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J. M. Moras Cordeiro
Médico Veterinário
Ecunha
Setembro 2011
Iniciativa
Co-financiamento
do criador
Parceiros
de gado
bovino
1
manual
do criador de gado bovino
J. M. Moras Cordeiro
Médico Veterinário
Ecunha
Setembro 2011
Iniciativa
Co-financiamento
Parceiros
FICHA TÉCNICA
Uma iniciativa do Projecto de Relançamento Sustentável da Produção
e Comercialização do Sector Pecuário Privado, Familiar e Empresarial
– Ecunha, Huambo, Angola
Contrato ONG-PVD/2007/134-207
Autoria
J. M. Moras Cordeiro, Médico Veterinário
Edição e revisão
IMVF (Manuel Barcelos)
Co-financiamento
Comissão Europeia e Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento
Setembro 2011
Concepção Gráfica
Matrioska Design, Lda
Impressão e Acabamento
Europress, Lda.
Depósito Legal
Tiragem
200 exemplares
Índice
1. DISPOSIÇÕES GERAIS 5
2. OBJECTIVOS PRODUTIVOS 6
3. SISTEMAS DE PRODUÇÃO 6
4. RAÇAS DE ANIMAIS 7
5. ASPECTOS REPRODUTIVOS 7
5.1. Gestação 7
5.2. Aspectos reprodutivos a ter em conta 8
6. PRODUÇÃO DE LEITE 9
6.1. Ordenha 10
6.1.1. Ordenha manual 10
6.1.2. Ordenha mecânica 12
9. DESMAME 17
16. ALOJAMENTOS 40
16.1. Aspectos gerais 40
16.2. Cubículos 42
16.3. Gestão dos espaços 42
16.4. Ventilação 42
16.5. Iluminação 43
16.6. Incêndios e outras precauções de emergência 43
1.
DISPOSIÇÕES
GERAIS
Este manual aplica-se a todo o gado bovino, independentemente da aptidão
do animal, da sua raça, do tipo e da forma de exploração. A aplicação cor-
recta dos conceitos aqui descritos ajudará a promover e potencializar o bem-
-estar dos animais na exploração bovina e, consequentemente, aumentar o
rendimento final da mesma.
Este plano deverá prever as medidas sanitárias, que abranjam todo o ciclo
anual de produção e incluir estratégias que previnam, tratem ou limitem pos-
síveis problemas existentes de doenças. O plano deverá ainda incluir dados
dos anos anteriores para possibilitar a monitorização e avaliação da saúde e
do bem-estar do efectivo. Os responsáveis pela gestão da exploração deve-
rão assegurar-se de que os animais são cuidados por pessoal em número sufi-
ciente, devidamente motivado e competente. Este pessoal necessitará de ter
conhecimentos adequados, quer através de formação, quer da experiência
adquirida. Os conhecimentos devem abranger, por um lado, as necessidades
dos animais e, por outro, proporcionar os meios de antever e prevenir situ-
ações e assim protegerem os animais de eventuais problemas. Isto significa
que o pessoal necessita de conhecimentos e perícia específicos, a desenvol-
ver pela prática, através do trabalho com um tratador experiente, no sistema
de produção em causa.
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É particularmente importante que os tratadores tenham a capacidade de
prever/estimar os nascimentos e realizar partos simples, caso estas tarefas fa-
çam parte das suas funções. Deverá ser providenciada formação apropriada,
se for necessário que os tratadores realizem tarefas específicas na exploração,
tal como corte de cascos (unhas). Caso contrário, será necessário um Médico
Veterinário ou, para certas tarefas, a contratação temporária de um técnico
treinado e competente. É importante que os animais em pastagem, especial-
mente animais mais jovens, tenham contacto regular com um tratador, de
modo a que não fiquem demasiado assustados quando houver necessidade
de um tratamento ou agrupamento com outros animais. Uma supervisão e
tratamento cuidadosos reduzirão os receios e medos dos animais. O tratador
necessita de conhecer técnicas e dispor de equipamento adequado no caso
de ser necessário apanhar ou conter um animal em pastoreio, que não es-
teja tão habituado a contacto com humanos. Deverá evitar-se a mistura de
grupos diferentes de animais, especialmente quando estes animais possuam
cornos.
