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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA
Belém- PA
2018
Adrielle de Sousa Nascimento – 201507540010
Belém
2018
1. INTRODUÇÃO
Diante disso, esse trabalho busca apresentar uma breve revisão bibliográfica sobre o
histórico de descoberta das enzimas, o funcionamento enzimático, conformações espaciais,
nomenclaturas e aplicações de interesse industrial.
Segundo Nelson e Cox (2014) a catálise biológica foi reconhecida e descrita no final
dos anos de 1700 em estudos da digestão de carne por secreções do estômago, que levou a
pesquisas sobre a conversão do amido em açúcar pela saliva e por extratos de plantas no
decorrer do século seguinte, resultando em meados de 1850 no postulado de Louis Pasteur
sobre a fermentação do álcool por leveduras. Esta seria catalisada por “fermentos”
inseparáveis da estrutura das células de leveduras vivas, gerando um ponto de vista chamado
de vitalismo, que prevaleceu por várias décadas.
O autor também apresenta os principais acontecimentos relacionados a esse campo de
estudo, sendo estes: a fermentação de açúcar em álcool por extratos de levedura por Eduard
Buchner em 1897, que provou que a fermentação era feita por moléculas (posteriormente
nomeadas de enzimas por Frederick W. Kühne.) que continuavam ativas mesmo após serem
removidas das células, marcando o final da visão vitalista e alvorecer da ciência bioquímica;
o isolamento e a cristalização da urease por James Sumner em 1926, que postulou que toda
enzima é uma proteína, gerando controvérsias ; cristalização da pespsina, tripsina e outras
enzimas digestivas por John Northrop e Moses Kunitz em 1930, e a descoberta de que todas
essas são proteínas. Durante esse período, J. B. S. Haldane escreveu um tratado intitulado
Enzymes, no qual fez a notável suposição de que ligações fracas entre a enzima e seu substrato
poderiam ser usadas para catalisar a reação, ideia que ainda permanece essencial no
conhecimento da catálise enzimática. A partir da última parte do século XX, milhares de
enzimas foram purificadas, suas estruturas elucidadas e seus mecanismos explicados.
3. ESTRUTURA ENZIMÁTICA
O conhecimento a respeito da estrutura das enzimas é essencial para a melhor
compreensão das suas características e propriedades catalíticas. Segundo Borzani et al. (2001)
as proteínas são macromoléculas, com peso molecular variando entre 5000 a até 100000
dáltons, sendo proteínas globulares e heteropolímeros de vinte diferentes aminoácidos;
podendo incluir em sua estrutura grupos prostéticos, um componente não protéico.
Apresentam, com exceção da prolina, aminoácidos que possuem como porção comum um
átomo de carbono ligado a uma hidroxila, a um grupo amino e a um átomo de hidrogênio,
tendo como quarto constituinte um grupo R específico para cada aminoácido, que proporciona
propriedades particulares.
A ligação entre aminoácidos ocorre por ligação peptídica, estabelecida entre o grupo
α-carboxila de um aminoácido e o grupo α-amino do aminoácido subsequente – os grupos
carboxila e amino presentes no radical R jamais participam desta ligação –, formando uma
longa cadeia (BORZANI et al., 2001). Com relação à estrutura das enzimas, pode ser
representada por estruturas primárias, secundárias, terciárias e quaternárias. A descrição
destas estruturas presente abaixo é baseada na fornecida por Borzani et al. (2001).
Cada enzima é caracterizada pelo número e a ordem de aminoácidos componentes
desta cadeia, ou seja, a sua estrutura primária, responsável pelas estruturas de ordem superior
que a proteína exibe em sua forma celular ou nativa. A estrutura primária é formada por uma
cadeia peptídica linear, embora a cadeia com esta representação não exista em solução.
As enzimas apresentam duas estruturas secundárias em sua conformação espacial, que
está organizada em α-hélice e folha β-pragueada, e ainda segmentos irregulares que
conectamos segmentos com arranjo definido. Os segmentos em α-hélice são formados e
estabilizados por pontes de hidrogênio, estabelecidas entre os átomos de nitrogênio e os
átomos de oxigênio providos pela ligação peptídica, que se dispõem paralelamente ao eixo da
hélice os grupos R projetados para o seu exterior; os em formato de folha β-pragueada
também são mantida por pontes de hidrogênio, porém com um arranjo paralelo de dois ou
mais segmentos de cadeias peptídicas quase totalmente distendidas, situando-se e posição
perpendicular ao eixo da cadeia polipeptídica.
A estrutura terciária é resultado indireto de sua estrutura primária e descreve a
conformação espacial real assumida pela molécula proteica em solução. Esta explica o
dobramento da cadeia polipeptídica com os rolamentos, dobras e voltas que a compõem e que
a levam a uma forma geral globular, mantida por ligações químicas formadas entre os grupos
R dos aminoácidos e as interações hidrofóbicas, ligações eletrostáticas, pontes de hidrogênio e
de pontes de dissulfeto entre os grupos R.
Já a estrutura quaternária representa a organização presente nas proteínas compostas por
mais de uma cadeia polipeptídica, descrevendo quantos e quais monômetros compõem a
molécula e como estão associados. A força que mantêm unidos os monômeros de cadeia
quaternária são as mesmas que mantêm a estrutura terciária, com exceção das pontes de
dissulfeto.
4. AÇÃO CATALÍTICA DAS ENZIMAS
As propriedades catalíticas das enzimas podem ser entendidas por meio de suas
estruturas protéicas e da análise do tamanho relativo entre enzima e substrato (reagente).
Borzani et al. (2001) explicam que as enzimas apresentam estruturas muito precisas, e para
que a ação catalítica ocorra é necessário que os substratos se liguem a estas por meio dos
grupos R em uma região específica de sua superfície, chamada de sítio ativo. Este é uma
cavidade com forma definida, o que confere especificidade à catálise, constituída por grupos
R de aminoácidos que podem estar distanciados na estrutura primária, mas que os
desdobramentos da estrutura terciária trouxeram à proximidade uns dos outros. A seletividade
das enzimas pelos substratos baseia o modelo de chave-fechadura, que explica de forma
sintética a seletividade das enzimas (Charnock e McCleary, 2006).
Por ser fortemente dependente da estrutura terciária das enzimas, a ação catalítica pode
ser influenciada por agentes que provoquem mudanças conformacionais na proteína, o que
torna a atividade enzimática dependente das características do meio, notadamente do pH e da
temperatura (BORZANI et al., 2001). Temperaturas e valores de pH fora da faixa ótima da
atuação da enzima podem provocar redução da atividade catalítica ou até a desnaturação da
proteína.
5. CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA
1- Oxidorredutases Oxidorredução
3- Hidrolases Hidrólises
REFERÊNCIAS
Nelson, David L., and Michael M. Cox. Princípios de bioquímica de Lehninger. Artmed
Editora, 2014.
Charnock, Simon J., and B. V. McCleary. Enzymes: industrial and analytical applications.
Megazyme Rep, 2006: 1-5.
Monteiro, N.V.; Silva, R.N. Aplicações Industriais da Biotecnologia Enzimática. Revista
Processos Químicos / SENAI. Departamento Regional de Goiás - v.3, n.5 (jan/jun, 2009), p.
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