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BR GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 17 DE SETEMBRO DE 2018 1

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AS MORADAS DO SONHO
Batista
ILUSTRAÇÃO / MONTAGEM / ARTHUR DA PAZ

Custódio nos dois redutos. Quando o governador


Editor-geral do renuncia e o vice é empossado governa-
dor, a cobrada troca de importância. As
da escala superior vão para a ala inferior
e, as do solar, vão para a sola. O tece-te-

A
inteligência superdotada e ce das malhas da fuxicaria e o vaivém das
carecida de conhecimento é intrigueiras criam rupturas dos ressenti-
como a precisão da arma de mentos, irremendáveis na convivência
fogo desregulada na mira. De- dos ex-governadores com os ex-vices.
tona tiros. Não acerta nos alvos. E lenca. Tem sido assim em Goiás. É assim nos
A erudição fraca é como a munição falha. 26 Estados. Foi assim no atemporal dos
As balas desalinham no rumo das pon- Palácios do Catete e é assim no perma-
tarias e as ideias vagam no vazio dos vá- nente do Planalto. O panorama vigente
cuos. Mas há o desfecho mais danoso. A no cenário político indica que continua-
arma mal manejada fere ou mata aque- rá assim entre os céus e as terras de Pal-
le que a manobra, ou quem estiver pró- meiras e de Posse.
ximo, como a ideia mal concebida liqui- O governador José Eliton está em coma
da o mentor nos malefícios extensivos a na candidatura da reeleição, à espera de
seus seguidores. A leitura precária dos receber transplante de votos do marco-
clássicos da ciência política, econômica nismo, aos resmungos, caído na rinha do
e da humana, sinaliza a vulnerabilidade Ronaldo Caiado cruzando os horizontes
intelectual, diagnostifica a desfirmeza na para o primeiro turno. O ex-governador
eticidade e indicia chefes de governo em Marconi Perillo aterrissou do 4º mandato
Goiás como consignatários induzidos pe- e decola no voo para o Senado, medindo
las más companhias ao perdularismo. espaço com o Kajuru, com o Zé, sucessor,
O povo goiano experimentou ascen- pesando em suas asas no ar tempestuo-
sões e quedas de governadores no su- so das mudanças cíclicas.
midouro adulativo e amaciante de O José Eliton já plana ao embalo dos
personalidades temperamentais no en- ventos e não lhe será surpresa o clima do
vaidecimento prejudicial a todos eles na fim no Palácio das Esmeraldas, pois res-
intimidade do poder com amigos vaci- pira-o desde o início do seu governo. O
lantes no caráter, parentes estorvadores Marconi Perillo tem fôlego no pulmão
na arrogância, assessores inventivos de de suas lutas para respirar ainda outras
meritocracia nas mesmices burocráticas vitórias. Se o José Eliton viesse a ser ree-
dos escalões e, cada qual, mais intromis- leito, Marconi teria que fazer um pouso
sivo e inoportuno em prioridades no que tam as ruínas dos maiores Impérios dos borizados ficam no círculo do Marconi de emergência, por falta de combustí-
não lhes confere o dom do doutorado da tempos pretéritos da Humanidade. e enxotam os menos peçonhados para a vel, bem longe do Palácio das Esmeral-
competência eficiente e criativa. Todos eles, o Babilônico, o Macedô- roda do vice nos burburinhos da fofoca- das. Mas, com o Ronaldo Caiado na Casa
Afamam no palco de outros e locam- nico, o Egípcio, o Grego e o Romano, já gem no solenismo da posse, que é o mo- Vede, só o futuro sabe o que está escrito
-se de autoglorificações catinguentas estavam abalados pelos sussurros das mento em que todos, na multidão pala- no destino de Marconi.
