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LAZER:
Direitos e Acessibilidade das
Pessoas com Deficiência ou
Necessidades Especiais
Campinas
2007
FICHA CATALOGRÁFICA ELABI(>RADA
PELA BIBLIOTECA FEF- UNidAMP
Cotomacc·l, Giovana
C8261 Lazer: direitos e acessibilidade das pessoas f:om deficiência ou
necessidades especiais f Giovana Cotomacci. - campinas, SP: [s.n.],
2~. I
GIOVANA COTOMACCI
LAZER:
Direitos e Acessibilidade das
Pessoas com Deficiência ou
Necessidades Especiais
Campinas
2007
Ao terminar este trabalho realizado no período curto de tempo,
aproximadamente em quatro meses, sou grata a Deus que me concedeu a graça da
dedicação par alcançar com plenitude o objetivo estabelecido;
Com muito carinho, agradeço aos meus pais e minha irmã que possibilitaram a
minha presença e conclusão deste curso. Obrigada por tudo;
Agradeço ao meu orientador, Prof Paulo Ferreira Araújo, pelo incentivo,
atenção, paciência e valorização durante a preparação desse trabalho,·
Agradeço a todos os professores do curso de Especialização em Atividade
Motora Adaptada, pela dedicação e conhecimentos transmitidos;
Aos colegas do curso de Especialização Motora Adaptada do ano de 2006,
obrigada pelas trocas de experiência e pelos momentos descontraídos e agradáveis
que passamos juntos;
As novas amigas: Luciana; Simone; Paola; Arle, Theodora que acompanharam
a elaboração dEste trabalho. Obrigada pela força e orientações.
Em especial a nova amiga Fabiana que acompanhou mais de perto todas as
minhas angústias, preocupações, decepções, vitórias, conquistas no transcorrer deste
trabalho. Fá, muito obrigada pela preocupação, orientação, carinho, atenção,
paciência e estímulo durante todo o período da especialização. Com certeza está
amizade será para sempre.
COTOMACCI, Giovana.. Direitos e Acessibilidade das Pessoas com Deficiência ou
Necessidades Especiais. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização)-Faculdade de
Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.
RESUMO
ABSTRACT
In this work, propusemo-in studying the accessibility of the people with necessities special in the
leisure. Of this form we believe to be necessary to identifY the cultural contents (activities), the
frequency (time), in which places (spaces) they happen and which is the fonn ofparticipation and
organization ofthe activities (attitudes) in the leisure. We adopt these parameters in the literature
revision. The difficulties that the people find to have access to the leisure first, are the barriers,
being able to be physical architectural or, of transport, atitudinais and of auto acceptance. When
carrying through this study conceming the accessible conditions that intervene with the leisure,
we intend that this can contribute for the basement of future quarrels politics that they come to
promete the leisure for the deficient People or those in Conditions Special as: aged, gestantes
disabled temporarily among others. We in such a way believe that this work can serve of
reflections or as starting point, alerting the importance for the improvement of the conditions o f
leisure in questions politics as for the people with necessities special that can surpass or know to
deal with its limitations, are physical, personal, emotional or social.
INTRODUÇÃO ______________________________________ 09
I DEFICIÊNCIA-------------------------------------- 12
1.1 Um breve histórico da Deficiência no mundo _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ___ 12
1.2. Conceito e Classificação da Deficiência _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ 17
1.3. Pessoas com Deficiência _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ___ 20
1.4. Caracterização das Deficiências _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ 22
1.4.1. Deficiência F í s i c a - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 22
1.4.1.1. Tipos de Deficiência F í s i c a - - - - - - - - - - - - - - - - - - 23
1.4.1.2. Dados E s t a t í s t i c o s - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 23
23
1.4.1.3. C a u s a s - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
1.4.1.4. Fatores de R i s c o - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 24
1.4.1.5. Identificando a Deficiência_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ 24
1.4.1.6. Exames para ter um Diagnóstico Correto. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ___ 25
1.4.2. Deficiência Visual _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ 25
1.4.2.1. Tipos e Classificação de Deficiência Visual _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ 25
1.4.2.2. Dados E s t a t í s t i c o s - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26
1.4.2.3. C a u s a s - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
27
1.4.2.4. Fatores de R i s c o - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27
1.4.2.5. Identificando a D e f i c i ê n c i a - - - - - - - - - - - - - - - - - - 28
1.4.2.6. D i a g n ó s t i c o - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 28
1.4.3. Deficiência Auditiva _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ 29
1.4.3.3. C a u s a s - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30
1.4.3.4. Fatores de R i s c o - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 31
O tema deste trabalho foi escolhido pela escassez dos meios de acesso ao lazer
que as cidades disponibilizam para as pessoas portadoras de necessidades especiais.
No Brasil, apesar de existir lei que regulamenta a inserção das pessoas
portadoras de necessidades especiais na sociedade, muitas especificações contidas nela não são
cumpridas. Assim, a maioria destas pessoas sofre exclusão social por não ter o mesmo acesso que
as pessoas sem nenhuma limitação.
Esta dificuldade de acesso às atividades de lazer se dá ao grande número de
barreiras, sendo elas, arquitetônicas, urbanísticas, das edificações, dos transportes e das
comunicações existentes nas cidades.
