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ARTIGO ORIGINAL | ORIGINAL ARTICLE 1117

A percepção do usuário sobre a


abordagem de uma equipe de residentes
multiprofissionais
User perception on the approach of a team of multidisciplinary
residents

Carolina Vieira Tomanik Adolpho1, Ieda Maria Ávila Vargas Dias2, Mariana Chaves Aveiro3, Ana
Cláudia Freitas de Vasconcelos4

RESUMO Estudo qualitativo realizado com o objetivo de identificar e analisar as percepções


dos usuários acompanhados por uma equipe de residentes multiprofissional. Os dados foram
coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, sendo posteriormente submetidos à
análise temática que permitiu a construção de três categorias: 1) É diferente, vem com a gente!;
2) Surpresa boa não é aquela que não se espera, é aquela que não se esquece; 3) Críticas: o
despertar de potências. A conclusão mostra que aparentemente a abordagem multiprofissio-
nal, com tendência interprofissional, vivenciada pelos sujeitos entrevistados envolveu fatores
positivos, apesar das barreiras para a efetivação desta prática.

PALAVRAS CHAVE Pessoal de saúde; Corpo clínico hospitalar; Integralidade em saúde;


Assistência ao paciente; Educação em saúde.

ABSTRACT Qualitative study aiming to identify and analyze the perceptions of users accom-
panied by a team of Multidisciplinary residents. Data were collected through semi-structured
interviews and later submitted to thematic analysis which allowed the construction of three ca-
tegories: 1) It is different, come along!; 2) a good surprise is not that which is not expected, but
that which will not be forgotten; 3) reviews: the awakening of powers. The conclusion shows
1 Universidade
that apparently the multidisciplinary approach, with inter-professional tendency, experienced
Federal
de São Paulo (Unifesp) – by interviewees involved positive factors, despite the barriers to the realization of this practice.
Santos (SP), Brasil.
c_tomanik@yahoo.com
KEYWORDS Health personnel; Medical staff, hospital; Integrality in health; Patient care;
2 Universidade de Brasília Health education.
(Unb) – Brasília (DF),
Brasil.
vargasdias@hotmail.com

3 Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp) –
Santos (SP), Brasil.
mariana.aveiro@unifesp.br

4 SecretariaMunicipal
de Santos – Santos (SP),
Brasil.
anavasconcelos@santos.
sp.gov.br

DOI: 10.1590/0103-110420161070517 SAÚDE DEBATE | Rio de Janeiro, v. 40, n. 107, P. 1117-1126, OUT-DEZ 2015
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Introdução em equipe e a efetivação de práticas renova-


