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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

HISTÓRIA DA ARTE I: TRABALHO PROGRAMADO 01

FORTALEZA
2018
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01. A arquitetura romana possui características bem específicas que a tornam inigualável em
relação à arquitetura praticada até então. Que características são essas?
As construções romanas se caracterizavam, principalmente, pela monumentalidade de suas
obras, a solidez nas construções (característica que herdaram dos etruscos), o uso do arco nas
construções, uso da abóbada (construção em forma de arco que preenche espaços entre arcos,
muros e outros tipos de espaços) e pelas construções sóbrias, funcionais e luxuosas. Como os
romanos se guiavam pela praticidade, a sua arquitetura era guiada pela funcionalidade das
edificações.

02. Como essas características se relacionam ao modo de vida do cidadão romano?


Fatores como riqueza e alta densidade populacional nas cidades obrigaram os antigos romanos
a descobrir novas soluções arquitetônicas próprias, aliadas principalmente pela praticidade e
funcionalidade. O uso de abóbadas e arcos, juntamente com um sólido conhecimento dos
materiais de construção, permitiu-lhes alcançar sucessos sem precedentes na construção de
infra-estruturas imponentes para uso público. Exemplos incluem os aquedutos de Roma, as
Termas de Diocleciano e as Termas de Caracala, as basílicas e o Coliseu. Estes foram
reproduzidos em menor escala nas cidades mais importantes do Império. Especialmente sob o
império, a arquitetura costumava ter uma função política, demonstrando o poder do estado
romano em geral e de indivíduos específicos responsáveis pela construção. A arquitetura
romana talvez tenha alcançado seu auge no reinado de Adriano, cujas muitas realizações
incluem a reconstrução do Panteão em sua forma atual e deixar sua marca na paisagem do
norte da Grã-Bretanha com a Muralha de Adriano.

03. Quais as principais contribuições dos romanos no campo da arquitetura, em relação à técnica?
Diferentemente da arquitetura grega, na romana o trabalho técnico dos engenheiros era
predominante. As soluções para novos modelos de construção são mais importantes que a
decoração artística, de forma que a funcionalidade sobressai. Ainda hoje temos exemplos desse
traço da arquitetura romana nas ruínas de vários edifícios, pontes, aquedutos e outras obras,
além das rotas que ligavam o Império Romano, como a Via Ápia (312 a.C.) e a Via Flamínia (220
a.C.).
Entre as inovações técnicas, o período republicano destacou-se pelo uso de uma espécie
de cimento, composto por diferentes materiais, que permitiram um melhor desenvolvimento
das construções. Além das pedras e tijolos utilizados, o cimento romano permitia a formação de
uma liga na junção dos materiais, tornando as construções mais sólidas. A partir do século II
a.C., os arquitetos trabalhavam com dois novos materiais de construção: o opus
caementicium (concreto armado) e o latericium (ladrilho que tinha mais versatilidade que o
concreto). Com combinação dos dois novos materiais era possível construir obras de enormes
dimensões e ao mesmo tempo leves. Os principais materiais utilizados nas construções eram
pedra cortada em blocos regulares, tijolo de concreto, alvenaria, madeira, gesso, mármore e
azulejos.

04. Que programas arquitetônicos (ou tipologias arquitetônicas) foram utilizados pelos romanos?
As tipologias arquitetônicas romanas podem ser divididas em: Templos, Arcos do Triunfo,
Aquedutos, Estradas, Teatros e Anfiteatros, Termas e Casas (Domus e insulas).
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05. Por que eles se dedicaram tanto a construir estradas, pontes e aquedutos? Quais os mais
relevantes?
Devido ao expressivo crescimento do império e da cidade de Roma, os romanos construíram
sistemas de infraestrutura que fossem suficientemente fortes, grandes e robustos para garantir
o tráfego rápido, volumoso e intenso através das estradas e pontes, além do abastecimento
constante de água para as termas e banhos públicos. Com uma grande população, as obras de
abastecimento através de aquedutos venciam distâncias com mais de 80 quilômetros. As
principais funções das estradas eram na esfera militar e da comunicação, no serviço de
mensageiros, de cuja rapidez dependia a administração do extenso império. Dentre as estradas
mais relevantes, temos a via Ápia, que foi a primeira e principal estrada romana, construída
em 312 a.C. para ligar Roma à cidade de Cápua, que cobria 196 km. Dentre os aquedutos,
podemos destacar Pont du Gard, Remoulins, França. A Pont du Gard cruza o rio Gardon, no sul
da França, e é parte do aqueduto de Nîmes, uma estrutura de mais de 50 km de comprimento
erguida no século 1º d.C. O trecho sobre a água tem um caimento de apenas 2,5 cm, o que
indica a precisão dos engenheiros da Roma Antiga. A estrutura, que em seu ponto mais alto tem
48,8 m, forneceu água para a cidade até o século 6º e se mantém de pé – quase intacta – por
também ser uma ponte e, portanto, ter merecido cuidado desde sempre. No ano 2000, porém,
o transporte foi proibido no local, e o aqueduto passou a funcionar apenas como um ponto
turístico.

