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BEM VINDO!
Olá, seja bem-vindo ao PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO da Escola do
Discípulo. Nós da Primeira Igreja Batista de Campo Grande estamos muito felizes e
nos sentimos honrados com a sua presença.

Nas próximas semanas vamos refletir sobre a importância da igreja nas casas, o que
chamamos de células. Temos aprendido que os grupos pequenos são mais do que
uma mera estratégia, mas a própria igreja de Jesus, em seu modelo apresentado no
Novo Testamento. Nossa igreja já tem caminhado nesta direção há algum tempo e
podemos ver quantos frutos preciosos Deus já tem nos dado. Se você quer ser um
cristão autêntico, você também vai perceber que não há melhor lugar para se colocar
em prática os valores do Reino de Deus do que em um grupo pequeno.

COMO APROVEITAR MELHOR AS AULAS

• Procure chegar no horário para não perder nada;


• Tenha um caderno de anotações e caneta para registrar o que achar interessante;
• Faça perguntas. Este é o lugar mais apropriado para tirar as suas dúvidas;
• Não falte. Cada aluno tem direito a duas faltas no curso, por isso busque se organizar.
Se tiver muitas faltas, infelizmente não poderá terminar o curso;
• Pratique o que aprender. A grande medida do crescimento espiritual vem pela
prática da verdade e não só pelo seu conhecimento.

COMO APROVEITAR MELHOR ESTE MATERIAL


Esta apostila em suas mãos foi preparada especialmente para você, então:
• Tenha o hábito de ler a lição antes das aulas para assimilar melhor o conteúdo;
• Traga sempre a apostila com você para poder fazer observações e perguntas;

Que Deus lhe abençoe.

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SUMÁRIO
AULA 01 – INTRODUÇÃO ................................................................. 3

AULA 02 – COMO LER ANTIGO TESTAMENTO, COSMOVISÃO E


GEOGRAFIA DO MUNDO ANTIGO ................................................. 14

AULA 03 – A HISTÓRIA DE ISRAEL – PARTE I .................................. 19

AULA 04 – A HISTÓRIA DE ISRAEL – PARTE II ................................. 26

AULA 05 – A HISTÓRIA DE ISRAEL – PARTE III ................................ 31

AULA 06 – OS LIVROS POÉTICOS .................................................. 38

AULA 07 – OS PROFETAS – PARTE I ............................................... 45

AULA 08 – OS PROFETAS – PARTE II .............................................. 53

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AULA 01 – INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

Durante este curso faremos um rápido panorama do antigo testamento da bíblia


sagrada, estudaremos um pouco sobre a história de Israel como o plano de Deus
para redimir a humanidade, a importância dos livros poéticos assim como a
importância dos profetas e o conteúdo de suas mensagens.

Mas, para compreendermos melhor o Antigo Testamento, antes precisamos


entender como podemos conhecer à Deus e como o antigo testamento foi escrito
e organizado da maneira em que temos hoje.

Nesta aula, estudaremos a maneira como Deus se revelou ao ser humano, como
podemos conhece-lo, quais são as maneiras que Deus escolheu se revelar.
Veremos como o Antigo Testamento foi escrito, preservado e se ele é digno de
confiança como texto histórico.

O DEUS QUE SE REVELA

Como podemos conhecer a Deus? Isso é possível? Para muitos nos dias de hoje
Deus é apenas uma invenção do ser humano para tentar explicar as coisas
inexplicáveis do mundo. Neste sentido, Deus seria apenas o resultado de nosso
cognitivo limitado que tentamos preencher com o sobrenatural. É certo que não
podemos colocar Deus dentro de uma caixa e afirmar: “Deus é isso ou aquilo”.
Só é possível conhece-lo porque ele se deixa ser conhecido através de sua auto-
revelação.

Deus escolheu se mostrar para sua criação; é o que chamamos de Revelação.


Ele em seu grande amor optou por se fazer conhecido e tornou isso possível por
intermédio de sua auto-revelação na natureza e na história.

Não é possível colocar Deus em uma gaiola e dizer que sabemos tudo sobre
Ele, nós apenas conhecemos aquilo que Ele escolheu se mostrar; não sabemos
o quanto Deus se revelou e possivelmente grande parte ainda continua sendo
um mistério.

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Em um sentido mais elaborado, o conceito de “revelação” não significa mera
transmissão de um conjunto de conhecimentos, mas sim a manifestação pessoal
de Deus na história. Deus tomou a iniciativa por intermédio de um processo de
auto-revelação, que atinge seu ápice e plenitude na história de Jesus de Nazaré.

Quando falamos da revelação de Deus podemos interpretar que Ele se revela


de algumas maneiras:

A REVELAÇÃO GERAL DE DEUS

Podemos entender como revelação Geral ou Revelação Natural a possibilidade


de conhecer parte da sabedoria de Deus por intermédio do mundo que ele criou.
Observando a ordem e a beleza de sua criação podemos encontrar Deus se
manifestando através de sua obra. Inclui tudo que Deus revelou no mundo à
nossa volta, incluindo o próprio homem. Não é possível ter um pleno
conhecimento do plano de salvação de Deus na revelação geral, mas é uma
ótima forma de se entender que existe um Deus que quer ser conhecido.

Algumas maneiras que podemos ver o caráter de Deus em sua criação:

 A Revelação Natural: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento


anuncia a obra das suas mãos. ” Salmos 19:1. Podemos ver o caráter de
Deus através de sua criação, assim como sabemos que existe um artista
por trás de um quadro, também podemos entender que existe um Deus
inteligente e criativo por trás da criação. Além de toda beleza da criação
o universo demonstra uma ordem e um propósito, apontando para um ser
sobrenatural que planejou e criou todas as coisas.
 A revelação Moral: “De fato, quando os gentios, que não têm a lei,
praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos,
embora não possuam a lei; pois mostram que as exigências da lei estão
gravadas em seus corações. Disso dão testemunho também a
consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-
os. ” Romanos 2:14,15 Todos nós temos um senso de moralidade, uma
ideia do que é certo e errado, isso indica que existe um ser acima de nós
que implantou isso em nossos corações.

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A revelação Geral de Deus atinge todas as pessoas em todos os lugares do
mundo. Qualquer ser humano pode perceber a existência de um Deus criador
através de sua criação e sua consciência. Ainda que não seja essencial para
conhecer Deus em sua plenitude é fundamental para que possamos perceber a
graça de Deus e testemunhar para os não crentes abrindo uma porta para a
evangelização.

Mas se não podemos entender plenamente a Deus através da revelação Geral,


como podemos conhece-lo? A resposta está no fato de que Deus também se
revelou de uma forma especial.

A REVELAÇÃO ESPECIAL

Se a revelação Geral de Deus não traz conhecimento suficiente de Deus para


salvar uma pessoa, como será possível conhecer a salvação que Deus
graciosamente nos concede? Além da revelação Geral, Deus também se
manifestou de uma forma pessoal para algumas pessoas na história, é o que
chamados de Revelação Especial. A revelação especial é a revelação
sobrenatural de Deus, através da qual o pecador toma conhecimento de como
Deus resgata pecadores, por meio de Jesus Cristo, para a sua glória.

Quais são os meios da revelação especial? Como vemos a Escritura? Ela é uma
produção humana, ou é a graciosa revelação de Deus. Podemos destacar
alguns meios que Deus se revelou de maneira especial:

 A comunicação verbal: A comunicação de Deus com Adão e Eva é


apresentada como uma comunicação verbal, Deus se comunicava com
eles com voz audível. Outros personagens na bíblia também viveram essa
experiência, como Daniel, Moisés e os profetas.
 A revelação por Sonhos: Deus também usou sonhos para se revelar ao
seu povo. No antigo Testamento vemos Deus se comunicando com José
através de sonhos, até mesmo a Reis pagãos como o faraó e o rei da
Babilônia Deus se manifestou por sonhos.
 A Revelação por Milagres: Deus se mostrou sobrenaturalmente na
história através de muitos milagres, um ótimo exemplo são os milagres
registrados no livro de Êxodo, quando as pragas atingiram o Egito e o mar
vermelho se abriu. Os milagres sempre são apresentados como eventos

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que acontecem na história real, como quaisquer outros eventos. Se
alguém tivesse uma filmadora, quando as águas do Mar Vermelho se
abriram, teria gravado o evento em vídeo, como faria com qualquer outro
acontecimento normal.
 A revelação escrita: Outra maneira como Deus se revelou foi através da
bíblia. Homens que viveram sua experiência com Deus registraram de
forma inspirada pelo Espírito em textos escritos. Em Alguns casos vemos
estes textos sendo ditados diretamente por Deus, como por exemplo os
dez mandamentos e as falas dos profetas quando diziam “assim diz o
Senhor”. Outros textos da bíblia foram escritos por homens que foram
testemunhas oculares dos eventos em que Deus se mostrava, outros
escreveram suas experiências pessoais com Deus como Davi. O Antigo
Testamento nos diz que que o resultado da revelação especial do Senhor
nas Escrituras é perfeito.

A revelação especial é necessária porque, como vimos anteriormente, a


revelação geral não é suficiente para proporcionar todo o conhecimento de Deus
necessário para nos relacionarmos com ele. O ser humano só poderá ser salvo
se crer no evangelho. Mas como o apóstolo Paulo disse: “como crerão naquele
de quem não ouviram? ” (Rm 10.14). A revelação de Deus mostra que ele
intervém na criação para se relacionar pessoalmente com suas criaturas. Os
milagres, as visões e as comunicações verbais são eventos sobrenaturais.
Através de nosso estudo bíblico, entendemos que a revelação de Deus é o
processo e o resultado da comunicação racional e proposicional entre Deus e a
raça humana. Essa comunicação inclui a revelação de informações com
conteúdo intelectual e racional, e também a revelação da pessoa de Deus no
encontro pessoal com o homem.

Deus ainda continua se revelando?

Cremos que a revelação máxima de Deus foi a pessoa de Jesus Cristo, portanto
não cremos que Deus se revela com mensagens que contradizem ao que Jesus
ensinou. Acreditamos que as escrituras contêm toda a revelação de Deus que
precisamos para nossa vida hoje, e o Espírito Santo nos ilumina para interpretá-
las.

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O ANTIGO TESTAMENTO É DIGNO DE CONFIANÇA?

Muitos nos dias de hoje insistem em dizer que o antigo testamento não
aconteceu de verdade, que é apenas um livro de mitos e fábulas e que não pode
ser levado a sério como um livro que conte a verdadeira história de Deus se
revelando a sua criação. Nesta seção apresentaremos algumas evidencias
literárias e arqueológicas que nos mostram que o antigo testamento pode sim
ser considerado um livro histórico de confiança.

Ausência de embelezamento.

O Antigo estamento não tem medo de mostrar todos os problemas de suas


personagens, não esconde nenhum pecado ou coisas ruins e vergonhosas que
o povo de Deus fez. Nas tradições antigas não se registravam em escritos as
ações vergonhosas de um povo, mas isso não acontece no Antigo Testamento,
uma grande evidencia de que seu conteúdo é verdade.

Evidências arqueológicas

O propósito da arqueologia é recuperar a


cultura material dos povos da antiguidade
e, assim, tentar reconstruir sua história e
seu estilo de vida. Para atingir esse
objetivo é necessário o trabalho conjunto
de um grande número de especialistas.
Os objetos mais comuns encontrados na
arqueologia do Oriente Médio são
pedaços de cerâmica.

A principal contribuição da arqueologia para o estudo da bíblia é o


esclarecimento que oferece sobre o cotidiano dos tempos bíblicos como política,
costumes e práticas dos povos antigos. A arqueologia também nos ajuda a
confirmar a autenticidade de nomes, lugares e acontecimentos registrados na
bíblia. Deve-se, porém, reconhecer que, na maioria dos casos, a arqueologia é
incapaz de fazer tal confirmação e, às vezes, pode até dificultar a tarefa do
apologeta. A arqueologia é capaz de oferecer fatos (ex: Senaqueribe realmente

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foi rei na época de Ezequias e atacou Jerusalem), mas, frequentemente, o
dignificado dos dados arqueológicos depende de interpretação pessoal.

A arqueologia pode ajudar muito no estudo da bíblia, porém deve-se tomar muito
cuidado pois ela é limitada.

 Apenas uma fração das evidências arqueológicas subsiste no solo


 Apenas uma fração dos possíveis sítios arqueológicos foi detectada.
 Apenas uma fração dos sítios arqueológicos detectados foi escavada
 Apenas uma fração do que foi escavado foi completamente examinado e
publicada
 Apenas uma fração do que foi examinado e publicado contribui para a
pesquisa bíblica.

Para os autores da bíblia, a história é o instrumento teológico pelo qual Deus se


revela. A Arqueologia pode autenticar a história, mas não a teologia, e do ponto
de vista bíblico, a história sem a teologia não tem sentido.

O que a arqueologia fez pela bíblia:

 Confirmou a veracidade de personagens bíblicos


 Confirmou a existência de lugares mencionados na bíblia
 Confirmou relatos extra bíblicos de acontecimentos históricos.
 Alguns exemplos arqueológicos:
o TÁBUAS DE MARI
▪ Escritos em 1800 a.C
▪ Encontrados no Vale do Eufrates (Iraque)
▪ Menciona as cidades de Harã e Naor (Gn 24.10; 28.10)
▪ Menciona Arioque (Gn. 14.1)
o TÁBUAS DE NUZI
▪ Escritos em 1800 a.C
▪ Menciona costumes específicos da época de Abraão,
exatamente como Moisés relatou 500 anos mais tarde.
▪ Fala de contratos, casamentos, leis, etc.
o TÁBUAS DE EBLA
▪ Escritas em 2300 a.C.
▪ Encontrados no sítio Markdith (Síria)

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▪ Mencionam a rota comercial: Sodoma, Gomorra, Adamá,
Zeboim e Zoar (Gn.14.8)
▪ Mencionam os hititas.
o PRISMA DE TAYLOR
▪ Escrito em cuneiforme em 800 a.C
▪ Menciona Senaqueribe (2a Reis 19)
▪ Menciona Taharca – o grande rei cuxita.
▪ As crônicas Babilônicas dizem que quando Senaqueribe
voltou para casa, seus dois filhos se levantaram e o
mataram.
 A inspiração Divina
o Existem centenas de evidências que mostram a autoridade do
Antigo Testamento, mas a principal delas é a nossa fé, a fé de que
foi o próprio Deus quem inspirou e direcionou todas as coisas para
que o Antigo Testamento fosse preservado sobrenaturalmente.

Agora que entendemos um pouco de como podemos conhecer a Deus,


estuaremos como o Antigo testamento foi escrito e compilado da maneira
que o conhecemos hoje.

A FORMAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

Na criação do homem a
escrita ainda não havia sido
desenvolvida, as histórias
dos feitos de Deus foram
sendo transmitidas por
tradição oral durante séculos,
sendo preservadas
sobrenaturalmente por Deus.
De acordo com a história geral a escrita começou a ser desenvolvida em torno
de 3.500 anos a.C e foi nos tempos de Moisés que o povo hebreu começou a
registrar os feitos de Deus em palavras escritas.

