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Edrisi Fernandes
Pesquisador do Departamento de Filosofia e doutorando do Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFRN.
Resumo
Nos propusemos, no início de nossa investigação, a comprovar se a
imagem do yoga como terapia seria uma construção
epistemológica ocidental. Constatamos que é possível que a
diferenciação ideológica e imagética conceptual entre o yoga
indiano e os sistemas ocidentais do yoga deva muito à fluidez
semântica do vocábulo yoga. No Ocidente, a prática do yoga
cresceu em popularidade notadamente como forma de ginástica
conjugada com exercícios respiratórios e de relaxamento, com uma
imagem sintonizada com práticas médicas preventivas ou
terapêuticas e com uma tendência ao favorecimento dos aspectos
do yoga ligados ao “treino externo” (corporal), em contraste com
uma negligência dos aspectos ligados ao “treino interno” (mental ou
espiritual). Por influência de pressões seletivas de demanda e
assimilação cultural ocidental, operando mesmo sobre instrutores
indianos, favorece-se a construção no Ocidente de uma imagem do
artigos
yoga como disciplina prática que mostra-se majoritariamente como
ginástica ou como terapia, com pouco ou nenhum componente
filosófico ou místico-religioso.
Abstract
At the beginning of our investigation, we aimed at finding out if the
image of yoga as a therapy is a Western epistemic construction. We
found that it is possible that the ideological and imagetic
differentiation between Indian and Western systems of yoga owes a
lot to the semantic fluidity of the word yoga. In the West, the practice
of yoga has grown in popularity noteworthly as a form of gymnastics
coupled with breathing and relaxation exercises, with an image
tuned to preventive or therapeutic medical practices, and with a
tendency to favor the aspects of yoga associated with “external
training” (corporal) in contrast with a neglect of aspects associated
with “internal training” (mental or spiritual). Under the influence of
selective pressures of demand and of Western cultural assimilation,
operating even upon Indian instructors, there is a tendency in the
West for a construction of an image of yoga as a practical discipline
that appears mostly as gymnastics or therapy, with few or no
philosophical or mystical-religious components.
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“Em outros tempos, a ioga era procurada apenas por quem
andava atrás de meditação e espiritualidade – isso é
passado. Estima-se que hoje 5 milhões de brasileiros
pratiquem yoga regularmente [...]. A maioria deles é atraída
sobretudo pelos benefícios físicos dos exercícios, como
músculos mais firmes e flexíveis. Se o bumbum mais rijo
vier acompanhado de paz espiritual, melhor ainda.”1
O primeiro sentido é etimológico – yoga vem da raiz sânscrita yuj “[pôr sob
o] jugo, controle, união, junção” (Zimmer, 1989, p.52) –, e carrega consigo as
implicações metafísicas de uma longa tradição proponente de uma visão
“cosmoteândrica” (integradora da tríade Cosmos-Deus-homem) da realidade
(Fernandes, 2003). O segundo sentido vincula-se diretamente ao primeiro, e diz
respeito a uma forma de espiritualidade ou de “disciplina interior associada com
técnicas especiais de desenvolvimento espiritual que conduzem o homem à
libertação dos laços da ordem fenomênica”4 e que “influenciou todo o espectro do
desenvolvimento religioso e espiritual indiano” (Berry, 1996, p.75), enquanto o
terceiro remete a uma sistematização de pensamento em linhas epistemológicas,
“acadêmicas”, pelo menos tão antiga quanto o Yoga-Sûtra de Patañjali [séc. II a.C.?
(Berry, 1996, p.76); séc. II d.C.? (Feuerstein, 2001, p.272)], apontando ao mesmo
tempo para uma filosofia que é sobretudo existencial: “um yogue é aquele que não
apenas fala de filosofia, mas [que] vive a filosofia. [...] Para ele, a filosofia não é um
mero passatempo intelectual. Nem tampouco uma ociosa contemplação do real. A
filosofia deve emanar de sua experiência existencial e ajudá-lo a intensificar e
expandir a base dessa experiência” (Chaudhuri, 1972, p.12).