doras (SALVADOR ET AL. 2011).
Em 2004, na região nordeste do País, foram Ribeiro (2015) traz em sua revisão a refle-
iniciadas as discussões entre instituições xão de que no meio profissional é necessá-
de ensino e o Ministério da Saúde que cul- rio apresentar resolubilidade; para tal, as
minaram na criação das residências multi- equipes de trabalho devem organizar suas
profissionais. A motivação surgiu a partir tarefas. Nesse sentido, o trabalho em equipe
do movimento de implementação de novas integrado tem sido apontado como o mais
diretrizes curriculares para os cursos de adequado para atingir melhores resulta-
saúde, que tiveram como objetivo adequar a dos, partindo do ponto de que quanto mais
formação de profissionais competentes para mentes se unem para um mesmo propósi-
o Sistema Único de Saúde (SUS). A partir to, mais soluções satisfatórias tendem a ser
desse processo, as residências multipro- desenvolvidas. A autora aponta ainda que
fissionais foram criadas com base em uma o trabalho em equipe na saúde é de maior
proposta anteriormente apresentada pelo complexidade por lidar diretamente com
Departamento de Atenção Básica em 1999. vidas e que, então, não se espera algo con-
Tal proposta consistiria em programas de tábil, matemático ou exato. É um processo
formação nos quais fossem preservadas as que evolui e muda ao longo dos dias, o que o
especialidades de cada profissão envolvida, torna altamente dinâmico.
porém seria criada uma área comum, vincu- Nesse contexto, Peduzzi (2007) aponta in-
lada aos conceitos de saúde pública, acresci- tegralidade e interdisciplinaridade como ca-
dos de valores, como a promoção da saúde, racterísticas fundamentais para se trabalhar
a integralidade da atenção e o acolhimento em equipe de saúde. Tais características se
(BRASIL, 2006). contrapõem ao modelo biomédico e ao tra-
Segundo Pinho (2006), entre as décadas de balho individualizado por profissional, como
1970 e 1990, surge e se potencializa o concei- a integração, a democratização das relações
to de qualidade em saúde, o qual está intima- de trabalho e a integralidade e cuidado
mente relacionado com a integralidade da em saúde.
assistência. Nesse sentido, a integralidade, Para contextualização deste trabalho,
um dos princípios do SUS, é definida na Lei torna-se importante que fique clara a dife-
8.080/90. renciação entre multiprofissional e inter-
profissional, pois apesar da nomenclatura
como um conjunto articulado e contínuo das do programa no qual esta pesquisa foi rea-
ações e serviços preventivos e curativos, in- lizada ser multiprofissional, em seu projeto
dividuais e coletivos, exigidos para cada político-pedagógico consta que as práticas
caso em todos os níveis de complexidade do seriam voltadas à forma interprofissional de
sistema. (BRASIL, 1990). trabalho. Nesse sentido, a proposta de tra-
balho desenvolvida consistia na avaliação,
A educação multiprofissional e o traba- no planejamento e na condução dos proje-
lho em saúde, desenvolvidos por equipes tos terapêuticos compartilhados entre os
multiprofissionais, têm sido descritos como profissionais das várias áreas da saúde que
instrumentos para efetivar a integralidade os compõem.
no cuidado em saúde. Além disso, as resi- Pesquisando este tema, encontrou-se que
dências multiprofissionais são apontadas a forma multiprofissional de trabalho con-
como um potente processo formativo que siste em diferentes áreas coexistirem lado a
possibilita a construção de um saber coleti- lado diante de uma questão, porém sem in-
vo, ampliando as possibilidades do trabalho teração para conduzi-la; enquanto a forma

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interprofissional permite o compartilhar, e à saúde, torna-se importante atentar para as