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O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico em sua maior parte e alguns
trechos em aramaico. O hebraico é uma língua em que a mensagem é mais
sentida que meramente pensada. A língua hebraica é expressada mediante
metáforas vividas e audaciosas, capazes de desafiar e dramatizar a narrativa
dos acontecimentos, sendo por isso denominada de língua pictórica. Outra
característica da língua hebraica é o fato de ser pessoal, apelando diretamente
ao coração e às emoções, e não apenas à mente e à razão.

O At foi composto durante o período de mil anos que se estenderam de meados


do segundo a meados do primeiro milênio a.C. Embora o NT considere Deus o
autor do AT pela inspiração do Espirito Santo, pelo menos quarenta autores
diferentes foram identificados. Entre os escribas antigos estão personalidades
bíblicas bem conhecidas: Moisés, Davi e Salomão. Autores menos conhecidos
incluem hebreias como Débora e Miriã e gentios como Agur e Lemuel. O AT
contem cinco gêneros ou tipos literários: Lei, narrativa histórica, poesia,
sabedoria e profecia.

Os materiais que eram utilizados para a escrita naquele tempo eram: tabuinhas,
velino, pergaminho, couro e papiro. Outros materiais também utilizados para a
escrita eram o metal (Ex. 28:36), a cera (Is. 8:1), as pedras preciosas (Ex. 39:6-
4), os cacos de louça ou ostracos (Jó 2:8).

Durante a história do povo de Israel, homens inspirados pelo Espirito Santo


registraram as palavras de Deus em forma escrita, que mais tarde seria
organizado no Antigo Testamento como conhecemos.

A formação do Cânon

O termo “cânon” é derivado da palavra grega kanõn, que quer dizer “vara reta,
beira reta, régua”. São os livros que foram considerados inspirado por Deus e
que formaram a bíblia. Nas escrituras hebraicas há 39 livros que os judeus
aceitam como canônicos. São os mesmos que foram aceitos pela igreja
apostólica, e pelas Igrejas Protestantes desde os dias da Reforma. Mas logo
vem a pergunta: Que é que torna canônico um livro da Escrituras? Quando é que
o povo de Deus na antiguidade considerou ou aceitou os vários livros que
compões o Antigo Testamento como sendo Canônicos?

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O processo de formação do cânon foi longo e provavelmente deu-se em fases:

 Fase 1: Pronunciamentos detentores de autoridade.


 Fase 2: Documentos formais escritos
 Fase 3: Coleção de documentos escritos
 Fase 4: Coleção de documentos escritos e fixação do cânon

É importante entender que o cânon hebraico foi estabelecido ou fixado


pela liderança religiosa da comunidade hebraica. Concílios rabínicos e
eclesiásticos não determinaram o Cânon, apenas confirmaram ou
aprovaram a coleção de livros divinamente inspirados e detentores de
autoridade já reconhecida por “Palavra do Senhor” na comunidade
religiosa.

Até os dias de Neemias quase todos os livros do Antigo testamento já eram


reconhecidos como palavra de Deus.

É importante falarmos sobre a septuaginta, que foi a primeira tradução do Antigo


testamento para o Grego por volta 250 a.C., nesta tradução foram acrescentados
alguns livros que não eram reconhecidos pelos Judeus como canônicos, alguns
destes eram: Baruc, Tobias, Judite, o 1o. e o 2o. livro dos Macabeus, o
Eclesiático e o livro da Sabedoria. Para s Judeus e os protestantes estes são
considerados os livros apócrifos, apresentam valor religioso e até mesmo
histórico, mas não possuem autoridade canônica.

Foi depois da reforma protestante, no Concílio de Trento em 1546, após grande


discussão e polêmica que alguns destes livros foram aceitos como canônicos e
passou a fazer parte da bíblia católica.

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A ORGANIZAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

Nossa bíblia não está organizada em ordem cronológica, ou seja, não está
compilada como uma linha do tempo onde cada livro é uma sequência do
anterior. A palavra bíblia significa biblioteca, e assim como em uma biblioteca,
os livros do Antigo Testamento estão organizados por temas, cada um em sua
categoria. Por isso é tão importante entendermos como eles estão organizados.

A princípio, na bíblia hebraica os livros foram organizados em apenas três


categorias: A torá (ou pentateuco) que são os 5 primeiros livros da bíblia, Os
profetas e Os Escritos.

Em nossa bíblia o Antigo testamento está organizado em 5 categorias:


Pentateuco, Históricos, Poéticos, Profetas Maiores e Profetas Menores. Para
facilitar a visualização da estrutura do AT vamos usar gráfico que chamaremos
de “Arco do AT”

PENTATEUCO POÉTICOS PROFETAS MAIORES


Gênesis Jó Isaías
Êxodo Salmos Jeremias
Levítico Provérbios Lamentações
Números Eclesiastes Ezequiel
Deuteronômio Cântico dos Cânticos Daniel

HISTÓRICOS PROFETAS MENORES


Josué Oséias
Juízes Joel
Rute Amós
1 Samuel Obadias
2 Samuel Jonas
1 Reis Miquéias
2 Reis Naum
1 Crônicas Habacuque
2 Crônicas Sofonias
Esdras Ageu
Neemias Zacarias
Ester Malaquias

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POR QUE ESTUDAR O ANTIGO TESTAMENTO?

“A ação inspiradora de Deus no Antigo Testamento era como um filete de


pólvora, cuja a cor era igual à cor da terra. Antes, já se sabia da sua existência
e do seu destino, mas não se conhecia ainda seu traçado preciso nem o
conteúdo concreto desse traçado. Esse filete estava sendo conduzido por Deus
até chegar ao fogo. No momento em que cristo chega, ressuscita e comunica o
Espírito, o fogo se acende e se estende à pólvora, iluminando, de repente, o seu
traçado invisível. ” (Carlos Mesters)

Apenas conhecendo o antigo testamento é que podemos ter um pleno


conhecimento da identidade e da mensagem de Cristo. É impossível falar de
salvação ou plano de redenção sem entender toda história do povo de Israel e
como Deus foi preparando tudo para a vinda do messias.

Você já parou para pensar como é maravilhoso ter um Deus que escolheu
se revelar para nós? Diante de toda a criação ele optou por se mostrar por
meio de um relacionamento pessoal.
É possível conhecer a Deus pessoalmente! Tenha um tempo de oração e
comece a buscar por esse relacionamento pessoal com o Deus criador de
todas as coisas e que nos ama om um amor incondicional.

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AULA 02 – COMO LER ANTIGO TESTAMENTO,
COSMOVISÃO E GEOGRAFIA DO MUNDO
ANTIGO
INTRODUÇÃO

Na última aula vimos como Deus pode ser conhecido e como o Antigo
Testamento chegou até nós como o conhecemos hoje. Na aula de hoje veremos
um pouco como podemos ler e interpretar o antigo testamento fielmente.
Veremos como o mundo antigo enxergava o mundo e vamos entender sobre a
geografia onde todos os acontecimentos do AT acontecem.

COMO LER O ANTIGO TESTAMENTO

Estudar o AT é uma tarefa incrível, mas também exige disciplina. A preparação


adequada pode ajudar o aluno a colher bons frutos. O Deus soberano, que criou
o universo, que controla a história e que realizará seu plano no tempo devido,
decidiu manifestar-se. Em si mesmo isto é um ato de graça, e devemo-nos sentir
estimulados a ouvi-lo. No entanto, o ato de ouvir pode ser prejudicado por muitos
fatores. Em primeiro lugar, a revelação de Deus não foi feita na língua
portuguesa ou no âmbito da cultura ocidental. Consequentemente, precisamos
esforçar-nos para receber a mensagem com clareza. Quanto mais o aluno
conhece a cultura do Antigo Oriente Médio, especificamente a de Israel no
período do AT, mais barreiras ele pode eliminar e mais fácil será de entender a
palavra de Deus.

Outro fator de dificuldade é que mesmo ao ouvirmos, somos seletivos em relação


ao que ouvimos. Além disso, tentamos conformar a mensagem ao que
desejamos ouvir. A solução é permitir que a Bíblia fale por si. Todos temos
pressupostos acerca da Bíblia. Eles devem ser constantemente avaliados e
refinados para não distorcer seus ensinamentos. Os objetivos dos autores
bíblicos não devem ser subordinados aos nossos por mais dignos que sejam.
Há muitas lições valiosas a serem aprendidas com o AT, mas nem todas são
lições que o AT tenta ensinar. Se o aluno deseja colher ensinamentos
fundamentados na autoria do texto, deve aprender a discernir o que o texto

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ensina em vez de lhe sobrepor as ideias. Quando o leitor permite que a Bíblia
fale do próprio ponto de vista e com seus propósitos, ele pode estar mais aberto
para aprender o que ela pretende ensinar.

É claro que Deus pode falar conosco e se revelar com uma leitura superficial das
escrituras, quem somos nós para dizer como Deus vai agir? Mas o estudo
aprofundado pode render resultados ainda maiores, porém é acompanhado de
maior dificuldade.

Aspectos da interpretação bíblica

Um dos principais princípios da interpretação já foi citado: devemos permitir que


a Bíblia fale por si só. É difícil consegui-lo, pois todo intérprete possui
pressuposições, isto é, ideias preestabelecidas sobre o que a Bíblia é, o que ela
diz e como todas as coisas se enquadram. Elas podem moldar a interpretação
do texto e distorcê-la. A interpretação adequada não exige que os leitores
eliminem todas as pressuposições, mas insiste em que eles reconheçam sua
existência, reavaliando constantemente sua validade e subordinando-as ao texto
das Escrituras.

O objetivo desse princípio é impedir que os intérpretes manipulem o texto


conforme seus interesses. Para o texto transmitir autoridade, ele deve desfrutar
de certa autonomia.

É importante entender que a bíblia foi escrita por nós, mas não para nós. Ou
seja, ela foi escrita para um determinado tempo, onde os autores, inspirados por
Deus, tinham objetivos claros e definidos. Para entendermos a autoridade bíblica
precisamos buscar as intenções dos autores do texto. É como se fosse uma
tarefa de ler uma carta enviada para uma outra pessoa, para entender
precisamos saber qual a cosmovisão (visão de mundo) do destinatário.

Procedimentos de interpretação

Mas como determinar a intenção do autor? Primeiro, o gênero literário deve ser
identificado. Na literatura atual, uma biografia não deve ser lida como suspense
nem uma peça como poesia. O gênero literário influencia a abordagem e a
interpretação da obra. Isso também se aplica ao AT. A profecia é um gênero

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diferente da literatura proverbial. O intérprete deve, inicialmente, identificar o
gênero e aprender tudo o que pode sobre ele.

Em segundo lugar, é importante descobrir o que for possível sobre o público


para o qual a obra foi escrita, e ainda as circunstâncias da composição. Esses
fatos podem afetar a interpretação de certas afirmações.

Em terceiro lugar, por meio da análise do contexto, devemos tentar identificar


a intenção do autor ou editor. Esta pode ser explícita ou deduzida de
observações relativas à seleção e à organização do material feitas por ele.

Como leitores e estudiosos da bíblia, se conhecermos bem o autor, o público, a


situação e o gênero literário, estaremos aptos para nos colocarmos no lugar do
ouvinte e entendermos as palavras e, especialmente, a mensagem do trecho
interpretado. A interpretação exige que nos tomemos, na medida do possível,
parte do público original. A mensagem a eles transmitida é a mesma para nós.

O MUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO

A história da nação israelita desenvolveu-se em um contexto geográfico


específico. Por essa razão, a Bíblia leva a sério a geografia e registra
acontecimentos reais ocorridos no tempo e no espaço. A Bíblia não é uma
passagem secreta que leva a uma história fictícia como As crônicas de Nárnia.
No entanto, não é simplesmente uma coleção de registros antigos. Também não
tenciona ser um jornal ou manual topográfico. Como a arqueologia, a geografia
expande nosso conhecimento do ambiente das narrativas bíblicas e enriquece,
dessa forma, nossa compreensão de certos textos do AT.

O mundo físico do AT era o Oriente Próximo Antigo, conhecido atualmente por


Oriente Médio ou, às vezes, sudoeste da Asia. As narrativas do AT abrangem a
região da Mesopotâmia a leste, Ásia Menor ou Anatólia ao norte, a região siro-
palestina e Egito a oeste, e a península arábica ao sul. Os atuais Irã e Iraque
ocupam a maior parte da antiga Mesopotâmia, enquanto a Ásia Menor hoje é
denominada Turquia, e a Arábia Saudita controla a maior parte da península
arábica. Quase 4/5 da história do AT ocorre na área siro-palestina na costa leste

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do Mediterrâneo. Esse território, nos dias de hoje, inclui Síria, Líbano, Jordânia
e Israel.

MESOPOTÂMIA

O norte da Mesopotâmia foi o lugar


originário dos israelitas, pois os
patriarcas hebreus viveram na região
de Harã em Padã-Arã entre o Tigre e
Eufrates.

ÁSIA MENOR/ANATÓLIA
É uma região montanhosa; com
solo rico e clima mediterrâneo a
oeste e sul, um planalto central
árido e estéril e montanhas altas a
leste, próximas à Armênia. A
riqueza de minérios nas cadeias
montanhosas centrais fornecia aos habitantes recursos para comércio com o
restante do Antigo Oriente Médio.

RREGIÃO SIRO-PALESTINA

Constitui a ligação terrestre entre os continentes


da África e da Ásia. Os arameus ocuparam as
regiões interiores siro-fenícia durante o período
do AT.

A região da palestina, ou Canaã, era a terra


prometida pela aliança aos hebreus.

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EGITO
O Egito antigo era dividido em reino do Alto
Egito (ao longo da estreita faixa do vale do rio
ao sul) e reino do baixo Egito (basicamente a
área do delta ao norte).

PENÍNSULA ARÁBICA

É um planalto enorme. A terra é, em


grande parte, desértica, dunas de areia e
campos de lava cercados por orlas
marítimas relativamente férteis. A
península é dividida em três regiões: 1) o
nordeste chamado Arábia de Petra; 2) o
deserto da Arábia ao norte e na região
central; e 3) a faixa litorânea sul chamada
Arábia afortunada.

A PALESTINA

Recebeu este nome por causa dos filisteus que se


instalaram ao longo da costa do Mediterrâneo por volta de
1300 a 1200 A.C. Antes das migrações filisteias, a região
chamava Canaã. Esse termo significava “terra da púrpura”
e, provavelmente, originou-se da tintura produzida por
moluscos muricídeos encontrados em abundancia ao
longo da costa.

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AULA 03 – A HISTÓRIA DE ISRAEL – PARTE I
Introdução

O Antigo Testamento apresenta o pano de fundo histórico com base no qual


somos capazes de compreender o Novo. Isso se torna aparente diante do fato
de o Novo Testamento conter mais de 600 referências ou alusões ao Antigo.

Para entender a identidade de Jesus e forma que ele viveu em seu ministério
precisamos antes compreender todo o contexto histórico do povo de Israel. Por
isso nas próximas aulas estudaremos o plano de redenção de Deus através da
História.

