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São Carlos
2012
Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir;
guiar-te-ei com os meus olhos.
Salmos 32:8
DEDICATÓRIA
Meus sinceros agradecimentos ao meu salvador Jesus Cristo por tanto amor, graça e
misericórdia ao me capacitar dia após a realização desse trabalho.
E louvo a Deus por cada pessoa que passou pela minha trajetória até esse instante.
Agradeço aos meus pais, Reynaldo Pasquantonio e Iraide Pasquantonio, pelo amor e apoio
incondicional em minhas tomadas de decisão.
Agradeço aos meus familiares, tios, tias, primos e primas pelo apoio e preocupação
demonstrada durante esse tempo.
Agradeço aos meus amigos de graduação, André Querelli, Bruno Cerralio, Davi Aono,
Matheus Henrique e Tiago Zocolaro, pelo tempo que passamos juntos durante a graduação
em que aprendi muito com eles não somente questões acadêmicas como também de
conduta.
Agradeço a família do Davi Aono pelo acolhimento que me deram e me tratando como se
fosse membro da família.
RESUMO
ABSTRACT
This study aims to analyze in a one of building systems that are in ascendancy
nationally which is the structural masonry, and within that system studies were made with the
intention of increasing national surveys about the masonry beams. The main function of this
element in a structure is to forward the efforts of the slab for the pillars and enable the
construction of larger spans. Because of these characteristics on the beams themselves a
new vertical loading which results in its bending in the longitudinal axis and near the support
shear stress is predominant. And the design of such efforts has some particularities
depending upon the standard being used and the constituent material of the beam. Thus this
paper aims to assess what these particularities buying the requirements of national
standards masonry concrete blocks with the requirements of standard concrete.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 8
1.1 Justificativa ............................................................................................................... 9
1.2 Objetivos .................................................................................................................... 9
1.3 Estrutura do texto ..................................................................................................... 9
2. METODOLOGIA ............................................................................................................ 11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 12
3.1 Componentes e Elementos de uma Estrutura em Alvenaria Estrutural ........... 12
3.2 Unidade (Bloco ou Tijolo) ...................................................................................... 13
3.3 Argamassa ............................................................................................................... 15
3.4 Graute ...................................................................................................................... 16
3.5 Armadura ................................................................................................................ 17
3.6 Prisma ...................................................................................................................... 18
3.7 Vigas......................................................................................................................... 19
3.7.1 Comportamento a Flexão ..................................................................................... 20
3.7.2 Comportamento ao Cisalhamento ........................................................................ 23
3.8 Dimensionamento ................................................................................................... 27
3.8.1 NBR15961-1 – 2011 - Alvenaria estrutural — Blocos de concreto -- Parte 1:
Projetos ............................................................................................................................. 27
3.8.2 NBR 6118/2007 - Projeto de estruturas de concreto – Procedimento .................. 34
4. ESTUDOS ANTERIORES.............................................................................................. 42
4.1 Guzman e Lissel (2005) .......................................................................................... 42
4.2 Landini (2001) ......................................................................................................... 48
5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS....................................................................... 54
5.1 Vigas de alvenaria – segundo as prescrições da nbr 15691-1/2011 .................... 54
5.1.1 Apresentação dos Resultados ............................................................................... 57
5.2 Vigas de concreto Armado - Segundo as Prescrições da NBR 6118/2007 ......... 59
5.2.1 Apresentação dos Resultados – Seção Balanceada .............................................. 61
5.2.2 Apresentação do Resultados - Momento Máximo da Alvenaria ......................... 63
6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................ 65
6.1 Seção balanceada – NBR 15691-1/2011 e NBR 6118/2003 .................................. 65
6.1.1 Comparação Entre Vigas com a Mesma Seção .................................................... 65
6.1.2 Análises Gerais ..................................................................................................... 68
6.2 Momento Máximo das Vigas de Alvenaria – NBR 15691-1/2011 e NBR
6118/2007 ............................................................................................................................. 71
6.2.1 Comparação entre Vigas de Mesma Seção .......................................................... 71
6.2.2 Análises Gerais ..................................................................................................... 74
7. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 75
8. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 77
9. GLOSSÁRIO .................................................................................................................... 79
10. ANEXO ........................................................................................................................ 81
10.1 Dimensionamento da viga VI-m de seção 14x39 cmxcm de Alvenaria seguindo
as prescrições da NBR 15691-1/2011 ................................................................................ 81
10.2 Dimensionamento da viga VI-c de seção 14X35 cmxcm seguindo as prescrições
da NBR 6118/2007 .............................................................................................................. 85
10.3 Dimensionamento da Viga VI-CM – de Seção 14x35 cmxcm - Segundo
Prescrições da NBR 6118/2007 .......................................................................................... 89
8
1. INTRODUÇÃO
A alvenaria é algo muito difundido ao redor mundo, isso devido ao histórico de sua
utilização na civilização, porém o seu uso como parte estrutural não apresenta muitos
estudos isso quando se compara com o tempo de sua utilização. O conhecimento
apresentado provém quase que na sua totalidade do século XX, e, além disso, o
conhecimento até esse instante alcançado foi a respeito de unidades, prismas e paredes.
