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Material Suplementar para Acompanhar

MATERIAL SUPLEMENTAR PARA ACOMPANHAR

EXPLORANDO A QUÍMICA
ANALÍTICA
Quarta Edição

Daniel C. Harris
Michelson Laboratory
China Lake, California

Tradução e Revisão Técnica

Júlio Carlos Afonso, D.Sc.


Instituto de Química – UFRJ

Mauro dos Santos de Carvalho, D.Sc.


Instituto de Química – UFRJ

Milton Roedel Salles, D.Sc.


Instituto de Química – UFRJ

Oswaldo Esteves Barcia, D.Sc.


Instituto de Química – UFRJ
Este Material Suplementar contém os Experimentos que podem ser usados como apoio
para o livro EXPLORANDO A QUÍMICA ANALÍTICA, Quarta Edição, 2011. Este
material é de uso exclusivo dos estudantes da matéria.

Material Suplementar Experimentos traduzidos do material original:


Experiments to accompany Exploring Chemical Analysis, Fourth Edition
Portuguese translation copyright © 2011 by LTC — Livros Técnicos e Científicos Edi-
tora Ltda. Translated by permission of Freeman and Company, New York, Copyright ©
2009 by W.H. Freeman and Company. All Rights Reserved.

Obra publicada pela LTC:


Explorando a Química Analítica, Quarta Edição
Direitos exclusivos para a língua portuguesa
Copyright © 2011 by
LTC __ Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda.
Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional

Capa: Plataforma de Gelo Larsen na Antártida, em fevereiro de 2000, mostrando icebergs


que se partiram durante o verão antártico. Se o aumento do CO2 atmosférico aquecer
a Terra, o nível do mar subirá tanto pelo derretimento das calotas polares quanto pela
expansão térmica da água dos oceanos. [Cortesia da Equipe de Ciência do Landsat 7 e
Centro Glenn de Voos Espaciais da NASA.]

Editoração Eletrônica do material suplementar: ANTHARES


Sumário
Experimentos, 1
0. Química Analítica Verde, 2
1. Calibração da Vidraria Volumétrica, 8
2. Determinação Gravimétrica de Cálcio como CaC2O4 · H2O, 10
3. Determinação Gravimétrica de Ferro como Fe2O3, 12
4. Avaliação Estatística de Indicadores Ácido-Base, 14
5. Preparação de Ácidos e Bases-Padrão, 18
6. Empregando um Eletrodo de pH em uma Titulação Ácido-Base, 20
7. Análise de uma Mistura de Carbonato e Bicarbonato, 22
8. Análise de uma Curva de Titulação Ácido-Base: O Gráfico de Gran, 24
9. Ajuste de uma Curva de Titulação com o SOLVER® do Excel, 28
10. Análise de Nitrogênio pelo Método Kjeldahl, 33
11. Titulação com EDTA de Ca2+ e Mg2+ em Águas Naturais, 35
12. Síntese e Análise de Decavanadato de Amônio, 37
13. Titulação Iodimétrica de Vitamina C, 40
14. Preparação e Análise Iodométrica de Supercondutor de Alta Temperatura, 42
15. Titulação Potenciométrica de Haleto com Ag+, 46
16. Medida de Amônia em um Aquário com um Eletrodo Íon-Seletivo, 49
17. Análise Eletrogravimétrica de Cobre, 50
18. Medida da Vitamina C em Suco de Frutas por Voltametria com Adição-Padrão, 51
19. Medida Polarográfica de uma Constante de Equilíbrio, 53
20. Titulação Coulométrica de Ciclo-Hexeno com Bromo, 55
21. Determinação Espectrofotométrica de Ferro em Comprimidos de Vitamina, 58
22. Medida Espectrofotométrica em Microescala de Ferro em Alimentos pelo Método da Adição-Padrão, 60
23. Determinação Espectrofotométrica de Nitrito em Água de Aquário, 62
24. Medição Espectrofotométrica de uma Constante de Equilíbrio: O Diagrama de Scatchard, 63
25. Análise Espectrofotométrica de uma Mistura: Cafeína e Ácido Benzoico em um Refrigerante, 66
26. Padronização de Mn2+ por Titulação com EDTA, 68
27. Medindo Manganês em Aço por Espectrofotometria com Adição-Padrão, 70
28. Medindo Manganês em Aço por Absorção Atômica Usando uma Curva de Calibração, 73
29. Propriedades de uma Resina de Troca Iônica, 75
30. Análise de Enxofre em Carvão por Cromatografia de Íons, 78
31. Análise de Monóxido de Carbono na Descarga de Automóveis por Cromatografia a Gás, 80
32. Análise de Aminoácidos por Eletroforese Capilar, 82
33. A Composição do ADN por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, 85
34. Análise de Comprimidos Analgésicos por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, 87
35. Análise de Ânions em Água Potável por Eletroforese Capilar, 89
36. Química Verde: Extração por Dióxido de Carbono Líquido de Óleo de Casca de Limão, 91
Experimentos

O s experimentos apresentados aqui ilustram as principais técnicas analíticas descritas no


livro-texto, Explorando a Química Analítica, quarta edição, 2011. Os procedimentos
estão organizados na mesma ordem com que os tópicos estão descritos no livro-texto. Você
é convidado a baixar estas instruções da internet e reproduzi-las livremente para uso em seu
laboratório. Referências de muitos experimentos adicionais publicados nos últimos anos no
Journal of Chemical Education estão listadas nos finais de muitos capítulos no livro-texto.1
Alguns dos experimentos estão condicionados à disponibilidade de padrões ou amostras
desconhecidas fornecidas por empresas comerciais.
Embora estes procedimentos sejam seguros quando executados com cuidado, todo o ex-
perimento químico é potencialmente perigoso. Qualquer solução que desprenda fumaça (tal
como HCl concentrado) e todos os solventes não aquosos devem ser manipulados em uma
capela. A pipetagem de líquidos nunca deve ser efetuada diretamente com a boca. Respingos
na pele devem ser removidos imediatamente com água em abundância e depois lavados com
água e sabão. O responsável pelo laboratório deve ser imediatamente notificado para uma
possível providência. Produtos químicos tóxicos não devem ser descartados diretamente nas
pias. Seu Professor deve fornecer um procedimento para tratar e armazenar cada produto
químico que for utilizado.
Quando o experimento permite, é interessante ambientalmente e economicamente reduzir a
escala de um experimento. Por exemplo, buretas de 50 mL podem ser substituídas por buretas
de 10 mL com alguma perda de precisão analítica, mas pouca perda didática. Uma escala
ainda menor é possível com microburetas feitas de pipetas de 2 mL.2 Micropipetas e pequenos
balões volumétricos podem substituir grandes pipetas de vidro e balões volumétricos grandes
(novamente com sacrifício da precisão). Com a escolha apropriada de eletrodos, titulações
potenciométricas podem ser feitas em uma escala de alguns poucos mililitros, em vez de
dezenas de mililitros, usando uma seringa ou uma micropipeta para liberar o titulante. As
instruções nestes experimentos foram escritas para os tamanhos de equipamentos de laboratório
normalmente disponíveis, mas suas modificações para uma escala menor são encorajadas.

1
Você pode buscar experimentos por palavras-chave no índice do Journal of Chemical Education em http://
jchemed.chem.wisc.edu/.
2
M. M. Singh, C. McGowan, Z. Szafran, and R. M. Pike, J. Chem. Ed. 1998, 75, 371; ibid. 2000, 77, 625.

1
CAPÍTULO 0

Química Analítica Verde3

N os últimos anos, observa-se uma tendência no desenvolvimento de itens denominados


“verde” para indicar cuidados com o meio ambiente. O campo conhecido como “quími-
ca verde” pode ser rastreado até o livro Green Chemistry: Theory and Practice,4 publicado
em 1998 por Paul Anastas e John Warner. Eles definiram como química verde “o uso de
um conjunto de princípios que reduz ou elimina a utilização ou a produção de substâncias
perigosas na concepção, fabricação e aplicação de produtos químicos”. Um item importante
a ser observado com esta definição é que a química verde é um conjunto de princípios, isto é,
uma maneira de pensar a química. Não é uma disciplina separada, como química analítica,
orgânica ou física. De fato, espera-se que a atual geração de estudantes de química ao fazerem
este curso incorporarão essa filosofia de tal modo que não será necessário pensar em “química
verde”, mas apenas em “química”.
Como, então, se encaixa a química analítica nesse modo de pensar? Qual é a química
analítica verde? Para responder a essas questões, devemos primeiro reconsiderar o que é a
química analítica e o que é a química verde.
Durante este curso, você vai aprender uma série de métodos para caracterizar qualitativa-
mente e quantitativamente um sistema de amostragem ou um sistema químico. O conhecimento
desses métodos e os princípios químicos por trás deles é algo valorizado por muitas indústrias.
Por outro lado, os químicos analíticos podem ser vistos como um mal necessário, por exemplo,
para analisar as amostras, a fim de dar informações e suporte para as agências governamentais.
A química analítica é algo que é tolerado, mas as análises geram despesas (custam dinheiro)
em vez de aumentarem os lucros de uma empresa. Considere o seguinte exemplo: Você tra-
balha para um fabricante de detergente, e um químico encarregado do desenvolvimento de
produtos entra em seu laboratório com um frasco de detergente, pedindo-lhe para determinar
o nível de silicone nesse produto. Embora você possa facilmente fazer o que foi pedido, ao
questionar sobre o produto você descobre que o químico de desenvolvimento realmente não
quer saber a concentração de silicone. O que ele realmente quer saber é por que o produto
não está se comportando do jeito que deveria (talvez ocorra formação de muita espuma ou
ele não limpa de forma eficaz), e ele acha que isso está relacionado com a concentração de
silicone. Um bom químico analítico não se limita a fornecer dados; ele fornece informação
e conhecimento para que, com base nisso, decisões possam ser tomadas.
Químicos analíticos são solucionadores de problemas. Usamos os nossos conhecimentos
para nos tornarmos parceiros de nossos clientes de modo a responder às suas perguntas.
No exemplo anterior, a análise de detergente, um químico analítico poderia ter executado a
análise de silicone e, em seguida, várias outras análises, a fim de eventualmente resolver o
problema. Mas o químico analítico, que foi um verdadeiro parceiro científico no processo,

3
Esta seção teve a contribuição de Douglas E. Raynie, Departamento de Química e Bioquímica, Universidade
Estadual da Dacota do Sul, Brookings SD 57007; douglas.raynie@sdstate.edu.
4
P. T. Anastas and J. C. Warner, Green Chemistry: Theory and Practice (New York: Oxford University Press,
1998).

2
Química Analítica Verde 3

entendeu o problema e usou seus conhecimentos de química para desenvolver uma hipótese
mais refinada e agilizar as análises necessárias para responder à pergunta final com mais
facilidade. Esse papel do químico analítico foi resumido pelo Prof. Herb Laitinen, de acordo
com o qual, “A análise de uma amostra não é o verdadeiro objetivo da química analítica … o
verdadeiro objetivo da análise é resolver um problema”.5 O desenvolvimento da habilidade em
resolver problemas vem com uma combinação do conhecimento analítico e da experiência.
Em resumo, o químico analítico é um solucionador de problemas, e a solução de problemas
envolve uma forma de pensar a química.

O que É a Química Verde?


Definimos a química verde como algo que é aplicado ao longo da vida inteira de um produto.
Escondida dentro dessa definição, existe uma combinação de preocupações ambientais e
econômicas. Ou seja, um produto pode trazer benefícios ambientais; mas, se ele não pode
competir no mercado, está condenado ao fracasso. A química verde é guiada pelo conjunto
de 12 princípios desenvolvidos por Anastas e Warner4 e apresentados na Tabela 1.
Se a química verde e a preocupação com o meio ambiente são a coisa certa a fazer, por que
não temos feito isso o tempo todo? Pense na química orgânica. Nem sempre é fácil escolher os
reagentes certos para colocar os grupos funcionais corretos nos lugares certos em uma síntese

Tabela 1 Os 12 Princípios da Química Verde4


1. Prevenção
É melhor evitar do que tratar os resíduos ou limpar o resíduo depois que ele foi criado.
2. Economia de Átomos
Os métodos sintéticos devem ser desenvolvidos para maximizar a incorporação de todos os materiais utilizados durante o
processo no produto final.
3. Sínteses Químicas Menos Perigosas
Sempre que possível, os métodos sintéticos devem ser desenvolvidos para utilizar e produzir substâncias que possuam
pouca ou nenhuma toxicidade para a saúde humana e o meio ambiente.
4. Desenvolver Produtos Químicos Mais Seguros
Os produtos químicos devem ser concebidos para efetuar a sua função desejada, minimizando a sua toxicidade.
5. Uso de Solventes e Auxiliares Mais Seguros
O uso de substâncias auxiliares, como, por exemplo, solventes, agentes de separação, etc., só deve ser feito quando for
necessário e, neste caso, devem ser inócuas.
6. Levar em Conta a Eficiência de Energia
As necessidades energéticas dos processos químicos devem ser reconhecidas por seus impactos econômicos e ambientais
e devem ser minimizadas. Se possível, métodos sintéticos devem ser conduzidos à temperatura e pressão ambientes.
7. Uso de Matérias-Primas Renováveis
A matéria-prima deve ser renovável sempre que for técnica e economicamente viável.
8. Evitar a Formação de Derivados
A derivatização desnecessária (uso de grupos bloqueadores, proteção/desproteção, modificação temporária dos processos
físicos/químicos) deve ser minimizada ou evitada, se possível, porque tais processos necessitam de reagentes adicionais e
podem gerar resíduos.
9. Catálise
Reagentes catalíticos (tão seletivos quanto possível) são superiores aos reagentes estequiométricos.
10. Produtos Degradáveis
Os produtos químicos devem ser desenvolvidos de modo que, ao final de sua função, eles não permaneçam no ambiente;
eles devem se degradar em produtos inócuos.
11. Análise em Tempo Real para a Prevenção de Poluição
As metodologias de análise precisam ser desenvolvidas para permitir que o processo de monitoramento e controle antes
da formação de substâncias perigosas seja feito em tempo real.
12. Química Intrinsecamente Segura para a Prevenção de Acidentes
As substâncias e a forma com que uma substância é utilizada em um processo químico devem ser escolhidas para
minimizar o perigo potencial de acidentes químicos, incluindo vazamentos, explosões e incêndios.

5
H. A. Laitinen, Anal. Chem., 1966, 38, 1441.
4 Capítulo Zero

complexa. Agora, considere que você está trabalhando como químico no desenvolvimento de
um produto na indústria. Não só você deve sintetizar o composto com propriedades deseja-
das por sua empresa, mas você deve fazê-lo de uma forma que pode ser transferida para um
engenheiro de processos de modo que ele possa desenvolver o processo com alto rendimento,
rapidez, segurança e custo mínimo. Agora adicione as preocupações ambientais: “Não é fácil
ser verde”, se torna mais evidente. Em resumo, a química verde envolve um modo de pensar
sobre a química de uma forma ambientalmente e economicamente viável.

O que É Química Analítica Verde?


A revisão do que foi visto anteriormente nos permite imaginar corretamente que a química
analítica verde é uma união de vários pensamentos — uma forma única de pensar sobre como
fazer química. Realizar análises químicas de uma maneira verde não significa que devemos
relaxar com a necessária precisão, exatidão e outras demandas da análise. A inserção de
valores verdes no laboratório diz respeito a vários fatores relacionados aos 12 princípios da
química verde, incluindo os resíduos, a energia, a toxicidade e outros. Por exemplo, o risco
associado a um determinado produto químico está relacionado tanto à nossa exposição ao
produto químico como ao risco inerente possuído pelo produto químico. Apesar de podermos
usar equipamentos de proteção pessoal, como óculos de segurança, jalecos e luvas de látex,
ou trabalhar em uma capela, não podemos alterar o risco inerente associado a um composto.
Assim, talvez possamos mudar o reagente. Estamos fazendo isso há anos. O benzeno e o
tetracloreto de carbono foram banidos do laboratório desde meados da década de 1970. Mas
as nossas práticas têm que continuar a evoluir, à medida que o nosso conhecimento sobre os
produtos químicos e seus riscos inerentes progride.
No mínimo, metade dos 12 princípios da química verde se aplicam ao laboratório de
analítica:
Princípio 1: Evitar os Resíduos. Enquanto os resíduos gerados na produção de substâncias
químicas ofuscarem a quantidade de resíduos provenientes de um laboratório típico de química
analítica, os procedimentos analíticos individuais podem envolver tanto quanto um litro de
solvente orgânico para extrair os analitos da amostra. Quando usada em um procedimento
analítico, mesmo a água, que todos concordam que é um bom solvente para o ambiente, é
convertida em esgoto que deve ser tratado adequadamente. Assim, o analista profissional deve
ficar a par dos desenvolvimentos que podem minimizar a geração de resíduos.
Princípio 5: Substâncias Auxiliares Mais Seguras. O risco inerente associado a um produto
químico deve ser considerado, e alternativas devem ser exploradas. O risco pode ser toxico-
lógico, mas também pode ser a inflamabilidade, a corrosividade, ou outras propriedades. Se
não existem alternativas, o controle adequado para a exposição é necessário.
Princípio 6: Eficiência Energética. Vários procedimentos comuns de análise podem ser
considerados como problemáticos no uso de energia. Por exemplo, na maioria dos casos o
problema não é apenas as grandes quantidades de solventes utilizados na extração; o solvente
deve ser evaporado, em seguida, para concentrar os solutos para análise. Procedimentos ins-
trumentais podem exigir altas temperaturas ou têm necessidade de alta potência. Às vezes,
contrapartidas têm que ser consideradas. Requer menos energia manter um forno de secagem
ligado durante a noite e manter uma temperatura constante ou desligar o forno e fazer um
aquecimento rápido até pouco antes de usar? Se a água é usada como solvente atóxico, não é
preciso pagar um preço maior pela energia necessária para evaporar a água em comparação
com muitos solventes orgânicos? Posteriormente, apresentaremos um conjunto de diretrizes
para julgar esses compromissos.
Princípio 8: Reduzir Derivativos. Muitas vezes, derivados químicos são empregados para
melhorar a solubilidade ou a detecção de componentes da amostra. Por exemplo, a determina-
ção de gorduras nos alimentos requer a conversão de ácidos graxos em ésteres metílicos para
a cromatografia gasosa. No entanto, os avanços tecnológicos podem proporcionar resultados
analíticos semelhantes, evitando a necessidade de derivatização. Por exemplo, cromatografia
líquida de alta eficiência pode fornecer resultados equivalentes às gerações anteriores de
cromatografia gasosa.
Princípio 11: Análise em Tempo Real. Este princípio é a química analítica!!! O campo
da química analítica de processos, envolvendo procedimentos in-line, on-line, ou at-line, é
Química Analítica Verde 5

uma ferramenta valiosa nos processos químicos. Ao monitorar a criação de um subproduto,


o envenenamento de um catalisador, o pH da reação, ou outras propriedades, é possível usar
essa informação para que uma reação ou um processo permaneça sob controle, evitando-se
assim interrupções eventuais no processo.
Princípio 12: Química Mais Segura. A inflamabilidade dos solventes, a capacidade oxi-
dativa dos reagentes e os fatores similares devem ser considerados no desenvolvimento de
métodos analíticos.
Várias das experiências neste manual de laboratório ilustram a química verde. Por exem-
plo, o Experimento 10 (Análise de Nitrogênio pelo Método Kjeldahl) usa pérolas de ebulição
recobertas com selênio como um catalisador (Princípio 9); o Experimento 14 (Preparação e
Análise Iodométrica de Supercondutor de Alta Temperatura) nos lembra que os supercon-
dutores de alta temperatura poderiam nos ajudar na direção da sustentabilidade em energia
(Princípio 6); e os Experimentos 30 (Análise de Enxofre em Carvão por Cromatografia de
Íons) e 31 (Análise de Monóxido de Carbono na Descarga de Automóveis por Cromatografia
a Gás) ilustram o papel da química analítica na prevenção da poluição (Princípios 1 e 11).
Uma nova experiência, Experimento 36, Química Verde: Extração por Dióxido de Carbono
Líquido de Óleo de Casca de Limão, demonstra o potencial das novas tecnologias (extração
com fluido supercrítico) para indicar solventes alternativos (Princípios 1 e 5). Os alunos são
desafiados a discutirem as suas experiências em relação aos 12 princípios da química verde
quando escreverem seus relatórios.
Agora que temos alguma ideia do que é a química analítica verde, vamos discutir algumas
considerações analíticas específicas da química verde. Alguns artigos de revisão6,7,8 apresentam
uma discussão mais detalhada dos avanços no campo da química analítica que apresentam
atributos de química verde. No entanto, considerações gerais para a prática de química ana-
lítica verde podem ser resumidas:
Planejamento. O planejamento adequado permite que o máximo de informações sejam
obtidas com o número mínimo de análises. Uma área da estatística denominada Projeto de
Experimentos pode ser usada para orientar o planejamento de procedimentos de laboratório.
O uso da quimiometria nos permite descobrir relações entre conjuntos de amostras que podem
estar escondidas, se a abordagem convencional é usada.
Amostragem. Atenção à amostragem adequada é uma parte muitas vezes esquecida da
análise química, mas talvez seja a etapa mais importante em toda a análise. Um equívoco
comum é que um método analítico pode ser verde, simplesmente por ser realizado em mi-
croescala. Embora isso seja verdade, deve-se tomar cuidado para garantir que o tamanho
amostral adequado (no mínimo) é usado. A amostra deve ser coletada para ser estatisticamente
representativa do sistema em estudo e homogeneizada para reduzir o erro.
Análise Direta. Os métodos que não requerem que a amostra seja trabalhada antes da etapa
de medição têm várias vantagens, incluindo a característica verde. Técnicas que empregam
eletrodos íon-seletivo, espectroscopia de reflectância, ou análise de superfície podem frequen-
temente fornecer informações químicas adicionais sem o uso de reagentes.
Preparação da Amostra. Extrações orgânicas e digestões ácidas geram a maior quantidade
de resíduos (devido ao uso de perigosos solventes ou ácidos) em vários procedimentos. Esse
campo tem recebido atenção considerável nos tempos modernos. Digestões ácidas podem ser
mais seguras por meio da aplicação de irradiação de micro-ondas. Processos alternativos ao
uso de solventes, utilizando água, líquidos iônicos, ou a manipulação cuidadosa de calor e
energia podem reforçar consideravelmente o processo de preparação de amostras.
Cromatografi a. A separação do analito dos componentes da amostra é necessária na
maioria dos procedimentos analíticos. A cromatografia pode envolver grandes quantidades
de solventes, adsorventes e outros produtos químicos. A cromatografia de microcoluna re-
duz o consumo de solvente, minimiza o uso de adsorventes cromatográficos, e proporciona
desempenho superior.
Redução de Dados. Manipulações estatísticas podem ajudar nas informações de resultados
analíticos. Muitas vezes a identificação inequívoca de compostos não é necessária; o conhe-
cimento das tendências é suficiente.

6
P. T. Anastas, Crit. Rev. Anal. Chem. 1999, 29, 167.
7
J. Namiesnik, J. Sep. Sci. 2001, 24, 151.
8
L. H. Keith, L. U. Gron, and J. L. Young, Chem. Rev. 2007, 107, 2695.
6 Capítulo Zero

Análise de Campo e Análise de Processos. A obtenção da análise da amostra geralmente


oferece várias vantagens verdes. A intervenção quase instantânea a partir dos resultados da
análise pode minimizar a probabilidade de uma perturbação do processo. Da mesma forma,
o operador de retroescavadeira em um sítio ambiental que necessita de limpeza gostaria de
comunicação instantânea de que o local está limpo para que ele possa sair cavando, em vez
de esperar por resultados que venham do laboratório. Uma contribuição da química analítica
para o movimento ambiental tem sido a identificação de riscos dentro do ambiente. A execução
cuidadosa de análise de campo e de processo pode fazer a química analítica avançar de um
modelo de identificação e sem intervenção para um modelo de prevenção de riscos.

Como Decidimos se um Método É Verde?


Um bom início é comparar um método analítico com os 12 princípios da química verde. No
entanto, tenha em mente que compromissos são feitos ao longo do caminho. Um método
poderia utilizar menos solvente, enquanto o outro consome menos energia. Nenhum proce-
dimento é verdadeiramente verde; o que ocorre é que um método pode ser considerado mais
ecológico do que outro.
Um conjunto de diretrizes utilizadas para avaliar o perfil verde de um método é associado
com o banco de dados do Índice Nacional de Vigilância Ambiental (NEMI, Estados Unidos)
(www.nemi.gov).4 O banco de dados NEMI foi compilado por pesquisadores de diversas
agências federais dos Estados Unidos, pelo Instituto de Química Verde da Sociedade Ame-
ricana de Química, e outros. Esse banco de dados on-line, de acesso livre, lista os métodos e
procedimentos regulatórios e não regulatórios para análise de água, sedimento, ar e tecidos.
Apresenta informações sobre o custo e o desempenho de cada método. Apresentado com
cada método, existe um perfil verde, desenvolvido em colaboração com 25 especialistas em
meio ambiente de cinco agências reguladoras e laboratórios privados. Um exemplo deste
perfil é mostrado na Figura 1 para o método da Agência de Proteção Ambiental dos Estados
Unidos para a determinação da dureza total da água por titulação com EDTA (semelhante
ao do Experimento 11).

PBT Perigo
Figura 1. Perfil verde para o
Método 130,2 da EPA (Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Corrosivo Resíduos
Unidos): Dureza Total da Água por
Titulação

O símbolo para o perfil verde é simples, visual, e permite que um indivíduo faça um juízo
de valor em função dos critérios do perfil. Apresentamos a seguir uma descrição dos critérios
do símbolo:
Perigo: Um método falha neste critério se utiliza produtos químicos em um dos dois
bancos de dados importantes, o Resource Conservation and Recovery Act D, F, P ou U9 ou o
Environmental Protection Agency Toxic Release Inventory.10 Cerca de metade dos métodos
do banco de dados NEMI falha neste critério.
Quantidade de Resíduos: Um método falha neste critério se a quantidade de resíduos ge-
rada é superior a 50 gramas. Esses 50 gramas incluem a massa da amostra, bem como todos
os produtos químicos utilizados no procedimento, mas não incluem os padrões de calibração,
limpeza (a menos que quantidades significativas de produtos químicos estejam previstas nas
etapas de limpeza) e fatores relacionados. O critério de resíduos é talvez o mais rigoroso.
Quando aplicado a 560 métodos do banco de dados NEMI, aproximadamente 2/3 falharam

9
http://ecfr.gpoaccess.gov/cgi/t/text/textidx?c=ecfr;sid=4990e762d7b81851bef18f82dc851826;rgn=div5;view=
text;node=40%3A25.0.1.1.2;idno=40;cc=ecfr#40:25.0.1.1.2.4.1.2
10
http://www.epa.gov/tri/chemical/
Química Analítica Verde 7

nesse critério. Em geral, as falhas foram devido ao uso de solventes para análise orgânica e
ao uso de ácidos minerais para análise de substâncias inorgânicas.
Corrosivo: Um método falha neste critério se o pH, durante a análise, for inferior a 2 ou
maior que 12. A taxa de falha neste critério foi de cerca de 20% para os métodos do NEMI.
PBT (Persistentes, Bioacumulativos e Tóxicos): Um método falha neste critério se utiliza
produtos químicos considerados persistentes no ambiente, bioacumulativos ou tóxicos, tal
como definido pelo Inventário de Emissões Tóxicas da EPA. Apenas cerca de 5% dos métodos
do NEMI não satisfazem este critério, e cada um dos métodos que falhou no critério do PBT
também falhou no critério de perigo. Frequentemente, esses métodos incluíam os compostos
de chumbo ou mercúrio.
Para o método da dureza da água da EPA (Método 130,2 da EPA), ilustrado na Figura
1, vemos que o método é considerado verde por critérios de perigo e PBT, mas não pelos
critérios de resíduos e de corrosão. Durante a análise, o pH é inferior a 2 e são gerados 66
gramas de resíduos.

Resumo
A química analítica e a química verde são baseadas em um modo de pensar sobre como
executar experimentos. A química analítica verde é uma convergência desses processos de
pensamento. Uma química analítica boa é inerentemente química verde.
Para cada experimento neste manual de laboratório, um perfil verde é exibido. Um com-
ponente sugerido de seu relatório deve ser uma discussão do porquê de uma determinada
experiência cumprir ou não os critérios do perfil verde. Proponha maneiras como a experiência
pode ser mais verde. Se você seguir com este exercício, essa metodologia deve se tornar cada
vez mais natural para você. Se você desenvolver esse modo de pensar, de modo que ele se
torne uma segunda natureza, você estará pronto para assumir responsabilidades de liderança
em sua geração de químicos.
CAPÍTULO 1
Calibração da Vidraria
Volumétrica

PBT Perigo
U ma característica importante do bom analista é a sua capacidade em extrair os melho-
res dados possíveis de seu equipamento. Para esse propósito, é necessário calibrar sua
própria vidraria volumétrica (buretas, pipetas, balões etc.) para medir os volumes exatos que
são contidos ou transferidos. Este experimento também promove a melhora na manipulação
de vidraria volumétrica.
Corrosivo Resíduos

Calibração de uma Bureta de 50 mL


Perfil Verde Este procedimento explica como se pode construir um gráfico, como o da Figura 3-2 no livro-
Veja Seção 0 texto, para converter o volume medido do que é transferido por uma bureta para o volume
real do que é transferido, a 20°C.
1. Encha a bureta com água destilada e retire todas as bolhas de ar. Verifique se a água es-
coa pela bureta sem deixar gotas aderidas sobre as paredes. Caso isto não ocorra, limpe a
bureta com água e detergente ou deixe-a mergulhada numa solução de limpeza.11 Ajuste
o menisco em 0,00 mL, ou ligeiramente abaixo. Encoste a ponta da bureta na lateral de
um béquer para remover a gota de água, que fica suspensa na ponta da bureta. Deixe a
bureta descansar por 5 minutos, enquanto você pesa um frasco de 125 mL, que tenha uma
rolha de borracha. (Deve-se segurar este frasco com papel-toalha para evitar variações de
massa devido a resíduos que ficam no vidro a partir de impressões digitais.) Se o nível do
líquido na bureta variou, aperte a torneira e repita o procedimento anterior. Anote o nível
do líquido.
2. Transfira, aproximadamente, 10 mL de água, com uma vazão < 20 mL/min para o frasco
pesado e feche-o para evitar evaporação. Depois de transferir a água, espere cerca de
30 s para fazer a leitura da bureta, de modo a permitir que o filme de líquido nas paredes
tenha escoado. Estime todas as leituras ao centésimo de mL. Pese o frasco novamente para
determinar a massa de água transferida pela bureta.
3. Agora, transfira o volume de água entre as marcas de 10 a 20 mL e meça a massa de água
transferida. Repita este procedimento para 30, 40 e 50 mL. Repita então, novamente, todo
o procedimento (10, 20, 30, 40 e 50 mL).
4. Use a Tabela 2-5 do livro-texto para converter a massa de água em volume transferido.
Compare os dois conjuntos de medida. Quando a diferença for maior do que 0,04 mL, é
necessário que se repita todo o procedimento. Prepare uma curva de calibração como a
da Figura 3-2 do livro-texto, mostrando o fator de correção a cada intervalo de 10 mL.

11
Prepare uma solução de limpeza dissolvendo 36 g de peroxidissulfato de amônio, (NH4)2S2O8, em 2,2 L (“um
galão”) de ácido sulfúrico 98% em massa, em um frasco tampado frouxamente. Adicione peroxidissulfato de amônio
a cada poucas semanas para manter o poder oxidante. EOSULF é uma solução de limpeza alternativa para remover
proteínas e outros resíduos da vidraria de laboratório de bioquímica. EOSULF contém o quelante de metais EDTA
e um detergente sulfonato. Ele pode ser seguramente despejado no esgoto. [P. L. Manske, T. M. Stimpfel, and E.
L. Gershey, J. Chem. Ed. 1990, 67, A280.]

8
Calibração da Vidraria Volumétrica 9

Exemplo Calibração de Bureta


Quando se transfere líquido de uma bureta, a 24°C, observam-se os seguintes valores:

Leitura final 10,01 10,08 mL


Leitura inicial 0,03 0,04
Diferença 9,98 10,04 mL
Massa 9,984 10,056 g
Volume real transferido 10,02 10,09 mL
Correção +0,04 +0,05 mL
Correção média +0,045 mL

Para calcular o volume real transferido quando 9,984 g de água são transferidos, a 24°C,
use o fator de conversão 1,0038 mL/g da Tabela 2-5 do livro-texto. Encontramos que 9,984 g
ocupam (9,984 g)(1,0038 mL/g) = 10,02 mL. A correção média para os dois conjuntos de
dados é de +0,045 mL.
Para obter a correção para um volume maior do que 10 mL, adicionam-se massas suces-
sivas de água, que são coletadas num determinado frasco. Admita que as seguintes massas
foram medidas:
Intervalo de volume (mL) Massa transferida (g)
0,03–10,01 9,984
10,01–19,90 9,835
19,90–30,06 10,071
Soma 30,03 mL 29,890 g

O volume total de água transferida é (29,890 g)(1,0038 mL/g) = 30,00 mL. Como o volume
indicado pela bureta é de 30,03 mL, a correção da bureta em 30 mL é –0,03 mL.

Qual o significado dessa correção? Admita que a Figura 3-2 do livro-texto se aplica à
sua bureta. Se você começa uma titulação em 0,04 mL e termina em 29,00 mL, você teria
transferido 28,96 mL se a bureta fosse perfeita. A Figura 3-2 indica que a bureta transfere
0,03 mL a menos do que é indicado. Logo, somente 28,93 mL foram realmente transferi-
dos. Para usar a curva de calibração, todas as titulações devem começar o mais próximo de
0,00 mL ou as leituras, inicial e final, devem ser corrigidas. Sempre que uma bureta for usada,
as leituras devem ser corrigidas pela curva de calibração dessa bureta.