06. Com relação às ordens gregas, os romanos introduziram algumas modificações. Quais foram?
Como eram utilizadas as ordens nos edifícios romanos?
Os romanos simplificaram ou uniram as ordens clássicas gregas, dando origem à duas ordens:
A ordem Toscana é desenvolvida na época romana e trata-se de uma simplificação de mesmas
proporções do dórico. A coluna não apresenta base e dispõe de sete módulos de altura, o fuste
é liso, sem caneluras, e o capitel simples, com aneletes (toros). As colunas dessa ordem são
separadas por grandes distâncias. A ordem toscana seria mais adequada para fortificações e
prisões.
A Compósita foi uma ordem da arquitetura clássica desenvolvida pelos romanos a partir dos
desenhos das ordens jônica e coríntia. Até o período do Renascimento a ordem foi considerada
uma versão tardia do coríntio. Trata-se de um estilo misto em que se inserem no capitel as
volutas do jónico e as folhas de acanto do coríntio. A coluna tem dez módulos de altura. A
ordem Compósita não tinha um emprego específico na arquitetura romana.

07. Dê exemplos de obras relevantes construídas pelos romanos fora da cidade de Roma.
Aqueduto de Segóvia é um aqueduto romano e um dos monumentos antigos mais importantes
e mais bem preservados deixados na Península Ibérica pela civilização romana. Ele está
localizado na Espanha e é o símbolo mais importante de Segóvia, como evidenciado por sua
presença no brasão de armas da cidade.
A Via Ápia (em latim Via Appia, em italiano Via Appia Antica) é uma das principais estradas da
antiga Roma. Recebeu este nome em memória do político romano Ápio Cláudio Cego, que
iniciou sua construção em 312 a.C. Inicialmente a estrada estendia-se de Roma a Cápua, numa
distância de 300 quilômetros. Posteriormente foi ampliada para passar por Benevento, Taranto,
até Brindisi (264 a.C.) (no "calcanhar" da península Itálica), chegando a uma extensão de 600
quilômetros. Era chamada, em latim, de Regina Viarum (rainha das estradas).
A Muralha de Adriano (em latim: Vallum Aelium) é uma fortificação construída principalmente
em pedra e madeira, no norte da Inglaterra, aproximadamente na atual fronteira com a Escócia.
Foi assim denominada em homenagem ao imperador romano Públio Élio Trajano Adriano, que
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ordenou a sua construção. Iniciada em 122 e concluída em 126, constitui-se na mais extensa
estrutura deste tipo construída na história do Império Romano.

08. O que era os fóruns romanos? Que edifícios faziam parte dos fóruns? Há alguma relação com
outros espaços da cidade grega? Quais? Dê exemplos de alguns dos fóruns romanos.