Apesar de o Brasil ter grandes conhecimentos sobre o assunto a maior parte dos
estudos provém de outros países e com isso se torna inviável a aplicação total desse acervo
em nosso país, uma vez que, alguns processos como mão – de – obra, fabricação das
unidades, diferem de um local para outro e isso interfere no resultado final apresentado nos
elementos de alvenaria como paredes e vigas.
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
O trabalho a ser desenvolvido tem por objetivo fazer um estudo comparativo acerca
do dimensionamento a flexão e cisalhamento em vigas de alvenaria com as vigas de
concreto armado, seguindo, respectivamente, as prescrições das NBR15691-1/2011 e NBR
6118/2003.
2. METODOLOGIA
O inicio do desenvolvimento do trabalho se deu com um levantamento de artigos
publicados em diversos congressos internacionais, como The Eleventh North American
Masonry Conference, The Fourteenth Internacional Brick & Block Masonry Conference,
Canadian Masonry Symposium, além do material desses artigos foi utilizado dissertações
publicadas a respeito do assunto como as dissertações de Joaquim (1999), Landini (2001).
Além desses conteúdos de artigos e dissertações, para esse trabalho foi necessário
a utilização de livros que abordavam os assuntos como, Comportamento e
Dimensionamento de Alvenaria Estrutural, Projeto de Edifícios – Alvenaria Estrutural,
Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado,
A revisão bibliográfica foi elaborada partindo dos trabalhos acima citados e com
intuito de contextualizar o tema em pesquisa os conceitos aqui foram revisados partindo do
micro para o macro, ou seja, dos elementos que constituíam uma viga de alvenaria
estrutural que são blocos, argamassa, graute, armadura, chegando por fim na definição de
vigas de alvenaria.
Para esse estudo comparativo foram escolhidas três seções de vigas onde o
dimensionamento foi realizado com o auxilio de planilhas criadas no software Microsoft
Excel. Para demonstração do modelo de vigas aqui utilizados foram feitos desenhos
esquemáticos mostrando a viga em vista e também sua seção transversal.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para a melhor compreensão do estudo que será realizado através desse trabalho é
importante a revisão e o esclarecimento de alguns termos pertinentes a esse tema.
Primeiramente serão conceituados termos como componentes, unidades, elementos e
também dos componentes da alvenaria estrutural como blocos, argamassa, grautes,
armaduras, prismas concomitante com o conceito dos componentes informar-se-ão a sua
importância estrutural.
Com relação às formas que são comumente encontradas se tem unidades maciças
que são os tijolos e as unidades vazadas que são os blocos, essa diferenciação segundo
Ramalho e Corrêa (2003) faz pela porcentagem de vazios que há na unidade, caso a
porcentagem for no máximo de 25% enquadra-se unidade em maciça e em casos que o
número de vazios ultrapasse essa porcentagem trata-se de uma unidade vazada, ou seja,
bloco.
Com relação ao cálculo das tensões é feito tomando como base à área total da
unidade sem levar em consideração os vazios presentes na unidade é denominada tensão
em relação à área bruta e nos casos que se considera o número de vazios denomina-se
tensão em relação à área liquida.
