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Entrevista em profundidade
Jorge Duarte
"Entrevista é uma das mais comuns e poderosas maneiras que utilizamos para tentar compreender
nossa condição humana", dizem Fontana & Frey (1994, p.361). Ela tornou-se técnica clássica de obtenção
de informações nas ciências sociais, com larga adoção em áreas como sociologia, comunicação,
antropologia, administração, educação e psicologia. Embora antes utilizada em jornalismo, etnografia,
psicologia e pesquisas de mercado e de opinião, seu surgimento como tema metodológico pode ser
identificado na década de 1930 no âmbito das publicações de assistência social americana, recebendo
grande contribuição na década de 1940 nos estudos de Cari Rogers sobre psicoterapia orientada para o
paciente (SCHEUCH, 1973, p.171-172). A partir da Segunda Guerra Mundial, as entrevistas passam a
possuir orientações metodológicas próprias.
Este texto, limitado pelo espaço disponível e objetivo, trata da entrevista individual em
profundidade, técnica qualitativa que explora um assunto a partir da busca de informações, percepções e
experiências de informantes para analisá-las e apresentá-las de forma estruturada. Entre as principais
qualidades dessa abordagem está a flexibilidade de permitir ao informante definir os termos da resposta e
ao entrevistador ajustar livremente as perguntas. Este tipo de entrevista procura intensidade nas respostas,
não-quantificação ou representação estatística.
A entrevista em profundidade é uma técnica dinâmica e flexível, útil para apreensão de uma
realidade tanto para tratar de questões relacionadas ao íntimo do entrevistado, como para descrição de
processos complexos nos quais está ou esteve envolvido. É uma pseudoconversa realizada a partir de um
quadro conceitual previamente caracterizado, que guarda similaridade, mas também diferenças, com a
entrevista jornalística. São próximas no objetivo de buscar informações pessoais e diretas por meio de
uma conversação orientada, no cuidado, rigor e objetivo de compreensão (sobre entrevista jornalística,
ver Medina, 1995 e Talese, 2004) e na noção de que há, explicitamente, um participante interessado em
apreender o que o outro tem para oferecer sobre o assunto. A entrevista como técnica de pesquisa,
entretanto, exige elaboração e explicitação de procedimentos metodológicos específicos: o marco
conceitual no qual se origina, os critérios de seleção das fontes, os aspectos de realização e o uso
adequado das informações são essenciais para dar validade e estabelecer as limitações que os resultados
possuirão.
1 Tipos de entrevista
A partir da divisão proposta por Selltiz et al. (1987), a entrevista em profundidade é extremamente
útil para estudos do tipo exploratório, que tratam de conceitos, percepções ou visões para ampliar
conceitos sobre a situação analisada. Pode ser empregada para o tipo descritivo, em que o pesquisador
busca mapear uma situação ou campo de análise, descrever e focar determinado contexto. Não é
adequada, entretanto, para os estudos do tipo causal, que buscam estabelecer correlações de causa e
efeito.
As entrevistas em profundidade são geralmente individuais, embora seja possível, por exemplo,
entrevistar duas fontes em conjunto. As entrevistas são classificadas com grande variedade de tipologias,
geralmente caracterizadas como abertas, semi-abertas e fechadas, originárias, respectivamente, de
questões não estruturadas, semi-estruturadas e estruturadas (veja proposta de tipologia no quadro). As
abertas e semi-abertas são do tipo em profundidade, que se caracterizam pela flexibilidade e por explorar
ao máximo determinado tema, exigindo da fonte subordinação dinâmica ao entrevistado. A diferença
entre abertas e semi-abertas é que as primeiras são realizadas a partir de um tema central, uma entrevista
sem itinerário, enquanto as semi-abertas partem de um roteiro-base. Autores como Ander-Egg (1978,
p.111) e Selltiz et al. (1987, p.298) identificam um tipo especial de entrevista em profundidade, a clínica,
relacionada a motivações, atitudes, crenças específicas do respondente com base em sua experiência de
vida. Apesar dessa distinção, a entrevista clínica é do tipo aberta, apenas com objetivo relacionado à
personalidade e aos sentimentos de uma única pessoa, buscando beneficiá-la individualmente. Já a
entrevista fechada é utilizada principalmente em pesquisas quantitativas, quando, por exemplo, se deseja
obter informações representativas de um conjunto de uma população. Guber (2001) avalia que as
entrevistas fechadas implicam a participação do informante nos termos do pesquisador, enquanto as
abertas pressupõem a participação do pesquisador nos termos do informante. Em muitas ocasiões, é
possível reunir, em uma mesma pesquisa ou até na mesma entrevista, questões de natureza qualitativa e
quantitativa.
