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São Paulo
2015
Jessica Fernanda de Souza
Clarissa Feder
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Sumário
Introdução .............................................................................................................. 4
Biblioteca ............................................................................................................ 5
Onde Estão as Bibliotecas e onde estão aqueles que precisam dela? ................ 11
Conclusão ............................................................................................................ 20
Bibliografia............................................................................................................ 21
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Introdução
Hoje, se você perguntar a qualquer brasileiro onde fica a biblioteca mais próxima.
Acredito que nenhum deles vai saber indicar. Imagine então as crianças.
Por quê? Simplesmente porque atualmente elas não são utilizadas. Com o
crescimento das mídias digitais, os livros virando e-books, jornais sendo lidos em
tablet’s e o acesso à internet quase ilimitado, as bibliotecas que antes eram fonte
de informação hoje estão esquecidas.
Porém toda essa fonte de informação digital está disponível á quanto por cento da
população? E aqueles que não têm um leitor digital, e aqueles que mal sabem
usar um computador, ou aquele que luta por meses para conseguir um
smatphone mesmo que não tenha tantas funções como um de última geração, ou
até mesmo quem não tem esses pensamentos porque não sabe nem quando
será a sua próxima refeição?
É desse grupo de pessoas que quero abordar neste trabalho, aqueles que não
têm acesso a essa informação digital, mas que podem ter acesso a bibliotecas, só
que não fazem o uso dela, principalmente por não saber que elas existem, ou por
não terem acesso fácil a nenhuma delas.
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O que é uma Biblioteca, quais os tipos e quem cuidam
delas?
Biblioteca vem da palavra grega βιβλιοϑήκη. Composta por dois termos biblion
que significa livro e theca que significa depósito. Hoje é visto como um lugar para
guardar informações mais precisamente. Já foi muito usado para fonte de
pesquisas quando a internet era cara de mais para a população. Mesmo ela ainda
ter esse proposito não tem esse uso com frequência.
A Primeira Biblioteca Pública em São Paulo foi inaugurada em 1926 na rua Rua 7
de Abril, n. 37
Sob a inspiração de Paulo Duarte e comando de Mario de Andrade foi elaborado
um projeto para estruturar as atividades culturais na cidade através da criação de
um Departamento de Cultura. Pelo ato n. 861 de 30 de maio de 1935 consolidou-
se a ideia viabilizada por Antonio Alcântara Machado e Sergio Milliet, entre outros.
Nas Décadas de 1950/60 formou-se a rede de bibliotecas de bairro, com ênfase
em acervos voltados para o público infanto-juvenil. Essa expansão incorporou ao
município dezenas de novas bibliotecas existentes até hoje [1].
Tipos de Biblioteca
Elas estão organizadas em:
BIBLIOTECA NACIONAL: Tem por função reunir e preservar toda produção
bibliográfica do país. Em cada país existe uma Biblioteca Nacional.
Bibliotecas-Pólo: São cinco bibliotecas em São Paulo que funcionam como
coordenadorias regionais e pólos de recebimento, tratamento técnico do acervo e
distribuição de material para as bibliotecas de sua região.
Biblioteca Comunitária: Espaço de incentivo à leitura e acesso ao livro. É criada
e mantida pela comunidade local, sem vinculo direto com o Estado.
Biblioteca Escolar: Tem por objetivo atender os interesses de leitura e
informação da sua comunidade e trabalha em consonância com o projeto
pedagógico da escola a qual está inserida.
Biblioteca Universitária: Tem por objetivo apoiar as atividades de ensino,
pesquisa e extensão por meio de seu acervo e dos seus serviços.
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Biblioteca Especializada e Centro de Referencia: Voltada a um campo
específico do conhecimento. Bibliotecas especializadas que atuam com o foco no
acesso, disseminação, produção e utilização da informação para um determinado
público.
Bibliotecas de Bairro: que oferecem livros de literatura e informação, revistas,
gibis, mangás, multimídia e outros. Ente elas existem doze bibliotecas temáticas
que possuem um acervo especifico para programações culturais.