2.
OBJECTIVOS
PRODUTIVOS
A - BOVINOS DE CARNE
- Produção de carne de vários tipos (vitela, novilho, vaca) consoante as exi-
gências do mercado consumidor;
- Produção de carne branca, vermelha, carne magra, carne entremeada de
gordura, etc.
B - BOVINOS DE LEITE
- Produção de leite para consumo humano;
- Leite fresco (consumo após fervura), leite pasteurizado;
- Produção de leite para o fabrico de iogurte, queijo, manteiga;
3.
SISTEMAS
DE PRODUÇÃO
A - EXTENSIVO
- Criação dos animais sem qualquer intervenção no campo da saúde animal,
alimentação e controlo reprodutivo.
B – SEMI-INTENSIVO
- Criação dos animais com alguma intervenção do criador no campo da assis-
tência veterinária, da alimentação e do controlo reprodutivo;
C – INTENSIVO
- A criação dos animais está totalmente dependente do criador (saúde, ali-
mentação e reprodução).
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4.
RAÇAS
DE ANIMAIS
A – RAÇAS DE BOVINOS DE CARNE
- Charolês, Brahman, Nelore, Limousine, Africânder, Bonsmara, Santa Ger-
trudis, Hereford, Indubrasil, Aberdeen Angus, etc.
5.
ASPECTOS
REPRODUTIVOS
5.1. GESTAÇÃO
A gestação da vaca é em média 282 dias (com variação entre 270 a 290 dias).
- Num recinto ou pátio que tenha uma área que permita o apoio do tratador;
- Separada dos restantes animais, excepto de outras vacas em trabalho de
parto.
Grande parte dos problemas e perdas durante o parto podem ser evitadas,
desde que garantidas as condições essenciais para o parto. Os tratadores
devem estar:
As vacas que estão a parir não devem ser incomodadas, excepto se houver
indicações de que o processo de parto não está a decorrer normalmente. No
entanto, deve existir uma vigilância adequada. Deve estar disponível espaço
suficiente para permitir que as vacas tenham o seu comportamento normal
durante o parto. Se o espaço for limitado, não deverá abrigar crias com va-
cas, uma vez que vacas mais velhas poderão dominar as áreas para descanso
e alimentação.
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Antes de se utilizar qualquer tipo de meio auxiliar para o parto, a vaca deverá
ser examinada para se verificar se a cria está na posição certa (isto é, a cabe-
ça primeiro, o lado correcto para cima e com a cabeça entre as duas patas
anteriores). Também se deve verificar se a cria não é demasiado grande para
um parto natural, de modo a não causar nenhuma dor ou angústia desneces-
sária quer à mãe, quer à cria. Caso existam dúvidas quanto à posição da cria
ou à possibilidade de um parto natural, deverá procurar-se aconselhamento
junto do Médico Veterinário.
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• Época de cobrição
• Deve-se planificar uma época de monta nos sistemas extensivos de pro-
dução:
• Para evitar que o último terço da gestação (últimos três meses) ocor-
ra no período de maior carência alimentar;
• Para evitar que o parto ocorra no período de carência alimentar;
• Monta natural:
• O touro está junto às vacas e monta as vacas em cio;
• Se houver mais de um touro na manada, não se sabe quem montou
uma determinada vaca, sendo difícil organizar os registos da manada.
• Inseminação artificial:
• É uma técnica em que o operador introduz o sémen retirado de um
touro no útero da vaca em cio;
• As manadas devem estar organizadas, com os registos produtivos e re-
produtivos actualizados.
• Transferência de embriões:
• É uma técnica em que se introduz no útero da vaca um embrião fertili-
zado no laboratório.
• É uma técnica para os sistemas intensivos de produção.
6.
PRODUÇÃO
DE LEITE
O período de produção de leite nas vacas leiteiras é de sete meses (210 dias),
findos os quais deve cessar a produção de leite, para permitir o desenvolvi-
mento normal do feto que está a desenvolver-se no ventre da vaca.
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6.1. ORDENHA
As vacas leiteiras nunca devem ser deixadas por ordenhar ou com úberes
demasiado cheios. O tratador que ordenha vacas deverá ter competência e
experiência, para o efeito. O ideal seria a formação àqueles que ordenham,
que inclui um período de “estágio” orientado por operadores treinados e
competentes.
