe que o
Passados 22 anos da promulga- to próximo a R$ 130 bilhões para o Governo se depara com outro desafio
ção da nossa Constituição Federal, Ministério da Saúde. Isso significa o ainda maior: garantir que os recursos
parece justo e apropriado reconhecer dobro do orçamento atual. Pode ser destinados à saúde fiquem na saúde.
os esforços dos legisladores em ga- pouco se comparado ao que deveria Esses recursos jamais serão abundan-
rantir determinados direitos aos cida- ser, mas o suficiente se a comparação tes, mas não podemos sonhar com o
dãos brasileiros. Em relação à saúde, for feita com outros modelos de siste- ideal se a realidade nos mostra que
os constituintes entenderam que um mas de saúde de outros países. ainda não fazemos o mínimo.
direito supremo do indivíduo deveria O estudo “Análise do Setor de
Medicamentos no Brasil 2004-2007”, Antônio Britto é Presidente da Interfarma –
ser obrigatoriamente garantido pelo Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa.
Governo como sendo um dever de publicado no ano passado pela E-mail: interfarma@interfarma.org.br
Estado. Interfarma, baseado em dados da
Valeu o esforço, mas as intenções Organização Mundial da Saúde (OMS)
de antes não correspondem mais aos e Datasus, mostra que a despesa do
fatos de hoje. O Brasil mudou tanto, Governo por habitante brasileiro foi
que existe uma abissal distância entre de US$ 715, em 2007, enquanto a
o desejo dos legisladores e a realida- média mundial ficou em US$ 857.
de brasileira. A população aumentou Na Argentina, ultrapassou US$ 1,2 mil
em 40 milhões, praticamente uma per capita e nos Estados Unidos, que
Argentina. Somos agora 190 milhões lideram o ranking, ficou próximo de US$
de habitantes, uma demanda que cria 7,3 mil. Em países com modelo similar
uma insustentável pressão tanto sobre ao de atendimento do Brasil, os gastos
os serviços de atendimento e trata- com saúde são multiplicados por qua-
mento quanto sobre todo o resto do se quatro, como é o caso da Espanha
sistema de saúde. (US$ 2,6 mil per capita), ou por quase
Os avanços da medicina e a me- sete, no Canadá (US$ 4,9 mil).
lhoria nas condições gerais da popu- Se de um lado os investimentos em
lação impactaram, consideravelmente, saúde no Brasil são insuficientes, de ou-
a expectativa de vida do brasileiro ao tro, o gerenciamento dos recursos deixa
nascer. Em 2008, a média de idade do a desejar. Auditoria do próprio Governo
brasileiro chegou a quase 73 anos. Na Federal, publicada recentemente, indica

10 | Jul-Ago 2010
Marketing

O retrato de um cliente
Rebekkah Carney e Michael Hessol

Talvez você se depare com a opor- equipe e a empresa não têm um gran- sim sobre a autopercepção que tem e
tunidade de trabalhar com um produto de controle sobre QUEM é o seu cliente como desejam ser percebidos. É sua
que poderá aumentar o portfólio da ou sobre a forma de atrair tal cliente. responsabilidade agora descobrir e co-
sua empresa para um público funda- Assim, um projeto de pesquisa não municar essa imagem com sucesso.
mentalmente diferente do atualmente tem a ver com a forma com a qual os
trabalhado. Encontrar uma solução clientes percebem o seu produto, mas As ferramentas
eficiente para compreender esse novo Dados etnográficos e estudos de
público é importante para o sucesso Quando as segmentação são ferramentas tradi-
do seu projeto. cionais para se atingir essa meta. São
Imagine os seguintes cenários para
oportunidades fantásticas, porém, se você não tiver
você poder entender o desafio: talvez aparecem tempo, dinheiro e recursos humanos
a equipe esteja procurando atrair uro- repentinamente, ou em para tal, talvez precise de outras ferra-
logistas, além dos oncologistas com um ponto crítico no mentas que lhe permitirão compreen-
quem vem trabalhando há anos, ou der os seus potenciais clientes e con-
qual tempo, orçamento
você descobriu que o medicamento tribuir com as palavras e o imaginário
que você trouxe para o mercado dos e equipe são que criarão o esboço do seu produto.
reumatologistas tem aplicações que limitados e impedem Perfilar por meio da psicografia qua-
apoiariam as necessidades de derma- a segmentação ou a litativa é uma dessas alternativas úteis,
tologistas e gastroenterologistas. análise etnográfica visto que ela consiste de três com-
Em todas essas situações, sempre ponentes principais: Caracterização do
lhe disseram que o cliente mais impor-
completa, deve- Participante, Comparações e Interações
tante é aquele para quem o produto se lançar mão de da Especialidade e Tendências e
precisa ser convincente. Mas você, a outras ferramentas. Adoção.

12 | Jul-Ago 2010
Marketing

Caracterização do O perfil psicográfico tratamento e adoção, quanto tempo


participante pode ajudar a levou para que eles adotassem e se
Essa primeira seção consiste adaptassem à mudança, o que os aju-
de perguntas aprofundadas sobre
sua organização dou a mudar e o que significou para
hobbies e interesses, motivações e a compreender a sua prática de medicina é, muitas
percepções profissionais, seguidas de e abordar as vezes, o melhor indicador de um com-
portamento futuro do que uma frase
uma série de exercícios de mood bo- necessidades e
ard, o que pode ser útil para ajudar os de intenção sobre as tendências que
expectativas dos estão por vir.
participantes a fazerem as conexões
entre imagens e emoções e as suas novos clientes de
escolhas, ações ou atividades. maneira tão efetiva Conclusão
Pede-se aos participantes para quanto aquela Quando o sucesso da sua organiza-
selecionarem imagens partindo de ção depende da abordagem das neces-
utilizada para sidades de um novo público no merca-
uma seleção de peças visuais capa-
zes de representá-los. O imaginário
trabalhar com o seu do, a pesquisa é uma das ferramentas
do mood board pode variar de acor- mercado tradicional. essenciais para desenhar um cenário
do com os seus produtos e a área detalhado dos novos clientes da sua
terapêutica, mas pode incluir entre empresa, e os resultados dessa pesqui-
e a atração que já existem entre os sa são críticos para efetivamente comu-
15 e 25 imagens capazes de evocar:
seus atuais clientes. nicar o perfil para a sua organização.
solução de problemas; desafios e es-
As áreas para as perguntas abran- Quando as oportunidades apare-
forço mental/físico; estresse; fluxo de
gem: caracterização da especialida- cem repentinamente, ou em um pon-
informação e comunicação; trabalho de do participante em comparação à to crítico no qual tempo, orçamento
em equipe; conflito e colaboração; especialidade de outro cliente; pedir e equipe são limitados e impedem a
realização; e liderança. para os participantes descreverem a segmentação ou a análise etnográfica
interação que existe entre a sua espe- completa, deve-se lançar mão de ou-
Especialidade, cialidade e a de outro especialista/pro- tras ferramentas.
diferenciação e fissional da saúde que interage com o O perfil psicográfico pode ajudar
comparações paciente do participante; e comparar e a sua organização a compreender e
Esta parte da conversa tem utili- fazer o contraste entre os traços que abordar as necessidades e expectati-
dade quando há interação entre os tipificam cada especialista. vas dos novos clientes de maneira tão
seus principais clientes e os seus
efetiva quanto aquela utilizada para
novos e potenciais clientes; seja esta Tendências e adoção trabalhar com o seu mercado tradicio-
interação colaboradora ou compe- É muito útil checar como esse novo nal, convertendo assim o desafio na
titiva, ela pode ajudá-lo a identificar target percebe as tendências futuras sua próxima oportunidade.
as comunidades e as diferenças de na prática da medicina. Também não
maneira rápida. Isso é importante se se esqueça do passado ao perguntar Rebekkah Carney e Michael Hessol são
você deseja criar uma campanha que sobre futuro. Descobrir o que fizeram Vice-Presidentes Adjuntos da Unidade de
Healthcare da GfK, empresa de pesquisa de
será atraente para o seu novo públi- da última vez quando uma grande mu- mercado presente em mais de dez países.
co, sem sacrificar o relacionamento dança ocorreu nos seus padrões de Website: www.gfkcr.com.br

14 | Jul-Ago 2010
Marketing farmacêutico

O futuro de
uma atividade
em constante
transformação
Madalena Almeida

Poucas atividades passaram por impôs desafios na maneira como os como “algo único”.
tantas transformações nos últimos laboratórios treinam funcionários, pro- Como parte desse ambiente, os
anos como o marketing farmacêutico. movem os produtos e se relacionam profissionais de marketing, por sua vez,
Se em um passado não muito distante, com seus vários públicos (médicos, também precisaram rever conceitos e
bastava a empresa colocar seu lança- pacientes e pontos de venda). quebrar paradigmas. Hoje, a atuação
mento no mercado, treinar a Força de Conquistar a fidelidade do cliente do marketing vai muito mais além de
Vendas e criar ações promocionais um se tornou uma tarefa muito mais com- conhecer o mercado e as reais neces-
pouco mais elaboradas para o produto plexa. Diferenciais do passado, como sidades dos clientes para estabelecer
vender naturalmente, hoje, esse mo- qualidade de produto e atendimento, as melhores estratégias. O foco dos
delo não tem mais lugar no marketing viraram commodities. Com isso, os negócios não está mais no custo de
moderno. Os avanços tecnológicos clientes utilizam critérios muito mais produção e no produto, mas sim no
permitiram o lançamento de produtos abrangentes e, muitas vezes até subje- cliente. Com isso, esses profissionais
em um tempo cada vez mais curto. tivos, para escolher os medicamentos precisam estar mais preparados para
Além disso, a queda de patentes, o que vão prescrever ou consumir. Isso atuar dentro dessa nova realidade.
crescimento dos genéricos, que trouxe sem falar da restrição cada vez maior Para Eduardo Novaes, Gerente
novos competidores com propostas do Governo sobre a propaganda e de Desenvolvimento Estratégico da
de valor diferentes, somados à redu- promoção de medicamentos. sanofi-aventis, as principais transfor-
ção do número de verdadeiras inova- Nesse cenário, buscar a diferencia- mações no marketing farmacêutico no
ções, vêm mudando sensivelmente o ção torna-se o grande desafio para as Brasil estão intimamente relacionadas
mercado, obrigando as empresas a re- Farmacêuticas, que precisam manter à competição: suas formas e modelos.
pensarem suas estratégias de marke- um relacionamento cada vez mais pró- Segundo ele, algumas dessas trans-
ting e sua forma de atuação no setor. ximo com o cliente, a fim de que ele formações referem-se aos tamanhos
O advento da internet também veja determinado produto ou empresa das equipes de promoção médica, às

16 | Jul-Ago 2010
propostas de valor oferecidas, à rele- identificar alternativas inteligentes e do marketing farmacêutico é criar for-
vância dos pontos de vendas e à in- criativas para oferecer ao cliente. E a mas de promover suas marcas ou, até
fluência de outras partes interessadas diferenciação está cada vez mais li- mesmo, sua empresa, de forma inova-
(pacientes, Estado etc.) na demanda gada à prestação de serviços. Em dora, visando aos objetivos propostos.
dos medicamentos. um mercado em que cada vez menos Atualmente, vejo uma grande dificulda-
“A profissionalização das Forças de aparecem novos produtos e que há de em ações focadas no targeting, ou
Vendas em termos de visão de negó- muitas marcas disponíveis, a empresa seja, nas ações de relacionamento”,
cio, organização e planejamento é no- que conseguir maior share of mind ten- expõe Fernando.
tória nos últimos anos, e foi, em muito, de a se destacar”, opina Resende. Fábio Gossi, Gerente de Produto
favorecida por tecnologias de gestão Adalgisa Muniz Klem, Gerente de do Zambon, também lembrou que a
de dados, com o uso de smartphones, Produto da Eurofarma, também lem- rígida regulamentação da propagan-
Palms e NetBooks, facilitando e dan- brou que as novas legislações exigirão da de medicamentos é uma tendência
do mais agilidade à gestão dos painéis da indústria farmacêutica e dos pro- mundial. Para ele, as empresas devem
médicos, cadastro de visitas, esforço fissionais de marketing cada vez mais encarar tais restrições como uma pro-
promocional. Por outro lado, verifica- ética e transparência. “Por outro lado, teção contra competidores sem ética.
mos que a capacitação científica e a há de se considerar a necessidade de “Considero que as transformações no
agregação de valor à prática clínica se quebrar paradigmas e trabalhar fo- marketing farmacêutico foram influen-
dos médicos parecem não ter evoluído mentando, acima de tudo, a crença de ciadas pela maioria das inovações que
na mesma velocidade, seja em parte que a inovação e a criatividade exer- também impactou nossas vidas pes-
pela redução no número de inovações cem um papel fundamental no desem- soais, como o maior acesso e a por-
ou pelo foco exacerbado no produto penho das empresas, mesmo em meio tabilidade de informação. Atualmente,
em detrimento ao cliente.Diversas pes- às restrições. Assim, ficam as alter- podemos responder a qualquer per-
nativas: atuar de forma convencional gunta em qualquer lugar. O que mudou
quisas revelam o grau de insatisfação
ou buscar ideias inovadoras, fazendo é que antes nossas decisões depen-
dos médicos com o volume de visitas
assim a diferença com seu produto”, diam de demoradas pesquisas e con-
de Representantes, que não têm agre-
completa. sultas, que, hoje, podem ser realizadas
gado muito valor à sua prática clínica
Fernando Palauso, Gerente de de forma mais rápida e eficiente”, ana-
diária”, avalia Eduardo.
Grupo de Produtos da Linha Sistema lisa Fábio.
De acordo com ele, o grande desa-
Nervoso Central, da Torrent do Brasil,
fio que se apresenta ao marketing far-
considera que as principais mudanças O que faz a diferença?
macêutico está relacionado, invariavel-
apresentadas pelo marketing farma- De fato, o mercado farmacêutico
mente, à condição e à agilidade que as
cêutico estão relacionadas às áreas vive situações semelhantes às de ou-
organizações têm de reinventar seus
de tecnologia da informação e nas tros segmentos. Os produtos estão a
modelos mentais à luz de uma “nova
estratégias para gerenciamento dos cada dia mais parecidos e com ciclos
realidade” de mercado.
canais de venda. “Dificuldades sem- de vida mais curtos, obrigando os pro-
“Para as Farmacêuticas, esta evo-
pre existiram, e o papel do profissional fissionais do marketing a buscar meios
lução é uma oportunidade em poten-
cial. Ser ágil em identificar as tendên-
cias e assumir uma postura pioneira
pode agregar valor a uma organização
em diversos aspectos internos e exter-
nos”, acrescenta Eduardo.
A busca da
Na visão de Marcos de Resende diferenciação é o
Damascena, Gerente de Operações grande desafio para
da Germed Pharma, a principal trans- as Farmacêuticas,
formação do marketing farmacêutico
que precisam manter
nos últimos anos foi a maior cons-
cientização dos profissionais na busca
um relacionamento
de alternativas para a consolidação cada vez mais próximo Marcos de Resende,
da Germed Pharma
de marcas. “Com todas as restrições com seus clientes.
hoje impostas pela Anvisa, o profissio-
nal do marketing farmacêutico precisa