As bibliotecas dos CEUs: Centros Educacionais Unificados – são unidades
multidisciplinares, destinadas tanto ao público escolar quanto à comunidade em
geral.
Caixa-estante: Serviço móvel de leitura e extensão que conta com um acervo
variado e visa atender comunidades com dificuldade de acesso às bibliotecas. É
instalado em associações de bairro, entidades ou empresas.
Ônibus-Biblioteca: Serviço criado para atender a bairros desprovidos de
bibliotecas, facilitando o acesso à informação.
Bosque da Leitura: O Bosque da Leitura é um ambiente cultural alternativo
localizado em parques da cidade que incentiva a leitura, facilita o acesso à
informação e estimula a aprendizagem contínua dos cidadãos.
Pontos de Leitura: Espaços criados em bairros desprovidos de equipamentos
culturais ou de difícil acesso a Bibliotecas Públicas [2].
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Um livro ou uma refeição?
Sempre penso a respeito de livros, pois se trata de uma paixão pessoal, minha
preferencia é essa. Ao invés de comprar roupas ou sapatos, não preciso pensar
duas vezes ao escolher adquirir um livro recentemente lançado.
Sabemos que isso não acontece com todos, inclusive, poucas garotas na minha
idade pensam assim, mas há algumas. Todavia se alguém que tenha apenas,
mesmo que um leve interesse por livros e não pudesse obtê-los por causa de seu
custo?
Muitas vezes nos perguntamos ou até mesmo achamos os livros um pouco caros,
mas tudo depende de que é feito esse livro. O cálculo é bastante justo se
olharmos:
• O material;
• A tiragem (em torno de 3.000 a 5.000) para livros menos populares;
• Divisão de lucros:
A Editora fica com aproximadamente 35 %.
O autor com de 8 % a 10%, que dividirá sua porcentagem com o
Agente Literário que ganha 20% em cima do lucro do autor.
A Gráfica com 5%.
A Distribuidora com cerca de 10%.
E quem mais lucra são as Livrarias que recebem 40% do valor do
livro.
Algo importante que podemos salientar é que livros não pagam impostos,
especialmente se ele for importado [3]. O valor alto que um livro importado tem
provavelmente se deve ao frete, mais o custo normal do livro.
Agora que vimos como fica a divisão, podemos facilmente perceber que um livro
em torno de R$29,00 a R$39,00 (em média), não tem seu valor alto se
comparado com seus custos.
Novamente me pergunto, e uma pessoa que precisa de R$29,00 a R$39,00 para
comprar comida ela escolheria comprar um livro?
Muitos defensores, dirão que uma pessoa de classe baixa tem facilmente acesso
a livros sem ser pela compra.
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Por exemplo, o governo que disponibiliza livros, de domínio publico, para
download. São milhares de livros e essa é uma forma de cumprir com o que está
escrito na constituição.
O próprio Prefeito, na época Ministro da Educação cita:
“Desta forma, também pretende contribuir para o desenvolvimento da educação e
da cultura, assim como, possa aprimorar a construção da consciência social, da
cidadania e da democracia no Brasil [4].”
Mas e quem não tem acesso à internet?
A forma mais básica que um cidadão deveria ter acesso à informação e a cultura
seria nas escolas, mas o mesmo não é disponibilizado devido à precariedade do
sistema. Então porque não utilizar as bibliotecas, que mantém milhares de
exemplares à disposição? Claramente os governantes não irão se responsabilizar
pela falta de incentivo a leitura já que eles disponibilizam os materiais. Mas em
que condições estão esses supostos materiais.
Em exemplo prático que nossos políticos poderiam se basear é a Reading
Agency. Uma instituição filantrópica cuja missão é dar a todos as mesmas
oportunidades na vida, ajudando as pessoas a se tornarem leitores
entusiasmados e confiantes. Que apoia programas de alfabetização, bibliotecas e
indivíduos e incentiva o ato da leitura.
Importante sobre a instituição:
Trechos retirados do site da instituição com o intuito de mostrar as ferramentas
utilizadas e o tipo de motivação oferecido à população [5].
Nós defendemos bibliotecas públicas no Reino Unido, porque eles dão a todos
uma chance igual para se tornar um leitor.