Na aula de hoje faremos um breve panorama da história do Povo de Deus desde


a Criação até um pouco antes do povo entrar na terra prometida. Nosso objetivo
é que você possa entender um pouco mais de todo o contexto histórico do povo
de Deus e ter mais clareza para interpretar a bíblia.

A ERA DOS PRIMÓRDIOS – O COMEÇO DE TUDO

Gênesis 1 – 11
Espaço de Tempo: da criação do mundo até aprox. 2000 a.C.

Genesis é o livro do princípio e contém a base de boa parte da teologia do AT.


É o primeiro livro do pentateuco, também conhecido por torá. É essencial
compreender o conteúdo e a mensagem deste livro para estudar o restante da
bíblia. Ele não é um livro de ciências, embora os cientistas estejam corretos em
investigar suas afirmações. Não é uma obra de biografias, apesar de
aprendermos muito com a vida dos homens e mulheres descritos em suas
páginas. Não é um compêndio de história, embora siga o caminho da história. É
um livro de teologia, apesar de não ser organizado sistematicamente.

O texto de Gênesis 1-11 é a introdução da Bíblia como um todo. Apesar de


sucinta, essa seção cobre um período muito maior do que o restante do Antigo
Testamento – de Abraão a Malaquias. Ao longo das escrituras, encontramos
inúmeras referências que ampliam e expõe significado dessa primeira parte.
Esses capítulos são fundamentais para compreendermos corretamente toda a
revelação divina transmitida na forma escrita.

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O principal objetivo do livro de gênesis é contar a maneira e o motivo de
Deus escolher a família de Abraão e fazer aliança com ela.

O período inicial da criação pode ser resumido da seguinte maneira:

 O relato da criação - Gn 1.1-2.2


o Não podemos datar ao certo quando aconteceu a criação, o livro
de gênesis não tem o objetivo de fazer ciência, mas sim mostrar
que existe um Deus e que Ele criou todas as coisas. O relato da
origem do universo é simples, porém profundo. Ele ressalta em
particular a atividade criadora de Deus manifestada na Terra.
Declara a existência de Deus, que criou o universo e a vida que
nele existe. Afirma claramente que o Senhor formou todas as
coisas e que sua criação é Boa.
 A queda e suas consequências - Gn 3.1-6.10
o Um dos temas centrais de Gênesis é a introdução ao pecado no
mundo e seu impacto sobre a história humana. O texto deixa claro
que o “pecado original”, aquele que todos nós nascemos é o desejo
de ser dono de si mesmo, o desejo de ser como Deus.
 O Dilúvio - Gn 6.11-8.19
 A Torre de Babel - 11.1-9
o Os descendentes de Noé permaneceram por um período muito
longo em uma única região. Contrariando a ordem divina de se
espalharem sobre a terra, resolveram construir a torre de Babel na
planície de Sinear. Mas, Deus interveio e pôs fim àquele
empreendimento, ao confundir as línguas. Consequentemente, a
raça humana se espalhou pela terra, e deu, assim, cumprimento à
intenção que Deus tinha, originalmente, para a humanidade. No
capítulo 10 vemos os desentendes de Noé se distribuindo
geograficamente.

OS PATRIARCAS

Durante a primeira parte do segundo milênio a.C., os patriarcas viveram em meio


às culturas do Oriente Próximo. Abraão emigrou do vale dos rios Tigre e Eufrates
para a Palestina, e Jacó e seus filhos estabeleceram-se no Egito no final da era

21
patriarcal. A área entre o Nilo e os rios Tigre e Eufrates é
conhecida como Crescente Fértil.

Àquela época, as grandes pirâmides já haviam sido


construídas no Egito. Na Mesopotâmia, havia vários
códigos que regulavam o comércio e as relações sociais.
Mercadores em caravanas de camelos e jumentos
cruzavam com frequência a Palestina, para negociar nos
dois maiores centros culturais do mundo antigo.

O período patriarcal está relatado em Gênesis 12-50.


Podemos resumi-lo da seguinte maneira:

É importante notarmos que Abraão não é apresentado como homem justo,


nem é considerado diferente do mundo. Outra passagem deixa claro que a
família de Abraão não adorava Javé. Então o Senhor realmente apareceu a
Abraão “do nada”.

 Abraão Gn 12.1 a 12.18 Aprox. 2000 a.C.


o Abraão é um dos mais importantes e bem conhecidos personagens
da história. Tanto no judaísmo quanto no cristianismo, ele é
considerado um patriarca. No cristianismo, ele é lembrado como
um homem de grande fé e pai dos fiéis. Abraão nasceu em uma
família de idolatras, em meio a um povo pagão. Seu pai pode ter
participado da adoração da Lua, na cidade de Ur, e, mais tarde, em
Harã. Em resposta ao chamado de Deus, Abraão partiu de Harã e
viajou pela palestina, uma terra cerca de 600 quilômetros distante
dali. Já velho recebeu a promessa de um Filho e que seria pai de
muitas nações. Abraão era um homem Rico, vivia em uma cultura
seminômade, onde a terra e o estabelecimento local não tinham
tanto valor. Além de Isaque, Abraão teve outros filhos. O mais
conhecido foi Ismael, pai dos árabes, e Midiã, pai dos Midianitas.
De acordo com a bíblia os dois filhos foram abençoados.

22
 Isaque Gn 25
 Jacó
 José Gn 37 – 50
o José era o filho predileto de Jacó, por causa disso seus irmãos
passaram a odiá-lo e o venderam para mercadores ismaelitas que
o levaram cativo para o Egito. Ali se tornou um escravo e sempre
honrou a Deus em todo o tempo e não cedeu as investidas da
mulher de Potifar. Quando foi chamado para interpretar os sonhos
de Faraó Deus o honrou e fez com que se tornasse o governador
de todo o Egito, estando de baixo apenas do Faraó. Com a fome
os irmãos de José se viram obrigados a buscar comida no Egito
onde se reencontraram com seu irmão. José os perdoou e chamou
toda sua família para morar naquela terra onde futuramente seriam
escravizados. A ida dos israelitas ao Egito se deu em torno de
1800 a.C.

A NAÇÃO SANTA

A história sagrada toma uma nova dimensão a partir do livro de Êxodo. Séculos
se passaram em silêncio desde a morte de José. Nesse ínterim, os
descendentes dos patriarcas tornaram-se extremamente numerosos. Um novo
faraó subiu ao trono e viu nesse crescimento populacional uma ameaça para os

23
egípcios. Passou, então, a escravizar e oprimir os israelitas. Sob a liderança de
Moisés, esse povo foi resgatado do cativeiro, transformou-se numa nação
independente e se preparou para conquistar e ocupara terra de Canaã.

Vamos analisar a extensão desses acontecimentos e o período por eles


abrangido, usando o seguinte resumo:

 A Permanência no Egito – 400 anos (1800 a 1400 a.C.)


o Moisés
o A páscoa
o Libertação

As pragas do Egito
Nilo transformado Knum: Guardião do Nilo; Hapi: espírito do Nilo; Osíris: o
Êx 7.14-25
em Sangue Nilo era seu sangue
Rãs Êx 8.1-15 Hect: com forma de rã; deus da ressureição.
Piolhos Êx 8.16-19
Moscas Êx 8.20-32
Hathor: deusa-mão; com forma de vaca; Apis: touro do
Morte dos
Êx 9.1-7 deus Prtá; símbolo de fertilidade; Mnevis: touro sagrado
rebanhos
de Heliópolis
Feridas
Êx 9.8-12 Imopete: deus da medicina
Purulentas
Nut: deusa do céu; Ísis: deusa da vida; Set: protetor da
Granizo Êx9.13-35
colheita
Gafanhotos Êx 10.1-20 Ísis: deusa da vida; Set: protetor da colheita
Trevas Êx 10.21-29 Rá, Aten, Atum, Hórus: todos deuses do sol
Morte dos Êx 11-1 –
A divindade de faraó: Osíris, doador da vida
primogênitos 12.26

 Do Egito ao Sinai Gn 3-18

24
o A primeira aliança
o A lei
▪ As leis morais
▪ As leis Civis
▪ As leis cerimoniais
o O tabernáculo

 A Terra Prometida (Josué e Calebe)


o O povo de Israel demorou um pouco mais de um ano até chegarem
à terra prometida, mas o povo não confiou em Deus e tiveram medo
de possuir a terra. Apenas Josué e Calebe acreditaram na
promessa de que Deus os daria a terra.
 A Peregrinação no Deserto
o Por causa da desobediência, o povo de Israel foi condenado a
peregrinar pelo deserto por cerca de 40 anos, até que toda a
geração de Josué e Calebe morressem e permanecesse apenas a
nova geração. Apenas Josué e Calebe foram poupados. Nem

25
mesmo Moisés pôde entrar na terra prometida por ter
desobedecido a Deus.
 Deuteronômio – A releitura da Lei
o Com uma nova geração por conquistar a terra prometida a leitura
da Lei é feita novamente e a Aliança com Deus reestabelecida.

A ESTRUTURA NARRATIVA DO PENTATEUCO

Gênesis 1 – 11 : Prólogo primevo

Gênesis 12 – 50: Registros dos patriarcas e das matriarcas

Êxodo 1.1 – 12.30: Israel no Egito

Êxodo 12.31 – 18.27: Êxodo Israelita, viagem ao monte Sinai.

Êxodo 19.1 – Números 10.10: Israel acampado no Sinai

Números 10.11 – 12.16: Jornada no deserto do Sinai até Cades-Barnéia

Números 13.1 – 19.22: Israel acampado em Cades-Barnéia

Números 20.1 – 21.35: Peregrinação desde Zim ao monte Hor (Moabe)

Números 22 – Deuterônomio 34: Israel acampado em Moabe.

Este é um pequeno resumo da história do Povo de Israel nos 5 primeiros livros


da bíblia. Vemos um Deus todo poderoso se revelando e formando o seu povo,
estabelecendo relacionamento com eles e preparando o caminho para a vinda
do messias. É maravilhoso vermos a onipotência de Deus em libertar seu povo
milagrosamente, estabelecer uma aliança com ele e permanecer cuidando,
sustentando e conduzindo o povo para uma vida Santa.

26
AULA 04 – A HISTÓRIA DE ISRAEL PARTE II
INTRODUÇÃO

Na última aula começamos a estudar um panorama da história de Israel. Vimos


um breve resumo da história do povo de Deus nos 5 primeiros livros do Antigo
Testamento e sua importância para o plano de redenção de Deus preparando
seu povo para a vinda do Cristo. Na aula de hoje continuaremos com a história
do povo de Deus desde Josué na conquista da terra prometida até o período dos
juízes.

A POSSE DA TERRA PROMETIDA

Do acampamento a nordeste do mar Vermelho, os israelitas puderam avistar a


terra de Canaã, do outro lado do Rio Jordão. Josué foi escolhido para liderar o
povo após a morte de Moisés.

A terra estava sob controle de povos que viviam em cidades-estado. Uma cidade
com muralhas, situada no topo de um monte, poderia resistir a um exército
invasor por um período praticamente indefinido. Consequentemente para Israel
a conquista da terra era algo perigoso e praticamente impossível.

Os cananeus eram politeístas. El, o deus chefe, era chamado “touro-pai” e


criador. O nome de sua esposa era Aserá. O principal dentre seus filhos era Baal,
que significa “senhor”. Este era considerado o rei de todos os deuses.

Arqueólogos encontraram evidências de que os povos de Canaã, no tempo de


Josué, praticavam sacrifício de crianças, prostituição cultural e adoração de
serpentes em seus ritos e cerimônias religiosas.

Josué chegou a liderança do povo após ter adquirido bastante experiência e


preparo sendo discipulado por Moisés. Desde o começo da jornada do povo
Josué acreditou que Deus os daria a terra, até mesmo quando os 12 espias
voltaram de Canaã, apenas Josué e Calebe creram que Deu poderia dar a terra
ao povo.

Podemos resumir a conquista da terra prometida nesta sequência:

 A morte de Moisés.

27
o Moisés viu, mas não pode entrar na terra prometida.
 Josué assume a liderança - Js 1
 Dois espias enviados a Jericó - Js 2
 A passagem do Rio Jordão - Js 3
 As campanhas de Conquista
o A destruição de Jericó - Js 6
o Deus ajuda o povo de Israel a destruir Jericó de forma milagrosa,
mas o povo não pode ficar com os despojos e nem habitar no local.
o A Campanha a cidade de Ai - Js 7-8
o O Pecado de Acã e suas consequências para todo o Povo
o A campanha no Sul – Aliança com os amorreus Js 9
o A Campanha no Norte – a aliança dos cananeus Js 11.1-15

28
 A divisão da terra para as 12 tribos – Js 13-19

Durante todas as campanhas de conquista a Canaã os Israelitas derrotaram


trinta e um reis. Embora não destruíram todos os habitantes da terra, Josué foi
capaz de distribuir as terras entre as tribos.

Foram designadas seis cidades refúgio (três de cada lado do rio Jordão).
Os levitas receberam quarenta e oito cidades e se espalharam por toda a
terra para realizar suas tarefas. Siló se tornou o centro religioso onde o
tabernáculo foi montado.

29
O PERÍODO DOS JUIZES

Após a posse da terra de Canaã e a divisão das terras, os israelitas viveram de


dois a três séculos sem um rei, apenas com a liderança de cada tribo e com
juízes que Deus levantava de tempos em tempos para libertar o seu povo.

Durante este tempo, Israel viveu em um ciclo de avivamento, apostasia,


arrependimento e perdão. Passaram por muitas dificuldades com os outros
povos que também tentavam ganhar seu espaço em Canaã. Durante estas
dificuldades os Juízes exerceram um papel importante para que Deus livrasse o
povo.

Libertação Liberdade

Arrependi
Apostasia
mento

Opressão

A Lista que se segue apresenta seus nomes e as regiões em que atuaram de


acordo com o Livro de Juízes:

 Otniel – Mesopotâmia – Jz 3.7-11


 Eúde – Moabe – Jz 3.12-30
 Sangar – Filístia – 3.31
 Débora e Baraque – Canaã – Jz 4.1 a 5.31
 Gideão – Midiã – Jz 6.1 a 8.35
o Podemos destacar Gideão como o homem que é aquilo quem
Deus diz que ele é!

30
 Abimeleque, Tola e Jair – Midiã – Jz 9.1 a 10.5
 Jefté – Amom – Jz 10.6 a 12.7
o Filho de prostituta e rejeitado por muitos.
 Ibsã, Elom e Abdom – Amom – Jz 12.8-15
 Sansão – Filístia – Jz 13.1 a 16.31
 Samuel, o ultimo Juiz

A vida de alguns Juizes merece um estudo mais detalhado. Baraque, Gideão,


Jefté, Sansão e Samuel estão listados entre os heróis da fé do capítulo 11 de
Hebreus. Feitos individuais e batalhas que manifestavam poder sobrenatural
devolviam aos israelitas a consciência de que Deus continuava intervindo em
favor de seu povo.