não somente complementar o trabalho do percepções deste em relação ao atendimento
outro, existindo troca e ações desenvolvidas que recebe. Isso justifica a realização deste
em conjunto (FURTADO, 2007). estudo, que teve como objetivo identificar
A forma interprofissional vem com o e analisar as percepções dos usuários que
intuito de combater o atual e intenso pro- foram acompanhados por uma equipe de re-
cesso de especialização profissional (PEDUZZI, sidentes de um programa multiprofissional,
2011). Considerando que a tendência das es- nos anos de 2013 e 2014.
pecialidades é trabalhar de forma fragmen-
tada, na qual o contato com as outras áreas
fica restrito a encaminhamentos, que não há Métodos
construção conjunta de avaliação e elabora-
ção de condutas, a organização interprofis- O presente estudo trata de uma pesquisa
sional parece ser mais potente para efetivar de abordagem qualitativa. Esta abordagem
a integralidade na atenção à saúde. preocupa-se não só com o agir, mas também
Tendo em conta que as atividades de- com o pensar e o interpretar das ações dos
senvolvidas pelos residentes do programa, seres humanos e da natureza a partir de uma
campo de estudo deste trabalho, se apro- realidade vivida (POLIT; HUNGLER, 2010).
ximam de uma interprofissionalidade, foi Os dados foram coletados entre julho
possível vivenciar momentos de troca de e dezembro de 2014. O instrumento utili-
saberes entre os profissionais envolvidos. zado foi a entrevista semiestruturada, que
Essa prática tende a promover um atendi- combina perguntas abertas e fechadas com o
mento integral para o usuário e, consequen- intuito de aprofundar o tema relacionado ao
temente, maior resolubilidade devido ao objeto de estudo. Após a assinatura do Termo
olhar ampliado dessa abordagem. de Consentimento Livre e Esclarecido, as
Ao se tratar de interprofissionalidade, entrevistas foram gravadas e transcritas
Batista (2012) coloca que a falta de definição integralmente.
precisa; a existência de resistências institu- As entrevistas foram conduzidas a partir
cionais docentes e discentes; os embaraços de nove perguntas norteadoras, as quais
curriculares; as iniciativas simplificadas objetivaram investigar as percepções dos
como estratégia de redução de custos e even- entrevistados sobre trabalho em equipe,
tuais problemas com corporações profis- as sensações provocadas nos indivíduos a
sionais são obstáculos para implementar partir da relação com a equipe durante o
programas de formação interprofissional. acompanhamento oferecido, assim como a
Apesar das dificuldades descritas, a autora percepção de diferenças entre a abordagem
reforça que esse modelo de trabalho em recebida nesse contexto em relação à que
equipe deve ser defendido, pois, além de ser normalmente se encontra em outros servi-
resolúvel, está totalmente relacionado com ços de saúde.
os princípios e diretrizes do Sistema Único Foram estabelecidos como critérios de
de Saúde (SUS). inclusão: o sujeito ser voluntário, maior de
Nesse contexto, encontraram-se na litera- idade e ter sido acompanhado pelas equipes
tura estudos e relatos de experiências sobre de residentes pelo período mínimo de um
equipes multiprofissionais, porém, entre mês. O número de sujeitos envolvidos foi de-
estes, pouco se tem sobre a perspectiva do terminado pelo ponto de saturação teórica,
usuário que foi atendido nesse modelo de que significa a repetição das respostas, ou
abordagem. Considerando-se que o usuário é seja, as falas dos sujeitos não apresentarem
o principal sujeito quando se trata de atenção

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mais nada novo ou diferente do que já tenha gente!; 2) Surpresa boa não é aquela que não
sido levantado. se espera, é aquela que não se esquece; 3)
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Críticas: o despertar de potências. Essas ca-
Ética em Pesquisas com Seres Humanos da tegorias serão descritas a seguir.
Universidade Federal de São Paulo com o
parecer número 458.275 de acordo com a É diferente, vem com a gente!
Resolução 466/2012 do Conselho Nacional
de Saúde. Para garimpar a percepção dos usuários
Após a coleta dos dados, estes foram ana- sobre a atuação em equipe, acreditou-se que
lisados por meio da Análise Temática, que, seria interessante verificar se os sujeitos per-
segundo Minayo (2009), consiste em realizar cebiam ou não que os profissionais que os
as transcrições das entrevistas e suas obser- atendiam constituíam uma mesma equipe.
vações, seguida da leitura e releitura delas. Nessa questão, a totalidade dos participan-
A seguir, foi realizada a codificação dessas tes referiu que sim, o que é salutar, pois esse
informações, que consistiu em identificar reconhecimento oferece um pertencimento
palavras, frases, temas ou conceitos persis- a uma equipe. Além de que, o usuário re-
tentes, destacando aqueles referentes ao fe- conhecer os profissionais da equipe que o
nômeno. A última etapa foi a categorização atende possibilita a criação de um vínculo
dos códigos previamente estabelecidos, na que auxilia na adesão e participação de seu
qual os códigos derivados das entrevistas cuidado (FRANCO JUNIOR ET AL., 2008).
foram agrupados em categorias conforme Algumas falas, inclusive, citavam os
sua similaridade. nomes dos profissionais que compunham a
Este trabalho não apresentou conflito de equipe, mesmo que alguns entrevistados não
interesses e não recebeu suporte financeiro soubessem dizer qual era a categoria profis-
de nenhuma instituição. sional da pessoa. “Uma cuidava da ginástica,
que eu não sei o nome da profissão, tem aquela
que fez os testes comigo, de sensibilidade do
Apresentação e discussão pé” (E8). “É... do negócio de comida, comé
dos resultados que fala? É, elas sempre vinham pergunta né,
o negócio das perna, o negócio de bebe água,
Esta pesquisa contou com 11 participantes: de bebe, né né... essas coisas”. (E9). Ao refletir
9 mulheres e 2 homens. Todos eram usu- sobre tais percepções, surgiu o questiona-
ários ativos do SUS, maiores de 18 anos, mento de que talvez nesse não reconheci-
com residência na região de abrangência mento de categorias profissionais por parte
de uma Unidade Básica de Saúde do muni- dos usuários entrevistados esteja explicito
cípio de Santos (SP). Esses sujeitos foram o resultado de um trabalho interprofissio-
acompanhados pelas equipes do Programa nal. Nesse sentido, é relevante retomar que
de Residência em Atenção à Saúde por mais o prefixo inter representa o compartilhar de
de um mês entre os anos de 2013 e 2014. um mesmo nível de trabalho, de empoderar
Vale ressaltar que a região onde os sujeitos os colegas de equipe com sua área de co-
residem é de grande vulnerabilidade social, nhecimento e, assim, possibilitar a constru-
na qual é comum se deparar com o uso de ção conjunta de novos conceitos e práticas
substâncias ilícitas, além de apresentar altos (FURTADO, 2007).
índices de violência. A aproximação desse conceito leva ainda
A partir da codificação do conteúdo das a refletir que a prática interprofissional pode
entrevistas, surgiram três categorias te- permitir também o rompimento de frontei-
máticas, a saber: 1) É diferente, vem com a ras interespecíficas apontado por Henz et al.