O principal centro comercial da Roma Imperial, este espaço era popularmente conhecido como
Fórum Magno (Forum Magnum) ou, simplesmente, Fórum. Foi durante séculos o centro da vida
pública romana: o local de cerimônias triunfais e de eleições, o local onde se realizavam
discursos públicos, os processos criminais e o centro dos assuntos comerciais. Aqui, estátuas e
monumentos celebraram os grandes homens da cidade. O Fórum Romano se desenvolveu
gradualmente ao longo dos séculos até se tornar o local mais importante da cidade. Com o
tempo, à medida que a cidade – e as conquistas – crescia, o Fórum se tornou pequeno demais
para englobar tantos edifícios públicos necessários. A área passa a ser paulatinamente ampliada.
Surgem o Fórum de César, o de Augusto e o de Trajano, formando o conjunto conhecido como
“Fori Imperiali”. Os edifícios que se encontravam dentro do fórum eram os templos, basílicas, os
arcos comemorativos e o tabulário (casa de registros). Tanto a ágora (grega) e o fórum romano
tinham a mesma função: centros de sociabilidade e comunicação entre os habitantes da cidade
ou da região. Foram esses espaços públicos da antiguidade que permitiram o surgimento e o
desenvolvimento da política, do comércio, arte, informação e da sociabilidade juntamente com
a oratória e a comunicação dos cidadãos. Os principais fóruns de Roma eram o Fórum Romano
Republicano, Fórum de Júlio, Fórum de Augusto, Fórum de Nerva e o Fórum de Trajano.
Recebiam desfiles triunfais e eram cenário de festas religiosas, profecias e discursos políticos e
judiciais. Historicamente, era o ponto de encontro da comitia curiata, grupo composto pelos
homens adultos de Roma, que se reuniam e formavam uma assembleia onde as diferentes
divisões eleitorais republicanas votavam. Atrás fica o Senado e a Cúria.
09. Quais as principais diferenças entre os templos gregos e os templos romanos?
O Pantheon está para Roma assim como o Parthenon está para a Grécia. Ele representa o ponto
alto do projeto e da engenharia estrutural dos romanos e resume a diferença entre as maneiras
grega e romana de construir. Acredita-se que tenha sido projetado pelo próprio imperador
Adriano, por volta de 27 a.C. e sua reconstrução entre 115 a 125 d.C. O seu nome vem do grego
(pántheion), que significa “de todos os deuses”, transformado em Pantheon pelos autores
latinos. Sua arquitetura refletia, se assim podemos dizer, a postura sóbria diante da vida dos
romanos, da construção de cidades e do império, diferentemente dos gregos. Assim, o Pantheon
é um edifício vasto de engenharia arrojada, pois sua cúpula foi a mais ambiciosa do mundo, até
Brunelleschi erguer a sua na catedral de Florença, entre 1420 e 1436. Os romanos
aperfeiçoaram as técnicas gregas e incorporaram uma gama de novos materiais em suas
construções. O principal destaque teve o concreto, assim, tornaram-se mestres do que podemos
chamar de “construção plástica”; em outras palavras, o concreto – material plástico e maleável
– possibilitava que os romanos construíssem livremente e em escala. A partir daí, começaram a
surgir poéticas muito diferentes ao analisarmos ambas as civilizações.
No Parthenon havia uma verdadeira busca da perfeição estético-visual; eles, através de vários
estudos de proporções, utilizam técnicas de correção visual para assegurar que o templo
parecesse perfeito ao olho humano. Uma dessas técnicas é conhecida como “êntase”, que
consiste na leve deformação das colunas e das arquitraves nas fachadas e laterais do edifício, a
fim de que o nosso olho enxergasse linhas retas quando, de outra maneira, elas pareceriam
curvas. O templo grego não era concebido como a casa dos fiéis, mas como a moradia
impenetrável dos deuses. Até porque os ritos eram realizados no lado de fora, ao redor do
templo, e toda a atenção e o amor dos “escultores-arquitetos” foram transformar as colunas em
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sublimes obras primas plásticas e cobrir de magníficos baixos-relevos lineares e figurativos as