17
Marketing farmacêutico

de maximizar a aceitação e a venda em termos de competitividade. também estão acessíveis para a maio-
desses medicamentos. Nesse contex- “Temos a tendência de considerar o ria das empresas, a preocupação
to, o desafio é identificar ferramentas mercado farmacêutico como um seg- acaba sendo sempre a mesma: como
que realmente façam a diferença na mento tradicional. Mas os nossos prin- utilizar essas ferramentas para con-
conquista do cliente e, consequente- cipais clientes, os médicos, são usuá- quistar o médico, antecipando-se à
mente, tragam melhores resultados rios assíduos de tecnologia. Acredito concorrência?
operacionais e mais rentabilidade. no sucesso de ações que aproveitarem “O desafio do marketing permane-
“Acredito que as pessoas farão essa preferência tecnológica para co- ce o mesmo desde os primórdios da
cada vez mais a diferença. A persona- municar seus produtos e serviços. Não propaganda médica, ou seja, reter a
lização da Força de Vendas por meio existe mais tempo para discutirmos a atenção do médico por um período
de investimentos em treinamento, viabilidade da comunicação via internet. de tempo adequado à necessidade
boas seleções de profissionais e ações Já estamos todos conectados e, ago- individual. Além da escassez de tem-
de marketing diferenciadas serão fer- ra, precisamos criar ações de alto nível po para uma propaganda adequada,
ramentas fundamentais. A gestão do para comunicar nossos produtos”, frisa atualmente, há o desafio de levar algo
portfólio e diferenciações em seus Fábio Gossi, do Zambon. inédito, atual e de interesse específico
produtos, ou seja, investir em um seg- Para Fernando, da Torrent, as au- e segmentado, visto que outros canais
mento pouco explorado pelos concor- ditorias de mercado disponíveis hoje, de comunicação cumprem esse papel,
rentes, também são estratégias que comparadas a outros segmentos, e a dimensão do painel médico impe-
podem ser eficazes. As empresas pre- também são diferenciais do marke- de uma segmentação adequada”, ob-
cisam buscar novas saídas e concre- ting farmacêutico. “Temos informa- serva Fernando, da Torrent.
tizar planos criativos, que antes nem ções altamente qualificadas, atuali- Fábio Gossi, do Zambon, aponta
zadas e precisas, que nos permitem como o principal desafio do marketing
cogitavam em executar”, recomenda
hoje levar a melhor informação possível
Adalgisa, da Eurofarma. tomar decisões assertivas, maximi-
para os médicos. Para isso, segundo
Resende, da Germed Pharma, tam- zando os nossos resultados. Além
bém considera o investimento na Força disso, lidamos com um público-alvo
de Vendas como a melhor ferramenta qualificado, permitindo uma comuni-
para diferenciar as ações de marketing. cação diferenciada”, enfatiza. Não existe mais
“Quanto mais capacitado estiver o pro- tempo para se
fissional para falar a linguagem do clien- O desafio de interagir discutir a viabilidade
te, mais fácil será para se diferenciar as com os médicos
ações de marketing”, completa. De fato, em um mercado tão dinâ-
da comunicação
Para Eduardo, da sanofi-aventis, mico e competitivo, o marketing far- via internet. As
não há uma fórmula ou modelo de macêutico precisa monitorar de perto empresas precisam
maior competitividade que possa ser as transformações que ocorrem no criar ações de alto
adotado de forma generalizada pelas perfil de seus clientes, sejam eles pa-
empresas. Entretanto, na visão do ge-
nível para comunicar
cientes, varejo ou médicos, traçando
rente, o uso de tecnologias mais mo- estratégias diferenciadas para promo- seus produtos.
dernas de comunicação, que deem ver os seus produtos de forma única
suporte ao Representante em sua re- para cada um deles.
lação com o cliente, agregando valor Nesse sentido, um dos grandes
à prática clínica diária do médico, ou desafios dos profissionais do marke--
mesmo tecnologias que aproximem ting farmacêutico continua sendo a
os pacientes/consumidores finais das busca da eficiência em todas as for-
marcas e empresas – tais como, redes mas de comunicação com seus públi--
de relacionamento social etc. – e ainda cos, especialmente com os médicos,
tecnologias que aproximem o canal de seus principais clientes.
distribuição das marcas e empresas, Dessa forma, são muitas as inova--
como programas de parceria, educa- ções que permitem hoje aos labora--
Fábio Gossi, do Zambon
ção e capacitação etc., podem enri- tórios estabelecer um relacionamento
quecer a relação da indústria com seus mais próximo com a classe médi--
públicos e gerar melhores resultados ca. Entretanto, como tais inovações

18 | Jul-Ago 2010
o gerente, o representante é o agente verdadeiramente interessando-se por uma perda de tempo para o cliente,
capaz de transformar informação em suas necessidades. “O desafio é vol- que não tem seu interesse despertado.
ação. “É necessário ter uma parce- tarmos os olhos mais para os clientes Ainda acredito que o melhor programa
ria forte e verdadeira com a Força de do que para nossos produtos/marcas, de interatividade está na relação médi-
Vendas para que a estratégia aconteça usando esse conhecimento mais pro- co x propagandista”, revela Resende,
conforme o planejado”, analisa. fundo de cada médico para personali- da Germed Pharma.
Na visão de Eduardo, da sanofi- zar o diálogo, que, consequentemente, Adalgisa, da Eurofarma, também
aventis, o principal desafio das em- levará a uma diferenciação sustentada”, é da mesma opinião. Segundo ela, os
presas na interação com o médico observa. programas interativos com os médicos
está também relacionado ao modelo são ferramentas eficazes e de baixo
mental de comunicação. “O foco exa- A eficácia dos custo quando comparados a outros
gerado em produtos, em algum grau, programas interativos recursos tradicionais. Porém, para a
obscureceu a visão do cliente, o que Na comunicação com o médico, gerente, a principal ferramenta de in-
leva a indústria farmacêutica a consi- também muito se fala hoje em progra- teração com os profissionais de saúde
derar que ‘promoção médica’ não é mas interativos, que, na prática, garan- continua sendo a Força de Vendas.
falar dos seus produtos apenas, mas, tem resultados positivos. Porém, os “As novas ferramentas de interação
na verdade, entender as necessidades profissionais de marketing acreditam com os médicos são, muitas vezes,
e desejos do cliente (em nível mais in- que esse recurso precisa ser muito apresentadas pelo próprio propagan-
dividual) e de que forma seus produtos bem trabalhado para atingir os objeti- dista”, lembra a gerente.
podem ser úteis”, comenta. vos esperados. “A interatividade é uma Eduardo, da sanofi-aventis, reve-
Segundo o gerente, as empre- ferramenta interessante, mas desde lou que, dentro do mix de ferramen-
sas precisam adotar uma postura di- que tenha um conteúdo que prenda tas utilizado para se comunicar com
ferente perante o médico, ouvindo e o cliente. Sem isso, se torna apenas a classe médica, a empresa vem
Marketing farmacêutico

hora que o cliente quer e no forma-


to desejado. E o médico é um leitor
O foco dos negócios e precisa de conhecimento disponível
não está mais no custo e atualizado a toda hora. “Isso faz a
de produção e no diferença. Por enquanto uma forma
produto, mas sim no não substitui a outra, mas se com-
plementam. No futuro, vai prevalecer
cliente. Os profissionais
o formato que estiver mais atualizado
de marketing precisam e acessível. Hoje, não temos como
Eduardo Novaes, estar preparados utilizar somente o formato digital ou
da sanofi-aventis para atuar nesse somente o impresso. Em um futuro
novo cenário. próximo, teremos de estar prepara-
dos para acessar nossos clientes em
tempo real, sete dias por semana e
com conteúdo sempre atualizado. Por
enquanto, continuaremos apostando
investindo em ações de relacionamen- lançar um novo produto no campo, o no homem do campo como principal
to digital. Um dos exemplos de intera- médico, por sua vez, acaba tomando diferencial”, afirma.
ção com os médicos por meio digital, conhecimento dos estudos clínicos, ou Na visão de Eduardo, da sanofi-
que vêm ganhando espaço na indús- faz parte de uma comunidade científi- aventis, a internet será, cada vez mais,
tria farmacêutica nos últimos anos, é ca que discute o avanço no tratamento um canal de comunicação e fonte de
o Webmeeting. “Tal ferramenta, de e diagnósticos de determinadas doen- informação relevante. Nesse sentido, é
fato, permite ‘encurtar as distâncias’ e ças. O paciente, por sua vez, também fundamental que as organizações de-
colocar ‘o país inteiro’ em uma mes- já vai ao consultório sabendo o que há senvolvam formas para se manterem
ma sala. Um aprendizado que temos em desenvolvimento para o tratamen- presentes, participando das “conver-
tido na sanofi-aventis em relação aos to da sua doença. Com isso, a indús- sas” no mundo digital.
Webmeetings refere-se às projeções tria farmacêutica busca por meio da “Já existem médicos que preferem
de público e adesão. O modelo de web novas formas de interação com as informações em formato digital,
Webmeeting acabou sendo ‘como- os médicos, utilizando, por exemplo, mas a maior parte de promoção ainda
ditizado’ e o que faz diferença não é videoconferências, Twitter, Orkut, vi- é feita por meio de material impresso.
o meio digital, como ocorreu no início deoaulas, salas de bate-papo etc.”, É claro que há um mundo de vantagens
do uso dessa tecnologia, mas, sim, o avalia Adalgisa, da Eurofarma. no uso de formatos digitais: agilidade,
conteúdo, sua atratividade e condição Ela ainda lembrou que na era di- portabilidade, interatividade, sustenta-
de enriquecer a prática clínica do mé- gital, o próprio propagandista não se bilidade etc. O segredo está em enten-
dico”, destaca Eduardo. comunica com o médico somente no der o que o cliente deseja, agregando
consultório. “Muitas vezes, a comuni- valor à comunicação por meio do for-
A contribuição da internet cação com o propagandista tem sido mato de entrega da informação, seja
E por falar em tecnologia digital, é feita via internet, com a solicitação impresso ou digital. Apesar de o for-
incontestável a contribuição da internet de informações, trabalhos científicos, mato ser relevante e, eventualmente,
e de outras mídias na busca da eficiên- agendamento de visitas etc. No lança- uma forma de diferenciação, o mais
cia da comunicação com os médicos. mento de produtos, a tecnologia digi- importante é o conteúdo desse mate-
“A internet é uma ferramenta pode- tal pode também ajudar a disseminar rial, que é o que realmente impacta a
rosa na propaganda médica. Porém, ideias e conceitos a uma velocidade prática clínica”, assegura Eduardo.
temos de ponderar que existem muitas incrível”, acrescenta a gerente. Fábio Gossi, do Zambon, revela que
informações sem respaldo. A influência Para Adalgisa, a grande vantagem o laboratório, por exemplo, tem utiliza-
da internet no cotidiano das pessoas da tecnologia digital não é o formato no do de forma eficiente a internet no de-
tem impactado agressivamente a forma qual a informação se apresenta para os senvolvimento de programa de educa-
como interagimos com nossos clientes médicos, mas sim a velocidade com que ção médica via web. Por meio de aulas
e como os pacientes interagem com a esses profissionais podem se atualizar. virtuais, médicos de diversas especiali-
classe médica. Um exemplo é o fato Isso quer dizer que no formato di- dades e localidades podem acessar o
de, antes mesmo de o propagandista gital, a informação está acessível na programa por temas de interesse.

20 | Jul-Ago 2010
Por outro lado, o gerente não prestando-se um serviço de utilidade. Substituindo modelos
acredita na prevalência dos meios di- Quando há o interesse em uma con- do passado
gitais sobre as ferramentas tradicio- sulta, ele não fica esperando o retorno Os novos recursos de marketing
nais. Para ele, o futuro é a comple- do propagandista”, frisa o gerente. hoje disponíveis para os profissionais
mentaridade desses meios. “Acredito Segundo Fernando, da Torrent, o do mercado farmacêutico são valio-
na integração dos meios em uma co- laboratório tem desenvolvido diversos sos não só pela potencialidade e pela
municação, gerando sinergia. Penso projetos de sucesso utilizando a inter- eficácia que garantem na busca da di-
que as separatas médicas continuam net. De acordo com ele, os atuais es- ferenciação, mas também se mostram
importantes, mas atualmente, temos forços do marketing estão focados no como alternativas importantes, princi-
capacidade de potencializar os te- desenvolvimento de um portal científi- palmente quando se criam restrições
mas por meio da web. Hoje, apoia- co. “Esse portal atua de forma comple- em relação à utilização de práticas co-
mos alguns sites de educação mé- mentar ao trabalho do Representante, muns e já consolidadas no mercado.
dica continuada e informações para ou seja, a promoção continua sendo Um exemplo é a distribuição de
pacientes. Por intermédio do progra- feita pelo propagandista, que, por sua brindes aos médicos, que passou a
ma de educação médica continuada, vez, oferece essa possibilidade para ser proibida pela Anvisa. Nesse aspec-
elaboramos material impresso alinha- o médico aprofundar-se no tema de to, os laboratórios tiveram de reformu-
do às aulas que vão no site. Dessa real interesse. Com isso, seguimos lar suas estratégias, o que contribuiu
forma, podemos atingir nosso target alinhados à estratégia institucional da para o desenvolvimento de soluções
com apoio promocional da Força de companhia e, ao mesmo tempo, quali- mais inteligentes.
Vendas integrado com a web”, expli- ficamos nossa mensagem e reduzimos “Como o uso de brindes fez parte
ca Fábio. custos”, revela. do mix de ações utilizadas para refor-
Para o gerente, os programas inte- O gerente acredita que, com a çar uma marca/um posicionamento,
rativos são muito importantes no mix velocidade das descobertas tecnoló- as alternativas utilizadas, naturalmen-
de comunicação dos produtos, mas gicas, em breve, outras grandes ino- te, variam de produto para produto
o sucesso desses recursos depende vações estarão à disposição de todos de acordo com suas estratégias e
da integração com a Força de Vendas. os profissionais de marketing. “Por sensibilidade do mercado para cada
“Uma boa promoção deve ser sempre exemplo, os ebooks, as telas finas, o ação/iniciativa”, explica Eduardo, da
relevante para médicos e representan- bluetooth e outras ferramentas farão a sanofi-aventis.
tes”, destaca o gerente. diferença no que diz respeito à comu- Resende, da Germed Pharma,
nicação com os médicos. Creio que esclareceu que o brinde sempre foi
Perenidade da tecnologia após a solidificação desses veículos, uma alternativa efêmera em ações de
Na opinião de Resende, da Germed poderemos, definitivamente, implantar marketing. Por isso, a proibição não
Pharma, a internet é uma ferramenta ações de segmentação eficazes e viá- afetou a empresa, que sempre focou
valiosa quando cria um canal em que o veis”, prevê Fernando. no relacionamento para mostrar as
cliente pode ter uma prestação de ser-
viço que agregue valor ao seu negócio.
“A internet é um universo em que tem
de se ter foco, a fim de que o investi-
mento traga retorno eficaz para a em-
presa. Com a tecnologia digital, a velo-
cidade e a quantidade de informações
Os recursos, digitais ou
disponibilizadas aos clientes mudaram não, complementam
substancialmente, pois antes tudo era o trabalho de campo
impresso e tinha um prazo de valida- do profissional de
de. Hoje, é possível armazenar infor-
vendas, atendendo um
mação em um site, por exemplo, por
um tempo muito maior. Acredito que,
ponto extremamente
independentemente do meio escolhi- importante nos dias de
Adalgisa Klem, da Eurofarma
do, é a perenidade da tecnologia que hoje: a falta de tempo.
torna a ação mais eficiente. Cria-se um
canal de informações para o cliente,

21
Marketing farmacêutico

vantagens de seus produtos perante a que já acontece nos EUA e em alguns


concorrência. “Acredito que a proximi- países da Europa). Porém, a questão
dade com os clientes é um dos valores central, além dos custos e viabilidade,
mais importantes. Nosso posiciona- uma vez mais, está relacionada aos
mento está baseado na construção de modelos mentais e, nesse caso, mais
um relacionamento perene com nosso intimamente, aos modelos mentais
cliente por meio de ações contínuas e dos profissionais de marketing e das
frequentes”, comenta Resende. áreas de suporte das organizações”,
Fernando, da Torrent, revelou esclarece.
que com a proibição da Anvisa, os Segundo ele, uma das vantagens
investimentos do laboratório foram no uso concomitante dos recursos Fernando Palauso, da Torrent
redistribuídos para atividades científi- convencionais e das novas ferramen--
cas. “Hoje, estamos mais presentes tas está relacionada ao estímulo ao
em congressos e eventos médicos. desenvolvimento de uma cultura mais
Também enfatizamos mais o progra- resiliente, que não só permite, mas
ma de educação médica continuada busca as possibilidades. “Tal busca A utilização dos
via internet. Na verdade, buscamos por ‘novos caminhos’ oxigena a orga- recursos via web
usar os recursos mais novos para nização e gera maior adaptabilidade e
será cada vez mais
criar diferenciação ou nos mantermos competitividade. O uso de novas ferra-
à frente com novidades. Penso que o mentas/recursos fomenta uma cultura intensa, buscando-
caminho mais produtivo é de transfor- de experimentação e inovação”, ga- se a ampliação
mar tais possibilidades em vantagens rante o gerente. de cobertura e
competitivas em longo prazo, em vez Na sanofi-aventis, revela o gerente,
otimização de
de adotar boas práticas instantâne- as “soluções” estão em construção
as”, pondera. e, possivelmente, não terão uma “fór-
recursos.
No futuro, o gerente acredita na mula única”, mas representarão uma
intensificação dos programas de edu- transformação de modelos atuais.
cação médica e no controle intenso “O que é interessante notar é a cres-
das agências regulatórias. “A utiliza- cente disposição da empresa em ‘ex-
Outra possibilidade refere-se à
ção dos recursos via web será cada perimentar’ novos modelos e testar
atualização e ao conteúdo. Segundo
vez mais intensa, buscando-se a am- possibilidades, a fim de ‘pavimentar’
a gerente, por meio da tecnologia di-
pliação de cobertura e otimização de um caminho diferente para nosso futu- gital, o marketing consegue trabalhar
recursos. Considero que a Força de ro”, complementa. o formato tradicional e deixá-lo mais
Vendas deve ser incluída como um atual. “Trabalhar no conceito Just in
agente ativo de utilização de novas Diferenciação e foco: Time da informação. Isso é o que os
ferramentas. Todas as iniciativas que palavras de ordem médicos, pacientes, hospitais, com-
contavam com a Força de Vendas de Na opinião de Adalgisa, da pradores etc. estão buscando, ou seja,
forma passiva tiveram sucesso abaixo Eurofarma, o uso da tecnologia digital conteúdo atualizado 24 horas por dia”,
do esperado”, alerta. efetivamente cria novas possibilidades acrescenta.
Eduardo, da sanofi-aventis, acredi- para o marketing farmacêutico. Uma Além disso, também é preciso con-
ta que, no futuro, o marketing farma- delas diz respeito à velocidade da in- siderar a abrangência e/ou cobertura
cêutico poderá desenvolver, de forma formação na disseminação de ideias que esse meio proporciona às ações
efetiva, ações tradicionais, somando e conceitos. “Você não consegue de de marketing. “Para ter abrangência
inovações, como a tecnologia digital. forma tradicional disseminar uma ação e velocidade, não podemos pensar
“A aplicação do conceito de Close de marketing, informação, posiciona- somente em ações já tradicionais da
Looping Marketing, por exemplo, ofe- mento ou benefício do seu produto indústria farmacêutica. Precisamos da
rece uma possibilidade real de ganho tão rápido, como você implementaria tecnologia digital para se ter o impacto
em termos de agilidade e personali- utilizando os recursos da tecnologia desejado no maior número possível de
zação da promoção médica. Hoje, já digital. Por isso, precisamos ponderar clientes”, lembra.
há tecnologia disponível para que esse qual o meio mais efetivo para a neces- De acordo com Adalgisa, to-
conceito seja aplicado no Brasil (algo sidade do produto”, comenta. dos os novos recursos permitem ao