Calibração de Outra Vidraria


Outras vidrarias volumétricas podem também ser calibradas pela medida da massa de água
que elas contêm ou transferem. Pipetas de vidro e micropipetas plásticas podem ser cali-
bradas pesando-se a água que elas transferem. Já um balão volumétrico pode ser calibrado
pesando-se o mesmo, vazio, e então preenchendo-o até a marca com água destilada. Faça cada
procedimento no mínimo duas vezes. Compare seus resultados com as tolerâncias listadas
nas tabelas do Capítulo 2 do livro-texto.
CAPÍTULO 2
Determinação
Gravimétrica de Cálcio
12
como CaC2O4 · H2O

PBT Perigo
O íon cálcio pode ser analisado por precipitação com oxalato em solução básica para formar
Ca2C2O4 · H2O. O precipitado é solúvel em solução ácida porque o ânion oxalato é uma
base fraca. Cristais grandes do produto relativamente puro e facilmente filtrado são obtidos
se a precipitação é executada lentamente. Isto pode ser feito dissolvendo-se Ca2+ e C2O42– em
solução ácida e elevando-se gradualmente o pH pela decomposição térmica da ureia:
Corrosivo Resíduos
O
C calor
Perfil Verde H2N NH2 + 3H2O → CO2 + 2NH+4 + 2OH-
Veja Seção 0 Ureia

Reagentes
Solução de oxalato de amônio: Preparar 1 L de solução contendo 40 g de (NH4)2C2O4 e
25 mL de HCl 12 M. Cada aluno precisará de 80 mL desta solução.
Indicador vermelho de metila: Dissolver 20 mg do indicador em 60 mL de etanol e adi-
cionar 40 mL de H2O.
HCl 0,1 M: (225 mL/aluno) Diluir 8,3 mL de HCl a 37% até 1 L.
Ureia: 45g/aluno.
Amostras desconhecidas: Prepare 1 L de solução contendo 15-18 g de CaCO3 mais 38 mL
de HCl 12 M. Cada aluno necessitará de 100 mL desta solução.

Procedimento
1. Seque três funis de vidro sinterizados, de porosidade média, por 1-2 horas a 105°C. Deixe-os
esfriar por 30 min em um dessecador e depois os pese. Repita o procedimento com períodos
de aquecimento de 30 min até que as pesagens sucessivas concordem dentro de 0,3 mg.
Use uma folha de papel-toalha ou uma pinça-tesoura, e não seus dedos, para manipular os
funis. Alternativamente, um forno de micro-ondas de cozinha, de 900 W, seca o cadinho
a uma massa constante em dois períodos de aquecimento de 4 e de 2 min (com períodos
de 25 min para resfriamento depois de cada ciclo).13 Você precisará experimentar com o
seu próprio forno para encontrar os tempos de aquecimento mais apropriados.
2. Use pequenas porções da amostra para lavar/enxaguar uma pipeta aferida de 25 mL e
descarte os líquidos das lavagens. Use um pipetador de borracha, não a sua boca, para
aspergir o líquido. Transfira exatamente 25 mL da amostra para cada um de três béqueres
de 250 a 400 mL e dilua cada um com ~75 mL de HCl 0,1 M. Adicione 5 gotas de solução

12
C. H. Hendrickson and P. R. Robinson, J. Chem. Ed. 1979, 56, 341.
13
R. Q. Thompson and M. Ghadiali, J. Chem. Ed. 1993, 70, 170.

10
Determinação Gravimétrica de Cálcio como CaC2O4 · H2O 11

do indicador vermelho de metila a cada béquer. Este indicador é vermelho abaixo de pH


4,8 e amarelo acima de pH 6,0.
3. Adicione ~25 mL de solução de oxalato de amônio a cada béquer, agitando, ao mesmo
tempo, com um bastão de vidro. Remova o bastão e limpe-o dentro do béquer com pequenas
porções de água destilada. Adicione ~15 g de ureia sólida a cada amostra, cubra cada uma
delas com um vidro de relógio e aqueça lentamente por ~30 min até que o indicador vire
para amarelo.
4. Filtre cada uma das soluções quentes através de um funil pesado, usando sucção (Figura
2-12 do livro-texto). Adicione ~3 mL de água gelada ao béquer e use um policial de borracha
para ajudar a transferir o sólido remanescente para o funil. Repita este procedimento com
pequenas porções de água gelada até que todo o precipitado seja transferido. Finalmente,
use porções de 10 mL de água gelada para lavar cada béquer e despeje essa água sobre o
precipitado.
5. Seque o precipitado, primeiro por sucção com uma trompa d’água durante 1 min e, a seguir,
em uma estufa a 105°C durante 1-2 h. Repita até que o filtro atinja peso constante. O pro-
duto é um pouco higroscópico; por isso, apenas um filtro de cada vez deve ser retirado do
dessecador e a pesagem deve ser feita rapidamente. Alternativamente, o precipitado pode
ser seco em um forno de micro-ondas, inicialmente por 4 min, seguidos por outro período
de 2 min, com um resfriamento de 15 min antes da pesagem. Com esse procedimento, a
água de cristalização não é perdida.
6. Calcule a molaridade média de Ca2+ na solução desconhecida ou o peso percentual médio
de Ca no sólido desconhecido. Relate o desvio-padrão e o desvio-padrão relativo (s/x– =
desvio-padrão/média).
CAPÍTULO 3
Determinação
Gravimétrica de Ferro
14
como Fe2O3

PBT Perigo
U ma amostra contendo ferro pode ser analisada por precipitação do óxido hidratado a partir
de solução alcalina, seguida de uma queima do precipitado de modo a formar Fe2O3:
Base
Fe3+ + (2 + x)H2O FeOOH . xH2O(s) + 3H+

Corrosivo Resíduos Óxido férrico hidratado


900ºC
FeOOH . xH2O Fe2O3(s)
Perfil Verde O óxido hidratado gelatinoso pode reter impurezas. Portanto, o precipitado inicial é dissol-
Veja Seção 0
vido em ácido e precipitado novamente. Uma vez que a concentração de impurezas é menor
durante a segunda precipitação, a oclusão é diminuída. Amostras sólidas desconhecidas podem
ser preparadas a partir de sulfato de ferro e amônio.

Procedimento
1. Leve três cadinhos de porcelana e suas respectivas tampas a uma massa constante por
aquecimento ao rubro por 15 min em um bico de Bunsen (Figura 1). Resfrie por 30 min
em um dessecador e pese cada cadinho. Repita o procedimento sucessivamente até as pe-
sagens concordarem dentro de 0,3 mg. Certifique-se de que todas as substâncias oxidáveis
na superfície de cada cadinho tenham sido queimadas e removidas.
Cadinho

Anel metálico

Triângulo

Bico de
Bunsen

Figura 1. Posicionando um cadinho sobre um bico de Bunsen.

2. Cuidadosamente, pese três porções da amostra desconhecida contendo Fe suficiente para


produzir ~0,3 g de Fe2O3. Dissolva cada amostra em 10 mL de HCl 3 M (com aquecimen-
to, se necessário). Se houver impurezas insolúveis presentes, filtre com um papel de filtro
quantitativo e lave-o bem com água destilada. Adicione 5 mL de HNO3 6 M ao filtrado e
aqueça-o por alguns minutos para garantir que todo o ferro seja oxidado a Fe(III).

14
D. A. Skoog and D. M. West, Fundamentals of Analytical Chemistry, 3d ed. New York: Holt, Rinehart and
Winston, 1976).

12
Determinação Gravimétrica de Ferro como Fe2O3 13

3. Dilua a amostra a 200 mL com água destilada e adicione amônia15 3 M, com agitação
constante até que a solução se torne básica (basicidade determinada por papel de tornassol
ou papel indicador de pH). Faça a digestão do precipitado por aquecimento durante 5 min
e deixe o precipitado sedimentar.
4. Decante o líquido sobrenadante através de um papel de filtro sem cinzas com alta porosi-
dade (Whatman 41 ou Schleicher and Schuell Faixa Preta, como nas Figuras 2-13 e 2-14
do livro-texto). Não verta o líquido de uma altura maior do que 1 cm a partir do topo do
funil. Se uma nova precipitação é desejada, vá para a Etapa 5. Lave o precipitado repetidas
vezes com NH4NO3 a 1% m/m até que pouco ou nenhum Cl– seja detectado no sobrena-
dante filtrado. (Teste o Cl– acidificando alguns mililitros do filtrado com 1 mL de HNO3
diluído e adicione algumas gotas de AgNO3 0,1 M.) Finalmente, transfira o sólido para o
filtro com a ajuda de um policial de borracha e mais líquido quente. Passe para a Etapa 6
se uma nova precipitação não é necessária.
5. Lave por duas vezes o material gelatinoso com 30 mL de uma solução aquosa de NH4NO3
fervente a 1% m/m, decantando o sobrenadante através do filtro. A seguir, ponha o papel-
filtro de volta no béquer com o precipitado, adicione 5 mL de HCl 12 M para dissolver o
ferro e reduza o papel de filtro a pequenos pedaços com o auxílio de um bastão de vidro.
Com agitação, adicione amônia e precipite novamente o ferro presente. Decante através de
um funil com uma nova folha de papel de filtro sem cinzas. Lave o sólido repetidamente
com NH4NO3 a 1% m/m, quente, até que pouco ou nenhum íon Cl– seja detectado no filtrado
sobrenadante. A seguir, transfira todo o sólido para o filtro com a ajuda de um policial de
borracha e mais líquido quente.
6. Deixe o filtro escorrer durante a noite, se possível, protegido da poeira. Cuidadosamente
retire o papel do funil, dobre-o (Figura 2) e transfira-o para um cadinho de porcelana que
esteja a uma massa constante.

1. Aplaine 2. Dobre nos 3. Dobre a


o papel cantos parte de cima Figura 2. Dobrando um papel-
filtro e posicionando-o dentro de um
cadinho para a queima. A dobradura
do papel deve ser feita de modo que
4. Ponha dentro do cadinho todo o material caiba e se ajuste à
com a ponta encostada base do cadinho. Seja cuidadoso de
no fundo forma a não rasgar o papel.

7. Seque o cadinho cuidadosamente com uma pequena chama, como mostrado na Figura 1.
A chama deve ser dirigida para a parte de cima do cadinho com a sua tampa semiaberta.
Devem-se evitar projeções do material. Depois que o papel-filtro e o precipitado estão
secos, queime o papel-filtro aumentando a temperatura da chama. O cadinho deve estar
ao ar livre para evitar a redução do ferro pelo carbono. (A tampa do cadinho deve estar em
uma boa posição para abafá-lo, se por acaso o papel de filtro inflamar.) Qualquer resíduo
de carbono no cadinho ou na sua tampa deve ser queimado dirigindo-se a chama em sua
direção. O cadinho deve ser sempre manipulado com uma pinça-tesoura. Finalmente, o
produto deve ser queimado por 15 min com toda a chama do bico de Bunsen dirigida para
a base do cadinho onde o Fe2O3 está localizado.
8. Resfrie o cadinho rapidamente ao ar e depois no dessecador por 30 min. Pese o cadinho
e a tampa até massa constante (dentro de 0,3 mg) com aquecimentos repetidos.
9. Calcule a porcentagem em massa de ferro em cada amostra, a média, o desvio-padrão e o
desvio-padrão relativo (s/x–).

15
Reagentes básicos não devem ser armazenados em frascos de vidro porque eles, lentamente, dissolverão o vidro. Se a
amônia de um frasco de vidro é usada, ela pode conter partículas de sílica; deve por isso ser previamente filtrada.
CAPÍTULO 4
Avaliação Estatística de
16
Indicadores Ácido-Base

PBT Perigo
E ste experimento apresenta o uso de indicadores e os conceitos estatísticos de média, desvio-
padrão, teste Q e teste t. Será feita uma comparação da exatidão de diferentes indicadores
na localização do ponto final da titulação da base “tris” com ácido clorídrico:
(HOCH2)3CNH2 + H+ → (HOCH2)3CNH+3
Corrosivo Resíduos Tris(hidroximetil)aminometano
"tris"

Perfil Verde
Reagentes
Veja Seção 0
HCl ~0,1 M: Cada aluno utilizará aproximadamente 500 mL dessa solução não padroniza-
da. Este volume deve ser oriundo de uma mesma solução do ácido, preparada em quantidade
suficiente para que toda a classe possa efetuar a análise.
Tris: Deve ser disponível na pureza de padrão primário, em forma de pó (~4g/aluno).
Indicadores devem ser disponibilizados em frascos conta-gotas:
Azul de bromotimol (AB): Dissolva 0,100 g em 16,0 mL de NaOH 0,0100 M e adicione
225 mL de H2O
Vermelho de metila (VM): Dissolva 20 mg em 60 mL de etanol e adicione 40 mL de H2O
Verde de bromocresol (VB): Dissolva 0,100 g em 14,3 mL de NaOH 0,0100 M e adicione
225 mL de H2O
Alaranjado de metila (AM): Dissolva 10 mg em 100 mL de H2O
Eritrosina (E): Dissolva 100 mg de eritrosina de dissódio em 100 mL de H2O
As mudanças de cor para a titulação de tris com HCl são
AB: azul (pH 7,6) S amarelo (pH 6,0) (o ponto final é o desaparecimento do verde)
VM: amarelo (pH 6,0) S vermelho (pH 4,8) (o ponto final é o desaparecimento do laranja)
VB: azul (pH 5,4) S amarelo (pH 3,8) (o ponto final é verde)
AM: amarelo (pH 4,4) S vermelho (pH 3,1) (o ponto final é o primeiro aparecimento do
laranja)
E: vermelho (pH 3,6) S laranja (pH 2,2) (o ponto final é o primeiro aparecimento do
laranja)

Procedimento
Cada aluno deverá executar o procedimento escrito a seguir com um dos indicadores, de
modo que cada indicador seja avaliado por pelo menos quatro alunos.
1. Calcule a massa molecular do tris e a massa necessária para reagir com 35 mL de solução
de HCl 0,10 M. Pese esta quantidade de tris dentro de um frasco de 125 mL.

16
D. T. Harvey, J. Chem. Ed. 1991, 68, 329.

14
Avaliação Estatística de Indicadores Ácido-Base 15

2. É uma boa prática rinsar a bureta com a solução a ser utilizada na titulação para remover
traços de impurezas ou de reagentes utilizados anteriormente. Para isso, lave a bureta de
50 mL consecutivamente com três porções de 10 mL de HCl 0,1 M, descartando adequa-
damente estas soluções de lavagem. Durante as lavagens, sacuda e gire a bureta, de modo
que a solução de lavagem entre em contato com toda a parede da bureta, e depois descarte
a solução de lavagem fazendo-a passar pela torneira da bureta. Após a rinsagem, encha a
bureta com solução de HCl 0,1 M até próximo da marcação do zero, aguarde um minuto
para a acomodação do líquido e anote a leitura o mais próximo possível de 0,01 mL.
3. A primeira titulação deve ser executada rapidamente, com o intuito de permitir uma loca-
lização aproximada do ponto final. Adicione ~20 mL do HCl da bureta ao frasco e agite
para dissolver o tris. Adicione 2-4 gotas do indicador e titule com alíquotas de ~1 mL de
HCl para determinar o ponto final.
4. Pelos resultados da primeira titulação, calcule quanto de tris é necessário para que as pró-
ximas titulações venham a consumir 35-40 mL de HCl. Pese a quantidade calculada de tris
em um frasco limpo. Complete a bureta para perto da marcação do zero e anote a leitura.
Repita a titulação como na Etapa 3, porém use uma gota de cada vez nas proximidades
do ponto final. Quando estiver muito próximo do ponto final, use menos que uma gota de
cada vez. Para fazer isto, deixe pender cuidadosamente na ponta da bureta uma fração de
uma gota e toque, então, a ponta da bureta no interior da parede do frasco de titulação.
Cuidadosamente, incline o frasco de titulação de forma que a solução atinja a fração de
gota deixada na parede, agitando a seguir para misturar a solução. Anote o volume total
de HCl necessário para atingir o ponto final da titulação com a precisão o mais próximo
possível do centésimo de mL. Calcule a massa real de tris com a equação de empuxo 2-1
do livro-texto (massa específica do tris = 1,327 g/mL). Calcule a molaridade do HCl.
5. Repita a titulação para obter pelo menos seis medidas acuradas da molaridade do HCl.
6. Use o teste de Grubbs na Seção 4-4 do livro-texto para decidir se algum resultado deverá
ser desprezado. Registre os valores considerados como válidos, a sua média, o seu desvio-
padrão e seu desvio-padrão relativo (s/x–).

Análise dos Dados


Organize os dados obtidos pela classe e preencha a Tabela 1, que mostra dois possíveis
resultados. A quantidade sx é o desvio-padrão de todos os resultados obtidos por vários alunos.
O desvio-padrão acumulado, sP, é obtido a partir do desvio-padrão relatado por aluno. Se dois
alunos encontram o ponto final em valores diferentes, cada resultado pode ser bastante repro-
dutível, mas as molaridades obtidas por cada aluno serão diferentes. Juntos, eles vão produzir
um valor alto para sx (porque seus resultados individuais são muito diferentes), porém um valor
pequeno para sP (porque cada um dos resultados é reprodutível individualmente).

Tabela 1 Dados acumulados


Número Número Molaridade Desvio-padrão
de medidas de alunos média do HCl (M)a relativo (%)
Indicador ( n) (S) (x ) sx (M)b 100 sx / x sp (M)c

BB 28 5 0,095 65 0,002 25 2,35 0,001 09


MR
BG 29 4 0,086 41 0,001 13 1,31 0,000 99
MO
E
a. Calculada a partir de todos os valores que não foram descartados pelo teste Q
b. sx = desvio-padrão de todas as n medidas (graus de liberdade = n – 1)
c. sp = desvio-padrão acumulado para S alunos (graus de liberdade = n – S). Calculado com a equação

s21 (n1 − 1) + s22 (n2 − 1) + s23 (n3 − 1) + …


sp =
n−S
onde há um termo no numerador para cada aluno usando aquele indicador.
16 Capítulo Quatro

Selecione o par de indicadores que forneceram molaridades médias de HCl mais afas-
tadas entre si. Use o teste t (Eq. 4-4 do livro-texto) para decidir se as molaridades médias
são significativamente diferentes entre si, no intervalo de confiança de 95%. No cálculo do
desvio-padrão acumulado da Eq. 4-4, os valores de s1 e s2 na Eq. 4-5 do livro-texto são os
valores de sx (e não sP) na Tabela 1.
Uma condição para a aplicação das Eqs. 4-4 e 4-5 é que o desvio-padrão dos dois conjuntos
de medidas não devem ser “significativamente diferentes” entre si. O teste F informa se os
dois desvios-padrão são “significativamente diferentes” um do outro. F é o quociente entre
os quadrados dos desvios-padrão:
s21
Fcalculado = 2 (1)
s2
Sempre se coloca o maior desvio-padrão no numerador de modo que F ≥ 1. Se Fcalculado >
Ftabelado na Tabela 2, então a diferença é significativa.

Tabela 2 Valores críticos de F = s12 / s22 no nível de confiança de 95%


Graus de liberdade para s1
Graus de
liberdade
para s2 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 15 20 30 ∞

2 19,0 19,2 19,2 19,3 19,3 19,4 19,4 19,4 19,4 19,4 19,4 19,4 19,5 19,5

3 9,55 9,28 9,12 9,01 8,94 8,89 8,84 8,81 8,79 8,74 8,70 8,66 8,62 8,53

4 6,94 6,59 6,39 6,26 6,16 6,09 6,04 6,00 5,96 5,91 5,86 5,80 5,75 5,63

5 5,79 5,41 5,19 5,05 4,95 4,88 4,82 4,77 4,74 4,68 4,62 4,56 4,50 4,36

6 5,14 4,76 4,53 4,39 4,28 4,21 4,15 4,10 4,06 4,00 3,94 3,87 3,81 3,67

7 4,74 4,35 4,12 3,97 3,87 3,79 3,73 3,68 3,64 3,58 3,51 3,44 3,38 3,23

8 4,46 4,07 3,84 3,69 3,58 3,50 3,44 3,39 3,35 3,28 3,22 3,15 3,08 2,93

9 4,26 3,86 3,63 3,48 3,37 3,29 3,23 3,18 3,14 3,07 3,01 2,94 2,86 2,71

10 4,10 3,71 3,48 3,33 3,22 3,14 3,07 3,02 2,98 2,91 2,84 2,77 2,70 2,54

11 3,98 3,59 3,36 3,20 3,10 3,01 2,95 2,90 2,85 2,79 2,72 2,65 2,57 2,40

12 3,88 3,49 3,26 3,11 3,00 2,91 2,85 2,80 2,75 2,69 2,62 2,54 2,47 2,30

13 3,81 3,41 3,18 3,02 2,92 2,83 2,77 2,71 2,67 2,60 2,53 2,46 2,38 2,21

14 3,74 3,34 3,11 2,96 2,85 2,76 2,70 2,65 2,60 2,53 2,46 2,39 2,31 2,13

15 3,68 3,29 3,06 2,90 2,79 2,71 2,64 2,59 2,54 2,48 2,40 2,33 2,25 2,07

16 3,63 3,24 3,01 2,85 2,74 2,66 2,59 2,54 2,49 2,42 2,35 2,28 2,19 2,01

17 3,59 3,20 2,96 2,81 2,70 2,61 2,55 2,49 2,45 2,38 2,31 2,23 2,15 1,96

18 3,56 3,16 2,93 2,77 2,66 2,58 2,51 2,46 2,41 2,34 2,27 2,19 2,11 1,92

19 3,52 3,13 2,90 2,74 2,63 2,54 2,48 2,42 2,38 2,31 2,23 2,16 2,07 1,88

20 3,49 3,10 2,87 2,71 2,60 2,51 2,45 2,39 2,35 2,28 2,20 2,12 2,04 1,84

30 3,32 2,92 2,69 2,53 2,42 2,33 2,27 2,21 2,16 2,09 2,01 1,93 1,84 1,62

∞ 3,00 2,60 2,37 2,21 2,10 2,01 1,94 1,88 1,83 1,75 1,67 1,57 1,46 1,00
Avaliação Estatística de Indicadores Ácido-Base 17

Use o teste F na Eq. 1 para decidir se os desvios-padrão para os dois indicadores dando a
maior diferença nas molaridades médias do HCl são, ou não, significativamente diferentes.
Se eles são significativamente diferentes, use as Eqs. 2 e 3, vistas a seguir, no lugar das Eqs.
4-4 e 4-5 do livro-texto para o teste t.
|x-1 – x-2|
tcalculado = (2)
2 2
s1/n1 + s1/n2

冦冢 冧
2 2
(s1/n1 + s2/n2)2
Graus de liberdade = – 2 (3)
(s21/n1)2 (s22/n2)2
n1 + 1 + n2 + 1 冣
A Eq. 3 geralmente não dá como resultado um número inteiro, de modo que você deve arre-
dondar para o inteiro mais próximo.
Selecione o par de indicadores que forneceram as segundas molaridades mais afastadas
entre si e use o teste t novamente para decidir se esse segundo par de resultados é significa-
tivamente diferente.

Registrando os Resultados
Dados Individuais do Aluno

Massa de Massa verdadeira Volume Molaridade


tris da corrigida para de HCl calculada
Experimento balança (g) o empuxo (g) (mL) de HCl (M)
1
2
3
4
5
6

Baseado no teste Q, algum resultado de molaridade deverá ser descartado? Em caso afir-
mativo, qual? _______________________
Valor médio dos resultados mantidos: _______________________
Desvio-padrão: _________________________________________
Desvio-padrão relativo (%): _______________________________

Dados Agrupados da Classe


1. Junte a sua cópia da Tabela 1 com todos os valores preenchidos.
2. Compare as duas molaridades mais distintas na Tabela 1. (Mostre seus testes F e t e enuncie
as suas conclusões.)
3. Compare as duas segundas molaridades mais distintas na Tabela 1.
CAPÍTULO 5
Preparação de Ácidos e
Bases-Padrão

PBT Perigo
Á cido clorídrico e hidróxido de sódio são o ácido e a base fortes mais comuns usados em
laboratório. Ambos os reagentes necessitam ser padronizados para conhecermos suas
concentrações exatas. A Seção 10-5 no livro-texto fornece informações básicas para os procedi-
mentos descritos a seguir. Amostras desconhecidas de carbonato de sódio ou hidrogenoftalato
de potássio podem ser analisadas pelos procedimentos descritos nesta seção.
Corrosivo Resíduos

Reagentes
Perfil Verde NaOH 50% m/m: (3 mL/aluno) Dissolver 50 g do NaOH com grau analítico em 50 mL
Veja Seção 0 de água destilada e deixar a suspensão descansar até o dia seguinte. O Na2CO3 é insolúvel e
precipita. Armazenar a solução em frasco de polietileno bem vedado e manusear com cuidado
para evitar a agitação do precipitado quando da retirada do líquido.
Indicador fenolftaleína: Dissolver 50 mg em 50 mL de etanol e adicionar 50 mL de água
destilada.
Indicador verde de bromocresol: Dissolver 100 mg em 14,3 mL de NaOH 0,01 M e diluir
até 225 mL com água destilada.
HCl concentrado (37% m/m): 10 mL/aluno.
Padrões primários: Hidrogenoftalato de potássio (~2,5 g/aluno) e carbonato de sódio
(~1,0 g/aluno).
NaCl 0,05 M: 50 mL/aluno.

Padronização de NaOH
1. Seque o hidrogenoftalato de potássio com grau de padrão primário a 105oC por 1 h e
armazene-o em um frasco fechado num dessecador.

Hidrogenoftalato de potássio
MF 204,22

2. Ferva 1 L de água por 5 min para expelir o CO2. A água deve ser vertida em um frasco
de polietileno, que deve ser mantido bem fechado sempre que possível. Calcule o volume
de NaOH 50% m/m necessário para preparar 1 L de NaOH 0,1M. (A massa específica do
NaOH 50% m/m é 1,50 g por mililitro de solução.) Use uma proveta graduada para trans-
ferir o volume calculado de NaOH para o frasco com a água. (CUIDADO: NaOH 50%
m/m é muito agressivo. Lave abundantemente, com água, qualquer respingo em sua pele.)
Misture bem a solução e espere que esta alcance a temperatura ambiente (de preferência
deixe a solução pernoitar).

18
Preparação de Ácidos e Bases-Padrão 19

3. Pese quatro amostras de hidrogenoftalato de potássio e dissolva cada uma delas em ~25 mL
de água destilada, em um frasco de 125 mL. Cada amostra deve conter sólido suficiente
para reagir com ~25 mL de NaOH 0,1 M. Adicione 3 gotas de solução do indicador fenolf-
taleína a cada frasco e titule uma das soluções rapidamente para determinar o ponto final.
A entrada da bureta deve ser parcialmente fechada com uma tampa, de modo a minimizar
a absorção de CO2 do ar.
4. Calcule o volume de NaOH necessário para titular cada uma das outras três amostras e
titule-as cuidadosamente. Durante cada titulação, incline e rode periodicamente o frasco,
de modo a transferir todo o líquido das paredes para o seio da solução. Próximo ao ponto
final, libere menos de 1 gota de titulante de cada vez. Para isso, mantenha suspensa, na ponta
da bureta, parte de uma gota e encoste a gota na parede do frasco, que depois é transferida
para o seio da solução, inclinando e rodando o frasco. O ponto final corresponde ao apa-
recimento de uma tênue cor rosa que permanece por 15 s. (A cor irá evanescer lentamente
à medida que o CO2 do ar se dissolve na solução.)
5. Calcule o valor da molaridade média (x–), seu respectivo desvio-padrão (s) e o desvio-padrão
relativo (= 100 ⫻ s/x–). Se você for cuidadoso, o desvio-padrão relativo deve ser < 0,2%.

Padronização de HCl
1. Use a tabela na contracapa do livro-texto para calcular o volume de HCl ~37% m/m que
deve ser adicionado a 1 L de água destilada para produzir uma solução de HCl 0,1 M e
prepare esta solução.
2. Seque o carbonato de sódio com grau de pureza de padrão primário por 1 h em estufa a
105°C e, a seguir, deixe esfriar em um dessecador.
3. Pese quatro amostras cada uma contendo Na2CO3 suficiente para reagir com ~25 mL de
HCl 0,1 M e coloque cada uma delas em um frasco de 125 mL. Quando você estiver pron-
to para titular cada uma das amostras, dissolva cada uma em ~25 mL de água destilada.
Adicione 3 gotas de solução do indicador verde de bromocresol e titule uma das amostras
rapidamente até a cor verde para determinar o ponto final aproximado da titulação.
2HCl + Na2CO3 → CO2 + 2NaCl + H2O
MF 105,99
4. Titule cuidadosamente cada uma das outras amostras, até o ponto em que ocorre a viragem
de azul para verde. Ferva a solução de modo a expelir o CO2. A solução deve se tornar azul
novamente. Adicione, cuidadosamente, HCl, a partir da bureta, de modo a restabelecer a
cor verde na solução e anote o volume de ácido consumido até esse ponto.
5. Titule um branco, preparado a partir de 50 mL de NaCl 0,05M e 3 gotas do indicador.
Subtraia o valor do volume obtido para o branco dos valores consumidos para titular o
Na2CO3.
6. Calcule a molaridade média do HCl, o desvio-padrão e o desvio-padrão relativo.
CAPÍTULO 6
Empregando um
Eletrodo de pH em uma
Titulação Ácido-Base

PBT Perigo
N este experimento você empregará um eletrodo de pH para acompanhar o andamento de
uma titulação ácido-base. Você observará como o pH varia lentamente durante a maior
parte da reação e, rapidamente, próximo do ponto de equivalência. Você calculará as derivadas
primeira e segunda da curva de titulação para localizar o ponto final. A partir da massa des-
conhecida de ácido ou de base e do número de mols do titulante, você pode calcular a massa
Corrosivo Resíduos
molecular da substância desconhecida. A Seção 10-4 do livro-texto fornece os fundamentos
para esta experiência. O Experimento 9 ensina você a usar o SOLVER do Excel para ajustar
uma curva de titulação teórica aos dados obtidos no Experimento 6.
Perfil Verde
Veja Seção 0
Reagentes
NaOH 0,1 mol/L padrão e HCl 0,1 mol/L padrão: Do Experimento 5.
Indicador verde de bromocresol: Dissolva 0,100 g do indicador em 14,3 mL de NaOH
0,0100 M e adicione 225 mL de H2O.
Indicador fenolftaleína: Dissolva 50 mg do indicador em 50 mL de etanol e adicione 50
mL de H2O.
Tampões para calibração do pH: pH 7 e pH 4. Use padrões comerciais.
Substâncias desconhecidas: As substâncias desconhecidas devem ser armazenadas em
um dessecador por um professor.
Sugestões de substâncias desconhecidas ácidas: Hidrogenoftalato de potássio (Tabela
10-3, MF 204,23), ácido 2-(N-morfolino)etanossulfônico (MES, Tabela 9-2, MF 195,24),
cloridrato de imidazola (Tabela 9-2, MF 104,54, higroscópico), hidrogenoiodato de potássio
(Tabela 10-3, MF 389,91).
Sugestões de substâncias desconhecidas básicas: Tris (Tabela 10-3, MF 121,14), imidazola
(MF 68,08), hidrogenofosfato dissódico (Na2HPO4, MF 141,96), glicinato de sódio [pode
ser encontrado em catálogos de produtos químicos como glicina, sal de sódio hidratado,
H2NCH2CO2Na⭈xH2O, MF 97,05 + x(18,015)]. No caso do glicinato de sódio, um dos objetivos
da titulação é determinar o número de águas de hidratação a partir da massa molecular.

Procedimento
1. A partir de informações do seu professor, pese com exatidão uma massa de substância
desconhecida (5-8 mmol) e dissolva-a em água destilada em balão volumétrico de 250 mL.
Dilua até a marca e homogeneíze bem.
2. Seguindo as instruções de seu medidor de pH, calibre o aparelho e o eletrodo de vidro
utilizando os tampões com pH próximos a 7 e a 4. Rinse bem os eletrodos com água des-
tilada e enxugue-os com um lenço de papel antes de imergi-los em uma nova solução.
3. A primeira titulação é aproximada, de modo que você possa saber o ponto final aproxi-
mado na próxima titulação. A partir da titulação aproximada, pipete 25,0 mL da solução
contendo a substância desconhecida para um frasco de 125 mL. Caso esteja titulando um
ácido desconhecido, adicione 3 gotas do indicador fenolftaleína e titule com NaOH 0,1 M
20
Empregando um Eletrodo de pH em uma Titulação Ácido-Base 21

padrão, por meio de uma bureta de 50 mL, até o aparecimento de cor rosa no ponto final.
Na hipótese de titular uma base desconhecida, adicione 3 gotas do indicador verde de
bromocresol e titule com HCl 0,1 M padrão até o surgimento de cor verde no ponto final.
Adicione 0,5 mL de titulante a cada vez, de modo que possa estimar o volume de equiva-
lência a menos de 0,5 mL. Próximo do ponto final, o indicador muda temporariamente de
cor com a adição do titulante. Caso reconheça esse fato, você pode reduzir a velocidade
de adição e estimar o ponto final a menos de algumas gotas.
4. Agora chega a hora de fazer a titulação cuidadosa. Pipete 100,0 mL da solução do des-
conhecido para um béquer de 250 mL contendo um agitador magnético. Posicione o(s)
eletrodo(s) no líquido de modo que o agitador não se choque contra ele(s). Caso se empregue
um eletrodo combinado, o orifício pequeno próximo à base deve ser imerso na solução.
Este orifício é a ponte salina para o eletrodo de referência. Deixe o eletrodo em equilíbrio
por 1 min, sob agitação, e registre o pH.
5. Adicione uma gota do indicador e comece a titulação. O volume de equivalência será
quatro vezes maior do que aquele obtido na Etapa 3. Adicione alíquotas de ~1,5 mL do
titulante e registre o volume exato, o pH e a cor 30 s após cada adição. Quando estiver a
menos de 2 mL do ponto de equivalência, adicione o titulante em incrementos de 2 gotas.
Quando estiver a menos de 1 mL, adicione o titulante a incrementos de 1 gota. O ponto de
equivalência tem a variação mais rápida do pH. Adicione mais cinco alíquotas de 1,5 mL
do titulante e registre o pH após a adição de cada uma delas.

Análise dos Dados


1. Construa um gráfico de pH versus o volume de titulante. Assinale em seu gráfico onde foi
observada a mudança de cor do indicador.
2. Seguindo o exemplo das Figuras 10-4 e 10-5 do livro-texto, calcule a derivada primeira
(o coeficiente angular, ⌬pH/⌬V) para cada ponto a menos de ±1 mL do volume de equi-
valência. A partir de seu gráfico, estime o volume de equivalência o mais exato possível,
como mostrado na Figura 1.
3. Seguindo o exemplo na Figura 10-5, calcule a derivada segunda (o coeficiente angular,
⌬(coeficiente angular)/⌬V). Prepare um gráfico como o da Figura 10-6 no livro-texto, e
localize o volume de equivalência o mais exato possível.
4. Retorne ao seu gráfico obtido na Etapa 1 e assinale onde as mudanças de cor do indicador
foram observadas. Compare o ponto final do indicador com os pontos finais estimados a
partir das derivadas primeira e segunda.
5. A partir do volume de equivalência e da massa da substância desconhecida, calcule a massa
molecular da substância desconhecida.