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o da ação (karma) e o dos mantras (mantra)9. É possível que a diferenciação
ideológica entre o yoga indiano e os sistemas ocidentais do yoga deva muito à
fluidez semântica (= da imagética conceptual) do vocábulo yoga, cabendo recordar
ainda que, aceitando-se que “o yoga se converteu em produto transcultural”,
quando um produto cultural perde seu caráter étnico original ao ser assimilado a
outras culturas10 “o novo conjunto semântico acaba por influenciar até mesmo sua
fonte original, redefinindo-a de acordo com o padrão global” (Wolff Apolloni, 2004,
p.51).
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também conhecida por quietismo, vâirâgya) – obviamente, o mesmo que a “via do
conhecimento” sânkhya (Edgerton, 1924, p.4), o “estudo analítico do mundo
material” (Prabhuphâda, 1976, p.217) – não é, na opinião encontrada na obra [Gîtâ,
III, 4], a melhor maneira de alcançar o êxito: tanto sannyâsa, o quietismo, quanto
Karma-Yoga, a disciplina da ação, levam à liberação (do Eu em relação à realidade
aparente dos sentidos), mas dos dois, a disciplina da ação é melhor [Gîtâ, V, 1-2].
Só os tolos, e nunca os eruditos, dizem que sânkhya e Karma-Yoga são diferentes;
os que são realmente eruditos dizem que aquele que se aplica bem em um desses
caminhos logra os resultados completos de ambos [Gîtâ, V, 4]: aquele que vê
sânkhya e yoga como uma só coisa “realmente vê” (pashyati) [Gîtâ, V, 5], mas o
quietismo (a ordem renunciada da vida) é difícil de ser obtido sem
controle/disciplina (yoga), e o sábio que está “disciplinado na disciplina” (yoga-
yukta) rapidamente alcança o Supremo (Brahman)12 [Gîtâ, V, 6] (Edgerton, 1924,
p.4; Prabhuphâda, 1976, p.213-220). No Bhagavad Gîtâ, yoga é sinônimo de
Karma-Yoga, a “disciplina da ação” (Edgerton, 1924, p.4). “A palavra yoga
definitivamente implica atividade”, e no Gîtâ esse sentido “é constantemente
associado (talvez mais ou menos subconscientemente) com o outro significado da
palavra, 'desempenho energético, exercício'” (Edgerton, 1924, p.38). Como
método de “atividade disciplinada e esforço diligente”, o (Karma-)yoga pode ser
visto como um sistema ou disciplina que não se confunde com o Jñâna-Yoga,
“caminho” ou “disciplina” do conhecimento que implica sannyâsa, renúncia à ação
(Edgerton, 1924, p.38).
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O método de sublimação proposto no YS (Berry, 1996, p.92-107) supõe o
cumprimento de uma série de condições. A primeira é yama, abstenção de
violência, mentira, roubo, sexo desvirtuado e cobiça. A segunda, niyamâ, a
observância de limpeza (externa e interna), contentamento ou paz interior,
austeridade, estudo e auto-entrega. Vem depois o treino externo: âsana (postura
firme e confortável) e prânâyama (controle do espaço, tempo e número da
respiração – inalação, retenção e exalação) e prâtyâhâra (recolhimento dos
sentidos). No Ocidente, parece ter havido uma tendência ao esquecimento ou à
negligência dos aspectos da sublimação ligados ao treino interno (antarang), ou
seja, yama e niyamâ (e depois dhâranâ, dhyâna e samâdhi – cf. abaixo), em
detrimento do treino externo (bahirang). Para Bellur K. S. Iyengar, um dos
introdutores do yoga no Ocidente, “a prática das asanas sem suporte de yama e
niyama é mera acrobacia” (Iyengar, 1986, p.61).