O objetivo desta pesquisa é conhecer os diversos tipos e maneiras de
acessibilidade às pessoas com necessidades especiais, principalmente nas práticas de lazer, para
assim fornecer subsídios de intervenção para possíveis elaborações de programas que
possibilitem a implantação e manutenção da acessibilidade às práticas de lazer, oportunizando a
utilização adequada da sociedade, como deficientes, idosos, gestantes, obesos, e etc, a essas
práticas.
Este estudo foi desenvolvido a partir do levantamento bibliográfico acerca dos
conceitos de lazer, deficiência e acessibilidade. Segundo Marconi & Lakatos (1991, p. 183 ), a
pesquisa bibliográfica tem como finalidade "colocar o pesquisador em contato direto com tudo o
que foi escrito sobre determinado assunto".
Desta maneira, foram empregadas as seguintes fontes de consulta: livros, teses,
dissertações e artigos consultados via Internet relacionadas direta ou indiretamente à questão da
acessibilidade ao lazer na vida das pessoas com necessidades especiais, utilizadas então para a
elaboração deste trabalho, possibilitando informações importantes para refletir sobre o assunto.
O presente trabalho encontra-se desenvolvido basicamente em três capítulos:
O primeiro capítulo explicita historicamente sobre a evolução dos conceitos,
caracterizações, classificações e particularidades das deficiências.
11
1 DEFICIENCIA
Ainda Ávila, a estas pessoas, somam-se inúmeras outras como Ludwig Van
Beethoven - surdo, ou o Antônio Francisco Lisboa, o «Aleijadinho", que assim ficou conhecido
devido à deficiência física que portava.
Nas culturas primitivas, para que as pessoas sobrevivessem era preciso ir atrás
de alimentos, caçavam e pescavam. Assim as pessoas com dificuldade de locomoção, como os
13
idosos, doentes e pessoas com deficiências colocavam em risco todo o grupo e então era
necessário abandonar essas pessoas.
Para os Hebreus, "toda a doença crônica quanto à deficiência fisica ou mental, e
mesmo qualquer deformação por menor que fosse, indicava um certo grau de impureza ou de
pecado". (Silva, 1987, 74). E ainda diziam que qualquer ato errado que acarretasse em
desarmonia, o castigo era a amputação de membros.
Vê-se que antigamente era comum a amputação dos membros como forma de
punir e estigmatizar, a prática objetivava informar a todos que as pessoa.;; portadoras de seqüelas
decorrentes das amputações eram escravos, criminosos ou traidores. No Brasil, na população
branca, a deficiência surgia na época devido à carência alimentar, era a causa principal para as
anomalias, como: cegueira noturna, raquitismo, beribéri e outras. Entre os negros escravos, havia
um elevado número de deficientes devido aos castigos fisicos, maus tratos e acidentes de trabalho
nos engenhos ou lavouras de cana.
De acordo com Silva (1987), no que se refere à história dos deficientes físicos
no Brasil, nos períodos colonial e imperial, os historiadores Soutley, Santos Filho descrevem que
era raríssimo encontrar aleijados, cegos, surdo-mudos e coxos entre os indígenas nos primórdios
da colonização. As poucas anomalias apresentadas, eram resultado de guerras ou acidentes na
selva. Nos casos de deficiência congênita, as crianças eram sacrificadas pelos pais após o
nascimento.
Na Idade Média, marcada pelo Cristianismo, a deficiência era ligada a questões
religiosas, quem possuía alguma deficiência era vista como demoníaca e/ou satânica. As pessoas
ao invés de buscarem conhecimentos mais científicos aprofundados sobre as doenças e suas
causas, viam na fé, na religião a explicação. Então acreditavam que um corpo "defonnado" só
podia abrigar uma mente também defonnada.
As crianças que nasciam deformadas eram jogadas nos esgotos da Roma Amig:...
Na Idade Média, deficientes encontravam abrigo nas igrejas, o melhor exemplo
é o Quasímodo- do livro "O Corcunda de Notre Dame", de Victos Hugo, que
vivia isolado na torre da catedral de Paris. Na mesma época, os deficientes
mentais eram seres diabólicos que mereciam castigos para serem purificados
(Ávila, 2005, p. 29).
de deficiência e a prevenir grande parte de doenças que causavam deficiência, passando então a
terem um melhor controle dessas pessoas e encaminhavam à uma grande diversidade de atitudes,
como a institucionalização em conventos e hospícios até o ensino especial.
No século XIX o capitalismo se fortalece ainda mais, tomando necessário à
estruturação de sistemas e ensino para todos, com o objetivo de formar cidadãos produtivos. A
atitude pública se vê responsável em atender as necessidades dos deficientes.
Ainda nos anos 60, no Brasil, a educação especial aparece pela primeira vez na
LDB 4024, de 1961, a lei aponta que a educação dos excepcionais deve, no que for possível,
enquadrar-se no sistema geral da educação.
Nos anos 70 o movimento de integração social vê o início para a vida
independente, ou seja, não- dependente da autoridade institucional e familiar.
Nos anos 90, a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em
março na cidade de Jomtien, na Tailândia, prevê que as necessidades
educacionais básicas sejam oferecidas para todos (mulheres, camponeses,
refugiados, negros, índios, presos e deficientes) pela universalização do acesso,
promoção da igualdade, ampliação dos meios e conteúdos da educação Básica e
melhoria do ambiente de estudo (Ávila, 2005, p. 32).