Ve é estimado como estando Ve é estimado entre os


a meio caminho entre os pontos 2 e 3, mas está muito
pontos experimentais. mais próximo do ponto 2.
Derivada primeira

Derivada primeira

Derivada primeira

(a) Curva simétrica com (b) Curva simétrica sem (c) Curva assimétrica. A maioria Figura 1. Localização da posição
um máximo evidente. máximo. dos dados reais se enqua- do máximo da derivada primeira
dra neste perfil. de uma curva de titulação.
CAPÍTULO 7
Análise de uma
Mistura de Carbonato
e Bicarbonato

ste procedimento envolve duas titulações. Primeiro, a alcalinidade total (=[HCO3–] +

PBT Perigo
E 2[CO32–]) é medida titulando-se a mistura com HCl padrão até o ponto final verde, indi-
cado pelo verde de bromocresol:
HCO3- + H+ → H2CO3
3 + 2H → H2CO3
CO2-
Corrosivo Resíduos +

Uma alíquota é separada da amostra desconhecida e é tratada com NaOH padrão em excesso
para converter HCO3– em CO32–:
Perfil Verde
Veja Seção 0 HCO3- + OH- → CO2-
3 + H2O
A seguir, todo o carbonato é precipitado com BaCl2:
Ba2+ + CO2- 3 → BaCO3(s)
O excesso de NaOH é titulado imediatamente com HCl padrão para determinar quanto de
HCO3– estava presente. A partir da alcalinidade total e da concentração de bicarbonato, é
possível calcular a concentração original de carbonato.

Reagentes
Solução-padrão de NaOH 0,1 M e solução-padrão de HCl 0,1 M: Do Experimento 5.
Água livre de CO2: Ferva 500 mL de água destilada para expelir o CO2 presente e trans-
fira a água para uma garrafa plástica de 500 mL. Feche a garrafa cuidadosamente e espere a
água resfriar à temperatura ambiente. Mantenha o frasco sempre bem fechado quando este
não estiver em uso.
Solução aquosa de BaCl2 a 10% m/m: 35 mL/aluno.
Indicadores verdes de bromocresol e fenolftaleína: Veja Experimento 6 para receitas.
Amostra desconhecida: O sólido desconhecido (2,5 g/aluno) pode ser preparado a partir
de carbonato bicarbonato de sódio e carbonato e bicarbonato de potássio. A amostra desco-
nhecida deve ser armazenada em um dessecador e não deve ser aquecida. O aquecimento de
50-100°C converte NaHCO3 em Na2CO3.

Procedimento
1. Em um pesa-filtro fechado, previamente tarado, pese cuidadosamente entre 2,0-2,5 g da
amostra desconhecida, transferindo praticamente todo o material sólido por meio de um
funil para um balão volumétrico de 250 mL. O pesa-filtro deve ser novamente pesado para
determinar a quantidade exata de amostra transferida. Continue com este processo até que
a massa desejada do reagente tenha sido transferida para o funil. Lave o funil algumas
vezes com pequenas porções de água livre de CO2 para dissolver a amostra. Remova o
funil, dilua até a marca e homogeneíze bem.

22
Análise de uma Mistura de Carbonato e Bicarbonato 23

2. Alcalinidade total: Pipete uma alíquota de 25,00 mL de solução da amostra desconhecida


para um erlenmeyer de 250 mL e titule com HCl padrão de concentração 0,1 M, usando
verde de bromocresol como indicador, como no Experimento 5 para a padronização de
HCl.
3. Teor de bicarbonato: Pipete 25,00 mL de amostra desconhecida e 50,00 mL de NaOH
padrão 0,1 M para um frasco de 250 mL. Misture e adicione, por meio de uma proveta, 10
mL de BaCl2 10% m/m. Misture novamente de modo a precipitar o BaCO3, adicione 2 gotas
de fenolftaleína e titule imediatamente a mistura com solução-padrão de HCl 0,1 M. Repita
este procedimento com mais duas porções de 25,00 mL da amostra desconhecida.
4. A partir dos resultados da Etapa 2, calcule a alcalinidade total e seu desvio-padrão. A
partir dos dados da Etapa 3, calcule a concentração de bicarbonato e seu desvio-padrão.
Usando os desvios-padrão como uma estimativa da incerteza, calcule a concentração de
carbonato (e a sua incerteza) na amostra. Expresse a composição do sólido desconhecido
tal como K2CO3 63,4% (±0,5%) m/m e NaHCO3 36,6% (±0,2%) m/m.
CAPÍTULO 8
Análise de uma Curva de
Titulação Ácido-Base:
O Gráfico de Gran

PBT Perigo
N este experimento, titularemos uma amostra pura de hidrogenoftalato de potássio (Tabela
10-3 do livro-texto) com NaOH padrão. Um gráfico de Gran será utilizado para deter-
minação do ponto de equivalência e do valor de Ka. Os coeficientes de atividade são usados
nos cálculos deste experimento.
Corrosivo Resíduos
Uso de um Gráfico de Gran para Encontrar o Ponto Final
de uma Titulação
Perfil Verde Um problema com o uso de derivadas para encontrar o ponto final é que dados de titulação
Veja Seção 0
são menos exatos próximo ao ponto final devido ao tamponamento que é mínimo e à resposta
do eletrodo que é lenta. O gráfico de Gran é um método gráfico que usa dados anteriores ao
ponto final (geralmente de 0,8 Ve ou 0,9 Ve até Ve) para localizar o ponto final.
Considere a titulação de um ácido fraco, HA:
[H+]γH+[A-]γA-
HA H+ + A- Ka = [HA] γHA
(1)

É necessário incluir os coeficientes de atividade nessa discussão, pois um eletrodo de pH


responde à atividade do íon hidrogênio e não à sua concentração.
Em qualquer lugar entre o ponto inicial e o ponto final da titulação, é, geralmente, uma
boa aproximação considerar que cada mol de NaOH converte 1 mol de HA em 1 mol de A–.
Se titulamos Va mL de HA (cuja concentração formal é Fa) com Vb mL de NaOH (cuja con-
centração formal é Fb), podemos escrever
número de mols de OH- liberados VbFb
[A-] = volume total = V +V
b a

número de mols iniciais de HA – número de mols de OH- VaFa – VbFb


[HA] = volume total = Va + Vb

Substituindo esses valores de [A–] e [HA] na constante de equilíbrio, temos


[H+]γH+VbFbγA-
Ka = (V F – V F ) γ
a a b b HA

que pode ser escrita na forma


γHA
冢 冣
VaFa – VbFb
Vb[H+]γH+ = γ - Ka (2)
A Fb

10-pH

24
Análise de uma Curva de Titulação Ácido-Base: O Gráfico de Gran 25

O termo na esquerda é Vb · 10 –pH, pois [H+]gH+ = 10 –pH. O termo entre parênteses na direita é
VaFa – VbFb VaFa
Fb = F – Vb = Ve – Vb
b
A Eq. 2 pode, portanto, ser escrita na forma
γHA
Equação do gráfico de Gran: Vb . 10-pH = Ka (Ve – Vb) (3)
γA-
Um gráfico de Vb · 10 –pH versus Vb é chamado de gráfico de Gran. Se gHA/gA– é constante,
o gráfico mostra uma reta com um coeficiente angular igual a –KagHA/gA– e uma interseção
com o eixo das abscissas (o eixo x) igual a Ve. A Figura 1 mostra um gráfico de Gran para
a titulação da Figura 10-4 do livro-texto. Podem-se usar quaisquer unidades para Vb, mas
as mesmas unidades devem ser usadas em ambos os eixos. Na Figura 1, Vb foi expresso em
microlitros em ambos os eixos.

,
Coeficiente =
angular
,

,
,
,

, Figura 1. Gráfico de Gran para


o primeiro ponto de equivalência
da Figura 10-4 do livro-texto. Os
últimos 10-20% do volume anterior
a Ve são normalmente usados para
o gráfico de Gran.

A vantagem de um gráfico de Gran reside na possibilidade de usarmos, para localizarmos


o ponto final, dados obtidos antes do ponto final. O coeficiente angular no gráfico de Gran
possibilita determinar o valor de Ka. Embora tenhamos deduzido a função de Gran para um
ácido monoprótico, o mesmo gráfico (Vb · 10 –pH versus Vb) pode ser usado para ácidos poli-
próticos (como, por exewmplo, o H6A na Figura 10-4 do livro-texto).
A função de Gran, Vb · 10 –pH, na realidade, não atinge o valor 0, pois 10 –pH nunca é 0. A curva
deve ser extrapolada para encontrar Ve. O motivo por que o valor da função não atinge 0 se deve a
termos usado a aproximação de que todo mol de OH– produz 1 mol de A–, o que não é verdadeiro
quando Vb se aproxima de Ve. Apenas a região linear do gráfico de Gran é usada.
Outra fonte de não linearidade (curvatura), no gráfico de Gran, é a mudança da força iônica
do meio, o que provoca variações em gHA/gA–. Na Figura 10-4 do livro-texto, essa variação
foi evitada mantendo-se a força iônica praticamente constante através da adição de NaNO3.
Mesmo sem a adição de sal, os últimos 10% a 20% dos dados antes de Ve têm um comporta-
mento razoavelmente linear, pois o valor de gHA/gA– não varia muito nessa região. Um gráfico
de Gran na região ácida produz resultados exatos, mesmo que o CO2 esteja dissolvido na base
forte usada como titulante. Um gráfico de Gran pode ser usado, na região básica, para medir
a quantidade de CO2 na base forte.
Para finalizar, observe que, se uma base fraca, B, é titulada com um ácido forte, a função
de Gran é
γB
冢1
Va . 10+pH = K .
a γBH+ 冣
(Ve – Va)
(4)
onde Va é o volume do ácido forte adicionado e Ka é a constante de dissociação ácida do BH+.
Um gráfico de Va · 10+pH versus Va deve ser uma reta com um coeficiente angular igual a –gB/
(gBH+Ka) e uma interseção com o eixo dos x em Ve.
26 Capítulo Oito

Procedimento (De Fácil Realização)


1. Seque cerca de 1,5 g de hidrogenoftalato de potássio a 105°C por 1 h e deixe esfriar por 20
min em um dessecador. Pese com exatidão ~1,5 g, anote a massa e dissolva esta quantidade
em água num balão volumétrico de 250 mL. Complete o volume até a marca e homogeneíze
bem.
2. Seguindo as instruções do medidor de pH utilizado, calibre o equipamento com soluções-
tampão padrões com valores de pH em torno de 7 e 4. Rinse bem o eletrodo com água
destilada e seque-o com um pano limpo, antes de mergulhá-lo na solução.
3. Pipete 100 mL da solução de ftalato para um béquer de 250 mL, contendo uma barra de
agitação magnética. Posicione o eletrodo no béquer de forma que a barra de agitação não o
atinja, enquanto se movimenta. O pequeno orifício perto do bulbo do eletrodo combinado
de pH deve estar imerso na solução. Esse orifício é a ponte salina do eletrodo de referência.
Com o eletrodo imerso e sob agitação, espere 1 minuto para o sistema atingir o equilíbrio.
Após isso, anote o valor do pH.
4. Adicione 1 gota do indicador de fenolftaleína (receita no Experimento 6) e titule com
solução-padrão de NaOH ~0,1 M. Adicione a base em alíquotas de 1,5 mL até que o vo-
lume total adicionado esteja a 4 mL do volume do ponto de equivalência teórico. Anote o
volume e o pH, 30 s após cada adição. Após isso, adicione alíquotas de 0,4 mL até estar a 1
mL do ponto de equivalência teórico. A partir desse ponto adicione 1 gota de base de cada
vez até ultrapassar o ponto rosa de viragem por alguns centésimos de mililitro. (Anote o
volume no qual a cor rosa é observada.) Adicione, então, mais cinco alíquotas de 1 mL.
5. Faça o gráfico de pH versus Vb (volume adicionado de base). Localize o volume de equi-
valência (Ve) como o ponto de inclinação máxima ou derivada segunda nula, conforme
descrito na Seção 10-4. Compare este resultado com o ponto de equivalência teórico e com
o ponto final observado através da fenolftaleína.

Cálculos (Começa o Trabalho!)


1. Faça um gráfico de Gran (um gráfico de Vb10 –pH versus Vb) utilizando os dados coletados
no intervalo entre 0,9Ve e Ve. Trace uma linha através da parte linear da curva e extrapole
até a abscissa para encontrar Ve. Use este valor de Ve para os cálculos a seguir. Compare
esse valor com aqueles encontrados através da fenolftaleína e com o estimado do gráfico
de pH versus Vb.
2. Calcule a inclinação (o coeficiente angular) do gráfico de Gran e utilize a Eq. 3 para cal-
cular Ka para o hidrogenoftalato de potássio da seguinte forma: A inclinação do gráfico de
Gran é –KagHA/gA– = –KagHP– /gP2–. Nessa equação, HP– é hidrogenoftalato (o ácido fraco)
e P2– é o ânion ftalato (a base fraca). Como a força iônica muda ligeiramente à medida
que a titulação prossegue, mudam igualmente os coeficientes de atividade. Calcule a força
iônica em 0,95Ve e utilize este valor “médio” de força iônica para calcular os coeficientes
de atividade.

Exemplo Cálculo de Coeficientes de Atividade


Determine gHP– e gP2– em 0,95 Ve na titulação de 100,0 mL de hidrogenoftalato de potássio
com NaOH 0,100 M.

SOLUÇÃO O ponto de equivalência é 20,0 mL, de modo que 0,95Ve é igual a 19,0 mL.
As concentrações de H+ e OH– são desprezíveis comparadas com as de K+, Na+, HP– e P2–,
cujas concentrações são


100 mL

[K+] = 119 mL (0,020 0 M) = 0,016 8 M

Fator de Concentração
diluição inicial


[Na+] = 119 mL冣 (0,100 M) = 0,016 0 M
19 mL
Análise de uma Curva de Titulação Ácido-Base: O Gráfico de Gran 27

[HP-] = (0,050) 冢 100


119 mL冣
mL
(0,020 0 M) = 0,000 84 M

Fração Fator de Concentração


remanescente diluição inicial

[P2-] = (0,95) 冢 119 mL冣 (0,020 0 M) = 0,0160 M


100 mL

A força iônica é

μ = 2 Σcizi2
1

1
= 2 [ (0,016 8) . 12 + (0,016 0) . 12 + (0,000 84) . 12 + (0,016 0) . 22 ] = 0,048 8 M

Para calcular g P2– e g HP– em ␮ = 0,0488 M, interpola-se na Tabela 12-1. Nessa tabela,
determina-se que o raio hidratado do P2– [ftalato, C6H4(CO2–)2] é 600 pm. O tamanho do HP–
não é listado, mas admite-se que ele seja também de 600 pm. Um íon com carga ±2 e um
tamanho de 600 pm tem g = 0,485 em ␮ = 0,05 M e g = 0,675 em ␮ = 0,01 M. Interpolando
entre esses valores, calcula-se que gP2– = 0,49 quando ␮ = 0,0488 M. Semelhantemente,
calcula-se que gHP– = 0,84 nessa mesma força iônica.

3. A partir da medida da inclinação do gráfico de Gran e dos valores de gHP– e gP2–, calcule
pKa. Escolha, então, um ponto experimental perto de 1/3Ve e outro perto de 2/3Ve. Utilize
a Eq. 1 para calcular pKa com cada ponto. (Para isso, deverão ser calculados [P2–], [HP–],
gP2– e gHP– em cada ponto.) Compare o valor médio de pKa deste experimento com o valor
de pK2 para o ácido ftálico listado no Apêndice do livro-texto.
CAPÍTULO 9
Ajuste de uma Curva
de Titulação com o
SOLVER® do Excel 17

PBT Perigo
A ferramenta SOLVER do Excel é um programa poderoso para o ajuste de curvas e resolu-
ção de equações. Cientistas experimentalistas e engenheiros frequentemente usam esse
programa, que você nunca se arrependerá de fazer o esforço em aprender. Estude a Seção
10-7 do livro-texto antes de fazer esse experimento.
Vamos ajustar a curva de titulação teórica aos dados potenciométricos (pH contra volume
Corrosivo Resíduos
de titulante) que você obteve nos Experimentos 6 ou 8. Os resultados da sua titulação podem
ser representados em um gráfico como o da Figura 1.

Perfil Verde
Veja Seção 0 12

10

8
pH

Figura 1. pH medido durante 6


a titulação do ácido acético (HA)
com NaOH padrão. O objetivo do 4
Experimento 9 é ajustar uma curva
de titulação teórica aos pontos 2
medidos experimentalmente e
obter a concentração de HA e sua 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
constante de dissociação ácida, K a, Vb (mL)
a partir dos dados.

Para a titulação de um ácido fraco com NaOH padrão


HA + NaOH → Na+ + A- + H2O
a curva de titulação teórica é descrita pela Eq. 10-14 no livro-texto:

[H+] – [OH-]
αA - – Ca
Fração da titulação de um CbVb
φ = CV = (10-14)
ácido fraco por uma base forte: a a [H+] – [OH-]
1+ Cb

onde ␾ é a fração da titulação em relação ao ponto final, Cb é a concentração de base-padrão,


Vb é o volume de base em um determinado ponto da titulação, Ca é a concentração (desco-
nhecida) inicial do ácido fraco, Va é o volume inicial do ácido a ser titulado, ␣A– é a fração do
ácido fraco na forma A–, [H+] é a concentração de H+ em um ponto na titulação, e [OH–] é a

17
J. Burnett and W. A. Burns, “Using a Spreadsheet to Fit Experimental pH Titration Data to a Theoretical Expres-
sion: Estimation of Analyte Concentration and Ka,” J. Chem. Ed. 2006, 83, 1190.

28
Ajuste de uma Curva de Titulação com o SOLVER® do Excel 29

concentração de OH– no mesmo ponto. A Eq. 10-14 despreza os coeficientes de atividade. A


expressão para ␣A– é
Fração de ácido fraco Ka
αA - = (10-12)
na forma A-: [H+] + Ka
onde Ka é a constante de dissociação do ácido HA. Ao encontrar a curva que melhor se ajusta
aos dados de titulação, vamos determinar os melhores valores de Ca e Ka. Você pode analisar
a titulação de uma base fraca com HCl padrão usando as Eqs. 10-15 e 10-16 do livro-texto.

Procedimento
1. Crie uma planilha como a da Figura 2. Digite as constantes (Cb, Va, etc.) nas células A3:A8.
Digite a concentração conhecida da base-padrão na célula B3 e do volume inicial de HA
na célula B4. Digite 1e-14 para Kw na célula B8. Deixe as células B5:B7 em branco nesse
momento.
2. Digite os volumes experimentais da base (Vb,obs) e do pH nas colunas A e B (iniciando
nas células A12 e B12 na Figura 2). Prepare um gráfico dos pontos experimentais, como
na Figura 1.
3. Estime o volume de equivalência, Ve. Na Figura 1, a parte íngreme da curva de titulação
está próxima de Vb = 8 mL. Na planilha, encontramos a maior subida de pH entre 8,01 e
8,31 mL. Assim, podemos estimar Ve ⬇ 8,1 mL para este exemplo. (O ponto de equiva-
lência em sua titulação será em algum outro volume de base.) A partir do volume inicial
do ácido (Va = 200 mL) e da concentração de base-padrão (Cb = 0,4905 M), podemos
estimar a concentração de ácido:
VeCb (8,1 mL)(0,4905 M)
VaCa = VeCb ⇒ Ca = Va ≈ (200 mL) = 0,196 M

Na Figura 2, entramos com o valor estimado de Ca = 0,196 M na célula B5. Você entrará
com o valor estimado de Ca para a sua titulação.
4. Para qualquer titulação, pH = pKa quando Vb = 1/2Ve. Se Ve ⬇ 8,1 mL, então 1/2Ve ⬇
4,05 mL. Inspecionando os dados na planilha, vemos que o pH ⬇ 4,85 próximo de Vb ⬇
4,05 mL. Na Figura 2, o valor estimado de 4,85 para pKa é inserido na célula B6. Você
vai entrar com o pKa estimado para a sua titulação. A planilha calcula Ka = 10 −pKa, na
célula B7. Eventualmente, vamos usar o SOLVER do Excel para encontrar os melhores
valores de Ca e pKa que ajustam os dados de titulação.
5. Calcule [H+] = 10 –pHobs na coluna C e [OH–] = Kw/[H+] na coluna D. Calcule ␣A– com a Eq.
10-12 na coluna E. Calcule ␾ na coluna F com a expressão no lado direito da Eq. 10-14.
As fórmulas da planilha são dadas na parte superior da Figura 2.
6. A partir de ␾ na coluna F, calcule o volume de base, Vb,calc, na coluna G.
CbVb,calc φCaVa
φ = CaVa ⇒ Vb,calc = Cb

7. A curva de titulação calculada é um gráfico de pH observado contra Vb,calc. Nós ainda não
temos os valores otimizados de pKa e Ca, mas temos estimativas muito boas que devem
dar um ajuste razoável aos dados experimentais. Para superpor a curva de titulação calcu-
lada sobre os dados da Figura 1, clique no gráfico da sua planilha. No menu GRÁFICO,
selecione DADOS DE ORIGEM. Selecione a guia Séries e clique em Adicionar. Agora
você pode adicionar uma nova série de dados no seu gráfico. Dê-lhe o nome de “Calc”.
Os valores de x são Vb,calc na coluna G. Os valores de y são pH na coluna B. Clique em
OK, e os pontos calculados aparecem no gráfico. Para alterar os pontos calculados para
uma curva suave, selecione o símbolo gráfico, do Calc na legenda do gráfico. Dê um duplo
clique no símbolo gráfico, e a janela Formatar Legenda aparece. Para Linha, selecione
Automático. Para Marcador, selecione Nenhum. Clique em OK e você verá a curva suave
calculada.
8. Antes de encontrar os melhores valores de Ca e pKa para ajustar os dados, vamos dar a cada
ponto experimental um peso na coluna H. Quanto maior o peso, maior a importância que
atribuímos a um ponto experimental no procedimento de ajuste por mínimos quadrados.
Nós poderíamos ter ponderado todos os pontos igualmente com um peso igual a 1. Um
30 Capítulo Nove

peso empírico que atribui mais importância aos pontos próximos de Ve é a derivada ⌬pH/
⌬Vb,obs.18 Para o primeiro peso na célula H12, a fórmula é
ΔpH B13 – B12 3,72 – 3,48
peso = = A13 – A12 = 0,51 – 0,21 = 0,80
ΔVb
Esse procedimento encontra um peso para cada ponto, exceto o último na célula H43,
pois não há dados nas células A44 e B44 com os quais se possa calcular a derivada. Para
simplificar, atribuímos o último peso na célula H43 igual ao peso calculado na célula
H42.

A B C D E F G H I
2
1 Titulação de Ácido Acético com NaOH Σ(wt*residual ) =
+
2 [H ]: C11 = 10^-B11 0,428
-
3 Cb = 0,4905 M [OH ]: D11 = $B$8/C11 = Soma(I11:I42)
-
4 Va = 200 mL Alfa(A ): E11 = $B$7/(C11+$B$7)
5 Ca = 0,01960 M Fi: F11 = (E11-(C11-D11)/$B$5)/(1+(C11-D11)/$B$3)
6 pKa = 4,850 Vb,calc: G11 = F11*$B$5*$B$4/$B$3
7 Ka = 1,41E-05 = 10^-B6 Peso: H11 = (B12-B11)/(A12-A11)
2
8 Kw = 1,00E-14 wt*(Vb,obs - Vb,calc) : I11 = H11*(A11-G11)^2
9
2
10 Vb,obs wt*residual =
+ - - 2
11 (mL) pHobs [H ] [OH ] Alfa(A ) Fi Vb,calc Peso wt*(Vb,obs - Vb,calc)
12 0,21 3,48 3,3E-04 3,0E-11 0,041 0,024 0,19 0,80 2,64E-04
13 0,51 3,72 1,9E-04 5,2E-11 0,069 0,059 0,47 0,50 6,60E-04
14 0,81 3,87 1,3E-04 7,4E-11 0,095 0,088 0,70 0,47 5,41E-03
15 1,11 4,01 9,8E-05 1,0E-10 0,126 0,121 0,97 0,47 9,25E-03
16 1,41 4,15 7,1E-05 1,4E-10 0,166 0,163 1,30 0,33 4,01E-03
17 1,71 4,25 5,6E-05 1,8E-10 0,201 0,198 1,58 0,33 5,52E-03
18 2,01 4,35 4,5E-05 2,2E-10 0,240 0,238 1,90 0,23 2,74E-03
19 2,31 4,42 3,8E-05 2,6E-10 0,271 0,269 2,15 0,27 6,89E-03
20 2,61 4,50 3,2E-05 3,2E-10 0,309 0,307 2,45 0,27 6,44E-03
21 2,91 4,58 2,6E-05 3,8E-10 0,349 0,348 2,78 0,30 4,96E-03
22 3,21 4,67 2,1E-05 4,7E-10 0,398 0,397 3,17 0,17 2,58E-04
23 3,51 4,72 1,9E-05 5,2E-10 0,426 0,425 3,39 0,20 2,67E-03
24 3,81 4,78 1,7E-05 6,0E-10 0,460 0,459 3,67 0,23 4,73E-03
25 4,11 4,85 1,4E-05 7,1E-10 0,500 0,499 3,99 0,23 3,36E-03
26 4,41 4,92 1,2E-05 8,3E-10 0,540 0,540 4,31 0,20 1,91E-03
27 4,71 4,98 1,0E-05 9,5E-10 0,574 0,574 4,59 0,23 3,63E-03
28 5,01 5,05 8,9E-06 1,1E-09 0,613 0,613 4,90 0,23 3,01E-03
29 5,31 5,12 7,6E-06 1,3E-09 0,651 0,650 5,20 0,30 3,87E-03
30 5,61 5,21 6,2E-06 1,6E-09 0,696 0,696 5,56 0,27 6,46E-04
31 5,91 5,29 5,1E-06 1,9E-09 0,734 0,733 5,86 0,30 7,22E-04
32 6,21 5,38 4,2E-06 2,4E-09 0,772 0,772 6,17 0,37 6,17E-04
33 6,51 5,49 3,2E-06 3,1E-09 0,814 0,813 6,50 0,40 3,31E-05
34 6,81 5,61 2,5E-06 4,1E-09 0,852 0,852 6,81 0,50 2,87E-06
35 7,11 5,76 1,7E-06 5,8E-09 0,890 0,890 7,12 0,70 2,20E-05
36 7,41 5,97 1,1E-06 9,3E-09 0,929 0,929 7,43 1,03 3,31E-04
37 7,71 6,28 5,2E-07 1,9E-08 0,964 0,964 7,71 3,17 6,87E-05
38 8,01 7,23 5,9E-08 1,7E-07 0,996 0,996 7,96 9,70 2,55E-02
39 8,31 10,14 7,2E-11 1,4E-04 1,000 1,007 8,05 2,37 1,60E-01
Figura 2. Planilha inicial para 40 8,61 10,85 1,4E-11 7,1E-04 1,000 1,038 8,29 1,17 1,18E-01
o ajuste da Eq. 10-14 aos pontos 41 8,91 11,20 6,3E-12 1,6E-03 1,000 1,084 8,67 0,63 3,77E-02
experimentais da titulação de HA 42 9,21 11,39 4,1E-12 2,5E-03 1,000 1,131 9,04 0,50 1,48E-02
com NaOH padrão. 43 9,51 11,54 2,9E-12 3,5E-03 1,000 1,185 9,47 0,50 6,99E-04

18
A função de ponderação ⌬pH/⌬Vb,obs é recomendada por Burnett e Burns17 para melhorar a precisão de encontrar
Ve e, portanto, Ca. Em geral, a exatidão da medição do pH é pior, perto de Ve; assim, pode-se argumentar que a esses
pontos deve ser dado o peso mínimo, não o maior peso. No entanto, pontos próximos de Ve são mais importantes
para encontrar Ve com exatidão, de modo que o peso deles é o mais elevado. O gráfico de Gran no experimento
anterior é a melhor maneira de encontrar Ve sem ter que confiar em dados menos exatos perto de Ve.
Ajuste de uma Curva de Titulação com o SOLVER® do Excel 31

A B C D E F G H I
2
1 Titulação de Ácido Acético com NaOH Σ(wt*residual ) =
+
2 [H ]: C11 = 10^-B11 0,240
-
3 Cb = 0,4905 M [OH ]: D11 = $B$8/C11 = Soma(I11:I42)
-
4 Va = 200 mL Alfa(A ): E11 = $B$7/(C11+$B$7)
5 Ca = 0,01981 M Fi: F11 = (E11-(C11-D11)/$B$5)/(1+(C11-D11)/$B$3)
6 pKa = 4,840 Vb,calc: G11 = F11*$B$5*$B$4/$B$3
7 Ka = 1,44E-05 = 10^-B6 Peso: H11 = (B12-B11)/(A12-A11)
2
8 Kw = 1,00E-14 wt*(Vb,obs - Vb,calc) : I11 = H11*(A11-G11)^2
9
2
10 Vb,obs wt*residual =
+ - - 2
11 (mL) pHobs [H ] [OH ] Alfa(A ) Fi Vb,calc Peso wt*(Vb,obs - Vb,calc)
12 0,21 3,48 3,3E-04 3,0E-11 0,042 0,025 0,20 0,80 4,57E-05
13 0,51 3,72 1,9E-04 5,2E-11 0,070 0,061 0,49 0,50 1,76E-04
14 0,81 3,87 1,3E-04 7,4E-11 0,097 0,090 0,73 0,47 3,29E-03
15 1,11 4,01 9,8E-05 1,0E-10 0,129 0,124 1,00 0,47 5,64E-03
16 1,41 4,15 7,1E-05 1,4E-10 0,169 0,166 1,34 0,33 1,65E-03
17 1,71 4,25 5,6E-05 1,8E-10 0,204 0,201 1,63 0,33 2,27E-03
18 2,01 4,35 4,5E-05 2,2E-10 0,244 0,242 1,96 0,23 6,99E-04
19 2,31 4,42 3,8E-05 2,6E-10 0,275 0,273 2,21 0,27 2,77E-03
20 2,61 4,50 3,2E-05 3,2E-10 0,314 0,312 2,52 0,27 2,18E-03
21 2,91 4,58 2,6E-05 3,8E-10 0,354 0,353 2,85 0,30 9,96E-04
22 3,21 4,67 2,1E-05 4,7E-10 0,403 0,402 3,25 0,17 2,39E-04
23 3,51 4,72 1,9E-05 5,2E-10 0,431 0,430 3,47 0,20 2,47E-04
24 3,81 4,78 1,7E-05 6,0E-10 0,465 0,464 3,75 0,23 7,91E-04
25 4,11 4,85 1,4E-05 7,1E-10 0,506 0,505 4,08 0,23 2,41E-04
26 4,41 4,92 1,2E-05 8,3E-10 0,546 0,545 4,40 0,20 9,31E-06
27 4,71 4,98 1,0E-05 9,5E-10 0,580 0,579 4,68 0,23 2,34E-04
28 5,01 5,05 8,9E-06 1,1E-09 0,618 0,618 4,99 0,23 8,00E-05
29 5,31 5,12 7,6E-06 1,3E-09 0,656 0,655 5,29 0,30 8,78E-05
30 5,61 5,21 6,2E-06 1,6E-09 0,701 0,700 5,66 0,27 6,23E-04
31 5,91 5,29 5,1E-06 1,9E-09 0,738 0,738 5,96 0,30 7,15E-04
32 6,21 5,38 4,2E-06 2,4E-09 0,776 0,776 6,27 0,37 1,18E-03
33 6,51 5,49 3,2E-06 3,1E-09 0,817 0,817 6,60 0,40 3,08E-03
34 6,81 5,61 2,5E-06 4,1E-09 0,855 0,855 6,90 0,50 4,35E-03
35 7,11 5,76 1,7E-06 5,8E-09 0,893 0,893 7,21 0,70 6,92E-03
36 7,41 5,97 1,1E-06 9,3E-09 0,931 0,931 7,52 1,03 1,24E-02
37 7,71 6,28 5,2E-07 1,9E-08 0,965 0,965 7,79 3,17 2,25E-02
38 8,01 7,23 5,9E-08 1,7E-07 0,996 0,996 8,04 9,70 1,19E-02 Figura 3. Planilha depois de
39 8,31 10,14 7,2E-11 1,4E-04 1,000 1,007 8,14 2,37 7,14E-02 executar o SOLVER para otimizar
40 8,61 10,85 1,4E-11 7,1E-04 1,000 1,037 8,38 1,17 6,25E-02 os valores de Ca e pK a para
41 8,91 11,20 6,3E-12 1,6E-03 1,000 1,084 8,75 0,63 1,58E-02 minimizar a soma ponderada dos
42 9,21 11,39 4,1E-12 2,5E-03 1,000 1,130 9,12 0,50 3,67E-03 quadrados dos resíduos na célula
43 9,51 11,54 2,9E-12 3,5E-03 1,000 1,183 9,56 0,50 1,21E-03 I2.