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Modelo de tipologia em entrevista
Modelo de entrevista que tem origem em uma matriz, um roteiro de questões-guia que dão
cobertura ao interesse de pesquisa. Ela "parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e
hipóteses que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de
novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante" (TRIVINOS,
1990, p.146).
A lista de questões desse modelo tem origem no problema de pesquisa e busca tratar da amplitude
do tema, apresentando cada pergunta da forma mais aberta possível. Ela conjuga a flexibilidade da
questão não estruturada com um roteiro de controle. As questões, sua ordem, profundidade, forma de
apresentação, dependem do entrevistador, mas a partir do conhecimento e disposição do entrevistado, da
qualidade das respostas, das circunstâncias da entrevista. Uma entrevista semi-aberta geralmente tem algo
entre quatro e sete questões, tratadas individualmente como perguntas abertas. O pesquisador faz a
primeira pergunta e explora ao máximo cada resposta até esgotar a questão. Somente então passa para a
segunda pergunta. Cada questão é aprofundada a partir da resposta do entrevistado, como um funil, no
qual perguntas gerais vão dando origem a específicas. O roteiro exige poucas questões, mas
suficientemente amplas para serem discutidas em profundidade sem que haja interferências entre elas ou
redundâncias. A entrevista é conduzida, em grande medida, pelo entrevistado, valorizando seu
conhecimento, mas ajustada ao roteiro do pesquisador.
A lista de questões-chaves pode ser adaptada e alterada no decorrer das entrevistas. Uma questão
pode ser dividida em duas e outras duas podem ser reunidas em uma só, por exemplo. Por isso, é natural o
pesquisador começar com um roteiro e terminar com outro, um pouco diferente.
Vamos exemplificar. Supondo que um pesquisador entrevistará editores de jornais on line com
uma lista de seis questões centrais sobre as características deste tipo de veículo: (1) como é estruturada a
divisão de trabalho?; (2) como são as rotinas produtivas?; (3) quais os critérios de relevância utilizados na
seleção dos acontecimentos?; (4) como é feita a avaliação do trabalho?; (5) quais as transformações na
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produção da notícia on line nos últimos dois anos?; (6) que mudanças são previstas? No primeiro item, o
entrevistador faz a pergunta, obtém uma resposta e não passa para a pergunta dois, mas a aprofunda, em
busca de exemplos, detalhes, especificações, fazendo talvez mais de uma dezena de novas perguntas,
antes de passar para a seguinte. Assim, a questão 2 pode in-cluir saber sobre as fontes de informação, a
confiança nessas fontes, a atuação da equipe na busca de informação, a facilidade de acesso; a velocidade
exigida na apuração. Cada questão torna-se como que um tema de pesquisa que exige um quadro de
referência e conhecimento anterior que permita aprofundar o tópico.
Uma vantagem desse modelo é permitir criar uma estrutura para comparação de respostas e
articulação de resultados, auxiliando na sistematização das informações fornecidas por diferentes
informantes. O roteiro de questões-chaves serve, então, como base para a descrição e análise em
categorias, como se verá adiante.
Alternativa útil é fazer, durante a preparação do roteiro-guia, uma relação com tópicos relevantes
relacionados a cada questão. Depois – e apenas depois – de explorar cada pergunta original ao máximo
junto ao entrevistado, o pesquisador confere a relação para saber se todos os tópicos possíveis foram
abordados. Tal estratégia mantém a naturalidade e as vantagens da entrevista semi-estruturada e evita que
alguma questão relevante não seja abordada. Pode ser particularmente útil para que diferentes
pesquisadores retornem com a mesma estrutura de respostas.
O questionário estruturado, muitas vezes, é utilizado para dar subsídio inicial ou para aprofundar
resultados obtidos em entrevistas em profundidade. Pode ser empregado como item complementar de
uma entrevista semi-estruturada, por exemplo, buscando traçar o perfil dos respondentes. Veja mais sobre
o assunto no Capítulo 10.
2 Validade e confiabilidade
Não se busca generalizar ou provar algo com entrevistas em profundidade, mas seu caráter subjetivo
exige adequada formulação dos procedimentos metodológicos e confiança nos resultados obtidos. A
questão é relevante, pois não basta ouvir fontes e fazer um relato para considerar realizada uma pesquisa
válida e confiável.
