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1 51
2 52
3 53
4 54
5 55
6 56
7 57
8 58
9 01 - ESTUDOS EXPERIMENTAIS DA ANÁLISE DO PROCESSO DE BIORREMEDIAÇÃO 59
10 NA MITIGAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL 60
11 Anabela Porto Rosa e Jorge Alberto Trigüis 61
12 21-29 62
13 02 - HYDROCARBONS AND BACTERIAL ACTIVITY IN MANGROVE SEDIMENTS 63
14 FROM GUANABARA BAY, BRAZIL 64
15 Julio César Wasserman, André Luiz Magalhães Botelho, Mirian Araujo Carlos Crapez, Maria das 65
Graças Silveira Bispo, Frederico Sobrinho da Silva, Conceição Maria Filgueiras
16 30-41 66
17 67
18 03 - AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE UM ÓLEO LEVE EM AMBIENTE MARINHO 68
19 COSTEIRO - SIMULAÇÃO EM MESOESCALA 69
Eliane Soares de Souza e Jorge Alberto Trigüis
20 42-53 70
21 71
22 04 - REGENERAÇÃO DE FLORESTA DE MANGUE ATINGIDA POR ÓLEO NA BAÍA DE 72
GUANABARA (RIO DE JANEIRO, BRASIL): RESULTADOS
23 DE 5 ANOS DE MONITORAMENTO 73
24 Mário Luiz Gomes Soares, Carlos Milton Gonçalves da Silva Junior, Viviane Fernandez Cavalcanti, 74
25 Paula Maria Moura de Almeida, Aline de Souza Monteiro, Filipe de Oliveira Chaves, Gustavo 75
26 Calderucio
54-77
Duque Estrada, Beatriz Barbosa 76
27 77
28 05 - NATURAL ATTENUATION OF AROMATIC HYDROCARBON FROM SANDIER 78
29 SEDIMENT IN BOA VIAGEM BEACH, GUANABARA BAY, RJ, BRAZIL 79
Luiz Francisco Fontana, Frederico Sobrinho da Silva, Natascha Krepsky,
30 Mabel Araujo Barcelos, Mirian Araujo Carlos Crapez 80
31 78-86 81
32 82
33 07 - HEAVY METAL DISTRIBUTION IN SEDIMENTS OF AN OFFSHORE EXPLORA-
TION AREA, SANTOS BASIN, BRAZIL 83
34 Giselle da Silveira Abílio, Ana Cristina Gonçalves Cupelo, Carlos Eduardo de Rezende 84
35 87-102 85
36 86
08 - HIDROCARBONETOS EM ÁGUA DO MAR: RESULTADOS DO MONITORAMENTO
37 EM ÁREA DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO NA BACIA DO CEARÁ 87
38 ANGELA L.R.WAGENER, RENATO S. CARREIRA, CLÁUDIA HAMACHER, ARTHUR L.SCOFIELD 88
39 103-116 89
40 09 - HIDROQUÍMICA DE MASSAS D’ÁGUA OCEÂNICAS EM REGIÕES DA MARGEM 90
41 CONTINENTAL BRASILEIRA, BACIA DE CAMPOS, 91
42 ESTADO DO RIO DE JANEIRO, BRASIL 92
43 Paulo Pedrosa, Rodolfo Paranhos, Marina Satika Suzuki, Luciana Andrade, Ilson Carlos A da 93
Silveira, André Campos Kersten Schmidt, Ana Paula Falcão,
44 Helena Passeri Lavrado, Carlos Eduardo Rezende 94
45 117-136 95
46 96
10 - GEOQUÍMICA DE SEDIMENTOS E O MONITORAMENTO DE METAIS NA
47 PLATAFORMA CONTINENTAL NORDESTE ORIENTAL DO BRASIL 97
48 LUIZ DRUDE DE LACERDA, ROZANE VALENTE MARINS 98
49 137-149 99
2
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 ESTUDOS EXPERIMENTAIS DA ANÁLISE DO 57
8 PROCESSO DE BIORREMEDIAÇÃO NA MITIGAÇÃO 58
9 DO IMPACTO AMBIENTAL 59
10 60
11 61
12 Anabela Porto Rosa* e Jorge Alberto Trigüis 62
13 Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP), 63
14 Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), 64
Rodovia Amaral Peixoto km. 163. Av. Brennand s/n – Imboacica,
15 65
CEP 27925-310 Macaé – RJ.
16 *E-mail: anabela@lenep.uenf.br 66
17 Recebido em Março de 2005 e aceito para publicação em Agosto de 2005 67
18 68
19 ABSTRACT 69
20 70
21 The use of bioremediation techniques to reduce the concentration and/or the toxicity of the 71
22 spill oil on shorelines can be very useful. The goal of this study is to analyze the behavior of different 72
23 nutrients to enhance the bioremediation process. Geochemical analysis from oil extracted from sediments, 73
24 in experiments during a month, shows different behavior depending on the nutrients used. The choice 74
25 of best nutrient is done considering the decrease in saturated hydrocarbons that is compensated by a 75
26 relative enrichment in polar compounds. The results show that NPK fertilizer is likely the most efficient, 76
27 confirmed by the fingerprint evaluation where a complete reduction of normal alkanes following by 77
28 isoprenoids appear to occur. 78
29 79
30 RESUMO 80
31 81
32 O uso da técnica de biorremediação para reduzir a concentração e/ou a toxicidade dos 82
33 poluentes, pode ser promissor. O objetivo desse trabalho é analisar o comportamento dos diferentes 83
34 tipos de nutrientes usados para promover o processo de biorremediação. 84
35 Análises geoquímicas dos óleos extraídos dos sedimentos, no período de um mês, mostram 85
diferentes comportamentos dependendo do tipo de nutriente usado. A escolha do melhor nutriente é
36 86
feita considerando a redução dos hidrocarbonetos saturados, compensados pelo aumento relativo
37 87
dos compostos polares. Os resultados mostram que o fertilizante NPK é mais eficiente, confirmados
38 pela avaliação dos óleos onde aparece uma redução completa dos alcanos normais seguida pelos 88
39 isoprenóides. 89
40 90
41 91
42 92
INTRODUÇÃO sensíveis da região, interferindo diretamente
43 93
nas atividades econômicas como a pesca e o
44 94
A maior parte da exploração de turismo (Mitchell et al., 1993). Durante um
45 95
derrame, ocorre a atuação dos processos
46 petróleo na costa brasileira ocorre no ambiente 96
47 marinho. Desta forma, essa região pode ser intempéricos sobre a mancha de óleo,
97
48 vulnerável a contaminação por óleo, podendo alterando suas propriedades físicas e
98
49 chegar a atingir praias e afetar os ecossistemas químicas. Dentre esses processos destacam- 99
21
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Rosa, A. P. e Trigüis, J. A./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 viáveis e contendo altos teores de nitrogênio e e cloreto de potássio [KCl] nas proporções 51
2 fósforo, os quais poderiam vir a ser usados como (N:P:K) de 10:10:10. São fertilizantes de plantas 52
3 agentes estimuladores da biorremediação. facilmente encontrados no mercado a preços 53
4 reduzidos. 54
5 Com base na bibliografia (Sveum et al., 55
6 1991; Merlin et al., 1994; Al-Hadhrami et al., 56
7 1997) são utilizados os seguintes produtos como METODOLOGIA 57
8 agentes estimuladores da biorremediação: 58
9 59
10 • Comida de Peixe, produto encontrado no Cromatografia Gasosa com Detector 60
11 mercado a preços razoáveis, sendo constituído Ionizado por Chamas (CG/FID) 61
12 de proteína orgânica, apresentando para a razão 62
13 N:P valores de 2:47; O cromatógrafo utilizado é um Hewlett 63
14 • Melaço, subproduto da indústria açucareira e Packard (HP), modelo 6890, com injetor 64
15 de baixo custo, sendo facilmente encontrado automático do tipo split/splitless e um detector de 65
16 no mercado da região estudada. Esse produto ionização por chama (CG/FID, Figura 4). Utiliza- 66
17 apresenta um teor de fósforo (0,05 %) e de se uma coluna capilar de sílica fundida, marca J & 67
18 nitrogênio (2,5 %) em termos de proteína bruta; W Scientifc DB-5, com fase estacionária 68
19 • Fosfato de Amônia [(NH4)H2 PO4], produto fenilmetilsiloxano, de baixa polaridade. A coluna 69
20 químico de fácil aquisição no mercado, porém contém 30 m de comprimento, 0,25 mm de 70
21 a preços mais elevados do que os anteriores. diâmetro interno e 0,25 μm de espessura de filme, 71
22 A razão de N:P é de 1:1 e por se tratar de um suportando temperatura máxima de 350 ºC. 72
23 produto químico, deve-se tomar cuidado com Programação utilizada nas análises cromatográficas: 73
24 a toxicidade deste ao meio ambiente; volume de amostra injetada = 1μL; temperatura 74
25 • NPK, contendo fosfato de amônia do injetor = 280ºC; temperatura do detector = 340 75
26 [(NH4)3PO4], sulfato de amônia [(NH4)2SO4] º
C; programa do forno = 40 a 320ºC, a 2,5 ºC/ 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 min 98
49 Figura 4: Cromatograma dos hidrocarbonetos saturados do óleo de Albacora. 99
25
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Rosa, A. P. e Trigüis, J. A./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
nC17/P
18 2 68
19 1,5 nC18/F 69
20 1 P/F 70
0,5
21 71
0
22 72
1 2 3 4
23 Tempo (semanas)
73
24 74
25 b) c)
Experimento com Melaço
75
Experimento com Comida de Peixe
26 76
27 3
3 77
28 2,5 2,5 78
nC17/p, nC18/f, p/f
29 2 2 79
30 1,5 1,5 80
31 1 1 81
32 0,5 0,5 82
0
33 0 83
1 2 3 4
34 Tempo (semanas)
1 2 3 4 84
Tempo (semanas)
35 85
36 d) e) 86
Experimento com Fosfato de Amônia Experimento com NPK
37 87
38 3 3 88
39 2,5 2,5 89
nC17/p, nC18/f, p/f
40 2 2 90
41 1,5 1,5 91
42 1 1 92
43 0,5 0,5 93
44 0 0 94
45 1 2 3 4 1 2 3 4 95
46 Tempo (dias) Tempo (dias) 96
47 Figura 5: Resultados das razões dos n-alcanos e isoprenóides, obtidas através da análise dos óleos 97
48 extraídos das unidades de controle e de biorremediação. (a) controle; (b) comida de peixe; (c) melaço; (d) 98
49 fosfato de amônia; (e) NPK. 99
26
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1 do peso inicial da amostra (10,0 g), o peso do Nos resultados das razões n-C17/ 51
2 sedimento e o peso do óleo. Essa etapa da pristano, n-C18/fitano e pristano/fitano, obtidos 52
3 análise é realizada no Laboratório de Química através dos óleos extraídos das amostras dos 53
4 do Centro Federal de Educação Tecnológica, sedimentos das colunas de biorremediação que 54
5 na Unidade de Ensino Descentralizada (CEFET/ utilizam fosfato de amônia como nutriente, há 55
6 UNED) em Macaé (RJ). uma redução significativa dos índices de 56
7 biodegradação, principalmente das razões de n- 57
8 C17/pristano e n-C18/fitano (Figura 6D). Tais 58
RESULTADOS E DISCUSSÃO
9 resultados comprovam a atuação do processo 59
10 Os resultados obtidos para as amostras de biodegradação ao longo da simulação com a 60
11 dos óleos provenientes das unidades de controle redução inicial dos alcanos lineares leves, 61
12 seguido dos alcanos lineares pesados, restando 62
são comparados com os resultados das amostras
13 apenas os isoprenóides, os quais também 63
dos óleos extraídos dos sedimentos das unidades
14 mostram sinais de biodegradação pela redução 64
de biorremediação. Os dados são separados em
15 dos valores do índice pristano/fitano ao longo 65
gráficos, de acordo com o tipo de nutriente
16 do experimento. 66
empregado o mostrados na Figura 5: (a)
17 67
controle, ou seja, sem nutrientes; (b) comida de
18 Os ensaios laboratoriais efetuados por 68
peixe; (c) melaço; (d) fosfato de amônia; (e)
19 Wang e Fingas (1994), nos quais são aplicados 69
NPK.
20 nutrientes comercialmente produzidos, mostram 70
21 resultados semelhantes aos obtidos no 71
No óleo original (Figura 5a), as razões
22 experimento com fosfato de amônia, exibindo 72
n-C17/pristano, n-C18/fitano e pristano/fitano se
23 uma redução expressiva nas razões n-C17/ 73
24 mantêm constantes, indicando que não há pristano e n-C18/fitano, indicando a atuação da 74
25 alteração química do óleo decorrente de biodegradação. Portanto, pode-se obter algum 75
26 processo de biodegradação (Tissot e Welte, 76
sucesso com o uso de fosfato de amônia como
27 1978; Peters e Moldowan, 1993; Wang e 77
agente estimulador da biorremediação em
28 Fingas, 1994; 1995; Wang et al., 1999). 78
ambientes costeiros contaminados por óleo.
29 79
30 Nas amostras das unidades de 80
simulação que usam comida de peixe (Figura A efetividade da absorção desse
31 81
produto pela população microbiana
32 5b) e melaço (Figura 5c) também não há 82
degradadora de petróleo, pode ser decorrente
33 variações significativas nas razões citadas 83
da maior concentração dos teores de nitrogênio
34 anteriormente, o que comprova que esses 84
e fósforo do fosfato de amônia, com relação ao
35 nutrientes não são eficazes na aceleração da 85
36 degradação dos compostos orgânicos pela melaço e comida de peixe. Entretanto, deve-se 86
37 população microbiana presente no ambiente lembrar que o fosfato de amônia é um produto 87
38 contaminado, ou seja, não servem como agentes químico comercial com custo relativamente alto, 88
39 de biorremediação. Uma das possíveis causas assim sua aplicação pode não ser 89
40 dessa não absorção dos nutrientes pelos economicamente viável. A busca de um produto 90
41 microrganismos pode estar associada: a) baixa que possua fosfato de amônia na sua formulação, 91
42 solubilidade desses compostos em água durante mas que possa ser adquirido a preços mais 92
43 o experimento; b) composição química dos baixos, viabilizaria o uso a técnica da limpeza e 93
44 nutrientes com baixas concentrações de biorremediação nos casos reais de derrames 94
45 nitrogênio e fósforo; c) preferência da população de óleo em ambientes costeiros. Assim, utiliza- 95
46 microbiana em metabolizar outros compostos se NPK como agente bioestimulador, cujo 96
47 orgânicos como açúcares presentes no melaço, fertilizante mostra-se eficiente na estimulação 97
48 ao invés dos hidrocarbonetos (Alexander, da biodegradação, pela redução das razões 98
49 1981). 99
27
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Rosa, A. P. e Trigüis, J. A./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 HYDROCARBONS AND BACTERIAL ACTIVITY 57
8 IN MANGROVE SEDIMENTS FROM 58
9 GUANABARA BAY, BRAZIL 59
10 60
11 Julio César Wasserman1,*, André Luiz Magalhães Botelho1, Mirian Araujo Carlos Crapez2, Maria 61
12 das Graças Silveira Bispo2, Frederico Sobrinho da Silva2, Conceição Maria Filgueiras3 62
13 1
Departamento de Análise Geo-Ambiental (LAGEMAR), 63
14 Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense (UFF), 64
15
2
Programa de Pós Graduação em Biologia Marinha, Universidade Federal Fluminense (UFF), 65
3
Programa de Geoquímica, Universidade Federal Fluminense (UFF),
16 66
Outeiro de São João Batista s/n, Campus do Valonguinho, Centro, Niterói, RJ - CEP 24.020-150
17 *E-mail: geowass@vm.uff.br 67
18 Recebido em Março de 2005 e aceito para publicação em Agosto de 2005 68
19 69
20 ABSTRACT 70
21 71
22 In this study, a very extensive law protected mangrove area in the Eastern part of the Guanabara 72
23 73
Bay was screened for petroleum hydrocarbons (PAHs) and bacterial activity. The aim was to understand
24 74
the processes that control oil contamination in the mangrove sediments and if there is a relationship
25 75
between this contamination and bacterial activity. Surface sediment samples were collected from 23
26 76
stations within the mangrove shoreline. The parameters pH, Eh, salinity and temperature were measured
27 77
in situ. The sediments were immediately analyzed for bacterial activity, including: 1) electron transport
28 78
system activity (ETSA); 2) activity of the esterase enzyme (EST); and 3) bacterial biomass. Analyses
29 79
of the total PAHs contents were performed by UV-visible spectrofluorescence, total organic carbon
30 80
was analyzed by titration and total phosphorus was analyzed by photocolorimetry, after wet oxidation.
31 81
The results show that, in spite of the significant amounts of hydrocarbons loaded into the bay, Guapimirim
32 82
mangrove still presents low concentrations. The presence of elevated concentrations of organic matter
33 83
and nutrients provides sufficient energy for the development of an important bacterial biomass. The
34 84
35 quality of the organic matter is determining the activity of the bacteria as indicated by ETSA and EST. 85
36 When the organic matter is easily metabolized there would be predominance of esterase enzyme. The 86
37 ETSA seems to be active most of the time, because bacteria is using readly available organic matter an 87
38 PAHs. The results indicated that although there is a significant supply of easily metabolized organic 88
39 matter, bacteria obtain part of its energy from the refractive organic matter. It is suggested that during 89
40 the degradation of refractive organic matter, some petroleum hydrocarbons are also degraded. 90
41 91
42 RESUMO 92
43 93
44 Neste estudo uma extensa Área de Proteção Ambiental (APA) de manguezal, localizada na 94
45 porção Leste da Baia de Guanabara, foi mapeada para hidrocarbonetos poliaromáticos de petróleo 95
46 (HPAs) e para a atividade bacteriana. O objetivo foi compreender os processos que controlam a 96
47 contaminação por óleo em sedimentos de manguezal e se há relação entre esta contaminação e a 97
48 atividade bacteriana. Amostras de superfície dos sedimentos foram coletadas em 23 estações, na linha 98
49 de costa que separa o manguezal da baía. Os parâmetros pH, Eh, salinidade e temperatura foram 99
30
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wasserman, J. C. et al./ Geochem. Brasil.,20(1)xxx-xxx,2006
1 medidos in situ. Os sedimentos foram imediatamente analisados para atividade bacteriana incluindo: 51
2 1) atividade de sistema transportador de elétrons (ETSA); 2) atividade da enzima Esterase (EST) e 3) 52
3 biomassa bacteriana. As análises de HPAs foram realizadas por espectrofluorescência UV-visível, o 53
4 carbono orgânico total foi analisado por titulação e o fósforo total foi analisado por fotocolorimetria, 54
5 após oxidação úmida. Os resultados mostraram que, apesar dos volumes de hidrocarbonetos lançados 55
6 na Baia de Guanabara serem consideráveis, o manguezal de Guapimirim apresenta concentrações 56
7 relativamente baixas. A biomassa bacteriana é elevada devido à elevada disponibilidade de matéria 57
8 orgânica e nutrientes. O tipo de matéria orgânica presente no sedimento provavelmente determina o 58
9 tipo e o nível de atividade bacteriana. Se a matéria orgânica é muito facilmente degradável 59
10 (biopolímeros), a presença de enzima esterase é dominante. A ETSA está ativa e presente todo o 60
11 tempo, porque as bactérias tanto usam a matéria orgânica disponível como também os HPAs. Os 61
12 resultados indicam que embora exista um suprimento significativo de matéria orgânica de fácil 62
13 degradação, as bactérias ainda obtém parte de sua energia de matéria orgânica refratária. 63
14 Provavelmente, junto com a matéria orgânica refratária, os hidrocarbonetos de petróleo também são 64
15 degradados. 65
16 66
17 67
18 68
19 INTRODUCTION (Atlas, 1981) and photo degradation (Nicodem
69
20 et al., 1997). Mangrove recovery periods can 70
21 Mangroves are environments where oil be extremely long, if the degradation of the oil
pollution introduces unrecoverable damages. The 71
22 and the growth of the trees for the re- 72
23 most noticeable damage is death of the mangrove establishment of the original community is
trees that have their pneumatophores (Avicennia 73
24 considered. In the South of Florida, the oil spill 74
25 schaureiana), or lenticels (Rizophora mangle of a bunker was surveyed and after one year,
and Laguncularia racemosa) covered with oil 75
26 plants were still dying (Lewis III, 1980). Until 76
27 leading to asphyxia. Other species like mangrove the 10th year, the colonization of the area was 77
28 crabs and birds that breed in the trees are also still difficult because of the presence of toxic 78
29 heavily affected. Odum e Johannes (1975), substances that increase stress and reduce 79
30 suggest that the critical value for mangrove competition capacity. After 10 years the 80
31 survival is 200 mL m-2. On the short term birds,
mangrove started to grow normally again, 81
32 crabs, mollusks and other invertebrates can be
reaching its ecological maturity within 40 years 82
33 soaked with oil and die very rapidly because of
(Lewis III, 1980). 83
34 the privation of movement. On the long term,
84
35 the organisms can suffer from intoxication with
In the present work, the sediments of 85
36 the petroleum poly-aromatic hydrocarbons that
a very extensive law protected mangrove area 86
37 remain in the sediments for very long periods.
in the Eastern part of the Guanabara Bay 87
38 The mangrove destruction will affect the whole 88
(Guapimirim mangrove) were screened for poly-
39 food chain of the region, because it is a breeding 89
aromatic hydrocarbons content and for bacterial
40 area for coastal and oceanic fishes (Chapman, 90
activity. The aim was to understand the processes
41 1976), many of them important economic species 91
42 that control oil contamination in the mangrove
that support thousands of fishermen’s families 92
43 sediments and if there is a relationship between
(Figueiredo, 2002). 93
44 contamination and bacterial activity. Considering
that the presence of important amounts of organic 94
45 Once spilled oil reach the mangrove 95
46 area, impregnation in fine grained sediments matter and phosphorus in the sediments may
interfere with the rate of biological degradation 96
47 renders it very difficult to clean and therefore, 97
48 the only path for the recovery of such of hydrocarbons, these parameters were also
measured. 98
49 environments is long term bacterial degradation 99
31
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wasserman, J. C. et al./ Geochem. Brasil.,20(1)xxx-xxx,2006
29 r
14
Guapi R ive
79
30 13 19 20 80
22
í
ru
31
Su
12 81
32 18 17
33 11 82
34
16 83
10 84
35 Guanabara 15 9 1 85
36 86
37
2
Caceribú r
ve
Ri 87
38 Bay Limits of the 4
3 88
Guaxindiba
39
APA- Guapimirim5 89
40
7 6 90
41 91
42 8 92
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R iv
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93
44
Alc
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96
Riv
47 0 500 1000
er
Sampling sites 97
48 98
49 Figure 1: Study area showing the surface sediment sampling sites.
99
32
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wasserman, J. C. et al./ Geochem. Brasil.,20(1)xxx-xxx,2006
1 Although the area is law protected, Shibuia optical refractmeter and temperature 51
2 traditional and artisan fishing and crab or shellfish was measured with a precision mercury 52
3 collection is still allowed, since these activities thermometer. After collection, the samples 53
4 were shown to be more or less sustainable were transported in ambient temperature, 54
5 (Pereira-Filho, 2003). protected from the sun and in the laboratory, 55
6 two aliquots were separated, one for the 56
7 The contaminant loads flowing into biological assays and the other for chemical 57
8 the Guanabara Bay are considerable. The analysis. The first aliquot was immediately 58
9 organic loads dumped from the untreated analyzed while the second was frozen. 59
10 domestic sewage reaches 465 tons day-1, and 60
11 the presence of more than 14,000 industries Analytical Procedures 61
12 in the region also contribute with important 62
13 organic loads, mixed with heavy metals, and The biochemical indicators of the 63
14 synthetic organic pollutants. The oil pollution bacterial activity in the sediments were 64
15 is also a major problem. The Duque de Caxias immediately analyzed. The bacterial activity 65
16 Refinery alone contributes with almost 600 kg indicators were: 1) electron transport system 66
17 oil day -1 , while other reported sources activity (ETSA) (Trevors, 1984; Houri- 67
18 contribute with a further 700 kg day -1 Davignon e Relexans, 1989); 2) activity of the 68
19 (Information Center from the Guanabara Bay, Esterase enzyme (EST) (Stubberfield e Shaw, 69
20 2002). More than one thousand service 1990); 3) bacterial organic carbon (BOC) 70
21 stations that are installed throughout the was measured with the method described in 71
22 watershed should also contribute with Carlucci et al. (1986) and Kepner Jr. e Pratt 72
23 unknown but considerable amounts of oil to (1994). 73
24 the bay. Periodic oil spills resulting from 74
25 accidents in the refineries, commercial harbors, An aliquot of each sample was left 75
26 dockyards and service stations can also frozen and another aliquot was mildly dried 76
27 produce considerable damages. The last major on a ventilated oven (not more than 40°C). 77
28 petroleum spill occurred in January 2000, Defrosted samples were extracted with n- 78
29 when a transfer pipeline in the Duque de hexane for 30 minutes in an ultrasound bath 79
30 Caxias Refinery blew off, and discharged and the phases were separated by 80
31 estimated 1.3 million liters of thick oil to the centrifugation. The extracts were analyzed for 81
32 82
bay (Information Center from the Guanabara poly-aromatic hydrocarbons (PAHs), in a UV-
33 83
Bay, 2002). visible spectrofluorometer (Perkin–Elmer LS-
34 84
3). The chosen wavelength was 404 and 428
35 85
Sampling Procedures nm and a polyaromatic hydrocarbon mix
36 86
standard (Supelco 47327) was used as
37 87
The surface sediment samples were calibrating solution. The procedure is an
38 88
hand collected from 23 stations, as shown in adaptation of the procedures described in
39 89
the Figure 1, covering the whole mangrove Dejonge et al. (1997). Concentrations were
40 90
area. Most of the samples were taken from expressed on a dry weight basis.
