Sei sulla pagina 1di 10
i i | j A CONTRIBUICAO SOCIOCULTURAL NA MOTIVACAO DO CRIME VIOLENTO COMETIDO PELO PSICOPATA: UMA BREVE COMPARACAO. ENTRE A CULTURA BRASILEIRA E A NORTE-AMERICANA”™® Tatiana Mazziotti Bulgacov Mari Angela Calderari de Oliveira A violéncia ¢ 0 crime violento tém sido objetos de preocupa- 40 em todo 0 mundo em face do impacto que tais fendmenos provocam na sociedade. Com base nas pesquisas de Hare (1996), 0 fator psicopa- tia € bastante frequente no contexto da criminalidade violenta, Nesse sentido, pergunta-se: atos criminosos violentos — 0 que inclui hom dio, estupro € lestio grave (ou crimes considerados bizarros e sofi dos) — séo, com maior frequéncia, cometidos por Transtorno de Persor Qual a contribuigao sociocultural na motivagao do crime vio- ito cometido pelo psicop ido-se em conta as diferengas da ira ¢ da norte-americana? Observa-se que a vi corrente de motivagao psicopat neia urbana © 0 jica esto preser crimes ali cometidos. panorama atual do ca ra norte-americana traduz uma disfunggo na estrutura fan aumento do miimero de pessoas com transtornos mentais (incluindo o transtorno de personalidade antissocial ou psicopatia) ou mesmo agra- Sfntese ds Monografia apresentada no Cus PUCPR, como reauisito 8 obteneHo di 54 Tatiana Mazziott Calderari de Otiveira Igucov / Mart An vado os sintomas desses transtornos naqueles que ja os possuiam (MARANO, 2000). Diante disso, e observando-se na literatura que lares desestruturados, assim como alguns cursos de transtornos mentais estio no histérico da maior parte dos criminosos violentos, questiona-se se a sociedade, nos EUA, por estas caracteristicas especificas, favorece a ecorréncia do crime violento, comparativamente com outras sociedades em desenvolvimento, como € 0 caso do Brasil, em que o principal pro- blema ¢ social e econdmico, considerando-se que a educagio precaria da populagio ¢ a mé distribuigao de renda sao fatores predisponentes & violéncia urbana, por exemplo. (NETO et al., 2001). Um Ievantamento recente, no Brasil, indicou que 0 desempre- 20, nos iiltimos oito anos, aumentou 16 vezes mais do que o cresci- mento da populagdo. Nesse cendrio de desemprego, corrupgao, desvio de dinheiro piblico, trafico de drogas, crescem a miséria ¢ a criminali- dade, principalmente a chamada violencia urbana, No Estado de Sto Paulo, segundo a Pesquisa de Condigdes de Vida de 1998, da Fundagio Scade (Sistema Estadual de Anélise de Dados), 1,65 milhao de pessoas foram vitimas de roubo ou furto nos doze meses anteriores a realizagao da pesquisa (NETO et al., 2001, p. 12) Nesse contexto, cabe perguntar: seré o crime de homicidio so- fisticado cometido por motivagdes psicopatolégicas 0 exemplo mais adequado de individuo perigoso na realidade brasileira? Acredita-se que niio. Seri que 0 pais esti fornecendo a seus cidadaos os direitos huma- nos basicos ¢ fundamentais? Chama-se atengao para o fato de 0 com- Portamento criminoso comum (ou violéncia urbana) ocorrer mais co- mumente ndo apenas em decorréncia de qualquer patologia mental ~ porque de fato 0 comportamento antisocial ¢ existente ai — mas sim, € principalmente, decorrente de fatores socioculturais prevalecentes em uma sociedade enferma em termos de conduta moral (MECLER, 1996). Essas questdes advém, na realidade, de uma grande ansiedade social, por isso a escolha do tema. Tanto 0 comportamento criminoso quanto 0 quadro de psicopatia de um individuo resultam em danos fisi- cos, psicolégicos e/ou morais na sociedade. Neste estudo, seré tratado, mais especificamente, o homicidio, JA que este € considerado o delito maximo, por exceléncia, pois atenta contra a vida humana, bem juridico supremo, do qual irradiam todos os demais. Segundo Eysenck (1964, p. 55-56), “o psicopata apresenta 0 enigma da delingiiéncia de forma particularmente pura, e se pudésse- each theese SASL ANNA NEL A contribuigao sociocultural na motivagao do crime violento. 85 mos resolver esse enigma em relacdo ao psicopata teriamos uma pode- rosa arma para usar no problema da delingiiéncia em geral™ Ao se compreender a complexa articulago entre contexto, histéria, personalidade, cultura, valores, recursos ¢ estado mental, na génese do comportamento criminoso, talvez seja possivel ideniificar a populagdo propensa a tal comportamento, iniciando tum processo preventive de reparacdo dos fatores criminogenicos, promovendo o bem-estar e reducindo a angistia das populagdes em isco (TABORDA et al., 2004) Constata-se, na literatura, uma lacuna quanto a este tema, ¢, especificamente, uma abordagem da interface psicologia juridica, psi- quiatria forense direito, Trata-se de um tema rico, na medida em que lida, essencialmente, com 0 comportamento humano e se depara enor- ‘memente com problemas legais e éticos. Neste trabalho, serd realizado um esforgo no sentido de visua~ lizar teoricamente