A importância estrutural das unidades é de certa maneira intuitiva, pois quanto maior
a resistência da unidade utilizada consequentemente maior será a resistência do elemento
formado.
Figura 1 - Bloco
Figura 2 –Tijolo
3.3 ARGAMASSA
inviabiliza o contato entre os blocos devido alguma falha de execução, por esse motivo que
o intervalo do tamanho da espessura deve ser estreito. Segundo Landini (2001) informa que
uma espessura normal para junta de argamassa é de 1 cm.
Fonte: http://imoveis.culturamix.com/construcao/tracos-para-argamassa-importantes-para-
uma-boa-construcao
3.4 GRAUTE
contudo para criar tal estrutura similar ao concreto armado o graute deve estar bem aderido
ao bloco e envolver completamente a armadura.
3.5 ARMADURA
A armadura em alvenaria estrutural faz uso das mesmas barras de aço que são
utilizadas nas estruturas de concreto armado, porém em estruturas de alvenaria essas
barras são envoltas por graute para garantir o trabalho mutuo com os demais componentes
do elemento em alvenaria. Além dessa aplicação outro local que pode ser usado armadura
são nas juntas das argamassas de assentamento.
3.6 PRISMA
De acordo com a NBR 15961-1 (2011) define prisma como corpo de prova obtido
pela superposição de blocos unidos por junta de argamassa, grauteados ou não.
Fonte:http://www.consultoriaeanalise.com/2011/04/dimensionamento-alvenaria-
estrutural.html
3.7 VIGAS
As vigas de alvenaria são elementos estruturais que são utilizados para vencer vãos
sobre aberturas em paredes, essas vigas podem ser construídas com os mesmos blocos
que são utilizados na construção de paredes, em outras situações pode se utilizar blocos
canaletas em formato U grauteados. As vigas de alvenaria assim como as de concreto são
feitas com intuito de resistir a flexão e cisalhamento gerado pelas cargas sobre a estrutura.
Segundo a NBR15961-1 - 2011 no item 3.14 define viga como sendo elemento linear que
resiste predominantemente à flexão e cujo vão seja maior ou igual a três vezes a altura da
seção transversal.
As vigas de alvenaria podem ser de dois tipos que são alvenaria não armada onde
não há armadura na região tracionada da viga, onde o esforço de tração deve ser resistido e
suportado apenas pelo bloco de alvenaria, no entanto diversos estudos mostram que os
blocos de alvenaria não resistem de maneira satisfatória a esforços a tração. Segundo
Drysdale, Hamid e Parsekian (2012) infere que a resistência à tração da alvenaria resulta
em uma parte muito pequena da resistência á compressão desta. Devido a isso se faz
necessário o uso de armadura na região tracionada para resistir aos esforços de tração
gerados, a essa união da alvenaria com o aço tem-se as vigas de alvenaria armada.
fissuras e sabendo disso dimensionar a armação para que não ocorra esse estágio de
fissuração previsto nesses estádios.
maneira repentina, e isso se deve pois a seção foi superarmada. Segundo Drysdale, Hamid
e Parsekian (2012) quando a viga é superarmada, a armadura não atinge a tensão de
escoamento antes do limite de resistência e de deformação da alvenaria, fazendo com que a
ruptura ocorra sem aviso. Enquanto que o segundo ponto notável dessa curva apresenta a
seção subarmada, e de maneira análoga ao que foi referido por Drysdale, Hamid e
Parsekian (2012), na seção subarmada ocorre o escoamento do aço e há o aviso da ruptura
da seção e nesse ponto é possível fazer o equilíbrio da seção e assim se define o momento
máximo resistido pela seção.
As hipóteses (1), (2) e (6) são as hipóteses que fundamentam as analises até aqui
realizadas por diversos pesquisadores no estudo e desenvolvimento da teoria de viga. É
possível notar grandes semelhanças entres as hipóteses de vigas de alvenaria acima
citadas com vigas de concreto armado. Essa semelhança é verificada uma vez que algumas
dessas hipóteses acima citadas são utilizadas em pesquisas sobre o comportamento de
vigas de concreto armado com armadura à flexão um exemplo disso é a pesquisa realizada
por Borges (2002) que realizou um estudo sobre o comportamento de vigas de concreto
armado as hipóteses aqui citadas (1), (2) e (6) são também por eles citadas.