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Acompanhando o significado sânscrito de hatha como “esforço; força;
violência”, o Hatha-yoga pode, ainda, consistir em posições corporais e exercícios
difíceis com o fim de induzir efeitos somatopsíquicos supranormais - segundo a
crítica de Tara Michaël (1976, p.166), por uma via rápida e “demasiado curta”, e que
“necessita de um esforço extraordinário, para se atingir a Realidade absoluta como
que através de um arrombamento”. Na opinião de Mataji Indra Devi (nascida
Eugenie [Zhenia] Labunskaia Peterson, 1899-2002), pioneira mestra do yoga nos
E.U.A. (a partir de 1947; e antes disso, a primeira ocidental a ensinar Yoga na China
e na Índia), o Hatha-Yoga, que “diz respeito ao bem-estar físico”, é a parte do Râja-
Yoga que trabalha com as práticas que proporcionam ao corpo “o vigor e a força
necessários para se poder suportar as dificuldades impostas pelos estágios mais
avançados do treinamento”19, estágios esses que “exigem muitos anos de preparo
especial” e que envolvem
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evoca somente um conjunto de exercícios, mais ou menos
esquisitos, cuja prática regular revela-se, na experiência,
altamente benéfica para a vida psíquico-física. Reduzida
assim a seu aspecto corporal, a Hatha-Ioga compreende as
posturas ou âsanas, o controle da respiração ou
prânâyâma" (Déchanet, 1962, p.44).
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e alemã fim do século XIX, criou o método de relaxamento e meditação chamado
“treinamento autógeno” (Schultz, 1932a; 1932b [primeira descrição completa do
método]), depois aperfeiçoado em colaboração com Wolfgang Luthe (Schultz e
Luthe, 1959; Luthe e Schultz, 1969; Luthe, 1970; 1973), com distanciamento
progressivo em relação ao yoga.
O nissei Shotaro Shimada, campeão paulista de judô por três vezes, ex-
aluno de Caio Miranda, professor de yoga desde 1956, primeiro presidente da
Associação de Yoga do Estado de São Paulo, é considerado como o introdutor da
yogaterapia (orientação Kaivalyadhama, abraçada desde 1966) no Brasil. Cursou
as disciplinas básicas na Escola Paulista de Medicina, na intenção de fundamentar
cientificamente sua prática e seus ensinamentos yogaterápicos, e chegou a
ministrar aulas de yoga nas TVs Tupi, Bandeirantes e Gazeta, ajudando a
popularizar o Hatha-Yoga no Brasil. Com mais de 40 anos dedicados ao yoga,
também foi responsável pela aplicação dos ensinamentos do Yoga ao esporte,
notadamente em trabalho desenvolvido em parceria com a Confederação
Brasileira de Desportos.
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José Hermógenes de Andrade, coronel do exército, autor de diversos
livros32 e um dos introdutores do Hatha-Yoga no Brasil, vem influenciando a prática
de muitas gerações. Essencialmente um autodidata, Hermógenes teve seu
primeiro contato com o yoga através da edição em francês do livro Esporte e
Medicina, de S. Yesudian e E. Haich. Começou a praticar o Hatha-Yoga tentando
vencer uma tuberculose, no final dos anos 50, e mantém uma academia de Yoga no
centro do Rio de Janeiro desde essa época. Em Natal, o Núcleo de Yoga Professor
Hermógenes opera desde maio de 1995 como projeto de extensão do
Departamento de Educação Física, e há alguns anos yoga virou disciplina
complementar do curso de Educação Física.
Por conta de uma procura crescente, “ioga e orientalismos afins, que nos
tempos dos hippies e da contracultura faziam parte do arsenal de resistência aos
valores da então execrada sociedade de consumo, tornaram-se atividades das
mais lucrativas, administradas com técnicas empresariais modernas” (Salomone,
2003, p.84). “Segundo a International Health, Racquet & Sportclub Association, dos
Estados Unidos, a ioga já é praticada em 86% das academias americanas36 e em
64% das academias do mundo” (Salomone, 2003, p.84). Não é de se estranhar que
adaptações precisassem ser feitas para que os ocidentais começassem a praticar
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ioga/yoga: Segundo Iyengar, entre outras condições as âsanas (posturas) devem
ser executadas com o estômago vazio, ou 1h após uma refeição leve, ou pelo
menos 4h depois de uma refeição pesada, podendo-se tomar uma refeição 1h
depois de completadas as âsanas, enquanto o prânâyama deve ser praticado com
o estômago vazio, ou pelo menos 6h após uma refeição [pesada], podendo-se
ingerir comida leve meia hora depois (Iyengar, 1986, p.61-2, 179).