o perfil de populagdes violentas advindas de comuni- dades culturalmente diversas, especificamente do Brasil e dos Estados Unidos da America. Evidéncias sugerem que os sintomas e 0 curso de diversas perturbagdes mentais, como € 0 caso dos transtornos de perso- nalidade, so fortemente influenciados por fatores culturais e étnicos. Deste modo, além da hipétese diagndstica de Transtorno An- tissocial ou Psicopatia, fatores culturais relacionados ao ambiente psi- cossocial e niveis de funcionamento do individuo (por exemplo, estres- sores sociais, suportes sociais disponiveis, nivel de funcionamento, redes de apoio emocional, instrumental e informativo ~ DSM-IV, 2002) também serdo analisados neste trabalho a fim de se estabelecer uma compreensdo mais abrangente dessa problematica, Uma das limitagdes ao se fazer uma pesquisa criminolégica esta no fato de que a pesquisa quantitativa é o instrumento mais comu- mente utilizado, cujos dados estatisticos fornecem elementos de compa- ragdo que podem ser facilmente utilizados como referéncia ¢ compara- ges longitudinais. No entanto, sto dados que necessitam de mais in- vestigagaio para a compreensio de sua natureza. Para o propésito deste estudo, foram usados apenas dados qualitativos. Considerando que este tipo de informacao referente a realidade brasileira — sobretudo no que conceme a motivacdo do crime — & escasso ou mesmo inexistente, foi este um fator limitador para a realizagao do presente estudo. 56 Tatiana Mazziotti Bulgacov / Mari Angela Calderari de Oliveira Espera-se que as observagies feitas aqui contribuam de manei- ta especial com os profissionais © pesquisadores da dea forense ¢ de- mais simpatizantes do tema, jé que o impacto da criminalidade violenta em nosso meio ainda nao encontrou a contrapartida da atengaio da pes- quisa em proporgio equivalente. Por outro lado, um fator frequente de confusio nos estudos com populagdes violentas diz respeito a heteroge- neidade destes grupos (JOSEF; SILVA, 1999, p. 29). CRIMINALIDADE, DEFINICAO E CONTEXTO HISTORICO meno complexo que possui mi plos determinantes biopsicossociais e culturais, ¢ tem sido uma faceta da condigio humana desde épocas pré- Neste principio de uma realidade na maioria das cidades de paises desenvolvidos e de paises em desenvolvimento, apresentando-se em nivel universal, ¢ do mais restrito a uma determinada comunidade. © Brasil é um pais que tem uma longa histéria de autoritaris- ‘mo, discriminagao racial e desigualdade social. Existem, portanto, inti- eros fatores que diminuem a capacidade da soc rar o Estado de Direito e os direitos ci tais para a maioria da populagio (CARDIA, 2000). Partindo deste prin- . Neto ef al. (2001) afirmam que um segmento social economica- mais especificamente a violencia urbana. Para os objetivos deste estudo, dois lados da violéncia serio abordados, a saber, a violencia urbana e o crime violento decorrente de homicidio com mo nalos seriais, por exemplo. A violéncia urbana, ou 0 ato cri ‘como um dos principais problemas sociais da atualidade, Neste estudo, € definida como sendo crimes contra o patriménio, como assalt questros, fuurtos ¢ roubos, e que podem levar ao homicidio da c/ou do agressor. No Bras pode ser identifica: 1080 comum, configura-se sobretudo nos grandes centros, a violéncia urbana como a maior preocupacao apontada pela socieda- A contribuigao sociocultural na motivagao do crime violento. 57 de, sendo alvo de intimeros debates nos Amt ‘0 € privado. E um tema que abarca fendmenos das esferas social, politica e econdmica, repercutindo diretamente na qualidade de vida da populagao. Os fatores socioecondmicos tém um papel de destaque no en tendimento da génese dos conflitos urbanos. A distribuigao desigual de renda, 0 acesso diferenciado de grupos populacionais aos recursos sociais, disponiveis ¢ 0 isolamento social de familias residentes em ambientes marginalizados so fatotes que podem determinar a intensidade da vio- Téncia em cada localidade. Conforme salienta Soares (2000, p. 70), € fato que existe uma influéncia das condigdes de pobreza na probabilida- de de ocorréncia de homicidio, destacando que so os m ‘menos educados que matam e morrem mais por violénci urbanos sao menos comuns em comunidades que apresentam uma eco- tdvel ¢ uma sociedade mais organizada, quando compara- das com locais onde a compe Levando em consideragao que a satide mental ¢ a conduta do duo se constituem em proceso nos EUA, uma realidade adversa da com uma pesquisa anual realizada por diretores de c thamento psicolégico (MARANO, 2000), os problemas de satide mental dos estudantes americanos vém se agravando desde 1988. Transtomos de ansiedade, de depressio ¢ problemas de relacionamento se agrava- ram. As Faculdades relatam cada vez mais casos de perseguigao obses- siva levando a violéncia e até mesmo a mortes. Em estudo