traves, os frontões e as paredes.
Passando para a arquitetura romana, ainda no contexto espacial, observamos muitas
reconstruções de monumentos do império e imaginamos o espaço e o gosto dos romanos.
Baseados nisso, podemos até dizer que muitos edifícios romanos não eram obras de arte, do
ponto de vista escultórico, mas nunca poderíamos dizer que não eram arquitetura. O espaço
interior do Pantheon está presente de maneira grandiosa e se os romanos não tinham o sensível
requinte dos “escultores-arquitetos” gregos, porque este não era seu objetivo. Eles valorizavam
o espírito pragmático; a arquitetura tinha o objetivo de responder a uma necessidade funcional
da sociedade. O espaço do Pantheon é configurado a partir do seu interior. É clara a antítese de
espacialidade interna e externa do Pantheon vs. Parthenon. Fundamentalmente, os romanos
tomaram as colunatas que cingem o templo grego e as transportaram para o interior, ao
contrário dos gregos. Transportar as colunas gregas para o interior do Pantheon significa
deambular o espaço fechado e fazer convergir toda a decoração plástica à potencialização desse
espaço. Assim, percebemos que a arquitetura romana presente no Pantheon exprime uma
afirmação de autoridade, de poder, que é o símbolo que domina a multidão de cidadãos e
anuncia que o império existe.
os gregos partem de um sistema estrutural simples para construir o Parthenon, o conhecido
sistema trilítico ou arquitravado, que é uma variação do sistema mais simples da construção,
baseado no esquema coluna – viga – coluna. Os elementos estruturais constitutivos do templo
grego são uma plataforma elevada (chamada crepidoma, que corresponde à área sobre a qual
se assentam as fundações), uma série de colunas isoladas apoiadas sobre ela e um
entablamento contínuo que sustenta o teto. Os suportes são as colunas, cujo diâmetro é
proporcional à altura e ao intervalo, manifestando, assim, visivelmente a lei de medida e de
equilíbrio de forças que rege a natureza, pois como se sabe, “(...) a sociedade grega funda no
pensamento de um perfeito equilíbrio entre humanidade e natureza: nada existe na realidade
que não se defina e tome forma na consciência humana”. Para os romanos, o sistema estrutural
baseia-se no estudo dos arcos e das abóbadas. A forma-base do Pantheon é o arco, estrutura
curvilínea que recolhe e individualiza os pesos e os empuxos nos pontos de assentamento onde
se liga às colunas de sustentação. Este arco nada mais é do que uma estrutura de superfície, um
semicírculo. Da união de arcos sucessivos de mesma amplitude tem-se uma abóbada de berço,
que tem forma de meio cilindro. Duas abóbadas de berço que se cruzam ortogonalmente
formam uma abóbada de aresta, que resulta, assim, na formação de seis arcos, quatro laterais e
dois transversais. Assim, forma-se um forte sistema de forças combinadas que permite cobrir
grandes vazios e, especialmente, estabelecer uma clara distinção entre espaço externo, em que
está situado o edifício, e o interno, contido no edifício. Desta forma, chega-se à conclusão lógica
de uma estrutura arquitetônica feita de linhas e de superfícies curvas: a cúpula, calota
hemisférica, feita de materiais leves: no exterior, sua convexidade resume e conclui as massas
murais; no interior, sua concavidade domina e coordena os vazios.

10. Fale sobre o Pantheon. No seu entender, por que ele ainda se encontra em tão bom estado de
conservação, quase 20 séculos após sua construção?
O Panteão é surpreendente na sua simplicidade. Constitui-se de um grande tambor coberto por
uma cúpula, com sua entrada virada para o norte, demarcada por um pórtico. Dentro do tambor
há um único espaço cavernoso, com luz natural que se derrama de um óculo de 9 metros de
largura sobre altares triangulares e arredondados alternados que marcam o perímetro da sala. O
chão e as paredes do interior são revestidas com pedra fina proveniente de todo o Império
Romano, incluindo granito e vários mármores coloridos; O teto é de concreto aparente. Esta
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cúpula foi a maior do mundo por um período significativo, um superlativo que manteria até a
construção da maravilha de engenharia de Brunelleschi em Santa Maria del Fiore, Florença, em
1436, treze séculos mais tarde. Permitindo essa geometria aparentemente simplista estava um
elaborado sistema estrutural, o culminar de décadas de progresso na tecnologia de engenharia
romana. As paredes de 6 metros de espessura da base cilíndrica, enquanto aparentam serem
monolíticas do exterior, escondem uma rede cuidadosamente planejada de vazios e arcos que
atuam como oito pilares que suportam o peso da cúpula acima. A própria cúpula também foi
tornada possível pela inovação material romana do concreto. As abóbadas de concreto foram
usadas com grande efeito em várias estruturas durante o reinado do predecessor de Adriano (e
pai adotivo) Trajano, estabelecendo o quadro teórico para a construção do domo do Panteão.
Aqui, ao contrário das paredes, a solução estrutural é claramente visível: as cinco linhas
horizontais de caixotões, chamados de cofres, que, além de serem esteticamente atraentes,
reduzem a quantidade de concreto utilizado e, consequentemente, do peso morto da cúpula
entre seus membros estruturais, limitando o esforço colocado sobre os arcos escondidos dentro
das paredes da rotunda. Talvez graças à sua reorientação como uma igreja, o Panteão é um dos
monumentos mais bem preservados da Roma antiga. Sua célebre cúpula continua a ser a maior
do mundo a ser construída a partir de concreto não reforçado e, apesar da adição de altares
cristãos e afrescos, seu projeto permanece, em grande parte, o mesmo que sob o governo de
Adriano. Sua forma tem servido de inspiração para um cânone inteiro de edifícios desde o
Renascimento, entre eles o Panthéon em Paris, a cúpula de Santa Maria del Fiore e a Biblioteca
da Universidade de Virginia.