Para uma contenção adequada das vacas utilize cordas em bom estado de
conservação, limpas e sem alterações, como nós, que possam ferir os ani-
mais.
A contenção deve ser feita amarrando-se as pernas do animal junto com
a cauda.
O ordenhador deve lavar as mãos com sabão e água antes de começar
a ordenhar ou sempre que necessário.
As unhas devem estar sempre aparadas e limpas.
Coloque o bezerro para apoiar.
Amarre o bezerro perto da mãe. Ela fica mais tranquila e permite que o orde-
nhador a ordenhe com facilidade. Esta etapa é necessária se a vaca estiver ha-
bituada à presença do bezerro. Isso ajuda a liberação de hormonas envolvidos
no processo de descida do leite.
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A ordenha manual tem algumas regras que devem ser seguidas por quem faz
a ordenha.
Lave os tetos com água clorada. Lavar os tetos com água clorada reduz o nú-
mero de microrganismos nas mãos do ordenhador e nos tetos. Nunca molhe
as partes mais altas do úbere. Somente os tetos devem ser lavados, usando
a água clorada do balde.
Seque os tetos com papel-toalha. Seque completamente os tetos, usando pa-
pel-toalha descartável, porque gotas de água podem cair no leite durante a
ordenha e contaminá-lo. O leite só deve ser retirado de tetos limpos e secos.
Retire os três primeiros jactos de leite de cada teto para uma caneca de fundo
escuro e observe o seu aspecto.
- Se estiver alterado, com presença de grumos, pus, amarelo ou aquoso,
é sinal de mastite clínica. O leite alterado não pode ir para a bilha ou tanque
de leite. O leite acumulado na caneca durante a ordenha deve ser eliminado.
Ordenhe a vaca. Pode ordenhar um teto de cada vez ou dois tetos ao mesmo
tempo. A retirada do leite deve ser de forma constante e sem interrupção.
Utilize balde semi-aberto ou em meia-lua, em bom estado de conservação
e limpeza e evite que sujeiras caiam no balde durante a ordenha.
Depois de terminada a ordenha limpe os tetos e aplique um desinfectante ou
um líquido protector dos tetos.
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Depois de ordenhar a vaca coe o leite utilizando o filtro de nylon, aço inoxi-
dável, alumínio, ou plástico não tóxico.
A bilha de leite e o filtro devem estar em bom estado de conservação e lim-
peza.
Depois de coar o leite observe o filtro para avaliar a higiene da ordenha.
Coloque a vaca para comer no comedouro.
Se a vaca se deitar logo após a ordenha, os microrganismos podem entrar na
glândula mamária e causar mastite.
Forneça alimentação para as vacas depois da ordenha pois o orifício dos
tetos permanece aberto e só se fecha completamente depois de duas horas.
Arrefeça o leite. O leite deve ser refrigerado a 4 ºC, ou um pouco menos, até
três horas após a ordenha.
Entregue ou coloque o leite o mais rápido possível para resfriar.
Se o leite estiver numa bilha deve entregar até duas horas após a ordenha no
local de recolha do leite.
b) Você sabia?
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temente de serem novas ou não, para controlo da sua correcta operação e
funcionamento, de acordo com as recomendações dos fabricantes. Anual-
mente, um operador treinado e competente deverá efectuar uma verificação
completa a toda a maquinaria, no sentido de avaliar o seu correcto funcio-
namento e para efectuar qualquer reparação ou ajuste quando necessários.
O tempo que as vacas têm de esperar para serem mungidas/ordenhadas deve ser
o menor possível. Os cubículos individuais deverão ter uma dimensão suficien-
te relativamente à corpulência das vacas a ordenhar e para facilitar a entrada
e saída dos animais, com o mínimo de stress. As áreas de entrada e saída da zona
de ordenha, onde os animais tenderão a confluir, deverão ser suficientemente
largas e ter chão não escorregadio para que os animais se movam facilmente.
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7.
INSTALAÇÕES
PARA BOVINOS
DE LEITE
Para a produção de leite é necessário construir algumas instalações, que de-
vem cumprir as regras definidas para esta actividade.