41 91
under the mangrove trees, very close to the
42 92
tidal flat that permitted an approximation with Oven dried samples were analyzed for
43 93
44 an outboard boat. At each station, position total organic carbon (TOC) with the wet
was determined with a portable Garmim 12 oxidation and titration procedure described in 94
45 95
46 Global Positioning System (GPS) and direct Strickland e Parsons (1972). Total phosphorus
measurements of pH and Eh, were carried out was measured on oven dried sediments with the 96
47 97
48 with a portable WTW potentiometer. Salinity persulfate oxidation procedure and analyzed in
of the interstitial water was measured with a a photocolorimeter (Strickland e Parsons, 1972). 98
49 99
33
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wasserman, J. C. et al./ Geochem. Brasil.,20(1)xxx-xxx,2006
1 51
2 42.7
A 15 52
3 PAHs
53
4 54
12
5 55
6 56
(mg kg-1)
9
7 57
8 58
9 6
59
10 60
11 3
61
12 62
13 0 63
14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
64
15 65
16 66
B 50
17 TOC 67
18 68
19 40
69
20 70
21 30
71
(%)
22 72
23 20 73
24 74
25 10 75
26 76
27 0 77
28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 78
29 79
30 80
C Total Pho s p h orus
31 2.50
81
32 82
33 83
2.00
34 84
35 85
36 1.50 86
(m g g -1 )
37 87
38 88
39 1.00
89
40 90
41 0.50 91
42 92
43 93
44 0.00
94
45 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
95
46 96
47 97
48 Figure 2: Petroleum hydrocarbons (PAHs - A), total organic carbon (TOC -B) and total phosphorus (TP - C) 98
49 concentrations along the distinct sampling points in Guapimirim mangrove sediments. 99
36
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wasserman, J. C. et al./ Geochem. Brasil.,20(1)xxx-xxx,2006
1 51
2
A 4 ETSA
52
3 53
3.5
4 54
5 3
55
6 56
2.5
(µl O2 h-1 g-1)
7 57
8 2
58
9 59
1.5
10 60
11 1 61
12 62
0.5
13 63
14 0 64
15 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
65
16 66
17 B 67
9
18 Esterase
68
19 8
69
20 7 70
(µg fluoresceine h-1 g-1)
21 71
6
22 72
23 5
73
24 4 74
25 75
3
26 76
27 2
77
28 1 78
29 79
0
30 80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
31 81
32 C 0.6
82
33 Bacterial carbon
83
34 0.5 84
35 85
36 0.4 86
37 cocci
(µg C cm-3)
87
38 spirillum
88
0.3
39 rods 89
40 90
0.2
41 91
42 92
43 0.1
93
44 94
45 0
95
46 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
96
47 97
48 Figure 3: Bacterial enzymatic activity (ETSA, EST) and bacterial biomass in the sediment, showing 98
49 three different morphologic groups. 99
38
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Wasserman, J. C. et al./ Geochem. Brasil.,20(1)xxx-xxx,2006
1 Besides bacteria, the effects of the the bacterial biomass. On the other hand, ETSA 51
2 petroleum hydrocarbons on the biota were not seems to be active most of the time, because 52
3 yet identified, but it is possible that crabs, species bacteria is using readily available organic matter. 53
4 of economic interest, are starting to decline. In a 54
5 recent study Pereira-Filho (2003) showed that Under tropical climatic conditions the 55
6 the populations of Ucides cordatus, a heavily processes that relate bacterial activity and oil 56
7 predated crab fish of the APA-Guapimirim are degradation seem very complex. Organic matter 57
8 consistently decreasing, reducing the yield of the concentrations can be extremely elevated and 58
9 fishermen of the region. This author attribute the bacteria would rather use energy from readily 59
10 reduction to over fishing, but it is possible that available compounds, therefore reducing PAHs 60
11 the presence of high concentrations of PAHs degradation rates. In consequence, petroleum 61
12
inhibit larval settling and organism reproduction. spills remediation using hydrocarbonoclastic 62
13
species would be effectiveless if environmental 63
14 64
conditions are not taken into account.
15 65
CONCLUSIONS
16 66
17 67
18 In spite of the heavy loads of petroleum ACKNOWLEDGEMENTS
dumped in the region, contamination of the 68
19
20 sediments of the Guapimirim law protected Thanks are due to IBAMA (Brazilian 69
21 mangrove is still mild. Bacterial communities were Ministry of Environment) that funded this research 70
shown to be important degradators of PAHs. In 71
22 (contract IBAMA – CAT/UFF, 2001). Dr.
72
23 the present work, the bacteria morphologic Ricardo Aucélio kindly made available the
73
24 group of rods presented a better capacity to resist spectrofluorometer of the Chemistry Department
74
25 PAHs, but coccus and spirillum were eliminated of the Pontifícia Universidade Católica do Rio 75
26 by the presence of the oil. The rods dominated de Janeiro, where HPAs analyses were carried 76
27 bacterial communities in all stations. out with the help of Elcia Margareth Brito. Thanks 77
28 are also due to Tinguá, a local fisherman who 78
29 Esterase concentrations in the conducted us through the maze-like and muddy 79
30 sediments were shown to be good indicators of paths of the Guapimirim Mangrove. 80
31 81
32 82
33 REFERENCES
83
34 84
35 ATLAS R.M. (1981). Microbial degradation of petroleum hydrocarbons: and environmental perspective. 85
36 Microbiol. Rev., 45(1): 180-209 86
37 BARBIERI E., COELHO-NETO R. (1999) Spatial and temporal variation of rainfall of the East Fluminense 87
38 Coast and Atlantic Serra do Mar, State of Rio de Janeiro, Brazil. In B.A. Knoppers, E.D. Bidone., 88
39 J.J. Abrão (Eds.) Environmental Geochemistry of Coastal Lagoon Systems, Rio de Janeiro, Brazil, 89
40 Vol. 6 UFF/FINEP, p. 47-56 90
41 BEIRAS R., FERNANDEZ N., BELLAS J., BESADA V., GONZALEZ-QUIJANO A., NUNES T. 91
42 (2003) Integrative assessment of marine pollution in Galician estuaries using sediment chemistry, 92
43 mussel bioaccumulation, and embryo-larval toxicity bioassays. Chemosph., 52(7): 1209-1224 93
44 BISPO M.G.S. (2000) A influência da matéria orgânica na degradação de Benzeno, Tolueno e Xileno. 94
45 Dissertação de Mestrado, Departamento de Biologia Marinha, Universidade Federal Fluminense, 95
46 85 p. 96
47 CARLUCCI A.F., CRAVEN D.B., ROBERTSON D.J., WILLIAMS P.M. (1986) Surface-film microbial 97
48 populations diel amino acid metabolism, carbon utilization and growth rates. Mar. Biol., 93: 289- 98
49 297 99
39
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wasserman, J. C. et al./ Geochem. Brasil.,20(1)xxx-xxx,2006
1 STUBBERFIELD L.C.F.,SHAW P.J.A. (1990) A comparison of tetrazolium reduction and FDA hydrolysis 51
2 with other measures of microbaila activity. J. Microbiol. Methods, 12: 151-162. 52
3 TIEHM A. (1994). Degradation of polycyclic aromatic hydrocarbons in the presence of synthetic surfactants. 53
4 Appl. Environ. Microb., 60(1): 258-263 54
5 TREVORS J. (1984) Effects of substrate concentration, inorganic nitrogen, O2 concentration, temperature 55
6 and pH on dehydrogenase activity in soil. Plant Soil Wat. Res., 77: 285-293. 56
7 WASSERMAN J.C., FIGUEIREDO A.M.G., PELLEGATTI F., SILVA E.V. (2001) Elemental composition 57
8 of sediment cores from a mangrove environment using neutron activation analysis. J. Geochem. 58
9 Explor., 72(2): 129-146 59
10 60
11 61
12 62
13 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 (Footnotes) 98
49 1
To whom the correspondence should be sent: geowass@vm.uff.br. 99
41
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE UM ÓLEO 57
8 LEVE EM AMBIENTE MARINHO 58
9 COSTEIRO - SIMULAÇÃO EM MESOESCALA 59
10 60
11 61
12 Eliane Soares de Souza* e Jorge Alberto Trigüis** 62
13 Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo ( LENEP), 63
14 Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), 64
Rodovia Amaral Peixoto Km 163, Avenida Brennand s/n; Imboacica,
15 65
Macaé; Rio de Janeiro, Brasil; CEP 27925-310.
16 E-mail para: eliane@lenep.uenf.br, triguis@lenep.uenf.br 66
17 Recebido em Outubro de 2004 e aceito para publicação em Julho de 2005 67
18 68
19 ABSTRACT 69
20 70
21 Petroleum exploration and production activities along the Brazilian coast may impact the 71
22 marine environment by releasing oil. After oil spill a series of weathering processes change the properties 72
23 of the oil. The knowledge of these changes is important to determine the time of an oil spill, how it 73
24 should be cleaned up and the extension of its impact. This research includes an experiment of seawater 74
25 oil spill simulation, monitored over a period of 28 days. The extent of oil weathering was determined 75
26 by gas chromatography analyses. The results showed: The oil weathering was responsible for reduction 76
27 of 66% alkanes at 4 days and, 80% of alkanes, C1-fenantrenes and C1-dibenzothiophenes at 28 77
days, substantial degradation when compared to monitored real oil spills in the north hemisphere.
28 78
29 RESUMO 79
30 80
31 As atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo ao longo da costa brasileira, 81
32 podem impactar o ambiente marinho em função de derrames de óleo. Logo após um derrame, processos 82
33 intempéricos começam a alterar as propriedades do óleo. O conhecimento destas alterações é 83
34 importante na determinação da idade de um derrame, da extensão de seu impacto e da escolha do 84
35 método de limpeza. Nesta pesquisa foi conduzida a simulação de um derrame de óleo e o monitoramento 85
36 de suas alterações, através de análises cromatográficas, ao longo de 28 dias. Os resultados mostraram 86
37 que o intemperismo foi responsável pela redução de 66% dos alcanos após 4 dias e de 80% dos 87
38 alcanos, C1-fenantrenos e C1-dibenzotiofenos em 28 dias, degradação muito superior àquela 88
observada em derrames reais ocorridos no hemisfério norte.
39 89
40 90
41 91
42 INTRODUÇÃO distribuídos entre plataformas fixas, flutuantes e 92
43 navios adaptados. O escoamento da produção 93
44 No Brasil, a produção de petróleo na da Bacia de Campos, 1,5 milhões de barris/dia, 94
45 Bacia de Campos, região norte do estado do é realizado por oleodutos (20%) e o restante 95
46 Rio de Janeiro, é estratégica, representando mais por navios (Cadernos Petrobrás, 2002). Essas 96
47 de 80% da extração nacional. Uma de suas atividades expõem a região a um risco potencial 97
48 características é ser executada totalmente em de acidentes, com vazamentos de óleo, 98
49 offshore, através de 40 sistemas de produção possibilitando a contaminação de ambientes 99
42
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
de Souza, E .S. e Trigüis, J. A../ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 costeiros como praias e manguezais. Esse tipo diminui a disponibilidade do óleo ao processo 51
2 de catástrofe, além do dano ao meio ambiente, de evaporação e de biodegradação, conduzido 52
3 pode vir a causar graves impactos na imagem por microrganismos naturalmente presentes no 53
4 das companhias produtoras de petróleo. mar (Fingas et al.1998). 54
5 55
6 O comportamento de óleos A dispersão natural do petróleo no 56
7 derramados nos mais diversos ecossistemas, e mar é o terceiro fator mais importante dos 57
8 principalmente no mar, depende da composição processos de intemperismo. A dispersão é 58
9 química do petróleo, e também, da atuação de caracterizada pelo movimento de gotas de 59
10 processos como evaporação, emulsificação, óleo, com tamanhos que variam de 1 a 50 60
11 dissolução, biodegradação, foto-oxidação e das microns, na coluna d’água, intensificado pela 61
12 interações entre óleo, sedimentos e água. A turbulência das ondas. Estudos mostraram que 62
13 combinação destes processos é conhecida a dispersão ocorre preferencialmente com os 63
14 como intemperismo, o qual reduz a concentração componentes da fração de hidrocarbonetos 64
15 de diferentes grupos de compostos, modificando saturados (Fingas, 1998). 65
16 as características químicas e físicas do petróleo 66
17 (Floodgate, 1984; Fingas, 1998). O processo de dissolução ocorre 67
18 somente em uma pequena porção do óleo, mas 68
19 Os processos intempéricos, que é considerado um parâmetro importante na 69
20 atuam sobre um óleo derramado no mar, avaliação ecotoxicológica de um derrame, pois 70
21 podem ocorrer simultaneamente, mas a envolve a solubilização parcial dos compostos 71
22 diferentes velocidades. A velocidade e a aromáticos de baixas massas moleculares 72
23 extensão desses processos dependem das extremamente tóxicos aos organismos aquáticos, 73
24 propriedades físicas e químicas do óleo em função do seu potencial carcinogênico e 74
25 original e de condições ambientais, como: neurotóxico (Wang et al., 1995; Wang e Fingas, 75
26 temperatura, velocidade e direção dos ventos 1998a). 76
27 e das correntes marinhas. 77
28 O espalhamento e o estiramento da 78
29 A evaporação é a responsável pelas mancha de óleo sobre a superfície do mar é 79
30 mudanças mais importantes ocorridas no óleo facilitado pela tensão superficial existente entre 80
31 durante um derrame. Em poucos dias um a superfície da água e o óleo, devido a sua 81
32 petróleo leve, dependendo da sua característica hidrofóbica. Os mecanismos de 82
33 composição, pode perder até 75% de seu espalhamento e estiramento da mancha 83
34 volume e os médios até 40%. Nos ambientes dependem, principalmente, da viscosidade do 84
35 tropicais, as temperaturas elevadas fazem petróleo e seus comportamentos são observados 85
36 com que a perda por evaporação dos na previsão da extensão da área contaminada 86
37 componentes voláteis do petróleo seja mais (Fingas, 1998). 87
38 rápida, diminuindo seus efeitos tóxicos sobre 88
39 a microflora local (Fingas, 1998). Outros processos também contribuem 89
40 para a alteração da composição química do 90
41 A emulsificação causa um aumento petróleo e seus derivados no meio ambiente, entre 91
42 eles está a foto-oxidação. A foto-oxidação é uma 92
no volume do poluente, quando comparado
43 reação de oxidação catalisada pela radiação 93
com o volume do óleo derramado inicialmente,
44 ultravioleta do sol. Nem todos os componentes 94
em função da quantidade de água que é
45 do petróleo são sensíveis à radiação ultravioleta, 95
incorporada ao óleo durante a emulsificação.
46 os mais atingidos pela radiação são 96
Os valores de viscosidade da emulsão óleo -
47 principalmente, os fenantrenos, dibenzotiofenos 97
água também são maiores que os do óleo
48 e crisenos alquilados (Garrett et al. 1998). 98
original. A formação do chamado mousse
49 99
43
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1 51
2 52
3 53
4 54
5 55
6 56
7 57
8 58
9 59
10 60
11 61
12 62
13 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 Figura 2: Cromatogramas do óleo original e das amostras de óleo degradado nos tempos 4, 14 e 28 dias 98
49 após o derrame simulado. 99
47
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1 Tabela 1: Concentração de n-alcanos e isoprenoides no óleo original e nas amostras de óleo degradado 51
2 ao longo dos 28 dias do experimento. 52
3 53
4 Alcanos Original 2 dias 4 dias 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias 54
5 n-C8 56,65 0 0 0 0 0 0 55
6 n-C 56
9 42,60 0 0 0 0 0 0
7 57
8 n-C10 31,68 0 0 0 0 0 0 58
9 n-C11 26,82 0 0 0 0 0 0 59
10 n-C 25,61 0 0 0 0 0 0
60
12
11 61
12 n-C13 25,88 0 0 0 0 0 0 62
13 n-C14 34,58 0 0 0 0 0 0 63
14 n-C 27,02 9,27 1,33 0 0 0 0
64
15
15 65
16 n-C16 20,46 14,80 8,57 2,20 0 0 0 66
17 n-C17 17,39 16,30 15,29 9,52 2,02 0 0 67
18 Pristano 8,95 7,81 7,46 4,31 0,86 0 0
68
19 69
20 n-C18 13,10 12,98 12,16 11,40 6,89 4,22 2,28 70
21 Fitano 5,15 4,66 4,53 4,25 2,52 1,66 1,07 71
22 n-C 12,14 12,28 11,7 10,90 10,9 8,56 8,34
72
19
23 73
24 n-C20 10,61 10,81 10,67 9,90 9,86 9,74 7,47 74
25 n-C21 8,67 9,00 8,22 8,20 8,56 8,78 7,39 75
26 n-C 8,18 8,58 8,56 8,50 8,60 8,63 6,98
76
22
27 77
28 n-C23 7,87 8,24 7,95 8,20 8,45 7,88 6,06 78
29 n-C24 7,45 7,72 7,65 7,17 7,25 7,38 6,37 79
30 n-C 7,56 7,31 7,11 7,20 7,15 7,25 5,63
80
25
31 81
32 n-C26 7,14 6,61 6,24 6,24 6,53 6,59 5,37 82
33 n-C27 7,02 6,46 6,67 6,98 6,74 6,39 5,07 83
34 n-C 6,28 5,72 5,50 5,31 5,69 5,68 4,78 84
28
35 85
36 n-C29 6,02 5,96 5,58 5,55 5,73 5,37 4,88 86
37 n-C30 6,24 5,51 5,32 5,38 5,45 5,34 3,74 87
38 n-C 4,36 4,34 4,17 4,43 4,14 3,67 3,24 88
31
39 89
40 n-C32 3,89 3,81 3,95 3,99 3,68 3,30 2,65 90
41 n-C33 2,40 1,98 2,06 2,20 1,87 1,76 1,38 91
42 n-C 1,60 1,41 1,28 1,26 1,24 1,27 0,98 92
34
43 93
44 n-C35 1,37 1,39 1,13 1,20 1,00 1,10 0,76 94
45 Total 444,69 172,95 153,15 134,29 115,04 104,57 84,44 95
46 (mg/g óleo) 96
47 Perda (%) 61 66 70 74 77 81 97
48 98
49 99
49
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de Souza, E .S. e Trigüis, J. A../ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
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2 52
3 53
4 54
5 55
6 56
7 57
8 58
9 59
10 60
11 61
12 62
13 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
28 Figura 3: Comparação entre os cromatogramas de massas dos compostos policíclicos aromáticos 78
alquilados, dimetil e trimetil naftalenos, metil fenantrenos e metil dibenzotiofenos, obtidos das amostras
29 de óleo coletadas logo após o derrame (Tempo 0) e no final do experimento (Tempo 28). 79
30 80
31 Embora tenha sido comprovada a forte 81
32 abundância relativa de seus principais ação dos processos intempéricos sobre o óleo 82
33 componentes, quando foram comparados os derramado, observou-se que a mancha de óleo 83
34 resultados obtidos para as amostras coletadas continuou recobrindo, quase que totalmente, a 84
35 logo após o derrame simulado e ao completar superfície da água na unidade de simulação após 85
36 o vigésimo oitavo dia do experimento (Figura os 28 dias de monitoramento do experimento. 86
37 4). Esta pequena redução pode ser explicada 87
38 pelo fato do experimento ter sido conduzido 88
39 num curto espaço de tempo, levando-se em CONCLUSÕES 89
40 consideração a grande estabilidade química 90
41 destes compostos frente aos processos O percentual de perda por 91
42 intempéricos. Os resultados encontrados para intemperismo, principalmente por evaporação, 92
43 os triterpanos corroboram com aqueles já dos alcanos normais e ramificados foi bastante 93
44 observados por vários pesquisadores (Seifert expressivo e se concentrou logo após os 94
45 e Maldowan, 1979; Hostettler e Kvenvolden, primeiros dias do derrame. A perda variou de 95
46 1994; Wang e Fingas, 1998b; Ezra et al, aproximadamente 66% após 4 dias, chegando 96
47 2000; Wang et al. 2001). a 80% no final de 28 dias do experimento. 97
48 98
49 99
50
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
de Souza, E .S. e Trigüis, J. A../ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 GOODWIN, N. S., PARK, P. J. D., RAWLINSON, T (1983) Crude oil biodegradation, In: M. 51
2 Bjoroy et al. (Ed.) Advances in Org. Geochemistry. Wiley and Sons, p: 650-658 52
3 HOSTETTLER, F.D., KVENVOLDEN, K.A. (1994) Geochemical changes in crude oil spilled from the 53
4 Exxon Valdez supertanker into Prince William Sound, Alaska. Org. Geochem., 21: 927-936. 54
5 LEAHY, JOSEPH G., COLWELL, R.R. (1990) Microbial degradation of hydrocarbons in the environment. 55
6 Microbiol. Rev., 54: 305 – 315 56
7 OWENS, E. H., BRAGG, J. R., HUMPHREY, B. (1994) Clay-oil flocculation as a natural cleansing 57
8 process following oil spills: Part 2 – Implications of study results in understanding past spills and 58
9 for future response decisions. In: Proc. 17th Arctic and Marine Oilspill Program Technical 59
10 Seminar, Canada, 1: 25-37 60
11 ROQUES, D.E., OVERTON, E.B., HENRY, C.B. (1994) Using gas chromatography/mass 61
12 spectroscopy fingerprint analyses to document process and progress of oil degradation, J. Environ. 62
13 Qual. 23: 851-855 63
14 ROWLAND, S.J., ALEXANDER, R., KAGI, R.I., JONES, D.M., DOUGLAS, A.G. (1986) Microbial 64
15 degradation of aromatic components of crude oils: A comparison of laboratory and field 65
16 observations. Org. Geochem. 9: 153-161 66
17 SEIFERT, W. K., MOLDOWAN, J. M. (1979) The effect of biodegradation on steranes and terpanes 67
18 in crude oils. Geochim. Cosmochim. Acta, 43: 111-126 68
19 WANG, Z., FINGAS, M. (1995a) Differentiation of the source of spilled oil and monitoring of the oil 69
20 weathering process using gas chromatography-mass spectrometry. J. Chromatogr. A 712: 321- 70
21 343 71
22 WANG, Z., FINGAS, M. (1995b) Study of the effects of weathering on the chemical composition of 72
23 a light crude oil using GC/MS and GC/FID. J. Microcolumm Separations 7: 617-639 73
24 WANG, Z., FINGAS, M. (1997) Review: Developments in the analysis of petroleum hydrocarbons in 74
25 oils, petroleum products and oil-spill-related environmental samples by gas chromatography. J. 75
26 Chromatogr. A 774: 51-78 76
27 WANG, Z., FINGAS, M. (1998a) BTEX Quantitation in oils by GC/MS. In: R.A. Meyers (Ed.). 77
28 Encyclopedia of Environmental Analysis and Remediation. Canada, p: 829-852. 78
29 WANG, Z., FINGAS, M. (1998b) Using biomarker compounds to track the source of spilled oil and 79
30 to monitor the oil weathering process. LC-GC Asia Pacific 1: 43-50 80
31 WANG, Z., FINGAS, M., LANDRIAULT, M., SIGOUIN, L., XU, N. (1995) Identification of 81
32 alkybenzenes and direct determination of BTEX and (BTEX + C3-Benzenes) in oils by GC/ 82
33 MS. Anal. Chem. 67: 3491-3500 83
34 WANG, Z., FINGAS, M., OWENS, E.H., SIGOUIN, L., BROWN, C. (2001) Long-term fate and 84
35 persistence of the spilled Metula oil in a marine salt marsh environment. J. Chromatogr. A, 926: 85
36 275-290 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 (Footnotes) 98
49 1
To whom the correspondence should be sent: eliane@lenep.uenf.br. 99
53
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 REGENERAÇÃO DE FLORESTA DE MANGUE ATINGIDA 57
8 POR ÓLEO NA BAÍA DE GUANABARA (RIO DE JANEIRO, 58
9 BRASIL): RESULTADOS DE 5 ANOS DE MONITORAMENTO 59
10 60
11 61
12 Mário Luiz Gomes Soares*, Carlos Milton Gonçalves da Silva Junior, Viviane Fernandez 62
13 Cavalcanti, Paula Maria Moura de Almeida, Aline de Souza Monteiro, Filipe de Oliveira Chaves, 63
14 Gustavo Calderucio Duque Estrada, Beatriz Barbosa 64
15 Núcleo de Estudos em Manguezais (NEMA), Departamento de Oceanografia, Universidade do Estado do Rio de 65
16 Janeiro (UERJ). Rua São Francisco Xavier, 524, sala 4019-E. CEP 20550-013. Maracanã. Rio de Janeiro, RJ 66
17 *E-mail: mariolgs@uerj.br 67
18 Recebido em Julho de 2005 e aceito para publicação em Setembro de 2005 68
19 69
20 ABSTRACT 70
21 71
The recovery of mangrove forest affected by an oil spill was monitored between 2000 and
22 72
2005. We could observe some characteristic of gap recolonization: input of propagules; an initial phase
23 73
with increase of density and low mortality of saplings, followed by a period of community development
24 74
(density decrease associated with an increase of the mean height of saplings). On the other hand, we
25 75
also observed some signs of the influence of sediment contamination by hydrocarbons on the recovery
26 76
process. Basically, this influence is observed on the first months of the monitoring, when we detected
27 77
low rates of propagules recruitment, high rates of seedlings mortality and mortality of 100% of the
28 78
saplings.