22 | Jul-Ago 2010
profissional de marketing ser mais de vendas, atendendo um ponto ex- também no advento de novas mídias,
efetivo, até porque o setor tem se tor- tremamente importante nos dias de que irão apoiar o trabalho de campo
nado cada vez mais regulamentado. hoje, que é a falta de tempo. Este e as auditorias de mercado com ‘pre-
Entretanto, na opinião da gerente, tais é o desafio atual do profissional de cisão cirúrgica’, além da maior quali-
ferramentas, se usadas de forma isola- marketing: escolher a forma mais ficação de nossos representantes”,
da, também não serão suficientes para efetiva em complemento ao fator hu- destaca.
influenciar a tomada de decisão. mano como diferencial competitivo. Na visão de Eduardo, da sa-
Para Adalgisa, nada substituirá o Cabe ao profissional de marketing nofi-aventis, o futuro se apresenta
profissional de vendas na frente do estar aberto para novas ideias e no- com bastante complexidade para o
cliente. Segundo ela, fará a diferen- vas tecnologias, mas que atendam e marketing farmacêutico. “O aumen-
ça a empresa que buscar inovação, respeitem toda a legislação. Já que to da complexidade na gestão de
maximizando sua Força de Vendas e aprendemos que marketing é uma marketing é um fato. Devido à cria-
atuando de forma ética e transparen- questão de ‘percepção’, a credibi- ção de novas regulamentações, ao
te com todos os envolvidos. Afinal, no lidade deve ser o mote do trabalho aumento do número de partes in-
atual cenário não há mais espaço para dos profissionais desse setor”, frisa teressadas no mercado e à maior
improviso. As empresas precisam se a gerente. distribuição do poder entre os par-
focar no desenvolvimento de uma co- Para Fernando, da Torrent, diferen- ticipantes do setor, a complexida-
municação profissional e enriquecedo- ciação e foco são as palavras-chave de é um imperativo. O futuro é um
ra para todos os lados. do marketing farmacêutico hoje e no ambiente em que o marketing mais e
“Os recursos, sejam eles digitais futuro. “De qualquer forma, vejo a in- mais deverá ser uma função da orga-
ou não, complementam e facilitam ternet cada vez mais presente como nização e não de um grupo ‘isolado’
o trabalho de campo do profissional ferramenta de marketing. Acredito de profissionais”, finaliza o gerente.
Ponto de vista

Propaganda de alimentos ricos


em gordura e açúcar
As novas exigências impostas pela Anvisa
Dr. Rogério Damasceno Leal

A nova Resolução visa proporcionar informações


aos consumidores sobre os alimentos em questão,
incentivando uma alimentação saudável.

No dia 29 de junho, a Diretoria as quais também estão submetidas A Resolução RDC nº 24/2010 visou
Colegiada da Agência Nacional de ao novo regulamento, refrigerantes, proporcionar informações aos consu-
Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o refrescos artificiais e bebidas ou con- midores sobre os alimentos em ques-
novo regulamento técnico para oferta, centrados para o preparo de bebidas tão, incentivando uma alimentação
propaganda, publicidade e promoção à base de xarope de guaraná ou gro- saudável, especialmente no que se
de alimentos considerados com quan- selha e chás prontos para o consumo, refere às crianças, naturalmente mais
tidades elevadas de açúcar, de gordura além daquelas adicionadas de cafeína, influenciáveis pelos métodos de pro-
saturada, de gordura trans, de sódio, e taurina, glucoronolactona ou qualquer moção comercial de alimentos.
de bebidas com baixo teor nutricional. substância que atue como estimulante Em termos práticos, a norma men-
Para os fins da aludida norma, ali- no sistema nervoso central. cionada trará novos requisitos para a
mento com quantidade elevada de Estão excluídos do âmbito de propaganda e publicidade de alimen-
açúcar é aquele que possui em sua aplicação do novo regulamento os tos com clara inspiração do regula-
composição uma quantidade igual ou aditivos alimentares, frutas, verduras, mento de propaganda de medicamen-
superior a 15g de açúcar por 100g, ou hortaliças, sucos de frutas, nozes, cas- tos, embora o regulamento técnico de
7,5g por 100ml; alimento com quan- tanhas, sementes, carnes e pescados alimentos apresente um texto mais
tidade elevada de gordura saturada é in natura, refrigerados e congelados, repetitivo, dúbio e confuso se compa-
aquele que possui em sua composição leites, iogurtes, queijos, leguminosas, rado ao de medicamentos.
uma quantidade igual ou superior a 5g azeites, óleos vegetais e óleos de pei- Na oferta, propaganda e publici-
de gordura saturada por 100g ou 2,5g xes, desde que o teor de sódio, açú- dade dos alimentos mencionados é
por 100ml; alimento com quantida- car, gordura saturada e gordura trans exigida a veiculação de mensagens
de elevada de gordura trans é aquele seja intrínseco ao alimento.
que possui em sua composição uma
quantidade igual ou superior a 0,6g
para 100g ou 100ml e, por fim, alimen-
to com quantidade elevada de sódio é
aquele que possui em sua composi-
ção uma quantidade igual ou superior
a 400mg de sódio por 100g ou 100ml.
Esses parâmetros são aplicáveis
a todos os alimentos destinados a
consumo humano, sejam os que são
ingeridos no estado natural, semiela-
borados ou elaborados, incluindo-se
as bebidas e qualquer outra substân-
cia utilizada em sua elaboração, pre-
paro ou tratamento. São consideradas
bebidas com baixo teor nutricional,

24 | Jul-Ago 2010
alertando sobre o perigo do consumo Na internet, os alertas serão exi- saturada, gordura trans, sódio e bebi-
excessivo desses nutrientes, informan- bidos de forma permanente e visível, das de baixo teor nutricional terão o
do que o alimento contém, conforme juntamente com a peça publicitária, e prazo de 180 dias, contados da publi-
o caso, muito açúcar, gordura satura- devem causar o mesmo impacto visual cação da RDC nº 24/2010, para pro-
da, gordura trans ou sódio, e que, se que as demais informações presentes mover as adequações necessárias em
consumido em grande quantidade, na propaganda ou publicidade. sua publicidade, devendo manter em
aumenta o risco, respectivamente, de As amostras grátis desses alimen- seu poder e à disposição da autorida-
obesidade e de cárie dentária, dia- tos, bem como os cupons de des- de sanitária os dados fáticos, técnicos
betes, de problemas cardíacos e de conto para sua promoção e o material e científicos que dão sustentação à
pressão alta e de outras doenças do promocional de seus fornecedores ou mensagem publicitária.
coração. Tais mensagens devem ser distribuidores, também devem conter Além disso, tais empresas têm
veiculadas com grande destaque, cau- essas mensagens. o dever de informar seu pessoal de
sando impacto visual, quando o anún- Também está proibida a utilização, comercialização e divulgação de ali-
cio for impresso, ou sendo proferidas na promoção desses alimentos, de in- mentos, incluindo as agências de
pelo locutor ou personagem principal dicações, designações, denominações, publicidade, sobre esse regulamento
da peça publicitária, quando se tratar símbolos, figuras ou desenhos que pos- técnico e as penalidades no caso de
de comercial de rádio ou televisão. sibilitem interpretação falsa, erro e con- seu descumprimento, que se consti-
Quando não houver locutor ou per- fusão quanto à origem, à procedência, tuem infração sanitária, o que vai des-
sonagem principal, após o término da à natureza, à qualidade e à composição, de multa até o fechamento do estabe-
mensagem publicitária, os alertas serão ou que atribuam ao alimento caracterís- lecimento.
exibidos em cartela única, com fundo
00589_Anuncio_Polar_Tecnica_Junho2010_E_curves.pdf ticas
1 15/07/2009 nutritivas superiores àquelas que
17:27:48
verde, em letras brancas, de forma a realmente o produto possua.
Rogério Damasceno Leal é sócio-fundador da VML
permitir a perfeita legibilidade e visibili- Os fornecedores e distribuidores Advogados e especialista em Legislação Sanitária.
dade, permanecendo imóvel no vídeo. de alimentos ricos em açúcar, gordura E-mail: rogerio.leal@vml.com.br
Premiação

Prêmio Sindusfarma de Qualidade


revela os melhores fornecedores
da indústria farmacêutica
Em 24 de maio, os melhores forne- desenvolvimento da indústria farmacêuti- As indústrias farmacêuticas apon-
cedores da indústria farmacêutica em 22 ca. Isso é essencial para que os produtos taram os melhores fornecedores, em
classes receberam o Prêmio Sindusfarma tenham a qualidade que o público dese- votação realizada entre os dias 1º de
de Qualidade 2010, em cerimônia que ja”, disse Lauro Moretto, Vice-Presidente março e 9 de abril. Cada empresa votou
reuniu cerca de duas mil pessoas no de Assuntos Regulatórios e Programas uma única vez em dois fornecedores em
HSBC Brasil. A EMS Sigma Pharma foi Sociais e Educacionais do Sindusfarma. cada categoria. A votação foi auditada
escolhida como o laboratório que mais pela Fundação Instituto de Pesquisas
se destacou no processo de qualificação Reconhecimento Farmacêuticas da Faculdade de Ciências
de seus fornecedores. Conferido desde 1997, o Prêmio Farmacêuticas da Universidade de São
Presente à premiação, o diretor da Sindusfarma de Qualidade tem por ob- Paulo (FIPFARMA).
Agência Nacional de Vigilância Sanitária jetivo reconhecer as empresas que se Entidades representativas da indús-
(Anvisa), Dirceu Barbano, enalteceu a destacaram no ano anterior, consideran- tria farmacêutica em cinco estados –
iniciativa. “É uma preocupação impor- do os esforços da indústria farmacêuti- Sinfar (Rio de Janeiro), Sindifargo (Goiás),
tante de uma agência reguladora a quali- ca e de seus fornecedores para elevar Sindusfarq (Minas Gerais), Sindifar (Rio
ficação dos agentes da cadeia produtiva os padrões de qualidade exigidos pela Grande do Sul) e Sinfacope (Pernambuco)
como um todo. Quanto mais qualifica- área, assim como assegurar que os me- – colaboram com a premiação.
dos forem os fornecedores, mais segu- dicamentos atendam às especificações Confira a seguir, os vencedores do
ros serão os produtos, e o País ganha sanitárias. Prêmio Sindusfarma de Qualidade 2010.
com isso. Premiar os agentes da cadeia
produtiva significa olhar para o que o
mercado oferece de melhor. Nesse sen-
tido, a Anvisa só tem que elogiar a reali-
zação de um evento como este”, afirmou
Barbano, que entregou as menções hon-
rosas e o troféu aos finalistas da classe
Fabricantes Nacionais de Equipamentos
de Embalagem.
“O Prêmio foi excelente como nas edi-
ções anteriores, uma vez que destacou Omilton Visconde Júnior (Sindusfarma), Telma Salles (Aché), Wagner Coelho (Aché), Wilson Farias (Aché),
os fornecedores que contribuíram para o Silvia Brollo (sanofi-aventis), Osvaldo Enrique Orellana Sanchez (Eurofarma) e José Fuxa (Eli Lilly)

26 | Jul-Ago 2010
Fabricantes de Materiais
de Embalagem
1. Frascos para Produtos
Parenterais e Ampolas
Schott Brasil
2. Fabricantes Nacionais de Bisnagas
de Alumínio e Laminadas
Bispharma Packaging
3. Bulas 1
Laramara
Márcia Martins
4. Caixas de Papelão Ondulado
Fábrica de Papel e Papelão
Nossa Senhora da Penha
5. Cartuchos
Macron
6. Filmes Plásticos para
Blister (PVC, PVdc etc.) 2
Klöckner Pentaplast do Brasil
7. Fabric. Nacionais de Frascos Francisco Antonio Lima Oliveira
e Tampas Plásticas
Védat
8. Frascos de Vidro
Wheaton Brasil
9. Laminados de Alumínio
Almapal
10. Rótulos e Etiquetas Autoadesivas 3
Prakolar
11. Tampas de Borracha, Selos Sandra Freire
e Lacres de Alumínio
Farmacap

Tsuneo Uemura

5
Menção Honrosa
Clóvis Gil, Ativa
Fernando Sales Ferreira

27
Premiação

Alexandre Belizário

Marcos Rogério Eleutério

Alejo Palacios

Paulo Gottschalk

11

Marcos Flávio de Carvalho


10

Cee Chatzietstratin

28 | Jul-Ago 2010
Premiação

Matérias-primas
12. Fabricantes de Cápsulas
Gelatinosas Duras
Pfizer - Divisão Capsugel
13. Fabricantes de Excipientes
Nacionais
Corn Products Brasil
12
14. Fabricantes de Fármacos Nacionais
Diosynth Rafael Costa
13
15. Fornecedores de Matérias-Primas
(Fármacos e Excipientes)
Geraldo Seródio
Colorcon do Brasil

Prestação de Serviços
16. Armazenagem e Distribuição
de Medicamentos
DHL Supply Chain
17. Terceirização de Etapas
de Fabricação
Blisfarma
14
18. Transporte de Medicamentos
Imola Transportes Guilhermo Perez
19. Fornecedores de Serviços de
Validação, Qualificação de
Equipamentos e Utilidades
15
Chromatech do Brasil
Daniel Aymad

17

Carlito de Lima Felisberto

16

Agustín Crochê

19

Rui de Souza Cruz

18

Márcio Fontes

32 | Jul-Ago 2010
Máquinas e Equipamentos
20. Fabricantes Nacionais de
Equipamentos para Embalagem
Fabrima
21. Fabricantes Nacionais de
Equipamentos para Formulação
20
DEC Brasil
22. Importadores de Equipamentos 21
Marcio Paludo Mondin
para Formulação e Embalagem
Almapal Carlos Duarte e Wagner Butinhão

Classe Especial
23. Indústria Farmacêutica
EMS Sigma Pharma

22
23
Alejo Palacios
Anuncio_meiapag.pdf 1 6/7/2010 16:09:39
Nelson Teixeira e Luiz Carlos Borgonovi
Recrutamento e seleção