Nossos programas são entregues em parceria com os 4.134 bibliotecas
públicas (incluindo bibliotecas móveis) no Reino Unido, para que possamos
chegar à direita para as comunidades locais para chegar a leitores e pessoas
que precisam de apoio para se tornar leitores. Veja também o nosso trabalho
com outros parceiros.
98% das bibliotecas do Reino Unido participam do Desafio de Verão.
12.000 pessoas tomaram o livro Desafio Seis* através das bibliotecas
públicas.
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*Desafio Seis consiste em motivar pessoas a lerem seis livros e anotarem suas
experiências em uma espécie de diário.
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Nova estratégia para as bibliotecas
Nos últimos dez anos, as bibliotecas foram modernizadas e evoluíram, com
resultados impressionantes. Eles oferecem agora serviço social para
incentivar a leitura por prazer. Mais esforço tem sido focado no trabalho
infantil e empréstimos de livros infantis aumentaram durante os últimos sete
anos. 77% de 5 a 10 anos de idade agora usam a biblioteca.
Criamos recursos em evidências, de defesa comum, para mostrar a
diferença que as bibliotecas fazem em suas comunidades.
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Onde Estão as Bibliotecas e onde estão aqueles que
precisam dela?
Elas existem segundo o governo são 6.102 bibliotecas públicas municipais,
distritais, estaduais e federais, nos 26 estados e no Distrito Federal[6], sendo:
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Como podemos ver pelos gráficos acima, é substancial o número de bibliotecas e
espaços de leituras em funcionamento.
Porém se compararmos com o número de habitantes segundo informações do
IBGE em 2013 vê que mesmo tendo a quantidade de estabelecimentos, eles não
suportam nem em 0,5% da população.
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Em comparação as grandes comunidades de São Paulo as bibliotecas ficam
distribuídas desta forma, podemos perceber que todas as regiões da Cidade
estão defasadas e não atendem o mínimo da população [10].
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*Todos os gráficos acima foram realizados com a listagem de Bibliotecas Públicas, sem Espaços de Leitura entre outros
projetos do governo.
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Projetos do governo que incentivam a Cultura
Mesmo que o governo está em débito com a população existem programas que
incentivam a cultura.
Pontos de Leitura
Os responsáveis entendem a necessidade de Bibliotecas mais há lugares onde
há impossibilidades entre outros problemas, sejam financeiros ou por negligencia.
Por isso a Prefeitura de São Paulo disponibilizam pontos de leitura, que surgiram
para suprir a necessidade.
Ônibus – Biblioteca
O Ônibus-biblioteca possibilita que pessoas de bairros mais distantes tenham
acesso a livros, periódicos e gibis. Foram criados de acordo com a ausência de
bibliotecas públicas na região e também por sugestão da população local[11].
Vale – Cultura
Foi criado para beneficiar prioritariamente os trabalhadores que recebem até
cinco salários mínimos. Por mais que talvez a classe real a se beneficiar não seja
a classe baixa. Este programa possibilita os Brasileiros a adquirirem o hábito de
fazer passeios culturais.
Com ele, o trabalhador pode comprar ingressos de teatro, cinema, museus,
espetáculos, shows, circo, CDs, DVDs, livros, revistas, jornais, entre outros. O
Vale-Cultura também poderá pagar mensalidades de cursos de audiovisual,
dança, circo, fotografia, música, literatura, teatro, entre outras atividades
culturais[12].
Entretanto não só o Vale-Cultura, mas também todos os incentivos que são dados
pelo Governo, até que ponto eles são acessíveis a crianças?
Qual o pai que irá permitir que o filho passasse uma noite inteira durante uma
virada cultural desacompanhado? Quanto custaria uma passagem de ônibus para
que uma criança chegasse até um ponto de leitura? Em quantas favelas o ônibus-
biblioteca faz seus trajetos?
Fica clara a lacuna que as autoridades insistem em manter na questão social do
nosso país.
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Acessibilidade nas Bibliotecas
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construção de uma cidade acessível faz‐se necessária complementando assim as
ações pontuais ora executadas por esta Coordenadoria”. [13].