29 79
RESUMO
30 80
31 81
O processo de regeneração de floresta de mangue da baía de Guanabara, atingida por
32 derramamento de óleo, foi monitorado entre 2000 e 2005. Observaram-se características típicas da 82
33 ocupação de clareiras: importação de propágulos, aumento da densidade de jovens e baixa mortalidade 83
34 dos mesmos no período inicial, seguido de período de amadurecimento da comunidade (redução de 84
35 densidade e aumento da altura média de jovens). Existem indícios de interferência de hidrocarbonetos 85
36 presentes no sedimento sobre o processo de regeneração, sobretudo nos primeiros meses do 86
37 monitoramento, quando ocorreu baixa taxa de recrutamento de propágulos, alta taxa de mortalidade 87
38 de plântulas e mortalidade de 100% de jovens. 88
39 89
40 90
41 INTRODUÇÃO Esse ecossistema ainda destaca-se por sua alta 91
42 produtividade e diversidade funcional, possuindo 92
43 Manguezal é um ecossistema costeiro que elevada importância ecológica, econômica e social. 93
44 ocorre em regiões tropicais e sub-tropicais do Apesar de existirem fatores numa escala global, 94
45 mundo ocupando as áreas entremarés. É que regem a ocorrência de manguezais em 95
46 caracterizado por vegetação lenhosa típica, determinada região, os atributos estruturais e 96
47 adaptada às condições limitantes de salinidade, funcionais de cada manguezal são regidos pela 97
48 substrato inconsolidado e pouco oxigenado e interação de fatores em escala regional (“assinatura 98
49 freqüente submersão pelas marés (Soares, 1997). energética”) e fatores em escala local (por exemplo, 99
54
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 Para avaliar o processo de regeneração manguezal ao fundo da baía e nas áreas mais 51
2 de florestas de mangue, deve-se focar a análise internas da própria baía. Os manguezais mais 52
3 da ocupação da área degradada por jovens das atingidos pelo óleo derramado foram aqueles 53
4 espécies vegetais. No entanto, apesar do localizados no trecho entre Duque de Caxias 54
5 processo de ocupação da área por jovens, indicar (principalmente adjacente à refinaria e ao local 55
6 o potencial de desenvolvimento de árvores adultas, de rompimento do duto) e Magé 56
7 apresentando uma menor variabilidade dos (Desembocadura do rio Suruí). 57
8 parâmetros associados à dinâmica das 58
9 comunidades, torna-se fundamental a análise 59
10 de outros parâmetros associados à dinâmica ÁREA DE ESTUDO 60
11 de propágulos e plântulas, os quais têm papel 61
12 primordial na manutenção do banco de A Baía de Guanabara (Figura 1), 62
13 jovens. A ênfase dada aos parâmetros localizada entre as coordenadas 220 40’ S e 230 63
14 relacionados à dinâmica do compartimento 00’ S de latitude e 430 00’ W e 430 20’ W de 64
15 composto por jovens é justificada pelo longitude na porção central do litoral do Rio de 65
16 apresentado por Martin e Dutrieux (1990) e Janeiro possui área aproximada de 384 km2 66
17 Duke et al. (1999), os quais sugerem a (Kjerfve et al., 1997), englobando um espelho 67
18 identificação da presença de jovens como um d’água raso (profundidade média de 5,7m) e 68
19 critério mais adequado para indicar a bacia hidrográfica que abrange 14 municípios 69
20 recuperação das florestas de mangue. Assim, a (Amador, 1996). Apresenta clima tropical úmido 70
21 manutenção de um banco de jovens é com temperatura média de 23,7º C e meses 71
22 fundamental para a perpetuação da floresta, pois secos entre junho e agosto e alto índice 72
23 tais jovens seriam o “reservatório” de novos pluviométrico anual (1100 a 2100mm) nas 73
24 indivíduos, disponíveis para ocuparem o dossel regiões próximas a Serra do Mar (Amador, 74
25 no caso da abertura de clareiras pela morte de 1997). Possui um regime de micromarés (média 75
26 indivíduos adultos. Em estudos realizados em de 0,7 m) (Fillipo, 1997) que somado ao grande 76
27 Cananéia, SP (dados não publicados) aporte de rios resulta em baixa salinidade (média 77
28 caracterizamos um reservatório de jovens de R. 29,5 ±4,8) (Quaresma, 1997). 78
29 mangle, o qual é mantido por processos como 79
30 queda, aporte e recrutamento de propágulos, Este estuário (Figura 1) possui o maior 80
31 transformação desses em plântulas e dessas em centro urbano costeiro do país em sua bacia de 81
32 jovens. drenagem (com 4.000km²), composto pela 82
33 Região Metropolitana do Rio de Janeiro e outros 83
34 O presente estudo apresenta os seis municípios (Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, 84
35 resultados do monitoramento e avaliação do Guapimirim, Magé e Duque de Caxias) 85
36 processo de regeneração do manguezal do rio (Amador, 1997). Desta forma, concentra 86
37 Surui (município de Magé, baía de Guanabara, descarga de 17 m³.s-1 de esgoto doméstico, com 87
38 Rio de Janeiro), o qual registrou mortalidade 465 ton. de carga orgânica, de uma população 88
39 massiva da vegetação, ao ser atingido por estimada em 11 milhões de habitantes (Feema, 89
40 derramamento de óleo ocorrido em 18 de 1998). Contribuem também para agravar este 90
41 janeiro de 2000 na região da Refinaria Duque quadro as atividades de 12.000 91
42 de Caxias (REDUC). Nessa ocasião foram estabelecimentos industriais, 14 terminais 92
43 derramados cerca de 1.300.000 litros de óleo marítimos de carga e descarga, dois portos 93
44 combustível marinho MF380, caracterizado comerciais, estaleiros, dois aeroportos, duas 94
45 como mistura de diesel e óleo combustível refinarias de petróleo, postos de combustíveis e 95
46 pesado. O derramamento aconteceu num a lavagem de material poluente dos pavimentos 96
47 período de maré alta de sizígia o que resultou urbanos (Kjerve et al., 1997). No caso 97
48 num impacto preferencial sobre as áreas de específico da contaminação por petróleo e 98
49 99
56
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11 61
12 62
13 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 Figura 1:- Localização dos pontos de estudo na Baía de Guanabara (áreas urbanas em cinza escuro 86
37 e manguezal em cinza claro). 87
38 88
39 derivados, encontramos tanto o aspecto da assoreamento, poluição dos rios, depósitos de 89
40 poluição crônica como o de eventos agudos lixo irregulares, aterros clandestinos e ocorrência 90
41 relacionados a derramamentos. de espécies invasoras (Hibiscus 91
42 pernambucencis e Acrostichum aureum) que 92
43 A área remanescente de manguezais da inibem o crescimento e regeneração das espécies 93
44 baía de Guanabara é de cerca de 31% da de mangue. Recentemente Soares et al. (2003), 94
45 cobertura original, estando concentrada em sua caracterizaram a estrutura vegetal de 6 regiões 95
46 maior parte na região da APA de Guapimirim e na baía e encontraram uma grande variabilidade 96
47 em Duque de Caxias, somando algo em torno estrutural. Segundo estes autores, os manguezais 97
48 de 80 km2 (Amador, 1997). Entre as causas estudados apresentam um baixo 98
49 desta redução estão: desmatamento, desenvolvimento estrutural com dap (diâmetro 99
57
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1 do tronco à altura do peito) variando de 1,33 a utilização de uma única parcela de dimensões 51
2 7,83 cm, altura média entre 1,80 e 7,27 m e amplas, devido ao tamanho da área impactada, 52
3 densidade variando de zero (clareiras) a 52800 bem como para se evitar um impacto por pisoteio 53
4 troncos.ha . As explicações para este padrão excessivo, em área com presença de óleo no
-1
54
5 residem na grande pressão exercida sobre os substrato. De forma similar, seguindo os critérios 55
6 manguezais da região, a qual possui anteriormente descritos, foram marcadas 4 56
7 características variáveis no que se refere à ação parcelas adicionais de monitoramento no 57
8 dos distúrbios, tais como sua natureza, manguezal do rio Surui e 4 parcelas no 58
9 característica (crônico ou agudo), variabilidade manguezal de Nova Orleans, em áreas onde não 59
10 espacial e temporal na sua atuação, variação na houve contaminação por óleo ou onde essa foi 60
11 freqüência (recorrência) e capacidade do menos severa, não caracterizando mortalidade 61
12 sistema de se recuperar frente ao distúrbio. massiva de árvores e jovens de mangue (sem 62
13 formação de clareira). Essas parcelas foram 63
14 O presente estudo foi conduzido em utilizadas como controle para determinação de 64
15 florestas de mangue do município de Magé, nas um padrão local para a dinâmica de jovens. 65
16 áreas do rio Surui e Nova Orleans (Figura 1). 66
17 No caso específico do rio Surui houve A transversal de Surui, com 280 m de 67
18 mortandade em massa da floresta de mangue extensão, atravessa uma pequena faixa de terra 68
19 em área próxima a margem. Essa floresta, entre os rios Surui e Surui-Mirim. A estação 1 69
20 identificada como Surui 1 por Soares et al. (área fortemente atingida pelo óleo), localizada 70
21 (2003), apresentava, após à contaminação por na desembocadura do Rio Surui, foi o ponto de 71
22 óleo, altura média de 6,0 + 3,13 m, dap médio partida com o limite na estação 5 às margens do 72
23 de 6,04 cm e densidade de 167 troncos.ha-1. Surui-Mirim. As estações 1 e 5, com extensões 73
24 Nessa floresta foi feito o monitoramento do respectivas de 38 e 70 metros, representam 74
25 processo de regeneração. As demais áreas do mangues ribeirinhos. Na estação 2 localizada em 75
26 rio Surui e Nova Orleans foram monitoradas ponto topograficamente superior cerca de 20 76
27 como controle da dinâmica de jovens. Essas cm e distante 78 m da margem do rio Surui, é 77
28 florestas, segundo Soares et al. (2003) são possível observar a influência diária das marés. 78
29 basicamente dominadas por Avicennia Após esta, inicia-se área mais elevada de 140 79
30 schaueriana e Laguncularia racemosa, com m de extensão onde encontram-se as estações 80
31 altura média oscilando entre 4,3 m e 6,58 m, 3 e 4, com menor freqüência de inundação pelas 81
32 dap médio entre 4,31 cm e 7,11 cm e densidade marés. Assim sendo, temos que a floresta do rio 82
33 entre 3009 troncos.ha-1 e 11429 troncos.ha-1. Surui apresenta como principal característica à 83
34 influência de dois rios em lados opostos (Rio 84
35 Surui e Surui-Mirim), que banham diretamente 85
36 MATERIAL E METODOS as estações 1, 2 e 5. As demais estações (3 e 4) 86
37 estão posicionadas em área mais elevada e 87
38 Na região do rio Surui, a qual foi distante dos rios. 88
39 fortemente atingida pelo derramamento de óleo 89
40 ocorrido em janeiro de 2000, foi demarcada A transversal de Nova Orleans é 90
41 parcela de 16 m2. A referida parcela foi dividida em quatro estações num trecho de 91
42 posicionada no centro da área onde segundo 225 metros de manguezal. A estação 1, na 92
43 Soares et al. (2003) houve mortalidade massiva franja, é o local mais baixo e com influência 93
44 da floresta de mangue e a formação de uma direta das marés, seguida pela estação 2 em 94
45 clareira. Após análise da representatividade local topograficamente mais elevado em cerca 95
46 amostral, quando considerou-se a densidade e 20 cm. A estação 4 localiza-se cerca de 160 96
47 homogeneidade da distribuição de plântulas e 97
metros da franja separada da estação 2 por uma
48 jovens das espécies presentes, optou-se pela 98
elevação de aproximadamente 50 cm em relação
49 99
58
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1 8 51
2 52
7
3 53
4 6 54
densidade (jovens.m )
5 55
-2
6 5
56
7 4 57
8 58
9 3 59
10 60
2
11 61
12 1 62
13 63
0
14 64
15 260 14 65
16 240 66
17 220 12 67
18 200 68
densidade (jovens.m-2)
19 10 69
altura média (cm)
180
20 160 70
21 140 8 71
22 120 72
23 100 6 73
24 80 74
25 4 75
60
26 40 76
27 2 77
20
28 0 78
29 0 79
30 80
Out/00
Nov/00
Dez/00
Jan/01
Fev/01
Mar/01
Abr/01
Mai/01
Jun/01
Jul/01
Ago/01
Set/01
Out/01
Dez/01
Fev/02
Abr/02
Jun/02
Ago/02
Out/02
Dez/02
Fev/03
Jun/03
Out/03
Fev/04
Jun/04
Out/04
Fev/05
31 81
32 82
33 Rh Av Lg altura todas as spp densidade J 83
34 Figura 2: Densidade de jovens e altura média total e por espécie de mangue na clareira do rio Surui ao 84
35 longo do período de monitoramento (Rh – Rhizophora mangle; Av – Avicennia schaueriana; Lg – Laguncularia 85
36 racemosa; J – Jovens de todas as espécies). 86
37 87
38 88
de estudo. No entanto, observa-se um mortalidade em massa das árvores. Para A.
39 89
aumento gradativo da densidade dessa schaueriana observa-se uma tendência de
40 90
espécie, com pequenas oscilações, tendo a aumento da altura média (de 12,0 cm em
41 91
mesma saltado de 0 ind.m-2 na fase inicial do outubro/00 a 115,38 cm em fevereiro/05). A
42 92
monitoramento (entre outubro/00 e fevereiro/ altura média de jovens de L. racemosa
43 93
44 01) para 0,76 ind.m -2
em junho/04, com leve apresentou incremento de 17,50 cm em 94
45 queda até fevereiro/05 (0,64 ind.m -2
). novembro/00 até 244,15 cm em fevereiro/05. 95
46 No período que vai até fevereiro/02 a altura 96
47 Ainda na Figura 2 são apresentadas as média de jovens dessa espécie foi, em linhas 97
48 curvas de altura média dos jovens das três gerais, inferior a de A.schauerina. Entre abril/ 98
49 espécies na área do rio Surui onde houve 02 e outubro/03 ambas as espécies 99
60
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
27 0,008 77
-2
28 0,006
78
29 79
0,004
30 80
31 0,002 81
32 0,000 82
33 3,5
83
34 84
3,0
35 85
mortalidade (%.dia )
-1
36 2,5 86
37 2,0 87
38 88
1,5
39 89
40 1,0 90
41 0,5 91
42 92
0,0
43 93
Out/00
Nov/00
Dez/00
Jan/01
Fev/01
Mar/01
Abr/01
Mai/01
Jun/01
Jul/01
Ago/01
Set/01
Out/01
Dez/01
Fev/02
Abr/02
Jun/02
Ago/02
Out/02
Dez/02
Fev/03
Jun/03
Out/03
Fev/04
Jun/04
Out/04
Fev/05
44 94
45 95
46 Rh Av Lg 96
47 Figura 3: Mortalidade absoluta (ind.m-2.dia.-1) e mortalidade relativa (%.dia.-1) de jovens das espécies de 97
48 mangue na clareira do rio Surui ao longo do período de monitoramento (Rh – Rhizophora mangle; Av – 98
49 Avicennia schaueriana; Lg – Laguncularia racemosa). 99
61
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 0,22 51
2 0,20 52
3 53
recrutamento (ind.m .dia )
0,18
-1
4 0,16
54
-2
5 55
0,14
6 56
7 0,12 57
8 0,10 58
9 0,08 59
10 0,06 60
11 61
0,04
12 62
13 0,02 63
14 0,00 64
15 65
Out/00
Nov/00
Dez/00
Jan/01
Fev/01
Mar/01
Abr/01
Mai/01
Jun/01
Jul/01
Ago/01
Set/01
Out/01
Nov/01
Dez/01
Jan/02
Fev/02
Mar/02
Abr/02
Mai/02
Jun/02
Jul/02
Ago/02
Set/02
Out/02
Nov/02
Dez/02
Fev/03
Jun/03
Out/03
Fev/04
Jun/04
Out/04
Fev/05
16 66
17 67
18 Rh Av Lg 68
19 69
20 Figura 4: Recrutamento de propágulos das espécies de mangue na clareira do rio Surui ao longo do 70
período de monitoramento (Rh – Rhizophora mangle; Av – Avicennia schaueriana; Lg – Laguncularia
21 racemosa). 71
22 72
23 73
24 74
25 16 75
26 15 76
27 14 77
28 13 78
29 12 79
11
densidade (plântulas.m )
30 80
-2
31 10 81
32 9 82
33 8 83
34 7 84
35 6 85
36 5 86
37 4 87
38 3
88
2
39 89
1
40 90
0
41 91
42 92
Out/00
Nov/00
Dez/00
Jan/01
Fev/01
Mar/01
Abr/01
Mai/01
Jun/01
Jul/01
Ago/01
Set/01
Out/01
Dez/01
Fev/02
Abr/02
Jun/02
Ago/02
Out/02
Dez/02
Fev/03
Jun/03
Out/03
Fev/04
Jun/04
Out/04
Fev/05
43 93
44 94
45 95
46 Rh Av Lg 96
47 Figura 5: Densidade por espécies de plântulas na clareira do rio Surui ao longo do período de monitoramento 97
48 (Rh – Rhizophora mangle; Av – Avicennia schaueriana; Lg – Laguncularia racemosa). 98
49 99
62
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
34 1,0 84
35 85
0,8
36 86
37 0,6 87
38 88
0,4
39 89
40 0,2 90
41 0,0
91
42 92
Out/00
Nov/00
Dez/00
Jan/01
Fev/01
Mar/01
Abr/01
Mai/01
Jun/01
Jul/01
Ago/01
Set/01
Out/01
Dez/01
Fev/02
Abr/02
Jun/02
Ago/02
Out/02
Dez/02
Fev/03
Jun/03
Out/03
Fev/04
Jun/04
Out/04
Fev/05
43 93
44 94
45 95
46 Rh Av Lg 96
47 97
48 Figura 6: Mortalidade de plântulas na clareira do rio Surui ao longo do período de monitoramento (Rh – 98
49 Rhizophora mangle; Av – Avicennia schaueriana; Lg – Laguncularia racemosa). 99
63
64
99 49
98 48
97 47
96 altura (cm) altura (cm) 46
20
40
60
80
100
120
140
160
20
40
60
80
100
120
140
160
95 45
Out/00 Out/00
94 44
Nov/00 Nov/00
Dez/00 Dez/00
93 43
Suruí # 4
Suruí # 2
Jan/01 Jan/01
92 42
Fev/01 Fev/01
Mar/01 Mar/01
91 41
90 Abr/01 Abr/01 40
Mai/01 Mai/01
Jun/01 Jun/01
89 39
88 Jul/01 Jul/01 38
Ago/01 Ago/01
Set/01 Set/01
87 37
86 Out/01 Out/01 36
Dez/01 Dez/01
Fev/02 Fev/02
85 35
84 Abr/02 Abr/02 34
Jun/02 Jun/02
Ago/02 Ago/02
83 33
82 Out/02 Out/02
Dez/02
32
Dez/02
Fev/03 Fev/03
81 31
Rh
Jun/03 Jun/03
Out/03
80
Out/03
30
Fev/04 Fev/04
79 Av 29
Jun/04 Jun/04
Out/04 Out/04
78 28
Fev/05 Fev/05
77 27
Lg
0
2
4
6
8
0
2
4
6
8
10
12
14
16
10
76 26
densidade (jovens.m²)
-
densidade (jovens.m-²)
73 23
Out/00 Out/00
todas as spp
Nov/00 Nov/00
72 22
Dez/00 Dez/00
Suruí # 5
Suruí # 3
71 21
Jan/01 Jan/01
Fev/01 Fev/01
70 20
Mar/01 Mar/01
69 19
Abr/01 Abr/01
Mai/01 Mai/01
68 18
densidade
67 Jun/01 Jun/01 17
Jul/01 Jul/01
Ago/01 Ago/01
66 16
65 Set/01 Set/01 15
Out/01 Out/01
Dez/01 Dez/01
64 14
63 Fev/02 Fev/02 13
Abr/02 Abr/02
Jun/02 Jun/02
62 12
61 Ago/02 Ago/02 11
Out/02 Out/02
Dez/02 Dez/02
60 10
59 Fev/03 Fev/03
Jun/03 Jun/03
9
Out/03 Out/03
58 8
Fev/04 Fev/04
Jun/04 Jun/04
57 7
Out/04 Out/04
56 6
55 Fev/05 Fev/05 5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
54 4
densidade (jovens.m²)
53 densidade (jovens.m-²) - 3
52 2
51 1
Figura 7: Densidade total de jovens e altura média total e por espécie de jovens em florestas de mangue do rio Surui ao longo do período de monitoramento (Rh
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
65
99 49
98 48
97 47
96 altura (cm) altura (cm) 46
20
40
60
80
100
120
140
160
20
40
60
80
100
120
140
160
95 45
94 set/00 set/00 44
Out/00 Out/00
Nov/00 Nov/00
93 43
92 Dez/00 Dez/00 42
Jan/01 Jan/01
Fev/01 Fev/01
91 41
Mar/01 Mar/01
Nova Orleans # 4
Nova Orleans # 1
90
Abr/01 Abr/01
40
Mai/01 Mai/01
89 39
Jun/01 Jun/01
Jul/01 Jul/01
88 38
Ago/01 Ago/01
87 37
Set/01 Set/01
Out/01 Out/01
86 36
85 Dez/01 Dez/01 35
Fev/02 Fev/02
Abr/02 Abr/02
84 34
83 Jun/02 Jun/02 33
Ago/02 Ago/02
Out/02 Out/02
82 32
Dez/02 Dez/02
Fev/03 Fev/03
81 31
Rh
Jun/03 Jun/03
80 30
Out/03 Out/03
Fev/04 Fev/04
79 Av 29
Jun/04 Jun/04
78 28
Out/04 Out/04
Fev/05 Fev/05
77 27
Lg
76 26
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
73 23
72 set/00 set/00 22
todas as spp
Out/00 Out/00
Nov/00 Nov/00
71 21
70 Dez/00 Dez/00 20
Jan/01 Jan/01
Fev/01 Fev/01
69 19
Mar/01 Mar/01
Nova Orleans # 2
Nova Orleans # 5
Abr/01 Abr/01
68 18
Mai/01 Mai/01
densidade
67 17
Jun/01 Jun/01
Jul/01 Jul/01
66 16
Ago/01 Ago/01
65 15
Set/01 Set/01
Out/01 Out/01
64 14
63 Dez/01 Dez/01 13
Fev/02 Fev/02
longo do período de monitoramento (Rh – Rhizophora mangle; Av – Avicennia schaueriana; Lg – Laguncularia racemosa).