Conforme M. L. Gharote,
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NOTAS
1
Rosana Zabaki, “Ioga vira malhação”. Veja, n.1801, 7 de maio de 2003, p.116.
2
Com metafísica, lógica, epistemologia, ética e estética particulares, apesar da influência variável das escolas
sânkhya e vedânta sobre diversos autores clássicos do yoga.
3
Segundo Berry (1996, p.84), “para se entender de um modo adequado a orientação básica do yoga deve-se
primeiro entender o ensinamento da tradição sankhya. O yoga não deve ser limitado à sua expressão dentro do
contexto sankhya, mas o yoga não pode ser entendido sem um conhecimento básico do sankhya, que delineia a
estrutura básica da realidade como ela é concebida dentro da tradição do yoga”.
4
Cabendo recordar que “embora o yoga almeje uma libertação do homem nos reinos do infinito e do
incondicionado, ele também lhe permite funcionar mais eficazmente nos domínios do finito e do condicionado”
(Berry, 1996, p.77).
5
Não pensa assim Jean-Pierre Bastiou: “O Yoga chegou-nos da Índia fortemente impregnado de Hinduísmo.
Nada mais fácil, entretanto, que dissociá-lo desse conjunto de escolas espirituais” (Prefácio a Blay de
Fontcuberta, 1966, p.11).
6
“Os hindus definem o Hatha-Yoga como 'o caminho para a realização espiritual por meio de uma disciplina
física rigorosa'. Para nós, ocidentais, o Hatha-Yoga será o melhor meio prático de que dispomos para conservar
um perfeito estado físico e psíquico” (Jacquemart e Elkéfi, 1988, p.7).
7
O yoga pode ser “considerado entre as mais intensamente sentidas e altamente desenvolvidas daquelas
disciplinas espirituais que permitem ao homem lidar com os aspectos trágicos da vida ['trágicas forças
vinculadoras que tornam sua vida presente tão cruel e opressiva'] [...]. O yoga fortalece tanto os poderes mentais
quanto os poderes físicos do homem. Ele fornece uma resistência (endurance), uma capacidade de alocação
total de energias. Ele dá ao homem um extraordinário controle sobre si mesmo, de modo que ele nem é distraído
nem enervado pelo que faz” (Berry, 1996, p.76 [c/ 81] e 77).
8
Um sistema de yoga vinculado ao jñâna é descrito em Fernandes (2003a).
9
“No contexto do Hinduísmo, seis grandes formas de Yoga adquiriram proeminência. São eles o Râja-Yoga
['yoga real' ou clássico], o Hatha-Yoga ['yoga vigoroso', um meio para a aquisição da perfeição no Râja-Yoga
(Hatha-Yoga-Pradîpikâ, 4.102], o Jñâna-Yoga, o Bhakti-Yoga, o Karma-Yoga e o Mantra-Yoga. A esses devem
acrescentar-se o Laya-Yoga ['yoga da dissolução (da mente na meditação)'] e o Kundalinî-Yoga ['yoga
serpentino'], que estão intimamente ligados ao Hatha-Yoga mas são mencionados muitas vezes como
caminhos independentes. Estes dois últimos também se integram no Tantra-Yoga ['yoga da urdidura']”
(Feuerstein, 2001, p.64).
10
E a incorporação do vocabulário yoga ao universo semântico ocidental “inclui, p. ex., a adoção não-religiosa e
fragmentária de práticas de fundo originalmente religioso” (Wolff Apolloni, 2004, p.54; grifos do original).
11
Cf. ainda Ramachandra Rao, 1999, p.42-60 (“Upanishadic sources”) e 61-86 (“Upanishad-darshana”).