É durante o período dos juízes que encontramos a história de


Rute, não podemos datar ao certo quando ela teria acontecido,
temos apenas a referência “No tempo em que Israel era governado
por Juízes” (Rt 1.1).

A história comovente de Rute apresenta ao leitor do AT uma das


heroínas silenciosas da fé. Como registro de incidente ocorrido
no período dos juízes, oferece grande contraste com a imagem
negativa da fé israelita da época. Em vez de israelitas
abandonando a lealdade e a adoração a Javé à procura de outros
deuses, a história descreve Rute agindo com base na lealdade,
seguindo a Javé e condenando outros Deuses.

31
AULA 05 – A HISTÓRIA DE ISRAEL PARTE III
Introdução

Estamos estudando a história do povo de Israel como plano de Deus para


preparar a vinda do messias a terra. Nas duas últimas aulas vimos desde a
criação até o período dos juízes. Hoje estudaremos a partir de Samuel (último
juiz) até o retorno do povo do cativeiro e o silêncio de Deus.

O PERÍODO DE TRANSIÇÃO

A religião em Israel alcançou seu nível mais baixo durante o período em que Eli
era o sumo sacerdote, ele fracassou em ensinar até seus próprios filhos a
guardarem a Lei de Deus. Os filisteus se tornavam cada vez mais fortes e
superiores, eram os únicos na palestina que aprenderam a arte de controlar o
Ferro. Os Israelitas dependiam deles para conseguir suas ferramentas e afiá-las.

Neste Tempo, Samuel foi levado ainda criança para viver uma vida dedicada a
Deus. Para o bem de Israel, Samuel reagiu contra as atitudes ímpias dos filhos
de Eli e tornou-se consciente do chamado de Deus desde a juventude.

Podemos resumir o período de Transição da seguinte maneira:

 O nascimento de Samuel – 1Sm 1.1 a 2.11


 O chamado de Samuel – 1Sm 3
 O Julgamento de Eli – 1Sm 4
 O povo pede um Rei – 1Sm 8
o Relutante, Samuel deu ouvidos ao povo e, finalmente, consentiu
que fosse escolhido um rei para Israel. Ele implorou que o povo
não impusesse sobre si uma instituição cananéia estranha ao seu
modo de vida. Sensível à liderança divina, Samuel concordou e
delegou os deveres de chefe de estado a um novo líder. (1Sm 9.16;
10.1)

A MONARQUIA UNIDA – POR VOLTA DO ANO 1000 A.C

32
O Reinado de Saul

Saul foi o primeiro escolhido por Deus para ser


o primeiro rei de Israel, depois que o povo
exigiu um líder como os das nações vizinhas.

 Saul é ungido rei por Samuel – 1Sm 10


 Saul erra por não esperar por Samuel –
1Sm 13.1-15
 Saul desobedece a Deus – 1Sm 15.1-35
 Davi é ungido para ser o novo rei – 1Sm
16
 A ascensão de Davi e seu
reconhecimento Nacional – 1Sm 16-17
 A fuga de Davi e suas consequências – 1Sm 21-22
 A morte de Saul – 1Sm 23-26

O reinado de Davi

Davi foi o rei mais notável em toda a história


de Israel. Seu reinado representa o
emblema das realizações da nação de Israel
e é reconhecido dessa maneira ao longo das
escrituras sagradas.

 Davi é aclamado rei - 2Sm 2 e 1Cr 11


 A conquista de Jerusalém – 1Sm 5 e
1Cr 11
 O pecado de Davi – 2Sm 11
 A rebelião de Absalão - 2Sm 13.37 a
18.33

O Reinado de Salomão – 40 anos

Paz e prosperidade, essas são as duas palavras que descrevem o período do


reinado de Salomão em Israel. Salomão desfrutou benefícios alcançados pelos
esforços militares de seu pai para unificar a nação, expandir as fronteiras de
Israel e obter reconhecimento internacional.

33
Alguns pontos a serem destacados da vida de Salomão:

 Oração pedindo sabedoria – 1Rs 3.1-15 e 2Cr 1.1-13


 A Construção do Templo – 1Rs 5.1 a 7.51 e 2Cr 2.1 a 5.1
 A apostasia de Salomão – 1Rs 11

O REINO DIVIDIDO – 931 A.C

Após a morte de Salomão, ocorreram rebeliões que resultaram na divisão do


império Davídico. Ao Norte, dez tribos se rebelaram contra a dinastia de Davi,
que reinava em Jerusalém, e estabeleceram um reino sob a liderança de
Jeroboão. Roboão, filho de Salomão, reinou apenas sobre as tribos de Judá e
Benjamim, e Jerusalém continuou a ser a capital dessas duas tribos. No Norte
as famílias reais mudaram várias vezes, assim como suas capitais.

34
O Reino do Norte

O reino do Norte durou aproximadamente dois séculos (931 a 722 a.C.)

 Dinastia de Jeroboão - 931-909 a.C. 1Reis 12-15


 Dinastia de Baasa – 909-885 a.C. 1Reis 15-16
 Dinastia de Onri – 885-841 a.C 1Reis16-22; 2Reis 1-9
 Dinastia de Jeú – 841-752 a.C. 2Reis 10-15
 Últimos reis de Israel – 752-722 a.C 2Reis 15-17

Ao todo 19 Reis reinaram em Israel e nenhum deles foi fiel a Deus. Com a
ascensão do império Assírio, Israel foi destruída e espalhada pela terra em 722
a.C. deixando de existir.

O Império da Assíria

35
RELATOS EXTRA-BÍBLICOS DO CERCO DE JERUSALÉM

Quanto a Ezequias, o judeu, ele não se


submeteu ao meu jugo, eu sitiei 46 de suas
cidades fortes, fortificações muradas e
inúmeras aldeias pequenas na sua
vizinhança, e conquistei(-as) por meio de bem
batidas rampas (de terra) e aríetes trazidos
(assim) para perto (das muralhas) (junto com)
o ataque de soldados de infantaria,
(empregando) minas, brechas, bem como o
trabalho de sapadores. Eu desalojei (delas) 200.150 pessoas, jovens e idosos, homens e
mulheres, ca valos, mulos, jumentos, camelos, gado grande e miúdo sem conta, e considerei(-
os como) presa. A ele mesmo [Ezequias] fiz prisioneiro em Jerusalém, sua residência real, como
a um pássaro numa gaiola. . . . As suas cidades, que eu saqueei, tirei de seu país e dei-as a
Mitinti, rei de Asdode, a Padi, rei de Ecrom, e a Sillibel, rei de Gaza. . . . O próprio Ezequias . . .
enviou-me mais tarde, a Nínive, minha cidade senhorial, junto com 30 talentos de ouro, 800
talentos de prata, pedras preciosas, antimônio, grandes blocos de pedra vermelha, leitos
(incrustados) de marfim, cadeiras-nimedu (incrustadas) de marfim, couros de elefante, ébano,
buxos (e) todas as espécies de tesouros valiosos, suas (próprias) filhas, concubinas, músicos e
músicas. A fim de entregar o tributo e prestar homenagem como escravo, ele enviou seu
mensageiro (pessoal).”

Josefo, historiador judeu do primeiro século EC, afirma citar o babilônio Beroso
(considerado ser do terceiro século AEC), que registraria o evento do seguinte modo:
“Quando Senaqueirimos retornou a Jerusalém da sua guerra com o Egito, encontrou
ali a força sob Rabsaqué em perigo duma praga, porque Deus infligira uma doença
pestilenta ao seu exército, e na primeira noite do sítio, cento e oitenta e cinco mil
homens haviam perecido junto com seus comandantes e oficiais.” (Jewish Antiquities
[Antiguidades Judaicas], X, 21 [i, 5]) Alguns comentadores tentam explicar o desastre
por citarem um relato escrito por Heródoto (II, 141; Clássicos Jackson, Vol. XXIII, pp.
181, 182) no quinto século AEC, no qual ele afirma que uma “espantosa multidão de
ratos do campo espalhou-se pelo acampamento [assírio] inimigo, pondo-se a roer os
arneses, os arcos e as correias que serviam para manejar os escudos”, impedindo-os
assim de realizar uma invasão no Egito. Este relato obviamente não coincide com o
registro bíblico, nem se harmoniza a descrição que Heródoto faz da campanha assíria
com as inscrições assírias. Não obstante, os relatos de Beroso e de Heródoto refletem
deveras o fato de que as forças de Senaqueribe sofreram uma repentina e calamitosa
dificuldade nesta campanha.

36
O Reino do Sul

Após a morte de Salomão, apenas duas tribos permaneceram leais à dinastia


davídica. Os descendentes de Davi, com a exceção de uma vez, mantiveram
uma liderança contínua na cidade-capital estabelecida por Davi.

Judá, também conhecida como reino do Sul, teve vinte reis e durou
aproximadamente três séculos e meio (931-586 a.C.)

Durante este longo período de Judá, podemos enfocar seis reis que exerceram
liderança notável:

 Josafá – 850 a.C.


 Uzias – 750 a.C.
 Acaz – 735 a.C
 Ezequias 700 a.C.
 Josias 630 a.C.
 Zedequias 597 a.C.

Em 587 a.C a Babilônia invade Jerusalém, destrói o templo e leva parte do povo
(ricos e mais instruídos) como escravos. Alguns se exilaram no Egito e os mais
pobres permaneceram nas terras de Judá.

Os israelitas permaneceram na Babilônia por 70 anos, até que o império persa


assumisse o poder.

Império Babilônico

37
O PÓS-EXÍLIO

Agora sob o domínio persa, após 70 anos de cativeiro os israelitas começam a


retornar para Jerusalém. Podemos dividir os relados bíblicos em alguns
períodos:

 A Restauração de Jerusalém – Aprox. 539-515 a.C


 A Rainha Ester – Aprox. 483 a.C
 Esdras, o reformador – 457 a.C
 Neemias, o governador – 444 a.C.
 O Silêncio de Deus.

POR QUE CONHECER A HISTÓRIA DE ISRAEL?

Quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso Deus prometeu que a redenção
da humanidade viria através de um descendente de Eva. Durante a história,
Deus preparou o caminho para que Jesus pudesse vir a terra e nós pudéssemos
conhece-lo em sua plenitude. A cronologia do povo de Israel nos mostra como
deus interferiu de forma sobrenatural na história para que o messias pudesse vir
em forma humana.

Entender a história de Israel é também entender a nossa própria história,


compreender como fomos redimidos. Afinal, jesus veio nos salvar de que?
Somente quando olhamos para trás, para toda história do povo de Israel é que
podemos compreender o plano de salvação de Deus.

38
AULA 06 – OS LIVROS POÉTICOS
Nas últimas cinco aulas fizemos um panorama por todos os livros do pentateuco
e os livros históricos do AT. Vimos como Deus conduziu seu povo durante a
história. Na aula de hoje, veremos a importância dos livros poéticos para os
Israelitas e também sua preciosidade para nossos dias. Nos livros históricos
pudemos ver os atos milagrosos de Deus para com seu povo, agora nos livros
pépticos poderemos ver o que o povo de Deus se expressou através da escrita.

O que são os livros poéticos?

Quando usamos a expressão Livros Poéticos estamos nos referindo aos livros
de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos. Israel herdou
uma tradição literária longa e bem desenvolvida no Antigo Oriente Médio. A poesia
compreende cerca de um terço do AT hebraico.

Salmos, Provérbios, Cântico dos Cânticos e Lamentações são completamente


poéticos quanto à sua forma. A maior parte de Jó e trechos de Eclesiastes são
poéticos. Trechos de poesias são encontrados em outros livros do AT, apenas
Levítico, Rute, Neemias, Ester, Ageu e Malaquias apresentam nenhum ou pouco
conteúdo poético.

O LIVRO DE JÓ

• Não é verdade que apenas ímpios sofrem

• A sabedoria de Deus é a chave para


reconhecer sua justiça

• A justiça de Deus não pode ser reduzida a uma


simples fórmula, como a do princípio da
retribuição

O livro de Jó nos leva a considerar uma das principais perguntas filosóficas da


existência humana. Buscamos explicação para o sofrimento e Jó nos oferece
uma perspectiva bíblica.

Composição do Livro:

39
 O diálogo apresentado não se trata de uma citação literal das palavras
como realmente aconteceram, o gênero literário deve ser respeitado, mas
isso não significa que a história não tenha acontecido.
 É possível que a composição tenha sido séculos após suas experiências.
 Jó não demonstra indícios de ser israelita.
 Literaturas de sabedoria do antigo oriente também abordam as mesmas
questões.

Propósito e mensagem: Explorar a justiça do tratamento que Deus dá aos


justos.

Temas principais:

 O princípio da retribuição
 Sabedoria, Justiça e soberania de Deus
 Mediador

Aplicações práticas para o Livro de Jó

 Às vezes, Deus Permite que sejamos provados para que demonstremos


nossa dedicação a ele e a nossa submissão a sua vontade para nossa
vida.
 É errado concluir que todas as doenças e problemas são consequência
do pecado. Às vezes, inocentes sofrem e ímpios não são julgados de
imediato.
 Como os seres humanos não conseguem ver tudo o que acontece no
universo e têm uma compreensão muito limitada dos planos de Deus, não
devemos questionar sua justiça.
 Não é possível consolar quem está sofrendo com acusações imaturas. Só
a demonstração de compaixão e a oração com súplica diante de Deus
vão favorecer essa pessoa.

O LIVRO DE SALMOS

O livro de Salmos é muito parecido com os hinários usados hoje em dia, no


sentido de que é uma coletânea de cânticos e orações escritos por várias
pessoas, no decorrer de um longo período. Descreve a resposta em forma de

40
louvor dos adoradores ao se darem conta do poder e do amor de Deus; expressa
a esperança do homem, firmado nas promessas divinas; e relata o seu clamor a
Deus, para que o Senhor os resgate e os livre das tribulações cotidianas.

Os Salmos foram escritos por vários autores no decorrer da história de Israel,


pessoas inspiradas por Deus como: Moisés, Davi, Asafe, Salomão e Esdras.

O livro de Salmos é um dos mais


PRINCIPIOS PRÁTICOS DE SALMOS
estimados e usados do AT e, ao
• Reconhecimento do Reino e da soberania de Deus.
mesmo tempo, um dos mais • Importância do louvor em todas as suas variações

problemáticos do canôn. Questões • Conduta e destino dos justos e dos ímpios

relativas à autoria, composição, • Papel da natureza de Deus

• Consolo e defesa de Deus em tempos de crise


teologia, interpretação, aplicação e
função contribuem para
complexidade do livro.

Autoria e Data: Salmos é composto de poesias individuais escritas durante o


período de mil anos por várias pessoas. Elas foram reunidas em momentos
diferentes formando pequenas coleções, que por sua vez foram organizadas
gradualmente em uma obra maior com propósitos teológicos definidos em
mente.