Abr/02 Abr/02
62 12
61 Jun/02 Jun/02 11
Ago/02 Ago/02
Out/02 Out/02
60 10
Dez/02 Dez/02
Fev/03 Fev/03
59 9
Jun/03 Jun/03
58 8
Out/03 Out/03
Fev/04 Fev/04
57 7
56 Jun/04 Jun/04 6
Out/04 Out/04
Fev/05 Fev/05
55 5
0
2
4
6
8
0
1
2
3
4
5
6
7
8
54 4
densidade (jovens.m ²) densidade (jovens.m ²)
- -
53 3
52 2
51 1
Figura 8 – Densidade total de jovens e altura média total e por espécie de jovens em florestas de mangue da localidade de Nova Orleans (município de Magé) ao
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
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Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 de jovens de L. racemosa e uma fase seguinte dessa floresta estar importando propágulos das 51
2 onde R. mangle inicia um processo lento de áreas vizinhas, visto não haver produção de 52
3 colonização da área. A baixa mortalidade de propágulos nessa área degradada, no que se 53
4 jovens (Figura 3) e uma curva crescente de refere a Avicennia schaueriana e Rhizophora 54
5 densidade de jovens (Figura 2), no período mangle, para as quais houve mortalidade de 55
6 inicial do monitoramento (principalmente no que todos os indivíduos adultos e uma reduzida 56
7 se refere à A. schaueriana) indicam um produção de propágulos de Laguncularia 57
8 processo de recolonização de uma área com racemosa, relacionada a poucos indivíduos que 58
9 disponibilidade de espaço e de luz. Do ponto sobreviveram ao impacto pelo óleo. A 59
10 de vista de dinâmica populacional, a densidade importação de propágulos é fundamental não só 60
11 de jovens reflete um conjunto de processos, que para o processo de manutenção de bancos de 61
12 se inicia com o recrutamento de propágulos plântulas e jovens em bosques saudáveis, mas 62
13 (Figura 4), mortalidade de parte dos propágulos sobretudo para o processo de recuperação de 63
14 e transformação de outra parcela em plântulas, áreas degradadas, que através desse mecanismo 64
15 mortalidade de plântulas e transformação das podem ser recolonizadas por espécies de 65
16 plântulas remanescentes em jovens. mangue. A possibilidade de importação de 66
17 propágulos por florestas de mangue é sustentada 67
18 O pico de recrutamento de propágulos pelos estudos de Yamashiro (1961), Steinke 68
19 de L. racemosa (Figura 4) ocorreu, entre os (1975), Rabinowitz (1978a), Chai (1982), 69
20 meses de fevereiro e maio em todos os anos do Clarke (1993), Clarke e Myerscough (1993) e 70
21 monitoramento. Esse comportamento responde Panapitukkul et al. (1998). 71
22 diretamente à produção de propágulos das 72
23 espécies de mangue, que segundo Ponte et al. Apesar da disponibilidade de espaço e 73
24 (1984), Adaime (1985), Duke et al. (1981, de luz na área de clareira monitorada em Surui, 74
25 1984), Duke (1990), Menezes (1994), as taxas de recrutamento de novos propágulos 75
26 Lamparelli (1995) e Fernandes (1997), ocorre no inicio do monitoramento (2000/2001), foram 76
27 no período de maior pluviosidade, a exemplo baixas quando comparadas aos valores obtidos 77
28 do observado na Baía de Guanabara. Segundo para as florestas vizinhas (dados não 78
29 Ponte et al. (1984) L. racemosa produziu frutos publicados). Dessa forma observamos, para a 79
30 praticamente o ano todo, com pico nos meses clareira, taxas de recrutamento que não 80
31 de fevereiro-abril. Esses autores ainda ultrapassam 0,18 ind.m-2.dia-1 nos picos de 81
32 descrevem que A. schaueriana apresentou recrutamento de L. racemosa e, que para as 82
33 produção intermitente, com pico em setembro. duas outras espécies encontram-se em níveis 83
34 Adaime (1985) destaca uma maior produção inferiores a 0,05 ind.m-2.dia-1 (Figura 4). Por 84
35 de frutos de L. racemosa entre abril e junho e outro lado, nas florestas vizinhas, para o período 85
36 Menezes (1994) relata que propágulos de L. de 2000/2001 encontramos taxas superiores a 86
37 racemosa foram coletados entre abril e julho. 0,23 ind.m-2.dia-1 e 0,13 ind.m-2.dia-1, para L. 87
38 racemosa e A. Schaueriana, respectivamente. 88
39 89
No caso específico dos manguezais da Esse padrão pode refletir alguns efeitos, tais
40 90
baía de Guanabara observou-se, nos anos de como a não produção de propágulos nesse
41 91
2001 e 2002 picos de produção de propágulos ponto, portanto essa estação depende do aporte
42 92
concentrados nos meses de fevereiro e março externo de propágulos, a alta frequência de
43 93
(dados não publicados), fato que corrobora o inundação pelas marés, que dificulta a fixação
44 94
recrutamento observado, com pequena de propágulos de L. racemosa e A.
45 95
defasagem em relação à produção de schaueriana, por serem mais leves e o próprio
46 96
propágulos. Essa defasagem entre o período de efeito do óleo presente no sedimento. Rabinowitz
47 97
pico de produção de propágulos e o período (1978a) afirma que propágulos de Avicennia
48 98
de recrutamento de propágulos se deve ao fato germinans necessitam de períodos sem
49 99
66
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Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 influência das marés, para sua fixação. Clarke e variável no tempo e no espaço, sendo 51
2 Myerscough (1993) afirmam que a não influenciado por diversos fatores que variam 52
3 ocorrência de plântulas de Avicennia marina localmente. Por outro lado, o real efeito do óleo 53
4 em níveis topográficos inferiores é devido à sobre a capacidade de recuperação dessa 54
5 remoção pelas marés. Jimenez e Sauter (1991) floresta deve ser discutido de forma geral, 55
6 descrevem haver limitação na fixação de A. principalmente no que se refere à manutenção 56
7 bicolor nos bosques de franja. No entanto, de um banco de jovens, como veremos adiante. 57
8 Steinke (1975) concluiu que as inundações 58
9 periódicas por água do mar tinham pouco efeito Todos os picos de recrutamento de 59
10 no estabelecimento e desenvolvimento de propágulos de L. racemosa (Figura 4) são 60
11 propágulos de Avicennia marina. De qualquer seguidos por picos correspondentes, na 61
12 forma, não se pode ignorar, que apesar da alta densidade de plântulas (Figura 5), com 62
13 frequência de inundação pelas marés (maior defasagem de 1 a 3 meses. De forma similar, 63
14 energia) nessa estação, esse bosque era porém menos marcada, também observamos a 64
15 dominado por Avicennia schaueriana antes do forte relação entre o recrutamento de propágulos 65
16 evento (Soares et al., 2003), o qual deveria ser de A. schaueriana e a densidade de plântulas 66
17 mantido, numa situação normal, por um banco dessa espécie (Figuras 4 e 5), também com 67
18 de jovens, refletindo o recrutamento de pequena defasagem de tempo. 68
19 propágulos e sua sobrevivência. 69
20 Na Figura 6 podemos observar uma 70
21 Em relação a L. racemosa foi detectada elevada taxa de mortalidade de plântulas de 71
22 uma maior taxa de recrutamento de propágulos, Laguncularia racemosa, no período inicial do 72
23 os quais segundo Rabinowitz (1978a), também monitoramento. Esse padrão é típico dessa 73
24 são classificados como de tamanho reduzido. espécie, cuja característica é de produção 74
25 Analisando-se os dados obtidos em Guaratiba, elevada de propágulos e consequentemente 75
26 por Oliveira (2001) para uma área de apicum, elevada taxa de recrutamento e densidade de 76
27 onde ocorre processo de colonização por plântulas, concentrada em um período do ano, 77
28 espécies de mangue (portanto com condições seguida por alta taxa de mortalidade por 78
29 hipersalinas adversas, porém, a exemplo da esgotamento das reservas nutritivas e por 79
30 região estudada no rio Surui, com aporte externo competição com jovens e adultos, caso não haja 80
31 de propágulos, disponibilidade de luz e espaço), condições favoráveis para o desenvolvimento 81
32 observam-se taxas de recrutamento, nos das mesmas (disponibilidade de espaço e luz). 82
33 períodos de pico de recrutamento, com valores Weishaupl (1981) descreve essa espécie como 83
34 compatíveis aos observados no rio Surui, para heliófila, com estratégia típica de planta de 84
35 ambas as espécies. sucessão secundária. Esse fato é comprovado 85
36 por Rabinowitz (1978b), que descreve uma 86
37 De uma forma geral as taxas de redução exponencial na densidade de coortes 87
38 recrutamento de R. mangle foram bastante de plântulas de espécies de mangue, com tempo 88
39 baixas. Esses valores refletem a baixa de meia-vida estimado entre 18 e 45 dias para 89
40 representatividade/importância dessa espécie Laguncularia racemosa. Essa autora descreve 90
41 nessa região (Soares et al., 2003), cujos efeitos que as espécies com propágulos pequenos 91
42 são sentidos na manutenção dos bancos de estabelecem novas coortes anualmente, as quais 92
43 plântulas e jovens de R. mangle. Aparentemente morrem rapidamente. Já as espécies com os 93
44 ocorre uma redução no recrutamento de maiores propágulos possuem uma sobreposição 94
45 propágulos em áreas sem cobertura de florestas, de coortes. Essa mortalidade está relacionada 95
46 o qual pode ter sido inicialmente influenciado pelo ao esgotamento das reservas do embrião. 96
47 óleo. No entanto, deve-se ter cautela, pois o Utilizando-se os dados apresentados por 97
48 processo de recrutamento parece ser bastante Rabinowitz (1978b), pudemos calcular uma 98
49 99
67
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1 taxa de mortalidade mensal de 66,1% para área por A. schaueriana, seguido da entrada 51
2 L. racemosa. Da mesma forma, Otero e de jovens de L. racemosa e uma fase seguinte 52
3 Raices (1987) descrevem para uma área onde R. mangle inicia um processo de 53
4 estudada em Porto Rico, uma baixíssima colonização da área. A análise conjunta da 54
5 densidade de plântulas de Avicennia e evolução da densidade total de jovens e da altura 55
6 Laguncularia. Steinke (1975) descreve uma média dos jovens das três espécies (Figura 2) 56
7 alta taxa de mortalidade de plântulas de indica um processo de recuperação em estágio 57
8 Avicennia marina, a qual segundo a proposta inicial. Dessa forma, notamos um incremento 58
9 de Rabinowitz (1978b) é uma espécie de progressivo da densidade de jovens, como 59
propágulo pequeno. No entanto, as altas taxas
10 conseqüência da disponibilidade de recursos na 60
de mortalidade observadas nos primeiros
11 área (espaço e luz). Nesse período ocorre um 61
meses do estudo, na região do rio Surui não
12 podem ser explicadas por esse fator, gradativo aumento da altura média dos jovens 62
13 principalmente se considerarmos que nessa das três espécies. Em seguida ocorre uma relativa 63
14 estação ocorre total disponibilidade de luz e estabilização da densidade total de jovens, com 64
15 de espaço e baixa densidade inicial de jovens densidade em torno de 13,0 ind.m-2. Esse 65
16 e plântulas. Portanto, tais taxas podem ter processo de estabilização pode indicar que a 66
17 refletido alguma influência do óleo sobre o comunidade em questão atingiu a capacidade 67
18 desenvolvimento das plântulas, nos primeiros máxima sustentável (em relação à densidade) da 68
19 meses após o derramamento. área. 69
20 70
21 Na Figura 5 observamos um gradual A comparação do valor de densidade 71
22 decréscimo na densidade de plântulas de A. de jovens, com o comportamento de outras 72
23 schaueriana, ao longo do período de áreas de mangue dessa região (Figuras 7 e 8), 73
24 monitoramento, após o pico inicial. Esse as quais são descritas por Soares et al. (2003), 74
25 comportamento está de acordo com o indica, que em todas as estações estudadas no 75
26 progressivo aumento na densidade de jovens rio Surui e na região de Nova Orleans, houve 76
27 dessa espécie (Figura 2), indicando um processo um comportamento similar na densidade de 77
28 de transformação de parte das plântulas em jovens, com grande oscilação da mesma, 78
jovens. Essa relação fica clara, ao observarmos
29 apresentando pico de densidade provavelmente 79
nas Figuras 4 e 5, que inicialmente ocorre um
30 relacionado a episódios de recrutamento. Apenas 80
aumento na densidade de plântulas dessa
31 espécie, associado ao grande recrutamento inicial duas das estações analisadas apresentaram 81
32 de propágulos. Em seguida, entre janeiro/01 e densidades de jovens comparáveis à observada 82
33 março/01 ocorre uma queda brusca na 83
na clareira (Surui 3 e Suruí 4), sendo que apenas
34 densidade de plântulas, a qual é acompanhada 84
na estação 3 houve persistência desse banco de
35 pelo aumento na densidade de jovens. No 85
jovens por período significativo. Porém, em todas
36 período seguinte, até dezembro/01 a densidade 86
as estações a altura média se manteve em níveis
37 de plântulas apresenta uma queda suave, 87
inferiores à da clareira. Essa comparação indica
38 quando a densidade de jovens se mantém 88
que em áreas com cobertura vegetal ocorre uma
39 relativamente constante, indicando não haver 89
baixa persistência e desenvolvimento dos jovens,
40 grande transformação de plântulas em jovens. 90
provavelmente associada à baixa disponibilidade
41 Dessa forma, o comportamento da densidade 91
de luz. Essa comparação fortalece a hipótese
42 de plântulas de A. schaueriana não apresenta 92
da densidade máxima observada na clareira do
43 uma ciclicidade associada ao recrutamento de 93
rio Surui, ser associada à maximização de
44 novos propágulos, como observado para L. 94
45 racemosa. exploração dos recursos disponíveis (luz, espaço
95
46 e nutrientes). 96
47 Conforme anteriormente apresentado, a 97
48 análise da densidade de jovens das três espécies Por outro lado, se compararmos a área 98
49 (Figura 2) indica um processo de ocupação da de clareira do rio Surui, com o comportamento 99
68
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1 dos jovens que colonizam áreas sob estresse jovens, notamos, que conforme ocorre um 51
2 natural (hídrico e salino) num apicum de aumento da altura média dos jovens, há uma 52
3 Guaratiba (dados não publicados, Figura 9) redução na densidade de jovens, indicando, 53
4 notaremos que em Guaratiba são atingidos níveis que a partir da ocupação inicial do espaço 54
5 de densidade de jovens comparáveis aos disponível, pela morte da floresta, passa a 55
6 observados no rio Surui. Notaremos ainda, que ocorrer um amadurecimento da floresta 56
7 em Guaratiba a comunidade também encontra- (estágio inicial do processo de recuperação), 57
8 se em processo de amadurecimento, apesar de com exclusão competitiva de indivíduos 58
9 apresentar altura média ligeiramente inferior à (redução da densidade) e desenvolvimento 59
10 observada no Surui, fato esse explicado pelas dos sobreviventes (aumento da altura média). 60
11 altas salinidades aí observadas. Porém, em Apesar do amadurecimento da comunidade, 61
12 Guaratiba os jovens possuem arquitetura ao contrário de A. schaueriana e L. 62
13 diferente, onde os mesmos se apresentam racemosa, R. mangle apresenta um aumento 63
14 extremamente ramificados, fato esse que progressivo da densidade de jovens (Figura 64
15 equivale a dizermos, que apesar dos recursos 2), indicando uma possível e gradativa 65
16 (espaço e luz) serem repartidos por menos substituição das duas primeiras espécies, por 66
17 indivíduos, os mesmos tendem a otimizar a essa espécie. 67
18 exploração desses recursos através de estruturas 68
19 bastante ramificadas. Em outras palavras, se por Segundo McKee (1995), em condições 69
20 um lado em Guaratiba, em ambiente sob de alta disponibilidade de nutrientes e de luz a 70
21 estresse, temos densidades de jovens similares taxa de crescimento, produção de folhas e 71
22 às do Surui, os quais se ramificam como 72
crescimento de ramos de plântulas de L.