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(2013).
O autor traz que, ao se tratar de pro- orientadas, visando à prevenção de doenças e
cessos de formação, promove-se certa baixa à promoção da saúde. Trata-se de um recurso
da especificidade no cuidado, o que possivel- para que o conhecimento cientificamente
mente tenha dificultado o reconhecimento produzido no campo da saúde, intermediado
das profissões por parte dos usuários. pelos profissionais de saúde, atinja a realidade
Ainda nessa categoria, nutrição e psicologia das pessoas, uma vez que essa aproximação
foram apontadas em alguns discursos como oferece subsídios para que o indivíduo escolha
profissões que surpreenderam os participantes novos hábitos e condutas de saúde (ALVES, 2012).
no sentido de mostrar novas vertentes de abor- Outro dado interessante que compôs
dagem profissional. Nesse sentido, o depoi- essa categoria foi o uso da palavra amizade,
mento abaixo mostra satisfação da usuária com apontado na fala de uma participante diante
a forma de trabalho que lhe foi oferecida pela do questionamento de qual seria a diferença
psicologia, enquanto outras duas apontaram percebida pelo usuário no atendimento que
admiração ao descobrir que a nutrição trata de lhe foi oferecido pela equipe de residentes e
temáticas, como o aleitamento materno, além no que normalmente ele encontra em outros
de ser capaz de oferecer mais do que dietas. serviços de saúde. Este depoimento ilustra
o estabelecimento de vínculo, o qual contri-
[...] Quando eu comecei com a S., com a A., elas bui fortemente para a adesão ao cuidado em
começavam a falar comigo assim coisas do tipo as- saúde por parte dos usuários e consequente
sim ‘Esse é seu problema, voa mais alto, né? Procu- desenvolvimento de sua autonomia (FRANCO
ra ver que o seu problema não é tão grande assim’. JUNIOR ET AL., 2008). “Ah ela virou a minha amiga
Então ela começou a me fazer, através da psicolo- sabia? De verdade! Ela me deu a maior força
gia, ter uma visão mais ampla do que realmente é o no começo. Acho que de amizade” (E11).
trabalho do psicólogo. Então foi muito importante, Nesse contexto, vale destacar ainda falas
foi muito boa, nessa parte foi muito boa. (E1). que referiram palavras de forte significa-
ção, como realização e humanização. Esses
“A nutrição, eu gosto de nutrição. Eu não sabia dados possivelmente indicam resultados de
que no meio das gestantes assim tinha assim, do dedicação e empenho por parte das equipes,
aleitamento, entendeu?” (E2). “Nutrição. [...] Ah, da busca pelo cuidado integral dos usuários
ajudar mais do que isso, né?! Aconselhar a comer e por incentivo a mudanças de um sistema
direito, né?! Sem exagero. Não comer muito sal de saúde que precisa transpor o arcabouço
também nas refeições. Senão a pressão alta, a teórico e contemplar efetivamente de forma
diabetes e os negócio”. (E6). igualitária toda a população.
A julgar pela interação entre profissional e
usuário como determinante da qualidade da Realizada! Realizada! Que se não fossem vocês eu
resposta assistencial, é possível associar que a não conseguiria chegar ao meu objetivo. Foi fun-
ampliação do conhecimento dos entrevistados damental no momento que eu estava passando,
referente às vertentes de atuação de algumas porque sem o apoio e o carinho de vocês eu não
profissões está intimamente relacionada com teria passado pela minha gestação. (E7).
os princípios da educação em saúde. Além de,
consequentemente, favorecer a autonomia dos Então vocês trouxeram esse lado do posto, que
usuários, pois, a partir do momento que um aqui tem, alguns posto não tem isso não. A pes-
conceito faz sentido para o indivíduo, ele passa soa precisa, tá doente, ela precisa de um pouco
a estar empoderado para tomar decisões pen- de atenção. Né?! Quem que não quer carinho?
sadas, e não de senso comum (CECCIM, 2014). [...] Ah, o lado humano no posto de saúde?! Que
O conceito de educação em saúde con- a gente não conhecia. Atenção, carinho, mostrar
siste em um conjunto de saberes e práticas pra eles, mostrar pra gente que a gente precisa