de Valenga ¢ Moraes (2006), verificou-se que a associagdio desses quadros psiquidti- cos com a violéncia existe, “sendo 0 homicidio a expressdo mais grave dessa violencia” (p. 63). A ocorréncia de atos i raizes em fo um fator de ris -ntos na sociedade, e mesmo dentro causal, nao exi ossa deter- mar dificil Fatores relacionados ao individuo, as relagdes que ele desenvolve, a comunidade onde vive e & socieda ‘no aparecimento de situagdes de violéncia. O CRIME DE HoMIcipIo D’Cruze, Walklate © Pegg (2006, p. 16-17) afirmam que “existem evidéncias de uma forte correlagdo entre indic fc 58 Tallana Mazzlot Bulgacov / Mari Angela Caldorari de Ollveira € niveis de po vavel © que muito pro- nas, por sua vez, Mostram que nos anos de 2003 2004 houve, respectivamente, 475.8 ¢ 465.5 mortes por 100.000 habitantes advindas de crimes violentos, o que inclui: assassi- nato, estupro ¢ lesdes graves, sempre coagidos por forga e independen- tes da varidvel violencia urbana ja descrita neste estudo. (Department of Justice — FBI, 2004), Brookman (2005) sugere, em sua fonte de dados, que 0 pico da idade em que mais comumente se é uma vitima de homi- cidio ou um suspeito de homicidio é entre 16 e 35 anos. Quando se estuda a relagdo entre homicidio ¢ transtoros mentais (é 0 caso da psicopatia), dois conceitos importantes so os de “homicidio anormal” ¢ “homicidio normal”, descritos por Valenga e Moraes (2006). O homicidio anormal é assim denominado por sua bi- zattia e incompreensibilidade, geralmente cometido pelo individuo portador de um transtorno mental grave, Sua incidéncia tende a ser constante em diversas sociedades, acompanhando a incidéncia dos prin- cipais transtornos mentais, enquanto a incidéncia de homicidios nor- mais, ou intencionais, reflete realidades mais amplas de uma sociedade, como a violéncia urbana, por exemplo. Dados quantitativos relativos aos indices de homicidio apon- tam que o Brasil tem um maior nimero de homicidios referentes & vio- éneia urbana, comparado aos EUA (STOLINSKY, 2000). Dois tipos de homicidio foram descritos em estudo realizado por Josef ¢ Silva (1999): o homicidio reativo, que “se dé na presenca de brigas, discussdes e frequentemente sob a influéncia de dlcoo?” (p. 33). Homicidas ndo-psicopatas tendem a esse tipo de crime (p. 33); ¢ 0 ho- micidio instrumental, que “é cometido no dmbito de outros crimes (assaltos, tréfico de drogas) e se dé sem 0 importante componente de raiva do tipo de homicidio anterior” (p. 33). Homicidas psicopatas ten- dem a este tipo especifico de crime. Sabe-se que o homicidio ¢ universalmente considerado como o crime capital, trazendo importante carga de violéncia implicita, Buscar uma explicagao para este ato to atroz e reprovavel moral e socialmente € uma tentativa constante de cientistas ¢ estudiosos das areas de Psico- logia, Direito, Sociologia e Antropologia. O crime cometido pelo assassino serial, ou serial killer, como € definido na lingua inglesa, encaixa-se na categoria de homicidio quali- ficado © seré abordado neste estudo para exemplificar um crime vio- lento sofisticado decorrente de psicopatologia. ssnsinnarniaiina ti aitiaiialiaaeenNtiLl A contribuigao sociocultural na motivagao do crime violento.. _59 O ASSASSINATO EM SERIE De acordo com Casoy (2002), 0 termo serial killer é relativa- mente novo, tendo sido usado pela primeira vez nos anos 1970 por Robert Ressler, agente aposentado do FBI (Federal Bureau of Investi- gation). Para 0 propésito deste estudo, o termo serd usado para se referir somente a homens que cometeram trés ou mais homicidios sexuais se~ riados, separados por intervalos variados de tempo. © que mostra a literatura € que existem fatores bioldgicos, psicoldgicos e sociolégicos relevantes para 0 homici seriado. Um estudo conduzido por Stone (2001), referente as caracteristicas de personalidade, concluiu que 86,5% dos serial killers preenchiam os critérios de Hare para psicopatia. Houve ainda grande sobreposi¢ao entre psicopatia e transtomo sfdico de personalidade — dos seria! killers ‘com psicopatia, 93% também apresentaram transtorno sidico. O sadis- mo sexual envolve atos (reais, nfo simulados) nos quais 0 individuo deriva excitagdo sexual do sofrimento psicolégico ou fisico (incluindo humilhagao) da vitima (DSM-IV, 1995). Sua causa mais provavel € a presenga de um histérico de agressdes severas na infincia (fisicas, se- xuais ou verbais) que foram negligenciadas (MORANA; STONE; ABDALLA-FILHO, 2006, p. 78) Neste tipo de crime, as vitimas parecem ser escothidas ao aca~ soe mortas sem nenhum motivo aparente. Elas representam, na maior parte dos casos, um simbolo sobre o qual o assassino busca exercer seu poder e controle. Os crimes violentos, em geral, apresentam requintes de perversidade e podem ser praticados contra pessoas préximas ou desconhecidas. Nos EUA, estima-se que