23 resposta ao estresse, poderíamos esperar, que 73
racemosa é superior a de A. germinans e dessa
24 no Surui, em condições de alta frequência de 74
a de R. mangle. Isso poderia justificar a
25 inundação por marés (portanto sem a 75
possibilidade de estresse salino e hídrico) característica de pioneiras das duas primeiras
26 76
fossem atingidas densidades máximas mais espécies em regiões de clareira, como
27 77
elevadas, durante o processo de ocupação da observamos nas áreas degradadas da Baía de
28 78
clareira. Portanto, esse comportamento pode Guanabara. Aquela autora ainda cita, que
29 79
sugerir uma interferência da contaminação por quando a disponibilidade de recursos é alta
30 80
hidrocarbonetos sobre a colonização e (nutrientes ou luz), L. racemosa e A. germinans
31 81
desenvolvimento desses jovens no rio Surui. maximizam seu potencial de acúmulo de carbono
32 82
Essa hipótese se fortalece, ao observarmos, (área foliar e crescimento em altura e de ramos),
33 83
que no período inicial do monitoramento, em detrimento (minimiza) da alocação de
34 84
portanto imediatamente após a contaminação recursos para o sistema de raízes. Dessa forma,
35 85
por óleo foram obtidas densidades de jovens após alguns meses essas espécies são
36 superiores a 10,0 ind.m-2 nas estações 3 e 4 86
37 do Surui, (Figura 7), que não foram atingidas competitivamente mais aptas que R. mangle. 87
38 diretamente pelo óleo e que possuem McKee (1995) ainda conclui, que os padrões 88
39 características de sombreamento. Essas iniciais de colonização e regeneração são regidos 89
40 densidades foram superiores à densidade por características associadas à dispersão e 90
41 observada na clareira, que somente dois anos diferentes habilidades de fixação. Ao passo que 91
42 após a contaminação atingiu patamares a sobrevivência a longo prazo (2,5 anos) é 92
43 similares, porém não podemos ignorar o fato determinada pela sensibilidade a características 93
44 dessa área ter sido recolonizada por espécies fisico-químicas, tais como inundação pelas marés 94
45 de mangue em período mais recente. e salinidade (no nosso caso podemos incluir a 95
46 contaminação do substrato). Esses processos 96
47 A partir de outubro de 2003, após o corroboram o observado nas áreas 97
48 período de estabilização da densidade de contaminadas da Baía de Guanabara, onde essas 98
49 99
69
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 Piracão B 51
2 120
12 52
3 53
4 10 54
100
5 55
6 56
densidade (jovens.m²)
8
7 57
altura (cm)
80
8 6 58
9 59
10 60 60
4
11 61
-
12 40 2 62
13 63
14 0 64
15 65
Jun/98
Ago/98
Out/98
Dez/98
Fev/99
Mai/99
Jul/99
Set/99
Nov/99
Jan/00
Mar/00
Mai/00
Set/00
Jan/01
Mai/01
Set/01
Jan/02
Out/02
Fev/03
Jun/03
Set/03
Fev/04
mai/04
16 66
17 67
18 68
Piracão C
19 69
20 120
12 70
21 71
22 10 72
100
23 73
densidade (jovens.m²)
24 8 74
25 75
altura (cm)
80
26 6 76
27 77
28 60 78
4
29 79
30 - 80
40 2
31 81
32 0 82
33 83
Jun/98
Ago/98
Out/98
Dez/98
Fev/99
Mai/99
Jul/99
Set/99
Nov/99
Jan/00
Mar/00
Mai/00
Set/00
Jan/01
Mai/01
Set/01
Jan/02
Out/02
Fev/03
Jun/03
Set/03
Fev/04
mai/04
34 84
35 85
36 86
37 Av Lg todas as spp densidade 87
38 Figura 9: Densidade total de jovens e altura média total e por espécie de jovens em florestas de mangue 88
39 de Guaratiba (baía de Sepetiba) no período de junho de 1998 a maio de 2004 (Av – Avicennia schaueriana; 89
40 Lg – Laguncularia racemosa). 90
41 91
42 92
43 duas espécies dominam, além do que, está de mangue, pois tais jovens seriam o “reservatório” 93
44 acordo com a menor interação com o sedimento de novos indivíduos, disponíveis para ocuparem 94
45 contaminado, visto que o sistema de raízes é o dossel no caso da abertura de clareiras pela 95
46 pouco desenvolvido inicialmente. morte de indivíduos adultos. Estudo em Cananéia 96
47 (SP) caracterizou um reservatório de jovens de 97
48 A manutenção de um banco de jovens é R. mangle, o qual é mantido por processos 98
49 fundamental para a perpetuação da floresta de como queda, aporte e recrutamento de 99
70
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Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 Getter et al. (1984), destaca, entre os (1993) previram um período de 20 anos para 51
2 efeitos retardados, que podem se manifestar a recuperação do ecossistema. Duke e Burns 52
3 no período de um a dez anos após a (1999) citam que um manguezal atingido por 53
4 contaminação por hidrocarbonetos, a redução óleo na Austrália apresentava poucos indícios 54
5 na taxa de sobrevivência de plântulas e jovens de recuperação cinco anos após o evento. 55
6 e a morte ou crescimento reduzido de árvores Esses autores ainda relatam que um manguezal 56
7 novas que colonizaram as áreas afetadas pelo da Austrália impactado em 1970 por óleo só 57
8 óleo. Da mesma forma, Lamparelli et al. se recuperou 25 anos após o evento, não 58
9 (1997) só detectaram indícios de sendo detectado óleo no sedimento apenas 59
10 recuperação, com colonização, crescimento em 1996. Burns e Codi (1998) comparam 60
11 e sobrevivência de plântulas e jovens, em área dois derramamentos de óleo sobre manguezais 61
12 de manguezal afetada por hidrocarbonetos, (um no Panamá e outro na Austrália). Para o 62
13 nove anos após o derramamento. Panamá o tempo previsto para a redução dos 63
14 níveis de hidrocarbonetos foi de 20 anos, ao 64
15 Progressivamente o ambiente foi se passo que na Austrália foi de 4 anos. Essas 65
16 tornando menos hostil, havendo um estimativas demonstram o cuidado que se 66
17 incremento da densidade de jovens (Figura deve ter ao fazermos previsões do tempo 67
18 2), sem haver aumento da mortalidade (Figura necessário à recuperação do sistema, visto 68
19 3), corroborando a hipótese de que a área que tais processos são extremamente variáveis 69
20 ainda suportava uma maior densidade de de local para local, segundo as peculiaridades 70
21 jovens, como descrito anteriormente. Em ambientais de cada região, além das 71
22 seguida observamos um aumento da características de cada evento, tais como tipo 72
23 mortalidade absoluta, provavelmente de óleo, quantidade e área atingida. 73
24 relacionado ao aumento da densidade de 74
25 jovens, visto ocorrerem taxas de mortalidade 75
26 (relativas) reduzidas. No período entre CONCLUSÕES 76
27 dezembro/01 e fevereiro/05 observam-se 77
28 taxas de mortalidade (Figura 3) superiores O monitoramento da área de 78
29 para L. racemosa, quando comparada a A. manguezal do rio Surui, afetada pelo 79
30 schaueriana. Esse comportamento está de derramamento de óleo ocorrido em 2000, 80
31 acordo com a tendência de domínio inicial da indica um processo de regeneração da floresta 81
32 área por indivíduos de A. schaueriana, com em estágio inicial. Os indicadores desse 82
33 a presença de indivíduos esparsos de maior processo são: importação de propágulos de 83
34 porte, de L. racemosa. florestas vizinhas, curva crescente de 84
35 densidade de jovens no período inicial, com 85
36 Apesar dos indícios de recuperação 86
baixa mortalidade dos mesmos, seguida de
37 da floresta de mangue do rio Surui, após uma 87
período de amadurecimento da comunidade,
38 fase inicial com provável efeito do óleo sobre 88
caracterizado pela redução de densidade e
39 o processo de regeneração, devemos ter 89
aumento da altura média de jovens. No
40 cautela na interpretação desses resultados, 90
entanto, vários indícios apontam para a
41 pois diversos estudos apontam tanto para 91
possibilidade desse processo ainda estar
42 efeitos retardados do óleo sobre florestas de 92
sendo afetado pela presença de óleo no
43 mangue que sofreram contaminação, como 93
substrato, o que determinaria um processo
44 para interferência de óleo residual sobre esse 94
45 processo. Nesse sentido, Getter et al. (1984) aquém do potencial máximo de regeneração
95
46 e Garrity et al. (1994) estimam um período das florestas de mangue da região. Essa 96
47 de décadas para a total recuperação de interferência é detectada basicamente nos 97
48 florestas afetadas por óleo. Burns et al. primeiros meses do monitoramento, através 98
49 da observação de uma baixa taxa de 99
73
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
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75
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Soares, M. L. G. et al./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 NATURAL ATTENUATION OF AROMATIC HYDROCARBON 57
8 FROM SANDIER SEDIMENT IN BOA VIAGEM BEACH, 58
9 GUANABARA BAY, RJ, BRAZIL 59
10 60
11 61
12 Luiz Francisco Fontana, Frederico Sobrinho da Silva, Natascha Krepsky, 62
13 Mabel Araujo Barcelos, Mirian Araujo Carlos Crapez* 63
14 Programa de Pós-Graduação em Biologia Marinha 64
15 Instituto de Biologia - Universidade Federal Fluminense (UFF) 65
16 Outeiro São João Batista, s/n; Centro - Niterói - RJ, Caixa Postal: 100.644 – CEP 24.001-970, 66
*E-mail: mirian@vm.uff.br.
17 67
Recebido em Julho de 2005 e aceito para publicação em Setembro de 2005
18 68
19 69
ABSTRACT
20 70
21 71
The aims of this work was to quantify the concentration of petroleum aromatic hydrocarbon in the
22 intertidal zone at Boa Viagem Beach (Guanabara Bay, RJ, Brazil) and to determine, by ex situ treatment, the 72
23 natural attenuation of these substances in the presence of high organic matter content. We determined 73
24 concentration and degradation of petroleum aromatic hydrocarbon, organic matter, bacterial carbon (CB) 74
25 and esterase enzyme activity (EST) and electron transport system (ETSA) during 30 days. The results 75
26 showed that Boa Viagem Beach’s sediment, in the beginning of the assays, had high concentration of aromatic 76
27 hydrocarbon occurring natural attenuation about 99.9%, when it represented 6.57% of the sediment’s 77
28 organic matter. The electron transport system activity was significantly different between the bioassays. It is 78
29 based on dehydrogenase enzymes that are the major representatives of oxido-reductase reactions. This 79
30 activity could be used as a biomarker to detect the aromatic hydrocarbon and remediation processes. The 80
31 natural attenuation ex situ occurred in thirty days, and this time is advantageous in the remediation process 81
32 of aromatic hydrocarbon. These tools can be used in the environmental impact assessment. 82
33 83
34 84
35 RESUMO 85
36 86
O objetivo do trabalho foi quantificar as concentrações de hidrocarbonetos aromáticos de petróleo
37 87
no sedimento da zona entre-marés da Praia de Boa Viagem (Baía de Guanabara, RJ, Brasil) e determinar,
38 através de tratamento ex situ, a atenuação natural destas substâncias em presença de altos teores de 88
39 matéria orgânica. Ao longo de 30 dias, foram realizadas análises dos hidrocarbonetos de petróleo, da 89
40 matéria orgânica, quantificação do carbono bacteriano (CB), atividades das enzimas esterases (EST) e do 90
41 sistema transportador de elétrons (ASTE). Os resultados mostraram que os sedimentos da Praia de Boa 91
42 Viagem continham, no início dos ensaios, hidrocarbonetos aromáticos em concentrações elevadas; ocorrendo 92
43 atenuação natural da ordem de 99,9% desses hidrocarbonetos quando estes representavam 6,57% da 93
44 matéria orgânica dos sedimentos. A atividade do sistema transportador de elétrons foi significativamente 94
45 diferente entre os bioensaios. Ela está baseada nas enzimas desidrogenases, que são os maiores representantes 95
46 das reações de óxido-redução. Esta atividade poderia ser usada como biomarcador para detectar os 96
47 processos de degradação dos hidrocarbonetos aromáticos e remediação. A atenuação natural ex situ 97
48 ocorreu em trinta dias e este tempo é vantajoso no processo de remediação dos hidrocarbonetos 98
49 aromáticos. Assim estas ferramentas podem ser usadas na recuperação de ambientes impactados. 99
78
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1 0.1mg.g-1 for all others hydrocarbons reactions. They catalyze the oxidation of 51
2 analyzed. For corrections, reference substrates producing electrons that can 52
3 standards with NIST rastreability were enter into the cells electron transport 53
4 used. system (ETSA) and can be quantified by 54
5 2) Total organic matter (TOM) was UV-visible absorption on 55
6 determined as the difference between dry spectrophotometer. The results are in μL
56
weight (60ºC, 24 h) of the sediment and O2.h-1.g-1 of sediment.
7 57
weight of the residue after combustion at 6) The results were analysed using Tukey
8 58
450ºC (2 h) (Crapez et al.,2003). Test.
9 59
10 3) CB – bacterial carbon was enumerated 60
11 by epifluorescent microscopy (Axiosp 1, RESULTS
61
12 Zeiss, triple filter Texas Red – DAPI – 62
fluorescein isotiocianate, increasing of The sediments contained aromatic
13 63
1.000 X) and the fluorochrome fluorescein hydrocarbons such as benzene, toluene, xylene,
14 64
diacetate (Kepner e Pratt, 1994). Carbon phenantrene, anthracene, fluorene,
15 65
biomass (μg C.cm-3) data was obtained benzo[a]pyrene, naphthalene and chrysene. They
16 66
using the method described by Carlucci, were distributed in patch, as showed by the total
17 67
et al. (1986). The fluorochrome concentration, that was 2.30 mg.g-1 and 2.53
18 mg.g-1 for bioassays A and B, respectively. The 68
fluorescein diacetate allows to count the
19 highest concentrations are of benzene, toluene 69
viable cells, morphologically differentiated
20 and naphthalene sum 1.83 mg.g-1 for bioassay A 70
as cocci, rods and spirilum.
21 and 2.02 mg.g-1 for bioassay B, that correspond 71
4) EST – Esterase enzyme activity was
22 to 80% and of hydrocarbons concentration in 72
analyzed using the method described by
23 the sediments (Tables 1 and 2). 73
Stubberfield e Shaw (1990). It is based
24 74
on fluorogenic compounds, which are
25 At bioassay A, the rate of aromatic 75
enzymatically transformed in fluorescent
26 products that can be quantified by hydrocarbons and organic matter biodegradation 76
27 absorption on spectrophotometer. These were 99.9% and 80%, respectively. The rate of 77
28 enzymes hydrolyze many polymeric petroleum aromatic hydrocarbons in organic 78
29 organic matter. The results are in μg matter ranged between 6.57% (T0) – 0.01% 79
30 fluorescein.h-1.g-1 of sediment. (T30) (Table 2). 80
31 5) ETSA – Electron transport system activity 81
32 was analyzed using the method described At bioassay B, the rate of aromatic 82
33 by Houri-Davignon e Relexans (1989), hydrocarbons and organic matter biodegradation 83
34 without a surplus of electron donors were 65.6% and 93.3%, respectively. The rate 84
35 (Trevors, 1984). It is based on of petroleum aromatic hydrocarbons in organic 85
36 dehydrogenase enzymes that are the major matter ranged between 2.13% (T0) – 10.88% 86
37 representatives of oxido-reductase (T30, Table 2). 87
38 88
39 89
Table 1: Aromatic hydrocarbons in bioassays A and B during T0 and T30 days.
40 90
41 Aromatic A T0 A T30 B T0 B T30 91
Hydrocarbons (mg.g-1)
42 92
Benzene 1.08 N.D. 1.24 0.64
43 Toluene 0.46 N.D. 0.49 0.13 93
44 Xylene 0.21 N.D. 0.21 0.08 94
45 Phenantrene 0.07 N.D. 0.04 0.003 95
46 Anthracene 0.04 N.D. 0.10 0.002 96
Fluorene 0.08 N.D. 0.11 0.01
47 Benzo[a]pyrene 0.03 0.0003 0.02 0.001 97
48 Naphthalene 0.29 0.0003 0.29 N.D. 98
49 Crysene 0.04 N.D. 0.03 N.D. 99
80
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Table 2: Hydrocarbons (mg.g-1), organic matter (mg.g-1), PAHs/OM (%),organic matter biodegradation
1 (%) and PAHs biodegradation (%) during T and T days of experiment. 51
2 0 30
52
Biodegradation Biodegradation
3 53
Bioassays Hydrocarbons Organic Matter PAHs/OM of OM of PAHs
4 -1
(%) 54
(mg.g )
5 55
A T0 2.30 35 6.57 - -
6 A 0.0006 7 0.01 80.0 99.7 56
T30
7 B T0 2.53 119 2.13 - - 57
8 B T30 0.87 8 10.88 93.3 65.6 58
9 59
10 60
11 Bacterial carbon was quantified to rod, 61
Esterase enzymes activity ranged
12 cocci and spirilum groups. Bacterial rod carbon 62
between 0.29 – 0.60 μg fluorescein.h-1.g-1 of
13 started both bioassays with 0.008 μg C.cm-3. At sediment at bioassays A and B (p>0.05) (Figures 63
14 the first day (24 hours), it had 0.035 μg C.cm-3, 2 and 3). 64
15 and decreased 75% until 3 days, and was 65
16 maintained under 0.005 μg C.cm-3 (bioassay A, Electron transport system ranged 66
17 p<0.05). At bioassay B, the biomass decreased between 0.06 – 0.138 μL O2.h-1.g-1 of sediment 67
18 significantly during 30 days (Figure 1). and 0.06 – 0.113 μL O2.h-1.g-1 of sediment at 68
19 bioassays A and B, respectively (p<0.05) 69
20 Cocci carbon ranged between 0 – (Figures 2 and 3). 70
21 0.0059 μg C.cm-3, and 0 - 0.00193 μg C.cm-3, 71
22 at bioassay A and B, respectively (p>0.05). 72
23 DISCUSSION AND CONCLUSION 73
24 Spirilum carbon ranged between 0 – 74
25 0.000058 μg C.cm-3, and 0 - 0.000077 μg Our results of organic matter content 75
26 C.cm-3, at bioassay A and B, respectively showed values to the literature at Boa Viagem 76
27 (p>0.05). Beach (Baptista Neto et al., 2000), excepting 77
28 biossay B. 78
29 79
30 80
31 81
32 0,040 82
Bioassays A
33 0,035 83
Bioassays B
34 84
0,030
35 85
36 86
CB (ug C/cm
0,025
3
)
37 87
0,020
38 88
39 0,015 89
40 0,010
90
41 91
42 0,005 92
43 0,000 93
44 0 1 3 7 11 14 17 24 30 94
45 Time (Days) 95
46 96
47 97
48 Figure 1: Bacterial rod carbon (CB) (μg C.cm-3) in bioassays A and B, during the 30 98
49 days. 99
81
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1 51
2 52
3 53
0,18 ETSA 3,00
4 54
0,16
5 EST 2,50 55
EST (ug/fluorescein/h/g)
0,14
6 56
ETSA (ulO2/h/g)
7 0,12 2,00 57
8 0,10 58
1,50
9 0,08 59
10 0,06 1,00 60
11 0,04 61
0,50
12 0,02 62
13 0,00 0,00 63
14 0 1 3 7 11 14 17 24 30 64
15 65
Days
16 66
17 Figure 2: Electron transport system activity (ETSA, ml O .h-1.g-1) and esterase activity (EST, mg 67
18 fluorescein.h-1.g-1) in bioassay A, during 30 days. 2
68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 0,18 3,00 73
ETSA
24 0,16 74
25 EST 2,50 75
0,14
EST (ug/fluorescein/h
26 76
0,12 2,00
27
2/h/g)
77
ETSA (ulO
28 0,10 78
1,50
29 0,08 79
30 80
0,06 1,00
31 81
32 0,04 82
0,50
33 0,02 83
34 0,00 0,00
84
35 0 1 3 7 11 14 17 24 30
85
36 86
37 Days 87
38 88
39 Figure 3: Electron transport system activity (ETSA, l O2.h-1.g-1) and esterase activity (EST, 89
40 mg fluorescein.h-1.g-1) in bioassay B, during 30 days 90
41 91
42 92
43 The samples collected at Boa Viagem increase the bacterial biomass. The bioassay B 93
44 Beach showed that organic matter, petroleum had more organic matter and aromatic 94
45 aromatic hydrocarbons and bacterial carbon hydrocarbons than bioassay A. However the 95
46 were distributed in patch. Gibson (1984) showed hydrocarbonoclastic bacteria had a more efficient 96
47 that the hydrocarbon degradation only occurred degradation on bioassay A than B, with a 97
48 after the adaptation process of bacterial degradation of 99.9% of hydrocarbon, 98
49 community in the sediments. This process overbounding only 0.0003 mg.g -1 of 99
82
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1 Analyzing all the results obtained in simultaneous oxidation of the organic matter 51
2 this study we could describe this phenomena and petroleum hydrocarbons. This activity 52
3 in two stages. Firstly, the biopolymers of the could be used as a biomarker to detect the 53
4 organic matter were degraded, because these aromatic hydrocarbon and remediation 54
5 sources of carbon and energy are easily processes. The natural attenuation ex situ 55
6 assimilated by bacteria in the environment. occurred in thirty days, and this time is
56
advantageous in the remediation process of
7 Moreover, the consumption of the organic 57
matter exposes the encapsulated aromatic aromatic hydrocarbon. These tools can be
8 58
used in the environmental impact assessment.
9 hydrocarbons, and the hydrocarbon- 59
degrading bacteria increase their own biomass These tools can be used in the environmental
10 60
(bioassay A). The results showed that up to impact assessment.
11 61
6.57% of the ratio aromatic hydrocarbons/
12 62
organic matter, bacteria are capable of utilizing
13 63
both compounds as a source of carbon. When ACKNOWLEDGEMENTS
14 64
the ratio reaches 10.88%, the bacteria degrade
15 65
the organic matter preferably, and the oxidation The authors thank CAPES (Coordenação
16 66
process of the petroleum will be de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino
17 67
compromised, because there is reduction of Superior) for the fellowship to Luiz Francisco
18 Fontana. Thanks are given to Muricy Ribeiro 68
dehydrogenase activity. Irha et al. (2003) also
19 suggest that dehydrogenase activity is inhibited Brito and Eliane Guedes de Carvalho (CSN - 69
20 by these substances. This phenomenon was Companhia Siderúrgica Nacional, Gerência de 70
21 also observed in this study in bioassays A and Laboratórios de Desenvolvimento) for the 71
22 B, between 7 and 14 days. After that, it technical assistance. 72
23 increased only in bioassay A, with the 73
24 74
25 75
26 REFERENCES 76
27 77
28 78
BAPTISTA NETO, J.A., SILVA, M. (1996) Caracterização dos sedimentos de fundo e dinâmica
29 79
sedimentar da Enseada de Jurujuba (Baía de Guanabara), Niterói, RJ. Pesquisas, 23, pp. 7-16.
30 80
31 BAPTISTA NETO, J.A; SMITH, B.J., MCALLISTER. (2000) Heavy metal concentrations in surface 81
32 sediments in a nearshore envronment, jurujuba Sound, Southeast Brazil. Environmental Pollution, 82
33 109:1-9 83
34 BISPO, M.G.S., CRAPEZ, M.A.C., PAES, E.T., ALVES, P.H., PEREIRA, D.C. (2001) Atividade 84
35 enzimática bacteriana em sedimento marinho tropical. Efeitos de poluentes em organismos 85
36 marinhos, Ed. Arte e Ciência Villipress, p. 288 86
37 BRAGG, J.R., OWENS, E.H. (1994) Clay-oil flocculation as a natural cleansing process following oil 87
38 spill: Part 1 – Studies of shoreline sediments and residues from past spills. In: Proceedings of the 88
39 17th artic and marine Oil Spill Program (AMOP) Technical Seminar Environmental Canada, 89
40 Ottawa, Ont, Pp. 1-23 90
41 BRAGG, J.R., YANG, S.H. (1995) Clay-oil flocculation and its role in natural cleansing in Prince William 91
42 Sound following the Exxon Valdez oil spill. In: Well, P.G., Butler, J.N., Hugles, J.S. (Eds.), 92
43 Exxon Valdez Oil Spill: Fate and Effects in Alaskan Waters. ASTM, Philadelphia, Pennsylvania, 93
44 pp. 178-214 94
45 95
CARLUCCI, A.F; CRAVEN, D.B; ROBERTSON, D.J., WILLIAMS, P.M. (1986) Surface-film
46 96
microbial populations diel amino acid metabolism, carbon utilization and growth rates. Marine
47 97
Biology, 92:289-297
48 98
49 CRAPEZ, M.A.C; BISPO, M.G.S, TOSTA, Z.T. (1993) Estudo preliminar da microbiota dos 99
84
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1 64:382 51
2 PDBG. Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (2000) http://www.pdbg.org.br/ 52
3 carga_desp.html. 53
4 SIKKEMA, J., de BONT, J.A.M., POOLMAN, B. (1995) Mechanisms of Membrane Toxicity of 54
5 Hydrocarbons. Microbiological Reviews, 59(2):201-222 55
6 STOFFYN-EGLY, P., LEE, K. (2002) Formation and characterization of oil-mineral aggregates. Spill 56
7 Science, Technology Bulletin, 1:31-44 57
8 STUBBERFIELD, L.C.F., SHAW, P.J.A. (1990) A comparison of tetrazolium reduction and FDA 58
9 hidrolysis with other measures of microbial activity. Journal of Microbiology Methods, 12:151- 59
10 162 60
11 TEIXEIRA, V.L; PEREIRA, R.C; MARQUES JR, A.N; LEITÃO FILHO, C.M., SILVA, C.A.R. 61
12 (1987) Seasonal variations in inflalitoral seaweed communities under pollution gradient in Baía 62
13 de Guanabara, Rio de Janeiro (Brazil). Ciência e Cultura, 39:423-428 63
14 64
TREVORS, J. (1984) Effect of substrate concentration, inorganic nitrogen, 02 concentration, temperature
15 65
and pH on dehydrogenase activity in soil. Water Research, 77:285-293
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 (Footnotes) 98
49 1
To whom the correspondence should be sent: mirian@vm.uff.br. 99
86
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1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 HEAVY METAL DISTRIBUTION IN SEDIMENTS 57
8 OF AN OFFSHORE EXPLORATION 58
9 AREA, SANTOS BASIN, BRAZIL 59
10 60
11 61
12 Giselle da Silveira Abílio1,*, Ana Cristina Gonçalves Cupelo2,**, Carlos Eduardo de Rezende3,*** 62
13 1HABTEC Engenharia Ambiental, ,Av. Treze de Maio, 13 15o andar, Centro, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20003-900 63
14 2ENSR International Brasil, Praia de Botafogo, 440, 24o andar, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ CEP. 22250-040 64
3
15 Laboratório de Ciências Ambientais (LCA), Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) 65
16 Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, 28.013-600 66
17 Williams School of Commerce, Economics and Politics, 3Washington and Lee University
67
Lexington, VA 24450, EUA
18 e-mail: *giselle@habtec.com.br, **acupelo@ensr.com, ***crezende@uenf.br 68
19 Recebido em Maio de 2005 e aceito para publicação em Setembro de 2005 69
20 70
21 ABSTRACT 71
22 72
23 The aim of this study is to consolidate geochemical data obtained from four exploration areas 73
24 (Santos Basin) before the beginning of the drilling activities. This work was order and coordinate by 74
25 PETROBRAS. Samples were collected in 30 stations using a Box Core sampler. Metal analyses were 75
26 performed in bulk sediment samples (0-5cm) and the results pointed that, sorption of metals onto fine 76
sediment particles and onto organic material associated to these particles control the metal distribution.