de penhorados invistos em sua convi- fofocas entre as facções de futriqueiros ciana estão, cada um, pensando apenas O visível é a gaiola dos marqueteiros
vência atual, enfadonha e dizente nos nas cortes dos tronos, anos antes, das em si, porque, ali, todo mundo é sozi- que voejam nos terreiros palacianistas
atos de quem foram e, se não é mais, não quedas dos reinos nos confrontos das nho nas picadas de sua vantagem em militantes do tolismo mental, quase ju-
era real a sua importância. Os noviços batalhas épicas. meio às furupas do serpenteado dos in- mentados no cérebro encabrestado aos
no poder oficial embebem-se do assé- Até hoje é assim nas nações. Está igual teresses peçonhentos. troncos do antanho, abobados no pen-
dio pegajoso deles. Eis a questão: são ví- no Brasil. Em Goiás piorou. Na relva mo- Dali em diante, as cobrinhas-futricas samento e pastadores de ideias jogadas
timas da curteza mental. ral de políticos e de jornalistas, há línguas e as cobronas-intrigas desfilam na pas- fora por outros; e estão, na jagunçada des-
O Palácio das Esmeraldas manchou que parecem ter cobras dentro delas, des- sarela do corre-corre no leva-e-traz de ses escribas, os coices que o José Eliton e
o José Eliton na vaidade. Fê-lo outro no tilam veneno ampolado nos frascos das suas doses, covistas, ferroantes, e inter- o Marconi Perillo levarem dos eleitores
governador provisório. O Zé se noviciou conversas cochichadas nos palácios do passadas ao Coninho, de Palmeiras, e ao goianos no tribunal das urnas eleitorais
em dois implantes de cabelo na inva- Poder. O habitat natural dessas víboras, Zé, da Terra Ronca. É o cobreiro à som- em 7 de outubro de 2018.
são da careca na testa. Não precisava. que vivem em gentes, é o ambiente dos bra nas cobras. Esses respingos de gente são a irman-
Ele já estava tão topetudo no governo. gabinetes do presidente da República e Cobra-caninana. Corre empezinha na dade do mal em caravanas de cáfilas ato-
Se a ciência descoberta por Hipócrates do vice-presidente, dos governadores dos ponta do rabo e bate com ele ao alcan- caiadas no roteiro fugitivo dos remorsos
houvesse chegado à plenitude da bio- Estados e dos vice-governadores. São os çar as pessoas que zomba delas. Não tem perseguindo-lhes na consciência. Tem
química cerebral, ser-lhe-ia providen- chamados ninhos de cobras, criadas nos veneno, mas solta um bafo que mancha. um deles que faz inveja ao Judas. A sua
cial o implante de ideias. serpentários dos comitês eleitorais. Cobra-cega é do tamanho de minho- coragem tem a resistência de uma pa-
José Eliton veio eleitor de Posse. Foi na Soam intrigas nos chocalhos. ca grande, pele lisa e com sulcos forman- lha. Mas tem vaidade de moça. Na es-
lealdade de Ronaldo Caiado para a vice Sibilam futricas. do anéis e com olhos reduzidos no corpo. pécie das víboras é a cobra-chata, que se
de Marconi Perillo, escorregou na traição Arrastam-se vagarosas nos tapetes. Veem o que se passa até debaixo do chão, move achatada nos perigos e tem os den-
ao Ronaldo, e a vida ensinará ao Marconi Enrodilham atrás das portas. onde políticos escondem barras de ouro tes maiores que os das demais serpentes.
que aonde a fidelidade derrapa é onde a Levantam a cabeça, distraídas. do Tesouro dos Erários. Morde à distância. Fez isso muitas vezes
integridade não se firma. Espionam os gestos. Cobra-cipó se mantém no alto, como comigo. Acabou de dar-me uma mordi-
O Marconi ouvirá na voz do tempo o Bisbilhotam as vozes. nos cargos dos escalões. da. Não teve outra opção. Escondeu-se
desencanto do Ronaldo no seu dia de Ficam por ali, lá e cá. Cobra-verde, pouco percebida na numa ex-saia. E sibilou no vespeiro in-
