REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS RELIGIOSAS DE ANGOLA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO DE PERMANÊNCIA

Nome da aluna: Maria Domingas Luis

Classe: 11ª

Curso: Educador Social

Turma: B

Supervisor: Oseias

Julho/2017
 INTRODUÇÃO
A permanência é um estágio de curta duração, mas fornece ao educador social o primeiro
contacto com a realidade concreta do grupo alvo, elevando assim a nível de conhecimento
sobre a realidade por meio da técnica da observação.

O nosso trabalho será elaborado tendo em conta os problemas que serão encontrados no caso
concreto. Assim, o trabalho começará por abordar sobre o campo de acção, as técnicas ou meios
usados, os problemas existentes como: alcoolismo, violência doméstica, falta de saneamento
básico, delinquência juvenil e gravidez precoce.
 RESULTADO DIAGNÓSTICO
Movidos pela realidade e querendo dar uma resposta aos problemas existentes na comunidades
e inseridos no curso de educador social, entendemos ter a comunidade Forte Santa Rita para
fazer face a uma realidade que nos circunda.

Deste modo, queremos dar o nosso contributo porque o curso assim o exige. Como não
queremos que o que se aprende fique apenas connosco, decidimos saber os problemas e depois
dar a nossa solução.
 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO

AS TÉCNICAS UTILIZADAS FORAM DE OBSERVAÇÃO E DE

ENTREVISTA
OBSERVAÇÃO

Consiste num registo sistemático de dados capturados pelos sentidos considerando as

características e as transformações do projecto estudado, em que os investigadores procuram
superar as limitações do método experimental através da observação em ambiente social.

O observador está no campo e observa o processo tal como decorre na vida do indivíduo no
seu meio natural. Este tipo de observação denomina-se livre ou natural.

Entende-se como observação participante quando o observador participa na vida dos indivíduos
me observação.

Observação não participante: este método é adequado para o estudo de casos, por exemplo, da
forma como as crianças brincam umas com as outras, para estudar os grupos sociais ou qualquer
forma de comportamento no seu meio ou hábito natural.

VANTAGENS DO MÉTODO DE OBSERVAÇÃO

Considera o objecto de estudo inserido no seu meio podendo deste modo obter informações
«in loco», informações essas que de modo directo seriam inacessíveis uma vez que o
comportamento se alteraria.

Os dados recolhidos são de natureza discretiva qualitativa.

DESVANTAGENS DO MÉTODO DE OBSERVAÇÃO

Controlo insuficiente das variáveis, impossibilidade de repetição dos comportamentos.

Subjectividade e relatividade das observações, dada especificamente do olhar do observador.

APRENDIZAGENS OBTIDAS NO MÉTODO DE OBSERVAÇÃO

Este método ajudou-me a obter algumas prévias informações acerca dos problemas mais
visíveis como o alcoolismo que é um problema premente nos dias actuais, a falta de saneamento
básico, a violência doméstica e a gravidez precoce que também se proliferou muito nos dias
que correm.
 LIMITAÇÕES ENCONTRADAS NO MÉTODO DE OBSERVAÇÃO

Sendo um método que não exige a interação com o observado, não se conseguiu fazer uma
avaliação profunda porque nos limitamos a ver o que acontecia e isto fez com que certas
conclusões fossem precipitadas ou desconformes com o que se pensa.

Os resultados obtidos foram superficiais porque gostaríamos algumas realidades fossem

abordadas falando profundamente com os destinatários.
 APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
A província do Namibe localiza-se a Sul de Angola. É composta por cinco (5) municípios dos
quais temos Bibala, Virei, Tômbwa, Kamucuio, Moçâmedes. No Sul do município de
Moçâmedes, que é o município sede, encontra-se a comunidade Forte Santa-Rita que está
dividida por quatro (4) blocos que são: Forte, Mandume, Makala, Aida, Eucaliptos ou Kalipi.

A comunidade, em estudo, foi fundada em 1868 quando no bairro da aguda apareceu uma
epidemia chamada barbónica que deixou muita gente sem vida que obrigou a administração
colonial a evacuar alguns negros para uma zona mais segura sem risco de contágio que era o
Forte. Este bairro era comandado por um elemento branco chamado António Condenado de
Portugal que veio cumprir a sua pena em Angola, tal como acontecia com outros brancos
condenados e desterrados para povoar o território angolano, enquadrado no Âmbito de
ocupação do território angolano.