Bueno apud Cantareli (1998, p. 35) critica a forma com que a educação especial
se desenvolveu no Brasil. Segundo ele, " ... a educação especial que nasce sob a
bandeira de ampliação de oportunidades educacionais aos que fogem da
normalidade, à medida em que não desvela os detenninantes sócio econômico
culturais que subjazem às dificuldades de integração do aluno diferente, na escola
e na sociedade, serve de instrumento para a legitimação de sua segregação.
A integração social do deficiente tem sido um tema utilizado com freqüência cada
vez mais na literatura especializada brasileira, tanto na área da educação Especial,
como na da Reabilitação Profissional. Tem também figurado como um dos
principais objetivos na maioria dos Estatutos e Regulamentos das Instituições e
Entidades que prestam serviços ao deficiente, bem como se encontra prevista e
amparada legalmente, através de sua explicitação como direito, nas Leis
Brasileiras nas suas mais variadas formas. Entretanto, a grande maioria dos
brasileiros portadores de deficiência permanece, ainda, segregada em Instituições
e Escolas Especiais, sem participação ativa na vida da sociedade e incapacitada
par ao efetivo exercício de sua cidadania. (Ávila, 2005, p. 25).
17
Por outro lado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou em 1980 uma
classificação internacional dos conceitos de Deficiência, Incapacidade e Desvantagem (CIDID), a
qual visa complementar a abordagem médica, focando-se nas conseqüências objetivas e sociais
da exteriorização da doença, sendo discutido se o uso de instrumentos classificatórios como esse
ainda são convenientes, tentando dessa forma clarear os conceitos e imagens relacionadas às
pessoas portadoras de deficiência.
Deficiência (Impairments): é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou
função psicológica, fisiológica ou anatômica em um órgão ou estrutura do corpo humano e que
restringi a execução de uma atividade.
Incapacidade (Disabilitics): é toda restrição ou ausência da capacidade de
realizar uma atividade de forma ou dentro dos parâmetros considerados normats para um ser
humano.
18
Ainda Araújo (2007, p.02) diz que a utilização da CIF em hospitais e em outros
serviços de saúde, é capaz de possibilitar um melhor entendimento do quadro
funcional dos pacientes, além de ajudar a diminuir custos por fornecer um
esquema de codificação para os sistemas de informação em saúde. A utilização
de um sistema codificado melhora a organização das informações, tornando
possível o estabelecimento de uma linguagem comum para a descrição dos
estados relacionados à saúde e elaboradores das políticas administrativas. Com
este instrumento, os profissionais das áreas de saúde poderão registrar a
incapacidade e a desvantagem que as pessoas tem na sociedade, o impacto da
deficiência em seu meio ambiente, sua limitação de movimento, preconceitos
que vivência em função de sua deficiência, mostrar a estrutura do corpo que
está acometida pela deficiência, registrar o grau de atividade, participação
social, os fenômenos ambientais envolvidos e a necessidade de intervenção e
tecnologia assistida.
Apesar de alguns esforços para buscar uma terminologia mais adequada para
definir as pessoas com deficiência, ainda persiste a confusão dos termos.
Assim ressaltamos que toda pessoa deficiente poderá manifestar urna necessidade especial mas
nem toda pessoa portadora de necessidade especial possui uma deficiência. Temos como exemplo,
os diabéticos, os hipertensos, as gestantes, os idosos, os obesos e etc.
Segundo Almeida e Machado (2005) ainda hoje é comum ouvir expressões
como: "o fulano é deficiente". No entanto, ressalta-se que o fulano é uma pessoa como todas as
demais, que poderá ou não possuir urna determinada deficiência. Pessoa é pessoa, sendo gorda,
magra, alta, baixa, negra, branca ou mesmo com deficiência. Portanto, a pessoa deficiente não
deixa de ser pessoa em razão de sua deficiência Sendo assim, a expressão ''o fulano é deficiente"
não cabe, pois nesse caso o correto seria dizer que o fulano é uma pessoa com deficiência e
caracterizar qual a deficiência que ele possui.
Em qualquer sociedade existem valores sócio-culturais e estes refletem
imediatamente no pensamento, nas imagens dos homens norteando sua ações e também nas
palavras com que os homens se exprimem. Assim a palavra "deficiente" em todas as sociedades
adquire um valor cultural segundo regras, padrões e normas estabelecidos nas relações sociais.
O uso do termo "portador" também vem sendo questionado. Embora ele ainda
se encontre na legislação e em boa parte da literatura sobre o assunto, hoje há
um consenso de que ele é impróprio. A deficiência não é algo que se carrega,
não é um objeto que se porta durante um certo tempo e depois se desfaz. A
deficiência é parte constituinte da pessoa. Não tem como a pessoa se desfazer
dela por sua simples vontade. Portanto, a pessoa não porta deficiência, ela a
possui como integrante de sua identidade, de seu ser. (Almeida e Machado,
2005, p. 31)
exemplo à pessoa com deficiência mental possui características e necessidades diferentes de uma
pessoa com deficiência física e assim vale para outras deficiências e outras pessoas.
Por isso, não é aconselhável comparamos as pessoas com deficiência de wn
mesmo tipo e nem de tipos diferentes. Cada pessoa é aquilo que a sua vida lhe possibilitou ser.
Portanto, independentemente de uma pessoa possuir ou não deficiência, ela é igual às demais
naquilo em que é igual e é diferente das demais naquilo em que é diferente.