Todos os dados das produções de carne, leite, estrume, etc., devem ser regis-
tados em fichas ou livros próprios.
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7.2.2. Registos reprodutivos
8.
OPERAÇÕES
DE ROTINA
NA CRIAÇÃO
DE BEZERROS
Esta operação deverá ser efectuada numa idade precoce. Todo o pessoal
que efectue esta tarefa deverá estar treinado convenientemente e ter expe-
riência nesta função. Assim que o anestésico local tiver adormecido a área e
o anti-séptico tiver sido aplicado, os tetos a mais deverão ser retirados com
tesouras afiadas e limpas. Qualquer sangramento deverá ser estancado ime-
diatamente.
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• Descorna
• Deve ser feita nos primeiros dias de vida (até trinta dias), sobre os bo-
tões dos chifres:
• Retirar com uma tesoura os pêlos à volta dos botões dos chifres e
aplicar:
• um bastão de substância cáustica
• Termocautério
• Eléctrico
• A fogo
• Castração
• Em função dos objectivos da criação dos bezerros. Normalmente é feita
aquando do desmame:
• Reprodutores para a unidade
• Reprodutores para venda a outros criadores
• Matadouro
• Identificação
• Nos rebanhos puros em que os animais são inscritos no Livro Genea-
lógico, os bezerros são identificados logo após o nascimento, de acordo
com as normas da Associação;
• Brincos
• Colares
• Tatuagem
• Silhuetas
• Fotografias
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Quando se brincam os animais, durante a época mais propícia à existência
de insectos deverão ser tomadas as precauções necessárias para prevenir
irritações e infecções causadas pelos mesmos.
• Pesagem
• Nos rebanhos organizados com livros de registo, os bezerros são pesa-
dos logo após o nascimento, ou às primeiras 24 horas, de acordo com as
normas da Associação;
• Descorna
• Castração
• Identificação
• Pesagem
9.
DESMAME
O desmame deve ser feito entre os 7 e os 9 meses, consoante o desenvol-
vimento das crias a desmamar, o período do ano e a disponibilidade de ali-
mentos no momento do desmame.
• Desmame
• vacas de baixa produção – o vitelo permanece com a vaca até
à altura em que deve ser seca;
• vacas de alta produção – depois dos 4 a 5 meses os vitelos passam
a mamar durante períodos mais curtos, depois em dias alternados, até
que sejam desmamados.
10.
DISPOSIÇÕES
ESPECÍFICAS
10.1. INSPECÇÃO
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- inspeccionar os animais;
- verificar o equipamento;
- resolver qualquer problema que possa surgir inesperadamente.
- o tratador deve conseguir identificar sinais de doença nos bovinos, que
incluem:
• apatia,
• isolamento do grupo;
• comportamento fora do comum;
• alterações na condição física;
• falta de apetite;
• quebra repentina na produção de leite;
• espirros;
• diarreia;
• ausência de ruminação;
• corrimento nasal e/ou ocular;
• produção de saliva em excesso;
• tosse persistente;
• respiração rápida ou irregular;
• comportamento anormal em descanso;
• articulações inchadas;
• coxeiras;
• mamites.
Deverá também prever alguns problemas e reconhecê-los nas suas fases ini-
ciais. Em alguns casos, deverá ser capaz de identificar a causa e resolver
prontamente a situação.
A possibilidade dos animais estarem afectados por uma doença, que deva
ser notificada à Direcção da GADOECUNHA ou às autoridades competentes,
deve ser sempre equacionada. Se a causa do problema não for óbvia, ou se
os primeiros cuidados prestados não forem eficazes, deverá recorrer-se ao
Médico Veterinário, sob risco de se poder estar a causar aos animais sofri-
mento desnecessário.
10.2. MANEIO
Os bovinos devem ser movidos pelo seu próprio passo, sem serem apressa-
dos pelo seu tratador e sem a utilização de outros meios. Deverão ser inci-
tados com cuidado, especialmente em curvas e solos escorregadios. Deverá
ser evitado o barulho, excitação ou força. Não deverá ser exercida pressão,
em qualquer zona particularmente sensível do corpo (como a cabeça, o úbe-
re ou testículos), nem ser exercida violência sobre os animais. Tudo o que se
utilizar para guiar os animais deverá ser concebido e utilizado apenas para
esse fim e não poderá ter pontas afiadas ou pontiagudas. O uso de aparelhos
de descargas eléctricas deve ser evitado ao máximo.