Líderes nexialistas
Arnaldo Pedace

O mercado está Li um artigo de Walter Longo que “O líder deve deixar de ser ator
fala sobre líderes nexialistas, integran- para ser mentor”, afirma Walter Longo,
migrando para a fase
tes de uma tendência que se con- vice-presidente da Young & Rubicam.
dos nexialistas, pessoas trapõe à dos especialistas. Nos dias O executivo, que se destaca por sua
que não têm a resposta de hoje, um especialista se limita a experiência profissional, afirma que o
para tudo, mas sabem opinar sobre um tema. Os nexialistas processo de gerir pessoas passou por
são generalistas; não dão as respos- mudanças significativas no que tange
onde buscar a solução.
tas, buscam encontrar o nexo nas a empresas e funcionários. No entan-
informações. São pessoas, em tese, to, tudo ocorreu de forma assíncrona.
muito bem informadas e antenadas Hoje, o líder precisa ter uma cabeça
que apresentam um pouco de ordem de “hiperlink”, ou seja, transformar-se
no caos, na confusão, no excesso em um nexialista capaz de não deter
de informação e de oportunidades. A todo o conhecimento, mas ir fundo
partir deste tipo de trabalho, fica mais naquilo que interessa e saber liderar
fácil encontrar soluções, como por sua equipe na busca da solução ideal.
exemplo, de Comunicação Integrada O nexo, ou a falta dele, está transfor-
de Marketing ou de Planejamento de mando-se em uma importante barrei-
Marketing. Profissionais generalistas, ra de evolução organizacional. Caberá
antenados e com muita informação aos novos líderes trazer o nexo de vol-
sobre todos os instrumentos de co- ta às decisões empresariais.
municação, mercados, públicos, con- Segundo Walter Longo, a mudan-
correntes, comportamentos, hábitos ça ocorreu quando saímos da ênfase
e outros aspectos do conhecimento, da performance individual para o tra-
conseguem ser nexialistas, colocando balho em grupo, pois foi evidenciado
ordem e nexo na elaboração e na exe- nas empresas o estímulo ao compro-
cução de um planejamento. metimento e à capacidade de trabalho
O ato de liderar é inerente à existên- das equipes. Destaco ainda a chegada
cia humana e, no decorrer dos milhares das lideranças de “homens de negó-
de anos de sua evolução, o homem cio” para a saída das lideranças dos
desenvolveu determinadas competên- “homens do negócio”. Chegaram ao
cias que permitiam a algumas pessoas comando das empresas pessoas sem
destacarem-se das outras. E os líderes amor, sem paixão. A liderança tem
encontram-se presentes nos mais va- sempre que amar aquilo que faz. Antes
riados momentos da história, partici- de sermos profissionais, temos de ser
pando ativamente de movimentações amadores.
religiosas, filosóficas, científicas e em- Houve uma mudança em rela-
presariais. Afinal, as organizações são ção às empresas e aos funcionários.
formadas por pessoas, e essas, por sua Antes, ouvia-se o funcionário afirmar
vez, formam equipes que têm à frente a que se sentia parte da empresa. Com
atuação direta de uma liderança. Mas, o surgimento do “profissionalismo”,
qual será o real papel do líder? Ele deve, as pessoas passaram a se conside-
obrigatoriamente, conduzir todos os rar “Você S/A”. E ainda tivemos o fe-
processos, centralizar decisões estraté- nômeno das aquisições e fusões que
gicas e apenas delegar ordens? ocorreram nas empresas. Hoje, os

36 | Jul-Ago 2010
colaboradores se veem como pessoas para o outro, quando poderiam usar o acostumou-se a viver em um ambien-
que depositam seu capital intelectu- skype ou a videoconferência para par- te de instabilidade, gerando em cada
al na empresa como se ela fosse um ticipar de uma reunião, por exemplo. um a capacidade de aceitar a inova-
banco. E a remuneração pelo capital Mas existe uma tendência de resistên- ção com enorme velocidade. Isso fez
intelectual investido é o salário que re- cia às inovações e as pessoas continu- com que esse profissional usasse mui-
cebem. Dizem: “Hoje eu tenho o meu am optando pelo deslocamento. to mais a sua intuição e o instinto para
capital intelectual investido aqui e se O líder deve gerar a visão e mos- atuar diante do inesperado. A intuição
esta empresa não pagar adequada- trar que está por trás de cada um dos e a adaptabilidade tornaram-se im-
mente os juros que eu acho que me- liderados, estimulando a inovação e a
portantes motivos para a contratação
reço, vou para outro banco”. Observa- quebra de paradigmas. Existem carac-
de profissionais brasileiros no exterior.
se que existe uma sensação de perda terísticas natas que são mais de postu-
Saímos de um período dos genera-
do envolvimento, dos sentimentos, e a ra e personalidade. Mas todas as pes-
listas para os especialistas. E agora
relação empresa-funcionário tornou-se soas estão ou podem ser preparadas
estamos migrando para a fase dos
mais vulnerável, fragilizada. Essa mes- para serem líderes. Isso, no entanto,
ma evolução também envolveu um vai depender do momento que se vi- nexialistas, pessoas que não têm a
processo de mudanças relacionadas vencia e do esforço de cada indivíduo. resposta para tudo, mas sabem onde
a valores e comportamento. As teorias Lógico que existem aquelas pessoas buscar a solução, com isenção e visão
de Taylor e Fayol destacavam um pro- que têm mais atitude e postura para li- gestáltica.
cesso rigoroso. Hoje, não temos mais derar do que outras, mas acredito que
tempo para ficarmos parados. A tecno- todos podem chegar lá.
Arnaldo Pedace é Gerente de Relações Sindicais
logia muda rapidamente, mas as pes- A função do líder é se transfor-
Trabalhistas do Sindusfarma – Sindicato das Indústrias
soas, não. Vemos que hoje os profis- mar de ator em mentor, de execu- de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo.
sionais continuam viajando de um lado tor em inspirador. O gestor brasileiro E-mail: sindusfarma@sindusfarma.org.br
Panorama

A SWOT dos Presidentes na FarmaVen


Scher Soares

Para o espectador, o painel de debates com


os presidentes de indústrias farmacêuticas na
primeira edição da FarmaVen foi a projeção de
diversos cenários de uma típica análise SWOT.

O que o futuro reserva para o mer- além de não ampliar sua participação Pontos pacíficos como diferenciais
cado farmacêutico no Brasil e para as de mercado, perder espaço para em- competitivos, o investimento no de-
indústrias farmacêuticas? Ameaças ou presas mais efetivas, ou mesmo en- senvolvimento gerencial e no desen-
oportunidades? Segundo os presiden- trantes com grande agressividade. volvimento de talentos, o treinamento
tes de indústrias farmacêuticas que Esses foram alguns dos pontos da Força de Vendas e a capacidade
compuseram o painel de debates na discutidos ao longo do debate com os de inovação provocaram debates en-
primeira FarmaVen, feira realizada em executivos Cleiton de Castro Marques, tusiasmados sobre as perspectivas
maio, essa questão dependerá exclu- da Biolab; Fernando Loaiza, do Bagó; positivas que se apresentam para em-
sivamente das respectivas forças e fra- Wilson Borges, do Zambon; e Marcelo presas com esses atributos. Também
quezas das empresas do setor. Geraldi, da Farmoquímica, que tam- mereceu ênfase a discussão sobre um
De acordo com os executivos, as bém discutiram temas como a entrada RH mais estratégico nas empresas, as
mudanças no contexto socioeconô- dos biossimilares no mercado, a seg- políticas de acesso a medicamentos
mico para os próximos anos deverão mentação dos clientes, a influência e e as iniciativas de marketing para se
criar, certamente, uma série de opor- as tendências no varejo farmacêutico, atuar em um mercado cada vez mais
tunidades de mercado, mas o que de- o equilíbrio entre compliance e objeti- competitivo.
finirá se tais mudanças serão positivas vos de negócio, as restrições à propa- Para o espectador interessado, o
ou negativas para as indústrias farma- ganda de medicamentos, as relações painel de debates com os presiden-
cêuticas é justamente a capacidade de médico-paciente e os perfis profissio- tes de indústrias farmacêuticas na
se adaptar ao novo contexto, promo- nais mais desejados pela indústria far- primeira edição da FarmaVen foi, além
ver os ajustes e implementar as ações macêutica no Brasil. de uma evidência prática do compro-
e iniciativas que permitirão a captura O debate, inédito no Brasil, deu-se misso desses líderes com o mercado
dessas oportunidades. em formato de talk show, com pergun- farmacêutico no Brasil, a projeção de
Nesse sentido, empresas dinâmi- tas feitas pelos moderadores e pela diversos cenários de uma típica análise
cas, com foco no desenvolvimento das plateia presente na FarmaVen, e por SWOT, com uma visão ampliada das
pessoas, com visão e administração meio de debate entre os executivos a oportunidades e ameaças do mercado
estratégica e ágeis, conseguirão, por respeito dos temas. Ao longo do painel, e um roteiro a respeito das forças e fra-
meio de seu conjunto de forças, ca- com opiniões firmes e estruturadas, os quezas sobre as quais uma empresa
tapultar sua performance empresarial executivos foram traçando cenários de deveria se debruçar, a fim de enfatizar
nos próximos anos, beneficiando-se oportunidades e ameaças que as mu- algumas e eliminar outras para poder
do crescimento econômico do País e danças no contexto do mercado far- mergulhar em um oceano cada vez
do maior acesso da população ao con- macêutico devem criar, explorando as mais azul.
sumo de medicamentos. Ao contrário, forças que as empresas necessitarão
empresas que não conseguirem equili- ter para capturar essas oportunidades.
brar planejamento com execução, que Além disso, advertiram a respeito de
Scher Soares é Consultor de Empresas
tenham dificuldade em reter talentos e quais fraquezas poderão expor o ne- e Presidente do Grupo Triunfo.
que sejam pouco inovadoras poderão, gócio às ameaças identificadas. E-mail: scher@grupotriunfo.com

38 | Jul-Ago 2010
Marketing digital

Agora é a vez do
Andrea Mitelman Sternberg
Digital
Há alguns anos, era bem complica- Lembra-se dos telefones de disco, das atendendo cada cliente de forma per-
do explicar para meus amigos e paren- cartas escritas em papel de carta? Em sonalizada e dirigida? Vamos lembrar
tes o que eu fazia no trabalho: “Sim, eu 2000? Lembra-se do celular “tijolão” que em dez anos, os novos médicos
trabalho na indústria farmacêutica com que custava mais de 3 mil reais e dos serão aqueles da geração Y, os jovens
Marketing Digital”. Alguns pensavam monitores de computador que mais que já nasceram digitais, que nunca
que eu era a responsável por toda a di- pareciam um caixotão? E agora, em viram uma ficha telefônica, nunca usa-
gitação dos textos da empresa, outros 2010, quem de nós que não tem seu ram uma máquina fotográfica com fil-
pensavam que eu era a responsável celular ultraportátil, com câmera digital, me, nunca precisaram de uma enciclo-
pelo marketing de todos os produtos. muitos com acesso à internet? Quem pédia ilustrada impressa e que acham
Nada disso, marketing digital é a área de nós nunca usou o Skype para bater que o e-mail é ultrapassado.
que, em conjunto com as áreas de um papo com um amigo ou parente A única certeza que temos é que
Business, define estratégias que vão que mora longe, usando o recurso de tudo vai mudar. Você e sua empresa
além dos meios tradicionais, utilizando áudio e vídeo? Sem falar das milhares estão preparados para isso? Se não
os recursos tecnológicos para atingir de mensagens instantâneas, dos SMS estiverem, corram, mas corram muito.
o objetivo final, que é a promoção das e dos e-mails que trocamos todos os Comecem agora a quebrar paradig-
marcas e, consequentemente, a venda. dias. E em 2020, como você acha que mas e a mudar sua forma de pensar
E você pensa que agora a situação se comunicará? Será que o seu relógio o negócio.
é mais fácil e que todos já entendem o de pulso será ao mesmo tempo um Em um país tão digital como o
que eu faço? NÃO!!! Ainda o marketing celular, com projeção holográfica de Brasil, que desde 2007 vende mais
digital é uma área nova, que existe em vídeo em 3D? Será que seu notebook computadores do que tevê, é recor-
poucas empresas, e mesmo nas com- poderá ser enrolado e colocado dentro dista em tempo de navegação na in-
panhias que acreditam neste setor, a da bolsa ou do bolso? ternet, é o líder em acessos ao Orkut,
cultura não está 100% difundida. Vamos continuar tentando prever tem mais de 65 milhões de internau-
As mudanças já estão acontecen- o futuro. Como você imagina que será tas, entre outras estatísticas, como
do e o digital vem chegando a uma a propaganda médica em cinco ou ainda as empresas não perceberam
velocidade muito rápida. Para você dez anos? Será que ainda estaremos as vantagens das ferramentas digitais,
se dar conta disso, faça uma vol- frente a frente com os médicos ou es- que podem ser tão estratégicas para
ta ao passado e tente se lembrar de taremos fazendo a visita virtualmente, os seus negócios?
como você se comunicava em 1990. com recursos digitais em tempo real, Na minha opinião, as barreiras são

Segundo pesquisa realizada pelo


Google em 2008, a internet é
usada ativamente na pesquisa de
questões médicas e de saúde por
consumidores e médicos brasileiros.

40 | Jul-Ago 2010
O Brasil é recordista em tempo de navegação na
internet. Como ainda as empresas não perceberam
as vantagens das ferramentas digitais, que podem
ser tão estratégicas para os seus negócios?

muitas e o “preconceito” é interno e ex- estratégica, estrutura interna e vonta- diagnósticos? Em 2009, foi apresenta-
terno. Por que isso acontece? Explico: de de quebrar a barreira do preconcei- do um crescimento de 57% nas bus-
sempre é muito difícil mudarmos aquilo to e dos paradigmas. cas da “Categoria Saúde” do Google.
que já fazemos com propriedade e no Muitos leitores devem pensar: “Ah, E então, está pronto para mergulhar
automático. A rotina atual (e que ainda mas estamos falando de indústria far- de cabeça na Era Digital, mas não sabe
dá certo) do gerente de produtos da macêutica, que vende remédio, que é por onde começar? Primeiro, identifique
indústria farmacêutica é feita de ajuda extremamente regulada pelos órgãos se a sua agência atual tem cases em
visual, amostras grátis, participações fiscalizadores e nem tudo dá pra ser mídia digital. Caso positivo, solicite um
em congressos e publicações médi- vendido ou divulgado pela internet”. plano de ação para iniciar esta entrada
cas. Já a rotina de grandes agências é Esse é o primeiro engano, pois é o quanto antes. Mas, se a sua agência
vender anúncios em revistas, jornais e possível vender e divulgar tudo! atual não tem experiência no digital,
tevê, o que gera uma maior rentabilida- Uma vez que você tem bem defi- procure uma empresa que possa lhe
de com menor trabalho. Muitos ainda nido o seu público-alvo, busque infor- auxiliar a pensar em ações utilizando
não sabem (e não querem saber) lidar mações sobre eles na internet. Você essas novas ferramentas. Você não terá
com a nova realidade digital, que já to- verá o quanto pode ganhar em tempo de abandonar a sua agência tradicional,
mou conta da mente e do tempo do e dinheiro, escutando e se comunican- muito pelo contrário. As duas agências
cliente final. Hoje, passamos mais tem- do diretamente com eles. deverão pensar e trabalhar juntas, pois
po no computador (24 horas/mês) do Segundo pesquisa realizada pelo as ações digitais são o complemento e/
que na frente da tevê (9,8 horas/mês). Google em 2008, a internet é usada ou a extensão das ações que você já
E o que isso quer dizer? Quer dizer ativamente na pesquisa de questões faz hoje. Não se trata de desconstruir
que seremos muito mais impactados médicas e de saúde por consumi- o que você já conhece e o que já fun-
por anúncios que estiverem nas mídias dores e médicos brasileiros, influen- ciona. Trata-se de adequar a nova rea-
digitais, é claro! Além disso, querendo ciando diretamente o relacionamento lidade ao novo cliente, hoje mais infor-
ou não, já estão falando de você, dos paciente-médico. mado, mais exigente e mais poderoso.
seus produtos ou da empresa nas re- Quantas pessoas você acha que Agora é a vez do cliente!
des sociais, no “Reclame Aqui” ou no apelam para o “Dr. Google” quan-
“Formspring.me”. Você pode ou não do têm algum problema de saúde?
Andrea Mitelman Sternberg é Gerente
querer saber, você pode ou não querer Quantos fazem buscas antes e depois de Marketing Digital da sanofi-aventis.
interagir. É tudo uma questão de visão de consultas para checar sintomas e E-mail: andrea.mitelman@gmail.com

41
Notícias do Grupemef

O sucesso da FarmaVen Assembleia


FarmaVen é uma iniciativa do
Grupemef que visa promover
Borges, do Zambon; e Fernando
Loaiza, do Bagó. O debate foi
Geral
oportunidades de negócios entre conduzido pelo moderador, Scher Em 27 de julho de 2010, foi realizada a
indústrias farmacêuticas e seus Soares, da Agência Triunfo, que Assembleia Geral Ordinária do Grupemef
fornecedores, facilitando o acesso transmitiu perguntas aos painelistas para eleição do triênio 2011-2013. Como
ao conhecimento e o intercâmbio sobre temas relacionados ao não houve candidatos para compor a chapa
de informações que possam contexto da indústria farmacêutica, concorrente, Sonia Orestes foi reeleita para
se configurar em boas práticas seus desafios e perspectivas. o terceiro mandato. A presidente convidou
para as áreas de marketing, para fazer parte do Conselho Deliberativo
Os temas tratados pelos painelistas
vendas e recursos humanos. e Conselho Fiscal os seguintes profissio-
foram: Momento da indústria
A primeira edição do evento nais da indústria farmacêutica: Cláudio
farmacêutica no Brasil; Visão para
ocorreu em maio e contou com L. Ribeiro (União Química), Delmir Junior
os próximos anos; Tendências
uma programação especialmente
(EMS), Emilio Neto (Eurofarma), Eurípides
nas áreas de marketing, vendas e
elaborada para tratar de assuntos
Oliveira (Roche), Fabiana T. Martines
recursos humanos nas empresas; (Aché), Fábio M. B. Molina (Biolab), Hirome
do setor. Durante dois dias, mais Crescimento econômico e consumo Santos (Bayer), Márcio Sartori (Fresenius),
de 300 participantes assistiram a de medicamentos; A influência Renata Schott (Genzyme), Rodrigo Balau
várias palestras. Os expositores das classes C e D no potencial de (Torrent), Rosangela Rodrigues (Allergan).
presentes também apresentaram consumo do mercado; Perfis dos Após a apresentação das ações para o
seus produtos e novidades clientes e alterações na dinâmica próximo triênio, Sonia Orestes agradeceu
voltados à indústria farmacêutica. de consumo de medicamentos; aos profissionais da atual gestão, que ma-
Na ocasião, foi realizado o painel Mudanças nas relações médico- nifestaram interesse em contribuir com
dos presidentes, que contou com paciente; A dinâmica competitiva no suas experiências com a nova diretoria.
a presença de Cleiton de Castro setor; e Os Perfis profissionais mais
Marques, da Biolab; Marcelo atrativos e relevantes para a indústria
Geraldi, da Farmoquímica; Wilson farmacêutica da próxima década.