A confiabilidade diz respeito ao rigor metodológico que garante que, repetidos os procedimentos,
os resultados serão os mesmos. Isto exige tanto a confirmação das informações obtidas na pesquisa de
campo, quanto a articulação adequada destas informações na descrição, a coerência da análise com o
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quadro de reflexão proposto e conclusões consistentes com os passos anteriores. A obtenção de
confiabilidade é baseada na descrição pormenorizada dos procedimentos de operacionalização das
entrevistas e uso fundamentado e consistente das respostas obtidas. Validade e confiabilidade no uso da
técnica de entrevistas em profundidade dizem respeito, particularmente, a três questões:
Uma boa pesquisa exige fontes que sejam capazes de ajudar a responder sobre o problema
proposto. Elas deverão ter envolvimento com o assunto, disponibilidade e disposição em falar.
Nos estudos qualitativos, são preferíveis poucas fontes, mas de qualidade, a muitas, sem relevo.
Desse modo, e no limite, uma única entrevista pode ser mais adequada para esclarecer determinada
questão do que um censo nacional. Por isso, é importante considerar que uma pessoa somente deve ser
entrevistada se realmente pode contribuir para ajudar a responder à questão de pesquisa.
É importante obter informações que possam dar visões e relatos diversificados sobre os mesmos
fatos. Pessoas em papéis sociais diferentes, recém-chegadas ou que tenham deixado a função
recentemente, podem dar perspectivas e informações bastante úteis. A relevância da fonte está relacionada
com a contribuição que pode dar para atingir os objetivos de pesquisa. Por exemplo: nem sempre o cargo
determina a qualidade da fonte. Não é incomum um pesquisador se entusiasmar com a possibilidade de
entrevistar uma autoridade ou dirigente e obter como resultado lugares-comuns e afirmações irrelevantes.
Dependendo do objetivo do trabalho, pode-se obter melhor resultado entrevistando um funcionário do que
o gerente, o repórter do que o editor-chefe, as pessoas que conhecem um personagem do que o próprio
personagem. Ao mesmo tempo, pessoas que tenham participação menor podem contradizer apresentar
perspectiva inusitada, aumentar a confiança ou esclarecer mais detalhadamente aspectos relevantes. Deste
modo, a correta seleção das fontes para entrevistas em profundidade e a interpretação ponderada das
respostas permite limitar a influência das fontes politicamente mais relevantes. Isso ocorre porque
descrições e análises mais consistentes e imparciais são frequentemente obtidas por técnicos e pessoas
envolvidas no processo, sem interesses outros que não o de colaborar com o entrevistador. A descrição
dos achados é, assim, definida pelas informações obtidas e não pelo poder político da fonte.
A seleção dos entrevistados em estudos qualitativos tende a ser não probabilística, ou seja, sua
definição depende do julgamento do pesquisador e não de sorteio a partir do universo, que garante igual
chance a todos (característica das amostras probabilísticas). Existem dois tipos básicos de amostras não
probabilísticas para uso em entrevistas qualitativas: por conveniência ou intencional.
A seleção por conveniência (também chamada acidental) é baseada na viabilidade. Ocorre quando
as fontes são selecionadas por proximidade ou disponibilidade. Por exemplo: escolhemos alguns alunos
de jornalismo disponíveis no intervalo entre as aulas para saber sobre a percepção daquele grupo
(estudantes de jornalismo da instituição) a respeito da qualidade do jornal laboratório.
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A seleção é intencional quando o pesquisador faz a seleção por juízo particular, como
conhecimento do tema ou representatividade subjetiva. Neste caso, ele pode selecionar conhecedores
específicos do assunto, como editor e repórteres do jornal laboratório, por exemplo, para tratar da
produção, ou um aluno e uma aluna de cada semestre, leitores do jornal, para fazer uma avaliação do pro-
duto final.
Quivy e Campenhoudt (1992, p.69) propõem três categorias bastante abrangentes de interlocutores
em entrevistas: (a) docentes, investigadores especializados e peritos; (b) testemunhas privilegiadas e (c) o
público a que o estudo diz respeito. Com base nessa classificação e na experiência de campo,
estabelecemos cinco tipos de informantes para entrevistas em profundidade. A classificação, em cada
caso, será sempre dada pelo pesquisador a partir de critérios subjetivos relacionados ao objetivo da
pesquisa.