11. Identifique as principais diferenças entre os circos romanos, os teatros e os anfiteatros. Dê


exemplos (pelo menos 2) de cada uma dessas tipologias.
Os circos, originados em Roma, tinham como objetivo principal a realização de corridas de
cavalos com bigas (carros de guerra com duas rodas) e quadrigas (carros/carroças conduzidas
por cavalos posicionados lado a lado. A palavra “circo” deriva do latim (circulo), o nome foi
usado pelo fato de que as corridas aconteciam em pistas com uma extremidade curva; e a outra
extremidade era reta. Numa pista coberta de areia, haviam duas retas paralelas que eram
separadas por um pódio muito alto com nome de “Spina”. As pistas também foram formadas
por duas curvas de aproximadamente 180 graus. Nas duas extremidades da Spina havia um tipo
de coluna chamada Meta (Metae), a coluna tinha como função delimitar onde os cavalos
deveriam fazer a curva, geralmente, a distância entre essas Metas era de 200 metros, porém,
podia haver variações dependendo do tamanho do circo. Os mais famosos são o Circus
Massimus e o Circo de Domiciano.
Considerado como a união ou fusão de dois teatros, o anfiteatro é uma estrutura esférica que
se assemelha com uma elipse, tento como idealizadores a civilização romana que utilizava o
espaço para lutas de gladiadores, espetáculos circenses, enfrentamentos entre animais ou
simulações de batalhas navais, menos para representações teatrais. Datado do século ll, mas
suas ruínas só foram encontradas, por acaso, no início do século XX. Em seu apogeu, sua
capacidade era de cerca de 25 mil espectadores. O maior e o mais famoso romano é o Coliseu,
também conhecido com Anfiteatro Fabiano, sendo reservado para combates entre gladiadores.
Outro anfiteatro famoso é a Arena de Verona, localizado em Verona, Itália.
Já o teatro romano é uma construção típica do Império Romano, encontrada por todas as
províncias do império, e que tinha a finalidade de servir para a interpretação de peças teatrais
do período clássico. Os primeiros teatros eram construídos em madeira. Eram derrubados
depois que o acontecimento para o qual foi erguido se concluía. Uma lei impedia a construção
de teatros permanentes. Foi assim que, em 55 a.C. foi erguido o Teatro de Pompeu com um
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templo, a fim de burlar a vedação legal. Com o passar do tempo, os teatros romanos
desenvolveram características específicas. A maior parte dos que se conservaram seguem um
modelo arquitetônico proposto por Marco Vitrúvio, constituído por:
• Frente do cenário/palco (Scenae frons), normalmente composto de uma dupla linha de
colunas.
• Orquestra (Orchestra), semicírculo diante do proscênio, onde se sentavam as
autoridades.
• Ádito (aditus), corredores laterais para entrada na orquestra.
• Cávea (cavea), estrutura semi-circular onde, segundo a escala social, sentavam-se os
espectadores. Era sub-dividido em: cávea inferior (ima cavea), cávea média (media
cavea) e cávia superior (summa cavea).
• Vomitórios (vomitoria): Entradas abobadadas por onde se acessava à cávea e que
facilitavam a saída rápida dos espectadores.
• Proscênio (proscaenium), espaço diante do palco onde se desenrolava a ação dramática.
• Pórtico detrás do cenário (porticus post scaenam), espécie de pátio com colunas, detrás
do cenário ou palco.
Alguns teatros apoiavam a cávea sobre galerias abobadadas, enquanto em outros os arquitetos
aproveitavam a inclinação de colinas. O teatro poderia ser coberto com toldos, a fim de proteger
aos espectadores da chuva ou da luz solar. Além dessas instalações básicas, muitos teatros
mantinham pequenos templos em sua estrutura. Os mais famosos teatros da Roma antiga são o
de Pompeu e o Teatro de Marcelo.