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10.3. ALIMENTAÇÃO DOS ANIMAIS
• Os animais deverão ser alimentados com uma dieta completa que seja
apropriada à sua idade e espécie, e que deverá ser disponibilizada em quan-
tidade suficiente para a manutenção de uma boa sanidade, devendo satisfa-
zer as suas necessidades nutricionais e promover o seu bem-estar.
• A nenhum animal deverá ser disponibilizada alimentação ou bebida, que
contenha qualquer substância, que cause sofrimento desnecessário ou lesão.
• Todos os animais deverão ter acesso a alimentação em intervalos apropria-
dos às suas necessidades fisiológicas (e, em qualquer caso, pelo menos, uma
vez por dia), excepto quando um veterinário, considerar o contrário.
• Todos os animais deverão ter acesso a uma fonte de água adequada e/ou
ser-lhes disponibilizada uma dose adequada de água potável fresca todos os
dias, suficiente para satisfazer as suas necessidades (40 a 45 litros de água por
dia para um animal de 450 Kg).
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10.3.2. Alimentação dos vitelos
FIGURA Nº 7 - Balde biberão FIGURA Nº 8 - Viteleiro com boxes individuais para a criação
para aleitamento dos vitelos. de vitelos.
10.4. FENO
• A época ideal de corte seria aquela em que a forrageira estaria mais ade-
quada para a fenação, sob o aspecto qualitativo e quantitativo.
• Esta época não pode ser definida em termos somente de crescimento ou
de datas de cortes pré-fixadas, mas sim em períodos de descanso da cultura,
condições locais do meio, aspectos económicos, etc.
• É de enfatizar que: a qualidade da forragem à época do corte é de impor-
tância primária na qualidade do feno.
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10.4.3. Etapas de fenação com qualidade
• Ceifar pela manhã, bem cedo, pois não há necessidade de retardar o corte
por causa do orvalho.
• As forrageiras ceifadas logo cedo, embora húmidas pelo orvalho apresen-
tam-se mais secas à tarde do que as ceifadas em horas mais avançadas do dia;
• Ceifar apenas a quantidade que se puder manejar convenientemente, sob as
condições comuns de tempo;
• Em seguida proceder ao acondicionamento quantas vezes necessárias - mí-
nimo de duas passagens;
• Deixar a forragem espalhada por algumas horas, até que ela fique parcial-
mente curada;
• Antes que haja perigo de desprendimento das folhas, a forragem deve ser
amontoada, em pequenas leiras, frouxas, de preferência, com um ancinho de
descarga lateral;
• Caso o tempo esteja propício à fenação, a cura deverá prosseguir nessas
leiras, sendo o feno daí enfardado;
• Poderá ser conveniente, após algumas horas de cura, revirar parcialmente as
leiras para apressar a secagem. Este revolver do feno ainda poderá ser neces-
sário se o feno estiver molhado por causa das chuvas.
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FOTOGRAFIA Nº 5 - Fardos de feno.
10.5. SILAGEM
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FOTOGRAFIA Nº 8 - Colheita de milho forrageiro para silagem com ensiladeira.
11.
TRANSPORTE
DOS ANIMAIS
Os animais devem ser carregados e descarregados usando rampas adequadas
para o efeito, pontes, passadiços ou elevadores, operados de modo a preve-
nir lesões ou sofrimento desnecessários a qualquer animal. O pavimento de
qualquer equipamento de carga e descarga deverá ser construído de modo a
prevenir escorregamentos. Deverão existir, na exploração, as infra-estruturas
necessárias, para encaminhar, carregar e descarregar os animais para, e dos
veículos, com o mínimo stress possível. Os tratadores devem seleccionar os
animais a transportar de modo a não juntar animais naturalmente hostis,
animais com cornos e outros sem cornos, machos e fêmeas.
12.