António vivia com sua esposa que se chamava Rita. Vestia-se como madre e ajudava os negros
necessitados. Com esse gesto nobre, chamavam-lhe de Santa. Quando apareceram as cheias na
localidade para derrubar ele chamava pelos homens fortes para juntarem as pedras e travarem
a água. É assim que surgiu o nome Forte Santa-Rita em homenagem à senhora Rita e aos
homens fortes.

Posto até aqui, afirmamos que o nosso campo de acção foi, simplesmente o Forte de Baixo que
encontramos no centro da comunidade é uma zona em que a pobreza relativa. Quanto aos
serviços sociais temos as seguintes instituições: 3 escolas do Iº ciclo, um posto de Saúde, um
Posto Policial. O bairro tem diversas necessidades como: falta de escola do IIº nível, centro de
Saúde, porque mesmo com o existente, o atendimento não é dos melhores; as necessidades
primárias não são satisfatória para 60% dos moradores, existe uma diversidade de problemas
social, mesmo com o posto policial, a segurança não é satisfeita para os moradores bem como
a iluminação pública.
 PROBLEMAS IDENTIFICADOS
O presente trabalho destina-se a saber como é o bairro do Forte Santa-Rita, enquadrado no
âmbito de estágio de permanência que se fez durante o período de 15 dias.

Ao longo da nossa actividade, detectamos os seguintes problemas sociais:

 Alcoolismo,
 Pouco ou fraco saneamento básico,
 Delinquência
 Violência doméstica.
 Gravidez precoce
 TEMÁTICA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO PROBLEMA
PRIORIZADO

ALCOOLISMO
O que é alcoolismo?

Nem todo consumo de álcool configura o alcoolismo. Define-se o alcoolismo como o consumo
excessivo, duradouro e compulsivo de bebidas alcoólicas, o qual degrada a vida pessoal,
familiar, profissional e social do indivíduo. Diz-se que uma pessoa é dependente do álcool
quando ela não tem mais forças para interromper o consumo e, se o interrompe,
apresenta sintomas desagradáveis que cedem com o retorno ao álcool. A esse fato chama-se
abstinência.

Antes da dependência ocorre a tolerância, que é o fato de uma pessoa precisar de doses cada
vez maiores para produzir os mesmos efeitos que antes conseguia com doses menores.

O álcool também pode ser consumido “socialmente” sem que a pessoa se torne alcoólatra. Na
verdade, dentro do consumo “social” de álcool deve-se considerar como aspectos separados e
clinicamente específicos:

1. O abuso do álcool, que é o consumo excessivo, mas episódico.

2. A intoxicação aguda ou embriaguez.

Ambas as situações podem gerar eventos desagradáveis e graves como alterações do

comportamento, coma, ataque epiléptico, acidentes de vários tipos, desastres automobilísticos,
etc.

Quanto ao alcoolismo propriamente dito, temos que considerar a dependência ao álcool e

a síndrome de abstinência do álcool, ambas com consequências muito deletérias.

Segundo a revista médica “The Lancet”, dois bilhões de pessoas no mundo consomem álcool,
das quais mais de 76 milhões têm problemas com esta substância. O alcoolismo gera custos
muito altos para os serviços de saúde em todo o mundo, além de outros representados pela
queda de produtividade, pois os alcoólatras têm os seus rendimentos profissionais seriamente
prejudicados ou ficam impedidos de trabalhar.
 Quais as causas do alcoolismo?

Em nosso meio, as bebidas alcoólicas são cada vez mais consumidas e até exaltadas e as
pessoas são introduzidas nelas cada vez mais cedo. É verdade que a maioria das pessoas que
consome bebidas alcoólicas não se torna alcoólatra, mas essa disponibilidade aumentada
estimula em muito o alcoolismo. Outros fatores sociais, psicológicos e sobretudo genéticos,
contribuem decisivamente para a instalação do alcoolismo.

Apontamos como outras causas as seguintes:

Desemprego

Falta de diálogo na família

Más companhias

Quais as consequências do alcoolismo?

O alcoolismo continuado leva a alterações dos padrões funcionais do fígado, do aparelho

digestivo, do coração, do sangue, dos músculos e das glândulas endócrinas. Em sua evolução,
o alcoolismo também leva a doenças físicas e psíquicas, algumas das quais irreversíveis e que
podem resultar em morte.

As doenças mais comuns associadas ao alcoolismo são a cirrose hepática, as síndromes

amnéstica, demencial, alucinatória e delirante, além de ansiedade, distúrbios sexuais,
alterações do sono, etc. O alcoolismo também aumenta a predisposição a outras doenças, como
às infecções. Por fim, o delirium tremens, o quadro clínico mais grave da abstinência, pode
terminar pela morte.