12. Fale sobre o Coliseu e suas particularidades.


O Anfiteatro Flaviano, conhecido como O Coliseu, talvez a mais emblemática construção
romana, foi iniciado por Vespasiano em 72 a.C. e inaugurado em 80 a.C. por seu filho Tito Flávio
(79 – 81a.C.). Foi terminado por Domiciano entre 81 a 96 a.C. É o maior anfiteatro romano já
construído e se tornou o símbolo da própria Roma. Estima-se uma capacidade para 50.000 a
80.000 espectadores. O edifício forma uma elipse com perímetro de 527m, com eixos medindo
aproximadamente 187 e 156m. A arena medida cerca de 86 × 54 m, e altura atual atinge 48,5 m,
mas originalmente possuía 52m. Vespasiano drenou o lago artificial da Domus Aurea de Nero e
lançou as bases do anfiteatro, vindo a morrer em 79 a.C. Tito acrescentou novas fileiras de
assentos e o inaugurou com cem dias de jogos, em 80, em homenagem à Vespasiano. Logo
depois, o segundo filho de Vespasiano, Domiciano, completou o trabalho. Acredita-se que o
anfiteatro comportava, no início, naumaquias, ou seja, batalhas navais encenadas na arena, com
águas desviadas do Acqua Claudia, antes da construção dos hipogeus para abrigar os
gladiadores, condenados e animais selvagens, além dos sistemas de elevadores que elevavam as
atrações do hipogeu para as areias da arena. O nome Coliseu é derivado da estátua gigante que
representaria o próprio imperador Nero, mas que foi preservada durante a demolição do palácio
do mesmo, a Domus Aurea, reformada para representar a imagem do deus Sol Invictus. O
colosso foi transferido de seu local original para se assentar em frente ao templo de Vênus e
Roma durante o império de Adriano. Por cima dos muros ainda se podem ver as bases de
sustentação da grade de cobertura de lona destinada a proteger do sol os espectadores. Para
evitar problemas nas saídas dos espetáculos, os arquitetos projetaram oitenta escadarias de
saída. Em menos de três minutos, o Coliseu podia ser totalmente evacuado. Suas arquibancadas
tinham capacidade para, estima-se, 80 mil pessoas. A temperatura dentro do anfiteatro poderia
chegar a extremos nos meses quentes do ano, de forma que o risco de morte ou asfixia ou
mesmo hipertermia poderia ser muito acentuado. Durante as épocas chuvosas o espetáculo não
poderia continuar. Desta forma alguma medida deveria ser tomada para proteger os
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espectadores e para que o Coliseu não parasse. Foi criado o engenhoso Velarium, que como o
próprio nome sugere, vem de velas de navio. Um destacamento de navegadores foi trazido do
Golfo de Napoles para operar o imenso mecanismo que fechava o Coliseu, deixando-o
completamente coberto. Um sistema de polias era o responsável pela engenhosa estrutura que
direcionava o vento para as pessoas que ali estavam, amenizando o calor.

13. Qual a diferença entre os teatros construídos pelos gregos e aqueles construídos pelos
romanos?
Os gregos construíam seus teatros nas encostas das colinas, para aproveitar a declividade dessas
encostas e construir as arquibancadas aproveitando o caimento natural do terreno, já que não
dominavam engenharia de construção que permitissem tal proeza. Já os romanos, exímios na
construção dos arcos, utilizavam essas estruturas para suportar o peso dos assentos, criando
imensas estruturas de arquibancadas em terrenos planos. Construído em plano horizontal e não
numa encosta a céu aberto como faziam os gregos, o edifício tinha um auditório em semicírculo
em torno da orquestra, e a outra metade do círculo era ocupada pelo palco, que podia receber
também exibições de gladiadores. A parede de fundo era muito decorada, tinha três portas para
entrada e saída dos atores, por detrás estavam os camarins, armazéns e pórticos. O espaço
central que correspondia à orquestra grega estava reservada aos senadores e magistrados. Para
os espetadores comuns os lugares ficavam nas bancadas, ligadas por patamares e escadarias.