SANIDADE
ANIMAL
A manutenção de um bom estado sanitário é o principal requesito e o mais
acessível para o efectivo bem-estar dos animais. No conjunto de medidas
que asseguram e protejem a saúde dos animais incluem-se a boa higiene,
bom maneio e ventilação eficiente, bem como um programa profiláctico
adequado. Deverá ser assegurado, no entanto, que apenas são usados pro-
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dutos veterinários autorizados. O plano sanitário e de bem-estar deverá tam-
bém incluir, no mínimo:
13.
DOENÇAS
Se existirem suspeitas de que qualquer animal está a sofrer devido a uma
doença o proprietário tem o dever de comunicar à Direcção da GADOECU-
NHA.
13.1. TUBERCULOSE
Como reconhecer
26
Como tratar
Como evitar
13.2. BRUCELOSE
Na maioria dos países é uma doença endémica que ocasiona perdas econó-
micas consideráveis ao produtor e à pecuária.
Como reconhecer
Como tratar
Como evitar
27
O programa de vacinação, deverá ser feito semestralmente, com duas cam-
panhas anuais, cobrindo assim a maior parte dos nascimentos ocorridos du-
rante o ano, vacinando as fêmeas entre 3 e 8 meses de idade.
Controle da doença
28
13.4. CARBÚNCULO HEMÁTICO/ANTRAZ
Como reconhecer
Como tratar
Os bovinos afectados podem ser tratados com altas doses de penicilina, mas
devido a doença ser muito aguda, a maioria morre apesar do tratamento.
Como evitar
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Todos os animais que morreram acometidos por essa enfermidade devem
ser retirados dos pastos, cremados com óleo diesel e madeira e os restos
mortais enterrados profundamente para evitar a contaminação dos pastos e
disseminação da doença.
É uma doença endémica que tem causado nos últimos anos grandes prejuí-
zos no Sul de Angola.
13.7. DERMATOFITOSE
As perdas económicas causadas pela dermatofitose são baixas, uma vez que
a infecção é superficial e restrita à pele, mas a inquietação decorrente do
prurido pode resultar em diminuição nas taxas de ganho de peso e cresci-
mento.
Como reconhecer
Como tratar
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Muitos tipos de tratamentos tópicos podem ser usados, mas para uma maior
eficácia, todos devem ser precedidos da retirada das crostas, com auxílio
de escova de cerdas e água morna. As soluções devem ser esfregadas com
intensidade nas lesões, sobretudo nas regiões periféricas. Aplicações de solu-
ções fracas de iodo (1-2%), a cada 1-2 dias, têm alcançado bons resultados.
Alguns produtos têm-se mostrado auxiliares ao tratamento em função de seu
efeito imunoestimulante como o levamisole.
Como evitar
13.8. DERMATOFILOSE
Sintomas Clínicos
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to da pele. Alguns animais com lesões generalizadas aparentam estar com
barro, pois as crostas se assemelham a barro seco, sendo estes animais mais
propensos a infecções e perda de peso.
Diagnóstico
Diagnóstico Diferencial
Deve ser feito para outras enfermidades da pele que causem lesões que pos-
sam se assemelhar a alguma das fases da doença (dermatomicose, papiloma-
tose, sarna etc.).
Tratamento
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sejam os principais responsáveis pela disseminação e persistência do vírus
num rebanho.
A transmissão pode ocorrer tanto por contacto directo entre animais como
pelo contacto indirecto por meio de água, alimentos, agulhas contaminadas
etc.
Como reconhecer
Como tratar
Como evitar
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13.10. PARASITISMO EXTERNO
Em geral, cada carraça tem afinidade com o hospedeiro que parasita, por
exemplo, a espécie Rhipicephalus (Boophilus) microplus é parasita dos bovi-
nos.
As carraças causam muitos prejuízos aos seus hospedeiros, por acção direc-
ta espoliadora de ingestão de sangue ou por lesões na pele dos animais,
nos locais de sua fixação. Neste último caso, facilita a instalação de míases
(bicheiras) e podem servir de porta de entrada para bactérias que infeccio-
nam o local, e consequentemente ocorre a desvalorização do couro pelas
imperfeições que apresenta. Causa perda de apetite em função da irritação,
anemia e transmite doenças como a tristeza parasitária.