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procurar o médico, que a gente precisa se cuidar, voltada para suas dificuldades financeiras
que a gente precisa se tratar. (E8). que, no desenvolvimento da questão, utili-
zando uma interessante analogia, mostra que
Vale destacar que na fala supracita- considerou uma prática em saúde o cuidado
da fica ainda sugerida a preocupação por com suas dívidas e suas dificuldades de orga-
parte das equipes em empoderar os usuá- nização monetárias.
rios para que tenham autonomia sobre seu
próprio cuidado. Mas isso é uma coisa que me surpreendeu... ahh...
A partir das falas destacadas, foi pos- o interesse de cada um querer ajudar você nas...
sível associar as emoções, sensações em várias setores da sua vida né?! Até nisso, né?!
e percepções expressas nos discur- Nessa parte financeira, dessa dificuldade que eu
sos dos usuários à Política Nacional de tive [...]. É como se fosse uma engrenagem que não
Humanização, pois esta apresenta que está batendo legal, né?! Então se você tem toda
a escuta qualificada possibilita analisar uma equipe, que você está tentando, todo mundo
a demanda e, assim, garantir a atenção tentando ajustar né, para que ela funcione direi-
integral, aspectos estes que estão embu- tinho... a coisa vai funcionar... a sua saúde acaba
tidos no processo de acolhimento (BRASIL, tendo uma melhora significativa nisso. (E1).
2008). Nesse sentido, a aparição da palavra
acolhedor no discurso dos usuários indica Outras participantes se surpreenderam
que tais características podem ter sido en- com o fato de os profissionais das equipes
contradas na atenção oferecida. que as acompanhavam terem se disposto a
Nesta análise, surgiram algumas inquie- acompanhá-las no parto.
tações a partir da reflexão de que para ter
sido elaborado um documento que culmi- Então elas sempre iam lá falar com a minha mãe
nasse na construção de uma política pública como que eu estava, ia e voltava. Então assim, isso
em defesa da humanização nos serviços de pra mim foi surpreendente porque eu não imagina-
saúde, algum fator motivador disparou tal va, eu nunca tinha ouvido falar de ninguém assim
necessidade. Talvez a ausência dessa carac- que ficava. Eu sabia que ficava alguém, mas não
terística no campo de trabalho ou ainda a in- imaginava que fosse ficar ali comigo tanto tempo.
satisfação dos usuários em relação à atenção Não sei se eu dei sorte também, que eu falo assim
que recebem em saúde. Questiona-se então que às vezes eu acho que eu dei sorte. (E2).
a significação de carinho e acolhimento pre-
cisarem ser respaldados por um documento
para se tornarem direitos da população. Todo, o aleitamento materno, o fato de vocês ta-
rem me acompanhando psicologicamente, de ta-
Surpresa boa não é aquela que não se rem indo comigo no Naps, ééé... A C. ter ido no
espera, é aquela que não se esquece meu parto, ter me acompanhado no momento. A
C., a A., vocês terem me acompanhado no pré-
Com a finalidade de perscrutar mais in- -parto. Terem me acompanhado. (E7).
formações sobre a temática, pensou-se em
perguntar se alguma ação realizada pelas É possível perceber ainda na fala acima
equipes que os acompanhavam os surpre- que a surpresa circunda no acompanhamen-
endeu. Nesse ponto, surgiram rendosas to que lhe foi concedido de forma geral, não
informações que formaram a categoria em só no momento do parto. Um conceito de in-
questão. teressante relação com o acompanhamento
Na fala abaixo, é evidenciada a surpresa é a continuidade do cuidado que, aparente-
da participante frente à atenção da equipe mente, a entrevistada associa à equipe.

