Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
RESUMO
Apresentação
O apresentador finaliza esse primeiro texto pedindo ao patrício que escute os causos
que velho Blau tinha para contar.
TREZENTAS ONÇAS
Personagem importante: Blau Nunes (único conto que ele protagoniza, nos outros ele
somente presencia as ações ou reproduz histórias).
Blau fala ao seu amigo sobre uma viagem que ele tinha feito quando era tropeiro, na
qual carregava trezentas onças (moedas de ouro) na guaiaca (cinto com bolsos). Durante a
viagem, ele resolve dar uma sesteada na beira do caminho. Ao acordar, encontra um curso de
água e resolve nadar um pouco.
Ele segue a viagem em direção à estância onde devia pousar e se lembra de contar que
o cachorrinho de seus filhos o acompanhava (os filhos e a esposa de Blau não são citados em
nenhum dos outros contos). O cusco chamava Blau, tentando fazê-lo voltar, mas o vaqueano
não lhe deu atenção.
Ao chegar à estância, ele
el e percebeu que tinha perdido a guaiaca com as trezentas onças
que levava para pagar o gado que ele iria comprar para o seu patrão. Desesperado, Blau
lembra-se de tudo: esqueceu a guaiaca no lugar da sesteada.
Saiu a cavalo para buscá-la e, no caminho, cruzou por uma comitiva de tropeiros;
cumprimentaram-se, mas Blau desconfiou de que eles tivessem encontrado a guaiaca.
Chegando ao seu destino, já à noite, Blau não encontra a guaiaca. Para não passar pela
vergonha de ser tratado como ladrão, decide se matar. Depois de encostar a pistola no ouvido,
hesita: vê as Três-Marias (constelação) luzindo na água, sente o seu cachorro lambendo-lhe a
mão, ouve o zaino (cavalo) relinchar e ouve um grilo cantar. Sente como se isso fosse uma
mensagem de Deus e associa o cachorro à amizade da sua gente, o cavalo à liberdade e ao
trabalho e o grilo à esperança.
Blau pensa em vender a pequena propriedade que tem para tentar pagar a dívida e
volta para a estância onde tinha percebido que perdeu o dinheiro. Chegando à sala da casa,
encontra quatro paisanos (compatriotas, semelhante a patrício nesse caso) que eram da
comitiva que havia cruzado o seu caminho antes. Sobre a mesa está a guaiaca com as trezentas
onças. Perguntam a Blau sobre o susto e dão “uma risada de gente boa”.
Ponto importante:
- Honra, tanto de Blau quanto dos desconhecidos: aquele pensa em se matar para não passar
por ladrão, estes não tomam o dinheiro para si.
O NEGRO BONIFÁCIO
A história se passa em uma carreira (corrida) do major Terêncio. Blau fala da Tudinha,
chinoca candongueira (que faz demonstrações de carinho fingido), que tinha quatro
pretendentes; dentre eles, o Nadico era aparentemente o seu preferido. Tudinha era uma
moça encantadora, namoradeira (o que significa apenas que ela tinha muitos pretendentes) e,
segundo boatos, era filha do capitão Pereirinha.
Na carreira, chega Bonifácio, escravo liberto, com uma boa montaria e postura
orgulhosa, trazendo uma chirua (cabocla) na garupa e um facão de três palmos na cintura.
Segundo Blau, era um perdido pela cachaça, pelo truco e pela taba (jogo do osso). Mas, apesar
de malvado, era valente.
Depois de se mostrar, Bonifácio propõe uma aposta a Tudinha: ela ganharia uma libra
de doces se o tordilho (cavalo) do Nadico ganhasse.
Nadico ganha a corrida e Bonifácio vai pagar a prenda para Tudinha, que não aceita os
doces das mãos dele, pedindo que ele os entregasse à mãe dela. Ele não aceita essa condição e
oferece novamente os doces, de modo brusco; nisso, Nadico pega o embrulho e o joga no
rosto de Bonifácio, o que desencadeia a briga.
Vinte homens desembainham as armas contra Bonifácio, que resiste aos ataques e os
enfrenta, ferindo Nadico, que agoniza nos braços de Tudinha. Apesar de todos os ferimentos,
Bonifácio segue matando os oponentes e resistindo.