O consumo crônico do álcool por prazo muito longo acaba por levar a mudanças psicológicas
profundas, entre as quais aquelas que incluem alterações dos padrões éticos e emocionais da
pessoa, deterioração das relações familiares e sociais e descaso com as tarefas laborativas. O
alcoólatra (e às vezes o mero usuário não alcoólatra) pode ter um comportamento violento e
até mesmo criminal.

Com é o tratamento do alcoolismo?

O tratamento do alcoolismo está fadado ao fracasso se o próprio alcoólatra não engajar-se nele,
o que não acontece, na maioria das vezes. Depois de instalada, a dependência pelo álcool é de
muito difícil tratamento. O tratamento principal consiste em exortar o alcoolista a parar de
beber, ao mesmo tempo dando-lhe apoio.

As psicoterapias individuais são pouco efetivas. As de grupo oferecem melhores resultados.

Um movimento leigo, denominado alcoólicos anônimos, parece oferecer resultados ainda
melhores. Este grupo existe há mais de 76 anos e em vários países ao redor do mundo.

Quanto aos remédios, até muito recentemente não se tinha nenhuma medicação visando
diminuir o desejo pelo álcool. Muito recentemente três substâncias – a naltrexona, a
ondansetrona e o acamprosato – vêm sendo testadas com esse objetivo, mas são de uso muito
recente e ainda não contam com uma experiência inquestionável.

O dissulfiram, de uso mais antigo, gera um acúmulo de acetaldeído, um metabólito do álcool,

e produz sintomas muito desagradáveis (náuseas, vômitos, tonturas, etc.). Com isso, espera-se
que ele seja aversivo em relação ao ato de beber bebidas alcoólicas. No entanto, muitos
alcoólatras não conseguem conter o desejo pelo álcool e acabam por interromper a medicação.
Alguns nem mesmo conseguem esperar pela eliminação dela e, ingerindo o álcool,
experimentam os sintomas desagradáveis que a associação acarreta.
 DEFINIÇÃO DOS PROBLEMAS POR TEMÁTICAS

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Violência doméstica1 é todo tipo de violência que é praticada entre os membros que habitam
um ambiente familiar em comum. Pode acontecer entre pessoas com laços de sangue (como
pais e filhos), ou unidas de forma civil (como marido e esposa ou genro e sogra).

A violência doméstica pode ser subdividida em violência física, psicológica, sexual,

patrimonial e moral. Também é considerada violência doméstica o abuso sexual de uma criança
e maus tratos em relação a idosos.

Toda violência doméstica é repudiável, mas os casos mais sensíveis são a violência doméstica
infantil, porque as crianças são mais vulneráveis e não têm meios de defesa. Mesmo quando a
violência doméstica não é dirigida directamente à criança, esta pode ficar com traumas
psicológicos.

Muitos casos de violência doméstica ocorrem devido ao consumo de álcool e drogas, mas
também podem ser motivados por ataques de ciúmes.

A maioria dos casos verificados são de violência doméstica contra a mulher, mas também há
casos de violência doméstica contra o homem. Todos os dias, a polícia recebe
aproximadamente 2 mil queixas de pessoas que alegam ter sofrido violência doméstica.

Como em muitos problemas na nossa sociedade, a prevenção é muitas vezes a melhor solução.
Muitos especialistas indicam que no caso da violência doméstica, o acompanhamento dos
casais antes que o problema aconteça é crucial. Além disso, é importante que haja uma atuação
imediata por parte de várias entidades quando aparecem os primeiros sinais de violência
doméstica.

Causas

 Desemprego
 Consumo de álcool
 Pobreza

1
https://www.significados.com.br/violencia-domestica/ (18-07-17; 15 horas:19 minutos)
  Ciúme

Consequências

 Baixa auto estima

 Desestruturação familiar
 Deficiência
 Morte

FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO

2
Saneamento básico é o conjunto de medidas adoptadas em uma região, em uma cidade, para
melhorar a vida e a saúde dos habitantes, impedindo que fatores físicos de efeitos nocivos
possam prejudicar as pessoas no seu bem-estar físico mental e social.

O abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos

sólidos e drenagem das águas pluviais são o conjunto de serviços de infraestruturas e
instalações operacionais que vão melhorar a vida da comunidade. É importante a preocupação
dos governantes garantirem o bem-estar e a saúde da população desde que também sejam
tomadas medidas para educar a comunidade para a conservação ambiental.