Podemos classificar os salmos em 3 categorias:

 Louvor
 Lamento
 Sabedoria

41
Aplicação Prática e Ministração

 Em período de dificuldades, os crentes podem levar seus fardos a Deus,


pois ele sempre ouve as orações dos que se aproximam dele e os
consola.
 Uma oração não deve apenas enfocar nosso problema ou nossa
necessidade. Deve, também, exaltar a capacidade de Deus responder às
orações. Deve, ainda, renovar nosso compromisso de confiar nele e
confirmar o nosso desejo de glorifica-lo por sua graça e bondade.
 A casa de Deus é um lugar de louvor e de ação de graças. A alegria do
Senhor deve encher o coração e os lábios daqueles a quem Deus
abençoa.
 Devemos louvar a Deus porque ele nos criou, porque somos seu povo e
porque ele supre nossas necessidades.

O LIVRO DOS PROVÉRBIOS

O livro de provérbios representa o legado literário dos sábios hebreus. Os


“sábios” ou “conselheiros” eram ligados à corte real, como se deduz de
Provérbios e Eclesiastes. Eram compiladores da literatura de sabedoria.

O Livro tem como objetivo transmitir sabedoria, conhecimento e compreensão


aos leitores, estimulá-los a desenvolver um comportamento sábio e agir com
justiça, honestidade, prudência e discrição. Quem desejar que essas
características sejam nele reconhecidas deve estudar esse livro com frequência.

Composição

Apesar de Salomão ter sido um grande sábio e composto muitos os provérbios,


outros autores também compõem o livro, datando a literatura entre os séculos X
e VI, sendo o último mais provável para a composição final do livro.

Conceitos básicos:

 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria


 Os provérbios ilustram princípios gerais, não promessas
 O caminho da sabedoria conduz à vida

42
 A sabedoria leva à compreensão do princípio da retribuição

Propósito e mensagem:

 Compreender a sabedoria e instrução


 Receber o ensinamento sobre a sensatez, integridade, justiça e equidade.
 Ajudar o simples a desenvolver prudência e o jovem a obter conhecimento
e discrição.
 Ampliar o aprendizado e adquirir habilidade no entendimento.
 Entender provérbios, parábolas, adágios e enigmas.
 Aprender o temor do Senhor.

Temas principais:

 O temor do Senhor
 O princípio da retribuição
 A Fala
 Sexualidade Humana

Aplicação prática de provérbios

 Temer a Deus é o primeiro passo para adquirir sabedoria


 Deus criou este mundo e o controla de acordo com seus princípios sábios.
 Os tolos rejeitam a Deus e seus caminhos, mas o sábio confia nele e
desfrutará suas bênçãos.
 Deus estabeleceu diretrizes para orientar o relacionamento interpessoal
dos justos. O sábio as aprenderá e praticará.

O LIVRO DE ECLESIASTES

Conceitos Básicos:

 Não se deve esperar que a vida satisfaça


 As fases da vida devem ser aceitas
 Frustrações na vida são inevitáveis
 Desfrutar a vida só é possível por meio da cosmovisão centrada em Deus.

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Composição:
Provém de um indivíduo identificado como Quheleth.

Como vários livros poéticos, Eclesiastes contém, gêneros literários diversos. Ele
usa alegorias, adágios, metáforas, provérbios, entre outros.

Propósito e mensagem:

 O propósito de Qoheleth era o de argumentar que não há nada “sob o sol”


capaz de dar sentido à vida.

Temas principais:

 O princípio da retribuição
 Experiência versus revelação
 Epicurismo versus devoção

Aplicação prática de Eclesiastes

 Aqueles que estão sempre se esforçando para conseguir mais sabedoria,


prazeres ou riquezas encontrarão futilidade em vez da verdadeira
satisfação.
 Embora não consigamos compreender plenamente os planos de Deus,
ele está no controle de todos os aspectos de nossa vida.
 Devemos desfrutar a comida, a família e o trabalho que Deus nos
concede, pois são bênçãos divinas.
 Acima de tudo, devemos temer a Deus, obedecer a seus mandamentos,
ser sábios e viver de maneira prudente neste mundo mau.

O LIVRO DE CÂNTICO DOS CÂNTICOS

Não há livro no Antigo Testamento que se assemelhe ao Cântico dos Cânticos.


Ele não traz sermões como os textos proféticos, mas apresenta uma série de
diálogos entre um homem e uma mulher. É um livro sobre o amor e a sexualidade
sadia que Deus preparou para o homem e a mulher no casamento.

Conceitos básicos
 A excelência do homem e da mulher criados à imagem de Deus
 A santidade da expressão sexual humana no contexto do casamento

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 A dignidade do amor humano
 A virtude da castidade antes do casamento e da fidelidade após o
casamento.
Composição
Não podemos definir ao certo a autoria, a data mais provável teria sido pré-
exílica.
Temas principais
 Virtude da castidade dos jovens apaixonados
 As dimensões positivas do amor
 Bondade e integridade do amor físico nos limites do casamento.

45
AULA 07 – OS PROFETAS – PARTE I
Introdução

O que lhe vem à mente quando você pensa nos profetas? Você pensa em
fanáticos vestidos com roupas estranhas? Você pode vê-los usando uma bola
de cristal para prever o futuro? Você vê os profetas como um grupo de indivíduos
um tanto bizarros que serviam a Deus de maneiras que não compreendemos
muito bem?

Nenhuma dessas imagens se encaixa com as evidências bíblicas. A Bíblia afirma


que Deus preparou os seus profetas para ministérios específicos. Eles levaram
a palavra divina para um povo que precisava desesperadamente ouvi-la. As
vozes dos profetas soavam com autoridade que ainda ecoa nos dias de hoje se
estivermos dispostos a ouvir.

Profeta no AT é alguém que fala no lugar de Deus. O ministério dos profetas na


bíblia tendia a aumentar em tempos de crise. Em geral era alguém que recebia
uma mensagem divina e deveria transmitir ao público.

Em nosso Antigo testamento temos 17 livros proféticos, sendo cinco profetas


maiores e 12 profetas menores. A única diferença entre os maiores e menores
está relacionada ao tamanho dos livros que escreveram; os profetas maiores são
assim chamados porque escreveram mais.

A MENSAGEM DOS PROFETAS

O fator determinante para a identificação de um profeta não era a sua função ou


seus antepassados, nem o fato de ter escrito um livro. O ponto principal era saber
se Deus o enchera com seu Espírito, e se o Senhor falava por seu intermédio.

Ao longo dos anos os profetas abordaram diversos tópicos de acordo com a


necessidade de seu povo. A situação política, social e religiosa variava de uma
época para outra. Portanto, as novas mensagens transmitidas eram sempre
adequadas às necessidades de cada grupo que as receberia. Amós enfatizou a
injustiça social em Israel, enquanto Oséias enfocou primeiramente a ira de Deus
pelo fato de Israel estar adorando Baal. Cada profeta era singular, mas todos
tinham uma mensagem vinda de Deus para transmitir a um público específico.

46
A mensagem dos profetas pode ser mais bem compreendida pela análise dos
tipos de oráculos usados. Havia quatro tipos principais:

 Oráculos de acusação (descrição da ofensa)


 Oráculos de julgamento (futuro castigo pela ofensa)
 Oráculos de instrução (como receptores deviam agir)
 Oráculos de consequências ou esperança (acontecimentos após o
julgamento ou esperança de livramento.

As mensagens dos profetas pré-exílicos destacam a idolatria, o ritualismo, e a


injustiça social. Já os pós-exílicos geralmente sinalizavam a falha do povo em
não dar a honra devida ao Senhor.

Para entender bem as mensagens proféticas precisamos estudar o contexto


histórico e gramatical de cada profeta, para que, com a luz do Espírito possamos
interpretar sua mensagem para os dias de hoje.

PREVISÃO E CUMPRIMENTO

“Previsão e “cumprimento” são os dois termos mais associados à literatura


profética, mas ambos podem levar a uma interpretação equivocada da natureza
profética.

Previsão: Os próprios profetas não previam nada, apenas transmitiam a Palavra


do Senhor. Em vez de considerar a profecia como uma previsão, julgamos mais
útil considerá-la uma “ementa divina”.

Cumprimento: Também pode ser um termo enganoso. Tendemos a desprezar


a mensagem do profeta na esperança de encontrar cumprimentos através de
especulações que nos afastam do texto.

OS PRIMEIROS PROFETAS DE ISRAEL

JONAS

Profetizou entre o reinado de Jeroboão II (793 – 753 a.C.)

 Composição: Há controvérsias sobre a datação do livro, pois não existe


confirmação do autor.

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 Contexto: Situados da primeira metade do século VIII, os fatos desse
livro ocorreram em um período de grande otimismo no Reino do Norte
com o declínio do império Assírio.
 Propósito e mensagem: A mensagem do livro está relacionada ao direito
divino soberano de ter compaixão de quem desejar.
 Temas Principais: Compaixão, Ira e Teodicéia

AMÓS

Profetizou durante o reinado de Jeroboão II (793 – 753 a.C.)

O nome Amós significa “carregador de fardos”, ele era um pastor e produtor de


figos de Tecoa, cerca de 16 km de Jerusalém.

 Deus responsabiliza as nações por sua política social


 A verdadeira adoração gera justiça social
 Israel não escapará do julgamento do dia do Senhor
 Deus restaurará um remanescente de Israel

Propósito e Mensagem

A apostasia religiosa, a decadência moral e social e a corrupção política do


Reino do Norte.

Tema principal:

Uma mensagem pela Justiça Social, o desprezo de Deus por quem adquiriu
riquezas por meio da opressão, na zombaria contra quem adorava a Deus de
maneira sincera em seus lamentos. Todos os povos, judeus e gentios, terão de
prestar contas por seus pecados. Deus odeia a violência e a opressão dos
fracos.

OSÉIAS

Contexto: Profetizou para o reino do Norte durante a era de ouro do reinado de


Jeroboão II (793 – 753 a.C.)

Propósito e Mensagem

48
O relacionamento de Oséias com sua esposa adúltera Gômer, representava a
ligação de Javé com Israel desleal. Misericórdia e juízo também são temas
importantes.

Temas principais: O Casamento de Oséias e o Baalismo

A principal mensagem de Oséias é a respeito da ausência de conhecimento de


Deus, ausência de amor e ausência de verdade. O livro trata de temas como
adultério espiritual, a falta de conhecimento de Deus e o Amor frustrado de Deus.
O pecado não é algo sem importância para Deus; consiste na traição de um
compromisso amoroso, uma relação promíscua com algo que não é Deus.

OS PRIMEIROS PROFETAS DE JUDÁ

ISAÍAS

Isaias começou suas profecias no final do reinado de Uzias (750 a.C.) até o início
do reinado de Manassés na segunda metade do século VIII, Deve-se lembrar
que, messe período, o Império Neo-Assírio assumia seu lugar de primeira
potência mundial da história. Boa parte do seu ministério coincidiu com o de
Miquéias. Proferiu profecias de juízo e salvação a respeito de Judá, bem como
de muitas nações estrangeiras. Também é conhecido por suas profecias
messiânicas. O principal destaque de sua mensagem é na integridade de Javé,
o Deus da aliança.

O Livro possui diversas mensagens:

 A exaltação de Deus quebra o orgulho humano


 O príncipe da Paz porá fim às guerras de Judá
 O plano soberano de Deus para as nações.
 Confiar em Deus ou no poderio Militar
 O Deus incomparável trará libertação

A unidade de Isaías é tema de grande controvérsia. Pelo fato de o profeta ter


vivido no século VIII, alguns estudiosos têm dificuldade em aceitar que ele tenha
identificado Ciro, o persa, nominalmente.

Atualmente temos 3 posições:

49
 Unidade Autoral
 Dois Isaías (cap. 40)
 Três Isaías (cap. 40 e Cap. 47)

MIQUÉIAS

Começou a profetizar em Jerusalém por volta de 722 a.C. Contemporâneo de


Isaías, foi um profeta a pequena cidade de Moresete. Profetizou no período dos
reis Jotão, Acaz e Ezequias, na segunda metade do século VIII. Ministrou
durante a crise assíria. O tema principal de sua mensagem: “Mas, quanto a mim,
graças ao poder do Espírito do Senhor, estou cheio de força e de justiça, para
declarar a Jacó a sua transgressão, e a Israel o seu pecado.” (3.8)

Deus virá com grande poder julgar e purificar o seu povo. Removerá os líderes
perversos e injustos de Jerusalém. Miqueias alerta que o povo deve se
arrepender e voltar-se para Deus, pois ele trará julgamento sobre quem não
governa com justiça.

OS ULTIMOS PROFETAS PRÉ-EXILICOS

NAUM

 Contexto: A principal mensagem de Naum é a respeito da ira de Deus


sobre a cidade de Nínive. Mesmo após se arrependeram com a
mensagem de Jonas o povo voltou a pecar e Naum profetiza sua
destruição. Profetizou entre 663 e 612 a.C..
 Propósito e Mensagem: Anunciar a destruição de Ninive.
 Temas: A assíria e o Antigo Oriente

HABACUQUE

 Contexto: Situado entre 626 a 612 a.C. Durante a decadência da Assíria


e o futuro surgimento do império Babilônico.
 Propósito e Mensagem: Com a decadência da Assíria e as grandes
mudanças mundiais o profeta traz a mensagem que a Babilônia seria o
canal de castigo de Deus para Judá. O tema do livro é analisar a questão

50
da justiça divina na esfera nacional. Como pode um Deus Justo usar a
nação perversa como a Babilônia como instrumento de castigo?
 Tema principal: A política de Deus vai lidar com as nações.

SOFONIAS

 Contexto: Membro da corte, contemporâneo de Jeremias, profetizou


antes da reforma do rei Josias em 621 a.C.
 Propósito e Mensagem: Iniciar uma mudança em Judá ao anunciar o
juízo divino sobre a iniquidade. Aliado à intenção de divina de castigar
veio o anúncio de sua intenção de restaurar Judá.
 Tema principal: O dia do Senhor. A expressão foi usada pelos profetas
para indicar o tempo em que a situação atual será substituída pela ordem
determinada por Deus.

JOEL

 Contexto: É provável que tenha profetizado pouco antes da queda de


Jerusalém em 587-588 a.C. Apesar de existir muitas dificuldades de datar
o livro, podenso ser também do período pós-exílico.
 Propósito e Mensagem: Buscar o arrependimento do povo por causa da
vinda do Dia do Senhor através da praga de gafanhotos.
 Tema Principal: A praga de gafanhotos.

JEREMIAS

O livro de Jeremias ocupa mais espaço na Bíblia que qualquer outra obra, e a
estrutura do profeta Jeremias é compatível à de qualquer outro no AT. Ele foi
enviado por Deus no momento mais sombrio de Israel e proclamava a palavra
de Deus com muito sacrifício durante quarenta anos. Mais que qualquer outra
pessoa, ele oferece vislumbres de um profeta em conflito com o Deus a quem
servia fielmente e com a mensagem que devia transmitir. Sua devoção e
integridade resplandecem em meio à geração prestes a sentir o fogo ardente da

51
ira de Deus. Jeremias era a última chance desse povo, e ele se sentia esmagado
sob o peso de tal responsabilidade.

Por causa das grandes lutas pessoais de Jeremias, aprendemos mais sobre sua
personalidade que de todos os outros profetas. Essa informação nos dá a
impressão de o conhecermos pessoalmente.