Ocorre uma rápida sucessão de ações: a mãe de Tudinha joga água fervendo em
Bonifácio, ele a mata com o facão e recebe um golpe de boleadeira na cabeça, disparado por
um dos seus inimigos, caindo no chão agonizando. Tudinha, rindo-se desatinada, pega o facão
de Bonifácio, vaza os seus olhos, corta seu rosto e espicaça os seus órgãos genitais, até que o
juiz de paz chega e encerra a cena.
Blau diz que mais tarde ficou sabendo que Bonifácio tinha sido o primeiro a “amansar”
a Tudinha e que tinha trazido a outra chirua para provocá-la. Assim, não se sabe até quando os
golpes de Tudinha foram vingança pela morte de Nadico ou vingança por Bonifácio a ter
dispensado. O narrador não entende por que ela tinha se entregado para ele, pois Blau não
consegue conceber a ideia desse relacionamento. Ele encerra o conto falando da malícia das
mulheres.
NO MANANTIAL
Personagens importantes:
- André e Chicão (pretendentes de Maria Altina; o primeiro era bom e a amava, o segundo só
tinha desejos sexuais por ela).
Blau mostra a tapera (casa abandonada) do Mariano ao seu amigo, onde havia um
manantial (pântano) que possuía, em seu centro, uma roseira. Ninguém apanhava flores lá
porque quem a plantou era defunto e havia histórias de que o local seria mal assombrado.
Ele conta que o Mariano tinha chegado no lugar, há muitos anos, graças a uma
indicação de alguém grande, pois ele trazia uma carta para o Brigadeiro Machado. Com ele
vieram “duas velhuscas, uma menina chamada Maria Altina, uns pretos, campeiros, e uma
negra mina, chamada mãe Tanásia”. Uma das velhas era avó da menina e a outra, tia-avó.
Em um terço rezado na casa do Brigadeiro Machado, Maria Altina ganhou uma rosa do
furriel (militar de patente mediana) André, que era afilhado do brigadeiro (segundo os boatos,
seria filho dele). Quando chegou em casa, ela plantou a rosa.
Nesse meio tempo, o brigadeiro arranjou um pretexto para André pousar na casa de
Mariano, o que ficou como um trato de casamento, que agradava aos enamorados.
No entanto, Maria Altina tinha outro pretendente, Chicão, filho do Chico Triste. Chicão
era um bruto que tinha interesses puramente sexuais pela moça. Ele lhe dava presentes, que
ela aceitava, mas logo liberava (ninhadas de mulitas (tatus), gatos viscachas, um veadinho,
etc.). Quando ele descobriu a desfeita, lhe mandou filhotes de avestruz com as asas e pernas
arrancadas, ainda vivos.
A avó estava na cozinha e Maria Altina, na varanda. Chicão ataca a velha e a mata.
Depois, tenta violentar Maria Altina, que consegue fugir depois de mordê-lo. Sai a cavalo,
sendo perseguida pelo Chicão e, provavelmente sem perceber ou lembrar, segue para o
manantial. O seu cavalo se atola no lodaçal e afunda rapidamente, junto com ela; na
superfície, apenas a rosa que Maria Altina trazia no cabelo fica boiando. Logo atrás dela cai o
Chicão, também se afundando, mas lentamente.
Mãe Tanásia, que tinha se escondido antes, pensou em ir ao Chico Triste para avisar da
tragédia. Para isso, ela passou pelo manantial e encontrou o Chicão. Nesse meio tempo,
chegavam os peões na casa, para comer, e encontraram o corpo da velha. Um pensou em
fugir, para escapar de qualquer acusação, mas outro resolveu que eles tinham que avisar o
patrão.
Depois de os peões avisarem as pessoas que estavam no Chico Triste (dentre elas, o
Blau Nunes), todos vieram para a casa do Mariano e encontraram o corpo da velha, mas nada
da Maria Altina ou da mãe Tanásia. Levanta-se a hipótese de que a moça teria fugido com o
Chicão, até que mãe Tanásia e as mulheres da casa do Chico Triste chegam ao manantial e
encontram Chicão, fazendo uma gritaria. Os homens vão de encontro a elas.
Todos se dão conta do que aconteceu. Mariano tenta atirar com a pistola no Chicão,
mas só acerta o seu ombro. Depois de impedirem ele de atirar, Mariano pula no manantial e
esgana Chicão até que os dois afundam no lodaçal. Os demais rezam pelos mortos e enterram
a velha próximo ao manantial.
Blau fala de João Cardoso, um sujeito conversador e “mui amigo de novidades”, que
viveu no início do século, quando não havia jornais na região. Ele chamava todos que
passavam perto de sua casa para tomarem um mate e conversar, segurando a pessoa até essa
não aguentar mais.
DEVE UM QUEIJO!
Blau conta um caso do velho Lessa, um sujeito sério que “falava pouco, mas quando
dizia estava dito”.
Certa vez, Lessa estava chegando numa venda e foi reconhecido de longe por um dos
clientes. Um castelhano encrenqueiro que estava junto falou que todos iriam comer um queijo
sem pagar. Lessa chega, cumprimenta o vendeiro e faz o seu pedido a ele. Enquanto isso, o
castelhano tenta intimidá-lo para que ele pagasse um queijo para ele.
Lessa paga o queijo e, como ninguém mais quis comer, apenas o castelhano come.
Quando este não aguenta mais comer, Lessa o obriga a comer mais, até que lhe dá um golpe
com a plancha do facão em sua cabeça, o obrigando a comer todo o resto. Depois disso, o
castelhano foge, vomitando. Por fim, Lessa pergunta ao vendeiro pelo seu pedido.
O BOI VELHO
Blau fala dos Silva, “uma gente metida com política ”. O curso de água onde eles
tomavam banho não era longe, mas mesmo assim eles sempre iam em um carretão, guiado
pelos bois Cabiúna e Dourado, que já conheciam a rotina do passeio e esperavam perto do
cabeçalho quando viam que os donos iriam ao banho.
O tempo passa e o Dourado morre, picado por cobra. O Cabiúna fica “triste”, perto do
cadáver do companheiro. Foram arranjados outros bois para o carretão e o Cabiúna começa a
emagrecer.
Para evitar que ele morresse atolado no fundo de alguma sanga (córrego) e que seu
couro fosse perdido, decidem matá-lo. Ele é morto – a cena é descrita com bastante
detalhismo – e, na opinião de Blau, o boi pareceu se sentir culpado, como se estivesse sendo
castigado. O boi velho vai até o carretão e morre.
Pontos importantes:
- Blau critica a ganância dos Silva por terem matado o boi, já que o valor do couro dele não era
nada em comparação com todo o dinheiro que eles já tinham.
CORRER EGUADA
Blau fala do tempo em que as estâncias eram abertas e os cavalos xucros andavam
soltos. Correr eguada seria fazer uma limpa no gado excessivo
excessivo (não havia o que fazer com
tantos cavalos). Ele explica como funcionava o rodeio, no qual quem queria capturar os cavalos
o fazia com a boleadeira. Ocasionalmente, os animais eram feridos ou mortos, pisoteados
pelos outros.
Quando era para extermínio puro, eles faziam os animais irem para alguma sanga
funda, para que morressem empilhados. Blau chega a chorar de nostalgia ao dizer que nos
campos do major Jordão eles mataram
matar am mais de seis mil baguais.
CHASQUE DO IMPERADOR
Chasque (mensageiro)
Personagens importantes:
Também o criticam por ser muito mão aberta com esmolas e, segundo Blau, era meio
maricas.
Por fim, ele é hospedado na casa de um sujeito “mui gauchão”. Lá são oferecidos
apenas doces, no almoço e no jantar. Ao ver que no café da manhã foram servidos doces
também, o Imperador pede “um feijãozinho... uma lasca de carne”. O anfitrião reage com
felicidade ao descobrir que o Imperador comia carne, dizendo que achava que na Corte só se
comia doce, e trata de se assar um churrasco.
OS CABELOS DA CHINA
Personagens importantes:
Blau conta que usou por muito tempo um buçalete (parte do arreamento que fica na
cabeça do cavalo) feito de cabelo de mulher. Quando ele soube do paradeiro da dona, ela já
tinha morrido, então ele jogou o buçalete na cova dela.
Então ele conta a história desde o início, apresentando o Juca Picumã, seu conhecido
de longa data, que o tinha ensinado a courear éguas e trançar. Era um gaúcho que cheirava à
fuligem e que dominava trabalhos manuais com couro, além de ser um ótimo ginete
(cavaleiro).
Juca andava sempre esfarrapado e sujo, mas não era por falta de dinheiro. Mandava
quase tudo que ganhava à sua filha, Rosa.
Passam os anos, Blau já tinha um bigodinho, estoura a Guerra dos Farrapos e eles se
encontram como companheiros. Picumã era o vaqueano. Depois de se afastar dos caramurus
que os perseguiam, o capitão chama Picumã e pede por alguém que toque viola; Picumã
escolhe Blau. Seguem com o capitão até aproximarem-se do acampamento inimigo e
descobrem que há uma questão pessoal envolvida: a china do capitão fugiu com o
comandante caramuru.
Os dois deveriam se infiltrar como desertados e tocar viola para distrair as tropas
inimigas. Assim o capitão os pegaria de surpresa. Nisso, Blau e Picumã deveriam amarrar o
casal.
Os Farrapos atacam e capitão dos caramurus foge. A china tenta fugir, mas Picumã a
pega pelo braço e ela se dá conta que ele é o pai dela. O capitão dos farrapos a segura pelo
outro braço e acusa a traição. Puxa Rosa pela trança e se prepara para degolá-la. Picumã a
defende, atravessando o facão no coração do capitão.
Picumã não consegue fazer o morto soltar a trança, então a corta. A sua filha foge
correndo para o mato. Com a notícia do capitão morto a tropa se retira.
Ele guarda o buçalete e devolve para a Rosa, no túmulo, quando tem notícia da morte
dela.
Personagens importantes:
Costinha (filho do estancieiro), Reduzo (agregado e amigo de Costinha), sia Talapa , “Ilhéu”
(primo de Talapa que casaria com ela).
Blau fala de Reduzo, um chiru que se criou com os filhos do Costa, um estancieiro.
Quando já eram adolescentes, Costinha, um dos filhos do Costa, foi para a guerra enfrentar os
castelhanos e levou o Reduzo junto como seu ordenança (soldado a serviço pessoal).
No entanto, Costinha era apaixonado por uma moça, sia Talapa, filha de um fazendeiro
da região que não aceitava o namoro. O pai de Talapa queria que ela se casasse com um primo
comerciante dela, um ilhéu (provavelmente um açoriano). Blau o critica por ele não comer
churrasco, por não andar a cavalo, não beber e não tomar chimarrão.
Costinha vai para a guerra, mas não sem antes dar um beijo em Talapa, às escondidas.
Eles combinam que, em qualquer mensagem, usariam codinomes: ela seria Melancia; ele,
Coco Verde.
Quando as tropas já estavam longe, o pai de Talapa acertou o casamento dela com o
ilhéu. Um mensageiro que tinha passado pela vila onde o comerciante morava leva a notícia
para Costinha, que fica furioso e resolve desertar.
Mas nesse meio tempo as tropas foram atacadas e ele não conseguiu fugir do
combate. Mandou então Reduzo avisar a Talapa que ele voltaria em breve. Ele chega no dia do
casamento e fica para a festa. À noite, Reduzo recita um verso com os codinomes, avisando a
Talapa que Costinha estava a caminho. Ela começa a chorar e o ilhéu, sem entender, acusa o
Reduzo por tê-la assustado, por causa do facão. Começa uma briga generalizada e Reduzo
foge.
Dois dias depois, Costinha volta e pede a mão de Talapa. E, apesar do compromisso, o
pai dela não conseguiu recusar, por causa da vontade da filha.
O ANJO DA VITÓRIA
Personagens importantes:
Blau fala da sua participação na guerra da Cisplatina, quando ainda era criança e
acompanhava seu padrinho, que era capitão. Também os acompanhava Hilarião, ordenança do
capitão.
CONTRABANDISTA
Personagens importantes:
Blau fala do velho Jango Jorge, ex-capitão de uma maloca de contrabandistas. Grande
conhecedor do campo, festeiro e mão aberta, também lutara na Guerra da Cisplatina.
Quando se deu o caso, Jango estava casado ou afamilhado. Tinha uma filha, prendada,
que tinha andado na escola e já era noiva. Blau chega à casa do velho quando só faltava chegar
o noivo e o enxoval. O primeiro chega um dia depois, enquanto Jango Jorge vai buscar o
enxoval na madrugada seguinte.
Enquanto isso, Blau faz um histórico do contrabando no estado, que existia desde o
tempo das missões, quando os gaúchos roubavam dos espanhóis da Banda Oriental. Depois da
guerra das missões, o governo brasileiro começa a distribuir sesmarias (lotes de terra), mas
cada proprietário tinha que cuidar de sua própria segurança. Para isso, começam a negociar
pólvora, baralho, artigos de ourivesaria com os espanhóis, pois era muito difícil conseguir
licença para comprar isso no Brasil.
JOGO DO OSSO
Personagens importantes:
Blau inicia o conto comentando que já viu apostarem uma mulher no jogo do osso. Ele
fala da vendola do Arranhão, cujo dono era um sujeito com tino pra negócios. Organizava
corridas, dançarolas e coisas do tipo somente para vender bebida e comida.
Certa vez, uma dessas carreiras foi arruinada pela chuva. Quando o chão secou,
resolveram jogar o osso. Aqui ele dá uma breve explicação sobre as regras do jogo.
Ele apresenta dois personagens que começaram a jogar taba (jogo do osso): um era
Osoro, que era moreno e meio valentão e andava sempre junto com mulheres, contando
histórias, tomando mate; o outro, Chico Ruivo, domador que morava de agregado e vivia com
a Lalica.
Chico Ruivo segue perdendo, até que aposta Lalica contra um cavalo do Osoro e perde
de novo. Os três conversam, acertando a entrega de Lalica, que fica furiosa com Chico.
Um violeiro começa a tocar e Osoro puxa Lalica para dançar. Eles vão passando e Chico
somente ouve pedaços da conversa. Até que Osoro a beija. Então, Chico Ruivo atravessa, em
um só golpe, o facão no coração dos dois, ainda abraçados, e foge a cavalo.
Por fim, o Arranhão reclama por os jogadores não terem pagado ao coimeiro (árbitro
do jogo de osso).
Personagens importantes:
O conto se passa durante a Guerra dos Farrapos, logo após de uma eleição para
deputados na República Rio-Grandense. Nesse período, Oribe e Rivera disputavam o governo
da Banda Oriental (atual Uruguai). Às vezes os uruguaios apoiavam os caramurus, às vezes
apoiavam os farrapos.
Chega um comboio com uma mulher, viúva e proprietária de terras, que trazia um
ofício para o governo. Ela foi chamada e se reuniu com o general, deputado e ministros. Na
realidade, ela era uma emissária da Banda Oriental.
Depois da reunião, o general Bento Gonçalves e o coronel Onofre Pires tiveram alguns
desentendimentos no decorrer de dois anos. Até que um dia o general pediu a Blau, seu
ordenança, que levasse dois cavalos a um local isolado. Lá o general e o coronel duelaram.
O duelo foi limpo. Em um momento, o general enterrou a espada no chão para tirar o
tacão da bota, que tinha se despregado; em outro momento, o coronel foi golpeado e largou a
espada, encerrando o duelo. Bento Gonçalves faz um curativo improvisado no braço de Onofre
Pires e vai embora.
Blau encerra o conto dizendo que a mulher podia até transtornar a amizade dos dois,
mas nunca conseguiria mudar o preceito de honra deles. Eles poderiam ter se aproveitado dos
momentos em que o outro estava indefeso, mas lutaram com honra.
PENAR DE VELHOS
História de Binga Cruz, um guri que pegou o pingo (cavalo) novo do pai para laçar
avestruzes. Ele leva o animal ao estábulo, depois da tentativa frustrada, mas o cavalo
amanhece morto, por causa de ferimentos do dia anterior.
O pai de Binga pega o relho, mas o guri foge e nunca mais aparece. O velho e sua
esposa passam a vida inteira deprimidos e fazem até uma espécie de altar num canto da sala,
com as coisas do filho. A mãe de Binga morre primeiro, mas não demora muito para o seu pai
também morrer.
Porém, logo antes de sua morte, o velho é enganado por um padre gringo e passa toda
a sua propriedade para ele.
JUCA GUERRA
ARTIGOS DE FÉ DO GAÚCHO
2º. Doma tu mesmo o teu bagual: não enfrenes na lua nova, que fica babão; não arrendes na
miguante, que te sai lerdo.
21º. Quando falares com homem, olha-lhe para os olhos, quando falares com mulher,
olha-lhe para a boca... e saberás como te haver...
BATENDO ORELHA!
Conto que alterna a história de um rapaz pobre que vira soldado e de um potro que
vira reiuno (no caso, cavalo do exército). Ambos se encontram na guerra e sofreram juntos.
Depois, quando já não eram mais úteis, foram dispensados. O cavalo vira animal de carga e é
morto pelo dono. O rapaz vira carregador, começa a beber e, depois de apanhar da polícia,
morre no hospital.
Ponto importante:
- Único conto narrado em terceira pessoa.
O “MENININHO” DO PRESÉPIO
Blau conta a história do Major Vieira, rememorando a época em que Vieira era cadete.
Filho de um estancieiro muito generoso, o cadete Vieira era “abusador”, principalmente com
as filhas dos outros.