9. No ajuste da curva por mínimos quadrados, buscamos minimizar a soma dos quadrados
da diferença entre uma grandeza observada e calculada. Na sua experiência, você mediu
Vb,obs e calculou Vb,calc. Queremos minimizar a soma (Vb,obs – Vb,calc)2. Para encontrar Ve
(e, portanto Ca), com mais exatidão, atribuímos maiores pesos aos pontos próximos de
Ve. Portanto, vamos minimizar a soma 兺[peso*(Vb,obs – Vb,calc)2]. Na coluna I da planilha
calculamos o produto peso*(Vb,obs – Vb,calc)2 para cada linha. Na célula I2, calculamos a
soma dos quadrados ponderados dos resíduos:
soma = Σ[peso*(Vb,obs – Vb,calc)2] ⇒ I2 = SOMA(I12:I43)
10. Agora estamos prontos para uma otimização por mínimos quadrados de Ca e pKa para
encontrar a curva de titulação teórica que melhor se ajusta aos pontos experimentais.
No menu FERRAMENTAS, selecione SOLVER. (Se você não vê SOLVER no menu
FERRAMENTAS, selecione SUPLEMENTOS e assinale o botão SOLVER. Clique em
OK, e SOLVER aparecerá no menu FERRAMENTAS.) Na janela do SOLVER, Definir
Célula de Destino $I$2 Igual a Mín Células Variáveis $B$5,$B$6.
32 Capítulo Nove

Clique no botão Resolver, no canto superior direito. SOLVER leva alguns segundos para
variar as quantidades de Ca e pKa nas células B5 e B6 para minimizar a soma na célula I2.
O resultado é mostrado na Figura 3. A soma na célula I2 é reduzida de 0,428 na Figura
2 para 0,240. Os valores ótimos de Ca = 0,01981 M e pKa = 4,840 aparecem nas células
B5 e B6 na Figura 3.
11. Sobreponha a curva calculada ótima sobre os seus pontos experimentais para obter um
gráfico semelhante ao da Figura 4.
12
Obs
11
Calc
10
9
8
pH

7
6
5
4
Figura 4. Curva de titulação
calculada (curva contínua), 3
sobreposta aos pontos medidos 2
experimentalmente após a 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
otimização do ajuste com o
SOLVER. Vb (mL)

Experimente diferentes valores iniciais de Ca e pKa nas células B5 e B6 para ver como
SOLVER pode otimizar dois parâmetros ao mesmo tempo. Você vai descobrir que, se os valores
iniciais de Ca e pKa não são próximos dos valores corretos, SOLVER pode não ser capaz de
encontrar uma resposta. Neste experimento, foi fácil encontrar valores de pKa de Ca que estão
próximos dos valores verdadeiros, por inspeção dos dados da titulação experimental.
No caso de você não conseguir encontrar boas estimativas iniciais para Ca e pKa, tente
otimizar uma variável de cada vez. Na janela do SOLVER, Definir Célula de Destino $I$2
Igual a Mín Células Variáveis $B$5. Uma vez que o SOLVER tenha encontrado o melhor valor
na célula B5, Definir Célula de Destino $I$2 Igual a Mín Células Variáveis $B$6. Com estes
dois valores otimizados individualmente nas células B5 e B6, é possível otimizá-los juntos
por Definir Célula de Destino $I$2 Igual a Mín Células Variáveis $B$5,$B$6.
A partir deste exercício, obtenha um gráfico como o da Figura 4 e uma planilha como a da
Figura 3. Relate os valores ótimos de Ca e pKa que se ajustam aos seus dados experimentais.
CAPÍTULO 10
Análise de Nitrogênio
pelo Método Kjeldahl

A análise de nitrogênio pelo método Kjeldahl é amplamente usada para medir o teor de
nitrogênio em compostos orgânicos puros e em substâncias complexas, tais como o leite,
o cereal e a farinha. A digestão em H2SO4 fervente com um catalisador converte o nitrogênio PBT Perigo
orgânico em NH4+. A solução é, então, tornada básica, e o NH3 liberado é destilado para dentro
de uma quantidade conhecida de HCl (Reações 10-5 até 10-7 do livro-texto). O HCl que não
Corrosivo Resíduos
reagiu é titulado com NaOH para determinar quanto do HCl foi consumido pelo NH3. Como
a solução a ser titulada contém HCl e NH4+, escolhemos um indicador que permite a titulação
do HCl sem iniciar a titulação do NH4+. O verde de bromocresol, com uma faixa de transição
entre os valores de pH 3,8 a 5,4, atende plenamente este requisito. Perfil Verde
Veja Seção 0
A digestão no método Kjeldahl captura os nitrogênios de aminas (–NR2) ou amidas (–C[=O]
NR2) (onde R pode ser H ou um grupo orgânico), mas não oxida o nitrogênio de grupos tais
como nitro (–NO2) ou azo (–N=N–), que precisam ser primeiramente reduzidos para aminas
ou amidas.

Reagentes
Solução-padrão de NaOH e solução-padrão de HCl: Do Experimento 5.
Indicadores verdes de bromocresol e fenolftaleína: Receitas no Experimento 6.
Sulfato de potássio: 10 g/aluno.
Pérolas de ebulição recobertas com selênio: Os grânulos Hengar cobertos de selênio são
convenientes. Catalisadores alternativos são 0,1 g de Se, 0,2 g de CuSeO3, ou um cristal de
CuSO4.
H2SO4 concentrado (98% m/m): 25 mL/aluno.
Amostras desconhecidas: As amostras desconhecidas são a acetanilida pura, o ácido
N-2-hidroxietilpiperazina-N’-2-etanossulfônico (tampão HEPES, Tabela 9-2 no livro-texto),
o tris(hidroximetil)aminometano (tampão tris, Tabela 9-2), ou os sais de amônia do ácido p-
toluenossulfônico, a glicina, ou o ácido nicotínico. Cada aluno necessita de uma quantidade
de amostra suficiente para produzir 2-3 mmol de NH3.

Digestão
1. Seque sua amostra desconhecida a 105°C por 45 minutos e pese, de forma exata, uma
quantidade que produzirá 2-3 mmol de NH3. Coloque a amostra em um frasco Kjeldahl,
seco, de 500 mL (Figura 10-8 do livro-texto), de maneira que a menor quantidade possí-
vel fique grudada nas paredes. Adicione 10 g de K2SO4 (para aumentar a temperatura de
ebulição) e três pérolas de ebulição cobertas de selênio. Derrame 25 mL de H2SO4 a 98%
m/m, de forma a arrastar para baixo qualquer sólido das paredes. (CUIDADO: O H2SO4
concentrado ataca a pele. Se houver qualquer contato do ácido com sua pele, enxágue o
local abundantemente e imediatamente com água e, em seguida, com sabão e água.)

33
34 Capítulo Dez

2. Em uma capela, fixe com uma garra o frasco em um ângulo de 30° para longe de você.
Aqueça suavemente com um bico de Bunsen até que a formação de espuma cesse e a
solução se torne homogênea. Continue suavemente a ebulição por 30 minutos adicionais.
3. Resfrie o frasco ao ar por 30 minutos e, então, em um banho de gelo por 15 minutos.
Lentamente, e com agitação constante, adicione 50 mL de água destilada resfriada em
gelo. Dissolva qualquer sólido que tenha cristalizado. Transfira o líquido para um balão
de destilação de 3 bocas de 500 mL, mostrado na Figura 1. Lave o frasco Kjeldahl cinco
vezes com porções de 10 mL de água destilada, e derrame as águas de lavagem para dentro
do balão de destilação.

Destilação
1. Monte a aparelhagem da Figura 1 e vede bem as conexões. Pipete 50,00 mL de solução-
padrão de HCl 0,1 M para dentro do béquer receptor e fixe o funil abaixo do nível do
líquido.
2. Adicione 5-10 gotas do indicador fenolftaleína ao balão de três bocas mostrado na Figura
1 e assegure a vedação das rolhas. Derrame 60 mL de solução de NaOH 50% m/m dentro
do funil de adição e goteje este conteúdo dentro do balão de destilação em um período de
1 minuto até que o indicador se torne rosa. (CUIDADO: O NaOH 50% m/m ataca a pele.
Enxágue abundantemente com água qualquer derramamento sobre a sua pele.) Não permita
que o último mL passe através da torneira, pois o gás não pode escapar do balão. Feche a
torneira e aqueça suavemente até que dois terços do líquido tenham sido destilados.
3. Remova o funil do béquer receptor antes de remover o bico de Bunsen do balão (para evitar
a sucção do destilado de volta para o condensador). Rinse bem o funil com água destilada
e recolha esta água de rinsagem dentro do béquer. Adicione 6 gotas da solução do indi-
cador verde de bromocresol ao béquer e cuidadosamente titule com a solução-padrão de
NaOH 0,1 M até a cor azul indicadora do ponto final. Você está olhando para o primeiro
aparecimento da cor azul-claro. (Pratique anteriormente as titulações com HCl e NaOH
para se familiarizar com o ponto final.)
4. Calcule a % m/m do nitrogênio na amostra desconhecida.

Saída
de água

Seletor de Condensador
passagem
gasosa

Funil de
adição Rolha de
borracha
Torneira Entrada
de água

Funil de vidro
de haste longa
Balão de
500 mL
Béquer receptor
de 400 mL

Pérolas de
ebulição

Bico de
Bunsen

Figura 1. Aparelhagem para a


destilação Kjeldahl.
CAPÍTULO 11
Titulação com EDTA
de Ca2+ e Mg2+ em
Águas Naturais

O s íons metálicos multivalentes mais comuns em águas naturais são o Ca2+ e o Mg2+.
Neste experimento, determinaremos a concentração total dos íons metálicos que reagem
com o EDTA, e assumiremos que ela é igual à concentração de Ca2+ e Mg2+. Em um segundo PBT Perigo
experimento, o Ca2+ é analisado separadamente após a precipitação de Mg(OH)2 com uma
base forte.
Corrosivo Resíduos

Reagentes
EDTA: Na2H2EDTA ⭈ 2H2O (MF 374,24), 0,6 g/aluno. Perfil Verde
Tampão (pH 10): Adicionar 142 mL da solução aquosa de NH3 28% m/m a 17,5 g de NH4Cl Veja Seção 0
e diluir a 250 mL com água destilada.
Indicador de negro de eriocromo T: Dissolver 0,2 g do indicador sólido em 15 mL de
trietanolamina mais 5 mL de etanol absoluto. (Alternativamente, calmagita pode ser usada
dissolvendo-se 0,05 g em 100 mL de água. A cor muda da mesma maneira em ambos indi-
cadores.)
Indicador azul de hidroxinaftol: 0,5 g/aluno.
Amostra desconhecida: Apanhar água de córregos, ou de lagos ou do oceano. Para mi-
nimizar o crescimento de bactérias, frascos plásticos devem ser preenchidos até o topo e
hermeticamente fechados. Refrigeração é recomendada.
Solução de NaOH 50% m/m: Dissolver 100 g de NaOH em 100 g de H2O em um frasco
plástico de 250 mL. Armazenar esta solução em frasco tampado, firmemente vedado. Quando
remover a solução com uma pipeta, tente não perturbar o Na2CO3 precipitado.

Procedimento
1. Seque o Na2H2EDTA ⭈ 2H2O (MF 372,24) a 80°C por 1 hora e resfrie no dessecador. Pese,
de forma exata, ~0,6 g e dissolva esta massa, com aquecimento, em 400 mL de água em
um balão volumétrico de 500 mL. Resfrie até a temperatura ambiente, dilua até a marca,
e homogeneíze bem.
2. Pipete uma alíquota da amostra desconhecida para dentro de um balão de 250 mL. Uma
alíquota de 1,000 mL de água do mar ou uma alíquota de 50,00 mL de água potável é
normalmente adequada. Se você usar 1,000 mL de água do mar, adicione 50 mL de água
destilada. Para cada alíquota, adicione 3 mL de tampão pH 10 e 6 gotas do indicador negro
de eriocromo T. Titule com EDTA a partir de uma bureta de 50 mL e observe quando a cor
muda de vermelho-vinho para azul. Pratique várias vezes para achar o ponto final através
da adição de uma pequena quantidade de água potável e da titulação com mais EDTA.
Guarde uma solução no ponto final para usar na comparação de cor em outras titulações.
3. Repita a titulação com três alíquotas para encontrar um valor exato para a concentração
total de Ca2+ + Mg2+. Realize uma titulação em branco com 50 mL de água destilada e
subtraia o valor do branco de cada resultado.

35
36 Capítulo Onze

4. Para a determinação do Ca2+, pipete quatro alíquotas da amostra desconhecida para den-
tro de balões limpos (adicionando 50 mL de água destilada se você estiver usando 1,000
mL de água do mar). Adicione 30 gotas de NaOH 50% m/m a cada solução e agite por 2
minutos para precipitar o Mg(OH)2 (que pode não estar visível). Adicione ~0,1 g de azul
de hidroxinaftol sólido a cada balão. (Este indicador é usado porque permanece azul em
valores mais altos de pH do que o negro de eriocromo T.) Titule uma alíquota rapidamente
para encontrar o ponto final; pratique para achá-lo várias vezes, se necessário.
5. Titule as outras alíquotas cuidadosamente. Após atingir o ponto final de cor azul, deixe
cada alíquota descansar por 5 minutos, com agitação ocasional, de forma que qualquer
Ca(OH)2 precipitado possa redissolver. Então, titule de volta até o ponto final de cor azul.
(Repita este procedimento se a cor azul retornar para vermelho após o descanso.) Realize
uma titulação em branco com 50 mL de água destilada.
6. Calcule a concentração total de Ca2+ e Mg2+, assim como as concentrações individuais de
cada íon. Calcule o desvio-padrão relativo das titulações replicadas.
CAPÍTULO 12
Síntese e Análise de
Decavanadato de
19
Amônio

A s espécies presentes em uma solução de V5+ dependem do pH e da concentração


(Figura 1).
PBT Perigo
4- 4-
VO 3-
4 V2 O7 V4 O12
HV10 O5- Em base
VO +2 Em ácido
28 forte NH + 4 , forte Corrosivo Resíduos
ácido acético,
álcool

Perfil Verde
(NH4)6V10O28 . 6H2O Veja Seção 0
MF 1 173,7

Precipitado
log (Concentração de vanádio, M)

Figura 1. Diagrama de fases


para o vanádio (V) aquoso como
uma função da concentração total
de vanádio e do pH. [De J. W.
Larson, J. Chem. Eng. Data 1995,
40, 1276.] A região marcada como
“precipitado” provavelmente se
refere a um hidróxido de vanádio.
O íon decavanadato (V10O6–
28), que será isolado neste experimento com um sal de amônio,
consiste em 10 octaedros VO6 compartilhando os seus lados (Figura 2).

Figura 2. Estrutura do ânion


V10O 6–
28, consistindo em octaedros
VO6 compartilhando as arestas
um com outro. Há um átomo
de vanádio no centro de cada
octaedro.

19
G. G. Long, R. L. Stanfield, and F. C. Hentz, Jr., J. Chem. Ed. 1979, 56, 195.

37
38 Capítulo Doze

Depois de preparar este sal, vamos determinar o conteúdo de vanádio através de uma titu-
lação redox e NH+4 pelo método Kjeldahl. Na titulação redox, V5+ será primeiramente reduzido
a V4+ com ácido sulfuroso e então titulado com permanganato padrão.
V10 O6-
28 + H2SO3 → VO2+ + SO2

VO2+ + MnO4- → VO+2 + Mn2+


azul violeta amarelo incolor

Reagentes
Metavanadato de amônio (NH4VO3): 3 g/aluno.
Solução aquosa de ácido acético a 50% em volume: 4 mL/aluno.
Etanol a 95%: 200 mL/aluno.
KMnO4: 1,6 g/aluno ou prepara-se KMnO4 0,02 M (~300 mL/aluno) para uso pela classe.
Oxalato de sódio (Na2C2O4): 1 g/aluno.
H2SO4 0,9 M: (1 L/aluno) Adicionar lentamente 50 mL de H2SO4 concentrado (96-98%
m/m) a 900 mL de H2O e diluir a ~1 L.
H2SO4 1,5 M: (100 mL/aluno) Adicionar lentamente 83 mL de H2SO4 concentrado (96-98%
m/m) a 900 mL de H2O e diluir a ~1 L.
Bissulfito de sódio (NaHSO3): 2 g/aluno.
HCl padrão 0,1 M: (75 mL/aluno) Do Experimento 5.
NaOH padrão 0,1 M: (75 mL/aluno) Do Experimento 5.
Indicadores fenolftaleína e verde de bromocresol: Receitas no Experimento 6.
NaOH 50% m/m: 60 mL/aluno. Misturar, dissolvendo 100 g de NaOH com 100 mL de
H2O.

Síntese
1. Aqueça 3,0 g de metavanadato de amônio (NH4VO3) em 100 mL de água, com agitação
constante (mas sem ebulição) até que a maior parte do sólido tenha se dissolvido. Filtre a
solução e adicione 4 mL de ácido acético a 50% em volume sob agitação.
2. Adicione 150 mL de etanol 95% sob agitação e resfrie a solução em um refrigerador ou
em um banho de gelo.
3. Depois de manter a temperatura de 0-10°C por 15 min, filtre o produto laranja com sucção
e lave-o com duas porções de 15 mL de etanol 95% gelado.
4. Seque o produto ao ar (protegido da poeira) por 2 dias. O rendimento típico é de 2,0-2,5 g.

Análise de Vanádio com KMnO4


Preparação e padronização de KMnO420 (veja Seção 6-3 no livro-texto)
1. Prepare uma solução de permanganato 0,02 M, dissolvendo 1,6 g de KMnO4 em 500 mL de
água destilada. Aqueça cuidadosamente por 1 hora, cubra e deixe a solução resfriar durante
a noite. Filtre através de um funil de vidro sinterizado, limpo, descartando os primeiros
20 mL de filtrado. Armazene a solução em um frasco limpo e escuro. Evite que a solução
toque a tampa do frasco.
2. Seque oxalato de sódio (Na2C2O4) a 105°C durante 1 hora, resfrie em um dessecador e
pese três amostras de ~0,25 g em frascos de 500 mL ou béqueres de 400 mL. A cada um,
adicione 250 mL de H2SO4 0,9 M que tenham sido recentemente aquecidos e resfriados à
temperatura ambiente. Agite com um termômetro para dissolver a amostra e adicione 90-
95% da quantidade teórica da solução de KMnO4 necessária para a titulação. (Isso pode ser
calculado a partir da massa de KMnO4 utilizada para preparar a solução de permanganato.
A reação química é dada pela Eq. 6-1 do livro-texto).
3. Deixe a solução à temperatura ambiente até que ela fique incolor. A seguir aqueça-a a
55-60°C e complete a titulação adicionando KMnO4 até que persista uma tênue cor rosa.

20
R. M. Fowler and H. A. Bright, J. Res. National Bureau of Standards 1935, 15, 493.
Síntese e Análise de Decavanadato de Amônio 39

Quando próximo do final da titulação, proceda lentamente, esperando 30 s para que cada
gota perca sua cor.
4. Como um branco, titule 250 mL de H2SO4 0,9 M até a mesma tênue cor rosa. Subtraia
o volume do branco para cada volume de titulação. Calcule a molaridade média do
KMnO 4.

Análise de Vanádio
1. Pese cuidadosamente duas amostras de 0,3 g de decavanadato de amônio em frascos de
250 mL e dissolva cada uma delas em 40 mL de H2SO4 1,5 M (com aquecimento, se ne-
cessário).
2. Na capela, adicione 50 mL de água e 1 g de NaHSO3 a cada amostra agitando para a dis-
solução. Depois de 5 min, aqueça a solução cuidadosamente por 15 min para remover o
SO2.
3. Titule a solução quente com KMnO4 padrão 0,02 M, usando uma bureta de 50 mL. O ponto
final é detectado quando a cor amarela do VO2+ escurece, persistindo a cor por 15 s devido
ao excesso de MnO4,–.
4. Calcule a % m/m média de vanádio no decavanadato de amônio e compare seu resultado
com o valor teórico.

Análise do Íon Amônio pelo Método de


Destilação de Kjeldahl
1. Monte o equipamento da Figura 1 do Experimento 10, vedando as rolhas de modo a termos
conexões isoladas do ar. Pipete 50,00 mL de HCl padrão 0,1 M para o béquer, prendendo
o funil em uma posição abaixo do nível do líquido.
2. Transfira 0,6 g de decavanadato de amônio, cuidadosamente pesado, para um balão de três
bocas e adicione 200 mL de água. Adicione 5-10 gotas do indicador fenolftaleína fechan-
do as tampas do balão. Adicione, pelo funil de adição, por um período de 1 min, 60 mL
de NaOH 50% m/m, até a virada do indicador para a cor rósea. (Cuidado: NaOH a 50%
m/m é muito corrosivo. Todos os respingos na pele devem ser imediatamente lavados com
água em abundância.) Não adicione o mL final pela torneira, de modo a evitar o escape
de gases do balão. Feche a torneira e aqueça suavemente o balão até que dois terços do
líquido tenham destilado.
3. Remova o funil do béquer que recebeu o destilado antes de remover o aquecedor do frasco
(para evitar que o destilado seja sugado de volta para o condensador). Lave bem o funil com
água destilada, adicionando as águas de lavagem no béquer. Adicione ao béquer 6 gotas
de solução do indicador verde de bromocresol e titule cuidadosamente com NaOH padrão
0,1 M até o ponto final de cor azul. Você deve observar o primeiro aparecimento de uma
fraca coloração azul persistente. (É interessante praticar titulações com HCl e NaOH para
você se familiarizar como ponto final.)
4. Calcule a porcentagem em massa de nitrogênio no decavanadato de amônio.
CAPÍTULO 13
Titulação Iodimétrica de
21
Vitamina C

PBT Perigo
O ácido ascórbico (vitamina C) é um agente redutor moderado que reage rapidamente com
o íon tri-iodeto (veja Seção 16-3 e Boxe 16-2 no livro-texto). Neste experimento, nós
vamos gerar um excesso conhecido de I3,– pela reação do iodato com iodeto (Reação 16-20),
efetuar a reação com o ácido ascórbico, e então fazer uma titulação de retorno do excesso de
I3,– com tiossulfato (Reação 16-21 e Prancha 12 no encarte em cores).
Corrosivo Resíduos

Reagentes
Perfil Verde Indicador amido: Faça uma pasta de 5 g de amido solúvel e 5 mg de Hg2I2 em 50 mL de
Veja Seção 0 água destilada. Coloque a pasta em 500mL de água destilada em ebulição e ferva até que ela
fique clara.
Tiossulfato de sódio: 9 g de Na2S2O3 ⭈ 5H2O/aluno.
Carbonato de sódio: 50 mg de Na2CO3/aluno.
Iodato de potássio: 1 g de KIO3/aluno.
Iodeto de potássio: 12 g de KI/aluno.
H2SO4 0,5 M: 30 mL/aluno.
Vitamina C: Suplemento alimentar contendo 100 mg de vitamina C por comprimido é
adequado. Cada aluno necessita de seis comprimidos.
H2SO4 0,3 M: 180 mL/aluno.

Preparação e Padronização de Solução de Tiossulfato


1. Prepare o indicador goma de amido misturando 5 g de amido solúvel com 5 mg de HgI2
em 50 mL de água. Derrame a pasta em 500 mL de água em ebulição e ferva até que a
solução esteja clara.
2. Prepare Na2S2O322 0,07 M dissolvendo ~8,7 g de Na2S2O3⭈5H2O em 500 mL de água re-
centemente fervida contendo 0,05 g de Na2CO3. Armazene esta solução em frasco âmbar
firmemente fechado. Prepare KIO3 ~0,01 M pesando exatamente ~1 g do reagente sólido e
dissolvendo-o em balão volumétrico de 500 mL. A partir da massa de KIO3 (MF 214,00),
determine a concentração molar da solução.
3. Padronize a solução de tiossulfato como segue: Pipete 50,00 mL de solução de KIO3 para
um frasco. Adicione 2 g de KI sólido e 10 mL de H2SO4 0,5 M. Titule imediatamente com
tiossulfato até que a solução tenha perdido quase que completamente a coloração (amarelo-
pálido). Então, adicione 2 mL do indicador goma de amido e complete a titulação. Repita
a titulação com dois volumes adicionais de 50,00 mL de solução de KIO3. A partir das

21
D. N. Bailey, J. Chem. Ed. 1974, 51, 488.
22
Uma alternativa para padronizar soluções de Na2S2O3 é preparar Na2S2O3 anidro (padrão primário) refluxando
21 g de Na2S2O3⭈5H2O com 100 mL de metanol por 20 min. Então filtre o sal anidro, lave com 20 mL de metanol,
e seque a 70°C por 30 min. [A. A. Woolf, Anal. Chem. 1982, 54, 2134.]

40
Titulação Iodimétrica de Vitamina C 41

estequiometrias das Reações 16-20 e 16-21, determine a concentração molar média de


tiossulfato e o desvio-padrão relativo.

Análise da Vitamina C
A vitamina C comercial presente em comprimidos de 100 mg pode ser empregada. Execute
as seguintes análises três vezes, e encontre o valor médio (e o desvio-padrão relativo) para a
quantidade de vitamina C (em miligramas) por comprimido.
1. Dissolva dois comprimidos em 60 mL de H2SO4 0,3 M, empregando um bastão de vidro
para auxiliar na fragmentação do sólido. (Parte do material excipiente do comprimido não
se dissolverá.)
2. Adicione 2 g de KI sólido e 50,00 mL de KIO3 padrão. Então titule com tiossulfato pa-
dronizado como acima. Adicione 2 mL do indicador goma de amido próximo do ponto
final.
CAPÍTULO 14
Preparação e Análise
Iodométrica de
Supercondutor de Alta
23
Temperatura
Neste experimento você determinará o teor de oxigênio no óxido misto de ítrio, bário e cobre
(YBa2Cu3Ox). Este material é um exemplo de sólido não estequiométrico, no qual o valor
PBT Perigo de x é variável, mas próximo de 7. Parte do cobre na fórmula YBa2Cu3O7 está em um estado
de oxidação elevado não usual, Cu3+. Este experimento descreve a síntese do YBa2Cu3Ox
(que também pode ser comprado) e apresenta dois procedimentos alternativos para avaliar
Corrosivo Resíduos
a quantidade de Cu3+ presente. O método iodométrico é baseado nas reações do Problema
16-16 do livro-texto. O método mais refinado de titulação do complexo cobre-citrato24 elimina
muitos erros experimentais associados à metodologia mais simples do processo iodométrico,
Perfil Verde e fornece resultados mais exatos e precisos.
Veja Seção 0

Preparação do YBa2Cu3Ox
1. Coloque em um gral 0,750 g de Y2O3, 2,622 g de BaCO3 e 1,581 g de CuO (razão atômica
Y:Ba:Cu = 1:2:3). Triture bem a mistura com um pistilo por 20 min e transfira o pó para
um cadinho de porcelana. Aqueça em forno ao ar a 920-930°C por 12 h ou mais. Desligue
o forno e deixe a amostra resfriar lentamente dentro do forno. Essa etapa de resfriamento
lento é primordial para obter-se um conteúdo de oxigênio correspondente à faixa x = 6,5-7
na fórmula YBa2Cu3Ox. O cadinho pode ser removido quando a temperatura estiver abaixo
de 100°C.
2. Remova lentamente a massa sólida negra do cadinho, e triture em um gral com pistilo até
obter um pó fino. Esse pó pode agora ser usado para o experimento, mas um material de
melhor qualidade é obtido se o pó for aquecido novamente a 920-930°C e resfriado len-
tamente como na Etapa 1. Se o pó obtido na Etapa 1 for verde em vez de preto, aumente
a temperatura do forno de 20°C e repita a Etapa 1. O produto final tem que ser preto; do
contrário, não se trata do composto desejado.

Análise Iodométrica
1. Tiossulfato de Sódio e Indicador Amido. Prepare Na2S2O3 0,03 M conforme descrito no
Experimento 13, empregando 3,7 g de Na2S2O3⭈5H2O em vez de 8,7g. A solução indicadora
de amido é a mesma empregada no Experimento 13.
2. Cu2+ padrão. Pese exatamente 0,5-0,6 g de fio de cobre dentro de um balão volumétrico
de 100 mL. Numa capela, adicione 6 mL de água destilada e 3 mL de ácido nítrico a 70%
m/m; ferva suavemente sobre placa aquecedora até a dissolução total do sólido. Adicione

23
D. C. Harris, M. E. Hills, and T. A. Hewston, J. Chem. Ed. 1987, 64, 847. Sínteses alternativas de YBa2Cu3Ox são
descritas por C. D. Cogdell, D. G. Wayment, D. J. Casadonte, Jr., and K. A. Kubat-Martin, J. Chem. Ed. 1995, 72,
840, e P. I. Djurovich and R. J. Watts, J. Chem. Ed. 1993, 70, 497.
24
E. H. Appelman, L. R. Morss, A. M. Kini, U. Geiser, A. Umezawa, G. W. Crabtree, and K. D. Carlson, Inorg.
Chem. 1987, 26, 3237.

42
Preparação e Análise Iodométrica de Supercondutor de Alta Temperatura 43

10 mL de água destilada e ferva suavemente. Adicione 1,0 g de ureia ou 0,5 g de ácido


sulfâmico e ferva por 1 min para destruir o HNO2 e óxidos de nitrogênio que poderiam
interferir na titulação iodométrica. Resfrie até a temperatura ambiente e dilua até a marca
com HCl 1,0 M.
3. Padronização de Na2S2O3 com Cu2+. A titulação deve ser conduzida o mais rapidamente
possível sob atmosfera de N2, porque o íon I– é oxidado a I2 em solução ácida pelo oxigênio
atmosférico. Use um béquer de corpo alto de 180 mL (ou um béquer-padrão de 150 mL) com
uma rolha de cortiça, contendo dois orifícios, que se ajusta frouxamente no topo do béquer.
Um orifício serve para a entrada do gás inerte e o outro para a bureta. Pipete 10,00 mL de
Cu2+ padrão, transfira para o béquer e purgue com N2. Remova a cortiça o tempo suficiente
para introduzir 10 mL de água destilada contendo 1,0-1,5 g de KI (recentemente dissolvido)
e inicie a agitação magnética. Além da cor escura referente ao iodo em solução, estará pre-
sente o sólido CuI em suspensão. Titule com solução de Na2S2O3 a partir de uma bureta de
50 mL, adicione 2 gotas de solução de goma de amido exatamente antes da desaparição do
último vestígio de coloração do I2. Caso o amido seja adicionado muito antes, pode haver
uma ligação irreversível entre o I2 e o amido, de modo que o ponto final se torna difícil de
detectar. Você deve praticar essa titulação várias vezes para aprender a distinguir as cores
do I2 e do I2/amido da coloração do CuI(s) em suspensão. (Alternativamente, podem ser
empregados eletrodos de Pt ou de calomelano no lugar do amido para eliminar o critério
subjetivo de coloração na busca do ponto final.25) Repita esta padronização mais duas vezes
e determine a concentração molar média do Na2S2O3 a partir dos três experimentos.
4. Supercondutor – Experimento A. Dissolva uma massa da amostra de YBa2Cu3Ox em pó,
pesada exatamente entre 150 e 200 mg, em 10 mL de HClO4 1,0 M em um béquer de titu-
lação numa capela. (Recomenda-se o ácido perclórico porque ele é inerte frente à reação
com o supercondutor, que poderia oxidar HCl a Cl2. Empregamos HCl no lugar de HClO4
sem que houvesse uma interferência significativa na análise. As soluções de HClO4 não
devem ser fervidas à secura devido ao risco de explosão.) Ferva suavemente por 10 min,
de modo que a Reação A no Problema 16-16 seja completa. Resfrie até a temperatura
ambiente, cubra com a tampa de dois orifícios e inicie o fluxo de N2. Dissolva 1,0-1,5 g de
KI em 10 mL de água destilada e adicione imediatamente esta solução no béquer. Titule
rapidamente sob agitação magnética como descrito na Etapa 3. Repita este procedimento
mais duas vezes.
5. Supercondutor – Experimento B. Coloque uma amostra de YBa2Cu3Ox em pó, pesada exa-
tamente entre 150 e 200 mg, no béquer de titulação e inicie o fluxo de N2. Dissolva 1,0-1,5
g de KI em 10 mL de HClO4 1,0 M e adicione imediatamente essa solução no béquer de
titulação. Agite magneticamente por 1 min, de modo que as Reações C e D do Problema
16-16 ocorram. Adicione 10 mL de água e complete a titulação rapidamente. Repita este
procedimento mais duas vezes.

Cálculos
1. Suponha que a massa mA é analisada no Experimento A e o volume VA de tiossulfato padrão
é necessário para a titulação. As quantidades correspondentes no Experimento B são mB
e VB. Se estabelecermos que o estado de oxidação médio do Cu no supercondutor é 2 + p,
mostre que p é dado por
VB / mB − VA / mA
p = (1)
VA / mA
e x, na fórmula YBa2Cu3Ox, se relaciona a p por meio da expressão
7 3
x = 2 + 2 (2 + p) (2)

Por exemplo, se o supercondutor contém um Cu3+ e dois Cu2+, o estado de oxidação médio
do cobre é 7/3, e o valor de p será 1/3. Ao substituir p por 1/3 na Eq. 2, obtém-se x = 7. A
Eq. 1 não depende do fato de a estequiometria dos metais ser exatamente Y:Ba:Cu 1:2:3,
mas a Eq. 2 exige esta estequiometria exata.

25
P. Phinyocheep and I. M. Tang, J. Chem. Ed. 1994, 71, A115.
44 Capítulo Quatorze

2. Use os resultados médios dos Experimentos A e B para calcular os valores de p e de x nas


Eqs. 1 e 2.
3. Suponha que a incerteza na massa de supercondutor analisada é 1 na última casa decimal.
Calcule os desvios-padrão das Etapas 3, 4 e 5 da análise iodométrica. Usando estes desvios-
padrão como incertezas em volume, calcule as incertezas nos valores de p e x nas Eqs. 1
e 2.

Titulação de Cobre Complexado por Citrato24


Este procedimento mede diretamente o Cu3+. A amostra é inicialmente dissolvida em um
recipiente fechado em HBr 4,4 M, onde o Cu3+ oxida Br– a Br–3:
11 1 -
Cu3+ + 2 Br- → CuBr42- + 2 Br3 (3)
A solução é transferida para um frasco contendo excesso de íons I–, citrato e NH3 suficiente
para neutralizar a maior parte da acidez. O Cu2+ é complexado pelo citrato, não sendo mais
reduzido a CuI(s). (Isto elimina o problema da titulação iodométrica de ter que ser feita na
presença de um sólido colorido.) O Br–3 da Reação 3 oxida I– a I–3:
Br3- + 3I- → 3Br- + I -3 (4)
e o I–3 produzido na Reação 4 é titulado com tiossulfato.
Nossa experiência com o procedimento iodométrico é de que a precisão no conteúdo de
oxigênio no YBa2Cu3Ox é ±0,04 no valor de x. A incerteza é reduzida para ±0,01 pelo proce-
dimento de complexação do cobre pelo citrato.