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Nesse contexto, Cunha e Giovanella (2011) representaram nada. Sabe qual foi? Setenta e sete
apontam que uma relação pessoal entre o pro- primavera. Meu aniversário. E elas... E essas meni-
fissional e o paciente não é uma exigência para na trouxeram um bolo. Trouxeram refrigerante de
garantia do devido acompanhamento, uma vez acerola e cantaram parabéns pra mim [emocio-
que bons registros podem suprir a necessida- nado]. Não, me surpreendi porque foi uma coisa
de de informação para tal. Todavia, não é uma nova né?! [...] Eu gostava do atendimento, o, o, do
realidade em todos os serviços a realização de preparo delas. Não, porque atendimento mesmo eu
registros confiáveis que garantam a continui- não vi nenhum. [...] Atendimento mesmo eu num
dade do cuidado de seus usuários. Ademais, vi. [...] Porque esse negócio que eu te falei do para-
existem queixas referentes à dificuldade de béns... Isso eu acho que não é uma ação em saúde,
recursos humanos em unidades de saúde. Tal mas eu fiquei satisfeito porque foi uma alegria que
discussão sugere que seria interessante pensar me deu. (E3).
na realização de registros adequados que asse-
gurem a continuidade do cuidado dos sujeitos,
questão esta que está intimamente relaciona- Elas até vieram cantar parabéns pra mim! Essa me
da com a atenção integral em saúde, que é um surpreendeu! Acredite-me mesmo! [...] Não espe-
direito dos brasileiros segundo a Lei 8.080. rava porque nunca foi feito pra mim né?! Não es-
Na fala abaixo, a participante aponta que perava, porque nos outros anos não foi feito isso, foi
se surpreendeu a todo o momento, porém no- feito esse ano, no dia 13 de novembro. (E10).
tou-se no desenrolar de seu discurso que, apa-
rentemente, o que realmente a surpreendeu Ainda nesse quesito, deparou-se com
foi a mudança gerada a partir da relação que certa contradição de pensamentos, pois o
estabeleceu com a equipe. Esse dado fortalece participante inicia seu pensamento referin-
a discussão a despeito da autonomia gerada a do que o atendimento oferecido pela equipe
partir do vínculo (FRANCO JUNIOR ET AL., 2008). foi bom e no desenvolvimento do raciocínio
revela que não reconhece como atendimento
Todo momento, sabe?! Todo momento. Eu melho- as propostas que lhe foram oferecidas.
rei muito. Eu tô mais feliz, eu tô mais tranquila. Eu
tô me, me tratando mais [...] Você me via fazendo Pra ser franco o atendimento que elas me presta-
essas coisas? Não! Eu aprendi que eu posso viver, ram, com essas que são residente, foi muito bom.
que eu posso ser feliz, independente das minhas [...] Não, o que eu posso dizer dessa parte que
limitações. Claro, eu faço tudo dentro daquilo que elas ainda não estão capacitadas pra assistência
eu posso. Vocês me ensinaram isso. [...] Mas eu da saúde. [...] Mas elas não tão prestando atendi-
não queria. É isso que você não entende, que a mento à saúde ainda. [...] Não porque nessa parte
gente não qué. Vocês mostraram o caminho pra ainda tá faltando algo que nem eu não sei mais ou
gente querer. (E8). menos descrever. As residente não fizeram servi-
ço. Nesse aspecto. De fazer curativo… (E3).
Ainda se tratando de ações que sur-
preenderam os usuários, destaca-se a co- É plausível considerar que os dados acima
memoração com bolo e parabéns em seus apresentam significativa assimetria de opini-
aniversários. Entretanto, é importante res- ões diante de uma mesma ação. Tal diferença
saltar que, referente a essa ação, um partici- desencadeou reflexões que circundam o que
pante aponta no decorrer de sua fala que não os usuários consideram como práticas/ações
a considerou como uma ação em saúde. em saúde ou não.
É interessante que, ao ser questionado
A minha maió alegria desse mês, que nem meus sobre ações em saúde, um dos participantes
filho, nem minha ex-mulher, nem meus neto, não reconhece apenas ações ligadas à doença.