Isso mostra novamente como o acesso a bibliotecas fica mais difícil. Acredito que
a grande maioria não sabe que existem bibliotecas publicas são acessíveis ou
existe conteúdo para esses tipos de deficiência.
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Brasileiros leem ou não leem?
Muitos ainda discutem sobre esse assunto. Conforme pesquisa realizada pelo
Federação do Comércio do Rio de Janeiro sobre os hábitos culturais, indicam que
sete em cada dez brasileiros não tem o hábito da leitura. Ainda indicam que 55%
dos brasileiros responderam que não fizeram nenhuma atividade cultural em
2014[14].
Já há outros que apostam que brasileiro lê sim, conforme dados oficiais do
Ministério da Cultura, que beneficiários do vale-cultura investiram R$12 milhões
em leitura[15].
Mesmo o Brasil ainda apresentarem números estatísticos bem atrás de países
como a Argentina, acredito que ainda temos um longo caminho a percorrer
enquanto houver meninas pedindo doações de livros por que sua cidade não tem
uma biblioteca[16], o conceito prático do que é cultura está muito longe do
esperado.
Um país que negligencia a cultura para dar ênfase ao esporte, precisa seriamente
rever seus conceitos.
No final não interessa se teremos bibliotecas em más condições ou pessoas que
não sabem ler aos 13 anos de idade. Se nós mesmos não promovermos
incentivos dentro de casa ou nas escolas o brasileiro sempre será conhecido pelo
povo do Carnaval, e não por um povo cheio de diversidade Cultural.
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Conclusão
Antes de ler temos que ler com prazer, uma forma de se assegurar que nenhuma
criança gostará de ler é não ter nenhum livro por perto, não dar a eles um lugar
para ler. Bibliotecas são lugares que pessoas vão para obter informação. Livros
são apenas a ponta do iceberg da informação: eles estão lá, e bibliotecas podem
fornecer livros gratuitamente e legalmente. Temos a obrigação de apoiar
bibliotecas. De usar bibliotecas, de encorajar outras pessoas a utilizarem
bibliotecas, de protestar contra o fechamento de bibliotecas. Se você não valoriza
bibliotecas então você não valoriza informação ou cultura ou sabedoria. Você está
silenciando as vozes do passado e você está prejudicando o futuro. Precisamos
mostrar aos outros que ler é uma coisa boa[17].
Para finalizar uso como base a matéria disponibilizada no programa do Fantástico
em que põe um ator vestido de menino de rua em uma movimentada Avenida de
São Paulo. Ao ver as pessoas passeando ele as aborda pedindo livros. Muitos
que passam simplesmente o ignoram, outro a primeira vista também, mas ao
perceber o que ele pede, param e conversam com o garoto. Outros mais
generosos entram na livraria e decidem comprar, ou apenas dispõe do seu tempo
para ler para o garoto [18]. Não basta culparmos os governo, ou os políticos se nós
mesmos não fazemos a nossa parte.
E você o que tem feito para incentivar a leitura?
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Bibliografia
[1] Informações sobre a Primeira Biblioteca de São Paulo – Acesso em 23/04 as
11h00
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/historico/inde
x.php?p=72
21
http://pt.wikipedia.org/wiki/Favelas_na_cidade_de_S%C3%A3o_Paulo
[16] Matéria sobre menina que pede doação de livros - Acesso em 01/05 às
20h00min
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http://tnh1.ne10.uol.com.br/noticia/educacao/2015/04/01/320534/menina-de-sete-
anos-sonha-em-montar-biblioteca-publica-no-sertao
[17] Matéria com entrevista com Neil Gaiman – Acesso em 02/05 às 15h25min
http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/papodequadrinho/2013/10/20/neil-gaiman-por-
que-nosso-futuro-depende-de-bibliotecas-de-leitura-e-de-sonhar-acordado/
[18] Ator se passa por menino de rua e pede um livro ao invés de pedir dinheiro
Acesso em 02/05 às 16h00min
http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/v/ator-se-passa-por-menino-de-rua-
e-pede-um-livro-ao-inves-de-pedir-dinheiro/3629555/
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