CURSO DE ENFERMAGEM PRÁTICAS NATURAIS E VIVENCIAIS EM SAÚDE II Prof.ª DANIELLA KOCH DE CARVALHO MODALIDADES DE APLICAÇÃO DA GEOTERAPIA:
MODALIDADE DE USO INTERNO – VIA DIGESTÓRIA:
• A ingestão de argila é indicada para reposição de minerais e
desintoxicação. Recomenda-se nos casos de uso interno o acompanhamento de um especialista, sendo necessário também observar-se a dosagem indicada para cada situação. • Comprimidos/cápsulas/balas: podem ser produzidos artesanalmente ou em laboratórios. Tanto os comprimidos quanto as cápsulas são constituídos de pó de argila pura. A bala de argila pode conter mel/melado, para ser mais facilmente consumida.
Água de Argila: dilui-se uma colher de chá
de pó de argila em um copo de água (média 300 ml). Espera-se decantar, no tempo de 20 a 30 minutos. A ingestão é feita apenas da água e não do pó. MODALIDADES DE USO EXTERNO:
• Aplicação na região facial: a máscara facial
de argila pode ser aplicada diretamente na pele, avaliando primeiramente o tipo de pele. Antes da aplicação é necessário lavar o rosto com um sabonete neutro. Bontempo (1994), indica esta aplicação nos casos de acne, cravos, acúmulos de gordura, pele oleosa e rugas, sardas e sinusite. Sugere também que em casos de pele seca deve-se preparar a argila com chá de camomila (Chamomila recutita) na substituição da água. A temperatura da máscara de argila deve ser fria. O tempo de aplicação deve ser de, no máximo 20 minutos, cuidar para não deixá-la secar na pele. A freqüência da aplicação vai ser de acordo com o tipo de pele. • Aplicação na região do pescoço: esta aplicação deve cobrir todo o pescoço. Bontempo (1994) indica em casos de amigdalite aguda e problemas da tireóide. O tempo de aplicação não deve ultrapassar uma hora, durante 3 ou mais dias, até que desapareçam os sintomas. A temperatura da compressa deverá ser fria, procurar observar se não vai gerar desconforto a pessoa que esta recebendo a aplicação. • Aplicação na região torácico anterior: deve abranger as regiões infraclavicular, região mamária. Bontempo (1994) indica este tipo de aplicação para problemas relacionados a dores torácicas, dificuldades respiratórias, nódulos benignos de mama, mastite. Medeiros (2007), relata que este tipo de aplicação melhora o movimento respiratório, diminui a sensação de opressão torácica causada por processos emocionais. Não deve ser aplicada em pessoas com processos febris, com quadro de pneumonia e/ou presença de secreções das vias aéreas superiores. Em feridas abertas no tórax, pessoas que utilizam marcapasso ou em situações que o frio é contra-indicado nesta região. Conforme Bontempo (1994), a compressa deve compor uma camada grossa de argila e o tempo deve ser de no máximo 1 hora por dia de aplicação. • Aplicação na região abdominal: compreende a região epigástrica e hipocôndrio. Ajuda a restaurar o equilíbrio térmico devido à dissipação do excesso de calor acumulado na região abdominal favorecendo a digestão. Bontempo (1994), indica esse tipo de compressa nos casos de má digestão, azia, constipação, gases, excesso de ácido úrico, doenças crônicas do fígado, enxaquecas. O referido autor cita que a compressa deve ser espessa, atingindo cerca de 5 cm, em temperatura fria, em situações agudas a compressa pode ser aplicada de 3 em 3 horas, e nos casos crônicos diariamente, por 2 horas, durante 60 dias. O estômago deve estar vazio, esperar no mínimo 4 horas da última refeição para realizar a aplicação. • Aplicação na região pélvica: compreende a área pélvica, deve ser de uma espessura aproximada de 4 cm. Quando feita na temperatura fria Bontempo (1994) indicada para problemas fibromas, cistos, alterações