 Composição: Jeremias profetizou durante os últimos 40 anos de Judá


(627 – 587 a.C.)
 Proposito e mensagem: A principal mensagem de Jeremias é um
chamado ao arrependimento; Jerusalém estava perto de sua queda e era
necessário que o povo se voltasse para Deus. Suas orações revelam seu
desapontamento com o fato de a nação não desejar se arrepender e sua
agonia diante do engano que se alastrava entre o povo.

LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS

 Contexto: O livro é uma resposta à destruição de Jerusalém, apesar se


ser atribuído popularmente à Jeremias não podemos saber ao certo sobre
a autoria, mas isso não tira a ação do espirito santo e a autoridade do
texto.
 Propósito e Mensagem: Lamentações registra o Dia do Senhor que veio
sobre Judá com toda a fúria. Os poemas fúnebres foram criados para
oferecer uma purificação aos sobreviventes de Judá
 Temas principais: Sofrimento Humano e Abandono Divino.

O livro de lamentações contém cinco cantos fúnebres que expressam a tristeza


do povo de Judá diante da destruição de sua tão amada cidade de Jerusalém.
Muitos acreditam que Jeremias tenha escrito essas canções de lamento em 586
a.C., pouco depois de o exército babilônio ter assolado e incendiado Jerusalém.
Ele reconhece que foi o pecado que trouxe o julgamento de Deus e olha além
dessa agonia para vislumbrar um Deus de fidelidade e misericórdia, capaz de
restaurar a nação.

OBADIAS

52
 Contexto: Obadias viveu durante a devastação final da guerra dos
babilônios contra Judá (587 – 586 a.C.) e viu como os Edomitas tiravam
vantagem do povo judeu.
 Propósito e Mensagem: Condenar o orgulho e crueldade de Adom,
Assegurar o triunfo final dos remanescentes de Judá e proclamar o
domínio de Javé.
 Temas principais: Orgulho, Lei de talião, Julgamento Universal,
Restauração.
 Suas profecias tinham o objetivo de incentivar aqueles que haviam
perdido as esperanças, aqueles que se perguntavam por que Deus não
punia os Edomitas por suas atitudes perversas.

PARA REFLEXÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA

 Como é possível que Deus aja tanto com ira como com bondade?
 É certo o crente questionar a justiça de Deus? Como podemos superar a
dúvida em períodos de dificuldade?

53
AULA 08 – OS PROFETAS – PARTE II
Introdução

Estamos estudando sobre a grande importância dos profetas para o povo de


Israel e para nossas vidas hoje. Já vimos sobre os profetas que proclamaram
suas mensagens no reino do Norte e também no reino do Sul até pouco antes
de Jerusalém ser destruída pelos babilônios.

Na aula de hoje estudaremos os profetas que pregaram durante o exílio na


Babilônia e também os que profetizaram após o retorno a Jerusalém. Estes
foram os últimos profetas que Deus usou para transmitir sua mensagem antes
do silêncio de quatrocentos anos e a vinda de Cristo.

Nosso objetivo é que ao final desta aula você possa identificar quais foram os
profetas que pregaram durante o exílio na babilônia, o contexto em que estavam
inseridos e os principais temas de suas mensagens. Você também poderá
identificar quais são os profetas que Deus usou após o cativeiro, quando o povo
voltou para Jerusalém e começou a reconstruir a cidade.

PROFETAS DO EXÍLIO

EZEQUIEL

• Soberania de Javé sobre as nações e Israel

• Exílio Babilônico como castigo pela idolatria de Judá

• Relação dinâmica entre o indivíduo e o grupo

• Fidelidade de Javé às promessas da aliança

• Interação misteriosa entre responsabilidade individual e Julgamento divino

Ezequiel estava entre os dez mil levados ao cativeiro pelo rei Nabucodonosor da
Babilônia em 597 a.C. Seu nome significa “Deus fortalece”, o que lembra sua
obra de consolo e incentivo entre os exilados. Foi um livro muito controverso
entre os judeus. Ele profetizou aos Judeus na Babilônia no mesmo tempo em
que Jeremias proclamava aos que ainda estavam em Jerusalém.

54
Composição e Contexto: O estilo autobiográfico leva a crer que o próprio
Ezequiel escreveu as profecias por volta 571 a 562 a.C.

Propósito e Mensagem: Convocação ao arrependimento antes da queda.


Profecias as nações vizinhas e a esperança da promessa de uma nova aliança.

Temas principais: Filho do Homem, Visão das rodas, Responsabilidade


individual e literatura apocalíptica.

Aplicações práticas de Ezequiel

 Uma visão renovada do esplendor de Deus leva o homem a se prostrar,


adorar e obedecer espontaneamente à sua Palavra.
 Os crentes são atalaias de Deus, chamados para advertir os pecadores
acerca do julgamento divino que lhes sobrevirá, caso não se arrependam.
O Atalaia que deixar de advertir seus semelhantes será responsabilizado
pelo Senhor.
 Deus é justo, e as pessoas serão responsabilizadas apenas pelos seus
próprios pecados.
 Deus cumprirá suas promessas, purificará os pecados de seu povo, irá
restaurar a terra, dar um novo coração e uma nova aliança, renovará a
adoração genuína e glorificará o messias.

DANIEL

• Levar a vida de fé em um mundo cada vez mais hostil

• Soberania de Deus nos assuntos políticos internacionais

• Soberania de Deus em livrar e tornar prósperos os fiéis.

Daniel foi levado para a babilônia na primeira leva de escravos em 605 a.C. e
profetizou no exílio até que a Pérsia tomasse o poder e liberasse o povo para
retornar. Mas como Daniel já estava velho permaneceu na Babilônia.

Daniel e seus três amigos eram hebreus da alta classe. Eram cultos e pertenciam
a famílias reais de Judá. Deus preservou seu povo no cativeiro por intermédio

55
da influência de Daniel, que, por setenta anos, atuou como um dos principais
oficiais do governo. Embora tenha enfrentado severas provações ao longo da
vida, tais como ser lançado na cova dos leões, Daniel tinha uma excelente
reputação e manteve sua posição de destaque mesmo depois que os persas
derrotaram os babilônios.

Propósito e mensagem: A soberania de Deus é o centro deste livro e pode ser


vista em ação nos âmbitos espiritual e político. No relato dos acontecimentos da
vida de Daniel e de seus amigos, a ênfase está na vida de fé em mundo cada
vez mais hostil. A soberania de Deus é vista pela ótica da capacidade de fazer
prosperar ou livrar os fiéis.

Temas principais: O reino de Deus e Orgulho e rebelião.

Valor prático de Daniel

 Toda sabedoria vem de Deus. Ele a revela para seus servos fiéis para
glorificar a si mesmo.
 Deus tem todo poder para controlar indivíduos e nações. Ele levanta
quem deseja e humilha os orgulhosos, para demonstrar seu poder e
subjugar as pessoas.
 Embora os santos de Deus tenham de sofrer grande perseguição, no final
o Senhor os livrará e lhes dará seu reino eterno, que será governado pelo
filho do Homem.

OS PROFETAS PÓS-EXÍLICOS

Reconstruindo um Povo

AGEU

Contemporâneo de Zacarias, profetizou no retorno da babilônia em Jerusalém


por volta de 520 a.C. No segundo grupo que retornou a Jerusalém sob a
liderança de Zorobabel, o profeta Ageu incentiva a reconstrução do templo.

Quando os Judeus retornaram para Jerusalém pela primeira vez, a reconstrução


do templo foi uma de suas principais preocupações. Entretanto, eram frustrados
continuamente tanto pelas autoridades locais como pelos oficiais persas, e o

56
projeto de reconstrução fracassou. A mensagem de Ageu indica ainda que o
povo não estava sabendo definir corretamente as prioridades nas questões
espirituais.

Propósito e mensagem: Sua mensagem tinha o propósito de levantar o povo


para reconstrução do templo e o despertar para as responsabilidades e
obrigações da aliança.

Tema Principal: O Templo.

Valor prático de Ageu

 Apesar da oposição e das circunstâncias negativas, o crente deve sempre


dar prioridade ao que agrada e glorifica a Deus.
 Comparações geralmente tiram nossa motivação, mas as promessas de
Deus e seu poder nos dão forças para superar todos os problemas.
 Deus está mais preocupado com a santidade de nosso coração do que
com rituais externos.

ZACARIAS

Provavelmente, o profeta Zacarias vinha de uma família sacerdotal e, ao lado de


Ageu, teve um papel importante ao incentivar aos judeus que haviam retornado
do cativeiro babilônico a reconstruir o templo. É provável que os primeiros oito
capítulos, em que lemos sobre o incentivo para a reconstrução do edifício,
tenham sido registrados entre 520 a 518 a.C. Já os capítulos 9 a 14 não estão
datados e relacionam-se mais com o período em que Deus estabelecerá seu
reino messiânico na terra. Por causa dessas diferenças supõe-se que Zacarias
tenha recebido as mensagens apocalípticas de 9 a 14 muitos anos depois de o
templo estar concluído.

Propósito e mensagem: A mensagem de Zacarias foi de repreensão, exortação


e incentivo – um tratado para tempos difíceis.

Temas Principais: Messias, Escatologia do Antigo Testamento

Valor prático de Zacarias

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 A única maneira de evitar a ira de Deus é nos arrependermos de nossos
pecados.
 Um dia Deus julgará os ímpios de todas as nações, trará os justos dentre
todos os povos para se unirem ao seu povo e habitará com júbilo no meio
dele.
 A obra de Deus não será realizada por força humana, sabedoria terrena
ou poderio militar, mas pelo seu Espírito.
 O ritual do jejum é inútil se não for observado para Deus.
 Embora muitos tenham rejeitado o Bom Pastor, por uma demonstração
estupenda de seu poder e de sua graça, um dia uma multidão de judeus
e gentios reconhecerá o Senhor como Rei dos reis e o adorará.

MALAQUIAS

• Deus deseja adoração sincera.

• O dia do Senhor afeta justos e ímpios

• Deus espera fidelidade no casamento

• Alguém igual a Elias anunciará o dia do Senhor

• Deus odeia o divórcio.

O profeta Malaquias proclamou a palavra de Deus cerca de cem anos depois de


Ageu e de Zacarias. Os muros de Jerusalém já haviam sido erguidos; portanto,
a cidade estava segura. Como a reconstrução do templo fora terminada havia
muito tempo, a maioria das pessoas já não tinham ânimo para comparecer ali
para adorar. Os sacerdotes não mais ensinavam sobre as normas de sacrifícios.
Alguns chegavam ao ponto de perguntar se valia a pena servir a Deus.
Malaquias abordou esses assuntos por meio de diálogos em incluem uma série
de perguntas e respostas.

Valor prático de Malaquias:

 O amor de Deus e sua justiça não mudam. A eleição e o julgamento final


do dia do Senhor dão provas do seu caráter.

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 Não podemos honrar a Deus pela adoração hipócrita. Ele merece que
façamos o máximo que pudermos.
 Deus odeia o divórcio e o casamento com os pagãos. Isso destrói a família
e torna a adoração inaceitável.
 O mestre ou pregador que não teme a Deus, não transmite as instruções
corretas sobre sua palavra, não se porta de maneira correta e não
incentiva as pessoas a se desviar do mal não receberá as bênçãos de
Deus.
 Deus faz distinção entre o justo e o ímpio; portanto, vale a pena temê-lo
e servi-lo.

O QUE APRENDEMOS

Os esboços são esquecidos e os nomes dos reis ficam relegados ao mais


profundo recôndito da memória, mas mesmo não assimilando mais nada, a
pessoa que estuda o AT deve reter uma ampla compreensão de Deus. Em
Êxodo 3.14, quando Deus fala a Moisés no meio da sarça ardente, ele apresenta
o nome “Eu Sou”, do qual é derivado de “Javé”. A forma verbal enfatiza a
natureza de Javé como “o que dá a existência”. Embora isso tenha implicações
para a criação e soberania, pode-se aplicar também à eleição de Israel e à
natureza do Deus que estabeleceu a aliança. Seu nome é a apresentação de
seus atributos. Os principais atributos de Deus enfatizados no AT são resumidos
aqui em algumas passagens que os apresentam com mais clareza. Estas estão
entre as maiores afirmações teológicas do AT.

Criador

“Aquele que forma os montes, cria o vento e revela os seus pensamentos ao


homem, aquele que transforma a alvorada em trevas, e pisa sobre as montanhas
da terra; o SENHOR, o Deus dos Exércitos, é o seu nome.” Amós 4:13

Sábio

"O Senhor me criou como o princípio de seu caminho, antes das suas obras mais
antigas; fui formada desde a eternidade, desde o princípio, antes de existir a
terra. Nasci quando ainda não havia abismos, quando não existiam fontes de

59
águas; antes de serem estabelecidos os montes e de existirem colinas eu nasci.
Ele ainda não havia feito a terra, nem os campos, nem o pó com o qual formou
o mundo. Quando ele estabeleceu os céus, lá estava eu, quando traçou o
horizonte sobre a superfície do abismo, quando colocou as nuvens em cima e
estabeleceu as fontes do abismo, quando determinou as fronteiras do mar para
que as águas não violassem a sua ordem, quando marcou os limites dos
alicerces da terra, eu estava ao seu lado, e era o seu arquiteto; dia a dia eu era
o seu prazer e me alegrava continuamente com a sua presença. Eu me alegrava
com o mundo que ele criou, e a humanidade me dava alegria.” Provérbios 8:22-
31

Único

"Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a
imagens o meu louvor. Vejam! As profecias antigas aconteceram, e novas eu
anuncio; antes de surgirem, eu as declaro a vocês". Isaías 42:8,9

Santo

“Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o


Senhor, o Deus de vocês, sou santo. ” Levítico 19:2

Transcendente

“Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus


caminhos são os meus caminhos", declara o Senhor. Assim como os céus são
mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os
seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus
pensamentos. ” Isaías 55:8,9

Justo

“Assim diz o Senhor: "Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em
sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em
compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor, e ajo com lealdade, com
justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado", declara
o Senhor. ” Jeremias 9:23,24

Compassivo

60
“Mas foram desobedientes e se rebelaram contra ti; deram as costas para a tua
Lei. Mataram os teus profetas, que os tinham advertido que se voltassem para
ti; e te fizeram ofensas detestáveis. Por isso tu os entregaste nas mãos de seus
inimigos, que os oprimiram. Mas, quando foram oprimidos, clamaram a ti. Dos
céus tu os ouviste, e na tua grande compaixão deste-lhes libertadores, que os
livraram das mãos de seus inimigos. Mas, tão logo voltavam a ter paz, de novo
faziam o que tu reprovas. Então os abandonavas às mãos de seus inimigos para
que dominassem sobre eles. E, quando novamente clamavam a ti, dos céus tu
os ouvias e na tua compaixão os livravas vez após vez. ” Neemias 9:26-28

Deus da aliança

“E agora, ó Israel, que é que o Senhor seu Deus pede de você, senão que tema
o Senhor, o seu Deus, que ande em todos os seus caminhos, que o ame e que
sirva ao Senhor, ao seu Deus, de todo o seu coração e de toda a sua alma, e
que obedeça aos mandamentos e aos decretos do Senhor, que hoje lhe dou
para o seu próprio bem?” Deuteronômio 10:12,13

Leal

“Dêem graças ao Senhor, porque ele é bom. O seu amor dura para sempre!”
Salmos 136:1

Redentor:

“Vocês são minhas testemunhas", declara o Senhor, "e meu servo, a quem
escolhi, para que vocês saibam e creiam em mim e entendam que eu sou Deus.
Antes de mim nenhum deus se formou, nem haverá algum depois de mim. Eu,
eu mesmo, sou o Senhor, e além de mim não há salvador algum. Eu revelei,
salvei e anunciei; eu, e não um deus estrangeiro entre vocês. Vocês são
testemunhas de que eu sou Deus", declara o Senhor. ” Isaías 43:10-12

FALSAS DICOTOMIAS

Uma vez em foco a imagem de Deus no AT, é possível concluir que as diferenças
entre a natureza de Deus no AT e no NT têm sido simplistas ou superficiais.