Além disso, as hipóteses aqui expostas são consideradas para o estádio III e após a
leitura do material para realizar essa revisão é possível verificar que as hipóteses aqui
citadas são consideradas nas normas que aqui serão estudadas como exemplo disso Taylor
23
e Francis (2004) cita as mesmas hipóteses para BS5628 e EuroCode 6 e The Masonry
Society´s (2010) faz uso das mesma suposições para o equacionamento apresentado no
ACI 530-08.
Como explicado anteriormente a respeito dos estádios é possível verificar uma intima
relação entre os estádios da viga e a fissuração que esta apresenta devido ao momento que
é resistido pela viga. A Figura 9 representa a seção transversal, seção equivalente, ou seja,
seção a qual é utilizada efetivamente no cálculo, o diagrama de deformação e de tensões. E
através dessa figura é possível inferir sobre qual estádio se encontra a viga, isto é, a figura
(a) representa a viga no estádio I, já a figura (b) remete a viga no estádio II e, por
conseguinte a figura (c) demonstra uma viga no estádio III as figuras será mais bem
explorada no tópico sobre equacionamento.
Esse fenômeno ocorre quando temos nas vigas esforços cortantes que são os
preponderantes em uma viga, uma vez que as vigas são construídas para resistir a esforços
verticais.
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/miltoncf/fotos/Foto_30.bmp
Quanto ao cisalhamento é possível classificar as vigas em dois tipos que são vigas
não fissuradas e vigas fissuradas que por sua vez se dividem em mais dois tipos para
melhor compreensão dos conceitos que são as vigas sem estribos transversais e vigas com
estribos transversais.
A fissura cisalhamento-flexão são as que mais ocorrem em uma viga e isso se deve
ao fato de que elas são formadas na região de flexão das vigas. Esse tipo de fissura
desenvolve-se a partir da fissura devido a flexão, a fissura por flexão dar-se-á em vigas
perpendicular a armadura longitudinal como é possível notar na figura abaixo, esse tipo de
fissura é também chamada de fissura original enquanto que a fissura por tração diagonal é
25
chamada de fissura secundária. A Figura 11 mostra o os tipos de fissuras que ocorrem nas
vigas tanto de alvenaria como de concreto armado.
Além da relação vão e altura útil (a/d), outro fator que influencia diretamente na
resistência ao cisalhamento trata-se da taxa de armadura de flexão, isto é, com o aumento
da taxa de armadura de flexão aumenta-se também a resistência ao cisalhamento das
vigas.
(3.1)
Onde:
.
27
3.8 DIMENSIONAMENTO
3.8.1.1 Flexão
De acordo essa norma além das condições estabelecidas no item 3.7.1 deste
trabalho, a norma em seu item 11.1 prescreve para o dimensionamento a flexão os
seguintes parâmetros:
A Figura 13 pode ser dividida em quatro partes onde a primeira temos a seção
transversal genérica de base b e altura útil d, na segunda parte encontra-se a distribuição de
deformações onde é possível notar que na analise de estado limite último a deformação da
alvenaria é de , ou seja, 0,35%, deformação igual a prescrita para deformação
28
de estruturas de concreto, além disso, temos a cota c que consiste na distância entre o
bordo superior da seção e a linha neutra (LN). Na terceira parte encontramos a distribuição
real de tensão onde encontramos no bordo superior uma curva que representa todo esforço
de compressão gerado pela alvenaria e no bordo inferior temos o esforço de tração que será
gerado pela armação a ser calculada. Na última parte temos a simplificação do diagrama
anterior onde temos a distribuição de tensão de compressão constante ao longo de todo
trecho.
(3.2)
(3.3)
Onde:
29
(3.4)
Onde:
(3.5)
Onde:
Através dessa equação é possível inferir a profundidade da linha neutra (x) desde
conhecida a quantidade de aço que foi utilizado na armação da seção, de maneira análoga
pode inferir a partir da profundidade da linha neutra a quantidade de aço que deve ser
utilizada para equilíbrio da seção.