12
Brahman é formado pela soma de cit, consciência, sat, existência, e ananda, bem-aventurança (Murillo Nunes
de Azevedo, prefácio a NHI, 1974).
13
“Patañjali contentou-se em retomar, em suas linhas gerais, a doutrina samkhyá [sânkhya], a qual é por ele
ordenada num teísmo bastante superficial” (Forte de Almeida, 1996, p.33).
14
Cf. Ramachandra Rao (1999, p.218-270)(“Yoga-tantra in the Middle Ages”) e Feuerstein (2001a).
15
Ver o YS, II, 20-25, o Brihad-Aranyaka Upanishad, III.7.23; e Fernandes (2003, p.24-25). Ver ainda Chapple
(1990).
16
Heinrich Zimmer considera dhâranâ (fixação da atenção), dhyâna (contemplação) e samâdhi (absorção) como
estágios correspondentes aos latinos consideratio, contemplatio e excessus ou raptus (Zimmer, 1989, p.52).
17
Que “condicionou os poderes imaginativos, os processos conceptuais e as respostas emocionais do homem
ocidental” (Berry, 1996, p.78).
18
“Seu alvo [= do yoga] é essa vital experiência existencial que reúne o homem com o centro mais profundo do
seu próprio ser” (Chaudhuri, 1972, p.12).
19
“Hatha yoga é o sistema que se inicia com o corpo. Estando o corpo e a mente intimamente correlacionados,
sua finalidade é o domínio do corpo, tendo em vista assegurar o correspondente domínio da mente. O controle
dos nervos e das energias vitais produz o controle das funções mentais. Mantendo-se sob perfeito controle o
complexo corpo-mente, irradia-se o espírito interior e realiza-se o eu superior” (Chaudhuri, 1972, p.53-4).
20
O primeiro best-seller europeu sobre Hatha-yoga foi o livro Sport und Yoga, de Selvarajan Yesudian (indiano) e
Elizabeth Haich (húngara). A primeira edição de que temos notícia foi publicada em alemão [Thiele (Holanda):
Eduard Faukhauser, 1949].
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21
A primeira edição de que temos notícia foi publicada em alemão (Yoga und Gesundheit. Thiele: Eduard
Faukhauser, 1949).
22
Ver o artigo “Le père Monchanin”, em monchaninlesaux-lyon.cef.fr/html/peremonchanin_ biographie.htm , e
também Monchanin (1974), com um capítulo sobre “Hésychasme et Yoga”.
23
“Os exercícios de yoga podem dar bons resultados no tratamento psiquiátrico”; reportagem acerca das
investigações do Dr. Bernard Auriol, psiquiatra de Montauban, França.
24
Essa tradição atribui ao mestre yogi Patañjali a autoria do Mahâbhasya, um magnífico comentário sobre a
gramática de Pânini, e (pelo menos) uma obra sobre medicina, uma reconstituição/revisão do Charaka-Samhitâ.
Afirma-se, assim, que Patañjali foi médico de três modos, enquanto “destruidor dos problemas da mente, do
discurso e do corpo (manovâkkâyadoºânâm)”, como afirma a invocação preliminar do Ayurveda-Dîpikâ ou
Charaka-Tatparya-Tika de Chakrapânidatta (ou Chakradatta, séc. XI).
25
Citando Shivarâma, comentador do Vâsavadattâ.
26
Autor, entre muitos outros artigos, de “Can we develop mechano-yogic therapy?”, Yoga- Mimamsa, 2 (4): 248-
256, 1926, de “Some physiological aspects of meditative poses”, Yoga-Mimamsa, 3 (3): 245-250, 1928, de
“Physiology of pranayama”, Kalyana-Kalpataru, v.7 n.1, 219-228, 1940, e, junto com S. Vinekar, de Yogic
Therapy - Its Basic Principles and Methods, Nova Delhi: Central Health Education Bureau, Ministry of Health,
1971.
27
Também, em 1961, o Swami Kuvalayananda e seu colega S. L. Vinekar lançaram o livro Yogic Therapy: its
basic principles and methods (Nova Delhi: Ministry of Health, Government of India).