Procedimento
1. Prepare e padronize a solução de tiossulfato de sódio como descrito nas Etapas 1 a 3 da
análise iodométrica na seção anterior.
2. Coloque uma massa exatamente pesada de 20 a 50 mg de amostra do supercondutor em
um frasco vial de 4 mL com tampa rosqueada em Teflon e adicione 2,00 mL de HBr 4,4
M resfriado sob gelo por meio de uma pipeta. (O HBr é preparado diluindo-se 50 mL de
HBr a 48% m/m em 100 mL.) Tampe firmemente e agite suavemente o frasco por 15 min,
enquanto ele se aquece até atingir a temperatura ambiente. (Emprega-se um motor para
girar a amostra lentamente por 15 min.)
3. Resfrie de volta a solução a 0°C e transfira-a cuidadosamente para o béquer de titulação
(usado na padronização do tiossulfato) contendo uma solução, resfriada sob gelo, recen-
temente preparada com 0,7 g de KI, 20 mL de água, 5,0 mL de citrato trissódico 1,0 M e
cerca de 0,5 mL de NH3 28% m/m. A quantidade exata de NH3 deve ser o bastante para
todo o ácido presente na amostra, a menos de 1 mmol. Ao calcular a quantidade de ácido,
lembre que cada mol de YBa2Cu3Ox consome 2x mol de HBr. (Você pode estimar que x
está próximo de 7.) Lave o vial com três alíquotas de 1 mL de HBr 2 M para completar a
transferência quantitativa para o béquer.
4. Adicione 0,1 mL de solução de amido e titule com Na2S2O3 0,1 M padrão, sob fluxo vigoroso
de N2, utilizando uma seringa Hamilton de 250 mL para liberar o titulante. O ponto final é
caracterizado pela mudança de coloração de azul-escuro (I2-amido) para azul verde-claro
do complexo Cu2+ citrato.
5. Faça uma reação em branco com CuSO4 no lugar do supercondutor. O número de mols de
Cu no branco deve ser o mesmo presente no supercondutor. Em um experimento típico, 30
mg de YBa2Cu3O6,88 consumiram aproximadamente 350 ␮L de Na2S2O3 e o branco con-
sumiu 10 ␮L de Na2S2O3. Se houver tempo disponível, faça mais dois ensaios em branco.
Subtraia o valor médio do branco do titulante na Etapa 4.
6. Repita a análise com duas novas amostras do supercondutor.

Cálculos
1. A partir da quantidade de tiossulfato necessária para titular o I–3 liberado na Reação 4,
determine o número médio de mols de Cu3+ por grama de supercondutor (1 mol S2O32– = 1
mol Cu3+) e o desvio-padrão para as suas três amostras.
Preparação e Análise Iodométrica de Supercondutor de Alta Temperatura 45

2. Definindo R como (mol de Cu3+)/(g de supercondutor), mostre que z na fórmula YBa2Cu3O7-z


é
1 – 666,20 R
z = 2 – 15,999 R (5)

onde 666,20 é a massa formal de YBa2Cu3O7, e 15,9994 é a massa atômica de O.


3. Usando seu valor médio de R e usando o seu desvio-padrão como estimativa de incerteza,
calcule o valor médio de z e a sua incerteza. Determine o valor médio de x e a sua incerte-
za na fórmula YBa2Cu3Ox. Se você estiver mesmo disposto a enfrentar esse desafio, você
deve usar a Eq. C-1 no Apêndice C do livro-texto [D. C. Harris, Quantitative Chemical
Analysis, 7th ed. (New York: Freeman, 2007)] para a propagação da incerteza na Eq. 5.
CAPÍTULO 15
Titulação
Potenciométrica de
Haleto com Ag+

PBT Perigo
M isturas de haletos podem ser tituladas com solução de AgNO3 conforme descrito na
Seção 6-5 do livro-texto. Neste experimento, você empregará a aparelhagem na Figura
6-4 do livro-texto para monitorar a atividade do íon Ag+ à medida que a titulação é conduzida.
A teoria da medida potenciométrica é descrita na Seção 15-1 do livro-texto.
Cada aluno receberá um frasco contendo 0,22-0,44 g de KCl e 0,50-1,00 g de KI (ambos
Corrosivo Resíduos
pesados com exatidão). O objetivo é determinar a quantidade de cada sal na mistura. Um tam-
pão de hidrogenossulfato 0,4 M (pH 2) deve estar disponível no laboratório. Ele é preparado
titulando H2SO4 1 M com NaOH 1 M até um pH próximo de 2,0.
Perfil Verde
Veja Seção 0
Reagentes
Amostra desconhecida: Cada aluno recebe um frasco contendo 0,22-0,44 g de KCl mais
0,50-1,00 g de KI (pesado com exatidão). O objetivo é determinar a quantidade de cada sal
na mistura.
Tampão (pH 2): (6 mL/aluno) Titular H2SO4 1 M com NaOH 1 M até um pH próximo de
2,0.
Nitrato de prata: 1,2 g de AgNO3/aluno.

Procedimento
1. Verta cuidadosamente a sua amostra desconhecida em um béquer de 50 ou 100 mL. Dis-
solva o sólido em ~20 mL de água e transfira a solução para um balão volumétrico de 100
mL. Rinse o frasco da amostra e o béquer diversas vezes com pequenas porções de água
e transfira as águas de lavagem para o balão. Dilua até a marca e homogeneíze bem.
2. Seque 1,2 g de AgNO3 (MF 169,87), a 105°C por 1 h e resfrie em um dessecador por 30
min sob exposição mínima à luz. Uma certa descoloração é normal (e tolerável neste expe-
rimento), mas deve ser minimizada. Pese exatamente 1,2 g e dissolva em balão volumétrico
de 100 mL.
3. Monte a aparelhagem da Figuea 6-4 do livro-texto. O eletrodo de prata é simplesmente
um fio de prata com 3 cm de comprimento, soldado ao fio de cobre. (Eletrodos sem muita
elaboração podem ser preparados alojando-se a conexão em um tubo de vidro selado com
resina epóxi na parte inferior. Apenas a prata deve projetar-se além da resina epóxi.) O
fio de cobre é ajustado a uma conexão que se acopla à entrada do eletrodo de referência
de um medidor de pH. O eletrodo de referência para esta titulação é um eletrodo de vidro
conectado de forma usual ao aparelho. Caso se empregue um eletrodo combinado de pH,
não se utiliza o conector da referência do eletrodo combinado. O eletrodo de prata deve
ser inserido dentro do béquer de 100 mL de modo que a junção Ag/Cu se mantenha seca
por toda a titulação. A barra de agitação não deve tocar nos eletrodos.
4. Pipete 25,00 mL da amostra desconhecida no béquer, adicione 3 mL de tampão de bissul-
fato e inicie a agitação magnética. Registre o nível inicial de AgNO3 em uma bureta de 50

46
Titulação Potenciométrica de Haleto com Ag+ 47

mL e adicione ~1 mL do titulante no béquer. Ligue o medidor de pH na escala de milivolt


e registre o volume e a voltagem. É conveniente (mas não essencial) fixar a leitura inicial
em +800 mV pelo ajuste do aparelho.
5. Titule a solução com alíquotas de ~1 mL até que tenham sido adicionados 50 mL do titu-
lante, ou até que você possa distinguir claramente duas mudanças ab-ruptas de voltagem.
Você não precisa permanecer mais do que 15-30 s em cada ponto. Registre o volume e a
voltagem em cada ponto. Faça um gráfico de milivolts versus mililitros para encontrar as
posições aproximadas (+ 1 mL) dos dois pontos finais.
6. Coloque o medidor de pH na posição modo de espera (“standby”), remova o béquer, rinse
bem os eletrodos com água e enxugue-os cuidadosamente com um lenço de papel. (Haletos
de prata aderidos ao eletrodo de vidro podem ser removidos deixando o eletrodo de molho
em solução concentrada de tiossulfato de sódio. Esta limpeza rigorosa não é necessária
entre as Etapas 6 e 7 deste experimento. Os haletos de prata no béquer de titulação podem
ser recuperados e convertidos de volta a AgNO3 puro.26) Limpe o béquer e monte a apare-
lhagem de titulação novamente. O béquer não precisa estar seco.
7. Faça uma titulação com exatidão empregando alíquotas de 1 gota próximo dos pontos finais
(e alíquotas de 1 mL nas demais regiões). Você não precisa mais do que 30 s por ponto
para o equilíbrio.
8. Prepare um gráfico de milivolts versus mililitros e localize os pontos finais como na
Figura 6-5 do livro-texto. O ponto final do I– é considerado como a interseção das duas
linhas pontilhadas na Figura 6-5. O ponto final do Cl– é o ponto de inflexão (o ponto mais
acentuado) na segunda quebra. Calcule a quantidade de KI e de KCl (em miligramas) no
sólido desconhecido.

Análise de Cl– em Córregos, Lagos ou Água Salgada


Uma variante do procedimento anterior pode resultar num projeto de análise ambiental para
a turma. Por exemplo, você pode estudar mudanças nas correntes como função da estação ou de
chuvas recentes. Você pode estudar a estratificação de águas em lagos. As medidas respondem
a todos os íons que precipitam com Ag+, sendo o Cl–, de longe, o íon dominante em águas
naturais.

Tubo que se contrai


com o calor

Tubo de vidro
Figura 1. Eletrodo combinado
Fio de cobre construído com um tubo de vidro
de 8 mm de diâmetro externo.
Fio de cobre
Remova o isolamento de duas
extremidades de dois fios de cobre.
Um fio liso de cobre penetra dentro
do tubo de vidro. Um fio de prata
soldado no outro fio de cobre é
deixado fora do tubo de vidro. A
Para o voltímetro montagem é mantida unida no
ou potenciômetro topo por um tubo que se contrai
com o calor. Quando pronto para
0,1 M CuSO4 Fio de prata uso, insira um fio de algodão na
base do tubo e encaixe uma junta
esmerilhada 14/20 embebida
com CuSO4 0,1 M sobre a base de
modo que parte do fio fique dentro
e outra parte fique fora. Após
Septo de borracha adicionar CuSO4 0,1 M na parte
interna do tubo, o eletrodo está
Fio de algodão pronto para uso.

26
E. Thall, J. Chem. Ed. 1981, 58, 561.
48 Capítulo Quinze

Você pode usar os eletrodos da Figura 6-4, ou pode construir uma combinação menos
elaborada de eletrodos mostrada na Figura 1.27 O eletrodo indicador na Figura 1 é um fio
liso, de prata, em contato com a solução do analito. A câmara interna (referência) do eletrodo
combinado contém um fio de cobre mergulhado em solução de CuSO4. O eletrodo interno
mantém um potencial constante porque a concentração de Cu2+ na solução é constante. A
solução faz o contato elétrico pelo septo, onde uma parte do fio deixa espaço suficiente para
que a solução escoe suavemente do eletrodo para a solução externa da amostra.

Procedimento
1. Colete água de córregos, lagos ou do oceano. Para evitar crescimento de bactérias, os
frascos plásticos devem ser cheios até o topo e firmemente fechados. Recomenda-se refri-
geração.
2. Prepare uma solução de AgNO3 4 mM com uma concentração exatamente conhecida como
na Etapa 2 no início deste experimento. Um aluno pode preparar reagente suficiente para
cinco pessoas utilizando 0,68 g de AgNO3 em um balão volumétrico de 1 L.
3. Meça, por meio de uma proveta, 100 mL de amostra de água natural e introduza o volume
em um béquer de 250 mL. Posicione o eletrodo combinado da Figura 1 ou o par de eletro-
dos da Figura 6-4 do livro-texto no béquer, de modo que a barra de agitação não atinja os
eletrodos.
4. Efetue uma titulação aproximada adicionando incrementos de 1,5 mL do titulante à
amostra desconhecida, e leia a diferença de potencial após 30 s o mais próximo possível
do milivolt. Prepare um gráfico de diferença de potencial versus volume de titulante para
localizar o ponto final, que não será tão abrupto como aqueles na Figura 6-5 do livro-texto.
Se necessário, ajuste o volume da amostra desconhecida nas etapas futuras de modo que o
ponto final seja atingido em 20-40 mL. Se você precisar de menos amostra desconhecida,
complete a diferença com água destilada.
5. Realize uma titulação mais cuidadosa com uma amostra desconhecida recente. Adicione,
de uma vez, três quartos do volume do titulante necessário para atingir o ponto de equiva-
lência. A seguir, adicione incrementos de ~0,4 mL (8 gotas de uma bureta de 50 mL) do
titulante até que você esteja 5 mL além do ponto de equivalência. Deixe 30 s (ou mais, se
necessário) para que a diferença de potencial se estabilize após cada adição. O ponto final
é a parte mais abrupta da curva, que pode ser estimada pelo método mostrado na Figura
1 do Experimento 6.
6. Calcule a concentração molar e em partes por milhão (␮g/mL) de Cl– na amostra desco-
nhecida. Use os dados de diversos experimentos com a mesma amostra para achar a média
e o desvio-padrão da concentração de Cl– em ppm.

27
G. Lisensky and K. Reynolds, J. Chem. Ed. 1991, 68, 334; R. Ramette, Chemical Equilibrium (Reading, MA:
Addison-Wesley, 1981), p. 649.
CAPÍTULO 16
Medida de Amônia em
um Aquário com um
Eletrodo Íon-Seletivo

O Boxe 6-1 no livro-texto fornece os fundamentos para este experimento.


Reagentes PBT Perigo

Solução-padrão de amônia: Dissolver ~0,382 g de NH4Cl (MF 53,49) em um balão volu-


métrico de 1 L para obter uma solução contendo ~100 ␮g de nitrogênio por mililitro. A partir Corrosivo Resíduos
da massa do NH4Cl que foi pesada, calcular a concentração de nitrogênio em ␮g/mL.

Procedimento28,29 Perfil Verde


Veja Seção 0
1. Usando diluições apropriadas da solução-padrão de amônia, prepare padrões contendo 3,
1, 0,3 e 0,1 ␮g de N/mL em balões volumétricos de 100 mL.
2. Coloque os 100 mL de solução-padrão contendo 0,1 ␮g de N/mL em um béquer de 150 mL,
limpo e seco. Mergulhe um eletrodo íon-seletivo de amônia e um eletrodo de referência na
solução e inicie a agitação magnética. Não agite a solução tão rapidamente que as bolhas
de ar sejam atraídas para o líquido. Adicione 1,0 mL de NaOH 10 M (para converter NH4+
em NH3) e anote a diferença de potencial elétrico na escala em milivolt quando a leitura
estabilizar. Não permita que passe mais de 5 min antes de ler a diferença de potencial, pois
a temperatura da solução vai aumentar devido à agitação, e a leitura vai mudar.
3. Repita o mesmo procedimento para os outros três padrões. Prepare um gráfico de mV
contra log[N], onde [N] é a concentração de nitrogênio em ␮g/mL. Você deve observar
uma razoável linha reta.
4. Meça 100 mL de água de aquário, recém-coletada, em uma proveta graduada. Coloque-a
em um béquer de 150 mL, limpo e seco, e repita o processo na Etapa 2.
5. A partir da curva de calibração obtida na Etapa 3, obtenha o coeficiente angular e a inter-
seção pelo método de mínimos. A partir desses valores e do potencial medido na Etapa 4,
calcule a concentração de nitrogênio amoniacal na água de aquário.
6. Repita as Etapas 4 e 5 mais uma vez com uma nova amostra para obter uma medida em
duplicata.

28
K. D. Hughes, Anal. Chem. 1993, 65, 883A.
29
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20th ed. (Washington, DC: American Public
Health Association, 1998.)

49
CAPÍTULO 17
Análise
Eletrogravimétrica de
Cobre

PBT Perigo
A maioria dos compostos contendo cobre pode ser eletrolisada em solução ácida, com de-
posição quantitativa de Cu no catodo. A Seção 17-1 do livro-texto discute esta técnica.
Os alunos podem analisar uma preparação própria (tal como o acetilsalicilato de cobre30)
ou trabalhar com amostras desconhecidas preparadas a partir de CuSO4⭈5H2O ou de Cu
metálico. No último caso, o metal deve ser dissolvido em HNO3 8 M, fervido para remover
Corrosivo Resíduos
o HNO2, neutralizado com amônia, e acidificado ligeiramente com uma solução de H2SO4
(usa-se papel de tornassol para testar a acidez). As amostras devem estar livres de cloreto e
de ácido nitroso.31
Perfil Verde O dispositivo na Figura 17-1 do livro-texto usa qualquer fonte de potência de 6-12 V de
Veja Seção 0
corrente direta. Um béquer de 150 mL de forma alta é o vaso de reação.

Procedimento
1. Manuseie o catodo de tela de platina com um lenço de papel, tocando apenas na haste
grossa, não na tela. Mergulhe o eletrodo em HNO3 8 M a quente para remover depósitos
prévios, rinse com água e álcool, seque a 105°C por 5 min e pese com exatidão. Caso o
eletrodo contenha alguma graxa, ele pode ser aquecido ao rubro em um combustor antes
do tratamento anterior.32
2. A amostra deve conter 0,2-0,3 g de Cu em 100 mL. Adicione 3 mL de H2SO4 a 98% m/m e
2 mL de HNO3 8 mol/L recentemente fervido. Coloque o catodo de modo que o topo fique
5 mm acima do nível de líquido após o início da agitação magnética. Ajuste a corrente a 2
A, o que deve requerer uma diferença de potencial de 3-4 V. Quando a cor azul do Cu(II)
tiver desaparecido, adicione um pouco de água destilada de modo que uma nova porção da
superfície de platina seja exposta à solução. Caso não ocorra deposição adicional de Cu na
nova superfície em 15 min sob corrente de 0,5 A, a eletrólise está completa. Caso se observe
deposição, continue a eletrólise e teste novamente a reação para verificar o seu término.
3. Sem desligar a fonte de alimentação, baixe o béquer enquanto lava o eletrodo com um
frasco lavador. A corrente pode então ser desligada. (Se a corrente for interrompida antes
de remover o catodo do líquido e eliminar o ácido, parte do Cu pode redissolver-se.) Lave o
catodo suavemente com água e álcool, seque a 105ºC por 3 min, resfrie em um dessecador
por 5 min, e pese.
4. Anote a massa de cobre na amostra desconhecida.

30
E. Dudek, J. Chem. Ed. 1977, 54, 329.
31
J. F. Owen, C. S. Patterson, and G. S. Rice, Anal. Chem. 1983, 55, 990, descreve procedimentos simples para a
remoção de cloreto de amostras de Cu, Ni e Co antes da análise eletrogravimétrica.
32
Alguns metais, como Zn, Ga e Bi, formam ligas com a Pt e não devem ser depositados diretamente na superfí-
cie de Pt. O eletrodo deve ser primeiramente recoberto com Cu, seco, e então usado. Alternativamente, pode-se
empregar a Ag no lugar da Pt para a deposição destes metais. Os anodos de platina são atacados pelo Cl2 formado
na eletrólise de soluções de Cl–. Para evitar o ataque do cloreto, podem-se empregar 1-3 g de um sal de hidrazínio
(por 100 mL de solução) como despolarizador anódico, porque a hidrazina é mais prontamente oxidada que o Cl–:
N2H4 S N2 + 4H+ + 4e –.
50
CAPÍTULO 18
Medida da Vitamina C
em Suco de Frutas por
Voltametria com
Adição-Padrão
E ste experimento está descrito na Seção 17-3 do livro-texto e a adição-padrão é discutida
na Seção 5-3. A célula de três eletrodos na Figura 17-9 do livro-texto emprega um eletro-
do de trabalho de grafita impregnada de cera, um eletrodo de referência de Ag冷AgCl,33 e um PBT Perigo
eletrodo auxiliar de grafita. A eletroquímica no eletrodo de trabalho é a oxidação do ácido
ascórbico (vitamina C) na Reação 17-9.
Corrosivo Resíduos

Reagentes
Ácido nítrico: HNO3 ~3 M. Perfil Verde
Padrão de ácido ascórbico: Este padrão deverá ser preparado a cada período de laboratório. Veja Seção 0
Siga estas instruções se adições-padrão são feitas em alíquotas de 1 mL: Pesar com exatidão
~0,5 g de ácido ascórbico (MF 176,12), transferir para um balão volumétrico de 100 mL.
Adicionar ~50 mL de água e agitar para dissolver. Adicionar ~1 mL de HNO3 ~3 M, agitar
e diluir a 100 mL com água para obter ~0,03 M de ácido ascórbico padrão. O ácido nítrico
retarda a reação do ácido ascórbico com o oxigênio. Se adições-padrão são feitas em alíquotas
de ~100 ␮L, preparar o padrão ~0,3 M em um balão volumétrico de 10 mL a partir de 0,5 g
de ácido ascórbico (pesados com exatidão) e ~100 ␮L de HNO3 ~3 M.
Amostras desconhecidas: ~100 mL de suco de frutas para cada aluno ou grupo de alunos
trabalhando juntos. As amostras desconhecidas possíveis incluem refresco em pó, bebidas
em lata, de diferentes marcas de suco de laranja ou sucos de vegetais.

Preparação do Eletrodo de Trabalho


Muitos instrutores vão querer preparar os eletrodos auxiliar e de trabalho, com antecedência,
e fornecê-los aos alunos. O eletrodo auxiliar é feito de grafita muito pura, que é uma forma
de carbono. Ele é usado como é recebido. O eletrodo de trabalho, denominado eletrodo de
grafita impregnado com cera, é feito da mesma grafita pura com uma extremidade cônica
feita com um apontador de lápis. Mergulhe a barra afiada por 3 h em parafina fundida a 100°C
para preencher os poros com a cera eletricamente inerte. Em seguida, utilize uma pinça para
retirar a barra, lentamente, do banho de cera e permitir que uma camada isolante de parafina
se forme do lado de fora da haste. Fatie a ponta afiada com uma lâmina de barbear para expor
um ponto da grafita com uma seção de diâmetro aproximadamente de 1/2 mm e, suavemente,
lixe a ponta com uma lixa fina para deixar um pequeno platô da superfície de grafite exposta,
como mostrado na Figura 17-9 do livro-texto. Antes do início do experimento, limpe a ponta da
grafite, esfregando-a em papel de filtro com o eletrodo perpendicular ao papel. (Se o eletrodo
ficar sujo, corte a ponta com uma lâmina para expor uma superfície nova.)

33
Uma receita para preparar seu próprio eletrodo de referência de Ag冷AgCl é dada por G. A. East and M. A. Del
Valle, J. Chem. Ed. 2000, 77, 97.

51
52 Capítulo Dezoito

Procedimento
1. Use pequenas quantidades da amostra de suco de fruta para rinsar o interior de uma pipeta
e descarte o líquido resultante desse processo. Em seguida, pipete 50 mL da amostra de
suco e transfira para um béquer de 100 mL, limpo e seco, contendo uma barra magnética
de agitação.
2. Limpe a ponta do eletrodo de trabalho, esfregando-o perpendicularmente a um pedaço de
papel de filtro sobre uma superfície plana.
3. Configure o dispositivo mostrado na Figura 17-9 do livro-texto acima de um agitador mag-
nético. Use grampos com garras isoladas para manter os eletrodos no lugar. (Se as garras
são de metal nu, use um tubo de borracha ou uma fita para isolá-las.) O potenciostato varia
a diferença de potencial entre os eletrodos de trabalho e de referência e mede a corrente
entre os eletrodos de trabalho e auxiliar. O voltamograma (um gráfico de corrente contra
potencial) é mostrado em um computador ou em um registrador gráfico.
4. Seguindo as instruções para o seu potenciostato, aplique a seguinte sequência de poten-
ciais:
a. Mantenha o eletrodo de trabalho em –1,5 V (contra Ag|AgCl) por 2 min, com agitação.
Este potencial reduz e remove a matéria orgânica da ponta do eletrodo.
b. Mude o potencial para –0,4 V e mantenha a agitação por 30 s. Desaloje as bolhas de
gás da ponta do eletrodo através de batidas suaves. Em seguida, a agitação deve ser
descontinuada por 30 s para tornar a solução calma para a medida.
c. Faça a varredura do potencial de –0,4 V até + 1,2 V com uma velocidade de 33 mV/s
enquanto mede a corrente para registrar um voltamograma com a curva mais baixa da
Figura 17-10 do livro-texto.
5. Adição-padrão. Utilizando uma pipeta volumétrica ou uma pipeta de microlitro, adicione
1,00 mL de ácido ascórbico padrão ~0,03 M (ou 100 ␮L de padrão ~0,3 M) no béquer e
ligue o agitador. Repita a sequência da Etapa 4 para condicionar o eletrodo e registre um
novo voltamograma.
6. Adicione outro incremento de padrão e registre outro voltamograma, repetindo a sequência
da Etapa 4. O objetivo é aumentar a corrente da amostra desconhecida por um fator de
1,5 a 3 usando pelo menos quatro adições-padrão. O volume total de padrão adicionada
não deve exceder ~10 mL. Dependendo da sua amostra desconhecida, pode ser necessário
ajustar a concentração-padrão ou o volume de cada incremento para alcançar o objetivo.

Análise dos dados


1. Seguindo o exemplo da Figura 17-10 do livro-texto, extrapole a linha base da região onde
não há nenhuma reação (–0,4 a 0 V) para a região do patamar de corrente (~0,8 V). Meça
a corrente de pico de cada curva em relação à linha base. O pico se desloca pouco para
maiores potenciais quando mais ácido é adicionado.
2. Prepare um gráfico da Eq. 5-8 do livro-texto, tal como a Figura 5-5. A planilha da Figura
5-4 é útil para esta finalidade.
3. Use o método dos mínimos quadrados para encontrar a equação da reta e calcular a in-
terseção com o eixo x (onde y = 0), que é a concentração de ácido ascórbico na amostra
desconhecida original.
4. Estime a incerteza na interseção com o eixo x através da seguinte equação:

sy 1 y- 2
Desvio-padrão da interseção com o eixo x = m n +
m2 Σ(xi – x- )2
onde sy é o desvio-padrão de y (Eq. 4-12), m é o coeficiente angular da reta obtida por
mínimos quadrados (Eq. 4-9), n é o número de pontos (número de dados, incluindo os da
amostra desconhecida mais as adições-padrão), y– é o valor médio de y para todos os pontos,
e x– é o valor médio de x para todos os pontos. A soma dentro da raiz quadrada se estende
sobre todos os pontos. Se você mediu a amostra desconhecida mais cinco adições-padrão,
n = 6 e a soma inclui seis termos.
CAPÍTULO 19
Medida Polarográfica
de uma Constante de
34
Equilíbrio

N este experimento, você determinará a constante global de formação (␤p) e a estequiometria


da reação do oxalato com Pb2+:
PBT Perigo
2- 2-2 p [Pb(C 2 O 4 ) 2p− 2 p ]
Pb2+ + pC2 O4 Pb(C2O4 ) p βp =
[Pb 2 + ][C 2 O 24 − ] p
Corrosivo Resíduos
onde p é um coeficiente estequiométrico. Isso será feito medindo-se o potencial polarográfico
de meia-onda de soluções contendo Pb2+ e quantidades variáveis de oxalato. A polarografia é
descrita na Seção 17-4 do livro-texto. Espera-se que a mudança do potencial de meia-onda,
Perfil Verde
⌬E1/2[= E1/2(observado) – E1/2(para Pb2+ na ausência de oxalato)] obedeça à equação Veja Seção 0
RT pRT 2-
ΔE1/2 = – nF lnβp – nF ln[C2 O4 ] (1)
onde R é a constante dos gases, F é a constante de Faraday, e T é a temperatura em kelvins.
Você deve medir a temperatura do laboratório no momento do experimento ou então utilizar
uma célula com controle termostático.
Considera-se que uma reação de eletrodo é reversível quando ela é rápida o bastante para
manter o equilíbrio na superfície do eletrodo. A forma de uma onda polarográfica reversível
é dada por

冢 冣
RT I
E = E1/2 – nF ln I – I (2)
d
onde I é a corrente e Id é a corrente de difusão (a corrente no platô da onda).

Procedimento
1. Pipete 1,00 mL de Pb(NO3)2 0,020 M para dentro de cada um de cinco balões volumétricos
de 50 mL, identificados de A a E, e adicione 1 gota de Triton X-100 a 1% m/m a cada um
deles. Depois adicione as seguintes soluções e dilua até a marca com água. O KNO3 pode
ser vertido cuidadosamente a partir de uma proveta. O oxalato deve ser pipetado.
A: Não adicione nada. Dilua até a marca com KNO3 1,20 M.
B: Adicione 5,00 mL de K2C2O4 1,00 M, e 37,5 mL de KNO3 1,20 M.
C: Adicione 10,00 mL de K2C2O4 1,00 M, e 25,0 mL de KNO3 1,20 M.
D: Adicione 15,00 mL de K2C2O4 1,00 M, e 12,5 mL de KNO3 1,20 M.
E: Adicione 20,00 mL de K2C2O4 1,00 M.
2. Transfira cada solução para uma célula polarográfica, remova o oxigênio borbulhando
N2 por 10 min, e registre o polarograma de –0,20 a –0,95 V (versus E.C.S.). Determine a
corrente residual, usando os mesmos parâmetros e uma solução contendo apenas KNO3
1,20 M (mais 1 gota de Triton X-100 a 1% m/m). Registre cada polarograma numa escala
suficientemente expandida para permitir medidas exatas.

34
W. C. Hoyle and T. M. Thorpe, J. Chem. Ed. 1978, 55, A229.

53
54 Capítulo Dezenove

3. Para cada polarograma, faça um gráfico de E versus ln[I/(Id – I)], usando 6-8 pontos para
cada gráfico. Certifique-se de ter subtraído a corrente residual em cada potencial. De acordo
com a Eq. 2, E = E1/2 quando ln[I/(Id – I)] = 0. Use esta condição para localizar E1/2 em cada
gráfico.
4. Faça um gráfico de ⌬E1/2 versus ln[C2O42–]. A partir do coeficiente angular, use a Eq. 1 para
encontrar p, o coeficiente estequiométrico. Então use o coeficiente linear para encontrar o
valor de ␤p. Use o método dos mínimos quadrados para encontrar os desvios-padrão dos
coeficientes angular e linear. A partir dos desvios-padrão, encontre as incertezas em p e
␤p, e expresse cada uma delas com o número correto de algarismos significativos.
CAPÍTULO 20
Titulação Coulométrica
de Ciclo-Hexeno com
35
Bromo

A coulometria é descrita na Seção 17-1 do livro-texto. Neste experimento, ciclo-hexeno será


titulado com Br2 gerado pela oxidação eletrolítica de Br –:
PBT Perigo
2Br- → Br2 + 2e- (1)
Br
Corrosivo Resíduos
Br2 + (2)
Br
trans-1,2-Dibromociclo-hexano Perfil Verde
Ciclo-hexeno
Veja Seção 0
A solução inicial contém uma quantidade desconhecida de ciclo-hexeno e um grande excesso
de Br–. Quando a Reação 1 produzir uma quantidade de Br2 suficiente para reagir com todo o
ciclo-hexeno, o número de mols de elétrons liberados na Reação 1 é igual ao dobro do número
de mols de Br2 e, consequentemente, o dobro do número de mols de ciclo-hexeno.
A reação é feita, mantendo-se a corrente constante, com o arranjo experimental visto na
Figura 1. O Br2, produzido no anodo de Pt na esquerda, reage imediatamente com o ciclo-
hexeno. Quando todo o ciclo-hexeno tiver sido consumido, a concentração de Br2 aumenta
repentinamente, o que assinala o término da reação.

Para a fonte de corrente Boca do balão, fechada com


constante usada na uma tampa de vidro, usada
coulometria para adição de reagentes

Micro-
amperímetro

Anodo de Pt onde
é gerado o Br2 Voltímetro

Catodo de Pt

Eletrodos Figura 1. Montagem


de detecção Circuito de detecção experimental para titulação
Barra de agitação amperométrica do coulométrica do ciclo-hexeno
de Pt
magnética ponto final com Br2.

35
D. H. Evans, J. Chem. Ed. 1968, 45, 88.

55
56 Capítulo Vinte

A equação relacionando o número de mols de elétrons com a corrente elétrica e o tempo


é dada por
Relação entre elétrons, I.t
Mols de e - = (3)
corrente e tempo: F

onde I é a corrente em amperes (= coulombs/s = C/s), t é o tempo em segundos, e F é a cons-


tante de Faraday (96 485 C/mol).
O aumento na concentração de Br2 é detectado medindo-se a corrente entre os dois ele-
trodos, à direita da Figura l. Um potencial de 0,25 V aplicado entre esses dois eletrodos não
é suficiente para eletrolisar soluto algum; desse modo, apenas uma pequena corrente <1 ␮A
flui através do microamperímetro. No ponto de equivalência, o ciclo-hexeno é consumido, o
[Br2] aumenta bruscamente e a corrente do detector flui em virtude das reações:
Anodo do detector: 2Br- → Br2 + 2e-
Catodo do detector: Br + 2e- → 2Br-
2

Na prática, Br2 suficiente para fornecer uma corrente no detector de 20,0 ␮A é gerado na
ausência de ciclo-hexeno. Quando o ciclo-hexeno é adicionado, a corrente no detector diminui
para um valor muito pequeno, pois o Br2 é consumido. O Br2 é produzido então pelo circuito
coulométrico, e o ponto final é considerado quando o detector atinge novamente 20,0 ␮A.
Como a reação é iniciada na presença de Br2, impurezas que podem reagir com Br2 antes da
adição do analito são eliminadas.
A corrente de eletrólise (que não deve ser confundida com a corrente no detector), para os
eletrodos geradores de Br2, pode ser controlada por um interruptor operado manualmente.
Quando a corrente no detector se aproxima de 20,0 ␮A, ligamos o interruptor por intervalos
cada vez menores. Este procedimento é análogo a uma adição de titulante gota a gota, a partir
de uma bureta, quando nos aproximamos do ponto final de uma titulação. O interruptor, no
circuito coulométrico, funciona como uma “torneira” para adição de Br2 à reação.

Exemplo Titulação Coulométrica


Um volume de 2,000 mL de uma solução contendo 0,611 3 mg de ciclo-hexeno/mL é titulado
com uma corrente constante de 4,825 mA. Quanto tempo é necessário para completarmos
a titulação?

SOLUÇÃO A quantidade de ciclo-hexeno é


(2,000 mL)(0,611 3 mg/mL)
(82,146 mg/mmol) = 0,014 88 mmol

Nas Reações 1 e 2, cada mol de ciclo-hexeno reage com 1 mol de Br2, que por sua vez requer
2 mol de elétrons. Para que 0,014 88 mmol de ciclo-hexeno reaja, deverá fluir 0,029 76 mmol
de elétrons. Da Eq. 3, podemos escrever

I.t (mols de e-)F (0,029 76 × 10-3 mol)(96 485 C/mol)


Mols de e- = F ⇒ t = = = 595,1 s
I (4,825 × 10-3 C/s)

Serão necessários praticamente 10 min para completar a reação.

Para esta experiência você pode usar um coulômetro comercial ou os circuitos na Figura
2.36 Inicie a contagem de tempo com um cronômetro quando o interruptor do gerador é fe-
chado.