Uma das maiores preocupações dos profissionais da área da saúde e das próprias
pessoas com deficiência é de evitar os rótulos ou carimbos.
A partir do momento em que uma determinada pessoa for rotulada com a marca
da deficiência, nunca mais será a mesma. Passará a viver em todos os espaços
sociais sob o estigma do inválido e do inútil. Numa sociedade que já tem
estabelecido um padrão de perfeição, de beleza, de inteligência, de cor,
alicerçados sobre valores econômicos, políticos, sociais, culturais, éticos e morais
bem-definidos, essa ressalva torna-se por demais importante, pois se entende que
o melhor seria evitar a colocação do carimbo "deficiência" do que depois retirar
as suas marcas. Vale a pena lembrar, a título de esclarecimento, que o problema
da pessoa com deficiência não é a deficiência em si, mas o tratamento que a
mesma recebe por parte da sociedade, diante de sua deficiência. (Almeida e
Machado, 2005, p. 32 - 33)
1.4.1.3. Causas
1.4.2.3. Causas
Na criança:
* Desvio de um dos olhos;
* Não seguimento visual de objetos;
* Não reconhecimento visual de familiares;
* Baixo aproveitamento escolar;
* Atraso de desenvolvimento.
No adulto:
* Barramento súbito ou paulatino da visão.
Em ambas fases:
Vermelhidão, mancha branca nos olhos, dor, lacrimejamento, flashes, retração
do campo de visão que pode provocar esbarrões e tropeços em móveis.
1.4.2.6. Diagnóstico
oftalmologista especializado em baixa visão fará uma avaliação para indicar o melhor e mais
adequado auxílio óptico especial e a orientação a sua adaptação.
Indivíduos com níveis de perda auditiva leve, moderada e severa são mats
freqüentemente chamados de deficientes auditivos, enquanto os indivíduos com níveis de perda
auditiva profunda são chamados de surdos.
30
1.4.3.3. Causas
que outros níveis de apoio mais intensivos (por exemplo, treinamento para o trabalho por tempo
limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola e a vida adulta).
* Extenso: apoios caracterizados por sua regularidade (por exemplo, diária) em
pelo menos em algumas áreas (tais como na vida familiar ou na profissional) e sem limitação
temporal (por exemplo, apoio a longo prazo e apoio familiar a longo prazo).
* Generalizado: apoios caracterizados por sua constância e elevada intensidade,
proporcionados em diferentes áreas, para proporcionar a vida. Estes apoios generalizados exigem
mais pessoal e maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado.
* Pré-Natais: são aqueles que vão incidir desde a concepção até o início do
trabalho de parto, como:
desnutrição materna;
má assistência à gestante;
doenças infecciosas (sífilis, rubéola, toxoplasmose );
tóxicos (alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de medicamentos,
poluição ambiental, tabagismo);
genéticos (alterações cromossômicas, como síndrome de Down; alterações
gênicas, como, sindrome de Williams, etc.).
35
* Peri-Natais: os que vão incidir do início do trabalho de parto até o 30° dia de
vida do bebê, e podem ser divididos em:
-má assistência ao parto e traumas de parto;
- hipóxia ou anóxia (oxigenação cerebral insuficiente);
- prematuridade e baixo peso (PIG- Pequeno para idade Gestacional);
-icterícia grave do recém nascido- kernicterus (incompatibilidade RH/ABO).
* Pós-Natais: os que vão incidir do 30° dia de vida até o final da adolescência e
podem ser:
desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global;
infecções: meningoencefalites, sarampo, etc;
intoxicações exógenas (envenenamento): remédios, produtos químicos,
inseticidas;
acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia, quedas, etc;
infestações: neurocisticircose.
1.4.4.5. Diagnóstico
* O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multiprofissional, como médico,
psicólogo, assistente social, entre outros. A equipe avaliando o indivíduo terá mais condições de
diagnosticar o caso, pois abrangerá a pessoa na sua totalidade.
* Posterionnente, em reunião os profissionais concluirão o melhor tratamento e
também orientarão a família que após entender as potencialidades do filho e suas necessidades
poderá participar e cooperar nos tratamentos propostos.
* O diagnóstico de deficiência mental é muitas vezes difícil; fatores emocionais,
alterações de certas atividades nervosas superiores (retardo específico de linguagem ou dislexia,
psicoses ou baixo nível sócio econômico ou cultural) podem estar na base da impossibilidade do
ajustamento social adaptativo adequado, sem que haja necessariamente deficiência mentaL
* Para um bom prognóstico todo o investimento em programas de estimulação
precoce, pedagogia e ocupacionais (profissionalizantes ou não) visa sempre o pleno
desenvolvimento do potencial apresentado pelo indivíduo e a inserção social do mesmo a sua
comunidade. Quanto maior for à integração social da pessoa tanto maior serão as suas
oportunidades de aceitação e inclusão na sociedade.
* Surdocegueira:
cegueira congênita e surdez adquirida;
surdez congênita e cegueira adquirida;
cegueira e surdez congênita;
cegueira e surdez adquirida;
baixa visão com surdez congênita ou adquirida.