4 Ato da entrevista
Scheuch (1973) cita três modelos de entrevista: o fraco, estilo permissivo, em que o entrevistador
é receptáculo passivo das informações oferecidas pela fonte. Ele seria compatível com as entrevistas
inerentes à psiquiatria, por exemplo. No outro extremo, o modelo de entrevista forte, em que existe
posição agressiva ou autoritária, mesmo subjacente, na perspectiva de que o entrevistado está propenso a
dar informações falsas ou questionáveis. Ele pode ser encontrado em entrevistas do tipo interrogatório e
em algumas jornalísticas. O modelo neutro faz do entrevistador um transmissor de estímulos positivos,
buscando impessoalidade e equilíbrio na relação. É o mais aproximado do desejável nas entrevistas em
comunicação e o que buscamos tratar neste texto. Isto não impede que haja transição de um modelo para
outro ao longo da conversação, notadamente do modelo fraco, bastante útil, por exemplo, no início de
entrevistas para o "neutro".
Kandel (1981, p.178) lembra que a entrevista em pesquisa "não é simplesmente um trabalho de
coleta de informações, mas, sempre, uma situação de interação, ou mesmo de influência entre dois
indivíduos e que as informações dadas pelo sujeito (o material que ele fornece) podem ser
profundamente afetadas pela natureza de suas relações com o entrevistador".
Assim, temos distorções produzidas pelo pesquisador, pelo contexto e pela fonte, e minimizar os
riscos é tarefa exclusiva do primeiro. "A arte da entrevista, em última instância, consiste em obter
respostas válidas", diz Ander-Egg (l 978, p.113).
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A seguir, sintetizamos orientações básicas referidas na literatura especializada e a partir da
experiência de realizar e orientar pesquisas com o uso da técnica de entrevista.
4.1 Antes
4.2 Início
• comece a entrevista perguntando sobre os dados básicos do entrevistado, se não possuí-los: nome,
função, tempo de experiência, idade, formação, descrição das atividades ou do papel que
desempenha. São informações úteis para contextualizar as informações e para relacionar os
entrevistados no relatório;
• busque o estabelecimento de um ambiente de naturalidade, confiança mútua e interesse, o
chamado rapport;
• faça uma apresentação informal e curta sobre seu trabalho e objetivo. Informe o tempo que deverá
durar e se será gravada;
• a primeira pergunta, mesmo em um roteiro semi-estruturado, costuma ser a mais abrangente,
indicando o tema geral.
4.3 Perguntas
• deixe o informante à vontade. Ele deve ser estimulado a fazer o relato de como percebe o assunto,
a falar franca e livremente. Seja cordial, modesto, positivo, busque empatia, tenha e demonstre
interesse pelo que ele sabe e pensa. Estimule a expressão e seja permissivo desde que isto facilite
a obtenção de informações. Assuma o papel de ouvinte curioso e o estimule a abordar com
naturalidade cada questão;
• respeite o entrevistado e desperte sua confiança, mesmo que não concorde com ele. Não tente ser
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astuto, nem convencer, induzir, orientar ou sugerir que está errado. O entrevistador deve obter
informações e não discutir, conscientizar ou esclarecer o entrevistado. O ideal é que o
entrevistado perceba seu interesse, não sua opinião;
• o entrevistador pode apresentar questionamentos e visões distintas como modo de estimular a
reflexão, detalhamento ou explorar as contradições do próprio entrevistado. Para isso, frases como
"Há pessoas que afirmam que... (...) o que você acha?" dão oportunidade de expor e discutir o
contraditório, sem confrontá-lo;
• lembre-se de que nem sempre o entrevistado sabe responder de maneira precisa. Muitas vezes,
tem que fazer uma avaliação, pensa pela primeira vez no assunto. Dê o tempo necessário e ajude a
refletir;
• personalize as perguntas. Cada entrevistado é único e exige compreensão, paciência e
flexibilidade;
• explique e pergunte sobre conceitos e vocábulos caso possa haver dúvida. Muitas vezes, as
palavras utilizadas pelo entrevistado possuem significado diferente para o informante, gerando
interpretações equivocadas;
• se o entrevistado fugir do assunto ou divagar, procure fazer com que volte ao tema. Você pode
interrompê-lo sutilmente com uma nova pergunta quando a oportunidade surgir;