existam entre 35 (nimero conserva- dor fornecido pelo FBI) e 500 serial killers operando no momento (CASOY, 2002). Levando-se em conta as estatisticas mundiais, 75% deles encontram-se em tertitério norte-americano. Hé teses para a explicagio deste fenémeno, mas nenhuma € conclusiva. Uma delas & a de que dos EUA provém a maioria das pesquisas ditecionadas ao tema. No Brasil, estima-se que haja um mimero bem maior que 0 noticiado. A explicagao poderia estar no fato de nosso aparato polici ainda ser bastante despreparado para a captura desses criminosos, con- tando com métodos e técnicas de investigagao ultrapassados, além de escassos recursos. Porém, apesar de tais dificuldades, foram capturados, em nosso pais, cinco assassinos em série, somente no ano de 2004 60 Tatiana Mazzioti Bulgacov / Mari Angela Calderari de Oliveira (CASOY, 2004, p. 23). Todavia, casos de assassinatos em série surgem nos mais diferentes paises, em maior ou menor proporgao. Estatisticas mais completas referentes a assassinos seriais bra- sileiros nao foram encontradas, 0 que confirma a falta de atengao para este tipo de crime, ASPECTOS ETIOLOGICOS DO COMPORTAMENTO CRIMINOSO = SEMENTES DA VIOLENCIA A estrutura arquitetada © complexa do comportamento crimi- noso tem surpreendido pela audicia de seus autores (SERAFIM, 2003), mobilizando muitos estudos quanto as possiveis causas deste compor- tamento. Apesar de 0 presente estudo priorizar a hipétese de fatores iturais como agentes causadores do crime, ndo se pode as tendéncias contempordneas de que fatores biol (genéticos, imicos, neurol6gi ligados a essa problematica. No que conceme aos parametro: siquica, um: pécie de lestio ética, a qual seria responsavel pela pratica de atos delin- quentes (RIGONATTI, 2003). A psicologia direcionada 4 compreensto da conduta antisso- cial deverd investigar a classe de fendmenos psicolégicos ligados a0 estuda a personalidade do criminoso, 0 comportamento, 0 pensamento, a reagdo ¢ a experiéncia caracteristicos de uma pessoa, através dos quais se pode compreender ¢ prever algumas manifestagdes do comportamento humano (SANTOS, 1979) A abordagem psicoldgica comportamental explica essa ques to da seguinte forma: mntos criminosos sao os legalmente proibidos que, se los e nao punidos, reforcam positivamente a pessoa € sdo aversivos para a outra pessoa ou pessoas que seqiiéncias, no caso, a vitima, (FELDMAN, 1977, Segundo Rigonatti (2003), nao parece ser possivel conhecer 0 criminoso por completo sem | A contribuigao sociocultural na motivagao do crime violento. 6 jue apresenta-se com maior ‘0s, haja vista que sua a¢do tem que acontece na vida do homem rele ‘seu comando no ps reflete a sua estrut Quanto & interago que o indi ambiente, uma importancia especi primitivos, devido a sua influéncia na formacao do niicleo da person: dade, Sabe-se, por exemplo, que: cerebral, podendo conduzir & agressividade, hipe- irbios de atencao, delingiténcia e abuso de drogas (MORANA; STONE; ABDALLA-FILHO, 2006, p. 75). ¢ cuidadosa tem sido recimento (CORDEIRO, 2003). 0 fator moti uma questdo de dificil com- preensio, 0 que motiva novas investigagdes ¢ reflexdes acerca da correlagao causal desse comportamento (RIGONATTI, 2003, p. 59) Diante dessa problemitica, cabe a todas as ciéncias que obje- tivam a melhoria da qualidade de vida da humanidade buscar respostas quanto as possiveis prevengdes e tratamentos. Minisini (1993), investi- gador australiano especialista em desvendar crimes bizartos € sofistica- dos, fala da necessidade de se dedicar mais atengao aos pacientes psi- quidtricos. Qualquer programa de pesquisa que leve em conta a possibili- dade de interagdo genes-ambiente deveria comegar pela descrig¢a0 do comportamento em questéo © passar a indexar os diferentes estimulos situacionais que resultam em variagdes desse comportamento. A cultura é um exemplo de fator ambiental que deve ser ans sado cuidadosamente, ja que ¢ 0 conjunto di dos por determinada sociedade, cujos valores e comportamentos sao apreendidos pela pessoa e transmitidos de uma geragao a outra. ‘TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL, Para Hare (1991), a personalidade psicopatica ou antissocial & um distirbio socialmente devastador, definido por uma constelagao de 62 Tatiana Mazziotti Bulgacov / Mari Angela Calderari de Oliveira caracteristicas afetivas, interpessoais e comportament charme; manipulagao; intimidago; _ egocentrismo; , culpa ou remorso; mentira patol violagdo de normas e expectativas. Em iltima andlise, s, 0 que impulsividade; ica; persistente psicopatas seriam predadores intraespecificos, que empregariam ‘quaisquer meios para satisfaedo de suas préprias necessidades egoistas, cia. Em sua falta de confianga e de senti- 12 pelos outros, eles fomam friamente aguilo que querem, vio- Jando as normas sociais sem 0 menor senso de culpa