em ciclos menstruais, leucorréias e hemorróidas. Não deve ser usada em feridas abertas e em doença sexualmente transmissível. O tempo de aplicação em geral será de 30 minutos por 21 dias seguidos. A compressa pélvica morna é confeccionada da mesma forma da fria porém o tempo de aplicação será de 10 minutos e durante 3 dias. Bontempo (1994) indica esse tipo de compressa para as seguintes situações: cólica menstrual, processos infecciosos funcionando como analgésico; caso de abscesso na região quando se quer facilitar a supuração do mesmo. Nas duas situações de compressa deve cuidar do contato com os órgãos genitais, evitar o contato da argila com a mucosa. • Aplicação na região das articulações: deve envolver a articulação afetada. Indicada para as seguintes situações: artrite, artrose, entorse, luxação. A temperatura da compressa poderá ser fria nos casos onde ocorre um processo inflamatório local. Pode-se fazer a aplicação por 1 hora, mantendo a mesma temperatura inicial. Já a compressa quente é utilizada em situações de dores articulares crônicas sem sinais de processo inflamatório. O tempo de aplicação será de 10 a 15 minutos, cuidando em manter a temperatura inicial da compressa. Evitar o uso em locais com prótese. • Aplicação na região costal: abrange toda a região vertebral, supra- escapular, interescapular, infraescapular e lombar. É útil nos casos de dores, contraturas na região cervical, torácica ou lombar. A temperatura deverá ser sempre morna ou quente, o tempo de aplicação deverá ser de aproximadamente 40 minutos enquanto a compressa permanecer morna na região, conforme a situação pode-se utilizar uma bolsa de água quente para manter o calor. Cuidar em manter sempre a mesma temperatura da compressa, procurar cobrir o cliente e não deixá-lo exposto as correntes de vento • Pédiluvio ou escalda-pés com argila: Os pés devem estar mergulhados em uma bacia com água morna e argila; numa proporção de 1litro de água/ 2 colheres de sopa de argila. A duração é de aproximadamente 20 à 30min, procurando cuidar com a temperatura para que ela permaneça igual ao do início da aplicação. Após deve-se evitar a exposição ao frio. Bontempo (1994) sugere esta aplicação nos casos de gripes, resfriados, dores articulares nos pés e pernas, reumatismo nos membros inferiores, amigdalite, dores de cabeça e insônia. • Banho com argila: não é um tratamento muito fácil de ser colocado em prática, pois necessita de local adequado e grande quantidade de argila. O corpo deve ser imerso em um tanque ou banheira com a argila fina e fria por no máximo 20 minutos. Tem o poder de absorver energia perniciosa, toxinas que interfere na qualidade de vida da pessoa. • Cataplasma: com as mesmas indicações das compressas o cataplasma apenas diferencia pela aplicação da argila direta no corpo. É aplicável em qualquer parte do corpo (mesmo local da compressa), Tem a facilidade de ser mais moldável. • REFERÊNCIAS: • BONTEMPO, Márcio. Medicina Natural. São Paulo: Nova Cultura, 1994. • CARVALHO, Daniella K.; PINTO, Vera M. A. F., Geoterapia. In: Manual de Práticas Naturais do Serviço Integrado de Saúde – SAIS, Unisul. Material não publicado. • DEXTREIT, Raymond. A Argila que cura: uma via da medicina natural. Lisboa: ITAU. • GEOVANINI, Telma. Utilização de argila nos cuidados de enfermagem. In: Enfermagem Brasil. Maio/Junho, 2005, p 140 -148. • MARTINS, Ediane M.; MEDEIROS, Graciela M da Silva. Geoterapia: a terapia da argila. Apostila do Curso de Naturologia da Unisul. Material não publicado. • MEDEIROS, Graciela M. da Silva de. Geoterapia: teorias e mecanismos de ação: um manual teórico-prático. Tubarão: Unisul, 2007, 112 p.