• faça apenas uma pergunta de cada vez e evite as longas ou complexas, que possam confundir;
• o fato de o entrevistado não saber responder já é uma resposta. Também deixe claro ao informante
que não há problema se não souber algo, fazendo perguntas que não exijam afirmação de
conhecimento. Em vez de perguntar qual a avaliação sobre a estratégia de comunicação da
empresa, pergunte primeiro se alguma vez foi informado dela. Ou seja, não deve ficar subtendido
que o entrevistado possa ser responsável por não saber algo;
• não tenha pressa. Siga o tempo da fonte. Silêncios e pausas podem ser proveitosos para o
entrevistado refletir ou recordar; evite perguntas indutoras de resposta, ambíguas ou que gerem
respostas do tipo sim/não. Utilize à farta perguntas como "Por que ocorre...?” "Como você
percebe...?”, "É possível detalhar?”, "Você tem um exemplo...?” “Não sei se entendi direito..., O
que você quer dizer quando fala que...;” "Como assim?” "Você poderia detalhar...”; "Isso é
muito interessante. Como ocorre?”; "Isto acontece sempre?”;
• não aprofunde questões que você percebe que o entrevistado não domina, fica constrangido ou
incomodado. Talvez seja possível tratar do assunto de outro jeito, mais ao final da entrevista;
• se tiver dúvidas se foi suficientemente compreendido, repita a pergunta em outros termos. Do
mesmo modo, se a resposta não for evidente, peça esclarecimentos. Muitas vezes, as pessoas
respondem com convicção sobre assuntos que não conhecem ou oferecem respostas socialmente
desejáveis. Uma das vantagens das perguntas em profundidade é que é possível voltar a um
assunto caso haja temor de que o entrevistado não tenha compreendido bem ou haja dúvidas sobre
uma informação;
• para mudar de assunto, use frases fortes de ligação como "agora gostaria de tratar de uma outra
questão...”;
• procure obter exemplos, relatos de fatos e incidentes críticos que ajudem a qualificar o relato;
• o tempo esconde muitas informações da memória. Use as possibilidades disponíveis para obter as
respostas mais confiáveis. Recursos como mostrar livros, gravações, documentos, fotos, fazer a
entrevista em um lugar que propicie lembranças à fonte podem ser úteis;
• não se perca em detalhes apenas curiosos, nem ceda à tentação de perguntas-carona, interessantes,
mas irrelevantes à questão de pesquisa. A entrevista é uma ótima situação de interação para
aprendizagem mútua, mas exige rigor na condução.
• observe o ambiente onde se dá a entrevista, a relação que se estabelece entre as pessoas, a forma
como o entrevistado se comporta, seus movimentos, ênfases, silêncios, pausas, gestos. Os aspectos
relacionados ao comportamento do entrevistado e o contexto da entrevista ajudam a complementar
a informação semântica, aquilo que se torna explícito verbalmente. As circunstâncias podem ser
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muito úteis para ajudar o pesquisador a descrever e analisar seu objeto de pesquisa;
• cruze todas as informações de maneira a ser convicto em seu relato de pesquisa. Verifique a
consistência da argumentação e das informações das fontes durante a própria entrevista e busque
sua coincidência e articulação com outros relatos e documentos no momento da redacão;
• lembre-se do marco teórico de seu trabalho durante a entrevista. No relatório, será importante
relacionar os resultados obtidos com os conceitos e informações apresentadas pelos diversos
autores que você consultou;
• acompanhe discretamente a fita para conferir se está gravando. Procure virá-la sem interromper a
conversa;
• identifique e registre imediatamente fontes citadas que possa ser útil entrevistar;
• evite a tentação de buscar e valorizar apenas informações que confirmem seus pressupostos. Na
realidade, o melhor é testá-los, questioná-los, verificar se estão corretos.
4.5 Ao final
• procure deixar para o fim as perguntas mais sensíveis ou complexas. Mas evite correr o risco de
que o entrevistado canse ou a entrevista seja interrompida antes;
• uma entrevista em profundidade pode durar mais de 30 minutos sem aborrecer o entrevistado.
Claro que diferentes variáveis podem alterar este indicador;
• não conclua abruptamente a entrevista. Antes de agradecer, dê indicações de que está terminando.
Você também pode perguntar se o entrevistado gostaria de complementar alguma questão ou
acrescentar algo, por exemplo.