Procedimento
1. O eletrólito é uma mistura 60:26:14 (vol/vol/vol) de ácido acético, metanol e água. A so-
lução contém KBr 0,15 M e 0,1 g de acetato mercúrico em 100 mL. (Este último catalisa

36
Um circuito de corrente constante para eletrodos geradores em coulometria é dado por J. Swin, E. Earps, L. M.
Reed e D. Paul, J. Chem. Ed. 1996, 73, 679. Um circuito amplificador operacional para o detector e um circuito para
a coulometria de potencial controlado são dados por E. Grimsrud e J. Amend. J. Chem. Ed. 1979, 56, 131.
Titulação Coulométrica de Ciclo-Hexeno com Bromo 57

(Fundo de escala 1 V)

(Fundo de escala de 25-50 ␮A)

Resistor de
Bateria Pilha seca
precisão
“B” de de 1,5 V ou
100 ⍀ Célula Célula
45V pilha de Hg
(rádio) de 1,35 V Figura 2. Circuitos para
Interruptor Interruptor
titulações coulométricas. (a)
Circuito gerador. (b) Circuito
detector.

a reação entre o Br2 e o ciclo-hexeno.) Os eletrodos devem estar cobertos com o eletrólito.
Inicie a agitação magnética de forma vigorosa (mas sem que a solução respingue), e ajuste
a diferença de potencial do circuito do detector em 0,25 V.
2. Produza Br2 com o circuito gerador até que a corrente do detector seja de 20 ␮A. A corrente
do gerador é ~5-10 mA.
3. Pipete 2-5 mL de amostra desconhecida (contendo 1-5 mg de ciclo-hexeno em metanol),
transfira para o frasco e coloque o relógio ou o coulômetro na posição 0. A corrente do
detector cai a quase 0 porque o ciclo-hexeno consome o Br2.
4. Ligue o circuito gerador e, simultaneamente, comece a marcar o tempo. Quando a reação
estiver em curso, meça a diferença de potencial (E) através de um resistor de precisão
(R = 100,0 ± 0,1 ⍀) para encontrar a corrente exata (I) que flui pela célula (I = E/R). Con-
tinue a eletrólise até que a corrente do detector suba para 20 ␮A. Pare então o coulômetro
e registre o tempo.
5. Repita o procedimento mais duas vezes, e encontre a concentração molar média (e o desvio-
padrão relativo) do ciclo-hexeno.
6. Ao terminar, certifique-se de que todos os comandos estão desligados. Deixe de molho os
eletrodos geradores em HNO3 8 M para dissolver o Hg depositado durante a eletrólise.
CAPÍTULO 21
Determinação
Espectrofotométrica de
Ferro em Comprimidos
37
de Vitamina
PBT Perigo
N este procedimento, o ferro de um comprimido de suplemento vitamínico é dissolvido em
ácido, reduzido a Fe2+ com hidroquinona, e complexado com o-fenantrolina, formando
um complexo fortemente colorido (Prancha 13, no encarte em cores no livro-texto).

2Fe3+ + HO OH 2Fe2+ + O O + 2H+


Corrosivo Resíduos

Hidroquinona Quinona
MF 110,11
Perfil Verde
Veja Seção 0

N N
3 + Fe 2+
Fe2+
N N

3
o-Fenantrolina λmáx = 510 nm
MF 180,21 Complexo vermelho

Reagentes
Hidroquinona: (20 mL/aluno) Solução recém-preparada contendo 10 g/L em água desti-
lada. Estocar em frasco âmbar.
Citrato trissódico: (20 mL/aluno) 25 g/L Na2citrato⭈2H2O (MF 294,10) em água des-
tilada.
o-Fenantrolina: (25 mL/aluno) Dissolver 2,5 g em 100 mL de etanol e adicionar 900 mL
de água destilada. Estocar em frasco âmbar.
HCl 6 M: (25 mL/aluno) Diluir 124 mL de HCl 37% m/m até 250 mL com água destilada.
Padrão de Fe (0,04 mg Fe/mL): (35 mL/aluno) Dissolver 0,281 g de Fe(NH4)2(SO4)2 ⭈ 6H2O
(MF 392,14), grau analítico, em água destilada em um balão volumétrico de 1 L contendo 1
mL de H2SO4 a 98% m/m.

Procedimento
1. Coloque um comprimido de suplemento vitamínico contendo ferro em um frasco de 125
mL ou em um béquer de 100 mL e aqueça suavemente (em uma capela), com 25 mL de
HCl 6 M, por 15 min. Filtre a solução diretamente para um balão volumétrico de 100 mL.
Lave o béquer e o filtro diversas vezes com pequenas porções de água para uma transfe-

37
R. C. Atkins, J. Chem. Ed. 1975, 52, 550.

58
Determinação Espectrofotométrica de Ferro em Comprimidos de Vitamina 59

rência quantitativa. Deixe esfriar a solução, dilua até a marca e homogeneíze bem. Dilua
5,00 mL desta solução a 100 mL em outro balão volumétrico. Caso o rótulo indique que
o comprimido contém < 15 mg Fe, use um volume de 10,00 mL em vez de 5,00 mL.
2. Pipete 10,00 mL de solução-padrão de Fe, transfira para um béquer e determine o pH (com
papel indicador ou eletrodo de vidro). Adicione a solução de citrato de sódio gota a gota
até que o pH chegue a ~3,5. Conte o número de gotas necessário. (Serão necessárias cerca
de 30 gotas.)
3. Pipete uma alíquota de 10,00 mL de padrão de Fe recém-preparado em um balão volumétrico
de 100 mL e adicione o mesmo número de gotas da solução de citrato necessárias na Etapa
2. Adicione 2,00 mL de solução de hidroquinona e 3,00 mL de solução de o-fenantrolina,
dilua até a marca com água, e homogeneíze bem.
4. Prepare mais três soluções empregando 5,00, 2,00 e 1,00 mL de padrão de Fe e prepare
um branco que não contenha Fe. Use a solução de citrato de sódio na proporção do volume
de solução de Fe. (Se 10 mL de Fe requerem 30 gotas de solução de citrato, 5 mL de Fe
necessitam de 15 gotas da solução de citrato.)
5. Determine quantas gotas de solução de citrato são necessárias para levar o pH da solução
de 10,00 mL de ferro presente no comprimido de suplemento vitamínico da Etapa 1 para
3,5. Serão necessários cerca de 3,5 ou 7 mL de citrato, dependendo de se 5 ou 10 mL da
solução desconhecida foram diluídos na segunda parte da Etapa 1.
6. Transfira 10,00 mL de solução da Etapa 1 para um balão volumétrico de 100 mL. Adicione
a quantidade necessária de solução de citrato determinada na Etapa 5. Então, adicione 2,00
mL de solução de hidroquinona e 3,0 mL de solução de o-fenantrolina. Dilua até a marca
e homogeneíze bem.
7. Deixe as soluções em repouso por pelo menos 10 min. A seguir, meça a absorbância de cada
solução a 510 nm. (A cor é estável, de modo que todas as soluções podem ser preparadas
e as absorbâncias medidas de uma só vez.) Use água destilada na cubeta de referência e
subtraia a absorbância do branco da absorbância dos padrões de Fe.
8. Faça um gráfico de absorbância versus microgramas de Fe nos padrões. Determine os
coeficientes angular e linear (e os desvios-padrão) pelo método dos mínimos quadrados.
Calcule a concentração molar de Fe(o-fenantrolina)32+ em cada solução, e encontre a absor-
tividade molar média (␧, na Lei de Beer) a partir das quatro absorbâncias. (Recorde que
todo o ferro foi convertido ao complexo com o-fenantrolina.)
9. Usando a curva de calibração, determine o número de miligramas de Fe no comprimido.
Use a Eq. 4-16 do livro-texto para determinar a incerteza no número de miligramas de Fe.
CAPÍTULO 22
Medida
Espectrofotométrica em
Microescala de Ferro em
Alimentos pelo Método
38
da Adição-Padrão

PBT Perigo
E ste experimento em microescala utiliza a mesma química do Experimento 21 para a
determinação de ferro em alimentos como brócolis, ervilhas, couves-flores, espinafre,
feijões e castanhas. É possível estabelecer um projeto para comparar vegetais processados
(enlatados e congelados) e frescos. As instruções são fornecidas para pequenos volumes, mas
o experimento pode ser ampliado para que se empregue a aparelhagem disponível. A Seção
Corrosivo Resíduos
5-3 do livro-texto descreve o método da adição-padrão.

Reagentes
Perfil Verde
Veja Seção 0 HCl 2,0 mol/L: 15 mL/aluno. Diluir 165 mL do ácido concentrado (37% m/m) para 1 L.
Hidroquinona: 4 mL/aluno; preparado como no Experimento 21.
Citrato trissódico decaidratado: 4 g/aluno.
o-Fenantrolina: 4 mL/aluno; preparado como no Experimento 21.
Fe padrão (40 ␮g Fe/mL): 4 mL/aluno; preparado como no Experimento 21.
HCl 6 mol/L: Diluir 500 mL de HCl 37% m/m a 1 L com água destilada. Estocar em frasco
e reutilizar várias vezes para deixar os cadinhos de molho.

Procedimento
1. Encha um cadinho limpo, de porcelana, com HCl 6 M na capela e deixe em repouso por
1 h para remover traços de ferro oriundos de usos anteriores. Rinse bem com água destilada
e seque. Após pesar o cadinho vazio, adicione 5-6 g de amostra de alimento finamente
picada e pese novamente para obter a massa do alimento. (Alguns alimentos, como ervilhas
congeladas, não devem ser picados porque eles perderão seu conteúdo normal de líquido
nesse procedimento.)
2. Essa etapa necessita de 3 h, de modo que você pode executar outras tarefas de laboratório
nesse período. Aqueça cuidadosamente o cadinho em um bico de Bunsen numa capela
(Experimento 3, Figura 1). Use uma chama baixa para secar a amostra, tendo o cuidado de
evitar que ela respingue. Aumente a temperatura para carbonizar a amostra. Mantenha a
tampa do cadinho e pinças próximas a ele. Caso a amostra venha a arder em chamas, use
as pinças para colocar a tampa no cadinho para abafar a chama. Após carbonização, use
a chama mais quente possível (o fundo do cadinho tem que estar rubro) para a ignição do
sólido preto, convertendo-o em cinza branca. Continue a carbonização até que todos os
traços pretos desapareçam.

38
Ideia baseada em P. E. Adams, J. Chem. Ed. 1995, 72, 649.

60
Medida Espectrofotométrica em Microescala de Ferro em Alimentos pelo Método da Adição-Padrão 61

3. Após resfriar o cadinho até a temperatura ambiente, adicione 10,00 mL de HCl 2,0 M
por meio de uma pipeta e agite com movimentos circulares, suavemente, por 5 min, para
dissolver a cinza. Filtre a mistura através de um pequeno filtro e recolha o filtrado em um
vial ou em um pequeno frasco. Você precisa recuperar mais de 8 mL para as análises.
4. Pese 0,71 g de citrato trissódico decaidratado para cada um de quatro balões volumétricos de
10 mL. Utilizando uma pipeta volumétrica de 2 mL ou uma micropipeta de 1 mL, coloque
2,00 mL de solução de cinza em cada um dos balões. Adicione 4 mL de água destilada e
agite com movimentos circulares para dissolver o citrato. A solução terá um pH próximo
a 3,6. Por meio de uma micropipeta, adicione 0,20 mL de solução de hidroquinona e 0,30
mL de solução de o-fenantrolina em cada um dos balões.
5. Identifique os balões volumétricos de 0 a 3. Não adicione padrão de Fe no balão 0. Com uma
micropipeta, adicione 0,250 mL de padrão de Fe ao balão 1. Introduza 0,500 mL de padrão
de Fe no balão 2 e 0,750 mL no balão 3. Os quatro balões contêm agora 0, 1, 2 e 3 ␮g Fe/
mL, além do Fe proveniente do alimento. Dilua as soluções até a marca com água destilada,
homogeneíze bem, e deixe por 15 min para que a cor se desenvolva por completo.
6. Prepare um branco, misturando 0,71 g de citrato trissódico decaidratado, 2,00 mL de HCl
2,0 M, 0,20 mL de solução de hidroquinona, 0,30 mL de solução de o-fenantrolina e dilua
a 10 mL. O branco não necessita de balão volumétrico.
7. Determine a absorbância de cada solução em 512 nm em uma célula de 1 cm contendo água
destilada na célula de referência. Antes de cada medida, remova todo o líquido da cubeta
com uma pipeta Pasteur. A seguir use ~1 mL da solução seguinte (por meio de uma pipeta
Pasteur, limpa e seca) para lavar a cubeta. Remova e descarte a solução de lavagem. Repita
a lavagem mais uma vez com nova porção de solução e descarte o líquido de lavagem.
Finalmente, adicione a sua nova solução na cubeta para a medida da absorbância.
8. Subtraia a absorbância do branco para cada leitura e faça um gráfico, como o da Figura
5-5 do livro-texto, para encontrar a concentração de Fe na solução desconhecida. Observe
que, quando todas as soluções têm o mesmo volume final (como neste experimento), as
funções a serem representadas no gráfico de adição-padrão são a absorbância no eixo y e
a concentração de Fe padrão adicionado no eixo x. Calcule o percentual em massa de Fe
no alimento.
9. Estime a incerteza no percentual em massa de Fe a partir da incerteza na interseção com o
eixo x da reta de mínimos quadrados no gráfico de adição-padrão. Se você ajustar quatro
pontos (um ponto da amostra desconhecida mais três pontos dos três padrões), a incerteza
na interseção com o eixo x (o desvio-padrão de [X]f ) será

Desvio-padrão sy
= n(intercepto)2 – 2(intercepto) Σxi + Σ(x2i ) (1)
da interseção m D

onde sy é o desvio-padrão de y (Eq. 4-12 no livro-texto), m é o coeficiente angular da reta dos


mínimos quadrados (Eq. 4-9), D é dado pela Eq. 4-11, n é o número de pontos no gráfico,
incluindo a amostra desconhecida (4 neste experimento), intercepto é a intercessão com o
eixo x, e xi são os valores de x para os quatro pontos.
CAPÍTULO 23
Determinação
Espectrofotométrica
de Nitrito em Água de
Aquário
Os fundamentos para este experimento 28,29
são encontrados no Boxe 6-1 e na Seção 18-4.
PBT Perigo
Reagentes
Corrosivo Resíduos Nitrito de sódio: 1 g de NaNO2 (MF 69,00)/aluno.
Oxalato de sódio: 4 g de Na2C2O4 (MF 134,00)/aluno.
Permanganato de potássio: 1 g de KMnO4 (MF 158,03)/aluno.
H2SO4 0,9 M: 1 L/aluno.
Perfil Verde
Veja Seção 0 H2SO4 concentrado (96% em massa): 20 mL/aluno.
Reagente formador de cor: (Reação 18-7; 15 mL/aluno) Misturar 1,0 g de sulfanilamida,
0,10 g de dicloridrato de N-(1-naftil)etilenodiamina e 10 mL de H3PO4 85% em massa, e diluir
com água destilada a 100 mL. Armazenar em um frasco escuro na geladeira.

Procedimento
1. Prepare e padronize a solução de KMnO4 0,01 M como descrito no Experimento 12. Reduza
as quantidades de KMnO4 e Na2C2O4 por um fator de 2.
2. Prepare NaNO2 0,018 M dissolvendo 0,62 g de NaNO2 em 500 mL de água destilada.
3. Padronize o NaNO2 conforme descrito na Seção 6-3 do livro-texto.
4. Retire aproximadamente 30 mL de água do aquário e filtre para remover os sólidos em
suspensão. Analise em duplicata alíquotas de 10,00 mL de água de aquário recém-coletada
através do procedimento dado na Seção 18-4 do livro-texto. Use três ou quatro pontos
para a curva de calibração de tal forma que a amostra desconhecida se localize dentro do
intervalo dos padrões (Figura 18-10 do livro-texto).

62
CAPÍTULO 24
Medição
Espectrofotométrica
de uma Constante de
Equilíbrio: O Diagrama
de Scatchard

N este experimento, utilizaremos o diagrama de Scatchard, descrito a seguir, para encontrar


a constante de equilíbrio para a formação de um complexo entre o iodo e a piridina em
ciclo-hexano:39 PBT Perigo

I2 + N I2 N
Corrosivo Resíduos
Complexo
iodo-piridina

Ambas as substâncias I2 e I2 ⭈ piridina absorvem radiação no visível, mas a piridina é incolor. Perfil Verde
Veja Seção 0
A análise das mudanças espectrais associadas com a variação da concentração de piridina
(com concentração total de iodo constante) nos permite calcular K para a reação. O experi-
mento é mais bem executado com um registro de um espectrofotômetro, mas medições em
comprimento de onda fixo podem ser usadas.

Diagrama de Scatchard
Consideremos o equilíbrio em que as espécies P e X reagem entre si para formar o produto
PX.
P+X PX (1)
Desprezando os coeficientes de atividade, podemos escrever
[PX]
K = [P][X] (2)

Consideremos uma série de soluções, nas quais são feitas pequenas adições (incrementos) de
X a uma quantidade constante de P. Chamando a concentração total de P (na forma P e PX)
de PO, podemos escrever
[P] = Po – [PX]
Agora, a expressão de equilíbrio, a Equação 2, pode ser reescrita da seguinte forma:
[PX]
(3)
[X] = K[P] = K(Po – [PX])

39
Para os valores de literatura da constante de equilíbrio para a reação entre I2 e piridina, veja S. S. Barton e R. H.
Pottier, J. Chem. Soc. Perkin Trans. II 1984, 731.

63
64 Capítulo Vinte e Quatro

Um gráfico de [PX]/[X] versus [PX] é uma reta com o coeficiente angular –K, e é conhecido
como diagrama de Scatchard. Esse diagrama é muito utilizado na área de bioquímica para
medir constantes de equilíbrio.
Se conhecermos [PX], podemos determinar [X] por meio de um balanço de massas
Xo = [X total] = [PX] + [X]
Para medirmos [PX], podemos utilizar o valor de absorbância obtido por espectrofotometria.
Suponha que P e PX tenham, cada um deles, algum valor de absorbância no comprimento
de onda ␭, mas X não possui absorbância nesse comprimento de onda. Para simplificarmos,
vamos considerar que todas as medidas são feitas em uma cubeta com o caminho óptico de
1,000 cm, de modo que podemos omitir b (= 1,000 cm) quando escrevemos a lei de Beer.
A absorbância em algum comprimento de onda é a soma das absorbâncias de PX e P:
A = εPX[PX] + εP[P]
Substituindo [P] = PO – [PX], podemos escrever
A = εPX[PX] + εPPo – εP[PX]

Ao

Porém ␧PPO é AO, a absorbância inicial antes que qualquer quantidade de X tenha sido adi-
cionada. Portanto,
ΔA
A = [PX](εPX – εP) + Ao ⇒ [PX] = (4)
Δε
onde ⌬␧ = ␧PX – ␧P e ⌬A(= A – AO) é a absorbância observada após cada adição de X menos
a absorbância inicial.
Substituindo a expressão de [PX], dada pela Eq. 4, na Eq. 3, temos:
ΔA
Equação de Scatchard: (5)
[X] = KΔεPo – KΔA
Um gráfico de ⌬A/[X] versus ⌬A deve ser uma linha reta com coeficiente angular –K. A
absorbância medida quando P é titulado com X pode ser usada para determinar K para a
reação de X com P.

Procedimento
Todas as operações devem ser realizadas em uma capela de exaustão, inclusive as transferên-
cias de soluções para dentro e para fora da cubeta espectrofotométrica. Somente uma cubeta
dotada de tampa, contendo a solução cujo espectro será medido, pode ser retirada da capela.
Não derrame solvente em suas mãos ou respire os vapores. As soluções utilizadas devem ser
descartadas dentro da capela, em um vasilhame de rejeitos, e não dentro da pia.
1. As seguintes soluções-estoque devem estar disponíveis no laboratório:
a. Piridina 0,050-0,055 M em ciclo-hexano (40 mL para cada aluno, com a concentração
conhecida de forma exata).
b. I2 0,0120-0,0125 M em ciclo-hexano (10 mL para cada aluno, com a concentração
conhecida de forma exata).
2. Pipete os seguintes volumes de soluções-estoque para dentro de seis balões volumétricos
de 25 mL, rotulados de A-F, dilua até a marca com ciclo-hexano, e homogeneíze bem.
Solução-estoque Solução-estoque
Frasco de piridina (mL) de I2 (mL)
A 0 1,00
B 1,00 1,00
C 2,00 1,00
D 4,00 1,00
E 5,00 1,00
F 10,00 1,00
Medição Espectrofotométrica de uma Constante de Equilíbrio: O Diagrama de Scatchard 65

3. Utilizando cubetas de vidro ou quartzo, registre uma linha base, entre 350 e 600 nm, com
o solvente em ambas as cubetas de amostra e de referência. Subtraia a absorbância da linha
base de todas as futuras absorbâncias. Se possível, registre todo o espectro, incluindo a linha
base, em uma única página de gráfico. (Se for utilizado um instrumento de comprimento
de onda fixo, primeiro encontre as posições de dois máximos de absorbância na solução
E. Então, faça todas as medições nestes dois comprimentos de onda.)
4. Registre o espectro de cada solução de A-F ou meça a absorbância em cada máximo se
um instrumento de comprimento de onda fixo estiver sendo utilizado.

Análise dos Dados


1. Meça, em cada espectro, a absorbância nos comprimentos de onda dos dois máximos.
Certifique-se de subtrair a absorbância do branco em cada medida.
2. A análise deste problema segue a da Reação 1, em que P é o iodo e X é a piridina. Como uma
primeira aproximação, admita que a concentração de piridina livre é igual à concentração
total de piridina na solução (pois [piridina] >> [I2]). Prepare um gráfico de ⌬A/[piridina
livre] versus ⌬A (um diagrama de Scatchard, Eq. 5), utilizando a absorbância no máximo
de I2 ⭈ piridina.
3. A partir do coeficiente angular (da inclinação) do gráfico, calcule a constante de equilíbrio
utilizando a Eq. 5. A partir da interseção, calcule ⌬␧(= ␧PX – ␧X).
4. Agora, refine os valores de K e ⌬␧. Utilize ⌬␧ para encontrar ␧PX. A seguir, utilize a absor-
bância no comprimento de onda do máximo de I2 ⭈ piridina para determinar as concentrações
da piridina ligada e livre em cada solução. Faça um novo gráfico de ⌬A/[piridina livre]
versus ⌬A, utilizando os novos valores da [piridina livre]. Determine um novo valor de K
e ⌬␧. Se necessário, realize outro ciclo de refinamento.
5. Utilizando os valores de concentração da piridina livre do seu último refinamento e os
valores de absorbância no máximo do I2, prepare outro diagrama de Scatchard e veja se
você consegue o mesmo valor de K.
6. Explique por que um ponto isosbéstico é observado neste experimento.
CAPÍTULO 25
Análise
Espectrofotométrica de
uma Mistura: Cafeína e
Ácido Benzoico em um
40
Refrigerante

PBT Perigo
N este experimento usamos a absorbância no ultravioleta (Figura 1) para medir as duas
espécies principais presentes em refrigerantes. A cafeína é adicionada como estimulante
e o benzoato de sódio é um conservante.
O CH3
Corrosivo Resíduos H3C N
N CO2H
O N N
Perfil Verde CH3
Veja Seção 0
Cafeína Ácido benzoico (pKa = 4,20)
MF 182,18 MF 122,12

1,6
Todas as soluções contêm HCl 0,010 M
1,4

1,2

1,0 Ácido benzoico


8,74 mg/L
Absorbância

0,8
Refrigerante “Mountain Dew”
λ' com diluição 1:50
0,6 Cafeína a
10,88 mg/L
0,4
λ"

Figura 1. Absorção no 0,2


ultravioleta do ácido benzoico, da
cafeína e de uma solução 1:50 do
refrigerante americano “Mountain 0,0
200 220 240 260 280 300
Dew”. Todas as soluções contêm
HCl 0,010 M. Comprimento de onda (nm)

40
V. L. McDevitt, A.Rodriguez and K. R. Williams, J. Chem. Ed. 1998, 75, 625.

66
Análise Espectrofotométrica de uma Mistura: Cafeína e Ácido Benzoico em um Refrigerante 67

Todas as soluções contêm HCl 0,010 M, de modo que o benzoato de sódio está protonado
formando ácido benzoico. A cafeína não apresenta alcalinidade apreciável, estando na forma
neutra a pH 2.
Vamos nos restringir a refrigerantes que não sejam dietéticos, pois o aspartame que subs-
titui o açúcar nestas bebidas apresenta uma pequena absorbância no ultravioleta que interfere
neste experimento. Também evitaremos bebidas muito coloridas, pois os corantes apresentam
absorbância considerável na região do ultravioleta. Soda limonada e outros refrigerantes
pouco coloridos são os mais adequados para este experimento. Sem dúvida, sempre teremos
alguma absorbância na região do ultravioleta devido aos corantes presentes no refrigerante,
o que contribui para um erro sistemático nesse experimento.
O procedimento que descreveremos inclui a construção de curvas de calibração. O expe-
rimento pode ser simplificado registrando-se apenas um espectro para a cafeína (20 mg/L),
apenas outro para o ácido benzoico (10 mg/L) e assumindo que a lei de Beer é obedecida. O
experimento pode ainda ser expandido para o uso de cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE) e/ou eletroforese capilar para a obtenção de medidas independentes da cafeína e do
ácido benzoico (e aspartame em refrigerantes dietéticos).40

Reagentes
Soluções-estoque: Uma solução precisamente conhecida, contendo ~100 mg/L de ácido
benzoico em água, e outra contendo ~200 mg/L de cafeína devem ser disponíveis.
HCl 0,10 M: Diluir 8,2 mL de HCl 37% m/m em 1 L.

Procedimento
1. Padrões de calibração: Prepare soluções de ácido benzoico contendo 2, 4, 6, 8 e 10 mg/mL
em HCl 0,010 M. Para preparar uma solução de 2 mg/mL, misture em um balão volumétrico
de 100 mL 2,00 mL de ácido benzoico padrão e 10,0 mL de HCl 0,10 M e complete até a
marca com água. Use 4, 6, 8 e 10 mL de ácido benzoico para preparar os outros padrões.
De maneira similar prepare os padrões de cafeína contendo 4, 8, 12, 16 e 20 mg/mL em
HCl 0,010 M.
2. Refrigerante: Aqueça ~20 mL de refrigerante presente dentro de um béquer em uma placa
de aquecimento para expelir o CO2 e filtre o líquido quente em um papel-filtro para remo-
ver todas as partículas sólidas. Depois de resfriar até a temperatura ambiente, pipete
4,00 mL para um balão volumétrico de 100 mL. Adicione 10,0 mL de HCl 0,10 M e
dilua até a marca. Prepare uma segunda amostra contendo 2,00 mL de refrigerante em
vez de 4,00 mL.
3. Verificando a lei de Beer: Registre, inicialmente, uma linha base na região do ultravioleta,
de 350 a 210 nm, com água nas cubetas da amostra e da referência (1,000 cm de cami-
nho óptico). Registre o espectro de ultravioleta de cada um dos dez padrões com água na
cubeta de referência. Observe o comprimento de onda do pico de absorbância para o ácido
benzoico (␭⬘) e o comprimento de onda para o pico de absorbância da cafeína (␭⬙). Meça a
absorbância de cada padrão em ambos os comprimentos de onda e subtraia a absorbância
da linha base (se o seu instrumento não fizer isto automaticamente). Prepare um gráfico
de calibração da absorbância versus concentração (M) para cada composto em cada um
dos dois comprimentos de onda. Cada gráfico construído deve incluir o ponto zero. O
coeficiente angular da reta, obtida pelo método dos mínimos quadrados, corresponde à
absortividade molar no comprimento de onda considerado.
4. Amostra desconhecida: Meça o espectro de absorção no ultravioleta de diluições 2:100
e 4:100 do refrigerante. Com a absorbância nos comprimentos de onda ␭⬘ e ␭⬙, use a Eq.
19-5 do livro-texto para encontrar as concentrações de ácido benzoico e da cafeína no
refrigerante original. Mostre os resultados de ambas as soluções diluídas.
5. Amostra sintética desconhecida: Se seu professor preferir, obtenha o espectro de uma mis-
tura sintética desconhecida de ácido benzoico e cafeína preparada por ele. Use a Eq. 19-5
do livro-texto para encontrar as concentrações de cada componente na amostra sintética
desconhecida.
CAPÍTULO 26
Padronização de Mn2+
por Titulação com EDTA

PBT Perigo
O s Experimentos 26-28 ilustram uma sequência na qual alunos (1) preparam e padronizam
uma solução de Mn2+ por titulação com EDTA e então (2) usam esse padrão na análise
de Mn em aço por meio de duas técnicas instrumentais diferentes.41

Corrosivo Resíduos
Reagentes
MnSO4 ⭈ H2O: (1 g/aluno) Este material não é um padrão primário.
EDTA: Na2H2EDTA ⭈ 2H2O, 1 g/aluno.
Perfil Verde NH3 0,50 M/tampão NH4+ 1,1 M (pH 9,7): Misturar 6,69 g de NH4Cl (MF 53,49) mais
Veja Seção 0 16,86 g de NH3 aquoso a 28% (MF 17,03) com suficiente quantidade de água para se chegar
a um volume de 250 mL.
Cloridrato de hidroxilamina: (NH3OH+Cl–, MF 69,49) 1 g/aluno. (CUIDADO: Não respire
a poeira de NH3OH+Cl–; evite o contato com a pele e com os olhos.)
Indicador calmagita: Dissolva 0,05 g em 100 mL de H2O.

Procedimento
1. EDTA padrão 0,005 M: Seque Na2H2EDTA ⭈ 2H2O (MF 372,25) a 80°C durante 1 hora e
deixe resfriar em um dessecador. Cuidadosamente, pese ~0,93 g do EDTA seco e dissolva-o
com aquecimento em 400 mL de água destilada em um balão volumétrico de 500 mL.
Resfrie à temperatura ambiente e dilua com água até a marca indicada e homogeneíze
bem.
2. Solução-estoque de Mn2+: Em um frasco plástico, limpo, com tampa de rosca, prepare uma
solução contendo ~1,0 mg de Mn/mL (~0,018 M), dissolvendo ~0,77 g de MnSO4⭈H2O (MF
169,01) em 250 mL de água, provenientes de uma proveta. Como a solução final ainda será
padronizada, não há necessidade de grande exatidão durante essa preparação.
3. Lave uma pipeta de 50 mL várias vezes com pequenos volumes da solução estoque de Mn2+
e descarte o líquido em um frasco para resíduos. A seguir pipete 50,00 mL da solução
estoque de Mn2+ para um balão volumétrico de 250 mL. Adicione 0,80 g de cloridrato de
hidroxilamina ao balão e agite para a dissolução do sólido. Adicione ~150 mL de água e
agite para misturar o conteúdo. Dilua até a marca com água, tampe o balão firmemente e
o inverta cerca de 20 vezes para misturar bem a solução. Essa solução contém Mn2+ em
uma concentração ~0,0036 M. O agente redutor hidroxilamina mantém o manganês no
estado de oxidação +2.
4. Rinse uma pipeta de 50 mL várias vezes com pequenas quantidades da solução diluída de
Mn2+ preparada na Etapa 3. Pipete 50 mL da solução diluída de Mn2+ para um erlenmeyer
de 250 mL. Adicione 10 mL do tampão pH 9,7 (medidos em uma proveta) e adicione 3-5

41
Adaptado de San Jose State University Laboratory Manual para um curriculum descrito por S. P. Perone, J. Pesek,
C. Stone, and P. Englert, J. Chem. Ed. 1998, 75, 1444.

68
Padronização de Mn2+ por Titulação com EDTA 69

gotas do indicador calmagita. O pH da solução resultante deve estar em torno de 9,2. Titule
com EDTA padrão usando uma bureta de 50 mL e observe o ponto final quando a cor
muda de vermelho-vinho para azul.
5. Repita a Etapa 4 duas vezes, de modo a obter um total de três titulações. O erlenmeyer
deve estar limpo, porém não necessita estar seco para cada titulação.
6. A partir da molaridade e do volume de EDTA padrão necessários para a titulação, calcule
a molaridade e o desvio-padrão da solução estoque original de MnSO4 ~0,018 M. Expresse
a sua resposta com um número apropriado de algarismos significativos.
CAPÍTULO 27
Medindo Manganês
em Aço por
Espectrofotometria com
Adição-Padrão
PBT Perigo
O s experimentos 26-28 ilustram uma sequência na qual (1) alunos preparam e padronizam
uma solução de Mn2+ e, então, (2) utilizam este padrão na análise de Mn em aço por
duas diferentes técnicas instrumentais.41 Neste experimento, o aço é dissolvido em ácido e o
Mn é oxidado para o íon permanganato de cor violeta, e sua absorbância é medida com um
espectrofotômetro:
Corrosivo Resíduos
2Mn2+ + 5IO4- + 3H2O → 2MnO4- + 5IO3- + 6H+
Periodato Permanganato Iodato
(incolor) (incolor) (violeta) (incolor)
Perfil Verde λmáx ≈ 525 nm
Veja Seção 0
O aço é uma liga de ferro que tipicamente contém ~0,5% m/m de Mn mais numerosos
outros elementos. Quando o aço é dissolvido em ácido nítrico a quente, o ferro é convertido
a Fe(III). A interferência espectrofotométrica do Fe(III) na medição do MnO4– é minimizada
pela adição de H3PO4, que forma um complexo com o Fe(III) aproximadamente incolor. A
interferência causada por outras impurezas coloridas é eliminada pela subtração da absor-
bância de um reagente em branco da absorbância da amostra desconhecida. Uma quantidade
apreciável de Cr interferirá no presente procedimento. O carbono do aço é eliminado através
da oxidação com peroxidissulfato (S2O82–):

C(s) + 2S2O2-
8 + 2H2O → CO2(g) + 4SO2-
4 + 4H+

Reagentes
Ácido nítrico 3 M: (150 mL/aluno) Diluir 190 mL de HNO3 70% m/m a 1 L de água.
Ácido nítrico 0,05 M: (300 mL/aluno) Diluir 3,2 mL de HNO3 70% m/m a 1 L de água.
Hidrogenossulfito de amônio: (0,5 mL/aluno) NH4HSO3 45% m/m em água.
Periodato de potássio (KIO4): 1,5 g/aluno.
Amostras desconhecidas: Aço, ~2 g/aluno.

Procedimento
1. O aço pode ser utilizado como recebido ou, se parecer estar coberto com óleo ou graxa, deve
ser lavado com acetona e seco a 110°C por 5 minutos, e resfriado em um dessecador.
2. Pese amostras duplicadas de aço o mais próximo de 0,1 mg dentro de béqueres de 250 mL.
A massa de aço deve ser escolhida de forma a conter ~2-4 mg de Mn. Por exemplo, se o
aço contém 0,5% m/m de Mn, uma amostra de 0,6 g conterá 3 mg de Mn. Seu professor
deve dizer quanto aço utilizar.
3. Dissolva cada amostra de aço separadamente em 50 mL de HNO3 3 M, em ebulição suave
em capela e com o béquer coberto por um vidro de relógio. Se permanecerem partículas
sem se dissolverem, pare a ebulição depois de 1 h. Substitua o HNO3 à medida que ele
evapora.