1.4.5.6. Diagnóstico
* Exames laboratoriais;
* Avaliações genéticas;
* Exames médicos (neurológico, visão, audição e fisico );
* Diagnóstico diferenciaL
40
Cohen e Duarte apud Silva (2004, p. 50) exemplificam falando que pessoas que
se locomovem por meio de cadeiras de rodas ou de muletas, idosos, gestantes,
obesos, pessoas com deficiências temporárias, crianças, portadoras de pequenas
cargas e/ou carrinhos de bebê e outros grupos, podem ser considerados como
pessoas com dificuldade de locomoção (PDL).
Nos dias de hoje, por exemplo, com uma perspectiva de vida maior depois da
aposentadoria, os idosos estão mais dispostos e procuram cada vez mais atividades fora de casa.
Diante disso, eles ficam expostos aos riscos encontrados nas ruas dos centros urbanos. São cada
vez mais freqüentes os aumentos de mortes provocadas por quedas em lugares públicos ou
acidentes nos meios de transporte.
Os PDLs representam uma categoria heterogênea de usuários de uma grande
cidade, estes vêem o ambiente a partir de outros ângulos de visão. Por exemplo, uma pessoa que
se locomove em cadeira de rodas terá um ângulo de visão, percepção do espaço diferente daquela
pessoa que se locomove a pé. Portanto qualquer mobiliário urbano que tenha a altura de SOem se
tomará um obstáculo visual para o cadeirante e a percepção da cidade será fragmentada e
constituída de muitas surpresas.
41
Outro exemplo, são as gestantes e os idosos que tentam olhar para o chão mas
não conseguem ver seus pés, isto poderá gerar uma grande insegurança ao deslocar-se,
comprometendo a apreensão do espaço.
A percepção espacial destas pessoas se desenvolverá a partir de um diferente
caminhar que busca identificar locais livres de barreiras para evitar quedas. A maneira de se
deslocar e o ângulo de visão imposto pelas dificuldades no caminhar influenciam sobremaneira a
experiência e o afeto pelos lugares.
De acordo com Silva (2004), a mobilidade não deve apenas ser considerada
como uma vantagem e sim como um direito de que todos devem ter para usufruir o seu direito
constitucional de ir e vir. A mobilidade permite que pessoas com dificuldades de locomoção
participem da vida política, econômica e cultural do país.
42
2 ACESSIBILIDADE
Para Silva (2004, p. 12), hoje, o conceito de acessibilidade evolui e envolve não
só mais o ambiente físico, mas também as edificações, os transportes e também,
o acesso aos meios de comunicação (rádio, televisão ...). Um conceito bastante
abrangente vê a acessibilidade como o processo de conseguir a igualdade de
oportunidades e a participação plena em todas as esferas da sociedade e no
desenvolvimento social e econômico do país pelas pessoas portadoras de
deficiência. Além de ser uma garantia constitucional, a acessibilidade visa
proporcionar acesso a todos os serviços da comunidade, possibilitando a sua
43
deficiências ou necessidades especiais. Mas, apenas com a garantia de recursos para que este
desenho ooiversal se transforme em realidade, se terá uma mobilidade sustentável.
Asseguramos que a conquista da autonomia e independência é uma das
características da cidadania, favorecendo assim o bem-estar do indivíduo no meio em que ele
vive. A maioria dos ambientes construídos apresenta barreiras visíveis e invisíveis. As barreiras
visíveis constituem os impedimentos concretos, as dificuldades aos espaços. E as invisíveis
compõem a forma de como as pessoas são vistas pela sociedade, representada, na maioria das
vezes, por sua deficiência ou necessidade especial e não pelas suas potencialidades. Eliminando
as barreiras visíveis possivelmente contribuirá para a diminuição das barreiras invisíveis.
Como diz Prado ( 1997, p. O1), os arquitetos, projetistas e designers devem rever a
forma de conceber os espaços, os objetos, de modo que eles possam oferecer mais
conforto, segurança e eficãcia. A acessibilidade deve estar presente nas
edificações, no meio urbano, nos transportes e nas suas mútuas interações,
confonne exigência constitucional.
importância em suas vidas, pois estas impedem ou limitam suas habilidades de expressão e o
acesso aos lugares e meios de sua vida.
As pessoas com algum tipo de necessidade especial podem participar da vida da
comunidade em geral, porém isto não acontece na real. Essas pessoas têm dificuldades diversas
oriundas de sua própria individualidade, mas possuem capacidades para transitar pelas vias de
circulação urbana, para se educar e para serem cidadãos ativos de se conviver.
O que implica a essa dificuldade de inserção na sociedade é a falta muitas vezes
do acesso aos lugares, assim às barreiras existentes, sejam elas arquitetônicas, sócio-culturais,
financeiras, de comunicação, invisível, entre outras contribuem e muito para essa falta de acesso.
Confonne a Lei n° 5.296, de 02 de Dezembro de 2004, art. 8, as barreiras
constitui qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento
com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação.
Para alguns autores, as barreiras são classificadas em: visíveis e invisíveis, entre
eles, Prado apud Silva (2004) conceitua-os da seguinte forma:
Barreiras Visíveis:
Constituem barreiras visíveis todos os impedimentos concretos, entendidos
como a falta de acessibilidade aos espaços.
Barreiras Invisíveis:
Constituem a forma como as pessoas são vistas pela sociedade, na maior parte
das vezes representadas pelas suas deficiências e não pelas suas potencialidades. A eliminação de
barreiras visíveis poderá vir a contribuir para a diminuição das barreiras invisíveis.