Eventos em
agosto
Em 18 de agosto, o Grupemef irá realizar
o evento “Liderança, Alta Performance e
Produtividade”, voltado para os profissio-
nais da área de treinamento. Em 31 de
agosto, será a vez dos profissionais da
área de marketing participarem do progra-
ma “Núcleo de Estudos do Varejo”. Uma
parceria entre o Grupemef e a Pharma
Link permitiu a criação do primeiro Núcleo
de Estudos sobre o Varejo especializado no
segmento farmacêutico. No evento, serão
apresentadas análises gerais dos clusters
do varejo, além de estudos de cases e
Cleiton C. Marques, Fernando Loaiza,
necessidades do varejo diante das novas
Scher Soares, Marcelo Geraldi e Wilson Borges
tendências do mercado.

42 | Jul-Ago 2010
Propaganda médica

Longe é logo ali


O representante na
era da visita virtual
Hamilton Conde

O mais recente modo pelo


qual o representante assume
o papel de protagonista nas
estratégias de comunicação via
web são as visitas virtuais.

São oito horas da manhã de uma de ser uma experiência meramente serem acessados pelos médicos – no
segunda-feira. João Carlos, represen- passiva. O desafio está em localizar es- jargão do marketing farmacêutico, isso
tante de um grande laboratório farma- ses médicos na web e propor-lhes no- se chama e-detailing. Em geral, ressalta-
cêutico, está terminando de se preparar vas formas de relacionamento. se nessas iniciativas o aspecto da “con-
para mais um dia de visitas – a primeira Médicos no Brasil já estão se agru- veniência”, já que o médico pode ter
da manhã, com um importante médico pando em redes sociais especialmen- acesso ao conteúdo quando desejar.
do seu setor. Seria trivial, não fosse o te desenvolvidas para eles. Nelas, as É inegável que o aspecto da con-
fato de que a visita será daqui a cinco informações transitam rapidamente veniência seja, de fato, importante.
minutos, e o médico está a 500 quilô- e a troca de ideias é livre. Uma infor- No entanto, até hoje, a maior parte
metros de distância. Ou, mais precisa- mação publicada no Lancet, no New das empresas tem usado esse con-
mente, a um segundo de distância. England, ou em qualquer outro veículo ceito para produzir conteúdos que,
importante, circula na internet instan- apesar de interativos, geralmente são
“O médico não taneamente. Nunca foi tão fácil expor, impessoais: o médico senta e assiste;
acessa a internet” debater, ouvir e se fazer ouvir, e apren- talvez responda a umas perguntas,
Você conhece algum médico que der novos conteúdos. questionários, ou até veja algumas
não tenha e-mail? Ou que não acesse Nesse contexto, as empresas far- animações interessantes e interativas.
a internet em banda larga? Quantos macêuticas – seja para divulgar uma Mas, no fim das contas, é simples-
deles você acredita que não aces- informação favorável para seus produ- mente uma interação com um progra-
saram a internet na última semana? tos, ou para responder a uma poten- ma de computador. Não há pessoas
Provavelmente, a imensa maioria aces- cial ameaça – têm na web uma valiosa envolvidas em tempo real com o mé-
sou – exatamente como você e como ferramenta. dico online.
boa parte dos brasileiros. Onde fica o representante nisso?
Em tempos de Facebook, Twitter e O (antigo) papel do Em geral, não fica em lugar nenhum.
Orkut, é inegável a grande receptivida- representante no Até recentemente, a Força de Vendas
de do público geral, inclusive dos mé- mundo online estava à margem das ações via inter-
dicos, a sites de relacionamento e inte- Além das redes sociais, que geram net, sendo uma mera divulgadora des-
ratividade. Os internautas hoje querem conteúdo pelos seus próprios partici- sas iniciativas, com pouca ou nenhu-
compartilhar informações e interferir no pantes, há também a possibilidade de ma participação – já que o conteúdo
conteúdo dos sites. A internet deixou a própria indústria gerar conteúdos para era geralmente gravado.

44 | Jul-Ago 2010
.!
Mas é claro que é da

A gente dá asas ao seu produto.

Prêmio
tiee propaganda
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# 1 em share of mind e
conceito do mercado

farmacêutico brasileiro. Seu laboratório de ideias.
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Propaganda médica

O novo papel do todos os seus médicos via internet Com as visitas virtuais, o representante
Representante: – mas com a presença do represen- pode estar perante médicos importan-
“presença virtual” tante. Caracteriza-se assim, uma ver- tes que, eventualmente, não possam
Felizmente, esse panorama está dadeira prestação de serviço da indús- ser visitados presencialmente com a
mudando rapidamente. Muitas empre- tria: ela apoia o acesso ao conteúdo devida frequência e sequência. Em vez
sas farmacêuticas estão percebendo científico de suas especialidades-alvo, de substituir a visita presencial, a visita
as vantagens de usar a internet para muito mais do que simplesmente fazer virtual amplia o alcance do represen-
chegar aos médicos de um modo vir- eventos que tratem exclusivamente tante. Produtos importantes, indicados
tual, mas totalmente pessoal e, muitas dos temas diretamente ligados aos para patologias raras ou utilizados por
vezes, ao vivo. Com essa possibilidade seus produtos. A receptividade dos um grupo restrito de médicos, agora já
de interação em tempo real, a impor- médicos e o reconhecimento que dão podem ser promovidos nacionalmente,
tância da Força de Vendas na comuni- às empresas que prestam esse serviço em razão da capilaridade e dos baixos
cação online deixou de ser secundária, abrem um pouco mais as portas des- custos envolvidos na visita online.
como foi até aqui, para tornar-se abso- ses médicos aos seus representantes.
lutamente central. Longe é um lugar
Como o representante pode então A visita virtual que não existe
estar realmente envolvido nas ações O modo mais recente pelo qual o Nos últimos 40 anos, muitas mu-
via web de sua empresa junto aos representante assume o papel de pro- danças aconteceram no planejamento
seus médicos? Vejamos aqui duas al- tagonista nas estratégias de comuni- de uma visita médica. Os ciclos estão
ternativas bastante efetivas, que já são cação via web são as visitas virtuais. mais curtos, os materiais estão mais
realidades no marketing de algumas A mais moderna tecnologia nessa área ricos, os estudos de produtividade e
empresas. acaba de ser lançada no Brasil, pro- segmentação cada vez mais sofistica-
curando responder a uma pergunta: dos. No entanto, a lógica não se altera:
WebMeetings ao “Como fazer o médico efetivamente um representante expõe materiais e in-
vivo para Educação sentir a PRESENÇA do representante, formações a um médico de forma pes-
Médica Continuada mesmo em uma visita virtual?”. A res- soal e individualizada. Isso sempre fun-
Inúmeras empresas, muitas vezes posta é simples: colocando-o realmen- cionou bem – mas ainda esperava-se
associadas a entidades médicas, têm te em frente ao médico. a hora de poder fazer isso de maneira
levado eventos inteiramente virtuais Na visita virtual ideal, os partici- eficiente também por meio da web.
a milhares de médicos mensalmente. pantes (médicos e representantes) se Essa hora definitivamente chegou.
Os representantes realizam minieventos veem e se falam em tempo real. O re- Se no mundo real a figura do re-
e reúnem os médicos para assistir ao presentante apresenta os visual aids e presentante já era indispensável, isso
vivo a esses WebMeetings. Todos – pa- tem total controle sobre a visita e so- se tornou verdade também no mundo
lestrantes, médicos nos minieventos ou bre o que o médico vê. Ele pode des- virtual. As ações de comunicação e
assistindo sozinhos em casa, em qual- tacar áreas do visual aid, navegar para marketing via web exigem represen-
quer lugar do País – participam das pa- páginas específicas, carregar outros tantes bem preparados, que poderão
lestras e interagem. Com isso, mesmo materiais que sejam do interesse do visitar mais médicos, antes inacessí-
quem não participa do evento ao vivo e médico. Por que será que isso soa tão veis. Poderão, enfim, se fazer presen-
vai assisti-lo somente on demand, tem familiar? Porque reproduz via internet tes em São Paulo agora, no Rio de
acesso a um conteúdo mais rico, fruto a interação verdadeira, humana, que Janeiro daqui a 15 minutos e, em Rio
de uma ampla discussão. acontece em uma visita convencional. Branco, dez minutos depois.
Assim, em vez de formatar apenas Tudo acontece via web, sem instala- O autor norte-americano Richard
ções, sem equipamentos especiais ou Bach diz, no título de um de seus livros,
uma aula e viajar com ela Brasil afora,
instruções complicadas. que “Longe é um Lugar que Não Existe”.
chegando uma única vez a cada loca-
As empresas que já estão adotando João Carlos, aquele representante que
lidade, a indústria vê-se diante de uma
se preparava para sua visita em nosso
grande oportunidade e um interessan- o WebMeeting Visit têm a percepção
primeiro parágrafo, talvez possa com-
te desafio: apoiar as entidades médi- muito clara de que o objetivo de uma
pletar: “Mas, mesmo se longe existir,
cas na produção de diversos eventos, visita virtual não é substituir a visita tra-
estarei lá em poucos minutos”.
com variados temas das suas respec- dicional, mas permitir que o represen-
tivas especialidades, e levá-los com tante se faça presente, em uma visita Hamilton Conde é Presidente da Atitude Mídia Digital.
maior frequência e sequência para de qualidade, mesmo que virtualmente. E-mail: hamilton.conde@atitude.com.br

46 | Jul-Ago 2010
Evento

Sindusfarma premia farmacêuticas


que mais se destacaram em Gestão
de Segurança do Trabalho

Os laboratórios Alcon, Allergan, Moretto, Vice-Presidente de Assuntos Zero Acesso, pois entendemos que
Johnson & Johnson, Libbs e Weleda Regulatórios e Programas Sociais e é nossa responsabilidade cuidar da
receberam, em 14 de junho, o III Educacionais do Sindusfarma. saúde dos nossos empregados”,
Prêmio Sindusfarma de Excelência em O superintendente regional do disse José Pedro Dias Jr., Gerente
Gestão de Segurança do Trabalho, em Trabalho e Emprego do Estado de Regional em Segurança do Trabalho
solenidade realizada no auditório da São Paulo, Dr. José Roberto de da empresa.
entidade. Na ocasião, receberam tam- Melo, elogiou a iniciativa da entidade. Para Luciana Maranguelo, Gerente
bém menções honrosas as empresas “Parabenizo o Sindusfarma pelo inedi- de EHS da Allergan, que ganhou pelo
Astrazeneca, Biolab-Sanus e Pfizer tismo do projeto. Ou assumimos uma terceiro ano na categoria de 101 a 250
(unidades São Paulo e Itapevi). cultura de prevenção da saúde do tra- funcionários, o Prêmio é extremamen-
Concedido desde 2008, o Prêmio balhador, mudamos paradigmas e exi- te importante como uma demonstra-
Excelência em GST reconhece as ini- gimos condições de trabalho adequa- ção dos esforços e dos investimentos
ciativas bem-sucedidas de prevenção das ou vamos premiar sempre poucas da empresa em segurança no trabalho
de acidentes e doenças ocupacionais empresas, lembrando que temos no e na saúde do trabalhador.
na indústria farmacêutica, além do País mais de 300 mil”, alertou. A Alcon foi a vencedora na catego-
estrito cumprimento da legislação em ria de empresas com 251 a 350 em-
Saúde e Segurança no Trabalho. Com a palavra, os ganhadores pregados. Na visão de Felipe Paiva,
“Nossa obstinação é perseguir A Johnson & Johnson venceu na Técnico em Segurança do Trabalho da
o conceito ‘zero acidente de traba- categoria de indústrias farmacêuticas empresa, o prêmio é uma demonstra-
lho’ e desenvolver ações no combate com mais de 500 empregados e ter- ção dos esforços e da dedicação da
às condições inseguras e acidentes ceirizados. “Aqui na Johnson, desen- corporação em prol da segurança, da
nas empresas”, afirmou Dr. Lauro volvemos internamente o Programa saúde e do meio ambiente.

48 | Jul-Ago 2010
Arnaldo Pedace, Selma Aquino, Adele Prieto e Rogério Silva (Johnson
& Johnson), Dr. Lauro Moretto, José Dias (Johnson & Johnson)

Selma Aquino, Anderson Vaz Mendes (Libbs),


Dr. Lauro Moretto, Arnaldo Pedace

Arnaldo Pedace, Felipe Paiva (Alcon), Dr. Lauro Moretto, Selma Aquino

  “Este troféu é o resultado de muito


trabalho de toda a empresa”, comemo-
rou Edson Tomas de Lima, Técnico em
Segurança do trabalho da Weleda, vence-
dora na categoria de até 100 funcionários. 
Para Anderson Vaz Mendes,
também Técnico em Segurança do Selma Aquino, Arnaldo Pedace, Dr. Lauro Moretto, Luciana Maranguelo (Allergan)
Trabalho da Libbs (vencedora na ca-
tegoria de empresas com 351 a 500
empregados), este é apenas o começo
de um caminho de muito trabalho.
Responsável pelo Departamento
de Saúde do Trabalhador da
Federação dos Trabalhadores das
Indústrias Químicas e Farmacêuticas
do Estado de São Paulo (Fequimfar),
João Donizete Scaboli sintetizou o ob-
jetivo maior do Prêmio Sindusfarma de
Excelência em Gestão de Segurança
do Trabalho. “Com uma gestão efeti-
va dos ambientes de trabalho, todos
saem ganhando de fato”, afirmou. Edson Tomas de Lima (Weleda), Dr. Lauro Moretto, Selma Aquino, Arnaldo Pedace

49
Opinião

(in)coerência 2
André Reis

Hoje, mesmo que exista


maior proximidade entre
as áreas nos laboratórios,
ainda assim, até pela
natureza do ofício, em
geral, a Equipe de Campo
continua distante do jogo
de poder na Matriz.