(3.6)
Onde:
3.8.1.2 Cisalhamento
O dimensionamento ao cisalhamento que aqui será levado em análise são os casos
onde ocorre nas vigas a presença dos estribos transversais, e o raciocínio que seguimos é
semelhante ao dimensionamento de flexão, ou seja, realizar o equilíbrio dos esforços
gerados sobre a viga. Para isso tem-se como parcela colaborante os esforços dos estribos
transversais e também o esforço gerado pela alvenaria, ambos devem resistir ao esforço
cortante gerado nos apoios devido a carga sobre a viga. A Figura 14(b) representa
graficamente o equilíbrio de forças para o cálculo do esforço cortante.
(3.7)
Onde:
(3.8)
Onde:
A norma prescreve que esse valor deve ser maior que 1, porém não majorando a
resistência característica ao cisalhamento ultrapassando 1,75 MPa.
Fazendo o produto entre a equação 3.7 e 3.8, e a seção temos que a força cortante
resistida pela seção é de:
(3.9)
32
Onde:
(3.10)
Onde:
(3.11)
(3.12)
Onde:
(3.13)
Onde:
34
(3.14)
3.8.2.1 FLEXÃO
O dimensionamento a flexão em vigas de concreto segue o mesmo raciocínio
utilizado em vigas de alvenaria, ou seja, equilíbrio das forças atuantes na seção transversal
e também equilíbrio do momento da seção com o momento ocasionado pelo carregamento
sobre a viga.
35
(3.15)
(3.16)
(3.17)
Onde:
(3.18)
36
(3.19)
(3.20)
(3.21)
Onde:
(3.22)
(3.23)
(3.24)
Onde:
Após analisado a profundidade da linha neutra, basta substituir esse valor em uma
das equações do sistema. Sabendo que o momento resistente de cálculo é igual a:
38
(3.25)
Onde:
(3.26)
Onde:
3.8.2.2 Cisalhamento
O dimensionamento de vigas para resistirem ao esforço cisalhamento de acordo com
a NBR é realizado de duas maneiras que são as seguintes:
(3.27)
(3.28)
Em que:
A equação 3.27 é necessária uma vez que a força cortante solicitante de cálculo
deve ser menor que a força máxima resistida pela seção a fim de evitar a ruína das bielas
de comprimidas de concreto. Enquanto que a equação 3.28 aborda o dimensionamento
propriamente dito isso porque é através dela é que chegamos ao um valor de força cortante
que deverá ser resistido pela armadura transversal após descontar a parcela da força
cortante absorvida pela seção .
A verificação da compressão das bielas é feita de acordo com a equação 3.29 que
segue abaixo:
(3.29)
Onde:
,e em MPa.
(3.30)
(3.35)
(3.36)
Onde:
(3.37)
Com o valor da força cortante resistida pela seção e a força cortante solicitante
de cálculo é possível encontrar o valor da força cortante resistida pela armadura
transversal , com o valor de é possível calcular o espaçamento da armadura
transversal.
41
(3.38)
(3.39)
Onde:
4. ESTUDOS ANTERIORES
4.1 GUZMAN E LISSEL (2005)
Nessa pesquisa foi estudada três tipos de vigas, no primeiro caso foi estudado uma
viga de vão 8 metros com altura útil da viga de 850 mm, no segundo repetiu-se o vão da
viga e altura útil porém os blocos foram totalmente grauteados enquanto que o primeiro caso
os blocos não foram grauteados e o terceiro caso foi analisada uma viga de 4 metros e
altura útil 450 mm. As particularidades dos dois casos são que as duas vigas em estudo
eram biapoiadas, o carregamento sobre a viga era distribuído e tinham o mesmo valor, e o
bloco utilizado nos dois casos era de 190 mm.
No entanto, antes da analise dos pesquisadores nesse artigo é feito um resumo dos
estudos realizados por Suter, a preocupação com que questão das vigas de alvenaria e em
especial ao esforço de cisalhamento. Suter inicia essas pesquisas em 1974 na cidade de
Edinburgh onde concomitante com A.W. Hendry notou a necessidade de alterar a forma de
dimensionamento que o Canadá utilizava para dimensionamento por estado limite ultimo.