70
Medindo Manganês em Aço por Espectrofotometria com Adição-Padrão 71

4. Solução-padrão de Mn2+ (~0,1 mg de Mn/mL): Enquanto o aço estiver se dissolvendo,


pipete 10,00 mL de solução-padrão de Mn2+ (~0,1 mg de Mn/mL) do Experimento 26 para
dentro de um balão volumétrico de 100 mL, dilua até a marca com água, e homogeneíze
bem. Você utilizará esta solução nos Experimentos 27 e 28. Mantenha a solução tampada e
envolva a tampa com Parafilm ou fita de teflon, de maneira a minimizar a evaporação.
5. Resfrie os béqueres da Etapa 3 por 5 minutos. Então, cuidadosamente, adicione ~1,0 g
de (NH4)2S2O8 ou K2S2O8 e ferva por 15 minutos de forma a oxidar o carbono a CO2.
6. Se traços de cor rosa (MnO4–) ou precipitado marrom [(MnO2)(s)] forem observados, adi-
cione 6 gotas de NH4HSO3 45% m/m e ferva por 5 minutos para reduzir todo o manganês
para Mn(II):
2MnO4- + 5HSO3- + H+ → 2Mn2+ + 5SO2-
4 + 3H2O
MnO2(s) + HSO3- + H+ → Mn2+ + SO2-
4 + H2O
(A proposta de remoção das espécies coloridas neste momento é que a solução da Etapa
6 irá, eventualmente, servir como um reagente colorimétrico em branco.)
7. Após o resfriamento das soluções até próximo da temperatura ambiente, filtre cada solução
quantitativamente através de papel de filtro #41 para dentro de um balão volumétrico de
250 mL. (Se um precipitado gelatinoso estiver presente, utilize papel de filtro #42.) Para
completar uma transferência “quantitativa”, lave o béquer muitas vezes com pequenos
volumes de HNO3 0,05 M quente e passe as águas de lavagem através do filtro, de maneira
a arrastar o líquido do precipitado para dentro do balão volumétrico. Finalmente, deixe
o balão volumétrico resfriar até a temperatura ambiente, dilua até a marca com água, e
homogeneíze bem.
8. Transfira ~100 mL de solução de cada balão volumétrico de 250 mL para erlenmeyers
limpos e secos e tampe os frascos firmemente. Rotule estas soluções A e B e guarde-as
para a análise de absorção atômica no Experimento 28. Para prevenir a evaporação, é
boa ideia selar a tampa com algumas poucas camadas de Parafilm ou fita de teflon.
9. Realize as análises espectrofotométricas a seguir, com uma das soluções de amostra
desconhecida preparadas na Etapa 7:
a. Pipete 25,00 mL de líquido do balão volumétrico de 250 mL da Etapa 7 para dentro de
cada um de três béqueres de 100 mL, limpos e secos, designados “branco”, “amostra”,
e “adição-padrão”. Adicione 5 mL de H3PO4 85% m/m (de uma proveta) dentro de cada
béquer. Então, adicione solução-padrão de Mn2+ (0,1 mg/mL da Etapa 4, transferido
através de pipeta) e KIO4 sólido, do seguinte modo:
Volume de Massa de
Béquer Mn2+ (mL) KIO4 (g)
Branco 0 0
Amostra desconhecida 0 0,4
Adição-padrão 5,00 0,4

b. Ferva suavemente o conteúdo dos béqueres de amostra desconhecida e de adição-


padrão por 5 minutos para oxidar Mn2+ a MnO4–. Continue a fervura, se necessário,
até que o KIO4 se dissolva.
c. Transfira quantitativamente o conteúdo de cada um dos três béqueres para dentro de
balões volumétricos de 50 mL. Lave cada um dos béqueres muitas vezes com pequenas
porções de água e transfira esta água para o balão volumétrico correspondente. Dilua
cada conteúdo dos balões até a marca com água e homogeneíze bem.
d. Encha uma cubeta de 1,000 cm de caminho óptico com solução de amostra desconhe-
cida e outra cubeta com solução de branco. É sempre boa ideia lavar a cubeta algumas
vezes com pequenas quantidades de solução a ser medida e descartar as lavagens.
e. Meça a absorbância da amostra em 525 nm com a solução do branco na cubeta de
referência. Para melhores resultados, meça a absorbância em vários comprimentos de
onda para localizar o máximo de absorbância. Utilize este comprimento de onda para
as medidas subsequentes.
f. Meça a absorbância da adição-padrão com a solução de branco na cubeta de referência.
A absorbância da adição-padrão será ~0,45 unidade de absorbância maior do que a
72 Capítulo Vinte e Sete

absorbância da amostra desconhecida (baseado na adição de ~0,50 mg de padrão de


Mn2+ à amostra desconhecida).
10. Repita a Etapa 9 com a outra solução de amostra desconhecida de aço da Etapa 7.

Análise dos Dados


1. A partir da concentração conhecida do padrão de Mn na Etapa 4, calcule a concentração
de Mn adicionado no balão volumétrico de 50 mL contendo a adição-padrão.
2. Todo o Mn2+ é convertido a MnO4– na Etapa 9. A partir da diferença de absorbância da
adição-padrão e da amostra desconhecida, calcule a absortividade molar do MnO4–. Calcule
a absortividade molar média das Etapas 9 e 10.
3. A partir da absorbância de cada amostra desconhecida e da absortividade molar média do
MnO4–, calcule a concentração de MnO4– em cada 50 mL de solução de amostra desconhe-
cida.
4. Calcule a porcentagem em massa de Mn em cada amostra de aço e a faixa porcentual
relativa de seus resultados:
100 × [% m/m no aço 1 – % m/m no aço 2]
Faixa % relativa = % m/m média
CAPÍTULO 28
Medindo Manganês
em Aço por Absorção
Atômica Usando uma
Curva de Calibração
E ste experimento complementa os resultados da análise espectrofotométrica no Experi-
mento 27.41 A princípio, a análise espectrofotométrica e a análise por absorção atômica
deveriam dar o mesmo resultado para a porcentagem em massa de Mn na amostra de aço. Use PBT Perigo
o Mn2+ que você padronizou no Experimento 26 como o padrão para a análise por absorção
atômica.
Corrosivo Resíduos

Reagentes
Ácido nítrico 0,05 M: (600 mL/aluno) Diluir 3,2 mL de HNO3 70% m/m em 1 L de Perfil Verde
água. Veja Seção 0
Amostra desconhecida de aço: Soluções A e B da Etapa 8 do Experimento 27.
Manganês-padrão: ~0,1 mg Mn/mL da Etapa 4 do Experimento 27. Essa concentração
corresponde a ~100 ␮g/mL = ~100 ppm.

Curva de Calibração
1. Prepare soluções-padrão contendo ~1, 2, 3, 4 e 5 ppm de Mn (= ␮g Mn/mL). Use a solução-
padrão contendo ~100 ppm de Mn da Etapa 4 do Experimento 27. Pipete 1,00 mL do padrão
para um balão volumétrico de 100 mL e dilua a 100 mL com HNO3 0,05 M de modo a
preparar um padrão de 1 ppm. Semelhantemente, pipete 2,00, 3,00, 4,00 e 5,00 mL para
outros balões e dilua cada um deles a 100 mL com HNO3 0,05 M. Calcule a concentração
de Mn em ␮g/mL em cada padrão. (O propósito do HNO3 é fornecer íons H+ para competir
com o Mn2+ por sítios de ligação na superfície do vidro. Sem excesso de ácido, uma fração
de íons do metal de uma solução diluída pode ser perdida para a superfície do vidro. Para
evitar a adição de impurezas metálicas, usa-se uma solução diluída do ácido mais puro
disponível.)
2. Meça o sinal de absorção atômica de cada um dos cinco padrões da Etapa 1. Use uma
lâmpada de catodo oco para Mn e um comprimento de onda de 279,48 nm. Meça cada
padrão três vezes.
3. Meça o sinal de absorção atômica de um branco (HNO3 0,05 M). Usaremos este sinal, mais
tarde, para estimar o limite de detecção do Mn. Para esse propósito, meça um branco em
separado sete vezes e calcule o desvio-padrão e o desvio médio das sete medidas.

Medida da Amostra Desconhecida


1. Imediatamente após medir os pontos na curva de calibração, meça o sinal de absorção
atômica das soluções desconhecidas de aço A e B provenientes da Etapa 8 do Experimento
27. Meça a absorção de cada solução três vezes. (Se os sinais oriundos de A e B estiverem
fora da região de calibração, faça as diluições necessárias, de modo que as novas soluções
obtidas estejam dentro da faixa de calibração. As diluições devem ser feitas com precisão
utilizando-se pipetas volumétricas e balões volumétricos.)

73
74 Capítulo Vinte e Oito

Análise dos Dados


1. Construa um gráfico para calibração, incluindo o branco e 5 padrões (7 leituras do branco
e 3 ⫻ 5 = 15 leituras dos padrões, perfazendo um total de n = 22 pontos). Determine, pelo
método dos mínimos quadrados, o coeficiente angular e a interseção da reta ajustada a
esses valores, bem como seus desvios-padrão (Seção 4-5 do livro-texto), representan-
do esta reta no gráfico. Expresse a equação da curva de calibração na forma y(±sy) =
[m(±sm)]x + [b(±sb)], em que y é o sinal de absorbância e x é a concentração de Mn em ppm.
2. Use o valor médio de três leituras para cada amostra desconhecida de modo a calcular a
concentração de Mn nas soluções A e B.
3. Calcule a incerteza na concentração de Mn em cada amostra desconhecida com a Eq. 4-16
no livro-texto. Como você mediu cada amostra três vezes, o primeiro termo dentro do
radical na Eq. 4-16 deve ser 1/3. Na Eq. 4-16, x é o sinal de absorção atômica médio para
as amostras desconhecidas, e existem 22 valores de xi para os pontos na curva-padrão.
4. Das concentrações de Mn (e incertezas) nas soluções A e B, calcule % m/m de Mn (e sua
incerteza) para as duas amostras de aço em duplicata.
5. A incerteza de Mn em % m/m é definida pelo desvio-padrão correspondente. Determine,
para cada uma das amostras de aço analisadas, o intervalo de confiança de 95%. Por exemplo,
admita que você determinou a % m/m de Mn no aço como sendo de 0,433, com um desvio-
padrão de 0,011. (Os números em subscrito não são significativos, mas são mantidos para
evitar erros de arredondamento.) O desvio-padrão foi obtido a partir de três determinações
repetidas de uma solução de aço dissolvido. A equação para o intervalo de confiança é
␮ = x– ± ts/兹苶 n, em que ␮ é a média real, x– é a média determinada, s é o desvio-padrão, n
é o número de medidas (3 neste caso) e t é a distribuição t de Student para um intervalo de
confiança de 95% e n – 1 = 2 graus de liberdade. Na Tabela 4-2 do livro-texto encontramos
t = 4,303. Consequentemente, o intervalo de confiança de 95% é 0,433 ± ts/兹苶 n = 0,433 ±
(4,303)(0,011)/兹苶 3 = 0,433 ± 0,027.
6. Use o teste t (Eq. 4-4 do livro-texto) para comparar entre si os dois resultados da absorção
atômica. Eles são significantemente diferentes no nível de confiança de 95%?
7. Utilize o valor da % m/m média de Mn para as duas amostras e os desvios-padrão corres-
pondentes (Eq. 4-5 do livro-texto) para estimar um intervalo de confiança de 95% em torno
do valor médio. O valor da % m/m média de Mn, determinado por espectrofotometria no
Experimento 27, corresponde ao intervalo de confiança de 95%, determinado a partir de
resultados de absorção atômica? (Não podemos usar o teste t para comparar os Experimentos
27 e 28, pois não temos amostras suficientes no Experimento 27 para determinarmos um
desvio-padrão. De outra maneira, usaríamos o teste t.)
8. Limite de detecção: O limite de detecção de um método analítico é a concentração mínima
de analito que pode “confiavelmente” ser distinguida de 0. Se você mediu pontos em uma
curva de calibração, uma definição comum de limite de detecção é
y- B + 3sB
Limite de detecção (ppm) = m
onde –y B é a leitura da absorbância atômica média para o branco, sB é o desvio-padrão para
o branco e m é o coeficiente angular determinado pelo método dos mínimos quadrados
da curva da calibração (absorbância/ppm). Nesse experimento foi medida uma solução de
branco sete vezes. Use o desvio médio e o desvio-padrão dessas sete leituras para calcular
o limite de detecção. (Se você subtraiu o valor médio do branco de cada leitura de absor-
bância quando você construiu a curva-padrão, então –y B = 0.)
CAPÍTULO 29
Propriedades de uma
42
Resina de Troca Iônica

N este experimento serão exploradas as propriedades de uma resina de troca catiônica,


que é constituída por um polímero orgânico contendo muitos grupos sulfônicos ácidos
(–SO3H). Quando um cátion, como o Cu2+, por exemplo, é percolado pela resina, o cátion se PBT Perigo
liga fortemente pelos grupos sulfonato, e um H+ é liberado para cada carga positiva que se
liga à resina. O Cu2+ pode ser deslocado da resina pela percolação de grande excesso de H+
Corrosivo Resíduos
ou de outro cátion com o qual a resina tenha alguma afinidade.
Resina Resina

Perfil Verde
Veja Seção 0

Entrada Saída

Na primeira parte do experimento, quantidades conhecidas de NaCl, Fe(NO3)3 e NaOH


serão passadas pela resina que se encontra na forma H+. O H+ liberado por cátion será deter-
minado através de titulação com NaOH.
Na segunda parte, será analisada uma amostra impura de sulfato de vanadila (VOSO4 ⭈
2H2O). Este sal, comercialmente fornecido, contém VOSO4, H2SO4 e H2O. Será preparada
uma solução com uma massa conhecida do reagente comercial. O teor de VO2+ pode ser de-
terminado espectroscopicamente, e o teor total de cátions (VO2+ e H+) pode ser determinado
por troca iônica. Conjuntamente, estas determinações permitem encontrar as quantidades de
VOSO4, H2SO4 e H2O na amostra.

Reagentes
Resina de troca catiônica Bio-Rad Dowex 50W-X2 (100/200 mesh): 1,1 g/aluno.
NaCl 0,3 M: (5-10 mL/aluno) Pesar com exatidão ~17,5 g de NaCl (MF 58,44) e dissolver
em um balão volumétrico de 1 L.
Fe(NO3)3 ⭈ 6H2O 0,1 M: (5-10 mL/aluno) Pesar com exatidão ~35 g de Fe(NO3)3 ⭈ 6H2O
(MF 349,95) e dissolver em um balão volumétrico de 1 L.
VOSO4: O grau de pureza normalmente disponível (usualmente designado como “purifi-
cado”) é utilizado para este experimento. Os alunos podem preparar suas próprias soluções
e medir a absorbância em 750 nm, ou um frasco de uma solução estoque (25 mL por aluno)
pode ser fornecido. A solução estoque deve conter 8 g/L (pesados com exatidão) e identificada
com a respectiva absorbância.
NaOH 0,02 M: Cada aluno deve preparar esta solução pela diluição precisa de 1/5 da
solução-padrão 0,1 M de NaOH. Por exemplo, 50,0 mL de NaOH 0,1 M podem ser pipetados
para um balão volumétrico de 250 mL e diluídos até a marca com água destilada.

42
Parte deste experimento foi retirado de M. W. Olson e J. M. Crawford, J. Chem. Ed. 1975, 52, 546.

75
76 Capítulo Vinte e Nove

HCl 0,1 M: 50 mL/aluno.


Indicador fenolftaleína: Receita no Experimento 6.

Procedimento
1. Prepare uma coluna cromatográfica utilizando um tubo de vidro de 15 cm de comprimento
e 0,7 cm de diâmetro, com uma rolha na parte inferior contendo um pequeno orifício para
saída dos eluentes. Acondicione uma pequena quantidade de lã de vidro acima da rolha para
reter a resina. Utilize um pequeno tubo de vidro para servir de ligação de saída, ao qual se
deve conectar um tubo plástico, flexível, que permita fechar o fluxo de eluente da coluna.
(Alternativamente, uma coluna cromatográfica provida de torneira ou disco de vidro poroso,
ou ainda uma bureta de diâmetro compatível, podem ser utilizadas neste experimento.)
Encha a coluna com água, feche a saída para verificar e eliminar possíveis vazamentos.
Após isto, drene a coluna até deixar 2 cm de água e feche a coluna novamente.
2. Misture 1,1 g da resina de troca catiônica Bio-Rad Dowex 50W-X2 (100/200 mesh) em 5 mL
de água e transfira para a coluna (Figura 1). Caso toda a resina não possa ser transferida de
uma só vez, espere que parte da resina transferida sedimente; remova o líquido sobrenadante
com uma pipeta e transfira o resto da resina. Caso a coluna deva ser guardada contendo
resina para uso posterior, a parte superior deve ser protegida da atmosfera e conter água
acima do nível da resina. (Quando o experimento terminar, a resina pode ser retirada da
coluna, lavada com HCl 1 M e água, e reutilizada posteriormente.)

Bastão de vidro

Mistura
de fase
Mistura sólida e
de resina solvente
e água
derramada
pela parede
da coluna

Quantidade
de solvente
no fundo
Disco poroso da coluna
antes da
transferência
da resina
Saída
Figura 1. Transferindo a fechada
fase estacionária para a coluna com pinça
cromatográfica.

3. O procedimento geral para análise da amostra é o seguinte:


a. Para gerar a forma da resina saturada em H+ passe ~10 mL de HCl 1 M pela coluna.
Coloque a amostra líquida na coluna, derramando-a pelas paredes, de forma a não
perturbar a resina.
b. Lave a coluna com ~15 mL de água. Utilize os primeiros mililitros para lavar as pa-
redes da coluna e permitir que a água penetre na resina, antes de continuar a lavagem.
(Diferentemente da maioria das outras resinas de cromatografia, a que é utilizada neste
experimento retém água quando ela funciona “seca”. Normalmente, não se deve deixar
que o líquido caia abaixo da parte superior da fase sólida em uma coluna.)
Propriedades de uma Resina de Troca Iônica 77

c. Coloque um frasco limpo, de 125 mL, na saída da coluna e pipete a amostra na coluna.
d. Após o reagente ter passado para o interior do leito da resina, lave com 10 mL de água,
coletando todo o eluato.
e. Adicione 3 gotas do indicador fenolftaleína ao frasco e titule com padrão de NaOH
0,02 M.
4. Analise alíquotas de 2,000 mL de NaCl 0,3 M e de Fe(NO3)3 0,1 M, seguindo os procedi-
mentos da Etapa 3. Calcule o volume teórico de NaOH necessário para cada titulação. Caso
não seja encontrado um volume com tolerância de 2% comparado com o volume teórico,
repita a análise.
5. Passe 10,0 mL da solução de NaOH 0,02 M pela coluna como descrito na Etapa 3 e analise
o eluato. Explique o que você observar.
6. Analise 10,00 mL de solução de VOSO4 como descrito na Etapa 3.
7. A Etapa 6 fornece o conteúdo catiônico total (VO2+ + 2H2SO4) de 10,00 mL da solução
de VOSO4. A partir da absorbância em 750 nm e da absortividade molar do VO2+ (␧ =
18,0 M–1 cm–1 em 750 nm), calcule a concentração de VO2+ na solução. Por diferença,
calcule a concentração de H2SO4 no reagente de VOSO4. A partir da diferença entre a
massa do reagente VOSO4 que foi usada e o conteúdo de VOSO4, e H2SO4 calcule a massa
de H2O no reagente VOSO4. Expresse a composição de sulfato de vanadila na forma
(VOSO4)1,00(H2SO4)x(H2O)y.
CAPÍTULO 30
Análise de Enxofre
em Carvão por
44
Cromatografia de Íons

PBT Perigo
Q uando carvão é queimado, o enxofre presente é convertido a SO2(g), que é oxidado
posteriormente a H2SO4 na atmosfera. Chuvas carregadas com o H2SO4 são nocivas à
vida vegetal. A medida do teor de enxofre do carvão é, portanto, importante para minimizar
a ocorrência de chuva ácida causada pela atividade humana. Este experimento mede o enxofre
no carvão através do aquecimento do carvão, na presença de ar, em um fundente (Seção 2-10
Corrosivo Resíduos
do livro-texto) contendo Na2CO3 e MgO, que converte o enxofre a Na2SO4. O produto é dis-
solvido em água e o íon sulfato é medido por cromatografia iônica. Embora cada aluno receba
uma amostra de carvão para análise, deve-se considerar como tendo sido obtida uma amostra
Perfil Verde representativa de um carregamento inteiro de carvão que está sendo fornecido a uma usina.
Veja Seção 0

Reagentes
Carvão: 1 g/aluno. O carvão pode ser obtido de companhias de geração de energia termo-
elétrica ou de algumas indústrias pesadas. O carvão também pode ser obtido como Material
de Referência Padrão.45
Fundente: 4 g/aluno. 67% MgO/33% Na2CO3 (% em massa).
HCl 6 M: 25 mL/aluno.
Indicador de fenolftaleína: Receita no Experimento 6.
Sulfato de amônio: Reagente sólido para preparação de padrões.

Procedimento
1. Transforme o carvão em um pó fino usando um gral e pistilo. Misture 1 g do carvão (pe-
sado com exatidão) com ~3 g do fundente em cadinho de porcelana. Misture bem, com
auxílio de uma espátula, e sedimente a mistura, batendo o fundo do cadinho gentilmente
contra uma superfície de madeira. Cubra a mistura cuidadosamente com ~1 g de fundente
adicional. Tampe o cadinho e coloque-o em um forno tipo mufla. Ligue o forno e ajuste a
temperatura em 800°C, deixando a amostra pernoitar na temperatura de 800°C. A reação
está completa quando todas as partículas negras tiverem desaparecido. Um queimador pode
ser usado no lugar do forno mufla, embora o queimador não deva ser deixado funcionando
sem supervisão durante o pernoite.
2. Após resfriamento até a temperatura ambiente, coloque o cadinho em um béquer de 150
mL e adicione 100 mL de água destilada. Aqueça o béquer em uma placa de aquecimento
até perto da ebulição e deixe por 20 min para dissolver o máximo possível do sólido. Filtre
o líquido diretamente em um balão volumétrico de 250 mL, com um funil com papel de
filtro. Lave o cadinho e o béquer três vezes com alíquotas de 25 mL de água destilada,

44
E. Koubek e A. E. Stewart, J. Chem. Ed. 1992, 69, A146.
45
Padrões contendo de 0,5-5% em massa de S são disponíveis no Standard Reference Materials Program do NIST,
Room 204, Building 202, Gaithersburg MD 20899-0001 (Telefone: 301-975-6776; e-mail: SRMINFO@enh.nist.
gov).

78
Análise de Enxofre em Carvão por Cromatografia de Íons 79

passando as alíquotas pelo filtro, transferindo-as para o balão volumétrico. Adicione 5


gotas do indicador de fenolftaleína ao balão volumétrico e neutralize com HCl 6 M até
o desaparecimento da coloração rosa. Complete o volume para 250 mL e homogeneíze
bem.
3. Pipete 25,00 mL da solução de sulfato do balão volumétrico de 250 mL da Etapa 2 para um
balão volumétrico de 100 mL e dilua até a marca para preparar uma diluição de 1:4 para
a cromatografia de íons. Injete uma amostra dessa solução em um cromatógrafo de íons46
para se certificar de que a concentração encontra-se em uma faixa razoável para a análise.
Caso seja necessário, prepare a diluição adequada para o equipamento a ser utilizado.
4. Supondo que o carvão contenha 3% de enxofre em massa, calcule a concentração de SO42–
na solução da Etapa 3. Utilizando sulfato de amônio e vidraria adequada, prepare cinco
padrões contendo 0,1; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 vezes a concentração calculada de SO42– na amostra
desconhecida.
5. Analise todas as soluções por cromatografia iônica. Prepare uma curva de calibração com os
padrões, fazendo um gráfico da área do pico versus a concentração de SO42–. Use o método
de mínimos quadrados para encontrar a concentração de SO42– na amostra desconhecida.
Calcule a porcentagem em massa de S no carvão.

46
Por exemplo, a cromatografia pode ser feita com 25-50 ␮L de amostra numa coluna analítica Dionex Ionpac AS5,
com 4 mm de diâmetro e 250 mm de comprimento e uma pré-coluna AG5, utilizando Na2CO3 2,2 mM/NaHCO3
2,8 mM como eluente a 2,0 mL/min, com supressão de íons. O íon sulfato é eluído perto de 6 min e é detectado
pela sua condutividade num ajuste de escala total de 30 microssiemens. Muitas combinações de colunas e eluentes
são adequadas para essa análise.
CAPÍTULO 31
Análise de Monóxido de
Carbono na Descarga
de Automóveis por
47
Cromatografia a Gás

PBT Perigo
O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro e altamente venenoso, emitido por mo-
tores de veículos automotores devido à combustão incompleta do combustível a CO2. Um
carro bem regulado com catalisador emite 0,01% em volume de CO, enquanto um carro com
manutenção inadequada pode emitir até 15% em volume de CO! Neste experimento serão
coletadas amostras do gás da descarga para medição do teor de CO por cromatografia a gás.
Corrosivo Resíduos
Um possível projeto envolvendo toda a classe seria comparar os diferentes tipos de automóveis
e os diferentes estados de manutenção dos veículos. A emissão de CO tem seu maior valor
nos primeiros minutos após a partida do motor frio. Após o aquecimento, um veículo bem
Perfil Verde regulado emite muito pouco CO para ser detectado por meio de um cromatógrafo de baixo
Veja Seção 0
custo. O CO pode ser medido em função do tempo após o momento da partida do motor.
A análise cromatográfica é feita a 50-60°C com uma coluna empacotada de 2 m de
comprimento contendo peneira molecular 5A com hélio como gás de arraste e detecção por
condutividade térmica. A coluna deverá ser purgada periodicamente desconectando-se do
detector e passando hélio por 30 h. A purga após 50-100 injeções dessorve H2O e CO2 da
peneira molecular.

Reagentes
Padrão de CO: Cilindro contendo 1% em volume de CO em N2.

Procedimento
1. Prenda uma mangueira resistente ao calor ao cano de descarga do automóvel. (Cuidado:
Evite inspirar os gases da descarga.) Colete os gases na saída da mangueira utilizando
um saco plástico de 0,5 L com espessura de parede reforçada do tipo com zipper plástico
utilizado para conter alimentos. Purgue bem os sacos plásticos com os gases da exaustão
para depois fechá-los hermeticamente. Deixe os gases coletados resfriarem até atingirem
a temperatura ambiente para serem analisados.
2. Injete uma amostra de 1 mL de ar no cromatógrafo utilizando uma seringa para injeção
de gases e faça os ajustes necessários de temperatura e/ou vazão de gás, de forma que o
N2 seja eluído em 2 min. Os picos do O2 e N2 deverão ser observados.
3. Injete 1,00 mL do padrão de CO 1% em volume em N2. Um modo de obter a amostra de
gás do cilindro, que obrigatoriamente tem que estar dentro de uma capela de exaustão, é
conectar uma mangueira ao cilindro e conectar um tubo de vidro com uma rolha de soro
à outra extremidade da mangueira (Figura 1). Coloque uma agulha na rolha de soro, e
lenta e cuidadosamente, abra a válvula do cilindro para purgar a mangueira. Introduza a
seringa para gases na rolha de soro, remova a agulha e lentamente admita o gás na seringa.
A seguir, feche a válvula do cilindro para evitar o aumento de pressão na mangueira. Ao

47
D. Jaffe e S. Herndon, J. Chem. Ed. 1995, 72, 364.

80
Análise de Monóxido de Carbono na Descarga de Automóveis por Cromatografia a Gás 81

injetar o padrão no cromatógrafo, deve ser observado um pico do CO em cerca de três


vezes o tempo de retenção do N2. Ajuste a atenuação do detector de forma que o pico de
CO esteja próximo do máximo da escala. Reinjete o dobro de padrão e meça a área do
pico cada vez.
Figura 1. Coletando uma
Rolha amostra de uma mistura-padrão
Agulha de soro de gases de um cilindro. Remover
a agulha quando admitir o gás na
Válvula do
seringa. Não abrir demasiadamente
cilindro
a válvula do cilindro, de maneira
que a pressão faça os tubos
desconectarem-se. (CUIDADO:
Tubo de Somente manusear o CO em uma
Seringa vidro capela de exaustão.)

4. Injete duas amostras de 1,00 mL de cada coleta de descarga e meça a área do pico. Calcule
a % em volume do CO nas amostras pela média das áreas dos picos:

% em volume de CO na amostra desconhecida área do pico da amostra desconhecida/atenuação do detector


=
% em volume de CO no padrão área do pico do padrão/atenuação do detector
CAPÍTULO 32
Análise de Aminoácidos
48
por Eletroforese Capilar

PBT Perigo
N este experimento uma proteína será hidrolisada com HCl para separá-la em seus
aminoácidos constituintes. Após a adição de um padrão interno, os aminoácidos e o
padrão interno serão derivatizados (convertidos quimicamente) para uma forma que absorve
fortemente em 420 nm.
Corrosivo Resíduos CN

O - CN-
+ H2N—CHRCO2 N CHRCO2-
O
Perfil Verde
Veja Seção 0
Naftaleno- Aminoácido Produto derivatizado
2,3-dicarboxaldeído (λmáx = 420 nm)
(NDA, MF 184,19)

A mistura será então separada por eletroforese capilar, e a quantidade de cada componente
será medida em relação à quantidade do padrão interno. O objetivo é encontrar o número
relativo de cada aminoácido na proteína.

Reagentes
Proteína: 6 mg/aluno. Usar uma proteína pura como lisozima ou citocromo c. O conteúdo
de aminoácidos deve estar disponível na literatura para comparação dos resultados.49
HCl 6 M: Diluir 124 mL de HCl concentrado (37% m/m) a 250 mL com água destilada.
NaOH 0,05 M: Dissolver 0,50 g de NaOH (MF 40,00) a 250 mL com água destilada.
NH3 1,5 M: Diluir 26 mL de NH3 (28% m/m) a 250 mL com água destilada.
KCN 10 mM: Dissolver 16 mg de KCN (MF 65,12) a 25 mL com água destilada.
Tampão de borato (pH 9,0): Para preparar 20 mM de tampão, dissolver 0,19 g de tetraborato
de sódio (Na2B4O7 ⭈ 10H2O, MF 381,37) a 70 mL com água destilada. Usando um eletrodo
de pH, ajustar o pH para 9,0 com HCl 0,3 M (uma diluição de 1:20 de HCl 6 M com água
destilada) e diluir a 100 mL com água destilada.

48
P. L. Weber e D. R. Buck, J. Chem. Ed. 1994, 71, 609.
49
Para lisozima da clara de ovos de galinha, o conteúdo de aminoácidos é
S10T7H1G12A12(E2Q3)Y3(D8N13)V6M2I6L8F3R11K6C8W8P2

(R. E. Canfield e A. K. Liu, J. Biol. Chem. 1965, 240, 2000; D. C. Philips, Scientific American, maio de 1966.) Para
o citocromo c de cavalos, a composição é

S0T10H3G12A6(E9Q3)Y4(D3N5)V3M2I6L6F4R2Kl9C2W1P4

(E. Margoliash e A. Schejter, Adv. Protein Chem. 1966, 21, 114.) Ambas as proteínas são disponíveis na Sigma
Chemical Co., Caixa Postal 14508, St. Louis, MO 631178. (Telefone 314-771-5750.)

82
Análise de Aminoácidos por Eletroforese Capilar 83

Tampão de corrida (borato 20 mM-dodecilsulfato de sódio 50 mM, pH 9,0): Prepa-


rar este tampão da mesma forma que o tampão de borato, porém adicionando 1,44 g de
CH3(CH2)11OSO3Na (MF 288,38) antes de ajustar o pH com HCl.
Aminoácidos: Preparar 100 mL de solução-padrão contendo todos os 15 aminoácidos da
Figura 1, cada um em concentração próxima a 2,5 mM em NaOH 0,05 M como solvente. A
Tabela 11-1 do livro-texto fornece a massa molecular dos aminoácidos.

Figura 1. Eletroferograma da
mistura-padrão de aminoácidos
derivatizados com NDA com
adição-padrão interno, todos
na mesma concentração. As
abreviações dos aminoácidos são
Absorbância em 420 nm

dadas na Tabela 11-1 do livro-


texto. O padrão interno, designado
por X, é o ácido a-aminoadíptico.
U é um pico não identificado. A
hidrólise ácida converte Q em E e
N em D, de modo que Q e N não
são observados. A determinação
da lisina (K) não é confiável porque
seu derivado com NDA é instável.
Cisteína (C) e triptofano (W) são
degradados durante hidrólise ácida
e não são observados. Prolina
(P) não é uma amina primária;
portanto, não reage com NDA para
formar um produto detectável. [A
partir de P. L. Weber e D. R. Buck,
Tempo (min)
J. Chem. Ed. 1994, 71, 609.]
Padrão interno de ácido a-aminoadíptico: Preparar uma solução 5 mM dissolvendo 40
mg de HO2C(CH2)3CH(NH2)CO2H (MF 161,16) em 50 mL de água destilada.
Naftaleno-2,3-dicarboxaldeído (NDA): Preparar uma solução 10 mM dissolvendo 18 mg
de NDA em 10 mL de acetonitrila.

Hidrólise da Proteína
1. Coloque um septo de borracha em um tubo de vidro (17 ⫻ 55 mm) selado em uma das
extremidades e faça vácuo com auxílio de uma agulha. Dissolva 6 mg de proteína em 0,5
mL de HCl 6 M num pequeno frasco. Purgue a solução com N2 por 1 min para remover
O2 e imediatamente transfira o líquido com uma seringa para o tubo evacuado. Adicio-
ne 0,5 mL de HCl recém-preparado ao frasco, purgue e transfira também para o tubo.
Aqueça o fundo do tubo contendo o líquido a 100-110°C em banho de óleo por 18-24 h,
de preferência protegido por um escudo de segurança.
2. Após resfriamento até a temperatura ambiente, remova o septo e transfira o líquido para
um frasco de 25 mL de fundo redondo. Evapore a solução até a secura com aquecimento
leve e aspiração com uma trompa d’água. Use uma armadilha (trap; Figura 2-12 do livro-
texto) entre a fonte de vácuo e a amostra sempre que usar uma trompa d’água. Rinse o
tubo de hidrólise com 1 mL de água destilada, adicione ao frasco e leve à secura nova-
mente. Dissolva o resíduo em 1,0 mL de NaOH 0,05 M e filtre com um filtro de seringa
com tamanho de poro de 0,45 ␮m. A concentração total de todos os aminoácidos nessa
solução é ~50 mM.