28
O Prof. De Rose (1995, p.35) diz que “afirmar que o Yôga [sic] é terapia é o mesmo que declarar que natação
ou tênis são terapia”, e menciona também uma “yôgaterapia, que não é Yôga e sim um sistema medicinal
inspirado no Yôga”. Arora (1994, passim) não faz diferença em seu livro entre yoga e “yoga terapia”, mas
subentendemos que esta última indica não “um sistema medicinal inspirado no Yôga”, como a “yôgaterapia” de
que fala De Rose, mas um yoga praticado com a intenção consciente e precípua de estar sendo utilizado para a
prevenção e cura de doenças. Cf. ainda, em português: Hermógenes (1993 [2000 ou 2005]); Fernandes (1994);
Rodrigues (1998 e 2003).
29
Blay (1966, p.283-98) fornece “uma sucinta introdução ao que deveria ser uma terapêutica yogi, levando-se
em conta as atuais concepções da medicina psicossomática e antropológica, que coincidem, em vários pontos
fundamentais, com as antigas doutrinas e experiências dos yogas” (p. 283). Nas páginas 295-8, Blay oferece, a
partir de outras obras, uma breve exposição da “terapêutica especial” representada pelos exercícios posturais
do yoga.
30
Concisamente definida como “adaptação do yoga à medicina ocidental” (Jacquemart e Elkéfi, 1988, p.5).
31
A Libertação pelo yoga [Râja-Yoga]; Só envelhece quem quer [Práticas yoguis de rejuvenescimento]; Assim
ouvi do mestre (Ensinamentos do Guru); Hatha-Yóga, a ciência da saúde perfeita (com a tradução do Gheranda-
Samhitâ e Hatha-Yóga Pradîpikâ); Hátha-Yoga para mulheres; Vence a tua angústia com Laya-Yoga; O A-B-C
do yoga; Pûrvâka-Vidya [Ciência yogui da respiração]; Dicionário enciclopédico de yoga; Jnâna-Yoga (O Yoga
da sabedoria); Karma-Yoga (O yoga da ação inegoísta); Bhakti-Yoga (O yoga da devoção); Kundalinî, o fogo
serpentino, entre outros.
32
Entre outros, Autoperfeição com Hatha Yoga; Yoga para nervosos; Saúde plena: Yogaterapia, O que é yoga.
33
Yoga Sutra de Pátañjali; Prontuário de yoga antigo; Origens do yôga antigo: uma luz sobre os eventos
históricos que influenciaram as metamorfoses do yôga; Faça yôga Antes que você precise (Swásthya Yôga
Shástra); Yôga: Mitos e verdades; Guia do instrutor de yoga; A regulamentação dos profissionais de yôga, entre
outros.
34
“Admite-se na Índia a Laya-Yóga e a Kundalini-Yóga como métodos totais, a primeira produzindo a dissolução
da consciência da personalidade e substituindo-a pela Consciência Cósmica, e a segunda despertando o 'Fogo
serpentino' para produzir a 'iluminação' definitiva do Ser” (Miranda, 1962, p.31). Entendemos essa última
sentença no sentido de que existiriam na Índia um Laya-Yôga e um Kundalini-Yôga, embora no Ocidente (ao
menos na época de C. Miranda), Laya e Kundalini fossem “yógas”.
35
VEJA, 19 de novembro de 2003 (ano 36), n. 1829, Semanal. Manchete da capa.
36
Acredita-se que cerca de 15 milhões de cidadãos dos EUA pratiquem yoga regularmente (Time, 30 de abril de
3001, p.1).
37
Instrutor de yoga com formação acadêmica na área da educação física e que se especializou nas pesquisas
científicas sobre o yoga e em yogaterapia, primeiro como estudante e depois colaborador do Swami
Kuvalyananda, pioneiro do yoga científico e fundador, em 1924, do Kaivalyadhama Yoga Institute (em Lonavla),
e ulteriormente como fundador do Lonavla Yoga Institute, em 1996.
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