O interessante artigo de Carolina também porque não sabem! E assim, – predominam e são valorizados, dis-
Manciola, com o título de (In) tal qual como em um barco à deriva, a putas “vale-tudo” por influência peran-
Coerência, publicado na edição de Equipe de Campo, sem acesso ao ca- te a Diretoria e promoções poderão se
julho da Revista UPpharma, me esti- pitão, observa intrigada as aparentes tornar rotineiras. Na manutenção des-
mulou a escrever a respeito também incoerências corporativas. se clima pesado em médio prazo, ge-
sobre o assunto, mas sob a ótica da No artigo de minha autoria, pu- ra-se uma ética corporativa “coerente”
Equipe de Campo. blicado também na edição de julho, com o próprio carreirismo. Observa-se
Missão, visão e, especialmente, comentei as principais mudanças na então internamente um alto nível de
valores corporativos são apenas car- propaganda médica nos últimos dez fofocas e intrigas, com consequente
tas de intenção. Na prática, elas não anos. Por falta de espaço, não revelei queda de motivação e produtividade.
podem revelar o jogo de poder e dis- que quando iniciei no marketing far- E os Representantes? O que eles
putas por posições nas empresas. macêutico, em 1987, trabalhava em podem fazer a respeito? Minha sugestão
É a atuação nesse cenário, como se uma multinacional e observava intriga- é manter o foco no cliente. Melhor conti-
fosse um programa de Big Brother, no do o péssimo clima reinante entre os nuar visitando os médicos com 100% de
qual todos estão sob constante vigi- Gerentes de Vendas e de Marketing. intensidade e não se imiscuir na  dialéti-
lância, que irá justificar posições mais Naquela ocasião, pensava que en- ca do poder corporativo. Não obstante,
ou menos coerentes dos gestores quanto eles estavam se digladiando, manter-se atento porque, quando em
das empresas. Entretanto, distante do invariavelmente mais por vaidade do algum momento a Equipe de Campo for
“pessoal da matriz” e, consequente- que por questões técnicas relativas ao mais uma vez surpreendida com medi-
mente da real compreensão da corre- trabalho, a concorrência devia estar das estranhas e até contraditórias com
lação de forças nas áreas de Marketing dando gargalhadas (!). decisões anteriores, devem compreen-
e Vendas, estão os Representantes. O tempo passou, e hoje, mesmo der que para aquele gestor, a decisão to-
Esses profissionais, quase sempre são que exista maior proximidade entre mada está intimamente associada com
surpreendidos por súbitas guinadas as áreas, ainda assim, até pela na- aquilo que lhe é mais sagrado, ou seja, a
de estratégia promocional, reestrutu- tureza do ofício, em geral, o Campo defesa do próprio interesse. Perceberam
ração organizacional ou desligamento continua distante do jogo de poder na então que, sob essa ótica, tudo  adquire
de gestores, inclusive o da sua equi- Matriz. Em casas muito competitivas, coerência?!?
pe(!). Mais curioso ainda: ninguém, nas quais os carreiristas – pessoas
digo GDs e GRs, explica algo para a totalmente direcionadas para o cres- André Reis é Sócio-diretor da REPFARMA.
Equipe. Não porque não querem, mas cimento profissional em curto prazo E-mail: andre@repfarma.com 

50 | Jul-Ago 2010
Recursos humanos

Gestão de tecnologia
voltada ao negócio
André Jacques Pasternak

O papel do executivo da área de infraestrutura, entre outros. Uma de A segunda é que todos, sem exce-
tecnologia da informação dentro da suas maiores responsabilidades é de- ção, contavam com excelente didática
indústria farmacêutica vem se trans- senvolver matrizes de risco, mitigando- e capacidade de síntese para tornar
formando em uma velocidade impres- os com precisão. um assunto extremamente técnico
sionante nos últimos anos. Na era da Sua árvore de decisão envolve o mais palatável e compreensível ao pú-
informação, a rapidez de resposta é gerenciamento de recursos adminis- blico leigo, sabendo falar bem a lingua-
crucial e pode significar a diferença en- trativos, recursos financeiros e, acima gem dos negócios, quantificando com
tre sucesso e fracasso, já que o ganho de tudo, recursos humanos. Com o precisão o retorno sobre o investimen-
de escala e sinergias com tecnologia aumento exponencial de sistemas e to de suas iniciativas mais estratégicas.
pode representar grandes economias aplicativos que podem prejudicar a E, finalmente, a última característica
para as empresas. operação em poucos minutos, o exe- marcante desses executivos é a ótima
Responsável por orçamentos de cutivo também deve estar apto a traçar liderança e gestão de pessoas, tanto
alto valor, o gestor de TI (tecnologia planos de contingência com agilidade. diretos quanto terceirizados.
da informação) deixa de exercer gra- Além de saber trabalhar sob pres- É exatamente neste quesito que o
dualmente a função de um mero “ope- são e de mensurar os resultados de critério de desempate na seleção de um
rador” de processamento de dados e sua área por meio de indicadores de CIO mais se influencia. Além da com-
passa a especialista, focado na perpe- desempenho, o líder também deve sa- plexa e dúbia tarefa de ter que monito-
tuação do negócio em médio e longo ber transitar politicamente na estrutura, rar funcionários próprios e um número
prazos. Para tal, deve conhecer bem a negociando diariamente com todas as grande de prestadores de serviços,
operação e saber mapear com preci- outras áreas da empresa, sendo mui- esse chefe deve motivar e estimular o
são e velocidade os processos inter- tas delas bem mais influentes no dia sentimento de trabalho em equipe e
nos considerados críticos. a dia da companhia, como marketing, orgulho de fazer parte da organização.
Na maior parte das indústrias mul- vendas e área médica. Das competências que mais marca-
tinacionais, esse profissional se envol- Em projetos recentes, recrutando ram os executivos de TI aprovados até a
ve intensamente com as tendências e profissionais de tecnologia da informa- última fase dos processos, as que mais
práticas de gestão de tecnologia apli- ção para esta indústria, percebi que os se sobressaíram nos finalistas foram as
cadas em todo o mundo. Em muitos executivos com mais destaque apre- estabilidades emocional e de negocia-
casos, o comumente chamado CIO sentavam três características comuns. ção. Ao lidar com públicos, normalmente
(Chief Information Officer) também A primeira delas é que eles haviam muito críticos e demandantes, o executi-
compõe o Comitê de Estratégia das complementado a formação técnica em vo de TI precisa saber ouvir e transformar
companhias, normalmente possuindo, ciências da computação, análise de sis- a impaciência alheia em aderência e co-
além do reporte direto ao presidente temas e processamento de dados com laboração, ou seja, estamos falando de
da subsidiária local, um reporte matri- programas de pós-graduação e mes- influência e persuasão, em saber fazer
cial ao primeiro executivo de TI basea- trado em administração e negócios. com que os outros gestores tenham ci-
do na matriz. ência de que problemas de alta comple-
Além de todas essas caracterís- xidade tomam tempo para serem resol-
ticas e funções, o executivo de tec- Ao lidar com públicos, vidos, comunicando a mensagem com
nologia da informação responde por normalmente muito assertividade e serenidade. É assim que
um número grande de prestadores de críticos e demandantes, os “bits e bytes” se traduzem em ganhos
serviços, atuando dentro da compa- o executivo de TI precisa de produtividade, reduções de custos e
nhia na atualização de sistemas ERP saber ouvir e transformar retorno aos acionistas.
(Enterprise Resource Planning), imple-
a impaciência alheia em André Jacques Pasternak é Diretor da
mentação de soluções automatizadas
para Força de Vendas, melhoria da
aderência e colaboração. FESA para o setor de Life Sciences.
E-mail: fesa@fesa.com.br

51
Coluna legal

O Projeto de Lei
para devolver as
marcas às vacinas
Deborah Portilho

Um Projeto de Lei (PL), que tramita atualmente


na Câmara dos Deputados, propõe a revogação
da proibição do uso de marcas em vacinas.

Se você trabalha com vacinas, A finalidade da alteração proposta esquema de administração e forma de
certamente sabe que elas não po- pelo Senador é revogar parcialmente armazenamento;
dem ser identificadas por marcas. O a proibição do uso de marcas. Nesse 3. O uso de marcas permite melhor
que você talvez não saiba é que existe sentido, a proibição seria mantida para acompanhamento científico das pes-
um Projeto de Lei (PL) tramitando na as drogas e para os insumos farma- quisas nacionais e internacionais sobre
Câmara dos Deputados para revogar cêuticos, que continuariam sendo a eficácia e a qualidade das vacinas;
essa proibição. Pois é, esse proje- identificados pela denominação cons- 4. O uso de marcas propicia fiscali-
to existe desde 2006 e, já tendo sido tante da Farmacopeia Brasileira, e re- zação sanitária e vigilância epidemioló-
aprovado no Senado, foi enviado à vogada no que diz respeito apenas aos gica mais efetivas.”
Câmara dos Deputados, onde recebeu medicamentos contendo uma única Como se verifica, a identificação
o nº 6.745/2010, estando agora em substância ativa e aos imunoterápicos, das vacinas por marcas é bastante po-
fase de apreciação conclusiva pelas i.e., as vacinas. sitiva e, a princípio, não há nada que
Comissões de Defesa do Consumidor, Sobre essa proposta, vale men- justifique a manutenção da proibição
de Seguridade Social e Família e de cionar as razões apresentadas no PL estabelecida pela Lei 6.360/76. Aliás, é
Constituição e Justiça e de Cidadania. para justificar a necessidade de iden- interessante notar que, apesar de essa
O louvável PL foi apresentado pelo tificação das vacinas por suas marcas: proibição existir há mais de 30 anos,
Senador Osmar Dias (PDT/PR), sob o “1. As diferentes apresentações de aparentemente, só após a criação da
nº 344/2006, com o objetivo de alterar uma vacina não constituem produtos Anvisa, em 1999, é que o seu cum-
o § 4º do art. 5º da Lei nº 6.360/1976, genéricos que se igualam a uma vaci- primento passou a ser exigido. Com
com a redação dada pela Lei nº 6.480/ na de referência e são com ela inter- efeito, no ano seguinte à sua criação,
1977. Esse dispositivo legal prevê que cambiáveis, como ocorre com os me- a Agência publicou a RDC 92/2000,
“os medicamentos contendo uma dicamentos genéricos em relação ao sobre rotulagem de medicamentos, na
única substância ativa sobejamente medicamento de referência; qual reafirmou a proibição do uso de
conhecida, a critério do Ministério da 2. As diferentes vacinas destinadas nomes ou designações de fantasia. O
Saúde, e os imunoterápicos, drogas a uma mesma finalidade (por exemplo, curioso, contudo, é que, não obstante
e insumos farmacêuticos deverão ser as vacinas produzidas por diferentes o texto original se referir a quatro cate-
identificados pela denominação cons- laboratórios e destinadas à imuni- gorias de produtos, a Anvisa só proi-
tante da Farmacopeia Brasileira, não zação contra catapora) têm origens biu o uso de marcas em relação aos
podendo, em hipótese alguma, ter diversas quanto à matéria-prima de imunoterápicos.
nomes ou designações de fantasia que resultam e, por isso, diferem em De modo a colocar essa proibi-
[marcas]”. eficácia, composição, concentração, ção em prática, em fevereiro de 2002,

52 | Jul-Ago 2010
a Agência publicou um comunicado uma nova CP certamente será aberta A identificação das
oficial dirigido aos laboratórios farma- para tratar exclusivamente dos nomes
vacinas por marcas
cêuticos e importadores, informando comerciais, como, aliás, já sinaliza-
que, a partir de abril de 2002, não mais do pela própria Anvisa. Assim sendo, é bastante positiva
permitiria a importação e venda de imu- como desde 2000, em todas as opor- e, a princípio, não há
nobiológicos identificados por marcas. tunidades, a Agência vem reiterando a nada que justifique
Várias empresas questionaram essa proibição do uso de nomes comerciais
a manutenção da
determinação, mas o fato é que ela em imunoterápicos é de se esperar que
não só foi mantida, como a proibição essa mesma proibição esteja presente proibição estabelecida
foi, mais uma vez, reiterada quando da na nova CP. Mas isso, na verdade, de- pela Lei 6.360/76.
publicação da RDC 333/2003, em seu penderá mesmo é do andamento e do
item 3.9, in verbis: “os imunoterápicos destino do PL em discussão.
não podem, em hipótese alguma, ter Nesse aspecto, se o PL, que já foi terá necessariamente que ser debati-
nomes ou designações de fantasia (...).” aprovado pelo Senado, for aprovado da. Seja como for, há uma “dose” de
Posteriormente, a mesmíssima também na Câmara dos Deputados esperança no ar para que as vacinas
proibição relativa exclusivamente aos e sancionado pelo Presidente da voltem finalmente a ser identificadas
imunoterápicos também foi incluída na República, a questão estará finalmente por suas marcas.
Consulta Pública (CP) nº 8, de março resolvida de forma satisfatória para os
Deborah Portilho é Advogada especializada em marcas,
de 2009. Como a questão relativa à for- detentores das marcas de vacinas e com particular foco na área farmacêutica, professora
mação dos nomes comerciais (marcas) de todos que defendem seu uso. Se, de Direito de Propriedade Industrial do Curso LL.M.
Direito Corporativo do IBMEC/RJ e Sócia-Diretora
acabou não sendo abordada na RDC entretanto, o PL ainda estiver tramitan- da D.Portilho Consultoria e Auditoria de Marcas.
71/2009 (que resultou da CP nº 8/09), do quando a CP for aberta, a questão E-mail: deborah.portilho@dportilho.com.br

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Análise

Vale a pena investir na


marca
organizacional?
Paulo Aziz

A marca organizacional poderá ser


uma alternativa estratégica na redução
do risco percebido no mercado
de medicamentos genéricos.

A fabricação e a comercialização risco percebido pelo médico, na inten- pré-teste e a rigorosos testes estatísti-
dos produtos genéricos no País foram ção de prescrição dos medicamentos cos para sua validação.
caracterizadas por dois momentos. genéricos. Antes de aplicar o questionário
O primeiro ocorreu em 5 de abril de Em busca desse entendimento, ini- de pesquisa no campo, foi neces-
1993, e refere-se ao Decreto no 793, ciamos a procura de material que pu- sário realizar uma revisão teórica no
assinado pelo então Presidente da desse esclarecer quais as estratégias marketing. De início, surgiu um proble-
República, Itamar Franco. O segun- utilizadas pelos laboratórios no seg- ma, pois não existe nada na literatu-
do momento corresponde ao mês de mento de produtos sem marca própria. ra acadêmica científica que aborde o
novembro de 1999, com a aprovação Para nossa surpresa, encontra- tema “Intenção de Prescrição”. Sendo
da Lei 9.787, formulada pelo Ministro mos uma entrevista no site Ética assim, formulamos o que seria um
da Saúde, José Serra, no Governo do nos Negócios do principal Chief primeiro modelo sobre a “Intenção de
Presidente Fernando Henrique Cardoso. Executive Officer (CEO), do labora- Prescrição”, conforme abaixo:
Após a promulgação da Lei 9.787, tório Medley. Para esse executivo, • Reconhecimento da
a indústria farmacêutica reagiu contra uma das medidas que contribuíram necessidade
a venda dos “falsos genéricos”, ou para o laboratório alcançar a tercei- Quando o médico percebe o
seja, produtos vendidos nos balcões ra posição no ranking das indústrias fator que gerou a consulta.
das farmácias, sem testes de biodis- em 2005 foi a associação da marca
• Busca de informações
ponibilidade e bioequivalência, situa- organizacional aos seus produtos
Esta etapa depende de cada
ção provocada por causa das falhas sem marca própria. Na entrevista,
médico. Uma das formas da
contidas no Decreto no 793, anterior à ele destacou que em 2000 o labora-
busca de informações é por meio
Lei 9.787, que estimulava a troca dos tório ocupava a 28ª posição.
do Vade Mecum.
medicamentos prescritos por produtos Era o que precisávamos para ava-
de substâncias iguais. liar as variáveis da pesquisa, tais como: • Avaliação das alternativas
Em seguida, a classe médica pas- risco percebido, marca organizacional Nesta fase, o médico classifica
sou a se pronunciar contra as trocas e intenção de prescrição. as medicações e os laboratórios
de receitas nos balcões das farmácias, A amostra foi composta por 101 de sua confiança. Inicia-se a
demonstrando a existência de um ce- médicos da rede privada que atendem formação do processo de intenção
nário de risco para a prescrição de me- em Salvador (BA). Participaram da de prescrição.
dicamentos genéricos. amostra, clínicos gerais (35), pediatras • Decisão de prescrição
O objetivo geral deste comporta- (35) e oncologistas (31). Vale destacar Geralmente, a decisão do médico
mento consistiu em verificar a influên- que o questionário de pesquisa utili- é voltada para a sua marca
cia da marca organizacional sobre o zado foi submetido inicialmente a um favorita, mas poderão ocorrer

56 | Jul-Ago 2010
algumas influências externas que alternativa estratégica na redução do O trabalho mostrou
mudarão a sua decisão. risco percebido no mercado de medi-
camentos genéricos. Porém, em alguns que a partir do
• Avaliação da prescrição
Após a prescrição o médico
casos a pesquisa completa demonstrou momento que o
que essa estratégia não será suficiente
poderá ficar satisfeito ou
para combater tal situação de risco.
médico percebe
insatisfeito a depender do
feedback do paciente.
Diante desses achados, a gerência menor risco na
de marketing dos laboratórios pode
prescrição dos
realizar algumas reflexões sobre como
Para chegarmos ao resultado fi- medicamentos
agir estrategicamente no segmento de
nal da pesquisa, utilizamos o teste de
medicamentos genéricos. genéricos, a
Correlação de Spearman, um teste
estatístico que mede o quanto uma Paulo Aziz é Pesquisador e Palestrante, Mestre em intenção de
variável influencia a outra. Nesse caso, Administração Estratégica – UNIFACS e Professor
estávamos medindo três variáveis. em Cursos de Pós-Graduação e Graduação. Atua na prescrição tende
VPM Projetos e Treinamentos Comerciais Ltda.
Apenas como exemplo, segue um re- E-mail: aziz@vpmtreinamentos.com.br a aumentar.
corte resumido de algumas perguntas
utilizadas no formulário de pesquisa
para cada variável:
7
Escala de atitude em relação
6
à Marca Organizacional
Eu prescreveria um produto 5
genérico associado a um nome de
Risco

4
laboratório da minha confiança.
3
1 2 3 4 5 6 7
Discordo Totalmente Concordo Totalmente 2

1
Escala de atitude em relação
ao Risco Percebido 1 2 3 4 5 6 7
Marca
Eu estou correndo risco ao
Gráfico A. A conclusão encontrada demonstrou que a marca
prescrever um produto genérico.
organizacional exerce influência positiva na redução do risco percebido
pelos médicos no segmento de medicamentos genéricos. Quanto mais
1 2 3 4 5 6 7
Discordo Totalmente Concordo Totalmente o médico confia na marca do fabricante o risco tende a diminuir.

Escala de atitude em relação à 7


Intenção de Prescrição Médica
Eu estou disposto a prescrever 6

um produto genérico que


5
esteja associado a um nome de
Intenção

laboratório da minha confiança 4


com regularidade.
3

1 2 3 4 5 6 7 2
Discordo Totalmente Concordo Totalmente
1

Voltando ao teste de Correlação de 1 2 3 4 5 6 7


Spearman, as conclusões são apre- Risco

sentadas nos Gráficos A e B. Gráfico B. Verificou-se que a partir do momento que o médico percebe
Por fim, observou-se que a mar- menor risco na prescrição dos medicamentos genéricos, a intenção
ca organizacional poderá ser uma de prescrição desta categoria de produtos tende a aumentar.

