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Coordenadores:
Prof. Dr. Jonas Rodrigues de Moraes (UFMA – Pinheiro)
Prof. Doutorando Alfredo Werney Lima Torres (IFPI –Teresina-PI)
Quinta-feira (13/09/2018) – das 14hs às 16hs Prof. Me. Francisco Adelino de Sousa Frazão (IFPI –Teresina-PI)
OBJETIVOS
Elencar elementos que nos permitam reconhecer uma música nordestina
Apreciar canções relevantes para o repertório regionalista brasileiro
Conceituar música nordestina, canção, canção nordestina
Entender a diferença entre gênero e ritmo
Conhecer o modelo de análise cancional de Tatit
Explanar sobre a trajetória de Catullo da Paixão Cearense e sua atuação
artística no Rio de Janeiro (capital do Brasil) no início do século XX
Perceber as duas dicções de Catullo enquanto compositor literário e cancional
Reconhecer Catullo da Paixão Cearense como um dos primeiros divulgadores
do sertão e das tradições nordestinas em âmbito nacional
Expor resultados acerca da relação existente entre literatura e música a partir
da análise semiótica da canção “Cabôca de Caxangá”, de melodia de João
Pernambuco (1883-1947) e de letra composta por Catullo da Paixão Cearense
(1863-1946)
EXECUÇÃO DE CANÇÕES NORDESTINAS
Oh que saudade do luar da minha terra, Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade, tão escuro, Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
(REFRÃO)
Se a lua nasce por detrás da verde mata Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia E a canção é a lua cheia a nos nascer do coração
(REFRÃO)
Coisa mais bela neste mundo não existe Do que ouvir-se um galo triste no sertão, se faz luar
Parece até que a alma da lua é que descanta Escondida na garganta desse galo a soluçar
(REFRÃO)
BAIÃO
Eu vou mostrar pra vocês Como se dança o baião
E quem quiser aprender É favor prestar atenção
Morena chegue prá cá Bem junto ao meu coração
Agora é só me seguir Pois eu vou dançar o baião
Luar do sertão
Saudade
Serra
Folhas secas
Verde mata
Viola
Galo triste
Ritmos ou danças nordestinas: Baião, balancê, chamego, samba e xerém
Lugares do norte e nordeste: Pará, Belém, Ceará
Elemento linguístico
Temática
Representação do vocabulário e do linguajar
Imagens e sonoridades
Dicção
Cultura: costumes, lugares, personagens,
Elemento musical
Gêneros: ritmo dos instrumentos e das melodias
Harmonias e escalas musicais
Instrumentação: sanfona, zabumba, triângulo, ganzá, rabeca, viola caipira,
violão
Elementos performáticos:
Prosódia (rítmica das palavras: fluxão) – união entre letra e música
Indumentárias: figurino, objetos,
DIFERENÇA ENTRE GÊNERO MUSICAL E RITMO
Podemos entender gênero musical como uma categoria de músicas que
compartilham elementos em comum. Um gênero musical pode ser
classificado pela:
Instrumentação (que instrumentos são usados)
Temática (sacro, profano, romântico)
Função (prelúdio, encerramento, dança, ritual)
Estrutura (linear, segmentada, repetitiva)
Contextualização (época, local, sociedade, aspectos ou
acontecimentos: históricos, sociológicos, antropológicos)
Ritmo (do grego rhuthmós [movimento regular]) designa aquilo que flui, que
se move, movimento regulado. Designa a sucessão regular dos tempos fortes
e fracos em uma frase musical.
Organização sistemática de durações de sons e pausas que formam um
período a se repetir ao longo de uma peça musical
Subdivisão de um lapso de tempo em seções perceptíveis; agrupamento de
sons musicais, principalmente por meio das durações e ênfases de
intensidades
CATULLO DA PAIXÃO: O POETA DO SERTÃO
1- Tessitura (campo das alturas de uma melodia – relacionado com a região onde
o discurso melódico acontece), podendo ser concentrada, apresentando
pequenos intervalos melódicos, ou expandida, apresentando grandes intervalos;
Estrofe (1)
Laurindo Punga, Chico Dunga, Zé Vicente, I esta gente tão valente du sertão di Jatobá,
I u danado do afamado Zeca Lima, Tudo chora numa prima, i tudo quer ti traquejá
Estribilho (1) Caboca di Caxangá, Minha caboca, vem cá!
Estrofe (2)
Quiria vê si essa gente tombém sente Tanto amô, cumo eu sintí, quando ti vi im Cariri!
Atravessava um regato nu Patáu I iscutava lá no mato u canto triste du urutau!
Estribilho (2) Caboca, demônio mau, Sou triste cumu urutau!
Estrofe (3)
Há munto tempo, lá nas moita das taquara, Junto ao monte das coivara, eu não ti vejo tu passa!
Todos us dia, inté a boca da noite, Eu ti canto uma tuada, lá dibaixo du indaiá.
Estribilho (3) Vem cá, caboca, vem cá, Rainha di Caxangá!
Cabôca de Caxangá
Estrofe (4)
Na noite santa du natá, na encruziada, Eu ti isperei i discantei inté u rompê da minhã!
Quando eu saia du arraiá u só nascia I lá na grota já si uvia pipiando a jassanã!
Estribilho (4) Cabôca, frô da minhã, Sou triste cumo acauã!
Estrofe (5)
Vinha trotando pula estrada na mujica... Vi-te embaixo da oiticica cunversando cum u Mané!
Sintí, cabôca, estremecê, dentro du couro Arriliado, atrapaiado, u coração du meu quicé.
Estribilho (5) Cabôca, inda tenho fé Di fazê figa ao Mané!
Estrofe (6)
Dizapiei-me da mujica... andei a toa, Lá na beira da lagoa chorei mais que um chororão
Vinha de longe dus ataio da baixada, U mugido da boiada qui saía do sertão!
Estribilho (6) Cabôca sem coração, Ó rosa deste sertão!
Cabôca de Caxangá
Estrofe (7)
Eu nessa noite nu mucambo du Zé Mola Suspirei nesta viola i pru via só di ti!
Laurindo, Pedro, Chico Bode, Nhô Francisco, Zé Portêra i Zé du Visco, um a um, eu lá venci!
Estribilho (7) Cabôca, eu morro por ti, Só pra ti amá eu nasci!
Estrofe (8)
Im Pajaú, im Caxangá, im Cariri Jaboatão, eu tenho a fama de cantô i valentão!
Eu pego u toro mais bravio, quando im cio, Cumo ponho im desafio u cantadô logo nu chão!
Estribilho (8) Cabôca, sem coração, Ó rosa deste sertão!
Estrofe (9)
Cabra danado, assubo pula gamelêra, Cumo a onça mais matrêra, u mais ligêro punagé!
Eu faço tudo, só não faço é mi querê Teu coração mais ruvinhoso do que u saci-pererê.
Estribilho (9) Pru quê ti fez Deus, Pruquê, Da cô das frô dus ipê?
Cabôca de Caxangá
Estrofe (10)
Mas quando eu canto na viola a natureza Tu não vê cumo a tristeza mi põi triste i jururu?
Ansim eu canto a minha dô, só quando a noite Vem fechá todas as frô i abre a frô du imbirussu.
Estribilho (10) Cabôca, um demônio és tu!... Ó frô du imbirussu!
ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO