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Psicomotricidade

O que é a Psicomotricidade?

A Psicomotricidade, como forma de intervenção de mediação corporal, constitui


um recurso pedagógico e terapêutico em situações onde a capacidade de
adaptação está comprometida, considerando que as potencialidades motoras,
emocionais, mentais do indivíduo estão em constante interacção e integração.

A Psicomotricidade, como amplo campo de intervenção, privilegia experiências


corporais com incidência corporal, relacional e cognitiva.

A quem se aplica?

As práticas psicomotoras podem desenvolver-se em contextos de acção


diferenciados, em função da origem, história e caracterização do sujeito, nas
suas possibilidades e dificuldades, e do contexto de intervenção (Fonseca e
Martins, 2001).

No nosso caso, temos aplicado a Psicomotricidade no contexto das


perturbações do desenvolvimento e da aprendizagem.

Como actua?

A interacção com os materiais, no brincar que também se propõe ser a


actividade psicomotora, permite, de uma forma mais óbvia, ganhos a nível
psicomotor, mas também esconde a estimulação de várias capacidades a nível
cognitivo, linguístico e sócio-afectivo.

a. Ao nível das funções cognitivas e executivas

Em termos das funções cognitivas e executivas, a interacção com os materiais


e a mediatização da acção pelo técnico, consistem num permanente estímulo
do raciocínio lógico, da abstracção, do estabelecimento de relações entre as
acções, da resolução de tarefas-problema, da percepção, da memória e da
atenção, da capacidade de pensar a sua acção antes de a realizar e de
antecipar as consequências do seu comportamento motor e/ou as suas
dificuldades.
b. Ao nível das funções linguísticas

Em termos das funções linguísticas, além de se estimular a aquisição de


conceitos muito básicos (cor, forma, tamanho, textura, velocidade, posição,
ordem, etc), a criança é incentivada a usar a sua linguagem interior como
mediadora entre o pensamento e a sua acção, desta forma, regulando e
adaptando o seu comportamento às necessidades da situação.

c. Ao nível sócio-afectivo e emocional

A interacção com o técnico, num contexto informal, permite o surgimento de


temáticas de interesse para a criança. Muitas vezes, ao ser dada à criança a
oportunidade de projectar as suas angústias, frustrações e preocupações (por
exemplo, quando assume uma personagem de uma história a ser dramatizada
ou no brincar com as marionetas), estamos a contribuir para a exteriorização e
a resolução, muitas vezes inconsciente, desse mal-estar. Para além disso, a
relação com os materiais origina muitas oportunidades de aprendizagem de
competências sociais.

Quando as tarefas, especificamente planeadas para ter em um nível óptimo de


dificuldade (ou seja, nem demasiadamente fáceis, nam demasiadamente
difíceis) são resolvidas com sucesso, verificamos que a criança aumenta a sua
auto-confiança e a sua auto-estima e anima-se a realizar um esforço maior
para conseguir ir além do que se julga capaz.

d. Ao nível das funções psicomotoras e motoras

Em muitas crianças, encontramos um perfil psicomotor pouco funcional que


exige uma intervenção específica. Na presença de problemas ao nível da
tonicidade, do equilíbrio, da lateralidade, da somatognosia, da estruturação
espacio-temporal ou da praxia grosseira (global) ou fina, são propostas tarefas
que visam desenvolver estas áreas que se apresentam global ou
especificamente fracas, numa lógica de que as experiências significativas
que temos com o nosso corpo, por se encontrarem num eixo muito básico do
desenvolvimento humano, podem servir de base para o desenvolvimento
do nosso pensamento e para a modificação do nosso próprio
comportamento.

A nível motor, os problemas de coordenação, flexibilidade, velocidade ou força,


podem ser ultrapassados ou, pelo menos, melhorados, através da realização
de várias tarefas motoras.
Quais são os resultados?

Em termos práticos, a intervenção a nível psicomotor por nós desenvolvida


desde 1997, tem-se revelado uma forma importante de intervenção
pedagógico-terapêutica, na medida em que é organizadora, não só do
comportamento, mas do próprio pensamento, uma vez que, o facto de
aprender e conseguir organizar-se externamente, em interacção com os
diversos materiais presentes no ginásio / sala terapêutica, auxilia-a a organizar
o seu interior, de uma forma consciente ou inconsciente.

Temos verificado melhorias a todos os níveis acima citados, associado a um


aumento da auto-estima.

O exemplo de um caso

O João é uma criança de 8 anos que frequenta o 2º ano de escolaridade.


Apresenta imaturidade psicomotora, compromisso linguístico e, eventualmente,
até cognitivo. A professora queixa-se que o João "está sempre na lua" e, muitas
vezes, não percebe as tarefas/instruções que lhe pede. Parece ter "bicho
carpinteiro". Presentemente, está a atravessar um período de grandes
dificuldades e frustração na aquisição da leitura e escrita. Além de uma
intervenção específica com a criança, a família também necessita de
estratégias que permitam ajudar a lidar com este problema.

O objectivo geral da intervenção é promover o desenvolvimento global do


João, nas suas vertentes psicomotora, cognitiva, linguística e sócio-
comportamental.

Após uma cuidada avaliação da criança, é elaborado um Plano Reeducativo


Individualizado (PRI) que apresenta orientações de intervenção a nível
individual, a nível familiar e a nível escolar, sendo o técnico responsável pela
sua aplicação e articulação entre os vectores CRIANÇA-FAMÍLIA-ESCOLA-
MÉDICO.

Assim, em termos individuais, optar-se-ia por uma intervenção em contexto


de ginásio, implementando a realização de circuitos, esquemas,
dramatizações e relaxação; em contexto de gabinete, a realização de
diversas tarefas de estimulação cognitiva e linguística, recorrendo a jogis de
naturezas diversas (puzzles, encaixes, correspondências, completamentos,
jogos de palavras, como exemplos) e actividades de consciencialização
fonológica, ligada a actividades de leitura e escrita, usando texto e tema
significativos para a criança e criando, por exemplo, histórias e guiões de
dramatização passíveis de serem teatralizados no ginásio. Neste contexto, a
organização das actividades a desenvolver podem ser descritas oralmente,
antes da sua realização, ou até por escrito, com objectivos de desenvolvimento
linguístico e não só tendo em vista o desenvolvimento psicomotor.
Sem um planeamento cuidado, contudo flexível, das sessões. Corre-se o risco
de desperdiçar tempo e de não se ter a clara e concreta noção dos ganhos que
se vão conquistando ao longo do tempo.

O contacto permanente e a discussão das situações-problema vividas pela


criança com outros técnicos tem-se revelado fundamental. Assim, é
imprescindível recolher informação também junto dos professores do ensino
regular, do director de turma, do professor da ginástica ou natação
(particularmente importantes nos casos de crianças com suspeita de défice de
atenção, descoordenação motora e/ou problemas de comportamento), os
explicadores, psicólogos, terapeutas ou outros técnicos que conheçam a
criança e possam fornecer dados relevantes.

Bibliografia:

Fonseca, V. e Martins, R. (2001). Progressos em Psicomotricidade. Edições


FMH. Lisboa.

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