27 77
The results suggest that bottom morphology and bottom currents dynamics might be responsible for
28 spatial pattern observed in the area. 78
29 79
30 RESUMO 80
31 81
32 Este trabalho objetiva a consolidação dos dados geoquímicos obtidos em 4 blocos 82
33 exploratórios (Bacia de Santos) antes do início da atividade de perfuração, tendo sido requisitado e 83
34 coordenado pela PETROBRAS. As amostras foram coletadas em 30 estações utilizando um Box 84
35 Core. As análises de metal foram feitas no sedimento total (0-5cm) e os resultados mostram que a 85
36 sorção de metais nas partículas finas do sedimento e na matéria orgânica associada a estas partículas 86
37 controla a distribuição dos metais. Além disso, a morfologia de fundo e a dinâmica das correntes 87
podem ser responsáveis pelo padrão de distribuição observado na área.
38 88
39 89
40 INTRODUCTION Therefore, a good understanding of 90
41 main impacts of oil and gas industry is needed 91
42 Over the last years, Brazilian for a reasonable environmental analysis. Heavy 92
43 government has made several changes related metals are of special concern because they are 93
44 to the exploitation and production of found as components of most drilling fluids that 94
45 hydrocarbons in the country due to the are commonly discharged in the marine 95
46 opening of oil and gas market. In this context, environment (Kennicut II et al., 1996; Conklin 96
47 Santos Basin shows up as a promising area et al., 1983; GESAMP 1993; NRC, 2003; 97
48 that has been the target for many studies aiming Patin 1999; Gray et al., 1999; Breuer et al., 98
49 at the environmental permits. 1999). 99
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2 52
3 53
4 54
5 55
6 56
7 57
Figure 3: Distribution of grain-size fractions (a), carbonate content (b) and organic carbon content (c) in sampled stations at Santos Basin.
8 58
9 59
10 60
11 61
12 62
13 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 74
b)
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 98
a)
c)
49 99
91
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2 52
3 53
4 54
5 55
6 56
7 57
8 58
9 59
10 60
11 61
Figure 4: Distribution of metals in sampled stations at Santos Basin: (a) Zn, Ba and V; (b) Cr, Cu and Ni; (c) Pb and (d) Mn.
12 62
13 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 74
d)
b)
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
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a)
c)
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19 69
20 70
21 71
22 Figure 5: Calculated Ratio-to-Reference index (RTR) in sampled stations at Santos Basin 72
23 73
24 74
Statistical Analyses (Cluster B1 and B2). Cluster B1 is represented
25 75
by stations 9, 12, 13, 17, 18, 19, 20, 21, 22,
26 The cluster analysis pointed out two 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 and 30 and B2 group 76
27 different groups (Cluster A and Cluster B). is represented by stations 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 77
28 Cluster A comprises stations 2, 11 and 14, while 15 and 16. 78
29 Cluster B comprises all other stations (Figure 79
30 6). Cluster B was divided in two subgroups Stations at Cluster A might have been 80
31 81
32 82
33 Table 3: Spearman correlation coefficient. Stistically significant at the: p < 0,001 (bold), p < 0,005 83
34 (Underline), p < 0,010 (Italic) and p < 0,050 (Others). 84
35 Sand Silt Clay Carb O.M. Pb Cr Cu Ni Zn Ba Mn V
85
36 Silt 0.65 - 86
37 Clay -0.74 -0.98 - 87
38 Carb -0.36 - 88
39 O.M. -0.43 0.42 - 89
40 Pb -0.42 0.51 - 90
41 Cr -0.72 -0.57 0.63 0.50 - 91
42 Cu -0.78 -0.69 0.73 0.39 0.54 0.78 - 92
43 Ni -0.68 -0.65 0.70 0.44 0.86 0.80 - 93
44 Zn -0.75 -0.48 0.56 0.42 0.70 0.73 0.73 - 94
45 Ba -0.68 -0.48 0.54 0.58 0.63 0.81 0.64 0.84 - 95
46 Mn -0.38 0.37 0.42 - 96
47 V -0.70 -0.46 0.52 0.59 0.80 0.72 0.73 0.88 0.85 - 97
48 TOC -0.70 -0.69 0.71 0.40 0.65 0.60 0.60 0.53 0.49 0.38 0.60 98
49 Carb = Carbonate; O.M = Organic Matter and TOC = Total Organic Carbon 99
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20 70
21 Figure 6: Cluster analysis results. 71
22 72
23 73
separated from Cluster B because of their higher Among the analyzed metals, there was
24 74
sand content (mean value 10.96%) and very a positive and highly significant association
25 75
low clay content (minimum at station 14 – between Cr, Cu, Ni, Zn, Ba and V (p<0.001).
26 76
27 6.54%). Table 4 shows the selected (p<0.050, 77
28 p<0.010 and p<0.005) correlations for all 78
29 The Cluster B is characterized by high variables. 79
30 percentage of clay (> 30%), carbonate (> 80
31 51%) and organic carbon (> 0.52%). Two factors obtained from Principal 81
32 Summarizing, the Cluster B1 has more clay Component Analysis explained together 87% 82
33 (51.63%) and organic carbon (0.78%) than of data’s total variation (Figure 7). Factor 1 83
34 Cluster B2 (46.91% and 0.68% respectively), (72.4%) separated sand and silt contents from 84
35 with higher average concentration for all other variables, reflecting a negative 85
36 metals, except Mn (Table 3). association of the coarser grain-size fraction 86
37 and the metal and organic contents. 87
38 From all metals analyzed, only Mn did 88
39 not show negative and significant correlation Factor 1 also grouped together metals 89
40 with sand contents. Positive and significant (especially Ni, Cu, Cr, Zn, V and Ba), clay 90
41 correlations (p<0.005) with clay were and TOC content, suggesting that these 91
42 observed for all metals except Pb. High variables could control the metal distribution 92
43 correlation obtained (Table 4) seemed to in the region. Factor 2 was responsible for 93
44 indicate a strong association with clay fraction. 14.6% of the data variance. This factor 94
45 separated Mn (positive portion), Pb and 95
46 The metals Cr, Cu, Ni, Zn, Ba and V carbonate contents (negative portion), possibly 96
47 were associated with organic carbon contents. due to low association of these variables and 97
48 Association between Pb (rs=0.51, p<0.005) the other variables considered. 98
49 and carbonate could be observed. 99
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29 79
30 80
31 81
32 Figure 7: Principal Component analysis. 82
33 83
34 84
35 DISCUSSION studies in Brazil, in different environments (Table 85
36 5), as described below. 86
37 Metal Concentrations 87
38 Lead, Cu and Zn concentrations reported 88
39 Under a methodological point of view, the to Guanabara Bay (NE sector) by Faria e 89
40 HNO3-HCl extraction, used in this work, is not Sanches (2001), are higher than the ones found 90
41 able to extract the siliceous matrix. In this way, in Santos Basin, as expected. At the Guanabara 91
42 only cations adsorbed to clays, organic matter Bay NE sector, the mangrove organic rich 92
43 and oxides are truly analyzed (Cox e Preda, sediment controls the metal distribution (Faria e 93
44 2003). For refractory elements as Cr, strongly Sanches, 2001). When compared with 94
45 related to siliceous matrix, this extraction is not concentrations reported by Ovalle et al, (2000) 95
46 strong enough, what can lead to underestimated in costal areas of Rio de Janeiro State, similar 96
47 concentrations (Cox e Preda, 2003). The Pb, Cr and Ba concentrations were found in this 97
48 calculated reference concentration of metals study, while Ni, Zn and V were higher in Santos 98
49 found in this study were compared with other Basin. Concentrations found in Santos Basin for 99
96
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1 Cu, Ni, Zn and Mn are similar to those observed be controlled by the bathymetric pattern and the 51
2 by Carvalho (1992) in regions under river local morphology, with high concentrations in 52
3 influence in the Brazilian Continental Shelf. Only canyon regions (Buscail et al., 1997). 53
4 Cr concentrations were lower than the reported 54
5 by Carvalho (1992). Other study in these regions Apparently, the lower concentrations 55
6 (Carvalho et al., 1993) pointed out that the found in the western part of the study area were
56
transportation of fine grained sediment to deep related to a fast bottom current zone and
7 57
sea could be responsible for elevated elevated bottom topography of this region,
8 58
concentrations. In general, concentrations of Cu, promoting erosional processes that remove the
9 59
Cr, Ni and Zn found in the Continental Shelf near fine grained and metal rich material. The work
10 60
the Amapá State (Siqueira, 2000) are higher than developed by Chen (2002) pointed a zone of
11 61
the concentrations observed in the Santos Basin. intense bottom current between 1,000 and
12 62
Mn concentrations at the Amapá Continental 2,000m depth in the western part of Santos
13 63
Shelf were similar to those found in this study. Basin.
14 64
The metal concentrations observed in Santos
15 65
Basin are higher than those found in the oil field The inverse process might occur in the
16 66
areas of Pampo and Pargo, both in the Campos eastern zone. At this part, lower bottom currents
17 Basin (Ovalle et al., 2000; Rezende et al.,
and a topographic depression could contribute 67
18 2002). Only Cr and Ba concentrations were to fine material deposition. 68
19 close to the reported in Pampo and Pargo. The 69
20 obtained metal concentrations in Santos Basin Associations Among the Variables 70
21 are similar to those reported for sediment 71
22 collected in Brazil Basin (NE sector) where Hedges et al. (1993) showed that a strong 72
23 metallic (Fe-Mn) nodules are found (Kasten et correlation between organic carbon and grain- 73
24 al., 1998). size could be related to carbon adsorbing to the 74
25 finest fraction, due to the superficial area and 75
26 Finally, the observed data found in same hydrodynamic behavior. 76
27 literature for Brazilian regions suggests that metal 77
28 concentrations found in Santos Basin do not The association of metals and grain-size 78
29 present any anomalous values (Table 5). (positive correlations with silt and clay) shows 79
30 metal preferential accumulation in finer sediments. 80
31 Spatial Distribution This behavior was also observed by 81
32 Satyanarayana e Ramana (1994), where Cu, Ni, 82
33 Both cluster analyses and RTR index Cr and V concentration showed the same 83
34 identified zones of varying metal concentrations. correlation behavior found in this work. 84
35 In general, the eastern portion presented the 85
36 higher metal content, what was indicated by Total organic carbon showed positive and 86
37 elevated RTR values. highly significant correlations with almost all 87
38 analyzed metals. 88
39 In regions such as lower current areas in 89
40 bottom topographic depressions, the suspended Only Pb and Cu showed significant and 90
41 materials might deposit, as observed by positive correlations with carbonate, being the 91
42 Stevenson (2001) in the oceanic region off Pb correlation highly significant. A positive 92
43 Scotland. correlation between Pb and carbonates 93
44 associated with carbonate shells was founded 94
45 In the Gulf of Lion slope, in the before by Bermejo et al., (2003). Bunett e 95
46 Mediterranean, off the France cost, lower Mn Patterson (1980 apud Ng e Patterson, 1982) 96
47 concentrations were associated with superficial showed that the principal input of soluble Pb to 97
48 remobilization and mass transportation (Buscail marine biomass in deep sea probably occurs due 98
49 et al., 1997). The Mn distribution appears to to the adsorption on surface of primary 99
97
49
48
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10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
Table 4: Comparison between metal concentrations in different Brazilian environments.
Depth and
Local Sediment Pb Cu Cr Ni Zn Ba Mn V Extraction
Fraction
-1
µg.g
NE sector Guanabara Superficial HF-(HCl-HNO3) Faria e
69 119 290
Bay (RJ) (<63µm) AAS Sanchez, 2000
Coastal areas of Rio 0-2cm HF-HNO3 Ovalle et al.,
15 7.29 24.4 12 32.4 193 168 28.4
de Janeiro State (<2,0mm) ICP-AES 2000
São Francisco River
29.0 120 45 190 420
(SE-AL)
Belmonte River (BA) 0 – 2cm 10.0 43.0 13 77.0 121 HCl+HNO3
Carvalho, 1992
DoceRiver (ES) (<63µm) 19.0 59.0 27 68.0 936 AAS
Paraíba do Sul River
29.0 84.0 36 147 876
Abilio, G. S. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
(RJ)
Inner Continental Shelf HNO3-HF-HClO4
98
n.m. 22.3 74.9 40 128 609 Siqueira, 2000
(AP) AAS
Outer Continetal Shelf
(RJ)
Pargo 0 – 2cm 5.5 3.38 15.0 6.2 24.5 165 88.0 15.7 HF-HNO3 Ovalle et al.,
Pampo (<2.0mm) 6.7 6.30 14.0 7.7 28.9 188 74.8 17.0 ICP-AES 2000
Pargo (beginning of
3.8 2.00 11.5 <0.1 8.80 155 78.0 15.6
drilling) 0 – 2cm HF-HNO3 Rezende et al.,
Pargo (7 month after (<2.0mm) ICP-AES 2002
3.0 2.60 11.4 2.7 9.70 151 82.0 16.1
drilling)
Brazil Basin
HNO3-HF-HClO4
(NE sector) Kasten et al.,
ICP-OES e ICP-
Sediment n.m. 29 20 64 38 200 900 50 1998
MS
Fe/Mn nodules - 516 62 2304 505 651 158.000 907
Lower slope
0 –5cm HCl+HNO3
/continental rise 18.5 31 20.5 20.0 60.0 140 509 41.0 This study
(<63µm) ICP-AES
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(Santos Basin)a
Legend: ª. Median; n.m. not mentioned
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1 producers. The atmospheric input can include pattern was also found by Li et al., (2000) in 51
2 Pb originated from anthropogenic activities, a river in China. The authors also pointed out 52
3 like industries and automobiles (Ng e the atmospheric input as responsible for the 53
4 Patterson, 1982). distribution of Pb in sediments. 54
5 55
6 In this work, we observed the presence 56
7 of a specific metal group, represented by Cr, CONCLUSIONS 57
8 Cu, Ni, Zn, Ba and V, strongly correlated to 58
9 each other. Some authors suggest that this Comparison between metal distribution 59
10 association could indicate the same source patterns and sedimentary parameters found in 60
11 (Rivaro et al., 1998) or that they are the study area suggest that bottom morphology 61
12 occurring together in lithogenic fraction and bottom currents controls the sediment 62
13 (Satyanarayana e Ramana, 1994). distribution, as they are responsible for 63
14 sediment transportation and circulation. 64
15 Only Mn did not presented strong Apparently, processes of metal adsorption 65
16 correlations with other metals, possibly onto fine particles and complexation with 66
17 indicating a different source for this metal, as organic compounds associated to these 67
18 observed by Rivaro et al, (1998). The elevated particles, control metal distribution in the area. 68
19 Mn concentrations in Santos Basin and the 69
20 absent of correlations with the other Evidences support the separation of the 70
21 parameters could be explained by migration study area in two different regions: (i) western 71
22 of Mn (Mn ) toward the sedimentary column
+II region (comprising stations 1 to 12), where 72
23 and superficial re-precipitation. Lew (1981), metal concentrations, clay and TOC contents 73
24 observed that in some parts of the Atlantic are lower and the relief is rougher, possibly 74
25 Ocean, as the region close to the Rio Grande marked by mass transportation at the slope 75
26 rise, part of the Mn in sediments could be or erosion by bottom currents; (ii) eastern 76
27 originated by the Mn migration from lower
+II region, where metal concentrations, clay and 77
28 layers and by re-precipitation close or at the TOC contents are higher and the relief is 78
29 water-sediment interface. smoother than in the western region. In the 79
30 eastern region, the smoother topography is 80
31 Li et al., (2000) pointed out the clay possibly facilitating the accumulations of fine- 81
32 fraction and organic matter as mainly grained sediment, which is organic rich and 82
33 controlling factors in metal distribution, with has a higher metal content. 83
34 strong positive correlations, indicating the 84
35 association among metals, clay minerals and Some metals (Cr, Cu, Zn, Ba e V)
85
appear to be related to the lithology, probably
36 the organic contents in sediments. 86
associated to the dominant clay minerals in the
37 87
The PCA gathered a group of metals - area. However, this could not be confirmed
38 88
Cr, Cu, Ni, Zn, Ba and V close to the vector as Fe and Al analyses and clay mineral
39 89
corresponding to clay content, and also determinations were not performed in this
40 90
associated with the vector corresponding to study.
41 91
organic carbon. These results suggest that this
42 92
group of metals is possibly controlled primarily Concentrations of Pb appear to be
43 93
by grain-size variation and secondarily by related to atmospheric input and/or to
44 94
organic carbon, which is adsorbed to the finer accumulation in planktonic carbonatic shells,
45 95
fraction. while Mn distribution might be related to Mn+II
46 migration from lower sedimentary levels, 96
47 followed by superficial re-precipitation. 97
Through PCA is observed that Pb
48 However, complementary analyses, as 98
behaves differently from the other metals. This
49 99
99
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23 SIQUEIRA, G. W. (2000) Estudos dos teores e biodisponibilidade de metais pesados (Cr, Co, Cu, 73
24 Ni, Zn, Fe e Mn) em sedimentos da plataforma continental do estado do Amapá, entre os 74
25 cabos Orange (AP) e Norte (PA). Dissertação de Mestrado. Instituto Oceanográfico de São 75
26 Paulo. São Paulo, Universidade de São Paulo: 93p. 76
27 SOMBRA, C. L., ARIENTI, L., PEREIRA, M. J., MACEDO, J. M. (1990) Parâmetros controladores 77
28 da porosidade e da permeabilidade nos reservatórios clásticos profundos do campo de Merluza, 78
29 Bacia de Santos, Brasil. B. Geoci. PETROBRAS 4(4): 451-466 79
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32 STRAMMA, L., ENGLAND, M. (1999) On the water masses and mean circulation of the South 82
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ZAR, J. H. (1996) Biostatistical analysis. New Jersey, Prentice-Hall Pages. 662pp.
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 (Footnotes) 98
49 1
To whom the correspondence should be sent: crezende@uenf.br 99
102
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 HIDROCARBONETOS EM ÁGUA DO MAR: RESULTADOS 57
8 DO MONITORAMENTO EM ÁREA DE PRODUÇÃO DE 58
9 PETRÓLEO NA BACIA DO CEARÁ 59
10 60
11 61
12 Angela L.R.Wagener1,*, Renato S. Carreira2, Cláudia Hamacher1, Arthur L.Scofield1 62
13
1
Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais (LABMAN) Departamento de Química, 63
Pontífica Universidade Catótlica - Rio de Jnaneiro (PUC)
14 64
Rua Marquês de São Vicente, 524 - Rio de Janeiro/RJ, CEP 22453-900
15 2 Laboratório de Geoquímica Orgânica Marinha (LaGOM), Departamento de Oceanografia, Universidade do 65
16 Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Rua São Francisco Xavier, 524 - Rio de Janeiro/RJ, 20550-013 66
17 *E-mail: angela@rdc.puc-rio.br 67
18 Recebido em Agosto de 2005 e aceito para publicação em Outubro de 2005 68
19 69
20 ABSTRACT 70
21 71
22 The present work reports the results of four sampling campaigns aimed at monitoring 72
23 hydrocarbons in ocean waters from areas of petroleum exploration in the Ceara Basin conducted 73
within the scope of the CENPES/Petrobras Project of Environmental Characterization and Monitoring
24 74
of the Ceara Basin. Median concentrations of total aliphatic (1,45 a 2,38 μg L-1) and of the sum of the
25 75
16 PAHs as defined by USEPA (1 - 14,5 ng L-1) are low and indicative of pristine areas. Such
26 concentrations can be taken as background values for the studied region. 76
27 77
28 RESUMO 78
29 79
30 O presente trabalho reporta os resultados de quatro campanhas de monitoramento das 80
31 concentrações de hidrocarbonetos em águas costeiras de áreas sob influência das atividades de 81
32 exploração do petróleo na Bacia do Ceará, realizadas no âmbito do Projeto de Caracterização e 82
33 Monitoramento Ambiental da Bacia do Ceará coordenado pelo CENPES/Petrobras. As medianas 83
34 das concentrações de alifáticos totais (1,45 a 2,38 μg L-1) e do somatório dos 16 HPAs USEPA (1 - 84
35 14,5 ng L-1) são baixas, indicando que as áreas estudadas estão isentas de alterações ambientais. 85
36 Estes valores podem ser considerados como representativos de um nível basal de referência para a 86
37 região. 87
38 88
39 INTRODUÇÃO As fontes antrópicas de 89
40 hidrocarbonetos para o mar estão associadas à 90
41 Os hidrocarbonetos são compostos introdução de petróleo e seus derivados e à 91
42 orgânicos que apresentam ampla distribuição nos combustão incompleta de matéria orgânica. O 92
43 ambientes aquáticos, pois são originados de aporte de produtos petrogênicos pode se dar 93
44 processos naturais e antrópicos. Os compostos através do escoamento urbano, de efluentes 94
45 naturais são produzidos pela atividade biológica industriais e domésticos, da navegação, do 95
46 de plantas e animais e resultam da combustão transporte e da produção em áreas offshore, 96
47 natural de biomassa e das transformações além de resultar de acidentes diversos 97
48 diagenéticas de matéria orgânica (GESAMP, (GESAMP, 1993; Bouloubassi et al., 2001; 98
49 1993; Hunt, 1996). Readman et al., 2002; NRC, 2003). Uma parte 99
103
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wegener, A. L. R. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 51
2 52
3 53
4 54
5 55
6 56
7 57
8 58
9 59
10 60
11 61
12 62
13 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 Figura 1: Localização da área de estudo, com destaque para os 4 campos de produção de petróleo 82
33 monitorados na Bacia do Ceará. 83
34 84
35 nos campos de produção de petróleo Curimã, Metodologia de campo 85
36 Espada, Xaréu e Atum. Além das 3 estações, 86
37 foram incluídas duas estações controle, situadas A coleta de água foi realizada com 87
38 a 5.000 metros de distância, a montante dos auxílio de garrafas Go-Flo®, revestidas 88
39 campos Espada e Curimã. Os termos “montante” internamente com teflon e com capacidade para 89
40 e “jusante” referem-se à posição da estação em 2,5 litros. Em cada estação, 2 litros de água 90
41 relação ao sentido preferencial do sistema de foram sub-amostrados diretamente para frascos 91
42 correntes na região. Nas campanhas 3 e 4 foram de vidro âmbar, previamente descontaminados 92
43 também coletadas amostras no entorno do com solvente (diclorometano). Nas campanhas 93
44 Quadro de Bóias (QB), localizado a sudoeste 1 a 3, realizadas com apoio do BPq. Prof. 94
45 no campo de Xaréu, em estações posicionadas Martins Filho, a cada amostra foram adicionados 95
46 de forma frontal (centro), a boroeste e a cerca de 30 mL do solvente n-hexano, selando- 96
47 as. Estas garrafas foram estocadas sob 97
bombordo do navio tanque do QB. No total,
48 refrigeração até chegada no laboratório. Na 98
foram coletadas 156 amostras de água na região.