E nesses estudos e tomando como base outros estudos perceberam que o esforço
cortante está atrelado a questões como relação vão e altura útil, ou seja, a/d, outro ponto
importante era taxa de armadura a flexão. Esses fatores já eram levados em conta em vigas
de concreto porém não se tinha notado a importância dessas duas consdições para vigas de
alvenaria.
Na Tabela 2 nota-se que Suter e Hendry fazem um resumo dos valores das séries
das vigas em analise e a conclusão que chegaram foi de que com a redução da relação a/d
notaram um aumento significativo na resistência a cortante da seção.
43
Com analise desses dados eles chegaram as seguintes conclusões que ao reduzir a
relação há um aumento na resistência a cortante das vigas e elem disso notaram que a
variação na taxa de armadura não proporciona uma alteração significante na resistência ao
cisalhamento, fato que ocorre em vigas de concreto armado, sendo assim concluíram que a
taxa de armadura poderia ser negligenciada que os valores ainda assim seriam
conservadores.
Após esses estudos sobre a questão dos fatores que influenciam de maneira incisiva
nos valores de resistência ao cisalhamento, Suter começou a desenvolver um trabalho junto
com H. Keller e notaram que até aquele instante que o valor de resistência ao cisalhamento
que a seção resiste não levava em conta a relação a/d. Devido a isso eles propuseram que
esse critério fosse estabelecido pela norma.
A utilização de vigas para vãos curtos mesmo que usada uma seção menor a
sua resistência a flexão e cisalhamento é suficiente para resistir.
48
Para vigas longas isso ocorre em somente cerca de 1/3 dos casos ou até
menos.
Landini confeccionou um total de quatro de vigas onde foram usados para rodas os
mesmos materiais que foram, blocos de concreto, areia, cimento, brita, etc.Com intuito de
estudar esforço cortante e flexão, foi mantido alguns fatores constantes como traço de
argamassa e do graute além do traço foi utilizado os mesmos materiais. O comprimento do
vão e a largura da viga foram mantidos constantes, a única variação que houve com relação
a altura das vigas onde duas foram feitas com duas fiadas e as outras duas com três fiadas.
Após o dimensionamento realizado para cada viga foi possível resumir os valores na
Tabela 4 que fornece as informações que a seguir serão analisados.
50
Prosseguindo com sua pesquisa Landini fez ensaios das quatro vigas, o ensaio foi
realizado esperando que os resultados fossem aqueles mostrados na Tabela 6 , porém não
foi o que ocorreu uma vez que todas as vigas romperam de maneira tradicional, isto é, por
escoamento da armadura longitudinal. Os valores tanto de carregamento como de
deslocamento mostrado na Tabela 6, são devido a ruptura por escoamento da armadura
longitudinal, ou seja, ruptura por flexão.
52
a) As vigas 2BL – CIS e 3BL – CIS notou que alguma das fissuras estenderam
em direção a carga concentrada a partir do momento em que a armadura
longitudinal de tração iniciou o seu escoamento.
b) Vigas baixas não apresentam a transmissão de esforços por efeito arco, logo
as normas ACI 530 e BS 5628 para tais casos serem contra segurança;
5. APRESENTAÇÃO DOS
RESULTADOS
triângulos temos que a posição da linha neutra (x), considerando máxima deformação da
alvenaria e da armadura tracionada temos que:
(5.1)
Onde:
(5.2)
Onde:
57
(5.3)
Com intuito de comparar a mesma profundidade da linha neutra isso porque assim
como a NBR 15691-1/2011 que prescreve o valor da deformação da alvenaria em 0,35%, a
NBR 6118/2007 também prescreve essa mesma deformação para o dimensionamento a
flexão de vigas de concreto. E como a deformação do aço encontrada é de 0,207%, tem-se
dessa maneira a mesma seção balanceada, ou seja, .
61
O valor utilizado para tensão característica do concreto (fck) foi arbitrado de maneira
a se ter uma resistência de igual valor a tensão do prisma especificada para vigas de
alvenaria.