ou arrependi- mento (p. 54). E importante ressaltar que o termo que precedeu o conceito de psicopatia é 0 transtorno de personalidade antissocial, existente nas Classificagées psiquiatricas norte-americanas DSMLIII, DSM-III-R © DSM-IV. ‘ca essencial do Transtorno de Personalidade 1995; 2002) “é um padrao global de des- 1s alheios, que se manifesta na infancia ou no comeco da adolescéncia e continua na idade adulta”. (p. 608). Este padrao também é conhecido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personal uma vez que 0 engano e a manipulagao so aspectos smo de Personalidade Antissocial (TPAS). E classificado no Eixo II (Transtornos da Personalidade e Re- tardo Mental), que € 0 segundo de cinco eixos do sistema de classifica- ao multiaxial do DSM-IV". Isso significa que o transtorno de perso- nalidade antissocial é uma manifestagao clinica ego-sintOnica, ou seja, a pessoa no se incomoda com suas atitudes, mas as outras pessoas sim. Um estudo brasileiro envolvendo 29 individuos condenados por homicidio ou tentativa de homicidio constatou que 51,72% apre- sentavam trant social de personalidade. Sem di torno de pers & associado com varios comportamento © abuso de substincias, baixo nivel educacion: outros (VALENCA; MORAES, 2006, p. 67). Rigonatti (1999), estudando um grupo de condenados por jo (N = 50) e estupro (N = 50), nfo encontrou indices elevados homici opata(transtorno meatal), A conttibuigdo sociocultural na motivagao do crime violento... 63 apontando © crime. Seus dados apontam, associaglo entre doenga ;0 dos dados da literatura que en- icipais causas do comportamento criminoso. Para Hemphill et 375), a reincidéncia criminal dos psicopatas, por exemplo, é cerca de trés vezes maior que em outros criminosos. Para crimes violentos, a taxa dos psicopatas € quatro vezes maior que a dos nao-psicopatas. Morana (2003), em apenados brasileiros, encontrou reineid cia criminal 4,52 vezes maior em psicopatas que em no psicopatas, Harris, Rice e Cormier (1991, p. 626) referem que a reincidéncia de crimes violentos em uma amostra de 169 pacientes masculinos foi de 71% para ‘opatas ¢ 21% para nao psicopatas; ou seja, mais de quatro Morana (2003) encontrou a taxa de 5,3 vezes mais versati- lidade criminal em psicopatas, quando comparada a outros criminosos. E importante ressaltar que psicopatia no ¢ sinénimo de com- portamento to. Psicopatas, devido a sua estrutura de personalida- de e sua visio do mundo e dos outros, maior risco para a violéncia (JOSEF; SILVA, 1999). ‘Varios estudos tém investigado grupos especificos de pacien- tes com transtornos mentais com a finalidade de estabelecer correlagdes entre comportamento violento ou homicida ¢ variveis sociodemografi- cas e psicopatolégicas (VALENCA; MORAES, 2006, p. 68). Quando se estuda a relago entre homi mentais, um conceito importante assim denominado por sua bizarria cia de homicidios anormais tende a ser des, acompanhando a incidéncia dos principais transtornos me incidéncia de “homi uma sociedade, como a vi MORAES, 2006, p. 63). Constat ratura, uma escassez de estudos sobre a lagio entre homicidio € pacientes forenses nos paises em desenvolvi- mento, onde é provavel que as taxas de homicidios relacionados aos transtomos mentais seja baixa em relagéo aos “homicidios normais” ou intencionais (VALENCA; MORAES, 2006). 64 Tatiana Mazzi Bulgacov / Mari Angela Calderari de Oliveira O CRIME E 0 CONTEXTO SOCIAL © estudo das causas da atitude violenta do homem deve en- volver duas areas do conhecimento, que sfo: a natureza humana e 0 ambiente social, ambas em relagdes miituas. Como afirma Brito (1988) apud Ferraz. (1994, p. 33) ial em que se in- ieas da persona crime sio vai Estas fontes de motivagio no ambiente tém 10s estudos, cujo objetivo € compreender sua relagdo com a criminalidade. Segundo ressalta Ferraz (1994), ‘os fenémenos urbanos causa- o que invariavelmenteinfluencia © comportamento das pessoas. A vio- Iencia urbana ocorre devido a inimeros fatores, entre eles: a superpo- pulagdo, a miséria, a ma distribuicdo de renda, a delinquéncia juvenil, a falta de educagio ou a ma qualidade desta, entre outros. micidios se mantiveram como uma relevante causa de morte da populagio brasileira, sendo que ocorreram 32,000 homicidios (BRASIL, 2000), 0 que corresponde a um indice de 21 para 100.000 habitantes. Os homicidios situam-se em pri- meiro lugar entre as mortes por causas externas, sendo estas mortes relacionadas, em grande parte, a criminalidade urbana. Estes dados su- gerem que homicidios normais parecem ser muito mais comuns nesta sociedade do que os anormais (VALENCA; MORAES, 2006). Segundo Neto er al. (2001), a desigualdade social no Brasil é a principal causa da ncia urbana, que lidade mostram que as mais altas taxas de homi- ‘adas na periferia das grandes cidades e regides ibreza, desemprego e falta lo satide, educacdo, trans- porte, comunicagdo, seguranca e justica so particularmente agu- dos (p. 21). A conttibuigao sociocultural na motivagao do crime violento. 