49 campanha 4, realizada pelo N/R Astro Garoupa, 99
105
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wegener, A. L. R. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 operando em modo “full scan”. A separação cromatograma como uma elevação da linha 51
2 cromatográfica foi realizada em coluna capilar base, e denominados, em conjunto, de mistura 52
3 DB5 ms/MSD (30 m x 0,25 mm, 0,25 µm de complexa não-resolvida (MCNR). Esta fração 53
4 espessura de filme), usando hélio como gás foi quantificada pela área formada entre a 54
5 carreador (1,2 mL min , a 50 C) e injeção elevação da linha base e a posição “normal”
-1 o
55
6 “splitless”. Foi utilizado o seguinte programa de desta, que por sua vez foi obtida pela análise 56
7 aquecimento: 50 – 80 C a 50 ºC min , seguido cromatográfica do solvente puro.
o -1
57
8 de 80 – 280 C a 6 C min e de isoterma por
o o -1
58
9 20 minutos. A identificação dos n-alcanos 59
10 individuais foi realizada pela co-injeção de 60
11 A quantificação dos hidrocarbonetos mistura padrão contendo n-alcanos de 12 a 30 61
12 aromáticos foi feita por curvas de calibração, átomos de carbono. A quantificação dos alifáticos 62
13 que apresentaram coeficientes de correlação foi realizada por fator resposta em relação ao 63
14 sempre superiores a 0,990 para todos os padrão interno 9,10-diidroantraceno. O limite 64
15 compostos. Para cada lote de dez determinações de quantificação obtido foi de 30 ng L-1 para n- 65
16 cromatográficas foi injetado no CG/EM um alcanos individuais, calculado em função da razão 66
17 padrão analítico contendo todos os analitos de sinal/ruído e do volume de água extraído. 67
18 interesse para a verificação da calibração do 68
19 equipamento. As recuperações dos padrões 69
20 subrogados de alifáticos e aromáticos foram 70
21 O limite de quantificação do método usadas como critério para avaliar o desempenho 71
22 empregado, para cada HPA individual, foi de 2 da metodologia. As recuperações, com exceção 72
23 ng L para as campanhas 2 e 3, e 1 ng L-1 para
-1
das amostras da campanha 2, para as quais não 73
24 a campanha 4, considerando-se o volume de foi possível calculá-las, situaram-se na faixa ideal 74
25 amostra de cerca de 2 L utilizado para a extração. sugerida por Sauer e Boehm (1995), que é entre 75
26 40 e 125 % da quantidade original do padrão 76
27 Nas quatro campanhas realizadas, os subrogado utilizado. 77
28 hidrocarbonetos alifáticos totais contidos na 78
29 fração F1 foram identificados e quantificados por Tabela 1: Medianas e valores mínimos e máximos 79
30 cromatografia em fase gasosa com detector de (entre parêntesis) para somatório de 16 HPAs 80
31 ionização por chama (CG/DIC), no equipamento USEPA (campanhas 2 a 4 - medidos por CG/EM) 81
32 HP 6890 série II, com as seguintes condições: e para o HPA Total (campanha 1 - 82
33 coluna HP-5 (30m, 0,32 mm de diâmetro espectrofluorimetria-UV). 83
34 interno e 0,25 µm de espessura de filme); He (2 16 HPAs HPA Total 84
35 mL min -1) como gás carreador; injeção 2ª a 4ª 1ª 85
36 “splitless”; programa de temperatura com início campanhas campanha 86
-1
37 a 60 °C por 0,5 min, rampa de 6 °C min-1 até (ng L ) 87
Atum 5 185
38 300 °C e isoterma final por 10 min. 88
(1 – 69) (80 – 250)
39 Curimã 14 220 89
40 Os alifáticos totais representam o (1 – 413) (60 – 330) 90
41 somatório de compostos resolvidos e não- Espada 14 115 91
42 resolvidos pela metodologia utilizada. Os (1 – 420) (80 – 190) 92
Xaréu 2 260
43 alifáticos resolvidos incluem os n-alcanos (1 – 432) (90 – 540) 93
44 individuais e outros picos identificados no Controles 6 110 94
45 cromatograma, mas que não puderam ser (1 – 718) (90 – 130) 95
46 relacionados a um composto específico, além **Bóias 2 - 96
(1 – 77) -
47 dos isoprenóides pristano e fitano. Os compostos * em equivalentes em criseno; 97
48 não-resolvidos foram identificados no ** Quadro de Bóias 98
49 99
107
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Wegener, A. L. R. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 individuais, da MCNR e dos alifáticos totais os resultados não podem ser diretamente 51
2 para cada campo, considerando-se todas as comparados (Patin, 1999), e por isto os dados 52
3 amostras coletadas ao longo do monitoramento da campanha 1 serão avaliados em separado. 53
4 (com exceção da MCNR, que não foi 54
5 quantificada de forma isolada na campanha 1). A fluorescência-UV é uma técnica de 55
6 determinação rápida, de baixo custo e com 56
7 As medianas das concentrações de sensibilidade suficiente para quantificação de 57
8 alifáticos totais para cada área estudada são HPAs em águas marinhas (UNESCO, 1984; 58
9 baixas e bastante semelhantes entre si (entre 1,4 Domenico et al., 1994). No entanto, esta 59
10 e 2,7 μg L ; Tabela 2). Contudo o espalhamento técnica apresenta aspectos negativos: (i) não 60
-1
1 1991 e 1992, os HPAs totais (óleo Carmópolis contaminadas por hidrocarbonetos de petróleo. 51
2 como referência) reportados estão abaixo de Pela similaridade de valores nas duas bacias, a 52
3 2.000 ng L em mais de 65 % de 520 amostras mesma conclusão pode ser usada para a Bacia
-1
53
4 coletadas (GEOMAP/FUNDESPA, 1994). Em do Ceará em relação à primeira campanha 54
5 outro trabalho, ao redor das plataformas de (dezembro/2001). Outros estudos na costa 55
6 produção de petróleo, as concentrações de brasileira, também apontam concentrações 56
7 HPAs totais (padrão criseno) variaram entre 80 inferiores a 1.000 ng L -1 em ambientes 57
8 e 1.140 ng L (plataforma de Pargo; verão e relativamente prístinos. Por exemplo, no estudo
-1
58
9 inverno) e < 60 a 860 ng L (plataforma de de Bícego et al. (2002), valores entre 70 e 750
-1
59
10 Pampo, verão e inverno). Esses resultados ng L-1, em equivalente em óleo Carmópolis 60
11 referem-se a plataformas que descartam água intemperizado, foram obtidos ao longo do 61
12 de produção e que estão localizadas em Atlântico Sul. Em áreas costeiras, mais 62
13 profundidades de 100 m de coluna da água e susceptíveis a aportes de hidrocarbonetos de 63
14 em área de acentuada hidrodinâmica. Por fim, origem antrópica, concentrações da ordem de 64
15 ainda na Bacia de Campos, no campo de alguns milhares de ng L-1 são freqüentes (Law, 65
16 Espadarte as concentrações de HPAs totais 1981; El Samra et al., 1986; Zanardi et al., 66
17 relatadas variaram de 80 a 1.560 ng L -1
1999; Hamacher et al., 2000). Concentrações 67
18 (PETROBRAS, 2001). extremas de HPAs Totais são reportadas para 68
19 regiões de grande transporte e/ou produção de 69
20 Todos os trabalhos anteriormente petróleo, como é o caso no Golfo da Arábia, 70
21 realizados na Bacia de Campos concluíram que onde El Samra et al. (1986) obtiveram um 71
22 ali os níveis de HPAs são típicos de águas não máximo de HPAs da ordem de 500.000 ng L-1 72
23 73
24 800 74
25 Dez/2002 75
26 700 Junho/2003 76
27 Dez/2003 77
28 78
600
29 79
30 80
16 HPAs (mg L )
-1
31 500 81
32 82
33 400 83
34 84
35 85
36 300 86
37 87
38 200 88
39 89
40 100 90
41 91
42 92
43 0 93
44 Atum Espada Controle 94
45 Curimã Xaréu Quadro de Bóias 95
46 96
Áreas
47 Figura 2: Comparação entre as campanhas 2, 3 e 4 das concentrações dos 16 HPAs USEPA determinadas 97
48 nas três últimas campanhas (dez/2002, jun/2003 e dez/2003) de monitoramento da Bacia do Ceará. 98
49 Valores representam mediana (símbolo), percentis (caixa) e faixa de variação (linhas). 99
110
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8 em criseno, para águas oceânicas com aporte a bordo. É provável que as menores 58
9 pouco significativo de hidrocarbonetos concentrações e dispersão dos dados desta 59
10 antrópicos. Portanto, segundo este critério, campanha decorram da melhoria das 60
11 todas as concentrações encontradas na Bacia condições de trabalho a bordo, com 61
12 do Ceará, em dezembro de 2001, são típicas conseqüente eliminação de riscos de 62
13 de ambientes isentos de aportes significativos. contaminação durante a coleta e transferência 63
14 das amostras. 64
15 A mudança na metodologia de 65
16 quantificação dos HPAs, conforme descrito A mediana das concentrações de 16 66
17 acima, levou a uma queda acentuada, em HPAs em cada campanha são sempre inferiores 67
18 relação à primeira campanha, das medianas a 100 ng L-1 (Figura 2). Assim, mesmo incluindo 68
19 das concentrações obtidas para as campanhas a possibilidade de contaminação de algumas 69
20 2, 3 e 4 (medianas do somatório dos 16 HPAs amostras durante as campanhas 2 e 3, o conjunto 70
21 USEPA entre 2 e 14 ng L-1; Tabela 1). Além de dados obtidos, em geral, caracteriza uma 71
22 disto, a partir da campanha 2 há, também, uma região com baixa ou nenhuma contaminação 72
23 tendência à redução nas medianas para os 16 pelo elenco de hidrocarbonetos aromáticos 73
24 HPAs (Figura 2), com destaque para as analisados (16 HPAs EPA). Por exemplo, as 74
25 concentrações mais baixas, e na dispersão dos concentrações de HPAs (soma de 15 ou 16 75
26 dados, principalmente na última campanha. A compostos individuais) em águas oceânicas se 76
27 diferença entre as campanhas 2, 3 e 4 é situam em torno do nível de detecção da 77
28 metodologia (entre 15 e 30 ng L-1) (Law et al., 78
29 1997; NRC, 2003), com máximos de até 45 ng 79
30 L -1 (Utvik, 1999). Em áreas costeiras, 80
31 dependendo do grau de contaminação, os 81
32 valores ficam entre 100 - 700 ng L-1 (Fernandes 82
33 et al., 1997) e podem atingir picos de 4.000 a 83
34 30.000 ng L-1 (Witt, 1995; Law et al., 1997; 84
35 Patin, 1999; Maskaoui et al., 2002; Zhou e 85
36 Maskaoui, 2003). 86
37 87
38 Infelizmente, não existem dados 88
39 publicados sobre a distribuição de HPAs 89
40 individuais em amostras de água de regiões 90
41 marinhas brasileiras. Os poucos estudos são de 91
42 circulação restrita e não estão disponíveis ao 92
43 acesso e/ou citação. 93
44 94
45 Figura 3: Comparação de 16 HPAs USEPA Não foi possível determinar as fontes 95
obtidos para as amostras das malhas de
46 amostragem do monitoramento ambiental e/ou os processos que influenciam a distribuição 96
47 (esquerda) e da caracterização da Bacia do Ceará vertical ou horizontal dos HPAs nas águas. A 97
48 (direita). Valores representam mediana, percentis distribuição dos HPAs na região é 98
49 (caixa) e faixa de variação (linhas). 99
111
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28 Dez/2002 78
29 80 Junho/2003 79
30 Dez/2003 80
31 81
32 82
33 60 83
34 84
35 85
36 86
37 40 87
38 88
39 89
40 20 90
41 91
42 92
43 93
44 0 94
45 Atum Espada Controle 95
46 Curimã Xaréu Quadro de Bóias 96
47 Campo 97
48 Figura 4: Hidrocarbonetos Alifáticos Totais para os campos da Bacia do Ceará nas quatro 98
49 campanhas. Valores representam a mediana (símbolo), quartis (caixa) e faixa de variação (linhas). 99
112
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1 técnicas mais robustas para determinação de alifáticos totais (1,45 a 2,38 μg L-1) e do 51
2 HPAs. somatório dos 16 HPAs USEPA (1 - 14,5 ng L- 52
3
1
) podem ser consideradas como representativas 53
4 O manuseio de grandes volumes de de um nível basal de referência para a região. 54
5 amostra a bordo pode ser evitado através da 55
6 aplicação de técnicas mais modernas de coleta A comparação estatística dos dados 56
7 e pré-concentração in situ. Estas, além de do monitoramento com aqueles obtidos na 57
8 minorarem os riscos de contaminação e perda caracterização da Bacia de Ceará, de escopo 58
9 de analito, permitem o processamento de mais amplo, produziu resultados que reforçam 59
10 volumes grandes o suficiente para fácil detecção a conclusão de que não há indicativos de 60
11 de componentes das frações alifáticas e alterações da qualidade das águas na área sob 61
12 aromáticas utilizados no cálculo de índices influência direta das atividades de produção de 62
13 indicativos de origem. É aconselhável, também, petróleo nesta bacia. 63
14 que se incluam os HPAs alquilados nos 64
15 monitoramentos e caracterizações ambientais de 65
16 áreas sujeitas às atividades petrolíferas, uma vez AGRADECIMENTOS 66
17 que são marcadores apropriados da presença 67
18 de óleos. Os autores agradecem a todos os 68
19 pesquisadores, alunos e técnicos do 69
20 A despeito dos problemas levantados, LABMAN e LaGOM que participaram das 70
21 foi possível obter um conjunto de dados para diversas etapas do monitoramento, e ao AMA/ 71
22 hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos inédito CENPES/Petrobras pela agilidade na 72
23 na região. As concentrações medianas de liberação dos dados para publicação. 73
24 74
25 75
26 76
27 77
BIBLIOGRAFIA
28 78
29 79
30 ABOUL-KASSIM, T.A.T., SIMONEIT, B.R.T. (1996) Lipid geochemistry of surficial sediments 80
31 from the coastal environment of Egypt I. Aliphatic hydrocarbons - characterization and 81
32 sources. Mar. Chem., 54: 135-158 82
33 BÍCEGO, M.C., ZANARDI-LAMARDO, E., TANIGUCHI, S., WEBER, R.R. (2002) Natural 83
34 levels of dissolved/dispersed petroleum hydrocarbons in the South West Atlantic. Mar. 84
35 Poll. Bull., 44: 1166-1169 85
36 BOULOUBASSI, I., FILLAUX, J., SALIOT, A. (2001) Hydrocarbons in surface sediments 86
37 from the Changjiang (Yangtze River) estuary, East China Sea. Mar. Poll. Bull., 42: 1335- 87
38 1346 88
39 BOULOUBASSI, I., SALIOT, A. (1993) Investigation of anthropogenic and natural organic 89
40 inputs in estuarine sediments using hydrocarbon markers (NAH, LAB, PAH) Oceanol. 90
41 Acta, 16: 145-161. 91
42 BUCHMAN, M.F. (1999) NOAA Screening Quick Reference. Coastal Protection and Restoration 92
43 Division, National Oceanic and Atmospheric Administration, Seattle, 12p. 93
44 94
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45 95
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46 96
CINCINELLI, A., STORTINI, A.M., PERGINI, M., CHECCHINI, L., LEPRI, L. (2001)
47 97
48 Organic pollutants in sea-surface mycrolayer and aerosol in the coastal environment of
98
49 Leghorn - Tyrrhenian Sea. Mar. Chem., 76: 77-98 99
114
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wegener, A. L. R. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
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3 53
4 markers. Mar. Chem., 65: 195-210 54
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10 FERNANDES, M.B., SICRE, M.-A., BOIREAU, A., TRONCZYNSKI, J. (1997) Polyaromatic 60
11 Hydrocarbon (PAH) Distributions in the Seine River and its Estuary. Mar. Poll. Bull.:34: 61
12 857-867 62
13 GEOMAP/FUNDESPA (1994) Programa de Monitoramento Ambiental Oceânico da Bacia de 63
14 Campos, RJ - Relatório Final. São Paulo, 255p. 64
15 GESAMP (1993) Impact of oil and related chemicals and wastes on the marine environment. 65
16 Report and Studies n.50, 180p. 66
17 HUNT, J.M. (1996) Petroleum Geochemistry and Geology. W.H.Freeman and Company, Nova 67
18 Iorque, 743p. 68
19 69
KALF, D.F., CROMMENTUIJN, T., PLASSCHE, E.J.V.D. (1997) Environmental Quality
20 70
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21 71
22 36: 89-97
72
23 Law, R.J. (1981) Hydrocarbon concentrations in water and sediments from UK marine waters, 73
24 determined by fluorescence spectroscopy. Mar. Poll. Bull., 12: 153-157 74
25 LAW, R.J., DAWES, V.J., WOODHEAD, R.J., MATTHIESSEN, P. (1997) Polycyclic aromatic 75
26 hydrocarbons (PAH) in seawater around England and Wales. Mar. Poll. Bull., 34: 306- 76
27 322 77
28 LIPIATOU, E., MARTYM, C., SALIOT, A. (1993) Sediment trap fluxes of polycyclic aromatic 78
29 hydrocarbons in the Mediterranean Sea. Mar. Chem., 44: 43-54 79
30 MASKAOUI, K., ZHOU, J.L., HONG, H.S., ZHANG, Z.L. (2002) Contamination of polycyclic 80
31 aromatic hydrocarbons in the Jiulong river estuary and western Xiamen Sea, China. Environ. 81
32 Poll., 118: 109-122 82
33 NRC (2003) Oil in the Sea - inputs, fates and effects. National Academy Press, Washington, 83
34 265p. 84
35 PATIN, S. (1999) Environmental impact of the offshore oil and gas industry. EcoMonitor Publishing, 85
36 New York, 425p. 86
37 87
PETROBRAS (2001) Caracterização ambiental para complementação do Estudo de Viabilidade
38 88
Ambiental da Unidade Estacionária de Produção Espadarte FPSO, Campo de Espadarte
39 89
- Bacia de Campos. Rio de Janeiro, 99p.
40 90
41 READMAN, J.W., FILLMANN, G., TOLOSA, I., BARTOCCI, J., VILLENEUVE, J.-P., 91
42 CATINNI, C., MEE, L.D. (2002) Petroleum and PAH contamination of the Black Sea. 92
43 Mar. Poll. Bull., 44: 48-62 93
44 REDDY, C.M., QUINN, J.G. (2001) The North Cape oil spill: hydrocarbons in Rhode Island 94
45 coastal waters and Point Judith Pool. Mar. Environ. Res., 52: 445-461 95
46 RUSSEL, M., WEBSTER, L., WALSHMAN, P., PACKER, G., DALGARNO, E.J., 96
47 MCINTOSH, E.D., MOFFAT, G.F. (2005) The effect of oil exploration and production 97
48 in Flanden Ground: Composition and concentration of hydrocarbons in sediment samples 98
49 99
115
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Wegener, A. L. R. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 collected during 2001 and their comparison with sediment samples collected in 1989. 51
2 Mar. Poll. Bull., 50: 638-651 52
3 SAUER, T.C., BOEHM, P.D. (1995) Hydrocarbon chemistry analytical methods for oil spill 53
4 assessments. MSRC Technical Report Series 95-032, Washington, D.C., 114p. 54
5 UNEP/IOC/IAEA (1992) Determination of petroleum hydrocarbons in sediments. Reference 55
6 methods for marine pollution studies n.20. UNEP, Monaco, 75p. 56
7 UNESCO (1984) Manual for monitoring oil and dissolved/dispersed petroleum hydrocarbons in 57
8 marine waters and beaches. IOC - Intergovernmental Oceanographic Commission, 34p. 58
9 UTVIK, T.I.R. (1999) Chemical characterization of produced water from four offshore oil 59
10 production platforms in the North Sea. Chemosphere, 39: 2593-2606 60
11 WANG, P.F., MARTIN, J.-M., MORRISON, G. (1999a) Water quality and eutrophication in 61
12 Tampa Bay, Florida. Estuar. Coast. Shelf Sci., 49: 1-20 62
13 WANG, Z., FINGAS, M., PAGE, D.S. (1999b) Oil Spill Identification. J. Chromatogr. A, 843: 63
14 64
369-411
15 65
WITT, G. (1995) Polycyclic aromatic hydrocarbons in water and sediment of the Baltic Sea.