Assim como as vigas de alvenaria do item 5.1 deste trabalho as vigas de concreto
armado foram dimensionadas nessa etapa a partir da profundidade máxima da linha
utilizando armadura simples, isto é, com isso as temos para a viga VI-C os seguintes
resultados alcançados:
Outro estudo comparativo que será feito é através do momento máximo da seção de
alvenaria, ou seja, a partir do momento resistente característico encontrado nas vigas de
alvenaria far-se-á o dimensionamento da viga de concreto armado. As vigas apresentaram
a mesma conformidade e as equações estabelecidas no item 3.8.2 serão utilizadas da
mesma maneira.
Assim como as vigas VI-CM e VII-CM, temos na Tabela 17 os resultados da viga VIII-
CM, considerando o momento resistente de cálculo da viga VIII-M que foi o valor de
A Tabela 18 traz os valores de comparação das vigas VI-M e VI-C, onde a primeira
coluna apresenta-se os valores da viga VI-M, na segunda coluna os dados da viga VI-C e
por ultimo na terceira coluna se tem uma razão percentual entre os resultados encontrados
das duas colunas anteriores.
A Tabela 19 traz os valores de comparação das vigas VII-M e VII-C, onde a primeira
coluna apresenta-se os valores da viga VII-M, na segunda coluna os dados da viga VII-C e
por ultimo na terceira coluna se tem uma razão percentual entre os resultados encontrados
das duas colunas anteriores.
A Tabela 20 traz os valores de comparação das vigas VIII-M e VIII-C, onde a primeira
coluna apresenta-se os valores da viga VIII-M, na segunda coluna os dados da viga VIII-C e
por ultimo na terceira coluna se tem uma razão percentual entre os resultados encontrados
das duas colunas anteriores.
significativa uma vez que a força cortante absorvida pela alvenaria da viga VIII-M foi 25,2%
maior que a força cortante absorvida pele seção da viga VIII-C. E por último vemos que a
armadura transversal dimensionada para viga VIII-M o valor de acordo com a Tabela 20 é
0,01 cm² enquanto que para viga VIII-C o valor foi de 0,15 cm², ou se já a armadura
transversal dimensionada é para VIII-M é 6,6% da armadura transversal utilizada na viga
VIII-C, porém para efeito normativo o caso da viga VIII-M utiliza a armadura transversal
mínima prescrita no valor 0,07cm².
Ao comparar as Tabela 18, Tabela 19, e Tabela 20 é possível observar que algumas
razões percentuais se mantém constantes como é o caso da armadura longitudinal, do
momento resistente característico, onde seus valores foram respectivamente de 13,3% e
73,5%. Essas razões percentuais se mantém constantes pois os coeficientes de segurança
e a parcela que se utiliza de alvenaria para a compressão é diferente da utilizada na seção
de concreto. Ao dividir as equações abaixo temos que:
Temos que:
(6.1)
(6.2)
69
Outro ponto constante mesmo variando a seção das vigas foi quanto ao momento
resistente característico, por analogia ao processo da armadura longitudinal para o momento
resistente característico. Dividindo as equações de momento de cálculo resistente da viga
de alvenaria pela viga de concreto temos que:
(6.3)
Como os momentos resistentes de cálculo tanto das vigas de alvenaria quanto das
vigas de concreto armado é o momento resistente característico majorado em 1,4 temos que
a equação 6.4 é dada por:
(6.5)
Segundo Drysdale, Hamid e Parsekian (2012) diz que a resistência de 0,35 MPa é
um valor de tensão mínima esperado considerando as seções toda grauteada e esse valor
corresponde por analogia a resistência a compressão do concreto de 8MPa. Enquanto que a
parcela de , refere-se a consideração do tirante como mostrado na Figura 12
.considerações essas que não são consideradas na resistência a tração do concreto.
Outro ponto de comparação é com relação a força cortante absorvida pela seção,
pois como vimos no capitulo 3, as força cortante absorvida tanto no caso das vigas de
alvenaria quanto de concreto armado levam em consideração a tensão resistente ao
cisalhamento, porém, que somente por essa consideração teríamos um absorção maior da
alvenaria do que na vigas concreto armado.
pois através desse fator a tensão de resistência ao cisalhamento pode alcançar o valor de
1,75 MPa, enquanto que a tensão máxima característica resistente ao cisalhamento é
de 0,7MPa, ou seja, é possível alcançar um valor 250% maior que o característico.