4.6 Depois
• se necessário, realize duas ou mais entrevistas com a mesma fonte. Muitas vezes, é preciso
complementar, aprofundar ou discutir novas questões. Os entrevistados tendem a ser generosos se
acreditam que estão ajudando a resolver um problema;
• o canto da facilidade não deve sensibilizar. Ouvir poucas pessoas e imaginar que já tem os
resultados, ainda que em trabalho simples, é correr sério risco de ficar no lugar-comum. Cruzar as
informações com a literatura, exercitar a desconfiança, a reflexão e a crítica, procurar e ouvir
vozes discordantes, buscar detalhes adicionais e exemplos pode fazer toda a diferença. Entreviste
o máximo de fontes que possam dar informações diversificadas e relevantes, as que por sua
posição, envolvimento, experiência, ação ou responsabilidades sejam conhecedoras do assunto ou
parte dele. O pesquisador pode acompanhar um dia de trabalho na redação e ouvir fotógrafos,
secretárias, atendentes, cinegrafistas, motoristas e não apenas entrevistar repórteres e editores para
saber sobre o modo de produção da notícia em determinado veículo;
• numere as fitas e registre em formulário próprio o telefone, nome completo e correto do
entrevistado, função, data, horário, local de realização para registro e telefone para eventual
confirmação ou complemento;
• é normal que após algumas entrevistas diminuam as novidades, passando a haver repetição de
informações. Isto significa que já existe uma coerência interpretativa nas respostas. Como a
variabilidade se reduz, o pesquisador pode aproveitar para obter detalhes, exemplos, afirmações
que ajudem a sustentar e articular as informações e antecipar a redação do relatório;
• evite a tentação de resumir a transcrição das entrevistas. Quanto mais detalhada, mais chance de
aspectos relevantes serem identificados em uma leitura posterior. Às vezes, uma frase ou exemplo
é suficiente para a descoberta de pontos fundamentais no tema em questão.
5 Instrumentos de coleta
5.1 Anotações
5.2 Gravação
A gravação possibilita o registro literal e integral. Apesar de certa discussão, a experiência indica
que não afeta o resultado e oferece maior segurança à fonte. É importante demonstrar que irá usar o
gravador e verificar se o entrevistado não se sente desconfortável. Embora possa eventualmente levar à
desconfiança ou ser inibidor nas primeiras perguntas, em geral a fonte rapidamente responde com
naturalidade. É interessante deixá-lo em local visível, mas discreto ao olhar. O gravador possui a
vantagem de evitar perdas de informação, minimizar distorções, facilitar a condução da entrevista,
permitindo fazer anotações sobre aspectos não verbalizados.
Convém transcrever com rapidez para aproveitar melhor o conteúdo, pois o ambiente e as
respostas estão mais vivos na memória e as inferências, contextualização e análise são imediatas. Ouvir a
transcrição ajuda o entrevistador a perceber nuances, detalhes e questões que o ajudarão nas novas
entrevistas, até mesmo na correção de seus próprios erros de condução. Se possível, o próprio pesquisador
deve fazer a transcrição. É uma oportunidade de aprender com a própria entrevista, identificar aspectos
que não ficaram registrados, começar a estruturar o trabalho.
O ideal é manter a gravação até, pelo menos, algum tempo após a publicação do trabalho.
Pequenos detalhes, grandes problemas: numerar as fitas e fazer uma lista, registrando cada fonte ao lado
do número; definir a priori como serão transcritas e por quem; utilizar uma fita (ou um lado de cada uma)
por entrevistado, testar as fitas e o equipamento, utilizar pilhas novas e ter sobressalentes, e, se possível,
outro gravador.
5.3 Telefone
A entrevista por telefone tem a vantagem da agilidade e de permitir o acesso a pessoas distantes.
Pode ser gravada, interrompida ou retomada conforme a conveniência. É útil para complementar questões
pendentes, tirar dúvidas ou obter informações simples, que ajudem a completar o quadro em análise. Ape-
sar disso, impede de perceber as reações do entrevistado, criar proximidade, obter a relação de
cumplicidade que a entrevista face a face oferece. É importante combinar um horário e tempo de duração,
permitindo que a fonte esteja tranquila e preparada. No caso de grande número ou longas entrevistas,
pode-se adquirir um headset, aparelho utilizado por telefonistas, para dar mais conforto, principalmente
ao liberar as mãos.
5.4 Internet
É a forma mais fácil de perguntar e mais difícil de obter boas respostas. Pesquisadores iniciantes
tendem a imaginar que é uma maneira prática, mas rapidamente se decepcionam com os resultados. Pode
ser particularmente útil para informações objetivas, assim como para introdução ou complemento de uma
entrevista face a face. Também é utilizada para obter informações de pessoas importantes, por outros
meios inacessíveis. Ela geralmente não permite a discussão, o aprofundamento natural, a discussão do
contraditório, essenciais na entrevista em profundidade. Uma alternativa interessante ao envio de uma
lista de perguntas é o contato simultâneo de entrevistador e entrevistado via internet pelo uso de chats ou
blogs. Entrevistador e fonte também podem combinar um horário determinado para conexão e travar o
envio e o recebimento contínuo de mensagens, de maneira a garantir mais profundidade e naturalidade
nas respostas.