São também responsáveis por elevados custos indirectos com produtos car-
racicidas, mão-de-obra e equipamentos necessários para o seu controle e,
além disso, estes produtos tóxicos podem causar sérios danos aos animais, ao
homem e ao meio ambiente.
Como reconhecer
Como tratar
Como evitar
34
Não é conveniente que as carraças sejam totalmente eliminadas numa pro-
priedade. Deve-se manter um nível tolerável de infestação que proporcione
equilíbrio entre a resistência do animal e as doenças por ele transmitidas.
Para manter o parasita em nível satisfatório é necessário estabelecer uma es-
tratégia de controlo, concentrando os banhos carracicidas (3 a 6 banhos/ano
com intervalos de 19-21 dias entre eles) no início da estação chuvosa. No
início da aplicação do controle estratégico na propriedade podem ser neces-
sários tratamentos tácticos quando a infestação por carraças fêmeas adultas
for maior do que 10 a 20 em um dos lados do corpo do animal, dependendo
de sua raça e faixa etária.
Como reconhecer
Como tratar
Como evitar
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Animais sujeitos a uma criação mais intensiva são forçados a se alimentar
sem muita selectividade e próximos aos bolos fecais. Isto faz com que adqui-
ram cargas maiores de vermes, o que, somado ao factor nutricional, leva a
uma quebra de imunidade e maiores percentuais de mortalidade.
Como reconhecer
Como tratar
Como evitar
36
de produção biológico, e incluir, as medidas especiais no plano de saúde e
bem-estar.
Os cascos dos animais têm que estar em perfeita ordem para que o animal
possa exercer o seu papel de produção. Os cascos têm papel de sustentação
e ajuda na locomoção de cada espécie. Para que o animal seja produtivo ele
necessita de se alimentar; para que isso aconteça, ele tem que estar confor-
tavelmente de pé.
Incidência
Origem
Tratamentos
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Rotina de Tratamento
Cuidados Especiais
- Deve-se deixar camas macias, com água limpa e comida palatável sempre
disponível;
- Temos sempre que ter em mente que a higiene ambiental é o melhor aliado
na prevenção de todas as doenças. Não se pode esquecer de que bovinos
também se sentem bem em ambientes limpos, secos e confortáveis.
Prevenção
- Fazer com que todos os animais passem pelo pedilúvio pelo menos duas
vezes por semana.
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Antes do compartimento da solução do pedilúvio, deve-se construir um lava-
-pés bem amplo para que o animal possa retirar o excesso de sujidade dos
pés antes de chegar até solução do pedilúvio, para que essa tenha ação di-
reta nos pés dos animais. A solução deve ser trocada sempre que tiver muita
matéria orgânica. A água do lava-pés deve ser trocada todas as vezes que os
animais passarem por ela. Se o número de animais for grande, ela deve ser
trocada mais vezes durante a passagem.
13.13. MAMITES
Quanto à sua forma de manifestação, a mamite pode ser classificada em: ma-
mite clínica, em que existem sinais evidentes da doença e mamite subclínica
que é caracterizada pela ausência de alterações visíveis no úbere e no leite,
mas com redução na produção e alteração da composição do leite.
A forma clínica é mais comum após o parto e nas primeiras semanas da lactação.
A sua incidência aumenta com a ordem da lactação.
Como reconhecer
Mamite clínica: através dos sinais com edema (inchaço), aumento de tem-
peratura, endurecimento, dor, grumos e pus na glândula mamária. Pode ser
acompanhada por sintomas sistêmicos como febre, depressão, desidratação,
perda de apetite, queda na produção de leite.
39
Mamite subclínica: ausência de sinais visíveis no leite e úbere, redução na
produção de leite e alteração na sua composição como aumentos da CCS;
dos teores de Cl-, Na+ e proteínas séricas; diminuição dos teores de caseína,
lactose e gordura.
Como tratar
Vacas com mamite clínica devem ser tratadas imediatamente com antibióti-
cos adequados e produtos à base de enzimas. Para definir o melhor antimi-
crobiano deve-se realizar a cultura e o antibiograma do leite do quarto ma-
mário afectado. O leite para o exame deve ser colectado antes de qualquer
tratamento.
Como evitar
14.