Vale lembrar que não levamos em conta a bitola encontrada, isso porque em vigas
de concreto armado é considerado tramo duplo, ou seja, para dimensionar o diâmetro da
barra toma-se metade do valor encontrado no dimensionamento, enquanto que em vigas de
71
Neste tópico faremos outra comparação, no entanto o que será ,mantido constante é
o momento resistente característico. O momento que foi utilizado para análise paramétrica
foram os momentos calculados para vigas de alvenaria armada, uma vez que os seus
valores foram menores do que os encontrados para vigas de concreto armado.
A Tabela 21 informa um resumo dos resultados das vigas VI-M e VI-CM, a estrutura
adotada é a mesma da que foi utilizada no item 6.1.1, em que a primeira coluna traz os
dados obtidos da viga VI-M, enquanto que na segunda traz os resultados da viga VI-CM e
na última coluna temos a relação entre os valores analisados.
Outro resultado a ser analisado é a parcela da força cortante que seção absorve, em
que na viga VI-M apresenta um aumento de 40% em relação a viga VII-CM.
A Tabela 22 informa um resumo dos resultados das vigas VII-M e VII-CM, a estrutura
adotada é a mesma da que foi utilizada no item 6.1.1, em que a primeira coluna traz os
dados obtidos da viga VII-M, enquanto que na segunda traz os resultados da viga VII-CM e
na última coluna temos a relação entre os valores analisados.
que a profundidade da linha neutra, para resistir ao momento resistente de cálculo de 43,49
kNm, foi praticamente o dobro da profundidade encontrada na viga VII-CM.
Outro resultado a ser analisado é a parcela da força cortante que seção absorve, em
que na viga VIII-M apresenta um aumento de 35% em relação a viga VII-CM. Com relação a
quantidade de aço para armadura transversal da viga VII-M é aproximadamente 50% maior
em comparação com a viga VII-CM.
Outro resultado a ser analisado é a parcela da força cortante que seção absorve, em
que na viga VIII-M apresenta um aumento de 25% em relação a viga VIII-CM. Com relação
a quantidade de aço para armadura transversal da viga VII-M é aproximadamente 28%
maior em comparação com a viga VIII-CM. Lembrando que tanto para viga VIII-M e a viga
VIII-CM a quantidade de aço dimensionada não deve ser utilizada para o detalhamento pois
em ambos há quantidade é menor do que aquela especificada pela norma, onde para viga
VIII-M deve se utilizar 0,07 cm² assim como para viga VIII-CM.
7. CONCLUSÕES
A partir dos resultados apresentados e discutidos sobre vigas de alvenaria armada e
concreto armado foi possível concluir a respeito dos esforços de flexão:
Através dos pontos supracitados temos que as vigas de alvenaria armada quanto a
flexão não apresentam vantagens em sua utilização tendo por base para isso o
dimensionamento prescrito nas literaturas pesquisadas.
Por fim resta analisar que os estudos realizados foram apenas de enfoque teórico, no
entanto mostram que é preciso um estudo mais aprofundado a fim de se aperfeiçoar um
sistema construtivo que apresenta tantas vantagens construtivas como a alvenaria
estrutural.
77
8. BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Alvenaria estrutural —
Blocos de concreto - Parte 1: Projeto. NBR 15961-1, Rio de Janeiro 2011.
FEREIG, S. M., Shear strength of reinforced concrete masonry beams with web
reinforcement- ACI Structural Journal, v.91, n.4, p.415-422, Jui-Aug 1994.
9. GLOSSÁRIO
Letras Minúsculas:
80
Letras Maiúsculas
Letras Gregas
81
10. ANEXO
c = 6cm = 1,75
d = 33cm m =2
L = 150cm s = 1,15
Momento de serviço :
82
Fator majorante
Verificação:
Como
85
c= 2cm c = 1,4
d= 33cm s = 1,15
L=150cm
Momento de serviço :
86
Força cortante :
88
c= 2cm c = 1,4
d= 33cm s = 1,15
L=150cm
Momento de serviço :