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Nesse âmbito, é provável que o conceito de de compreensão ou de certo conformismo


atendimento corrobore a relação apontada por não perceber melhorias. Na verdade,
por Degani (2008) de que as doenças são pas- essas diferenças que circundam a apatia
síveis de terapêutica, ou seja, ações aplicadas e a manutenção de certas cristalizações
em corpos individuais, como ingestão de me- nas atuações profissionais cotidianas de-
dicamentos e troca de curativo. veriam ser estudadas conforme sugere
Cabe aqui ressaltar ainda como são in- Degani (2008).
trigantes as diferenciadas concepções do Nesse sentido, a fala abaixo desperta
processo saúde-doença, considerando que atenção, pois o entrevistado revela certo
alguns participantes ainda têm seus hori- temor de que os integrantes da equipe mul-
zontes fechados para essa questão, enquanto tiprofissional, ainda em processo de forma-
outros parecem ter visões mais ampliadas. ção pela residência, mudem sua postura ao
serem inseridos no mercado de trabalho.
Críticas: o despertar de potências
Tem meninas que é bem aproveitada porque elas
No momento de categorizar os dados, têm uma, como é que se diz, uma, uma vontade
notou-se que, em diferentes perguntas, de... mas vamos vê se vai continua assim né?! A
foi encontrado algum grau de crítica por diferença aqui é o seguinte, que elas tão na facul-
parte dos participantes. Tendo em vista dade, elas amanhã, se elas terminam a residência,
que críticas são ferramentas indispensá- aí chega amanhã tem um concurso e elas passam
veis para o crescimento e construção em no concurso aí vão fazer a mesma coisa que... (E3).
saúde, julga-se importante trazê-las para
discussão neste trabalho. A forma como o profissional adere ao
Vale destacar que os participantes, ao abor- sistema é uma importante questão que
darem o atendimento oferecido pelas equipes demanda oportunas reflexões, bem como a
multiprofissionais, chegaram a fazer compa- preocupação referida na fala a seguir de que
rações com o atendimento recebido em outros o residente possa ser influenciado negativa-
serviços de saúde que não dispõem dessa mente pelos exemplos vivenciados no serviço.
oferta. É interessante notar que, ao mesmo “Ela é acima, ela é acima e os residente que
tempo em que elogiam o atendimento pres- estão ali com ela tomando experiência, orien-
tado pelas equipes multiprofissionais, justifi- tação, vai acabar seguindo a cabeça dela” (E3).
cam os demais serviços pela impossibilidade No corolário dessa questão, destaca-se
de ofertar esse tipo de atendimento, alegando que o participante, ao expressar que o mau
a grande demanda como impeditivo: atendimento além de gerar conflitos pode
ser perpetuado, revela que sentiu mudança
Às vezes a pessoa quando você vai procurar elas na equipe do serviço após a inserção das
são meio... Não sei se é porque estão ocupadas equipes multiprofissionais do Programa de
demais. São meio frias às vezes. [...] Aí as pesso- Residência, atribuindo a estes profissionais
as ficam muito ocupada, às vezes a pessoa quer o papel de multiplicadores.
te atender melhor mas não pode, né?! (E2).
Se você é mal atendido vai gerar briga, vai gerar
“[...] eu percebo isso mais no fundo no discussão. Se você é bem atendido, um pouquinho
fundo não é nem pra perceber, porque lá tem de carinho da pessoa… [...] O corpo de enfermeiro
que ser assim mesmo, porque é uma multi- aí, mudou por causa de vocês, eles não eram as-
dão de gente não é verdade?” (E9). sim não. Desde a primeira equipe que veio a gente
Nesse ponto, surge uma inquietação ao sentiu a mudança deles. Desde a primeira equipe,
se pensar se os sujeitos assumem a postura foi mudando devagarinho. (E8).