57
Responsabilidade social

Stakeholders – CONSUMIDOR
Marcelo Weber e Renata Schott

Stakeholders Com o maior acesso à internet, o quais se transformam em importante


consumidor passou a ter mais conhe- fonte de informação.
cimento sobre vários assuntos, espe- Mais do que atender bem os seus
cialmente na área de saúde. Com isso, clientes, deixando-os satisfeitos e apro-
Consumidor, grande foco de todas
acaba questionando mais não somen- ximando-os da empresa e de suas mar-
as empresas! Para a indústria farma-
te o profissional da área de saúde, cas (produtos), os SACs permitem às
cêutica, no entanto, esse consumidor
como também contata mais as em- empresas compreenderem melhor as
pode ser bem complexo. Pode perten-
cer a diversos grupos, com demandas presas para obter mais informações necessidades de seus consumidores.
bem diferentes. E aí vem o desafio sobre serviços, medicamentos, seus A partir daí, é possível desenvolver pro-
do setor: como atender bem a tanta riscos e benefícios. As empresas, por gramas e serviços melhores, aumen-
diversificação? sua vez, precisam estruturar, capacitar tando ainda mais a satisfação dos seus
Os tão populares call centers co- e melhorar cada vez mais o seu atendi- consumidores. Mais ainda, é possível
meçaram a existir a partir da década mento. São contratados profissionais até pensar em novos produtos, apre-
de 1990. A aprovação do Código de da área de saúde, como, por exem- sentações, devices, enfim, o SAC pode
Defesa do Consumidor consolidou as ser uma importante fonte para influen-
plo, farmacêuticos para o atendimento
centrais de relacionamento. ciar até no portfólio da empresa.
nos SACs. Incrementam e fazem seus
No Brasil, temos uma legislação Os SACs são também um canal por
bancos de dados mais completos, os
que protege bem mais o consumidor meio do qual a companhia pode mos-
do que em países como, por exemplo, trar ao seu stakeholder consumidor o
os EUA. Lá não é obrigatória a coloca- quanto é real e concreta a busca da
Os SACs são um canal
ção de prazo de validade em medica- empresa pela Responsabilidade Social.
por meio do qual a
mentos, cosméticos e alimentos. Afinal, o próprio consumidor merece
companhia pode mostrar
Aqui também é obrigatório pela lei fazer parte dessa questão, uma vez
ao seu stakeholder
dos SACs, a empresa oferecer a op- que é parte da sociedade, do planeta
consumidor o quanto
ção de falar com um ser humano, não pelo qual a corporação quer se mos-
é real e concreta a
permitir a transferência abusiva da li- trar preocupada e cuidadosa. Esse
busca da empresa pela
gação para outros setores e oferecer caminho já não pode ser uma questão
Responsabilidade Social.
em um prazo máximo de cinco dias a somente de marketing, sem fazer real-
solução do problema. mente parte da cultura da empresa.

58 | Jul-Ago 2010
Já existe um site de pesquisa Um Código que • Ações coletivas: por exemplo, uma
(www.goodguide.com) que organiza trouxe novidades entidade pode entrar na Justiça em
informações de 75 mil produtos e de nome de milhões de consumidores
O CDC trouxe uma série de novida-
empresas e os classifica com notas de contra uma companhia ou um gru-
des que facilitaram a vida do consumi-
0 a 10, avaliados por sua performan- po de empresas.
dor brasileiro.  Entre elas:
ce em saúde, meio ambiente e socie- • Local para reclamação: ainda que te-
• Inversão do ônus da prova: cabe
dade. A iniciativa é de um professor nha adquirido produto ou serviço em
ao fornecedor demonstrar que as
da Universidade da Califórnia, Dara outro estado, o cliente pode entrar
alegações do consumidor, desde
O’Rourke, que resolveu investigar os com uma ação no foro da cidade em
que razoáveis, não são verdadei-
componentes do filtro solar que espa- que vive.  Não há obrigatoriedade de
ras.  Isso é importante, visto que
lhava na pele de sua filha. Encontrou que isso seja feito no município onde
substâncias cancerígenas e começou o cliente não tem disponíveis to-
a compra foi realizada.
a levar o assunto a sério. Essa inicia- das as informações sobre deter-
• Responsabilidade solidária: o con-
tiva mostra um caminho irreversível de minado produto ou serviço.
sumidor pode dirigir sua reclama-
transparência e governança para as • Prazo de desistência: em negócios
ção ao fabricante, comerciante ou
empresas. por telefone ou internet, o contra-
exportador, por exemplo. Todos
A seguir algumas novidades que o tante tem o direito de desistir do
os fornecedores são responsáveis
Código do Consumidor (www.planal- serviço adquirido em até sete dias. pela solução do problema.
to.gov.br/ccivil/leis/L8078.htm) trouxe
ao relacionamento entre empresas e
clientes. (fonte: site Página 22 - www. Marcelo Weber e Renata Schott são responsáveis pelo
Mais que atender Programa Farmasustentável do Grupemef e, respectivamente,
fgv.br/ces/pagina22). bem os seus clientes, Gerente de Unidade de Negócio da Merck Serono e
Gerente de Serviços à Pesquisa Clínica da Genzyme.
os SACs permitem
Site Página 22, pelo E-mails: marcelo.weber@serono.com;
às empresas renata.schott@genzyme.com
consultor jurídico José compreenderem melhor
Geraldo Filomeno: as necessidades de Para mais informações sobre os
O Código é de defesa do consumi- seus consumidores. Indicadores de Sustentabilidade do
dor.  Todavia, serve para harmonizar in- Setor Farmacêutico (Indicadores FS),
acesse www.farmasustentavel.com.br.
teresses dos clientes e das empresas. 

59
Reciclagem

O que significa “propagandista”? Fernando Loaiza

A edição especial comemorativa Propaganda. 1. Qualquer forma O primeiro livro que li, no começo da
do Dia do Propagandista já está em impessoal de apresentação e promo- minha carreira como vendedor, se cha-
circulação, mas durante todo o mês ção de ideias, bens e serviços, cujo mava O Maior Vendedor do Mundo (Og
de julho podemos fazer uma home- patrocinador é identificado. 2. Técnica Mandino). Foi a partir daí que entendi
nagem a esse profissional, que faz a de criar opinião pública favorável a um porque deveria me sentir tão orgulho-
diferença na propaganda médica. Por determinado produto, serviço, institui- so dessa profissão. Para compartilhar
isso, dedico este artigo para reforçar a ção ou ideia, visando orientar o com- esses ensinamentos com os leitores,
importância que o propagandista tem portamento humano das massas em procurei na web (Netsaber.com.br) o
para todos os laboratórios. um determinado sentido. resumo desse livro, que reproduzo, a
Segundo o Novo Dicionário Básico O propagandista então é a pessoa seguir, alguns trechos, com o intuito de
da Língua Portuguesa, o verbete que faz propaganda, apresenta e pro- ajudar os leitores a entenderem melhor
“Propaganda” é definido assim: “...do move ideias, produtos, serviços que a satisfação de ser vendedor.
latim, Propaganda; do gerúndio, pro- propaga. “...Hafid quer ser o maior vende-
pagare, coisas que devem ser propa- Segundo a Lei Ordinária nº dor do mundo, assim como é conhe-
gadas. 1. Propagação de princípios, 6.224, de 14 de julho de 1975, cido seu pai adotivo Pathros. Pathros
ideias, conhecimentos ou teorias”. que regula o Exercício da Profissão resolve colocar o jovem Hafid à prova,
Segundo o Dicionário Etimológico de Propagandista e Vendedor de dando-lhe uma túnica de sua fabrica-
Nova Fronteira da Língua Portuguesa, Produtos Farmacêuticos e dá outras ção, de ótima qualidade com seu lo-
1982, a palavra “Propaganda” deriva Providências, o propagandista é tam- gotipo (uma estrela) bordado no tecido.
de: ....propagar – “Propagar, verbo, bém chamado de vendedor. É aqui Hafid terá como tarefa ir até a cidade de
multiplicar, ou reproduzir por gera- que começam minhas dúvidas. Será Belém, que é considerada muito pobre,
ção, dilatar, estender, 1844. Do latim que somos propagandistas, ou somos e vender essa túnica no prazo de qua-
Propagare, propaganda 1873. Do fran- vendedores? Parecem dois conceitos tro dias, pelo preço que achar justo.
cês Propagande.” similares, mas, pessoalmente, fico Hafid vai, não muito animado, e
A American Marketing Association com o segundo, pois acredito ser o chegando à cidade oferece a túnica
e o Código de Ética dos Profissionais mais completo e mais fiel à função que para as pessoas nas ruas, nas casas
de Propaganda do Brasil acrescen- desenvolvemos. Eu sou vendedor sim, e para os soldados, sem conseguir
tam duas observações ao conceito de nunca duvidei disso e sempre acei- vendê-la. Na última noite do prazo,
propaganda: tei essa denominação com orgulho. ele resolve dormir em uma gruta, que

60 | Jul-Ago 2010
fica atrás da hospedaria em que faz termine com um fracasso. Esquecerei impraticável, sem esperança e recuo,
suas refeições. Quando se aproxima os acontecimentos do dia anterior, se- pois são palavras e expressões de to-
da gruta, percebe uma luz fraca vinda jam eles bons ou maus, e saudarei o los. O êxito de ontem não se transfor-
de seu interior. Resolve entrar para ve- novo dia com a certeza de que será o mará em complacência hoje.
rificar e fica surpreso ao ver um casal melhor dia de minha vida. Tudo que eu 4) Concentrarei minha energia no
e um recém-nascido. O casal estava ganhar, dividirei com os pobres. Sou desafio do momento. Os problemas ca-
encolhido de frio, pois tinha coberto a único, não existe ninguém no mundo seiros serão deixados em casa. Os pro-
criança com suas túnicas. Hafid foi até que ande ou fale igual a mim. Eu sou o blemas da feira serão deixados na feira.
onde estava seu burro, pegou a túnica maior milagre da natureza.’ 5) Viverei hoje como se fosse meu
vermelha, que deveria ter vendido, e Seguindo esses ensinamen- último dia. Não desperdiçarei um mo-
cobriu o recém-nascido. Devolveu as tos, Hafid transformou-se no Maior mento sequer velando os infortúnios
túnicas do casal, que permaneceu em Vendedor do Mundo, e muito rico. ou as derrotas de ontem. Cada minuto
silêncio, e saiu. Em seguida, montou Quando pressentiu que o próximo de hoje será mais frutífero em relação
em seu burro e voltou ao acampamen- escolhido estava para aparecer, doou ao dia de ontem.
to para se encontrar com seu pai. toda sua riqueza para os pobres, fican- 6) Serei dono de minhas ações.
Ao chegar, muito desanimado, do apenas com o suficiente para viver O fraco deixa seus pensamentos con-
avistou seu pai, que olhava assombra- com conforto o tempo que lhe restava. trolarem suas ações. Os fortes for-
do para ele, pois uma estrela, emitindo Um certo dia, apareceu no portão çam suas ações a controlarem seus
uma forte luz, parecia tê-lo seguido da do palácio de Hafid um homem maltra- pensamentos.
gruta até ali. pilho, querendo falar-lhe com urgência. 7) Cultivarei o hábito de rir.
Hafid, envergonhado, contou a Hafid ouviu toda a sua história, pois Nenhuma criatura viva ri, à exceção do
seu pai o que acontecera, que havia esse homem dizia ter sido ali enviado homem. Na adversidade, para manter
falhado como vendedor, e pior, disse por Jesus, o Messias. Trazia consigo minha vida em equilíbrio, ensaiarei as
ter dado a túnica para um casal des- uma túnica vermelha, suja e manchada palavras “isso também passará”, ensi-
conhecido cobrir uma criança recém- de sangue, com a estrela de Pathros nadas pelos antigos. Jamais trabalha-
nascida. Emocionado, Pathros falou bordada em seu tecido. Hafid, segu- rei para ser feliz, mas, sobretudo, para
que Hafid não havia falhado e a partir rando a túnica emocionado, pediu que permanecer ocupado e não ser triste.
daquela noite seria seu sucessor como o homem lhe contasse tudo que sabia 8) Estabelecerei objetivos para
O Maior Vendedor do Mundo. sobre a história de Jesus. cada dia, cada semana, cada mês,
Pathros, em seu leito de morte, O homem contou que Jesus ha- cada ano e para minha vida. Ao fixar
sentindo sua missão cumprida, pas- via nascido em uma gruta em Belém. meus objetivos, pensarei em meu me-
sou para o filho, Hafid, o baú contendo Hafid logo entendeu que estava diante lhor desempenho. Superar os feitos
os dez pergaminhos onde estavam es- de seu sucessor: O Maior Vendedor do dos outros é importante; superar meus
critos os segredos que o transforma- Mundo.” próprios feitos é tudo.
riam no ‘Maior Vendedor do Mundo’. Termino o artigo com um resumo 9) Agirei agora. Não evitarei as ta-
Assim ele fez. Abriu o baú, retirou o do livro, feito pelo escritor Newton refas de hoje e não as deixarei para
pergaminho de número um e começou Freitas, que coloca em dez lições os amanhã. Para vencer o medo, devo
a lê-lo: ‘Amor por si e pelos outros, ri- aspectos mais importante do “Maior sempre agir sem hesitação.
cos, pobres, arrogantes, humildes. Vendedor do Mundo”. 10) Eu suplicarei, mas apenas pe-
Persistir até conseguir. Colocar um ti- 1) Hoje começo uma vida nova. didos de orientação. Jamais suplicarei
jolo de cada vez, retirar do vocabulário Formarei bons hábitos e me tornarei pelas coisas materiais do mundo ou
palavras e expressões como: desistir, escravo deles. dádivas de ouro, amor, saúde, vitórias,
improvável, incapaz, fracasso, impra- 2) Amarei todos os comportamen- fama, êxito ou felicidade.
ticável, fora de cogitação, impossível, tos dos homens, pois cada um tem E desejo que essa reflexão sirva
sem esperança e recuo. Mesmo que qualidades a serem admiradas, mes- para todos os propagandistas, que
o desespero tente me contagiar, pros- mo se estiverem ocultas. diariamente persistem e se dedicam
seguirei assim mesmo. Ignorarei os 3) Persistirei até alcançar o êxito. para se tornar “os maiores vendedores
obstáculos sob meus pés e manterei Jamais aceitarei a derrota e retirarei de do mundo”.
meus olhos firmes nos objetivos acima meu vocabulário palavras como desis-
Fernando Loaiza Sotomayor é Presidente
de minha cabeça. Persistirei até alcan- tir, não posso, incapaz, impossível, fora dos Laboratórios Bagó Brasil.
çar êxito. Jamais permitirei que o dia de cogitação, improvável, fracasso, E-mail: floaiza@bago.com.br

61
Treinamento

Adote um Neutro
Scher Soares

Como consultor, nos últimos anos Ao longo desse período, começa- Um papel se refere a um padrão
tenho conduzido diversos projetos em mos a montar algumas bases de pes- majoritariamente exercido por todas as
empresas de médio e grande portes, quisa traçando paralelos, cruzando pessoas em uma organização. Apesar
sobretudo dos segmentos health care, informações e analisando resultados. do contexto situacional, é possível
telecom, financial e consumo. Foram Nesse processo, concluímos entre ou- identificar uma determinada predomi-
projetos das mais variadas naturezas, tras constatações, um determinado pa- nância de um padrão a partir do con-
envolvendo desde transições culturais drão que se repete em todas as empre- junto de aspectos que torna perceptí-
de grandes proporções a fusões en- sas, independentemente do setor, do vel o papel em questão.
tre empresas e mesmo entre áreas de porte ou do objetivo do processo em si. Em linhas gerais, os AGENTES
uma mesma corporação, além de pro- O padrão em questão nos apon- são grandes figuras de transição.
gramas de desenvolvimento de líderes, ta para três papéis, nos quais, inva- Mobilizam as pessoas em torno da
workshops de planejamento estratégi- riavelmente, as pessoas se dividem cultura, aderem aos objetivos estraté-
co e treinamentos para os mais diver- conscientemente ou não. São eles: gicos e desafios da empresa, ajudam
sos setores, inclusive a área de vendas. AGENTES, NEUTROS E OPONENTES. a construir vantagem competitiva e