Barreiras Físicas
Barreiras urbanísticas
Todas barreiras existentes nas vias públicas e nos espaços públicos. Conceituam-
se as dificuldades encontradas pela população nos espaços e mobiliários urbanos. Exemplificando
a falta de rebaixamento nas calçadas, falta de telefone público adaptado, inexistência de vagas
especiais adequadas para as pessoas com deficiência, mobilidade reduzida ou dificuldade de
locomoção.
Barreiras de transportes
Para Lerner apud Moreira (2000, p. 07) o maior problema das pessoas com
necessidades especiais é ter acesso aos espaços. Por isso ao projetar os espaços,
devemos pensar nas condições de acessibilidade para estes usuários, sendo mais
específicos os problemas de acessibilidade e utilização de equipamentos no caso
dos usuários de cadeiras de rodas. Ao executar ou adaptar um projeto, devem ser
levadas em conta às condições antropométricas específicas destes usuários, já que
a cadeira de rodas impõe limites à ação e alcance manual e visual de seus usuários.
a comunidade, permitindo portanto a qualquer pessoa com segurança nos trajetos, mesmo com
limitações fisicas, sensoriais, mentais ou funcionais de usá-lo. Enquanto que o microambiente é
caracterizado por uma escala pessoal individual. Planejar esse ambiente significa preocupar-se
com as interações espaciais, que consistem, por um lado, em observar o mobiliário, a iluminação
e a ventilação e, por outro, analisar a capacidade funcional do usuário. Uma sinalização clara e
acessível a todos colabora para a interação do homem no espaço que ele vivencia e deve ser
complementada com um sistema de informação.
Considerando o conceito e colocando em prática o design universal, obtêm-se
espaços funcionais, confortáveis, cômodos e acessíveis a todos, principalmente às pessoas com
necessidades especiais que exigem adequações variadas para suas diferentes necessidades.
Para Prado (1997, p. 03 - 04)
Alguns exemplos da variada gama de modificações que devem ser feitas nos
ambientes para tomá-los acessíveis a mais pessoas são indicados a seguir. Para
os deficientes visuais, muitas vezes, bastam substituir as lâmpadas por outras
mais potentes ou simplesmente acrescentar mais uma, ou então colocar uma
cortina para dosar a claridade, diminuindo o ofuscamento. Para um trajeto
seguro dessas pessoas, garantir as condições de conservação dos pisos, evitar a
deposição de objetos como caixas, fios e vasos de plantas pelo chão, e , quando
houver mudanças de nível, marcar o piso com uma faixa branca ou amarela.
Nas escadas e rampas, a instalação de corrimão é imprescindível para servir de
apoio e guiar pessoas com dificuldades de visão. Quanto aos deficientes
auditivos, ao indicar rotas de fuga, dotá-las de dispositivos luminosos. Reduzir
os ruídos é fundamental para evitar que provoquem confusão em quem tem a
capacidade de audição reduzida. O uso de carpetes e cortinas pode atenuar os
ruídos. O uso de símbolos ou cores, na comunicação visual, pode facilitar
bastante o trabalho da pessoa com deficiência mental, do prédio até a mesa do
trabalho. Para superar os desníveis, o espaço deve dispor de rampas, elevadores
ou equipamentos como platafonnas elevatórias para os idosos e obesos.
Lembrar da adequação dos sanitários, cujas medidas devem possibilitar o uso
com conforto e segurança de um indivíduo em cadeira de rodas.
Barreiras à Educação:
Barreiras ao Trabalho:
Barreiras à Habitação:
Bahia apud Silva (2004, p. 33) expõe que uma política em acessibilidade para a
habitação deve contemplar a obrigatoriedade da implantação de rampas e ou
elevadores nas habitações multifamiliares; fazer cumprir as normas relativas a
acessibilidade da NBR 9050 quando em construção ou adaptação de
empreendimentos imobiliários; permitir através da Lei de Uso e Ocupação do
Solo a convivência de todas as atividades relacionadas a habitação; e
assentamentos de PPD residentes em conjuntos habitacionais nos locais de mais
fácil acesso.
Cohen apud Silva (2004, p. 33-34), reforça que ao se falar de integração política,
deve-se também ter em mente uma atuação integrada entre os diversos órgãos
do governo para a promoção do acesso à cultura, ao desporto e ao lazer. Este
acesso pode se dar através do estímulo à participação das pessoas portadoras de
deficiência nas atividades culturais desenvolvidas no seu bairro ou mediante a
adequação fisica de casas de espetáculos, cinemas, teatros, museus, bibliotecas,
estádios, clubes e outras áreas de recreação.
Barreiras a Saúde
própria pessoa lidar com sua deficiência, mobilidade reduzida ou necessidade especiaL Também
há a insegurança de praticarem alguma atividade, principalmente se exigem movimento, pois tem
medo de se machucarem, agravar uma lesão já existente, A condição financeira, problemas
familiares, faltas de tempo, violência e a não diversidade de programas de lazer.
Essas barreiras impedem as pessoas com necessidades especiais à oportunidade
de serem membros ativos e produtivos da sociedade. Neutralizar as barreiras existentes e evitá-las
no futuro e é dificil, mas possível.
Um ambiente acessível é melhor e mrus seguro para todos. Especialistas
afirmam que os investimentos em acessibilidade se as adaptações forem incorporadas no início
do projeto o custo é inferior ao que se imaginam.