14. Como eram as habitações romanas? Quais os principais tipos de habitação? Explique cada um
deles, destacando as diferenças.
Existiram dois modelos de residências em Roma: as insulae – edificações multifamiliares
alugadas pela população mais pobre, e as domus – residências unifamiliares destinadas à
população rica. As residências rurais eram chamadas villas, grandes propriedades cercadas de
pomares, jardins e fontes, que mais tarde foram adaptadas às elites do Renascimento, ficando
famosas as Villas Palladianas, do arquiteto Andrea Palladio.
As insulae eram destinadas a aluguel e bastante pequenas, com normalmente um quarto que
chegava a abrigar famílias inteiras. Sua disposição se verificava em andares. Embora Roma
tivesse rede de esgoto, as insulas não tinham casas de banho. A sua construção era muito frágil,
feita de madeira e tijolo, o que fazia das insulas alvos fáceis para incêndios. Devido a este fator,
entre outros, foi possível o grande incêndio durante o governo de Nero. Em Roma a proporção
de insulas para domus era de quatro para um.
As domus ficavam geralmente nas partes mais altas da cidade, abastecidas pelos aquedutos.
Normalmente possuíam um jardim interno, piscina, atrium e outras comodidades. Tinham
quartos bastante pequenos e sem janelas com espaço apenas para uma cama, devido ao fato de
não haver aquecimento e de a iluminação ser feita através de clarabóias que davam para os
átrios.

15. As termas (ou banhos) eram edificações tipicamente romanas. Fale sobre a importância
desses edifícios, as atividades que eram praticadas neles e sobre a forma como eram
concebidos. Dê exemplos de alguns principais, edificados na cidade de Roma. Existe algum
edifício atual (aqui em Fortaleza, por exemplo) que possa ser comparado aos antigos banhos
romanos?
Quando os romanos conquistam a Grécia, muitos dos costumes locais são assimilados, incluindo
o das casas de banho, que também chamam de termas. Na versão romana, haviam três partes
principais: caldarium, tepidarium e firigdarium. Inicialmente, os banhistas iam ao caldarium,
onde tomavam um banho a vapor, por meio de um sistema de aquecimento localizado no
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subsolo, no compartimento conhecido como hipocausto. Depois do banho de vapor, passava-se


a um banho morno de imersão no tepidarium, cuja água também era aquecida pelo forno do
hipocausto, ou por um sistema a parte. Finalmente, o banhista ia nadar na piscina fria, o
frigidarium. A sala de banhos tinha o piso coberto por ladrilhos, ou mosaico, sustentados por
uma série de pilares de tijolos, formando uma sala no subsolo. Num dos cantos localizava-se
uma fornalha, cujos gases e as chamas passavam por baixo do piso, saindo por uma chaminé no
lado oposto. Com o tempo, as casas de banhos públicos começaram a se transformar em amplos
centros de lazer. Além do ginásio, começaram a surgir em anexo bibliotecas, museus e jardins,
locais onde as pessoas se reuniam para conversar. Algumas destas termas acabaram por
constituir complexos gigantescos. Os romanos acabaram por elevar o ato de tomar de banho a
status de ritual artístico, e seus Thermae refletiam esses avanços fisicamente. O Thermae
romano incluía um ritual muito mais complexo do que um processo de simples imersão ou
transpiração. As diferentes etapas do banho-ritual (despir-se, banhar-se, transpirar, receber
massagem e descansar) tornavam necessária a construção de câmaras separadas por funções
para cada etapa do banho. Com a queda do Império Romano, os árabes adotaram o costume, e
mantiveram ativas muitas das termas romanas originais nos locais que conquistavam. O banho
turco, ou hamman, tornou-se característica comum aos países islâmicos, copiando muito da
estrutura criada pelos antigos romanos.