Derivatização
3. Usando uma micropipeta, coloque 345 ␮L de tampão de borato 20 mM num pequeno
frasco tipo vial com tampa rosqueada. Adicione 10 ␮L da solução-padrão de aminoácidos.
Adicione então 10 ␮L do ácido a-aminoadíptico 5 mM (padrão interno), 90 ␮L de KCN 10
mM e 75 ␮L de naftaleno-2,3-dicarboxaldeído 10 mM. A coloração amarelo-esverdeada
do produto aminoácido-NAD deverá aparecer em minutos. Após 25 min, adicionar 25
84 Capítulo Trinta e Dois

␮L de NH3 1,5 M para reagir com o excesso de NAD. Aguardar 15 min para iniciar a
eletroforese.
4. Coloque 345 ␮L de tampão de borato 20 mM num pequeno frasco tipo vial com tampa
rosqueada. Adicione 10 ␮L da solução de proteína hidrolisada preparada na Etapa 2.
Adicione então 10 ␮L do ácido a-aminoadíptico 5 mM (padrão interno), 60 ␮L de KCN
10 mM e 50 ␮L de naftaleno-2,3-dicarboxaldeído 10 mM. Após 25 min, adicione 25
␮L de NH3 1,5 M para reagir com o excesso de NAD. Aguarde 15 min para iniciar a
eletroforese. (Tempos precisos de análise reduzem variações entre o padrão e a amostra
desconhecida.)

Eletroforese e Análise dos Resultados


5. (Cuidado: A eletroforese utiliza uma alta voltagem perigosa de 20-24 kV. Certifique-se
de seguir todos os procedimentos de segurança.) A eletroforese é conduzida com um
capilar de sílica, não recoberto, de 50 ␮m de diâmetro interno e detecção espectrofoto-
métrica em 420 nm. Precondicione a coluna através da injeção de 30 ␮L de NaOH 0,1
M e purgue 15 min após com 30 ␮L de água destilada seguida de 30 ␮L de tampão de
corrida. A coluna deve ser recondicionada da mesma maneira após 3-4 corridas.
6. Injete 3 nL da mistura padrão de aminoácidos da Etapa 3. O resultado obtido deve ser
semelhante ao da Figura 1. Meça a área de cada pico (ou a altura, se você não tem um
computador para medida da área). Repita a injeção e meça novamente as áreas.
7. Calcule o quociente
área do pico do aminoácido
área do pico do padrão interno
para cada aminoácido na mistura-padrão. (Use a altura se a área dos picos não estiver dis-
ponível.) Prepare uma tabela mostrando as áreas relativas de cada pico em cada injeção da
solução-padrão e calcule o quociente médio das duas injeções para cada aminoácido.
8. Injete 3 nL da solução de proteína hidrolisada e derivatizada na Etapa 4 e calcule o mes-
mo quociente da Etapa 7. Repita a injeção e calcule a média do quociente para ambas as
injeções.
9. Determine a concentração de cada aminoácido no hidrolisado de proteína usando a
seguinte equação:

razão entre as concentrações (X/S) na amostra desconhecida razão entre as áreas (X/S) na amostra desconhecida
razão entre as concentrações na mistura-padrão =
razão entre as áreas na mistura-padrão

onde X se refere a um aminoácido e S é o padrão interno. O numerador do lado direito da


equação foi determinado na Etapa 8 e o denominador do lado direito foi determinado na
Etapa 7. (Use valores médios a partir dos resultados das duas corridas.) O denominador
do lado esquerdo é conhecido a partir das massas de aminoácidos e do padrão interno
pesado na solução-padrão. Para cada aminoácido, você pode agora resolver a equação
para determinar o numerador do lado esquerdo, que é o quociente
concentração de aminoácido na proteína hidrolisada
concentração-padrão interna na proteína hidrolisada
Mas você conhece a concentração de padrão interno na proteína hidrolisada a partir
do volume e da concentração de padrão interno usado na Etapa 4. Portanto, você pode
calcular a concentração de cada um dos aminoácidos no hidrolisado.
10. Calcule a razão molar dos aminoácidos na proteína. Caso não haja erro experimental,
podem-se dividir todas as concentrações pela menor delas. Pelo fato de que a menor
concentração apresenta um erro relativo significativo, escolha um aminoácido com con-
centração duas ou três vezes maior que a concentração do aminoácido menos concentrado.
Defina esta concentração exatamente como 2 ou 3. Calcule as molaridades dos outros
aminoácidos relativamente ao aminoácido escolhido. O resultado será uma fórmula como
S10,6T6,6H0,82G12,5A11,2E5,3Y≡3D19,8V6,1M2,2I5,7(L + F)11,5.
CAPÍTULO 33
A Composição do ADN
por Cromatografia
Líquida de Alta
50
Eficiência
E ste experimento ilustra a análise quantitativa por cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE). Ele utiliza somente solvente aquoso, de modo que não há rejeito perigoso para
ser descartado. PBT Perigo
O material genético, o ácido desoxirribonucleico, é um polímero feito de quatro nucleo-
tídeos C, T, A e G:
Corrosivo Resíduos
H
O N NH2 O N O
O OH
P O N O
H2 O3 POCH2 N Perfil Verde
HO O Veja Seção 0

Citosina
HO HO
Desoxirribose

2′-Desoxicitidina 5′-monofosfato (C) Timidina 5′-monofosfato (T)

N NH2 N O

O O
H2 O3 POCH2 N H2 O3 POCH2 N
N N
N N
HO HO NH2

2′-Desoxiadenosina 5′-monofosfato (A) 2′-Desoxiguanosina 5′-monofosfato (G)

Na fita dupla do ADN, C é ligado por ligação de hidrogênio a G, e A é ligado por ligação de
hidrogênio a T. Por isso, as concentrações de C e G são iguais e as concentrações de A e T
são iguais. O ADN de diferentes organismos apresenta diferentes quantidades relativas de
(C + G) e (A + T). Quando o ADN é hidrolisado pela enzima nuclease P1, ele é quebrado de
forma limpa nos quatro nucleotídeos.

Reagentes
Solução-padrão de nucleotídeo: O padrão deve conter quantidades pesadas de forma exata
de monofosfatos de nucleotídeos51 em concentrações de ~20 mM. As massas moleculares dos
ácidos livres são C – 307,2, T – 322,2, A – 331,2, G – 347,2. Coloque as quantidades requeridas
dos ácidos sólidos em um balão volumétrico de 5 mL e adicione 2 mL de água e 1,6 mL de

50
S. M. Wietstock, J. Chem. Ed. 1995, 72, 950.
51
Sigma, Caixa Postal 14508, St. Louis, MO, 63178. Telefone: 800-325-3010. www.sigma-aldrich.com

85
86 Capítulo Trinta e Três

NaOH 0,10 M (2 mol de NaOH por mol de nucleotídeo). Dissolva o sólido, dilua até a marca
com água, homogeneíze bem, e armazene o padrão em um refrigerador. (O volume do padrão
muda quando é resfriado, mas isto não é importante. Somente as concentrações relativas dos
nucleotídeos no padrão são importantes neste experimento.)
ADN hidrolisado: Os volumes das soluções de ADN e nuclease P1 devem ser o mínimo
requerido para o número de pessoas executando o experimento. Prepare uma solução contendo
1 mg/mL de ADN de timo de bezerro (ou outro).51 Dissocie o ADN em fita simples através do
aquecimento a 100°C por 10 minutos e então resfrie imediatamente em gelo. Prepare nuclease
P151 com uma concentração final de 5 unidades/mL52 em tampão de acetato de sódio 50 mM
(pH 5,3) contendo ZnCl2 0,6 mM. Misture 20 ␮L de solução de ADN com 20 ␮L da solução
de nuclease em um microtubo com a parte inferior cônica. Aqueça o microtubo a 50°C por
1 hora e analise-o imediatamente ou armazene-o em refrigerador.
Eluente para CLAE: Prepare o tampão de fosfato de potássio 0,010 M através da disso-
lução de 0,010 mol de K2HPO4 em 800 mL de água, titulando com HCl ~1 M até pH 7,2, e
diluindo a 1,00 L.

Cromatografia
1. Uma variedade de colunas de sílica-C18 pode funcionar bem neste experimento. Uma coluna
de 0,46 ⫻ 15 cm com partículas de 5 ␮m ou uma coluna de 0,46 ⫻ 25 cm com partículas de
10 ␮m é razoável. Equilibre a coluna com 20 volumes de coluna vazia de tampão de fosfato
0,010 M (pH 7,2), em uma vazão de 1,2 mL/min, antes de começar a cromatografia. Estabeleça
uma linha base, plana, com um detector de ultravioleta em 260 nm ou nas proximidades.
2. Injete 10 ␮L do padrão de nucleotídeos. Você deve observar uma clara separação de todos
os quatro picos (C < T < G < A) em um tempo de eluição de 5-10 minutos. Meça as áreas
de todos os quatro picos, de preferência através de integração por computador. De forma
alternativa, você pode estimar a área dos picos a partir da fórmula: área do pico gaus-
siano = 1,064 ⫻ altura do pico ⫻ w1/2, onde w1/2 é a largura a meia altura (Figura 21-3 do
livro-texto). Expresse as áreas de C, T, e A em relação à área de G, que será definida como
1,000. Repita o procedimento com uma segunda injeção e meça as áreas relativas. Liste
as áreas relativas dos picos em cada corrida e as médias das duas corridas.
3. Injete 10 ␮L de ADN hidrolisado e meça as áreas relativas dos picos. Repita o processo
uma segunda vez. Liste as áreas relativas em cada corrida e a média das duas corridas.

Cálculos
1. A partir das áreas médias dos picos das duas corridas de padrão, calcule o fator de resposta
para C, T, e A em relação a G. Por exemplo, o fator de resposta para C é obtido através da
equação
área de C

área de G
concentração de C = F concentração de G 冣

冢 冣
AC AG
[C] = F [G]
As equações serão similares para T e A. Estamos utilizando G como um padrão interno.
2. A partir das áreas médias dos picos das duas injeções de ADN hidrolisado, calcule as con-
centrações relativas [C]/[G], [T]/[G] e [A]/[G] utilizando os fatores de resposta das misturas-
padrão. Qual é o valor teórico de [C]/[G]? Qual é a relação teórica entre [T]/[G] e [A]/[G]?
3. Calcule a fração de nucleotídeos C + G através da aplicação da expressão
[C] [G]
Fração [C] + [G] [G] + [G]
de C + G: [C] + [G] + [A] + [T] = [C] [G] [A] [T]
[G] + [G] + [G] + [G]
Para o ADN de timo de bezerro, o valor da literatura da fração de C + G é 0,42.

52
Para a nuclease P1, uma unidade é definida como a quantidade que liberará 1,0 ␮mol de nucleotídeos ácidos
solúveis de ácido ribonucleico de levedura, por minuto, em pH 5,3, a 37°C. O preparado comercial tem, pelo menos,
200 unidades/mg de nuclease P1.
CAPÍTULO 34
Análise de Comprimidos
Analgésicos por
Cromatografia Líquida
53
de Alta Eficiência
O s medicamentos para dor de cabeça vendidos sem prescrição, tais como Excedrin ou
Vanquish, contêm misturas de acetaminofeno e aspirina, para o alívio, e cafeína como um
estimulante. Este experimento descreve as condições de separação e medição dos componentes PBT Perigo
através da cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). As instruções são dadas para a
medição da cafeína, mas qualquer um ou todos os componentes podem ser medidos.
Corrosivo Resíduos
OH
O CH3 CO2H
H3C N Perfil Verde
N O O Veja Seção 0

O N N CH3
H3C NH
CH3
O
Cafeína Aspirina Acetaminofeno
(ácido acetilsalicílico)

Reagentes
Solvente para CLAE: Os solventes orgânicos devem ser manuseados em uma capela de
exaustão. Todos os solventes neste experimento devem ser de grau CLAE. Misture 110 mL
de acetonitrila, 4,0 mL de trietilamina, e 4,0 mL de ácido acético em um balão volumétrico
de 2 L e dilua até a marca com água de grau CLAE. Filtre através de um filtro de 0,45 ␮m e
armazene em um frasco âmbar tampado firmemente.
Solução-estoque de cafeína (100 ␮g/mL): Dissolva 1,000 g de cafeína em 50 mL de solução
para CLAE em um balão volumétrico de 100 mL com suave aquecimento (na capela). Resfrie
até a temperatura ambiente e dilua até a marca com solvente para CLAE. Dilua 10,00 mL a
100 mL com solvente para CLAE em um balão volumétrico para obter uma concentração de
1000 ␮g/mL. Dilua mais uma vez para obter uma concentração de 100 ␮g/mL.
Amostras de acetaminofeno e de aspirina: Prepare duas soluções, cada uma contendo um
dos analitos em uma concentração de ~50 ␮g/mL em solvente para CLAE. Filtre através de
um filtro de seringa de náilon de 0,22 ␮m e armazene em frasco âmbar tampado.

Procedimento
1. Padrões de análise quantitativa de cafeína: Dilua a solução-estoque de 100 ␮g/mL a 50,
10, e 5 ␮g/mL com solvente para CLAE. Filtre ~3 mL de cada solução através de filtro de

53
G. K. Ferguson, J. Chem. Ed. 1998, 75, 467.

87
88 Capítulo Trinta e Quatro

seringa de 0,22 ␮m para dentro de um frasco dotado de tampa. Filtre ~3 mL da solução


de 100 ␮g/mL para dentro de um quarto frasco.
2. Preparação da amostra: Pulverize o comprimido de analgésico, até obter um pó fino, com
auxílio de gral e pistilo. Dissolva ~0,5 g (pesado exatamente) em 50 mL de solvente para
CLAE com suave aquecimento. Resfrie até a temperatura ambiente e dilua até o volume
com solvente para CLAE. Dilua 10,00 mL desta solução a 100 mL com solvente para
CLAE em um balão volumétrico. Filtre ~3 mL da solução diluída através de um filtro de
seringa de 0,22 ␮m para dentro de um frasco com tampa.
3. Condições para a cromatografia: Utilize uma coluna de 2,1 mm de diâmetro ⫻ 10 cm de
comprimento de sílica-C18 com tamanho de partícula de 5 ␮m e detecção por ultravioleta
em 254 nm. Com uma vazão de 1,5 mL/min, cada corrida cromatográfica é completada
em 4 minutos.
4. Curva de calibração: Injete 10 ␮L de cada padrão de cafeína (5, 10, 50 e 100 ␮g/mL)
dentro do aparelho de CLAE e meça a área de pico. Repita este processo mais duas vezes
e utilize as áreas médias das três corridas para construir uma curva de calibração de área
versus concentração. Calcule o coeficiente angular (inclinação) e a interseção (coeficiente
linear) a partir da reta que passa pelos pontos.
5. Análise qualitativa: Registre um cromatograma de 10 ␮L da solução do comprimido de
analgésico. Então, misture duas gotas da solução do comprimido com duas gotas da so-
lução de cafeína de 50 ␮g/mL em um tubo de ensaio ou um vial. Injete 10 ␮L da mistura
no cromatógrafo e observe quais os picos que crescem. Repita o processo de novo com a
adição de acetaminofeno 50 ␮g/mL e aspirina 50 ␮g/mL e identifique que picos no anal-
gésico são do acetaminofeno e da aspirina.
6. Análise quantitativa: Injete 10 ␮L da solução do comprimido de analgésico e meça a área
do pico da cafeína. Repita este processo mais duas vezes e calcule a média das três injeções.
Utilizando sua curva de calibração, determine a concentração de cafeína na solução e a
porcentagem em massa de cafeína no comprimido original.
CAPÍTULO 35
Análise de Ânions
em Água Potável por
54
Eletroforese Capilar

C loreto, sulfato e nitrato são os ânions em maior concentração em água pura. Fluoreto está
presente em concentrações menores e às vezes é adicionado à água potável em um nível
de 1,6 ppm como ajuda na prevenção de cáries dentárias. Neste experimento serão analisados PBT Perigo
os três ânions presentes em maior concentração por eletroforese capilar, que é discutida nas
Seções 23-5 até 23-7 no livro-texto. Projetos possíveis para toda a classe são a comparação de
Corrosivo Resíduos
águas de diferentes fontes (casas, lagos, rios e oceanos) e várias águas potáveis engarrafadas
e comercializadas.
O equipamento a ser utilizado deve ser similar ao apresentado na Figura 23-10 do livro-
texto. As dimensões adequadas do capilar são um diâmetro de 75 ␮m e um comprimento Perfil Verde
Veja Seção 0
de 40 cm, da entrada até o detector (comprimento total = 50 cm). Em virtude de os ânions
apresentarem pouca absorção no ultravioleta em comprimentos de onda acima de 200 nm,
adiciona-se o ânion cromato (CrO42–) ao tampão e utiliza-se detecção indireta em 254 nm. O
princípio da detecção indireta é explicado na Figura 23-13 do livro-texto.
Outra condição importante para uma separação bem-sucedida neste experimento é a redu-
ção do fluxo eletro-osmótico para permitir uma boa separação dos ânions baseada nas suas
diferentes mobilidades eletroforéticas. Em pH 8, o fluxo eletro-osmótico é tão rápido que os
ânions são varridos do injetor para o detector muito rapidamente para serem bem resolvidos
entre si. Para reduzir o fluxo eletro-osmótico, poder-se-ia reduzir o pH para protonar alguns
dos grupos –O – da parede. Alternativamente, neste experimento, o que é feito é a adição
do surfactante catiônico, o íon tetradeciltrimetilamônio, CH3(CH2)13N+(CH3)3, que é atraído
pelos grupos –O – da parede, neutralizando parcialmente sua carga negativa. Este surfactante
catiônico é abreviado MFO+, significando “modificador de fluxo osmótico”.

Reagentes
Tampão de corrida: CrO 42– 4,6 mM + MFO+ 2,5 mM em pH 8. Dissolver 1,08 g de
Na2CrO4⭈4H2O (MF 234,02) mais 25,0 mL de hidróxido de tetradeciltrimetilamônio55 100
mM em 800 mL de água grau CLAE. Colocar um eletrodo de pH na solução e adicionar
ácido bórico sólido (H3BO3) (sob agitação magnética) para reduzir o pH para 8,0. Diluir para
1,00 L com água grau CLAE, misturar bem, filtrar em papel de filtro de 0,45 ␮m e guardar
em geladeira em frasco plástico bem vedado. Desgaseificar antes do uso.
Padrões quantitativos: Preparar uma solução estoque contendo 1000 ppm de Cl–, 1000
ppm de NO3– e 1000 ppm de SO42–, pela dissolução dos seguintes sais em 1,000 L de água grau
CLAE: 2,103 g de KCl (MF 74,55), 1,631 g de KNO3 (MF 101,10) e 1,814 g de K2SO4 (MF
174,26). (As concentrações se referem à massa dos ânions. Por exemplo, 1000 ppm de sulfato
significa 1000 ␮g de SO42– por mL de solução, e não 1000 ␮g de K2SO4.) Diluir a solução-

54
S. Demay, A. Martin-Girardequ e M.-F. Gonnord, J. Chem. Ed. 1999, 76, 812.
55
O hidróxido de tetradeciltrimetilamônio 100 mM (Número de catálogo WAT049387) é fornecido pela Waters Corp.
(www.waters.com). O surfactante é vendido com o nome comercial de “Osmotic Flow Modifier” OFM+OH–.

89
90 Capítulo Trinta e Cinco

estoque com água grau CLAE para obter os padrões com concentrações 2, 5, 10, 20, 50 e 100
ppm dos ânions. Armazene as soluções em frascos plásticos bem vedados.
Padrões para análise quantitativa: Preparar quatro soluções separadas de 1,00 L, cada
uma contendo apenas um ânion em uma concentração de ~50 ppm. Para isto, dissolver ~0,105
g de KCl, ~0,082 g de KNO3, ~0,091 g de K2SO4 ou ~0,153 g de KF (MF 58,10) em 1,00 L.

Procedimento
0. CUIDADO: A eletroforese utiliza uma alta voltagem perigosa. Certifique-se de que todos
os procedimentos de segurança do equipamento estejam sendo seguidos.
1. Para preparar o capilar para a sua primeira utilização, lavá-lo com NaOH 1 M por 15 min,
seguido de NaOH 0,1 M por 15 min e, a seguir, de tampão de corrida por 15 min. Neste
experimento, lave sempre a coluna com tampão de corrida por 1 min entre as injeções de
amostras.
2. Identificação dos picos: Injete uma mistura de 50 ppm de Cl–, NO3– e SO42– pela aplicação
de uma pressão de 0,3 bar por 5 s. Insira então o final do capilar com a amostra de volta
no tampão de corrida e execute a separação por 5 min em 10 kV, com o capilar termosta-
tizado em cerca de 25°C. O potencial deve ser positivo no injetor e negativo no detector.
O detector deve estar ajustado em 254 nm. Após a corrida, lave a coluna por 1 min com
tampão de corrida. Misture a solução de 50 ppm contendo todos os ânions com um volume
idêntico da solução de 50 ppm de Cl– e execute uma eletroforese desta mistura. O pico do
Cl– deverá ter o dobro do que apresentou na primeira corrida. Repita esse procedimento
com adições de NO3–, SO42– e F–. Esse procedimento identifica a qual ânion corresponde
cada pico e indica a localização do pico do F– na análise das amostras.
3. Curvas de calibração: Injete cada uma das misturas-padrão, partindo da concentração
mais baixa para a mais elevada (2, 5, 10, 20, 50 e 100 ppm) e meça a área de cada pico em
cada corrida. Repita a sequência mais duas vezes e use as áreas médias dos picos em cada
concentração para construir uma curva de calibração para cada ânion. Calcule a melhor
reta pelo método dos mínimos quadrados para o ajuste do gráfico da área dos picos versus
a concentração de cada ânion.
4. Amostras desconhecidas: Faça três vezes a injeção de cada amostra desconhecida de água
e meça a área dos picos. Utilize a média das áreas de cada pico e as curvas de calibração
para encontrar a concentração dos ânions nas amostras. No caso de analisar amostras de
águas com alto teor de sais, elas deverão ser diluídas por um fator de 100 com água grau
CLAE, para fazer com que as concentrações dos ânions sejam reduzidas para as faixas de
concentrações observadas em águas puras.
CAPÍTULO 36
Química Verde: Extração
por Dióxido de Carbono
Líquido de Óleo de
56,57
Casca de Limão
N os procedimentos analíticos, a extração por solvente pode fornecer a separação inicial do
analito da amostra bruta. Neste experimento, extrai-se um produto natural a partir de uma
matéria-prima renovável utilizando dióxido de carbono líquido como um solvente não tóxico PBT Perigo
sob condições ambientes, gerando um mínimo de resíduo. Se você realmente deseja calcular
os resíduos produzidos neste processo, você precisará levar em conta os resíduos criados para
Corrosivo Resíduos
gerar a energia necessária para fazer gelo seco (CO2 sólido) usado no experimento, incluindo
a quantidade de gelo seco perdido entre o local onde foi feito e seu laboratório. Você também
precisa levar em conta o transporte de gelo seco do fabricante para o seu laboratório. Mesmo
procedimentos “verdes” têm custos escondidos. Perfil Verde
Veja Seção 0
“Os óleos essenciais”, utilizados em aromas e fragrâncias, são compostos
orgânicos voláteis, incluindo monoterpenos, como o limoneno, comumente
encontrados em plantas do gênero citrus. Os óleos essenciais são geralmente
isolados por destilação a vapor em que o óleo codestila com a água a partir
da mistura do citrus com água em ebulição. O líquido condensado a partir
do vapor contém água e óleo, que se separam um do outro. A destilação a
vapor pode hidrolisar ou decompor alguns óleos. Por sua vez, os solventes
orgânicos utilizados para extrair os óleos podem ser inflamáveis, tóxicos ou
H indesejáveis. Como podemos isolar os óleos essenciais sem o uso de água
ou solventes orgânicos?
A extração com fluido supercrítico usa dióxido de carbono em temperatura
D-Limoneno e pressão elevadas para atingir um estado líquido ou de fluido supercrítico
adequado para extrações químicas. No diagrama de fases do CO2 na Figura
1, a linha de equilíbrio líquido-vapor termina no ponto crítico. Em temperatura e pressão
maiores do que as do ponto crítico, a separação entre as fases líquida e gasosa não existe
mais. Ao contrário, há uma única fase supercrítica, cujas propriedades se situam entre as dos
líquidos e as dos gases.
Um fluido supercrítico pode agir como um solvente líquido para dissolver solutos, mas
ainda mantém as propriedades de viscosidade e difusão semelhantes às de um gás. O CO2
supercrítico tem vantagens para extrair óleos essenciais de flores, casca de frutas, e outros
produtos. O CO2 supercrítico não é inflamável, é relativamente não tóxico e prontamente dis-
ponível. Para realizar uma extração supercrítica, é necessário um instrumento para aquecer
e pressurizar o CO2 acima do seu ponto crítico (31°C e 74 bar).
Para simular uma verdadeira extração com fluido supercrítico, vamos usar o CO2 líquido,
que tem propriedades semelhantes às do fluido supercrítico. Gelo seco sublima à pressão
atmosférica e temperaturas acima de –78°C. Se o CO2 é selado em um recipiente durante a

56
Adaptado de L. C. McKenzie, J. E. Thompson, R. Sullivan, and J. E. Hutchison, “Green Chemical Processing in the
Teaching Laboratory: A Convenient Liquid CO2 Extration of Natural Products”, Green Chem. 2004, 6, 355-358.
57
Este experimento recebeu a colaboração de Douglas E. Raynie, Departamento de Química e Bioquímica, Uni-
versidade Estadual de Dakota do Sul, Brookings SD 57007; douglas.raynie@sdstate.edu

91
92 Capítulo Trinta e Seis

Fluido
supercrítico

Ponto crítico

Pressão (bar)
Sólido Líquido

1 bar a Ponto
–78,7°C triplo Gás

Figura 1. Diagrama de fases do


Temperatura (°C)
CO2.

sublimação, a pressão aumenta no recipiente. Após a temperatura e a pressão terem aumentado


suficientemente, forma-se CO2 líquido. Podemos explorar a facilidade de liquefação do CO2
para extrair óleos essenciais da casca de citrus.

Reagentes e Material
Gelo seco triturado (em pó): 25 g/aluno.
Raspas de casca limão: 2,5 g/aluno. Ralar apenas a parte colorida da casca de limão com
um ralador de queijo.58
Metanol: 5 mL/aluno.
Tubo de centrifugação de 15 mL de polipropileno: 1/aluno (recomendado Corning
#430052).
Fio de cobre: 20 cm de comprimento de fio 18-22 para cada aluno.
Proveta graduada de plástico de 500 mL ou frasco de boca larga de policarbonato: um
por aluno. Alternativamente, construir um cilindro estanque a partir de um tubo plástico de
30 cm de comprimento, transparente, com um diâmetro de 25 mm e 3 mm de espessura de
parede colado em uma base plana, de plástico, com silicone para calafetar.
Filtro de papel: Um filtro Whatman # 1, circular, de 1,5 cm de diâmetro, por aluno.
Termômetro: Vários alunos podem compartilhar um único termômetro para medir a água
a 40-50°C.
Pinça: Vários alunos podem compartilhar um único par de pinças capazes de alcançar
dentro do cilindro para remover o tubo de centrifugação.
Pinça de ponta fina: Vários alunos podem compartilhar um único par.
Pipeta pasteur: Uma por aluno.

Precauções de segurança
0. A pressão gerada durante esta experiência faz com que exista risco de voarem as tampas
de plástico dos tubos de centrifugação e provocar ruptura em recipientes de plástico.
A fonte deste procedimento56 relatou que as tampas explodiram em 4% de todos os ex-
perimentos; assim, é ESPERADO que isso aconteça em seu laboratório. Em nenhuma
circunstância, outros recipientes diferentes do recomendado devem ser usados.
1. Não use nenhum vidro neste experimento. A utilização de tubos de centrifugação de vidro
ou provetas graduadas pode resultar em lesões graves se o vidro estilhaçar.
2. Sempre use óculos de proteção.

58
Em vez de casca de limão, pode-se optar por usar casca de laranja. O óleo de laranja terá um teor de cerca de 95%
de D-limoneno, que é suficientemente puro para caracterizar por espectroscopia de infravermelho e ressonância
magnética nuclear.
Química Verde: Extração por Dióxido de Carbono Líquido de Óleo de Casca de Limão 93

3. Use luvas ao manusear o gelo seco. Contato com o gelo seco pode causar danos à pele.
4. Não liquefaça o CO2 mais de 5 vezes no mesmo tubo de centrifugação. Após liquefações
repetidas, o tubo pode tornar-se frágil e passível de ruptura.

Procedimento
0. Leia as precauções de segurança e todo o procedimento antes do início do experimento.
1. Verifique se a tampa encaixa no tubo de centrifugação. Se a tampa não para de girar
quando você a aperta bem, tente uma tampa diferente ou um tubo diferente. Retire a
tampa e coloque-a de lado.
2. Seguindo a Figura 2, enrole o fio de cobre em três círculos em uma extremidade e deixe
a outra extremidade reta. As bobinas, formadas pelo fio de cobre enrolado, devem se
ajustar ao tubo de centrifugação e ficar acima da seção cônica do tubo. A seção reta do
fio deve estar dentro do tubo quando a tampa é enroscada. Coloque um pequeno círculo
de papel-filtro entre as bobinas, de forma que o papel-filtro suporte o sólido a ser extraído.
Coloque a bobina com o papel-filtro no tubo de centrifugação.

Fio Círculo
enrolado de papel Fio e papel-filtro
apoiado Adicione Adicione Gelo
dentro do tubo Seco triturado
na bobina de centrifugação casca de
laranja ou e feche a
limão tampa Tubo suspenso em Figura 2. Procedimento de
firmemente água dentro do tubo extração.56
cilíndrico de plástico

3. Adicione ~2,5 g de casca de limão ralada dentro do tubo, mas sem compactar. A casca
deve repousar sobre o papel-filtro. Durante a extração, o CO2 líquido deve penetrar na
casca, que não está compactada, e chegar à ponta inferior do tubo de centrifugação.
4. Encha, da metade a dois terços, o recipiente cilíndrico de plástico de 500 mL, ou o frasco
de boca larga de policarbonato, com água quente a 40-50°C. Não aqueça o cilindro ou
adicione água quente a qualquer momento depois do início do experimento, porque a
tampa pode sair do tubo de centrifugação durante a extração.
5. Usando luvas e usando uma colher ou um béquer pequeno, encha o tubo de centrifuga-
ção com gelo seco triturado. Coloque o tubo na bancada do laboratório e adicione mais
gelo seco para encher o tubo. Apanhe a tampa, que você já testou antes para ver se ela
se ajustava bem, e aperte-a firmemente. Se a tampa não aperta bem, tente uma tampa
diferente ou, se necessário, inicie novamente com um tubo e uma tampa diferentes.
6. Coloque o tubo de centrifugação com a extremidade cônica dentro do recipiente cilíndrico
com água morna. A sublimação do gelo seco vai fazer com que a pressão se torne elevada
no interior do tubo e o CO2 líquido irá aparecer em cerca de 15 segundos. Mesmo com
a tampa apertada, o gás vai escapar através dos fios.
7. Veja através da lateral do cilindro o CO2 ferver no tubo de centrifugação. Não olhe a
partir da parte superior do cilindro. Se a tampa sair, ela vai voar para cima e bater no
seu rosto.
8. Se o CO2 líquido não aparecer dentro de um minuto, a vedação não é forte o bastante
para manter uma pressão suficiente no tubo de centrifugação. Tire o tubo para fora do
cilindro com uma pinça, aperte a tampa, e coloque o tubo de volta na água quente. Se
o CO2 líquido não aparecer depois de várias tentativas em apertar a tampa, tente uma
94 Capítulo Trinta e Seis

tampa diferente. Se for necessário, comece de novo com uma nova combinação de tubo
e tampa.59
9. Quando a tampa estiver apertada, o líquido irá aparecer no tubo e o gás lentamente vai
escapar através dos fios. Lentamente gire o cilindro de modo que o tubo de centrifugação
frio não congele a parede do cilindro. Não remova o tubo de centrifugação do cilindro
enquanto o CO2 estiver presente. Você será protegido pelo cilindro, caso o tubo de cen-
trifugação pressurizado venha a explodir.
10. O CO2 líquido no tubo de centrifugação ferve intensamente e extrai o óleo essencial da
casca de limão. Depois de alguns minutos, o CO2 terá escapado do tubo e não restará
nenhum líquido. Cerca de 0,1 mL de óleo amarelo-pálido deve estar visível na parte in-
ferior do tubo de centrifugação. Se a casca de limão é muito compactada no tubo, o CO2
líquido não pode alcançar a ponta do tubo e o óleo extraído não aparecerá na ponta.
11. Quando não restar nenhum CO2 líquido no tubo de centrifugação, remova o tubo do
cilindro com uma pinça e desaperte a tampa ligeiramente para permitir que a pressão
restante escape. Depois que toda a pressão escapou, é seguro remover a tampa. Usando
uma pinça fina, puxe cuidadosamente o fio do tubo para remover a casca de limão.
12. Transfira o óleo extraído através de uma pipeta Pasteur para um frasco de cromatografia
em fase gasosa e dilua com metanol. Use a cromatografia de gás-espectrometria de massa
para comparar o seu extrato com uma amostra comercial de óleo de limão. Recomenda-
mos uma coluna apolar DB-5 com um gradiente de temperatura de 10°C/min. O óleo de
limão extraído terá cerca de seis componentes principais.
13. Como parte de seu relatório de laboratório, identifique os picos principais no cromatogra-
ma a partir do seu espectro de massa. Realize uma pesquisa bibliográfica sobre extração
supercrítica. (a) Encontre uma referência para o uso da extração supercrítica na indústria
de aromas e fragrâncias. (b) Além dos óleos essenciais, que tipos de compostos são geral-
mente extraídos via extração supercrítica? (c) Identifique um fornecedor de equipamento
para extração supercrítica.60

59
Em alguns casos, o CO2 pode não liquefazer ou nenhuma extração ser visível. Se o tubo de centrifugação é lavado
com uma pequena quantidade de metanol, geralmente consegue-se extrair o suficiente para ser observado através
de cromatografia de gás-espectrometria de massa.
60
Professores: O banco de dados da University of Oregon Greener Education Materials for Chemists (http://green-
chem.uoregon.edu/Pages/Overview.php?CategoryIDString=&FullTextSearchKeywords=orange&CategoriesToSe
arch=&NumberOfMainCategories=7&AnyAll=Any&ID=85) contém comentários de pessoas que realizaram este
experimento e permite que vocês adicionem seus comentários a partir da sua experiência.

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