Causas

 Pobreza,
 Falta de serviços comunitários
 Desurbanização

Consequências

 Cólera
 Águas paradas
 Acumulação de lixo
 Malária
 Paludismo

2
https://www.significados.com.br/saneamento-basico/ (18-07-17; 15 horas e 28 minutos)
 DELINQUÊNCIA JUVENIL
A definição de delinquência trata-se de uma definição ampla, que se estende não só ao contexto
legal mas também ao contexto social, uma vez que a sociedade, tendo em conta as normas pelas
quais se rege, define os comportamentos que são considerados anti-sociais e que violam as
expectativas sociais (Kazdin & Buela- Casal, 2001)

Causas

 Generalização da liberdade precoce

 Violência domestica
 Autonomia ao livre acesso às redes sociais
 Falta de iluminação pública
 Desemprego

Consequências

 Exclusão social
 Insegurança da comunidade
 Morte

GRAVIDEZ PRECOCE
A gravidez precoce é o estado de gestação em que uma menor se encontra, isto é, o corpo não
se encontra preparado para suportar aquela gestação. Ela verifica-se entre os adolescentes que
desconhecem coisa sobre a sua vida e o seu corpo tal como as causas abaixo nos vão indicar.

Causas3

As causas mais prováveis para a gravidez em adolescentes são:

 atividade sexual precoce;
 falta de comunicação em casa;
 estrutura familiar;
 questões psicológicas;
 maior exposição à banalização sexual;
 influência de amigos e conteúdos midiáticos;
 falta de informação a respeito dos métodos contraceptivos;
 inconsequência e violência sexual,etc.

3
http://gravidez-na-adolescencia.info/causas-da-gravidez-precoce.html (19-07-17; 18:51)
 Consequências

 Abandono escolar
 Exclusão social (rejeição dos amigos ou da família)
 Entrada precoce na vida adulta (responsabilidade para com o novo ser e com ela
própria)
 CONCLUSÃO
Como qualquer actividade que começa tende a chegar a um escopo, para nós é o momento de
afirmar que o caminho trilhado chega ao fim com muita aprendizagem e certas dificuldades
que a comunidade regista. Não pretendemos que o estudo se esgote neste pequeno esboço, mas
seja antes ponto partida para futuras investigações.

Qualquer comunidade tem os seus problemas e a nossa não está fora das outras. Daí que
aprendemos muito com o tema e o estágio proporcionados, uma vez que pudemos manter o
contacto com a realidade da comunidade e vimos que afinal os problemas existentes, têm
origem na própria comunidade e fora dela.
 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES
Tendo feito o estudo na comunidade e obtido os resultados expostos, é chegado o momento de
tecermos o que gostaríamos que a comunidade fizesse para se superar. Assim temos:

 Que a comunidade contribua para a instalação dos serviços primários, bem como a sua
conservação
 Que haja mais diálogo no seio familiar
 Que haja cooperação entre o estado e a comunidade no sentido de enquadrar os jovens
em actividades laborais em que os mesmos se sintam úteis, incentivando assim o
empreendedorismo
 Que se ministrem temas sobre a gravidez precoce e sobre o alcoolismo aos adolescentes
e jovens
 Que fomentem a irmandade e o espírito de entreajuda entre os moradores
 Que a comunidade peça aos órgãos competentes que coloquem iluminação no bairro
para diminuir o índice de delinquência
 Que haja campanhas de limpeza
 BIBLIOGRAFIA
Dicionário de Língua Portuguesa, Texto Editora, 2011.

internet

https://www.significados.com.br/violencia-domestica/
https://www.significados.com.br/saneamento-basico/
http://gravidez-na-adolescencia.info/causas-da-gravidez-precoce.html
Índice
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 2
RESULTADO DIAGNÓSTICO............................................................................................................. 3
TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO .......................................................................................................... 4
AS TÉCNICAS UTILIZADAS FORAM DE OBSERVAÇÃO E DE ENTREVISTA ......................... 4
APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO ................................................................................... 6
PROBLEMAS IDENTIFICADOS ......................................................................................................... 7
TEMÁTICA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO PROBLEMA PRIORIZADO .......................... 8
ALCOOLISMO ...................................................................................................................................... 8
DEFINIÇÃO DOS PROBLEMAS POR TEMÁTICAS....................................................................... 11
FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO ............................................................................................... 12
DELINQUÊNCIA JUVENIL ............................................................................................................... 13
GRAVIDEZ PRECOCE ....................................................................................................................... 13
CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 15
SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................................ 16
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 17