16. O que eram as basílicas romanas? Para que serviam esses edifícios? Que edifícios construídos
posteriormente foram influenciados por essas basílicas?
A Basílica romana descende das Ágoras colunadas gregas, sendo que estes espaços romanos
eram cobertos. Na sua génese, as basílicas romanas eram edifícios multifuncionais, que
poderiam albergar áreas públicas, políticas, comerciais e sociais. Eram espaços de reunião
destinados a assembleias cívicas, funcionando muitas vezes como tribunais ou espaços
comerciais (lota/leilões), tornando-se um edifício central e indispensável em qualquer cidade
importante. A basílica era um edifício grande e oblongo, geralmente composto por uma nave
central, duas colaterais e uma ou mais ábsides. As naves laterais são mais baixas, por forma a
não obstruir as janelas altas (clerestório) na parte superior da nave central. Numa posição bem
visível, ao fundo, estava a tribuna que mais tarde seria adaptada transformando-se no altar e
no púlpito do culto cristão.

17. Nos edifícios romanos do período há um elemento arquitetônico que era comum em
praticamente todos. Que elemento é esse? Existe alguma razão para que isso ocorra? Qual?
Relacione alguns edifícios que apresentam este elemento.
O arco. É um elemento arquitetônico revolucionário. Permitiu às edificações maior leveza e
sofisticação. Através de uma simples estrutura arqueada foi possível chegar ao arco de meio
ponto e à abóboda de canhão. Esse elemento eternizou as honrarias, através dos Arcos
Triunfais, transportou água para as cidades, através dos aquedutos e embelezou as fachadas.
Com vários arcos entrelaçados foi possível cobrir os edifícios através dos tetos em abóboda. Sua
evolução possibilitou que as edificações ganhassem maior altura com o arco ogival,
caracterizando as catedrais góticas. Apesar da criação de materiais modernos como o aço e o
concreto, o arco ainda é utilizado como conceito arquitetônico, embelezando as fachadas e
sustentando pontes. Quase todas as obras romanas possuem arcos em sua arquitetura, como o
Coliseu, o Pantheon, as pontes e aquedutos.
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18. Quais eram os “monumentos comemorativos”? Por que eles eram erguidos? Dê exemplos.
Os arcos triunfais são monumentos à memória de grandes feitos e conquistas. Os arcos triunfais,
por serem essencialmente cerimoniais, recebiam grande quantidade de ornamentação
escultural e detalhes arquitetônicos. Em geral, os arcos são compostos pelo podium, arcadas,
entablamento e o ático. Sob os arcos passavam vias de acesso, que podiam ser usadas para
desfiles triunfais ou conjunções entre cardus e decumanos em cidades de províncias romanas,
na forma de tetrapylons, por exemplo. Sua forma influenciou as igrejas e basílicas cristãs, na
forma do arco-cruzeiro, que separa a nave central da capela-mor. Entre os mais famosos,
destacam-se os arcos de Tito, Sétimo Severo e Constantino.
Além dos arcos, destacam-se as colunas triunfais, monumentos comemorativos derivados dos
troféus militares. Nas guerras passadas, os soldados erguiam colunas de troncos de árvores em
agradecimento aos deuses, decorando o tronco com as armas capturadas dos inimigos.
Posteriormente, o tronco foi substituído por colunas gigantescas. A Coluna de Trajano, de 113
d.C., localizada no Fórum de Trajano, apresenta um dos mais belos relevos em mármore da
história, narrando as conquistas do imperador na Dácia. Outra famosa coluna, em Roma, é
dedicada ao imperador Marco Aurélio.

19. Qual famoso arquiteto romano que viveu e atuou neste período? Quais os princípios
enunciados por ele, ainda hoje considerados tão atuais?
Marcos Vitrúvio Polião (em latim, Marcus Vitruvius Pollio) foi um arquiteto romano que viveu
no século I a.C. e deixou como legado a obra "De Architectura" (10 volumes, aprox. 27 a 16 a.C.),
único tratado europeu do período greco-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte
de inspiração a diversos textos sobre Arquitetura e Urbanismo, Hidráulica, Engenharia, desde
o Renascimento. Os seus padrões de proporções e os seus princípios conceituais - "utilitas"
(utilidade), "venustas" (beleza) e "firmitas" (solidez) -, inauguraram a base da Arquitetura
clássica.

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