65 crime © a violéncia no Pais sao explicados por Maricato (1995, p. 29) como sendo estratégias de sobrevivéncia e luta em uma sociedade caracterizada por alto grau de desigualdade econdmica e con- flito social. Como se trata, aqui, de criminalidade intencional, portanto consciente, é possivel que ela esteja aumentada apenas na populagdo sem doenga mental, diminuindo, desse modo, 0 excesso relativo em doentes. Mas isto, segundo Gattaz (2005), é uma hipétese que necesita de verificagao experimental Em contraposi¢do, nos EUA, no mesmo ano de 1990, ocorre- ram 9/100.000 homicidios relacionados & violéncia urbana, um nimero bem abaixo do indice brasileiro Dados do Censo do ano 2000 (BRASIL, 2000) mostraram que as mortes por causas violentas decorrentes da violéncia urbana naquele ano somaram 14,5% do total de dbitos, sendo a terceira causa de morta- lidade nacional. Também em 2000, os assassinatos representaram 38,3% dos dbitos por causas extemas. Inglaterra, cidental foram comparados no que di ipalmente envolvendo estupro € homi constatado que uma , apesar de todos serem desenvolvidos, € 0 uso da violéncia contra a pessoa, mais frequente nos EUA (FELDMAN, 1977, p. 23). Neste contexto, Cordeiro (2003) expe dados de uma avalia- do de risco realizada nos EUA: corre o risco de ser perseguida a de- 59% dos casos por parceiros atuais ou anteriores e 30% por agressores sexuais. (p. 126). Este mesmo autor ressalta que os perseguidores predat preparam o ataque sexual ¢ so, geralmente, parafilicos (pessoas, cometem homicidio por motivos sexuais). O sadismo sexual, se asso- ‘ocial, pode levar 0 individuo a ferir grave~ as. Observa-se que estes crimes tém uma motivagao psicopatoligica, fazendo parte dos crimes sofisticados. Sto sobretudo um problema de justiga criminal, embora 0 apoio psi 4 parafilia seja relevante na redugao da delinquéncia (p. 127). De acordo com 0 FBI, jovens menores de 18 anos foram viti- mas de aproximadamente 16% dos crimes violentos em 2004 (MURAKAMI; RAPPAPORT; PENN, 2006, p. 725). 66. ‘Tatiana Mazziotti Bulgacov / Mari Angela Calderari de Oliveira r que existem muitas dificuldades na elabo- ficiais referentes a crimes de homicidio. Uma delas é a existéncia da chamada “cifra negra”, que é a porcentagem niio registrada dos acontecimentos em estudo, ¢ que, segundo Walker (1971), é comum em todas as ciéncias sociais. E consenso geral entre os criminologistas que a “cifra negra” do crime nao registrado € conside- ravelmente mais elevada do que a do crime registrado. REFLEXOES SOBRE A CULTURA E A FAMILIA, Pode-se considerar a cultura como uma importante determi- nante do comportamento. A violéncia ¢ um exemplo de comportamento que pode ser aprendido no tecido cultural de muitas sociedades (BATISTA apud RIGONATTI, 2003), e é este conceito que sera discu- tido e contextualizado neste estudo, A cultura norte-americana é um exemplo de sociedade impel da por necessidades econdmicas que se organiza ao redor do trabalho cenira seus objetivos em torno da acumulagao ¢ do consumo. De acordo com Lerner (1960, p. 121), “E uma sociedade muito organizada em alguns pontos e profundamente desorganizada em outros [..”. Natu- ralmente, 0 mesmo ocorre com a familia, que acaba por modificar sua configuragao para atender a essas novas necessidades. Dados sugerem que inadequagdes sociais repercutem direta- mente na estrutura e organizagao da familia, fragilizando-a ¢, conse- quentemente, provocando uma ineficécia no seu papel principal, que é 0 de “estabelecer relagdes saudaveis, numa dtica biopsicossocial, e na formagao moral e ética do i *. (RIGONATTI, 2003, p. 58). ‘A familia norte-americana € caracterizada por estar sempt exibindo seus excessos. Lerner (1960, p. 122) descreve a seguinte real dade: mumerosas familias desunidas, filhos inseguros, maes dominado- ras; a familia parece instdvel e sem raizes, raramente desempenha suas fuuncdes tradicionais, tudo indicando que a instabilidade fami liar expressa ¢ intensifica 0 sentimento geral de desintegragao da sociedade, © principal exemplo, bem representado na cultura norte- americana, das chamadas inadequagdes sociais, seria 0 Bullying, que é ‘um termo de origem inglesa utilizado para descrever A conttibuigao sociocultural na motivagao do crime violento, er atos de violencia praticados por Segundo (1996), a familia é a matriz mais impor- mano ¢ também a pt Entretanto, quando no constitui uma unidade de experiéncia, aprendi- zagem e criatividade, poder se tomar um fator de doenga ‘Uma das consequéncias dessa nova configuracao familiar ¢ 0 agravamento de problemas de satide mental (MARANO, 2000). De acordo com uma pes do Kansas, antes de ixas so de ansiedade