Juiz versus Salvador

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É comum ouvir que no AT o Senhor pode ser considerado um Deus de juízo e
castigo, ao passo que no NT ele é representado como o Deus de amor e
salvação. Isto é uma dicotomia inadequada, Quando consideramos o período
histórico descrito no AT e testemunhamos a paciência de Deus com Israel
durante períodos de até séculos apesar da violação profunda e clara dos termos
mais básicos da aliança, seria uma falha se queixar do juízo divino. Sua graça é
evidente em atos de revelação, criação, livramento e restauração, que enchem
as páginas do AT. Somente uma leitura mais superficial e míope das Escrituras
poderia obscurecer esses grandes aspectos da teologia do AT à sombra dos
poucos atos extraordinários de julgamento divino, como as dez pragas ou a
destruição dos cananeus.

Lei versus graça

Outro contraste muito mencionado entre os dois Testamentos é que o AT é


época da lei e o NT é a época da graça. E comum ouvir pregadores se referirem
à “era da lei” ou à “era da graça”. Aqui também há controvérsias. Lei e graça não
são dois extremos. A lei foi oferecida por Deus para ajudar os israelitas a
entender que a natureza divina deveria afetar a forma como eles agiam. Lei é
graça no sentido de que a outorga da lei foi um ato da graça; contudo, é diferente
da graça que oferece salvação individual nas Escrituras do NT.

“Lei” é um termo aplicável à revelação e chegou por meio do povo “revelador” de


Deus. A “graça” aplicada à salvação individual é outorgada ao povo
“soteriológico” de Deus (isto é, os salvos pela fé em Cristo). Portanto, comparar
lei e graça cria uma falsa dicotomia. A Lei mostra a Israel como Deus deseja que
eles vivam como povo da aliança. Deuteronômio mostra que mesmo os israelitas
entendiam que a lei era um instrumento divino para revelar seu caráter e sua
natureza como base para a conduta. A moralidade se baseia em Deus e não
muda.

Da mesma forma, a graça relativa à salvação individual oferecida ao povo de


Deus no NT não é totalmente nova no período apostólico. A relação da fé
individual com Deus é importante em todo o AT. Mas como o foco do AT está no
povo revelador, há pouca informação sobre fé ou salvação pessoal. A verdadeira

62
dicotomia não é lei versus graça, mas povo revelador de Deus versus povo
soteriológico de Deus.

O TEMA CENTRAL DO ANTIGO TESTAMENTO

Não se pode ignorar a opinião do próprio Jesus: muitos autores do AT falaram


dele (Lc 24.27,44; Jo 5.39,46; 12.41). No entanto, deve-se entender o que Jesus
queria dizer com esse tipo de afirmação. Certamente ele não estava afirmando
que todas as frases do AT se referiam a ele. Mas, nas colocações feitas nesses
contextos, ele parecia ter em mente mais que as profecias messiânicas óbvias.
A sugestão mais plausível é que Cristo falava da maneira que seu ministério —
e especialmente sua morte expiatória — tiveram papel central no plano de Deus
(Mt 5.17; Mc 10.45); e isso havendo iniciado na criação e vislumbrado por todo
o AT. Essa ideia é apoiada em geral pelo ensinamento de Cristo sobre o Reino,
mas é mais evidente em versículos como Lucas 19.10. O fato de a obra de Cristo
ser essencial para o plano de Deus e de esse plano ser o tema mais preeminente
no AT justifica a terminologia ampla usada por Jesus quanto ao seu
relacionamento com o AT.

63
BIBLIOGRAFIA

HILL, Andew E. Panorama do Antigo Testamento/ Andrew E. Hill, Jhon H. Walton.


São Paulo: Editora Vida, 1995.

ARNOLD, Bill T. Descobrindo o Antigo Testamento/ Bryan E. Beyer, Bill T. Arnold,


Robert W. Yarbrough, Walter A. Elwell. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001.

SCHULTZ, Samuel J. Curso Vida Nova de Teologia Básica. Panorama do Antigo


Testamento. São Paulo: Editora Vida Nova, 2008.

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PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO – ANEXO:

GÊNESIS
Autor............... Moisés, segundo a tradição.
Data................ 1450-1410 a.C
Propósito........ Mostrar como surgiu o mundo e tudo que ele contém, a fim de explicar o
desejo de Deus de ter um povo separado para adorá-lo.
Temas............ Origem do mundo, humanidade, pecado, a nação de Israel, a soberania
e fidelidade de Deus, obediência e bênção.
Palavras-chave: Criação, aliança, genealogia.

ÊXODO
Autor................ Moisés, segundo a tradição.
Data................. 1450-1410 a.C
Propósito......... Registrar os eventos da libertação de Israel do Egito e seu
desenvolvimento como nação.
Temas............. A soberania de Deus, orientação, redenção, aliança com Israel,
obediência.
Palavras-chave: Libertação, sacrifício, sinal, tabernáculo, santuário.

LEVÍTICO
Autor............... Moisés, segundo a tradição.
Data................ 1445-1444 a.C
Propósito......... Descrever os deveres dos levitas na adoração e ensinar aos israelitas
como viver de modo santo.
Tema............... A santidade de Deus e a santidade na vida cotidiana.
Palavras-chave: Santidade, oferta, sacrifício.

65
NÚMEROS
Autor............... Moisés, segundo a tradição
Data................ 1450-1410 a.C
Propósito......... Contar como Israel foi preparado para entrar na Terra Prometida, como
eles pecaram e foram castigados e como voltaram a entrar na terra.
Temas............. Rebelião, fé, justiça e fidelidade de Deus.
Palavras-chave: Censo, murmuração, pureza, tabernáculo.

DEUTERONÔMIO
Autor.............. Moisés, segundo a tradição, exceto o resumo final, possivelmente escrito
por Josué.
Data................ 1407-1406 a.C
Propósito......... O livro é um apelo em favor da obediência a Deus motivados pelo amor
e temor.
Temas............. A obediência traz a bênção; a desobediência, a maldição.
Palavras-chave: Aliança, obedecer, lembrar, abençoado, amaldiçoado.

JOSUÉ
Autor............... Josué, segundo a tradição judaica, exceto o fim, possivelmente escrito
pelo sumo sacerdote Finéias.
Data................ 1380 a.C
Propósito........ Descrever a a conquista da Terra Prometida pelo povo de Israel.
Temas............. Obediência, fé, orientação, liderança piedosa.
Palavras-chave: Obediência, aliança, coragem.

JUÍZES
Autor............... Samuel, segundo a tradição judaica.
Data................ Incerta, talvez cerca de 1000 a.C
Propósito........ Mostrar os problemas com a falta de uma autoridade central em Israel, as
consequências do pecado e a disposição de Deus em resgatar os que se
arrependem.
Temas............. Transigências, infidelidade, castigo, pecado, arrependimento, livramento.
Palavras-chave: Fez o mal, clamou, libertou, julgou, Espírito do Senhor.

66
RUTE
Autor............... Samuel, segundo a tradição judaica, embora a genealogia sugira que foi
escrito após a sua morte.
Data................ 1350-1050 a.C
Propósito......... Mostrar que Deus recompensa os que nele confiam.
Temas............. Fidelidade, bondade, integridade, proteção e bênção de Deus.
Palavras-chave: Soberania, o Todo-Poderoso, Redentor.

1o SAMUEL
Autor............... Alguns sugerem Samuel, os profetas Natã e Gade e o sacerdote Abiatar
Data................ Entre 931 e 722 a.C
Propósito......... Registrar a vida do último juiz de Israel, Samuel, o reinado e o declínio
da nação de Israel
Temas............. Israel rejeita a Deus como rei e líder, deixando de render-lhe obediência
e fidelidade de Deus.
Palavras-chave: Samuel, Saul, Davi,

2o SAMUEL
Autor............... Alguns sugerem Zabude, o filho de Natã, Gade e o sacerdote Abiatar.
Data................ Entre 931 e 722 a.C
Propósito........ Registrar a história do reinado de Davi.
Temas............ Prosperidade sob Davi, liderança ideal, justiça, as consequências do
pecado.
Palavras-chave: Davi, Natã, Absalão, Joabe, Bate-Seba.

1o REIS
Autor............... Incerto; alguns atribuem a Jeremias ou a um grupo de profetas
Data................ Provavelmente entre 560 e 538 a.C
Propósito........ Contrastar a vida dos reis piedosos e ímpios e demonstrar as
consequências da idolatria e da perversidade.
Temas............. Idolatria, o templo, reis bons e maus, o pecado e suas consequências.
Palavras-chave: Rei, casa, profeta.

67
2o REIS
Autor............... Incerto; alguns atribuem a Jeremias ou a um grupo de profetas
Data................ Provavelmente entre 560 e 538 a. C
Propósito......... O mesmo que 1 Reis.
Temas............. Lições provenientes da ruína de Israel e de Judá.
Palavras-chave: Rei, casa, profeta.

1o CRÔNICAS
Autor............... Esdras, segundo a tradição judaica.
Data................ Provavelmente entre 425 e 400 a. C
Propósito......... Unificar o povo de Deus, traçar as raízes do rei Davi e das doze tribos e
ensinar que a verdadeira adoração deve ser o centro da nossa vida.
Temas............. A história de Israel como povo escolhido de Deus, as proezas do rei
Davi, a verdadeira adoração, o templo e os sacerdotes.
Palavras-chave: Rei, casa, Davi, Jerusalém, sacerdote.

2o CRÔNICAS
Autor............... Esdras, segundo a tradição judaica.
Data................ Provavelmente entre 425 e 400 a. C
Propósito......... Encorajar e exortar a nação para a verdadeira adoração a Deus.
Temas............. Recompensas da fidelidade, consequências do pecado, o templo,
reforma, colapso nacional, restauração.
Palavras-chave: Rei, casa, Davi, Jerusalém, sacerdote.

ESDRAS
Autor............... Esdras, segundo a tradição judaica.
Data................ 538-457 a. C
Propósito......... Mostrar a fidelidade de Deus na restauração do seu povo.
Temas............. A volta dos exilados a Jerusalém, a reconstrução do templo.
Palavras-chave: Construir, a boa mão do Senhor, a Casa do Senhor.

NEEMIAS
Autor............... Neemias.
Data................ Cerca de 430 a. C

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Propósito........ Descrever a volta dos exilados a Jerusalém, a reconstrução dos muros
da cidade e a exortação ao povo para permanecer às leis de Deus.
Temas............. Visão, liderança, oração, arrependimento e reavivamento.
Palavras-chave: Construir, a boa mão do Senhor, a Casa do Senhor.

ESTER
Autor.............. Mordecai, segundo a tradição, embora alguns sugiram Esdras ou
Neemias, baseados nas semelhanças do estilo de escrita.
Data................ Cerca de 430 a.C
Propósito......... Demonstrar a soberania de Deus e o cuidado amoroso com seu povo.
Temas............. Trabalho em equipe que moldou uma nação.
Palavras-chave: Humildade, interdependência, temor de Deus.


Autor............... Incerto, talvez Moisés ou Salomão; outros atribuem ao próprio Jó.
Data................ Desconhecida. Alguns dos eventos registrados sugerem que tenha sido
escrito durante o período dos patriarcas, cerca de 2000-1800a. C
Propósito........ Demonstrar a soberania de Deus e tratar do problema do sofrimento dos
inocentes.
Temas............ Sofrimento dos inocentes, soberania de Deus, bondade de Deus,
arrogância humana.
Palavras-chave: Pecado, justiça.

SALMOS
Autor……….... Segundo a tradição judaica, Davi escreveu 73 salmos; os filhos de Coré
escreveram 9; Salomão escreveu 2; Hemã ,com os filhos de Coré,
escreveram 1 cada um; e 51 salmos são anônimos. O NT atribui 2 dos
salmos anônimos - Salmos 2 e 95 - a Davi, conforme At 14.25 e Hb 4.7
Data…………. Entre a época de Moisés, cerca de 1440a. C e o cativeiro na Babilônia,
em 586a.C
Propósito…..... Oferecer poesia para expressar louvor, adoração e confissão a Deus.
Temas……….. Louvor, perdão, agradecimento, confiança, reverência a Deus e à
criação.
Palavras-chave: Júbilo, misericórdia, benignidade, amor, louvor, inimigos, Senhor.

69
PROVÉRBIOS
Autor............... Salomão, com trechos escritos por Agur e pelo rei Lemuel.
Data................ Cerca de 950 a.C, com trechos de 720 a.C
Propósito......... Aplicar sabedoria divina à vida diária e oferecer instrução moral.
Temas............. Princípios universais para uma vida sábia.
Palavras-chave: Sabedoria, conhecimento, entendimento, instrução, temor do Senhor.

ECLESIASTES
Autor............... Salomão, segundo a tradição judaica.
Data................ Possivelmente próxima à morte de Salomão, por volta de 935 a.C
Propósito......... Ensinar que a vida sem Deus não tem sentido.
Tema............... A busca por algo de verdadeiro valor nesta vida.
Palavras-chave: Vantagem, vaidade, debaixo do sol, aflição de espírito.

CANTARES DE SALOMÃO
Autor............... Salomão, segundo a tradição judaica. Este livro tem sido severamente
criticado por causa de sua linguagem sensual. Seu direito a um lugar na
Bíblia tem sido defendido por muita gente religiosa de todas as épocas.

ISAÍAS
Autor............... Isaías.
Data................ Cerca de 700-690 a.C
Propósito........ Chamar a nação de Judá de volta a Deus e contar o propósito de Deus
de salvar a humanidade por meio do Messias.
Temas............. Santidade, castigo, salvação, vinda do Messias, esperança.
Palavras-chave: Salvação, Redentor, justiça, paz, consolo.

JEREMIAS
Autor............... Jeremias ou seus seguidores.
Data................ 626-586 a.C
Propósito......... Exortar o povo para que se arrependa dos seus pecados e se volte
novamente para Deus.
Temas............. Consequências do pecado, juízo iminente, a soberania de Deus, novo
coração, restauração.