62 | Jul-Ago 2010
promovem ciclos de influência posi- de fadiga e possível esvaziamento de ao contrário dos OPONENTES, que
tiva e colaboração. Ao contrário, os potencial. Basta você se imaginar em só reclamam para quem não resolve
OPONENTES são, por vezes, figuras um time de futebol. Como se sentiria e, com isso, espalham desconfian-
sabotadoras da efetividade empresa- se apenas você e mais um ou dois ça e influência negativa por toda a
rial. Muitas vezes velados, reclamam companheiros estivessem entre os organização.
nos bastidores, falam mal da corpora- AGENTES do time, tendo de correr AGENTES, NEUTROS E
ção, das pessoas e da liderança, não para todos os lados, enquanto uma OPONENTES são, como afirmei, por
oferecem críticas construtivas, minam grande parte do time se arrasta na sua vezes, subproduto de culturas empre-
as bases de confiança, especulam e zona de neutralidade. Se você acha sariais. Culturas que, quando não são
usam de artimanhas, como fofocas e que isso poderia desanimá-lo, é bem
formadas com diligência, acabam de-
boatos. Felizmente, para uma parte provável que o mesmo aconteça com
formadas. Se uma empresa pretende
das empresas os OPONENTES são os AGENTES de uma empresa com
crescer e se, melhor ainda, pretende
minoria. Por outro lado, e infelizmen- uma grande maioria de NEUTROS.
ser perene, precisa recrutar, reter e de-
te, na maioria das empresas o maior Daí se você é um AGENTE de ver-
dade, fica a sugestão para que você senvolver grandes AGENTES. Precisa
contingente de pessoas situa-se exa-
“ADOTE UM NEUTRO”. Assim, esta- rapidamente combater a neutralidade
tamente no que chamamos de “zona
da neutralidade”. São os NEUTROS, rá arregimentando aliados para a sua e, sobretudo, avaliar, com veemência,
pessoas que não empreendem ener- própria causa. a fatia dos OPONENTES, implementar
gia suficiente nem para figurar como Mas atenção! Peço que não con- rapidamente medidas e, em seguida,
agentes da mudança, como também funda OPONENTES com OPOSIÇÃO. analisar as causas e corrigir os erros.
não o fazem para associar-se aos A oposição, se construtiva, é um recur- Por outro lado, todos devemos
OPONENTES. Os NEUTROS, muitas so necessário para qualquer sistema. nos perguntar: qual papel exerço na
vezes, são, inclusive, produto do sis- Nesse sentido, os grandes AGENTES maior parte do meu tempo? Se pro-
tema e da cultura da empresa. São os podem ser, inclusive, aqueles que se movessem uma enquete com o meu
cumpridores de tarefas, os despoja- manifestam, que exigem da sua pró- nome juntamente ao de pessoas da
dos de maior conexão e engajamento pria empresa e que opinam a despeito minha organização, qual seria o vere-
profissional. Também são, por vezes, de qualquer aspecto. A diferença é que dicto? Se nessa reflexão, você concluir
profissionais com traços de persona- o fazem com um firme propósito de que pode vir a ser citado como um
lidade que nem sempre favorecem contribuir e de promover melhorias. Se NEUTRO ou OPONENTE, em primeiro
uma aderência inconteste ao convite reclamam, o fazem para quem resolve, lugar, pergunte-se a respeito dos seus
ao papel de AGENTE, que, muitas ve- motivos para tal comportamento. Em
zes, sinalizam com riscos e necessi-
Os agentes são seguida, delibere consigo mesmo e
dades especiais. decida sobre qual desses papéis de-
O que ocorre é que, dependendo grandes figuras de
seja de fato exercer.
do balanço e da proporção das pes- transição. Mobilizam Se escolher o de AGENTE, mexa-
soas em cada um dos papéis dentro as pessoas em se, pois, certamente, tem um NEUTRO
da empresa, a fatia na qual se con-
torno da cultura, esperando por você. Vá em frente,
centram os AGENTES se achata, po-
dendo resultar em baixa mobilidade aderem aos objetivos adote um NEUTRO e acelere o seu
estratégicos da desempenho e o desempenho da sua
empresarial e consequente avanço a
organização.
passos lentos. Também, e muito pro- empresa e ajudam a
vavelmente, poderá sobrecarregar a
construir vantagem Scher Soares é Consultor de Empresas
responsabilidade sobre os AGENTES,
resultando em um processo natural competitiva. e Presidente do Grupo Triunfo.
E-mail: scher@grupotriunfo.com

63
Comunicação

A força do esporte no marketing


Yuri Trafane

Poucas coisas são tão unânimes de empresas de material esportivo, produto, maior a retenção. Se um pro-
quanto o esporte. É praticamente essa conexão é racional e autoeviden- duto faz parte da trama, ele será lem-
impossível apontar alguém que não te. Afinal, se eu vendo tênis, nada mais brado, mas se ele for empurrado goela
acompanhe, ou pelo menos nutra lógico do que patrocinar um atleta que abaixo em uma ação artificial, o consu-
simpatia por alguma modalidade. use meu tênis. Mas a ligação não pre- midor apagará de sua mente.
Os que não praticam são em maior cisa estar na esfera material e pode Na prática, as empresas interes-
número, mas mesmo esses confes- ser conceitual. Se minha empresa tem sadas em investir nessa área devem
sam encarar tal afastamento como como diferencial a agilidade, o patrocí- buscar eventos, equipes e atletas que
um pecado. Essa presença ostensiva nio de um velocista tem coerência in- se encaixem em sua proposta de ne-
está prestes a se tornar ainda mais questionável. Muitas vezes, essa liga- gócio, e não devem ficar esperando
intensa em nosso país. Com a Copa ção é construída, como, por exemplo, alguém bater à sua porta com algu-
de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o no caso da Samsung, que patrocinou mas medalhas no peito e um projeto
tema esporte estará sempre na pauta. as Olimpíadas enquanto cuidava das debaixo do braço. Devem partir de ob-
Nesse cenário o patrocínio, que sem- conexões wireless do evento. Quanto jetivos concretos e estratégias de posi-
pre foi uma alternativa interessante mais coerente for a ligação patrocina- cionamento claras para, aí sim, buscar
no mix de comunicação, ganha pro- dor x patrocinado, maior a retenção atividades coerentes com esses obje-
eminência. E aí é que está o perigo. da mensagem. tivos, e não fazer o caminho contrário,
O uso inadequado dessa ferramenta Alguns especialistas pregam que se tentando encontrar sentido depois de
pode levar a uma grande decepção o objetivo for apenas a divulgação do decidir patrocinar alguém.
quando investimentos vultuosos não nome e aumento de awerness, essa Durante essa busca, uma questão
geram resultados. Sem falar que, em ligação não precisa existir, mas a mi- deve estar sempre em mente: atletas
casos extremos, pode haver até da- nha leitura – apoiada por estudos de são pessoas com toda a humanidade
nos à imagem de marca. neuromarketing – é de que o resulta- possível e que, portanto, cometem fa-
Antes de tudo é importante enten- do é bastante frágil e a retenção muito lhas. E dependendo da falha cometi-
der que o patrocínio deve ser coerente mais baixa. Não estou dizendo inexis- da, o dano pode ser transferido para
com a identidade da marca, um ele- tente, mas em um mundo com poucos a marca. Imaginem um tenista irritado
mento que contribui efetivamente com recursos é dever do gestor de marke- quebrando a raquete que o patrocina
o posicionamento pretendido. O ideal ting buscar atividades com o melhor re- ou transferindo para ela a culpa de
é que exista uma conexão natural en- sultado possível. É a mesma lógica de uma derrota inesperada. Tragédia. Por
tre a proposta da marca e a proposta product placement em filmes e novelas. isso, a seleção de quem se vai patro-
do evento, equipe ou atleta. No caso Quanto maior a conexão entre história e cinar deve levar em conta não apenas
a qualidade do atleta e a adequação à
proposta da empresa, mas também o
caráter dos envolvidos. Isso não livrará
É importante entender totalmente a empresa de dissabores,
que o patrocínio mas pode diminuir a probabilidade de
ocorrências desagradáveis.
deve ser coerente Com uma conexão inteligente e ali-
nhada à proposta da marca e algum
com a identidade da cuidado na seleção dos patrocinados,
marca, um elemento essa atividade tem tudo para alavan-
car exposição e promover a identidade
que contribui pretendida.
efetivamente com Yuri Trafane é Professor Universitário,
o posicionamento Consultor em Marketing e Diretor-Executivo
da Ynner Marketing & Treinamentos.
pretendido. E-mail: yuri@ynner.com.br

64 | Jul-Ago 2010
Saúde feminina

Cura
Substantivo feminino
Isabel Vasconcellos

Não sou saudosista. Adorava o Se o último era semideus, o primei- Com isso, a medicina virou privilé-
Dr. Kildare, quando era criança, mas ro é o próprio demônio. gio dos homens e, há muitíssimo pou-
acho que realmente Dr. House está O que importa se “House” conse- co tempo, permitiu-se que mulheres
mais para a realidade do que o “medi- guir desvendar os mais intricadamente estudassem e exercessem as práticas
quinho branquinho”, WASP, bonzinho misteriosos diagnósticos, se ele não médicas.
e galã dos seriados de tevê da minha tem um pingo de humanidade, um Mulheres, no entanto, a partir da
infância. pouco de piedade, nada de solidarie- segunda metade do século XIX, come-
No entanto, embora todos saiba- dade com a dor de seu paciente? çaram a reivindicar seus direitos nas
mos muito bem que os médicos não Todo mundo sabe, hoje em dia, sociedades ocidentais e, entre esses,
são os deuses que eles pensavam que que a doença tem três faces: a física, a o de serem médicas.
fossem no século XX, há uma relação emocional e a sociocultural. Portanto, Acontece que, depois de milênios
mágica entre esses profissionais e os confiar no médico é um passo impres- de repressão, ao entrar no mundo
comuns mortais. cindível para a cura. dos homens, as mulheres sofreram
Médicos são um pouco como pa- Em 1848, os Estados Unidos for- com a tendência de assumir a pos-
jés. Quando estamos doentes, pouco neceram – depois de muita briga e tura dos homens nas suas respecti-
nos importam os princípios científicos muito nariz torto – o primeiro diploma vas áreas de atuação. (Quem não se
que esclarecem a nossa doença ou a universitário de médico a uma mulher. lembra das executivas do começo
pesquisa caríssima e suada que criou O nome dela era Elizabeth Blackwell e, dos anos 1980, que usavam tailleurs
a molécula que fará eficaz o medica- exatamente como tantas outras médi- de corte masculino e com enormes
mento que nos trará a cura. cas pioneiras, a ela foi permitido ape- ombreiras?)
Quando estamos doentes, quando nas se especializar em ginecologia e Essa tendência, porém, é passa-
sofremos um acidente, quando esta- pediatria: coisas de mulher. geira. Hoje, as mulheres já percebem
mos com uma dor daquelas, corremos A arte de curar, no entanto, histori- que, em vez de assumir os valores dos
para o médico e, só de entrar na sala camente, esteve muito mais em mãos homens no mundo produtivo, nas em-
de espera do consultório ou no corre- femininas do que em masculinas. Curar, presas, nas diversas profissões, o que
dor do hospital, já nos sentimos bem em outras épocas, era feitiçaria, e feiti- elas têm a fazer é levar a contribuição
melhor. Quando o doutor nos examina, çaria era coisa de mulher. Eram as mu- de sua feminilidade a esses mundos.
então, o consolo é quase indescritível. lheres que detinham as fórmulas das Por isso, as médicas são as que
Por isso, se essa confiança for aba- ervas curativas e suas combinações, humanizarão os “Houses” da vida,
lada por histórias pouco edificantes de cozinhadas nos grandes caldeirões ne- sem, entretanto, torná-los “Kildares”.
moral duvidosa, de conduta antiética, gros. Foram as mulheres que, primeiro, Mulheres estão mais próximas da
de imperícia ou simplesmente de uma aprenderam as artes dos partos. dor e da compreensão. Mulheres estão
saúde pública caótica como a brasilei- Quando, com o advento da do- mais próximas do carinho, da “mater-
ra, a imagem mágica do médico, que minação das civilizações cristãs, os nagem” e da ternura. Convenhamos,
já é meio caminho andado para a cura, homens puseram para escanteio a qualquer cura é bem mais fácil com
poderá se partir, e estaremos todos sabedoria milenar feminina e quei- tudo isso.
muito mais para “Houses” do que para maram seus acervos e suas titulares
“Kildares”. durante os 600 anos de fogueiras da Isabel Vasconcellos é colunista sexual da Band TV
e da Rádio Tupi, onde tem seu próprio programa.
Porém, tanto o “House” quanto o Inquisição, criaram o monopólio mas- Também é escritora com sete livros publicados.
“Kildare” são extremos radicais. culino do conhecimento. E-mail: isabel@isabelvasconcellos.com.br

65
Dose única

Há pequenos príncipes na sua empresa?


Floriano Serra

Desde que foi lançado em 1943, o estão sensibilizando aquelas organi- chapéu em um desenho que mostra,
livro O Pequeno Príncipe, do jornalis- zações para a necessidade de uma no seu significado, toda a capacidade
ta e piloto francês, Antoine de Saint- urgente revisão da qualidade das re- da fantasia e da imaginação?
Exupéry, já vendeu mais de 80 milhões lações no trabalho e das formas de A maioria das empresas hoje pa-
de exemplares e foi traduzido para, pressão para aumento de produtivi- rece povoada por “cogumelos” – que,
pelo menos, 160 idiomas, atravessan- dade, é difícil imaginar o que poderá na sua indignação, é como o Pequeno
do gerações. Apesar desse sucesso ser feito para mudar o quadro. Pela Príncipe chama as pessoas que só
fenomenal, ainda hoje encontramos mesma razão, é fácil imaginar porque pensam em coisas “sérias”, como nú-
pessoas pedantes e insensíveis que o Pequeno Príncipe não tem acesso a meros, contas e resultados: pessoas
desqualificam essa extraordinária obra essas empresas. E, no entanto, há tan- que “nunca cheiraram flores, olharam
– que, aliás, é um dos meus livros de tas boas lições de liderança descritas estrelas e nunca amaram ninguém”.
cabeceira há décadas. Essas pessoas pelo principezinho... Enfim, certamente, não será este
não sabem o que dizem e nem o que - “Cativar é criar laços. Se tu me artigo que fará as empresas darem
estão perdendo. Aliás, a explicação cativas, teremos necessidade um do crachá ao Pequeno Príncipe. Nem
para essa atitude está no próprio li- outro”. Haverá melhor maneira de se será por causa dele que alguma em-
vro: “só se vê (ou se lê) bem com o obter o espírito de equipe, a lealda- presa pedirá aos seus funcionários
coração”. de, a parceria e o comprometimento? que leiam o livro, ou melhor, que dis-
Algum tempo atrás, visitei a exposi- Bastará ao gestor cativar seus colabo- tribuam o livro para suas equipes. Não
ção do Pequeno Príncipe na OCA, no radores. Simples assim. creio. De qualquer maneira, fica aqui a
Parque do Ibirapuera, em São Paulo. - “O essencial é invisível para os sugestão.
Uma festa para os olhos e para a alma. olhos”. Não seria essa a melhor forma Enquanto isso, o Pequeno Príncipe
Havia magia e emoção no ar. Havia de conduzir os processos de seleção continuará sua jornada de encantar
ternura e empatia entre os presentes de pessoal? Buscando descobrir a pessoas de oito a 80 anos. Diante des-
– quase uma cumplicidade. E eu não essência dos candidatos em vez dos se contínuo sucesso do livro, só resta
pude deixar de pensar que tudo aquilo seus títulos acadêmicos? aos resistentes e críticos torcerem os
era exatamente o que está faltando à No livro, quando um desenho é próprios narizes. Ou tentarem a expe-
maioria dos dirigentes e gestores das mostrado às pessoas com a pergunta: riência de cativar alguém. Penso que
organizações. Como o leitor deve sa- “este desenho te dá medo?”, a respos- não há muito que hesitar entre ficar de
ber, o atual ambiente hostil e cruel de ta dos adultos sempre é: “por que o de- nariz torto ou ganhar uma legião de
muitas empresas está preocupando senho de um chapéu me daria medo?” amigos e de colaboradores felizes.
estudiosos, profissionais da saúde, O pessoal que anda tão interessado
entidades ligadas a direitos humanos em criatividade e inovação deveria ler Floriano Serra é Psicólogo, Consultor, Palestrante.
Ministra seminários comportamentais. É Presidente
e qualidade de vida – e até autorida- pelo menos esse trecho para descobrir da SOMMA4 Projetos em Gestão de Pessoas,
des governamentais. A disseminação que não se trata de um chapéu. Como autor de vários livros e inúmeros artigos sobre o
das mensagens humanas, pacíficas e se pode falar de inovação e criativida-
comportamento humano. Ex-diretor de RH e Qualidade
de Vida de empresas nacionais e multinacionais.
sensíveis do Pequeno Príncipe, certa- de quando se vê, teimosamente, um E-mail: florianoserra@somma4.com.br
mente, ajudariam muito a transformar
o local de trabalho em centro de lucros
e realizações, e não de ameaças e
sofrimentos.
Mas se nem os suicídios anuncia-
dos, nem o mortal estresse que assola
as empresas, na forma do terrível bur-
nout, nem o aumento dos processos
trabalhistas por assédio moral, se nem
esses dramas, prejuízos e ameaças

66 | Jul-Ago 2010
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