e depressdo. Observou- cada vez mais frequentemente, relatos de perseguigio obs a violencia e A morte. Neste exemplo baseia-se a questdo primordial presente estudo, que leva a que se acredite que em paises desenv« a exemplo dos Estados Unidos, existe uma tendéncia da ocorréncia de crimes mais sofisticados, cujas motivagdes sto psicopatolégicas ¢ nao sociais e/ou econdmicas. bre o assunto, izados. No tocante aos fatores econdmicos ¢ sociais como agentes causadores do crime, hé um consenso na ao exagerado crescimento demografico; 0 desequilibrio na distribui¢ao da renda, provocando uma superpopulacao de marginalizados ¢ 0 sur- gimento de favelas e conglomerados urbanos; ego; 0 cio da juventude; a desestruturagio do niicleo familiar; e a ineficdcia das agdes de muitos paises frente a0 trifico de drogas, bem como 0 alcoolismo (COI, 1999). © que se tem observado & que a complexa interface entre aspectos sociolégi na vida de ‘uma sociedade forma sua dinamica cultural ¢ o seu impacto na saiide mental. ivo, talvez os indices de psicopatia e, consequentemente, de wvados. J4 nos Estados Unidos ¢ de- justrializados, acredita-se que seria 68 Tatiana Mazzioti Bulgacov / Mari Angela Calderari de Oliveira ido pensar na possibilidade de execucdo de trabalhos preventivos na estrutura familiar para que seus valores ¢ praticas educacionais fossem poupados. CONSIDERACOES FINAIS Como ficou demonstrado nos dados da literatura coletados pa- 1a 0 propésito deste estudo, pode-se afirmar que evidéncias apontam que atos criminosos violentos ~ incluindo homicidio, estupro ¢ lesio grave (ou crimes considerados bizarros e sofisticados) ~ sio cometidos, com maior frequéncia, por individuos com Transtorno de Personalidade Antissocial/Psicopatia/Sociopatia, e que, na maioria das vezes, este transtorno de personalidade esté associado a0 uso abusivo de alcool efou drogas. No que diz respeito a contribuigdo sociocultural na motivagao do crime violento cometido pelo psicopata, péde-se observar que a in- fluéneia do ambiente, ou seja, de fatores culturais relacionados ao am- biente psicossocial e niveis de funcionamento do individuo (por exem- plo, estressores sociais, suportes sociais disponiveis, redes de apoio emocional, instrumental e informativo), é bastante significativa na ex- presstio do comportamento criminoso. No entanto, ndo ¢ possivel con- firmar se hd grandes diferencas entre as culturas brasileira ¢ norte- americana, levando em conta suas especificidades, e se estas propiciam §uma maior ou menor incidéneia de motivario especfica para o crime violento, Pode-se dizer que os dados coletados referentes a esta questo especifica tendem a relacionar os problemas econdmicos ¢ sociais do Brasil com a alta incidéncia de criminalidade urbana, assim como fato- res socioculturais norte-americanos com o crime mais sofisticado e de motivacdo psicopatolégica. No entanto, estes nao so dados conclusi- vos, dada a complexidade do tema em questo. Nesses casos, a exemplo do Brasil, a motivago do crime esta- tia relacionada a problemas socioecondmicos, cujo exemplo seriam os crimes urbanos. Estudos apontam que a miséria, 0 desemprego ea baixa laridade seriam fatores psicossociais de risco delinquencial em um pais em desenvolvimento. Por outro lado, sugere-se que a cultura capitalista e de cardter egocéntrico presente nos EUA — onde comportamentos antissociais como 0 bullying sao frequentes entre os jovens, ¢ os indices de crimes A contribuigao sociocultural na motivagao do crime violento. 69 sexuais e de violéncia contra a pessoa (como estupro e homicidio) sto altos ~ seria um fator psicossocial que tem sido associado ao crime mais sofisticado, cuja motivagao seria psicopatologica. E importante ressaltar que tanto os crimes urbanos quanto os sofisticados ou bizarros esto presentes em ambas as culturas, brasileira € norte-americana, Sabe-se que ha uma heterogeneidade, por vezes dentro do proprio pais, que dificulta saber ao certo a frequéncia de cada motivagao criminal em cada um desses paises, sendo esta a principal limitag3o deste estudo. Seriam necessérios muito mais dados a esse respeito, e sempre os considerando com bastante cautela. Outra dificuldade de responder a esse questionamento esté no fato de a policia criminal ou ciéncia forense nos EUA ser to espe zada e tecnologicamente sofisticada que resulta em um maior mimero de crimes resolvidos e, consequentemente, divulgados. A midia é bas- tante agressiva e competente com relagao a divulgacdo de crime barba- ros e violentos, jé que isto levanta 0 “Ibope” do jornatismo, sendo ine- gavel a capacidade persuasiva da TV norte-americana. No Brasil, sabe-se que a situagdo ¢ outra. A relagdo existente centre os sistemas de satide e de seguranga na América Latina & em ge- ral, insatisfatéria, uma vez que ambos os sistemas operam de forma isolada e