Com a acessibilidade o individuo adquiri mrus autonomia, liberdade e
individualidade para poder relacionar-se com o meio ambiente e com a vida, oportunizando as
pessoas com necessidades especiais de dependerem menos de terceiros.
58
3LAZER
O lazer não pode mais ser encarado como atividade de sobremesa ou moda
passageira. Merece tratamento sério sobre suas possibilidades e riscos. Neste
sentido, proponho considerá~ lo não como simples fator de amenização ou alegria
para a vida, mas como questão mesmo de sobrevivência humana, ou melhor, de
sobrevivência do humano no homem. (Marcellino, 2004, p. 17)
O tempo está presente em toda nossa vida, articula nossos sistemas fisicos,
sociais e biológicos. Presente nas mais diferentes culturas, a existência do tempo de trabalho
implica a existência de mn tempo de não trabalho. Assim vemos que o tempo de lazer encontra-se
em relação direta com o tempo das obrigações, principalmente com as obrigações profissionais (o
trabalho) e não em oposição a elas. Se considerarmos a esfera das atividades profissionais,
62
Com efeito, o lazer é o tempo que cada um tem para si, depois de ter cumprido,
segundo as nonnas sociais do momento, suas obrigações profissionais,
familiares, sócio-espirituais e sócio-políticas. É o tempo vital que cada um
procura defender, contra tudo que o impedir de ocupar-se consigo mesmo. É
antes de tudo a liberação de cada um, seja pelo descanso seja pela diversão e aí
se incluem as atividades esportivas, seja pelo cultivo do intelecto.
Exemplos e sintomas desse processo social são as fugas das grandes cidades nas
férias e fins de semana, o desenvolvimento do campismo, a procura da
intensidade em detrimento da durabilidade, nas relações amorosas, e a ação dos
grupos representativos da contra-cultura, dos movimentos ecológicos e de defesa
do patrimônio cultural. (Marcellino, 2004, p. 15)
65
brasileiro. O público que vru ao teatro são restritos, entre intelectuais, artistas, burguesia,
estudantes universitários, classes média e alta. Essa restrição se dá ao fato dos ingressos terem
preço elevado, sofre ainda com a concorrência do cinema e TV. O público do teatro é distinto
economicamente e culturalmente.
A preferência da população para preencher seu tempo livre é em primeiro a
televisão (43%), depois cinema (30%) e por fim o teatro (27%). O acesso ao cinema e ao teatro já
está chegando à população mais carente, através das instituições, órgãos públicos, federais e etc.
Em relação aos concertos, estes são bem mais restritos de pessoas, apesar de que hoje em dia há
projetos trazendo, expondo e explicando a música clássica e popular à população.
Vale ressaltar que ouvir rádio, ouve-se boas músicas e estas fazem muito bem ao
corpo e a mente.
"Após o rádio, a televisão é o veículo de maior penetração entre o público
brasileiro, mas que ainda pode ser considerada fraca em face da extensão territorial do país'.
(Requixa, 1977, p. 53)".
A televisão é um mobiliário que está presente em quase todos os lares dos
brasileiros, pelo menos um aparelho de TV é (consumido) encontrado em cada residência, mesmo
sendo esta de classe social baixa. A televisão é um instrumento ativador da sociabilidade familiar
e fonte de abastecimento de conversação.
De acordo com Requixa (1977), uma outra visão sobre a TV é que esta não só é
instrumento de lazer, é também importante instrumento de estímulo à prática do lazer, quando as
atividades são promovidas pela própria televisão, ou quando a televisão informa sobre
equipamentos de lazer, ou sobre a importância do lazer.
O hábito de leitura está ligado ao nível de educação formal e a escola tem um
papel importante na formação do gosto pela leitura. Além das leituras escolares, temos os jornais
que são circulados nas cidades, principalmente nas capitais, porém a incidência de leitura é baixa
pela população. As revistas por sua vez não têm apenas o objetivo de dar informações ao leitor
67
mas também evidenciar o aspecto lúdico. As revistas são circuladas também num grau acentuado
nas zonas mais urbanizadas e são mais adquiridas e lidas pelo público feminino funcionando
como lazer.
"De modo geral, parece que as revistas merecem maJOr preferência e
diversificação de públicos em relação aos jornais, dada a diversidade de assuntos". (Requixa,
1977, p. 59)
As revistas se diversificam e se especializaram para atender a todos, com
assuntos científicos, técnicos, fofocas, artesanato, moda, ...e também o importante papel na
divulgação cultural que as revistas vem desempenhando no país.
Já os livros, através de uma "divulgação em linguagem mais popular e leve,
invadiu por assim dizer, a seara dos livros, e atendeu à moda do consumo cultural por maiores
parcelas da população". (Requixa, 59-60)
O livro também nos informa de uma forma prazerosa, principalmente nos
aspectos culturais. Além de adquirirmos um livro, temos a oportunidade de disponibilidade de
acesso aos livros nas bibliotecas.
No Brasil, as praças públicas sempre foram ponto de interesse para a população
nas suas horas livres- lazer. Além das praças, há os parques (concentração de área verde) que
são freqüentados por classe média devido em alguns o acesso não ser fácil. A freqüência às praias,
no Brasil, é uma forma de lazer freqüentada por grande parte da população. Sendo assim, vemos
que a praia é um forte recurso democrático, pois é gratuita e acessível a todos.