ANIMAIS
CAÍDOS
Quando um animal é incapaz de se levantar, a sua probabilidade de recu-
peração poderá ser aumentada se lhe for providenciado cuidado adequado
no período inicial. O animal deverá ter uma zona seca de descanso confor-
tável com comida e água. O tratamento deverá incluir mudanças de posição
frequentes para se assegurar de que o animal não está a descansar sobre o
40
mesmo lado ou perna, o que poderia levar a danos musculares irreversí-
veis. Quando um animal cai, é importante identificar a causa que a originou.
Quando, por exemplo, há uma história de trauma devido a queda ou escor-
regamento, um veterinário deverá determinar a extensão da lesão.
Quando o prognóstico de recuperação for mau, não deverá ser adiada uma
intervenção atempada, abatendo humanamente o animal na exploração.
Quando a experiência indicar, que o estado do animal exige uma interven-
ção médica, deverá ser providenciado tratamento de acordo com o conselho
do médico veterinário. Não deverão ser feitas tentativas para içar animais
caídos, antes de uma avaliação por um veterinário, de forma a que desse
procedimento não advenha sofrimento adicional ao animal.
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15.
MANUTENÇÃO
DOS ANIMAIS
DOENTES
Deve ser mantido um registo de:
• todos os tratamentos médicos ministrados aos animais;
• níveis de mortalidade.
Os registos deverão ser mantidos por um período de pelo menos três anos
a partir da data na qual o tratamento médico foi administrado, ou da data
de inspecção, dependendo do caso, e deverá ser colocado à disposição de
qualquer pessoa autorizada que esteja a realizar uma inspecção ou que o ne-
cessite. Só é possivel a utilização de medicamentos veterinários autorizados.
Qualquer medicação deve ser prescrita por um Médico Veterinário. Deverão
manter-se registos completos de todos os medicamentos adquiridos, incluin-
do o local de compra.
16.
ALOJAMENTOS
16.1. ASPECTOS GERAIS
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Nos alojamentos, vacarias ou estábulos, as zonas de repouso deverão ter
uma dimensão, que permita manter os bovinos limpos e confortáveis e, con-
sequentemente, evitar lesões das articulações. Os alojamentos atrás referidos
necessitam de uma ventilação eficaz. Os alojamentos deverão providenciar
abrigo e espaço suficiente para os animais se moverem e interagirem entre
si e um animal subordinado se afastar de um dominante. É importante pro-
videnciar uma área, o mais confortável possível, de modo a que os animais
possam deitar-se, durante o tempo que desejarem e tenham espaço suficien-
te para se levantarem, deitarem e rodarem sobre si mesmos.
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grupos diferentes quando são transportados para o matadouro. Os grupos de
machos e fêmeas deverão manter-se devidamente separados.
16.2. CUBÍCULOS
O espaço deverá ser gerido em função dos grupos de animais nos alojamen-
tos, tendo em conta:
• o ambiente envolvente;
• a idade, o sexo, a esperança de vida e as necessidades comportamentais
dos animais;
• o tamanho do grupo;
• a existência, ou não, de animais com cornos.
16.4. VENTILAÇÃO
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com o tipo, tamanho e número de animais que neles serão alojados. Sempre
que surja a necessidade de regular a temperatura interna, os tectos deverão
ser isolados para reduzir o aquecimento solar.
16.5. ILUMINAÇÃO
• Quando a luz natural disponível num edifício for insuficiente para satisfazer
as necessidades fisiológicas e etológicas de quaisquer animais mantidos no
seu interior, deverá ser providenciada luz artificial adequada.
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A. RAÇAS DE BOVINOS DE CARNE
1 – CHAROLÊS
2 – BRAHMAN
3 – NELORE
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4 – LIMOUSINE
5 – AFRICANDER
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7 – SANTA GERTRUDIS
8 – HEREFORD
9 – INDUBRASIL
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10 – GUZERAT
11 - ABERDEEN ANGUS
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B. RAÇAS PRODUTORAS DE LEITE
1 – HOLSTEIN FRISIAN
2 – JERSEY
3 – AYRSHIRE
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4 – GUERNSEY
5 – GIROLANDO
6 – GIR
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C. RAÇAS DE DUPLO PROPÓSITO
1 – SIMMENTALLER
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