desintegrada (ABDALLA-FILHO; BERTOLOTE, 2006, p. 58), dificultando bastante o trabalho da policia cientifica. Outra questo importante, colocada por Casoy (2004), € que, no Brasil, a poli- cia tem um enorme preconceito em aceitar a possibilidade de assassinos como serial killers, por exemplo, estarem em ago. Desta realidade, decorre que as estatisticas eriminais, tanto qualitativas quanto quantita- tivas, so distorcidas, quando comparadas com a realidade criminal do Pais Foi ilustrada, neste estudo, a relagio entre aspectos cul saiide mental ¢ crime, com o objetivo de incentivar o desenvolv de pesquisas direcionadas 4 compreensio dos complexos processos pelos quais o individuo apresenta uma conduta delinquente, adquire uma identidade criminosa e adota um modo de vida ilicito (RIGONATTI, 2003). Sugere-se, ainda, um trabalho continuado para o aprimora- ‘mento da justia criminal ¢ a reestruturagdo dos institutos médico-legais e da policia cientifica visando a realizagao de exames criminolégicos mais eficientes ¢ apurados (RIGONATTI, 2003, p. 59), pois, 0 que deve prevalecer num estudo criminolégico ¢ a tentativa de esclarecimento do 70 Tatiana Mazziotti Bulgacov / Mari Angela Calderari de Oliveira ‘0 humano antissoci sivel, evitando a sua rei buscando a sua prevengao e, tanto quanto pos- ragdo (GONZAGA, 2006). Este trabalho se propés muito mais a levantar hipéteses ¢ a ar reflexdes sobre o tema do que a oferecer respostas. Preten- mbém, apontar um caminho para os préximos estudos a serem frea, uma vez que as evidéncias sugerem que pesqui itivas referentes & motivagao do crime violento no Brasil const qual tuem, ainda, um campo a espera de maior investigagao cientifica. Referéncias ABDALLA-FILHO, B,; BERTOLOTE, J. M. Sistemas de psiquatria forense no mundo. Revista Br v.28, Supl. Il, p. 56-61, 2006. BRASIL. Mini Orgamento ¢ Gestio. IBGE. Censo demogritico Disponivel em: . “Acesso em: jan, 2007. BROOKMAN, F. Understanding homicide. London: Sage, 2005. re and Urban Mental Health. The Psychi- s of North America, New York, vol. 24, n. 3, 2001 Urban Violence in Sao Paulo. Washington, DC: Woodrow Wil- I killer: louco ou cruel. Sao Paulo: WVC, 2002. CASOY, 1. Serial Killers: made in Brazil. Sao Paulo: Arx, 2004. COID, J.W. Actiological risk factors for personality disorders. British J. of Psychiatry, vol. 174, p. 530-8, 1999, CORDEIRO, J. C. D. jatria forense: @ pessoa como sujeito ético em medicina ¢ em direito, Lisboa: Fundagao Calouste Gulbenkian, 2003. D'CRUZE, S.; WALKLATE, S.; PEGG, S. Murder: and historical IV. Manual diagnéstico e estatistico de transtornos mentais. Tradu- ‘do de Dayse Batista. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995, DSM-IV, Manual diagndstico ¢ estatistico de transtornos mentais. ‘Tradu- 80 de Dayse Batista. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. EYSENCK, H. J.; EYSENCK, S. B. G. Manual of the Eysenck Personality Inventory. London: University of London Press, 1964. FELDMAN, M. P. Comportamento er de Janeiro: Zahar, 1977. FERRAZ, H. A violéncia urbana. S20 Paulo: Jodo Scortecci, 1994, A contribuigao sociocultural na motivagao do crime violento.. n GATTAZ, W. F. Violéncia ¢ doenga mental: fato ou ficgdo. Neurociéneias. Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, 2005. vol. 1 GONZAGA, M. T. C. A psicoloy Curso de P6s-Graduagao em Psi HARE, R. D. Psycophaty: a clinical construct whose time has come. Crime, Justice and Behavior, vol. 23, p. 25-54, 1996. HARRIS, G. T; RICE, M. E.; CORMIER, C. A. Psychopaty and violent re- cidivism, Law and Human Behavior, vol. 15, 1991 HEMPHILL, J. F.; TEMPLEMAN, R. W and crime: recidivism and erim aio norte-americana: a vida e o pensamento nos Esta- dos Unidos de hoje. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1960. vol. 3, MARANO, H. E. De olhos bem fechados. Traducio de Clara Allan Psychology Today, 2000. (Folha de S. Paulo, Sto Paulo, 20 fev. 2005. Caderno Mais! p. 4.) MARICATO, E. Metropole na periferia do ca gualdade e violéncia. Sao Paulo: Hucitec, 1995. MECLER, K. Perici envolvidos na determinagio da cessagio da p. infrator. 1996. Dissertagio (Mestrado em P: da Universidade Federal do Rio de Janeiro ( smo: ilegalidade, desi- vol. 22, n. 4, p. 524-8, 1993, MORANA, H. Identificagio do ponto de corte para a escala PCL-R em populasio forense brasileira: caracterizacao de dois subtipos de personalida- de: transtomno global e parcial. 2003. Tese (Doutorado) ~ Faculdade de Medi- ccina, Universidade de Sao Paulo, Sio Paulo, 2003, MORANA, H. C. P.; STONE, M. H.; ABDALLA-FILHO, E, Transtomos de personalidade, psicopatia e serial killers. Revista Brasileira de Psiquiatria, vol. 28, Supl. II, p. 74-9, 2006. MURAKAMI, S.; RAPPAPORT, N. and School Vi n.3, Forens PENN, J. V. An Overview of Juveniles ies of North America, vol. 29, Psychiatry, 2006,

Potrebbero piacerti anche