Zé no ex-governador do seu vice. Fal- Ou se movem aos requebros. vegetação da Amazônia e não seriam termediador de peçonhas às sombras do
tou grandeza humana no amigo de Pos- Súbito, algo as incomoda. É o alvoro- notadas nas paredes do Palácio das Es- Marconi Perillo e do José Eliton, mas gui-
se ao não intermediar a concórdia na ço dos passos. Vozes ensurdecem o Pa- meraldas, onde espécimes semelhan- zalhou que essa destilada venenosa vie-
desavença entre os amigos de Palmei- lácio das Esmeraldas e ecoam no Palácio tes a ela transitam aparentemente im- ra do Euler Belém. O Euler esteve comigo
ras e de Anápolis. Na Casa Verde há Pedro Ludovico. A Praça Cívica se espre- perceptíveis. no velório do Jávier Godinho. Censurou
contágio das malquerenças. O ex-go- me de gente. É a posse do governador, o Cobra-preta só é vista à luz e nunca nos a qualidade do texto. Ele não se esconde
vernador Marconi Perillo e o seu vice vice grudado atrás, o séquito dos caça- escuros, onde há muita coisa escura nos nos botes. Nem entoa-se nos chocalhos.
se estremeceram no governador Alci- -cargos aos amontados. governos. Euler é de frente na nossa amizade. Euler
des Rodrigues, aos repasses de tranças As ninhadas de viperíneas, ouriças, Cobra-de-asa, onde elas pousam, fin- não escreveria contra mim. A caneta dele
conflituosas do ex-secretário da fazen- congestionam os remanejos nas covilhas cam o ferrão na árvore, e há árvores ge- vomitaria antes a tinta.
da, Jorcelino Braga, nomeado por insis- do fofoquismo, alarmadas. Dão botes de nealógicas, quase matas, nos cargos do É coisa da cobra-chata. Falou em “di-
tência de Marconi ao Alcides. mexericos umas nas outras. Nas esca- Estado. nossauros e camaleões”. No seu caso, o
Um questionamento intrigante na mas espalhavam fuxicos cáusticos. As Cobra-de-duas-cabeças, ela é dupla- único ser pré-histórico que o define é a
inteligência dos líderes condutores dos línguas, fininhas, bifurcam nas pontas mente enganosa, morde com uma boca barata. Você sim, esteve camaleão no Iris,
povos é que eles não leem sequer para arrelias ferinas para um lado, adulações e sorri com a outra, pelo menos é o que se no Irapuan, no Nion e, inclusive, no pri-
satisfazer a curiosidade da ignorância, safadas para outro e se fazem de mansi- sabe delas na paisagem governamental. meiro mandato de Marconi. Mas esse vi-
quanto aos embustes encobertos nos nhas nas espreitas. Cobra-coral-falsa é a etnia mais viceja- ra-casaca é um feto da vida. Saia do en-
mitos da política, nos ícones da econo- O governador e o vice estão na redo- da no marconismo e no irismo, à moita, costo do Marconi e do Eliton. Venha para
mia e nos dogmas das religiões. Satisfa- ma dos puxa-sacos. O poder é a adega- nos ajardinados cheios de espinhos nos o aberto na polêmica. Vou mostrá-lo o
zem-se com as alegorias desmanchantes dos bebedores de tapeação nas taças da canteiros da política em Goiás. Judas que é dentro de si.
no lendário. Eles só conhecem o lado de traição, nas goladas de ingratidão, com ti- São as pessoas alcunhadas pela sabe-
fora na História, à mostra no espetaculo- ra-gosto nas bandejas da delação. doria popular de cobras criadas. Elas pro-
so do bélico nas guerras, e não se aten-
tam para o fato veraz, à tona nos museus
O serpenteado do intriguismo cruza
envenenamentos no vespeiro do gover-
liferam nativas nos governos. Umas aloja-
das junto ao governador. Outras à banda
BATISTA
e à prova nos olhos dos turistas que visi- nador e no vespado do vice. Os mais vi- do vice-governador. Estafetam intrigas CUSTÓDIO

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