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A percepção do usuário sobre a abordagem de uma equipe de residentes multiprofissionais 1125

Nesse contexto, Albuquerque (2008) Indubitavelmente, os serviços de saúde


aponta que a articulação entre ensino e encontram diversas dificuldades no cotidia-
serviço pode ser propulsora para mudança no de suas atividades, como déficit de recur-
de práticas profissionais. Então, acredita-se sos humanos e grande demanda, porém tais
que os estudantes, ao utilizarem de suas fatores não justificam as questões apontadas
vivências e conhecimentos adquiridos nas pelos participantes nesta discussão.
práticas em saúde, assumem uma postura
que vai além da formação profissional e
acabam por contagiar aqueles que traba- Considerações finais
lham no mesmo ambiente.
Para finalizar, houve interesse em A partir da apresentação e discussão dos dados,
indagar se os sujeitos julgavam interessan- acredita-se que o trabalho em questão atingiu
te que existisse uma equipe como as que os objetivos propostos e trouxe alguns pontos
os acompanharam em outros serviços de da visão daqueles que melhor podem revelar
saúde, e neste ponto, a maioria referiu que a abordagem multiprofissional em saúde: os
sim. Nesse contexto, na fala abaixo é ex- usuários. Ademais, o material abre frentes de
pressa a percepção da importância em ter discussão referentes à atenção à saúde.
as informações relacionadas à saúde devi- Aparentemente, a abordagem multiprofissio-
damente explicadas e retoma um ponto in- nal, com tendência interprofissional, vivenciada
dicado anteriormente, sobre suposta falta pelos sujeitos entrevistados nesta pesquisa
de tempo dos funcionários dos serviços envolveu fatores positivos, porém, conforme
como fator dificultador para tal. encontrado na literatura, ainda existem barrei-
ras para a efetivação dessa prática nos serviços
Ah sim, muito, muito mesmo. Devia ter uma equi- de saúde e até na consagração de cursos para
pe assim, eu acho. Porque assim, não é sempre essa formação. Nesse âmbito, considera-se im-
que você chega aqui e você... ninguém... é difícil a portante que mais estudos sejam feitos com o
pessoa vim te explicar as coisas, porque eles nem intuito de sugestionar as implicações promovi-
têm tempo de explicar nada. (E5). das por tal forma de trabalho. s

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Recebido para publicação em junho de 2015
Versão final em setembro de 2015
Conflito de interesses: inexistente
FURTADO, J. P. Equipes de referência: arranjo ins-
Suporte financeiro: não houve
titucional para potencializar a colaboração entre

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