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Na redação da descrição e análise, o pesquisador assume a posse das informações colhidas nas
entrevistas e as articula, com o objetivo de conduzir o leitor. Na prática, entretanto, o investigador tem por
primeiro objetivo organizar suas próprias reflexões, dialogando com o papel e avançando na estruturação
consistente do trabalho. A redação deve ser enfrentada com determinação e rapidez, em que pesem a
eventual inexperiência e o medo de explorar as próprias idéias e descobertas.
Um desafio adicional é lembrado por Berger (1998, p.57), quando alerta que "pode ser muito
difícil lidar com a enorme quantidade de material que as entrevistas em profundidade geram". Por isso, o
pesquisador será mais bem-sucedido se começar a escrever e a sistematizar os resultados assim que
houver informações mínimas para fazê-lo, digamos, apurado um quarto das entrevistas previstas. Isto
permite ganhar tempo e ajuda no exame do encaminhamento da pesquisa e no surgimento de idéias,
detalhes, questões que possam ser úteis nas próximas entrevistas. No limite, quando as informações
começam a se tornar redundantes e há estabilidade nas respostas, não é mais possível adiar.
Analisar implica separar o todo em partes e examinar a natureza, funções e relações de cada uma.
Geralmente, a opção mais fácil e menos útil para a redação do relatório é organizar os resultados pela
apresentação de cada unidade. Ou seja, se o objetivo for mostrar a implantação de políticas de
comunicação em empresas públicas, a tentação inicial é contar como foi o processo em cada empresa. Se
for identificar a percepção dos editores sobre a atuação de assessorias de imprensa, torna-se mais fácil
fazer o relato individual de cada um. Esta estratégia tem origem na estrutura de obtenção de informações,
já que a transcrição das entrevistas geralmente é apresentada por informante.
Tais opções, entretanto, recusam a organização do que importa: os conceitos e aspectos com os
quais estamos lidando. Assim, no exemplo dos editores, poderíamos dividir o relatório em categorias
como "qualidade dos releases", "atendimento", "preparo das fontes", "principais dificuldades". O
pesquisador, sem perder de vista os objetivos do trabalho, classifica as informações a partir de
determinado critério, estabelecendo e organizando grupos de temas comuns, como que as agrupando em
"caixas" separadas para se dedicar individual e profundamente a cada uma. Esta estrutura geral assume a
forma de esquema de análise e cada conjunto (caixa) é chamado categoria, uma unidade de análise
completa e única em si mesma.
6.1 Categorias
Categorias são estruturas analíticas construídas pelo pesquisador que reúnem e organizam o
conjunto de informações obtidas a partir do fracionamento e da classificação em temas autônomos, mas
inter-relacionados. Em cada categoria, o pesquisador aborda determinado conjunto de respostas dos
entrevistados, descrevendo, analisando, referindo à teoria, citando frases colhidas durante as entrevistas e
a tornando um conjunto ao mesmo tempo autônomo e articulado.
O critério principal na construção de cada categoria é que tenha coerência interna, mas é possível
estabelecer alguns princípios gerais. Selltiz et al. (1985, p.441-442) dizem que um conjunto de categorias
deve: (a) ser derivado de um único princípio de classificação; (b) ser exaustivo, sendo possível colocar
qualquer resposta em uma das categorias; (c) as categorias devem ser mutuamente exclusivas; não deve
ser possível colocar determinada resposta em mais de uma categoria. Richardson (1999, p.240) assinala
que as categorias devem (a) ser exaustivas, permitindo a inclusão de todos os elementos de determinado
tema; (b) ser exclusivas, pois nenhum elemento pode ser classificado em mais de uma categoria; (c) ter
concretude, na medida em que evitam a complexidade de classificar termos abstratos; (d) ser homogê-
neas, com categorias sendo construídas a partir do mesmo princípio de classificação e (e) objetivas e fiéis,
com a definição de variáveis e indicadores que determinam a classificação em cada categoria.
Para ajudar na redação e na compreensão, pode ser útil fazer uma introdução em cada categoria,
definindo e explicando o que será tratado e, ao final, fazer um fecho conclusivo. Esta última opção evita a
necessidade de retomar a discussão sobre cada categoria na Conclusão, que tenderá a ficar mais sintética e
abrangente.