Há entidades de classe, de âmbito nacional, voltadas para o lazer, como SESI
(Serviço social da Industria), o SESC (Serviço Social do Comércio), entre outros que em todo o
Brasil há centenas de unidades e estas entidades permitem programações nas áreas de férias,
culturais, recreação, fins de semana, educação formal e sanitária, educação fisica, etc. Apesar
dessas instituições atenderem parte da população por força da lei, o SESC E SESI precisadamente
possuem atividades abertas à comunidade.
"0 tempo livre, ou o lazer, representa a importância que a sociedade dá ao
desenvolvimento pleno da pessoa, principalmente às suas relações de responsabilidade social,
individual e aos resultados produzidos". (Bruhns, 1997, p. 85)
68
"O lar é apenas um dos equipamentos não específicos de lazer, ou seja, espaços
não construídos prioritariamente para essa função, mas que eventualmente podem
cumpri-la. Nessa mesma categoria situam-se os bares, as ruas, as escolas, etc."
(Bruhns, 1997,p.61)
Com a vida corrida nos dias de hoje, normalmente esquecemos de olhar para a
natureza, de prestigiar a beleza das coisas simples. Passamos tão depressa pelas coisas que não
notamos o quão belo são os trabalhos das pessoas que transformam o ambiente e o quão mais
belo é o trabalho que a natureza nos proporciona.
Com isso, devo deixar transparecer o princípio de que o sentido do lazer está
dentro de cada um de nós e que este lazer decorre de um estado de espírito que
deverá ser elemento acessório a ser solicitado em momentos oportunos do
cotidiano atual, tendo a certeza de que no futuro este elemento deixará de ser
um acessório para se tomar um componente dos mais importantes na avaliação
da participação social. (Bruhns, 1997, p. 112)
69
Primeiro devemos ter claro qual o sentido democrático oferecido do espaço, que
significa o atendimento da população de uma maneira direta e livre de impedimentos ao acesso
fácil ao ambiente de lazer.
Em seguida, a implantação de uma política de animação cultural voltada para os
interesses do lazer na organização dos equipamentos, de forma a não deixar de atrair os interesses
das instituições, dos grupos primários e mesmo de iniciativas individuais, no sentido de
procurarem os equipamentos.
Esta orientação caminha sobre o movimento do corpo e tem uma relação com a
educação que foi vivenciada ao longo do tempo em que o sujeito sofreu influência
do ambiente em que cresceu e muito da disciplina de educação física recebida na
escola. Portanto, o lazer, como conteúdo da educação física como disciplina
escolar, deve se pautar na preocupação de ser mais um componente dentro da
educação global das pessoas para o mundo dos lugares, das sensações e das
emoções. (Bruhns, 1997, p. 118)
Tendo em vista o conteúdo das atividades, o ideal seria que cada pessoa
desenvolvesse sua ação, no tempo disponível, abrangendo os cinco grupos de
interesses, ou seja, exercitando o corpo, a imaginação, o raciocínio, a habilidade
manual e o relacionamento social, quando, onde, com quem e da maneira que
quisesse. Na realidade, no entanto, o que se verifica é que as pessoas
gera1mente restringem suas atividades de lazer a um campo específico de
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interesses. E geralmente o fazem não por verdadeira opção, mas por não terem
tomado contato com outros conteúdos. (Marcellino, 2004, p. 44)
interesse, o qual é valorizar todo e qualquer tipo de atividade fisica, seJa ele praticante,
espectador,educador, mediador, ou admirador.
Além de ser uma atividade de lazer, pode servir como ramificação econômica
{profissional).
São nesses 4 grandes setores das atividades de lazer: lazer e interesses fisicos,
lazer e atividades prático-manuais, lazer e espetáculos artísticos, lazer e
interesses intelectuais- que é preciso observar os interesses sociais comuns e os
específicos de cada atividade. É importante que o sistema de intervenção
observe os tipos de atividades de lazer que favorecem o desenvolvimento da
sociabilidade, e aqueles que, ao contrário, a desfavorecem e concorrem para o
fechamento da família, para a evasão, na irrealidade imaginária de sonhos, da
inadaptação, de toda a espécie de desajustamentos sociais.
74
Diante do conteúdo das atividades de lazer (interesses), o ideal seria que cada
pessoa escolhesse e desenvolvesse sua ação, no seu tempo disponível,da maneira como quisesse
(quando, com quem e onde), assim atingindo todos os grupos de interesse: exercitando seu corpo,
a imaginação, o raciocínio, a habilidade manual e o relacionamento social.
O lazer é muito importante na vida das pessoas. Sem lazer, a rotina torna-se
insuportável, a vida fica monótona, tediosa e tensa. Necessitamos aliviar as
tensões por meio de atividades descontraidas e fora do quotidiano. Nem sempre,
porém, o lazer é concebido e assimilado como algo desejável e necessário à boa
saúde. (Sá, 2002, p. OI)
acesso às escolas, que muitas vezes é impedido por não terem rampas, portas largas para cadeira
de rodas, banheiros adaptados e etc. Assim nos encontros de reflexão, discussão, leituras,
expressão de suas próprias idéias, há a necessidades de adaptar a linguagem, a comunicação para
que possa ser compreendida por todos.
através dos eventos promovidos pelos grupos de apoio que eles freqüentam ou que ficam na
região em que vivem.
A '
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