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Palavras-chave: Arrependimento, restauração.

LAMENTAÇÕES
Autor............... Jeremias, segundo a tradição judaica.
Data................ 587a.C
Propósito......... Registrar as consequências do pecado e mostrar o sofrimento de Deus.
Temas............. Destruição de Jerusalém, consequências do pecado, misericórdia de
Deus.
Palavras-chave: Dificuldades, angústia, pecado, oração.

EZEQUIEL
Autor............... Ezequiel.
Data................ 593-573 a.C
Propósito........ Anunciar a destruição de Jerusalém e sua restauração.
Temas............. Santidade de Deus, pecado, restauração, adoração, novo templo.
Palavras-chave: Julgamento, bênção, responsabilidade moral e individual.

DANIEL
Autor............... Daniel.
Data................ 605-535 a.C
Propósito......... Demonstrar que Deus é soberano sobre toda a terra e encorajar os
judeus a permanecerem fiéis a Deus apesar da perseguição.
Temas............. Deus controla o destino de todas as nações.
Palavras-chave: Reis, reinos, visões, sonhos.

OSÉIAS
Autor............... Oséias.
Data................ 753-715 a.C
Propósito......... Ilustrar o amor de Deus pelo seu povo pecador.
Temas............. A infidelidade de Israel, o juízo de Deus, o amor de Deus, a restauração.
Palavras-chave: Pecado, julgamento, amor

JOEL
Autor............... Joel.

71
Data................ 835-796 a.C
Propósito......... Advertir sobre o juízo de Deus se o povo não se arrependesse dos seus
pecados.
Temas............. Castigo, perdão, promessa do Espírito.
Palavras-chave: O grande e temeroso Dia do Senhor.

AMÓS
Autor............... Amós.
Data................ 760-750 a.C
Propósito......... Pronunciar o juízo de Deus sobre Israel por sua complacência, idolatria e
opressão dos pobres.
Temas............. Complacência, justiça social, religião superficial.
Palavras-chave: Julgamento e justiça.

OBADIAS
Autor............... Obadias.
Data................ 586 a.C
Propósito........ Condenar Edom pela sua cruel traição a Jerusalém.
Temas............ Traição, justiça, orgulho.
Palavras-chave : Dia, Dia do Senhor.

JONAS
Autor............... Jonas, segundo a tradição judaica.
Data................ Cerca de 785-760 a.C.
Propósito........ Mostrar que Deus quer que todos o conheçam.
Tema.............. A compaixão de Deus por todos os seres humanos.
Palavras-chave: Levanta, preparado, arrependimento.

MIQUÉIAS
Autor............... Miquéias.
Data................ 704-696 a.C
Propósito......... Advertir o povo de Deus de que o juízo estava próximo e oferecer perdão
a todos os que se arrependessem.
Temas............. Líderes perversos, injustiça, a vinda do Messias, restauração.

72
Palavras-chave: Pecado, Filha de Sião, compaixão.

NAUM
Autor............... Naum.
Data................ 663-654 a.C
Propósito........ Pronunciar o juízo de Deus sobre a Assíria.
Temas............. Juízo, vingança, justiça.
Palavras-chave: Mal, exterminar, ''Eis que estou contra ti''.

HABACUQUE
Autor............... Habacuque.
Data................ 622-589 a.C
Propósito......... Mostrar a soberania de Deus apesar do aparente triunfo do mal.
Temas............. Questionando Deus, soberania de Deus, esperança.
Palavras-chave: Fé, ai.

SOFONIAS
Autor............... Sofonias.
Data................ 640-621 a.C
Propósito........ Tirar o povo de Judá da sua complacência e em seu retorno a Deus.
Tema.............. A ira de um Deus amoroso.
Palavras-chave: Dia do Senhor, o Senhor está no meio de Ti.

AGEU
Autor............... Ageu.
Data................ 520 a.C
Propósito......... Chamar o povo para completar a reconstrução do templo.
Temas............. As prioridades certas, acabamento do templo.
Palavras-chave: A Casa do Senhor, considerai, glória.

ZACARIAS
Autor............... Zacarias.
Data................ 520-475 a.C
Propósito........ Dar esperança ao povo de Deus com a vinda do Messias.

73
Temas............. Reconstrução do templo, restauração, a vinda do Messias.
Palavras-chave: Jerusalém, Dia do Senhor, Aquele dia.

MALAQUIAS
Autor............... Malaquias.
Data................ 430 a.C
Propósito........ Confrontar o povo com seus pecados, adoração fingida e corrupção, e
restaurar sua comunhão com Deus.
Tema.............. Reafirmação do amor e da justiça de Deus.
Palavras-chave: Mensageiro, sacerdotes, sol da justiça, Dia do Senhor.

74
PLANO DE LEITURA DA BÍBLIA EM UM ANO

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO


1. Gênesis 1-3 01. Jó 15-20 1. Levítico 22-23 01. Dt. 16-18 1. Juízes 16-18 01.1 Crônicas 6-7
2. Gênesis 4-7 02. Jó 21-27 2. Levítico 24-25 02. Dt. 19-21 2. Juízes 19-21 02. Crônicas 8-9
3. Gênesis 8-10 03. Jó 28-32 3. Levítico 26-27 03. Dt. 22-24 3. Rute 1-4 03. 2 Sm 1-3
4. Gênesis 11-14 04. Jó 33-37 4. Hebreus 1-6 04. Dt. 25-27 4. João 1-3 04. 2 Sm 4-6
5. Gênesis 15-18 05. Jó 38-42 5. Hebreus 7-10 05. Dt. 28 5. João 4-5 5. 1 Crônicas 10-12
6. Gênesis 19-21 6. Êxodo 1-3 6. Hebreus 11-13 06. Dt. 29-31 6. João 6-7 6. 1 Crônicas 13-16
7. Gênesis 22-24 7. Êxodo 4-6 7. Números 1-2 07. Dt.32-34 7. João 8-9 07. 2 Sm 7-10
8. Gênesis 25-26 8. Êxodo 7-9 8. Números 3-4 08. 1 Co 1-4 08. João 10-11 08. 1 Crônicas 17-21
9. Gênesis 27-29 9. Êxodo 10-12 9. Números 5-6 09. 1 Co 5-8 09. João 12-14 09. 2 Sm 11-12
10. Gênesis 30-31 10. Êxodo 13-15 10. Números 7 10. 1 Co 9-11 10. João 15-17 10. 2 Sm 13-14
11. Gênesis 32-34 11. Êxodo 16-18 11. Números 8-10 11. 1 Co 12-14 11. João 18-19 11. 2 Sm 15-17
12. Gênesis 35-37 12. Êxodo19-21 12. Números 11-13 12. 1 Co 15-16 12. João 20-21 12. 2 Sm 18-19
13. Gênesis 38-40 13. Êxodo 22-24 13. Números 14-15 13. Josué 1-3 13.1 Sm 1-2 13. 2 Sm 20-22
14. Gênesis 41-42 14. Êxodo 25-27 14. Números 16 14. Josué 4-6 14.1 Sm 3-6 14. 1 Crônicas 22-24
15. Gênesis 43-45 15. Êxodo 28-29 15. Números 17-18 15. Josué 7-9 15.1 Sm 7-9 15. 1 Crônicas 25-27
16. Gênesis 46-47 16. Êxodo 30-32 16. Números 19-20 16. Josué 10-11 16.1 Sm 10-12 16. 2 Samuel 23-24
17. Gênesis 48-50 17. Êxodo 33-35 17. Números 21-22 17. Josué 12-14 17.1 Sm 13-14 17. 1 Crônicas 28-29
18. Mateus 1-4 18. Êxodo 36-38 18. Números 23-25 18. Josué 15-17 18.1 Sm 15-16 18. Salmos 1-9
19. Mateus 5-7 19. Êxodo 39-40 19. Números 26-27 19. Josué 18-20 19.1 Sm 17-18 19. Salmos 10-17
20. Mateus 8-10 20 .Gálatas 1-3 20. Números 28-29 20. Josué 21-22 20.1 Sm 19-20 20. Salmos 18-22
21. Mateus 11-12 21 .Gálatas 4-6 21. Números 30-31 21. Josué 23-24 21.1 Sm 21-23 21. Salmos 23-30
22. Mateus 13-14 22. Levítico 1-4 22. Números 32-33 22. 2 Co 1-4 22.1 Sm 24-25 22. Salmos 31-35
23. Mateus 15-17 23. Levítico 5-7 23. Números 34-36 23. 2 Co 5-9 23.1 Sm 26-28 23. Salmos 36-40
24. Mateus 18-20 24. Levítico 8-10 24. 1 Ts. 1-5 24. 2 Co 10-13 24. 1 Sm 29-31 24. Salmos 41-47
25. Mateus 21-22 25. Levítico 11-13 25. 2 Ts. 1-3 25. Juízes 1-2 25. Rm 1-3 25. Salmos 48-54
26. Mateus 23-24 26. Levítico 14-15 26. Dt. 1-2 26. Juízes 3-5 26. Rm 4-7 26. Salmos 55-60
27. Mateus 25-26 27. Levítico 16-18 27. Dt. 3-4 27. Juízes 6-7 27. Rm 8-10 27. Salmos 61-68
28. Mateus 27-28 28. Levítico 19-21 28. Dt. 5-7 28. Juízes 8-9 28. Rm 11-13 28. Salmos 69-73
29. Jó 1-4 29. Dt. 8-10 29. Juízes 10-11 29. Rm 14-16
29. Salmos 74-78
30. Jó 5-9 30. Dt. 11-12 30. Juízes 12-15 30. 1 Crônicas 1-2
31. Jó 10-14 31. Dt. 13-15 31. 1 Crônicas 3-5
30. Salmos 79-85

JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO


1. Salmos 86-90 01. Colossenses 1-4 1. Oséias 1-6 1. 2 Crônicas 25-27 01. Ob. e Hab. 1-3 1. Ezequiel 44-46
2. Salmos 91-98 02. 1 Reis 12-13 2. Oséias 7-14 2. 2 Crônicas 28 02. Lm 1-5 2. Ezequiel 47-48
3. Salmos 99-104 03. 2 Crônicas 10-13 3. Isaías 1-3 3. 2 Crônicas 29-32 3. 1 João 1-4 3. Tiago 1-5
04. Salmos 105-107 04. 1 Reis 14-16 4. Isaías 4-7 04. 2 Reis 18-20 4. 1 Jo 5 e 2 e 3 Jo 4. Esdras 1-3
05. Salmos 108-118 05. 2 Crônicas 14-16 5. Miquéias 1-4 05. 2 Reis 21-22 5. Daniel 1-2 5. Esdras 4-6
06. Salmos 119 06. 1 Reis 17-18 6. Miquéias 5-7 6. 2 Crônicas 33-34 6. Daniel 3-4 06 .Ageu 1-2
07. Salmos 120-135 07. 1 Reis 19-20 07. 2 Reis 14-17 7. Sofonias 1-3 7. Daniel 5-6 7. Zacarias 1-5
08. Salmos 136-142 08. 1 Reis 21-22 8. 1 Pedro 1-5 8. Naum 1-3 8. Daniel 7-9 8. Zacarias 6-9
09. Salmos 143-150 9. 2 Crônicas 17-20 9. 2 Pedro e Judas 9. Jeremias 1-2 9. Daniel 10-12 9. Zacarias 10-14
10. Filipenses 1-4 10. 2 Reis 1-3 10. Isaías 8-11 10. Jeremias 3-4 10. Apocalipse 1-3 10. Ester 1-3
11. Fm e Efésios 1-3 11. 2 Reis 4-5 11. Isaías 12-17 11. Jeremias 5-7 11. Apocalipse 4-8 11. Ester 4-6
12. Efésios 4-6 12. 2 Reis 6-8 12. Isaías 18-22 12. Jeremias 8-10 12. Apocalipse 9-13 12. Ester 7-10
13. 1 Reis 1-2 13. 2 Crônicas 21-24 13. Isaías 23-27 13. Jeremias 11-13 13. Apocalipse 14-17 13. Neemias 1-3
14. 1 Reis 3-5 14. 2 Reis 9-10 14. Isaías 28-30 14. Jeremias 14-16 14. Apocalipse 18-22 14. Neemias 4-6
15. 1 Reis 6-7 15. Joel 1-3 15. Isaías 31-35 15. Jeremias 17-19 15. Ezequiel 1-3 15. Neemias 7-8
16. 1 Reis 8 16. Atos 1-3 16. Isaías 36-37 16. 1 Timóteo 1-6 16. Ezequiel 4-7 16. Neemias 9-11
17. 2 Crônicas 1-2 17. Atos 4-6 17. Isaías 38-41 17. Jeremias 20-22 17. Ezequiel 8-11 17. Neemias 12-13
18. 2 Crônicas 3-5 18. Atos 7-8 18. Isaías 42-44 18. Jeremias 23-25 18. Ezequiel 12-14 18. Esdras 7-10
19. 2 Crônicas 6-7 19. Atos 9-10 19. Isaías 45-48 19. Jeremias 26-28 19. Ezequiel 15-16 19. Malaquias 1-4
20. 2 Crônicas 8-9 20. Atos 11-13 20. Isaías 49-52 20. Jeremias 29-30 20. Ezequiel 17-19 20. Lucas 1
21. 1 Reis 9-11 21. Atos 14-15 21. Isaías 53-57 21. Jeremias 31-32 21. Ezequiel 20-21 21. Lucas 2-3
22. Provérbios 1-5 22. Atos 16-17 22. Isaías 58-61 22. Jeremias 33-35 22. Ezequiel 22-23 22. Lucas 4-5
23. Provérbios 6-10 23. Atos 18-19 23. Isaías 62-66 23. Jeremias 36-38 23. Tito 1-3 23. Lucas 6-7
24. Provérbios 11-14 24. Atos 20-21 24. Marcos 1-3 24. 2 Timóteo 1-4 24. Ezequiel 24-26 24. Lucas 8-9
25. Provérbios 15-18 25. Atos 22-24 25. Marcos 4-5 25. Jeremias 39-41 25. Ezequiel 27-29 25. Lucas 10-11
26. Provérbios 19-22 26. Atos 25-26 26. Marcos 6-7 26. Jeremias 42-44 26. Ezequiel 30-32 26. Lucas 12-13
27. Provérbios 23-27 27. Atos 27-28 27. Marcos 8-9 27. Jeremias 45-48 27. Ezequiel 33-35 27. Lucas 14-16
28. Provérbios 28-31 28. 2 Reis 11-13 28. Marcos 10-11 28. Jeremias 49-50 28. Ezequiel 36-37 28. Lucas 17-18
29. Eclesiastes 1-6 29. Jonas 1-4 29. Marcos 12-13 29. Jeremias 51-52 29. Ezequiel 38-40 29. Lucas 19-20
30. Eclesiastes 7 30. Amós 1-4 30. Marcos 14-16 30. 2 Reis 23-25 30. Ezequiel 41-43 30. Lucas 21-22
31. Cant.Salomão 1-8 31. 2 Crônicas 35-37 31. Lucas 23-24

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