• Descrever, é útil lembrar, significa expor minuciosamente. A descrição interpretativa deve ser
suportada por argumentos e evidências baseadas nas diversas fontes de informação consultadas
pelo pesquisador, como exame de documentos, revisão bibliográfica, observação e contexto das
entrevistas. Neste último aspecto, pode ser considerado limitador basear-se exclusivamente nas
gravações e fazer uma análise do conteúdo manifesto das transcrições, considerando os relatos
verbais suficientes. O pesquisador deve deixar-se influenciar pelo conteúdo latente, o contexto,
significados implícitos, discursos e relações não verbalizadas dos informantes (ver MICHELAT,
1981). Ao mesmo tempo, deve fazer permanente articulação com a teoria que deu suporte à
pesquisa, apoiando-se nela ou mesmo a questionando. "O pesquisador de campo depende
inteiramente da inspiração que lhe oferecem os estudos teóricos", registra Malinowski (1976,
p.27), na introdução de seu estudo clássico da etnografia realizado na década de 1910.
• Verifique a consistência da argumentação e das informações do informante durante a própria
entrevista e busque sua coincidência e articulação com outros relatos no momento da redação. A
experiência indica que muito raramente um entrevistado tenta enganar conscientemente, mas
distorções perceptivas, preconceitos, dificuldades de articulação das idéias, falha de memória,
erros de avaliação, exageros ocorrem. O informante pode estar equivocado, pode ter entendido
mal a pergunta, ter sido induzido a erro, ou mesmo dar uma resposta socialmente desejável. As
respostas devem ser contextualizadas, avaliadas e comparadas. Esta é uma das vantagens desta
técnica: erros podem ser identificados e corrigidos na própria entrevista, no cruzamento com
outras fontes ou pela reflexão do pesquisador. Se você tem motivos para desconfiar das respostas
de uma fonte e não consegue outras evidências, relativize as informações no relatório.
• Procure minimizar a chance de ocorrer os erros comuns apontados por Rummel (1977, p.99):
reconhecimento, quando o pesquisador minimiza ou não percebe informações importantes;
omissão, se ignora, e adição, se acrescenta ou exagera no relato das observações do respondente;
substituição, se apresenta sentido conotativo diferente do exposto pela fonte; e transposição,
quando erra na seqüência ou na relação entre fatos.
• A entrevista é sempre uma discussão subjetiva, mas é importante tentar separar informação
objetiva de interpretação e análise.
• É interessante utilizar trechos das entrevistas, destacando trechos literais (por verbatim) que
reforcem, esclareçam, dêem suporte, exemplifiquem o trecho em questão.
• Não é necessário identificar as fontes na descrição e análise, embora seja conveniente fazer a
relação no anexo ou no capítulo de procedimentos metodológicos. Nesta relação, podem ser
informados o nome, a função ou descrição que justifique o motivo de ter sido escolhido, a data e o
local da entrevista. No caso de anonimato, a autoria de citação pode ser atribuída a "Entrevistado
13", "Repórter de Jornal" ou alguma outra indicação.
• Em entrevistas em profundidade, a riqueza, a heterogeneidade das respostas é não apenas
esperada, como também desejável. Cada respondente apresenta sua visão que pode ter colorido,
interpretações, versões diferentes. È papel do pesquisador organizá-las coerentemente em formato
compreensível e articulado. O resultado em geral é mais descritivo, analítico, reflexivo do que
conclusivo. Por isso, o uso de percentuais não é admitido em descrições com base em entrevistas
qualitativas. Se for o caso, é possível utilizar palavras como todos os entrevistados, nenhum, a
maioria, alguns, nenhum, para deixar claro a relatividade das informações. Do mesmo modo,
13
devem ser enfatizada as limitações: “Com base nas entrevistas é concebível
afirmar/deduzir/inferir...”; “A partir da análise dos depoimentos, é possível identificar...”; “A
maioria dos entrevistados sugere que...”; “Problema apontado por alguns dos entrevistados
indica...”.
• O pesquisador pode, depois da transcrição da fita, mostrar o resultado ao entrevistado. Geralmente
nestas oportunidades é possível obter uma correção, detalhes adicionais, outros exemplos, tirar
dúvidas. Também não deve se inibir e apresentar um esboço do relatório a pessoas conhecedoras
do assunto. Deve ter certeza, entretanto, de que haverá apenas leitura crítica e não tentativa de
influenciar o resultado.
Para concluir
Mais do que uma técnica de coleta de informações interativa baseada na consulta direta a informantes, a
entrevista em profundidade pode ser um rico processo de aprendizagem, em que a experiência, visão de
mundo e perspicácia do entrevistador afloram e colocam-se à disposição das reflexões, conhecimento e
percepções do entrevistado. E, como propõe Thiollent (1981), o uso de entrevistas pode ser imaginativo e
crítico, sem que se perca o rigor metodológico.
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