16 66
Mar. Poll. Bull., 31: 237-248
17 67
18 WITT, G. (2002) Occurrence and transport of polycyclic aromatic hydrocarbons in the water 68
19 bodies of the Baltic Sea. Mar. Chem., 79: 49-66 69
20 YUNKER, M.B., BACKUS, S.M., GRAF PANNATIER, E., JEFFRIES, D.S., MACDONALD, 70
21 R.W. (2002) Sources and Significance of Alkane and PAH Hydrocarbons in Canadian 71
22 Arctic Rivers. Estuar. Coast. Shelf Sci., 55: 1-31 72
23 ZANARDI, E., BICEGO, M.C., WEBER, R.R. (1999) Dissolved/dispersed Petroleum Aromatic 73
24 Hydrocarbons in the São 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 (Footnotes) 98
49
1
To whom the correspondence should be sent: ngela@rdc.puc-rio.br. 99
116
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 HIDROQUÍMICA DE MASSAS D’ÁGUA OCEÂNICAS EM 57
8 REGIÕES DA MARGEM CONTINENTAL BRASILEIRA, BACIA 58
9 DE CAMPOS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO, BRASIL 59
10 60
11 61
12 Paulo Pedrosa1, Rodolfo Paranhos2,*, Marina Satika Suzuki1, Luciana Andrade2, 62
13 Ilson Carlos A da Silveira3, André Campos Kersten Schmidt3, Ana Paula Falcão4, 63
14 Helena Passeri Lavrado2, Carlos Eduardo Rezende1,5,** 64
15 1
Laboratório de Ciências Ambientais (LCA), Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), 65
16 Av. Alberto Lamego 2000, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, CEP 28013-600. 66
17 2
Laboratório de Hidrobiologia, Departamento de Biologia Marinha, IB, Universidade Federal do Rio de 67
18 Janeiro (UFRJ), CCS, Bloco A, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ CEP 21944-970 68
19
3
Laboratório de Dinâmica Oceânica (LaDO), IO, Departamento de Oceanografia Física, Química e 69
Geológica, Universidade de São Paulo (USP), Praça do Oceanográfico 191, São Paulo - SP CEP 05508-900
20 4
Gerência de Avaliação e Monitoramento Ambiental, Grupo Costeiro & Oceânico,
70
21 AMA/PDEDS/CEMPES/PETROBRAS, Quadra 7, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro - RJ. CEP 21949-900 71
22 5
Williams School of Commerce, Economics and Politics, 72
23 Washington and Lee University Lexington, VA 24450, EUA 73
24 E-mail: *rodpar@biologia.ufrj.br e **crezende@uenf.br 74
25 Recebido em Setembro de 2005 e aceito para publicação em Outubro de 2005 75
26 76
27 ABSTRACT 77
28 78
29 From a multi partner association of eight universities, this study is part of the Characterization of 79
30 Deep Waters in the Campos Basin Project, formally coordinated by Cenpes/Petrobras. Here, water 80
31 samples from the southern Atlantic Ocean in the Campos Basin (RJ) - at Albacora Leste (Northern 81
32 Area) and Barracuda and Caratinga (Southern Area) oil fields -, were characterized for their 82
33 hydrochemistry. The water samples were collected in May 2002 in water column profiles (9-11 points) 83
34 distributed in six isobaths from ~700 to ~1,700 m, totaling 12 sampling stations. The following variables 84
35 were analyzed: temperature, salinity, dissolved oxygen, pH, nitrogen (N-NO3-, N-NO2-, N- 85
36 NH3+NH4+), phosphorus (PSR, total-P), silicate (Si-SiO2), suspended particulate matter (SPM), 86
37 chlorophyll a, and dissolved and particulate organic carbon (DOC and POC). The waters were 87
38 characteristically oligotrophic with a low contribution of COP in the SPM, ∼1%. In general, the water 88
39 chemistry was more variable along the water column than horizontally, likely resulting of physical (thermal 89
40 stratification, light attenuation) and biological processes (ex., production and mineralization). In relation 90
41 to surface waters, above 200 m depth, deep waters were higher in nutrient concentrations and lower 91
42 in SPM, POC and chlorophyll a. Horizontally, hydrochemistry variations were less apparent, suggesting 92
43 some homogeneity over the areas of study. However, (C:N)a and C:Chlorophyll (µmol µg ) ratios
-1
93
44 indicated some heterogeneity in the nutritional status of phytoplankton growth between the studied 94
45 stations. Yet, differently of Albacora Leste, where no correlation between POC and chlorophyll a was 95
46 observed, in Barracuda and Caratinga we found a trend of negative correlations between these variables. 96
47 As a whole, these results indicate that more and complementary studies related to physiological and 97
48 organic matter biogeochemistry are needed to improve our knowledgement on the structure and 98
49 function of those waters. 99
117
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Pedrosa, P. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 RESUMO 51
2 52
3 Este estudo faz parte do projeto de Caracterização de Águas Profundas da Bacia de Campos, 53
4 coordenado pelo Cenpes/Petrobrás e conta com a participação de oito universidades brasileiras. 54
5 Aqui se apresenta uma caracterização hidroquímica de massas d’água oceânicas, incluindo águas 55
6 profundas, associadas aos campos petrolíferos de Albacora Leste (área norte), Barracuda e Caratinga 56
(área sul), situados, respectivamente, ao Norte e ao Sul da Bacia de Campos (RJ). Os dados referem-
7 57
se a amostras coletadas em maio de 2002, em perfis de profundidade (9-11 pontos) distribuídos em
8 58
seis isóbatas entre ~700 e ~1700 m em 12 estações de amostragem. Para a caracterização das
9 59
massas d’água foram determinadas as variáveis temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, pH,
10 60
nutrientes nitrogenados (N-NO3-, N-NO2-, N-NH3+NH4+) e fosfatados (PSR, P-total), silicato (Si-
11 61
SiO2), material particulado em suspensão (MPS), clorofila a, e carbono orgânico dissolvido e particulado
12 62
(COD e COP). As águas apresentaram características oligotróficas e uma baixa participação de COP
13 63
no MPS, ∼ 1%. De um modo geral, as maiores variações hidroquímicas estiveram associadas ao
14 64
espaço vertical, sendo, provavelmente, governadas por processos físicos (ex. estratificação térmica,
15 65
atenuação de luz) e biológicos (produção e mineralização). Comparativamente às águas mais superficiais,
16 66
acima dos 200 m de profundidade, as águas profundas apresentaram uma maior concentração de
17 nutrientes e mais baixos valores de MPS, COP e clorofila a. Horizontalmente, entre as estações, as 67
18 variações hidroquímicas foram menores, sugerindo a presença de massas d’água mais homogêneas. 68
19 Entretanto, razões (C:N) e C:Clorofila (µmol µg-1)indicaram haver também variações de suficiência 69
a
20 nutricional para o crescimento fitoplanctônico entre as estações estudadas. Ainda, diferentemente do 70
21 observado para Albacora Leste, onde não foi possível verificar qualquer relação entre COP e clorofila 71
22 a, em Barracuda e Caratinga foram observadas tendências de correlações negativas entre estas variáveis. 72
23 Como um todo, os resultados indicam a necessidade de estudos complementares, fisiológicos e 73
24 relacionados a biogeoquímica da matéria orgânica, para melhor se entender a funcionalidade dessas 74
25 massas d’água. 75
26 76
27 77
28 preservação do meio marinho. Por sua vez, a 78
INTRODUÇÃO investigação científica marinha na zona
29 79
30 econômica exclusiva só poderá ser conduzida 80
De acordo com a Lei nº 8.617, de 4 por outros Estados com o consentimento prévio
31 de janeiro de 1993, Capítulo III, a Zona 81
do Governo brasileiro, nos termos da legislação
32 Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira 82
em vigor que regula a matéria.
33 compreende uma faixa que se estende das doze 83
34 às duzentas milhas marítimas, contadas a partir Entretanto, somente na última década, 84
35 das linhas de base que servem para medir a esforços têm sido realizados no sentido de 85
36 largura do mar territorial. A ZEE abrange assim caracterizar adequadamente as comunidades 86
37 uma área aproximada de 3,5 milhões de km ,
2
biológicas dessas regiões, principalmente através 87
38 com profundidades que variam de cerca de 11 de programas governamentais como o 88
m a pouco mais de 4.000 m, sendo que 70% REVIZEE, e por projetos de levantamento
39 89
deste espaço está representado por zonas de promovidos por empresas de petróleo que
40 talude e abissais. De acordo com esta lei, o Brasil 90
41 (i) tem direitos de soberania para fins de necessitam realizar uma avaliação ambiental da 91
42 exploração e aproveitamento, conservação e região de interesse do empreendimento como 92
pré-requisito de todas as operações petrolíferas.
43 gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, 93
44 das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito A companhia Petróleo Brasileiro S/A- 94
45 do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras Petrobrás vem atuando na exploração e/ou 95
46 atividades com vistas à exploração e ao produção de petróleo offshore há 96
47 aproveitamento da zona para fins econômicos, aproximadamente 30 anos. Para detectar possíveis 97
48 e (ii) tem o direito exclusivo de regulamentar a efeitos ambientais associados a essas atividades, a 98
49 investigação científica marinha, a proteção e empresa vem investindo em projetos de 99
118
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Pedrosa, P. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 caracterização marinha nas áreas onde atua. Sob sul da Bacia de Campos. As características 51
o ponto de vista científico, essa situação representa hidroquímicas encontradas nestas áreas são
2 52
uma oportunidade para se conhecer as discutidas em função das prováveis forçantes e
3 características físicas, químicas e biológicas de 53
4 ambientes marinhos profundos brasileiros. processos ambientais, físicos e biológicos. 54
5 55
6 Este trabalho faz parte do projeto de 56
MATERIAL E MÉTODOS
7 Caracterização Ambiental de Águas Profundas da 57
8 Bacia de Campos, coordenado pelo CENPES/ 58
Estratégia de amostragem
9 PETROBRAS, o qual vem sendo realizado por 59
10 oito universidades brasileiras. Especificamente, 60
As áreas de estudo, norte e sul, situam-
11 apresenta-se aqui uma avaliação hidroquímica das 61
se, respectivamente, entre 22°00’ e 22°15’ S e
12 áreas de Albacora Leste e de Barracuda e 62
39°35’ e 39°55’ O, e entre 22°30’ e 22°45’ S e
13 Caratinga, situadas respectivamente ao norte e ao 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 Rio de 71
22 72
Janeiro
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 m Albacora Leste 79
50
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
0m
36 86
75
m
m
37 87
m
50
50
50
50
13
10
16
38 88
19
Barracuda
39 89
40 Caratinga 90
±
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 0 4.5 9 18 27 36 96
47 km 97
48 Figura 1: Mapas indicando as isóbatas e as estações de coleta na área do Campo de Albacora Leste (ao norte) e 98
49 Barracuda e Caratinga (ao sul), trabalhada na campanha ALBACAR, no período de 8 a 21 de maio de 2002. 99
119
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Pedrosa, P. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 40°10’ e 40°20’ O (Figura 1). Em maio de de DBO (ca. 300 mL), polipropileno (ca. 1.000 51
2 2002, amostras de água foram coletadas e 2.000 mL) e para frascos plásticos de cor verde 52
3 utilizando-se uma garrafa de Niskin (ca. 10L) (ca. 2.000 mL). Os frascos de polipropileno 53
4 revestida com teflon. Ao norte, as amostras foram foram previamente lavados com HCl 1:1 e 54
5 obtidas em 11 profundidades associadas a seis rinsados com água ultra-pura Milli-Q® Gradient 55
6 estações de coleta, distribuídas nas isóbatas de UV. O oxigênio dissolvido foi determinado
56
segundo o método de Winkler (CNEXO,
7 1230, 1330 e 1730 m. Ao sul as amostras foram 57
1983). O MPS e a clorofila a foram
8 obtidas em nove profundidades, também 58
concentrados, respectivamente, em filtros de
9 associadas a seis estações, mas distribuídas nas 59
fibra de vidro Whatman GF/F (0,7 µm) —
10 isóbatas de 700, 900 e 1100 m. 60
previamente calcinados em mufla a 450ºC/3h
11 61
— e em membranas de celulose Millipore®
12 Processamento e determinações analíticas 62
HAWP (0,45 µm), através de filtração a vácuo
13 nas amostras de água 63
sob pressão ≤ 250 mmHg. Os filtros destinados
14 64
à determinação de clorofila a foram transferidos
15 Em cada amostra de água foram 65
para tubos criovials e preservados em nitrogênio
16 determinadas as seguintes variáveis: temperatura, 66
líquido.
17 condutividade elétrica, salinidade, oxigênio 67
18 dissolvido, pH, ortofosfato, fósforo total, amônia, O MPS foi determinado por método 68
19 nitrito, nitrato, silicato, clorofila a, material gravimétrico, medindo-se o peso seco inicial e 69
20 particulado em suspensão (MPS) e carbono final de cada filtro, antes e após as filtrações, 70
21 orgânico dissolvido e particulado (COD e COP, em uma balança analítica com precisão de ± 0,1 71
22 respectivamente). As distribuições verticais de mg. Posteriormente, os filtros foram submetidos 72
23 temperatura (T) e condutividade foram obtidas a uma atmosfera ácida por 24 horas para 73
24 continuamente com o uso de um perfilador CTD. exclusão de carbonatos, sendo então utilizados 74
25 Seguindo UNESCO (1978), perfis de salinidade para a determinação de COP e N em um 75
26 S (prática e adimensional) foram calculados a Analisador Elementar CHNS/O Perkin Elmer 76
27 partir dos perfis de condutividade e temperatura. 2400 Series II. O equipamento foi calibrado com 77
28 As estruturas verticais de T e S permitiram a padrões de acetanilida e as análises, tanto de N 78
29 identificação da espessura da camada de mistura quanto de C, foram feitas em duplicata com uma 79
30 e das massas de água ocorrentes na região. precisão em torno de 95%. Os limites de 80
31 Utilizando-se de adaptação da metodologia detecção (LD) foram iguais a 0,02% e 0,03%, 81
32 aplicada por Miranda (1985), estimaram-se as respectivamente para C e N. Estes foram 82
33 interfaces que separam estas massas de água calculados multiplicando-se por 3 o desvio 83
34 em termos médios. Em síntese, as análises dos padrão de um número significativo de brancos 84
35 perfis T e S, interfaces e espessura da camada (20 a 30) e dividindo-se o produto pela 85
36 de mistura foram conduzidas com base em inclinação da curva de calibração (Skoog e 86
37 princípios de termodinâmica clássica da água do Leary, 1992). 87
38 mar e não estatísticos. A razão para tal é a 88
39 natureza não-linear de variação vertical da A clorofila a foi determinada em 89
40 densidade, que tem conseqüências na triplicata por via espectrofotométrica e 90
41 estabilidade gravitacional da coluna de água na fluorimétrica (Turner Designs® TD-700), após 91
42 região de interesse. extração em acetona 90% por 18 horas a 4°C, 92
43 de acordo com procedimentos descritos por 93
44 O pH foi medido potenciometri- Parsons et al. (1984), e com enfoque de 94
45 camente, após a calibração de padrões, segundo metrologia (Mattos, 2001; Paiva, 2001). Os 95
46 Grasshoff et al. (1983). Dependendo do tipo aparelhos foram calibrados com clorofila a pura 96
47 de análise, oxigênio dissolvido, nutrientes, MPS (Sigma® C-6144) e o limite de detecção para 97
48 ou clorofila a, sub amostras de água não filtradas este ensaio foi de 0,02 µg L-1 (Mattos, 2001). 98
49 foram transferidas, respectivamente, para frascos 99
120
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1 Para a análise de COD, cada amostra quais, como acima referido, foram realizadas em 51
2 foi acondicionada em frascos de vidro âmbar um equipamento FIA, todas as medidas de 52
3 adicionando-se, como preservante, 5% de absorbância foram realizadas em um 53
H
4 3 4PO (10%). No momento da análise, as espectrofotômetro de duplo feixe (UV-Vis 54
5 amostras foram acidificadas (HCl 2N), purgadas Perkin-Elmer Lambda 20), usando-se cubetas 55
6 com ar ultra puro e então submetidas à oxidação de quartzo de 10 cm de percurso ótico. Os
56
7 catalítica em alta temperatura (HTCO) através nutrientes dissolvidos foram analisados em
57
de um analisador de carbono orgânico total triplicata e os limites de detecção dos métodos
8 58
(TOC-5000, Shimadzu). foram estimados como sendo iguais a 0,02 µM
9 59
para N-NO2-, P-PO43- e Si-SiO2, e de 0,05 µM
10 60
O fósforo solúvel reativo (ortofosfato), para N-NO3- e amônia.
11 61
assim como o fósforo total, foi determinado pelo
12 62
método fosfomolibídico (Grasshoff et al., 1983). De um modo geral, para cada variável
13 63
No caso do fósforo total, no entanto, as analisada, variações entre estações e entre
14 64
amostras foram previamente digeridas em meio profundidades foram verificadas via ANOVA,
15 65
ácido com persulfato de potássio. O nitrogênio usando um teste não-paramétrico, Kruskal-
16 66
amoniacal (N-NH +N-NH , aqui referido
+
Wallis, a um nível de significância de 95%.
17 simplesmente como3 amônia)4 foi determinado 67
18 pelo método do azul de indofenol (Parsons et 68
19 al., 1984). O nitrito foi determinado pelo método 69
RESULTADOS
20 da diazotação (Grasshoff et al., 1983). O nitrato 70
21 foi determinado por redução em coluna de Cd- 71
Temperatura e salinidade
22 Cu seguido de diazotação (Grasshoff et al., 72
23 1983) e determinado via análise por injeção em 73
Os perfis de temperatura da água ao
24 fluxo (FIA). O silicato foi determinado pelo 74
norte e ao sul foram similares entre si (Figura
25 método silicomolibídico (Grasshoff et al., 1983). 75
26 Excetuando-se as análises de nitrito e nitrato, as 2), apresentando uma variação térmica entre
76
27 aproximadamente 3,5ºC, em profundidades ≥ 77
28 78
29 o
Temperatura ( C)
o
Temperatura ( C)
79
30 80
31 0 10 20 30 0 10 20 30 81
0
32 82
33 83
200
34 84
35 85
400
36 86
Profundidade (m)
37 600
87
38 88
39 800 89
40 90
41 1000 91
42 92
43 1200 93
44 94
45 1400 95
46 96
47 1600 97
48 Figura 2. Temperatura (oC): médias e desvios-padrão em perfis de profundidade ao norte (a) e ao sul (b) na Bacia 98
49 de Campos. 99
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38 88
39 800 89
40 90
41 1000 91
42 92
43 1200 93
44 94
45 1400 95
46 a) b)
96
47 1600 97
48 Figura 3. Salinidade (S): médias e desvios-padrão em perfis de profundidade ao norte (a) e ao sul (b) na Bacia de 98
49 Campos. 99
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37,5
1 51
2 52
3 37,0 53
# 18
4 54
# 20
5 36,5 55
# 21
6 56
# 23
7 36,0 57
Salinidade (u.s. )
# 24
8 58
# 26
9 35,5 59
10 #30 60
11 #31 61
35,0
12 #32 62
13 #34 63
34,5
14 #38 64
15 #40 65
34,0
16 66
17 67
18 33,5
68
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
19 69
20 Temperatura (ºC) 70
21 71
Figura 4. Associação entre salinidade e temperatura da água nas estações ao norte (# 18 a #26) e ao sul (#30 a #40)
22 na Bacia de Campos. 72
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 Figura 5- Diagrama de estado da água do mar com a curva T-S para a região de interesse e o triângulo de mistura 96
47 traçado sobre ele e unindo os índices termohalinos das massas de água abaixo da camada de mistura. Os índices 97
termohalinos indicariam os valores de um par T-S que formaria a massa de água (uma porção de curva no diagrama).
48 As curvas paramétricas sob o plano T-S denotam isolinhas de mesma densidade cujos valores expressos em 98
49 termos do desvio (em kg m-3) relativamente a 1000 kg m-3. 99
123
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1 51
2 52
3 53
4 54
5 55
6 56
7 57
8 58
9 59
10 60
11 61
12 62
13 63
14 64
15 65
16 66
17 67
18 68
19 69
20 70
21 71
22 72
23 73
24 Figura 6: Diagrama de análise de interfaces, representadas pelos isóbaras médias de ocorrência de 50% de mistura 74
25 entre as massas de água (1 dbar equivale a aproximadamente 1 m em profundidade no oceano). 75
26 76
27 England (1999). As profundidades médias das oceânica de contorno conhecida como Corrente 77
28 interfaces ACAS-AIA encontradas em 431 m do Brasil (Silveira et al., 2000). Isto explica os 78
29 e AIA-APAN em 909 m (Figura 6) estão maiores desvios-padrão encontrados na porção 79
30 associadas a processos dinâmicos locais (ou superior da coluna de água (na camada de 80
31 regionais) ligados às correntes de contorno mistura e termoclina superior) tanto ao norte 81
32 intermediária e profunda. Os valores de como ao sul (Figuras 2 e 3). 82
33 83
grande-escala de 500 e 1200 m,
34 OD e pH 84
respectivamente, incluem porções do oceano
35 85
onde o escoamento não está organizado em
36 O oxigênio dissolvido apresentou, em 86
jatos vigorosos e, por conseguinte, variações
37 linhas gerais, uma distribuição vertical 87
laterais de T e S não são relevantes.
38 relativamente homogênea e similar ao norte e 88
39 ao sul da Bacia de Campos, com valores 89
Já a espessura da camada de
40 oscilando entre ∼ 4,0 e 5,0 mL L-1. Entretanto, 90
mistura, ocupada pela AT e avaliada pela
41 concentrações maiores foram medidas 91
diferença de 0,5oC entre superfície e sua base,
42 pontualmente em profundidades superiores a 92
variou entre 18 e 50 m entre as estações. Tais
43 600 m. 93
44 variações são de caráter essencialmente Semelhante ao observado para o 94
45 normal à topografia de fundo, com esta camada oxigênio dissolvido, o pH também apresentou 95
46 se espessando em direção ao oceano aberto. uma distribuição vertical relativamente 96
47 Como todas as estações estão sobre o talude 97
homogênea, embora diferenças significativas
48 continental, tal espessamento consiste na 98
(p<0,00001) entre as profundidades tenham
49 assinatura termo-halina da presença da corrente 99
124
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1 sido verificadas ao norte da Bacia de Campos. mais profundas, mais frias e, tipicamente, 51
2 Ao sul, pôde-se observar uma tendência de menos salinas, têm maior capacidade para 52
3 diminuição do pH com o aumento da conter oxigênio dissolvido. Isto poderia então 53
4 profundidade, embora não significativa. As perturbar a relação entre o oxigênio dissolvido 54
5 medidas de pH variaram entre ∼ 7,3 e 8,3 ao e o pH. Dessa forma, nestas águas, a 55
6 norte, e entre 7,6 e 8,1 ao sul da Bacia de distribuição vertical do oxigênio dissolvido 56
7 Campos. pareceu ser em grande parte governada por 57
8 processos físicos. 58
9 Indiretamente, poderia se esperar 59
10 uma correlação positiva entre as distribuições Nutrientes 60
11 de oxigênio dissolvido e pH uma vez que a 61
12 fixação fotossintética de carbono inorgânico As concentrações de ortofosfato ao 62
13 tende a elevar o pH da água — em função da longo dos perfis de profundidade, nas áreas 63
14 diminuição das concentrações de CO2 e ácido ao norte e ao sul da Bacia de Campos, foram 64
15 carbônico dissolvidos — e como um significativamente diferentes (p< 0,00001), 65
16 subproduto da fotossíntese, o oxigênio com valores estendendo entre não detectável 66
17 dissolvido. Ao mesmo tempo, em (< 0,02 μM) e 2,1-2,6 μM e concentrações 67
18 profundidades maiores onde a fotossíntese é médias de 0,92 μM e 0,67 μM, 68
19 limitada pela luz, processos heterotróficos respectivamente. As menores concentrações 69
20 prevalecem e a produção de CO 2 e a estiveram associadas às águas mais 70
21 conseqüente formação de ácido carbônico superficiais (< 200 m), aumentando 71
22 tendem a forçar o pH das águas para baixo. consideravelmente a partir desta 72
23 No entanto, como a solubilidade do oxigênio profundidade. As máximas foram observadas 73
24 na água diminui com o aumento da em profundidades ≥ 1000 m. Entre as 74
25 temperatura e com o conteúdo de sais, águas estações, não houve diferença significativa 75
26 entre as concentrações de ortofosfato. 76
27 77
28 78
2
29 79
2
Silicato (µM Si-SiO ) Silicato (µM Si-SiO )
30 0 20 40 0 20 40
80
31 81
32 82
33 200 83
34 84
35 400 85
36 86
Pr o f u n d i d a d e (m )
37 600 87
38 88
39 800 89
40 90
41 1000 91
42 92
43 1200 93
44 94
45 1400 95
46 96
1600 a) b)
47 97
48 Figura 7. Silicato (μM Si-SiO2): médias e desvios-padrão de silicato em perfis de profundidade ao norte (a) e ao sul 98
49 (b) na Bacia de Campos 99
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1 MPS (mg L )
-1
MPS (mg L )
-1
51
2 52
0 2 4 6 8 10 2 4 6 8 10
3 53
4 0 54
5 55
6 200 56
7 57
8 400 58
9 59
10 600 60
Profun didade (m)
11 61
12 800 62
13 63
14 1000 64
15 65
16 1200 66
17 67
18 1400 68
19 69
20 a) b) 70
1600
21 71
22 72
23 Figura 8: Material Particulado em Suspenção (MPS - mg L-1): médias e desvios-padrão em perfis de profundidade 73
24 ao norte (a) e ao sul (b) na Bacia de Campos. 74
25 75
26 76
27 Clorofila a (µg L )
-1
Clorofila a (µg L )
-1
77
28 0 1 2 3 0 1 2 3 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 50 83
34 84
Pr o f u nd i dad e (m )
35 85
36 86
37 87
100
38 88
39 89
40 90
41 91
42 150
92
43 93
44 94
45 95
46 200 a) b) 96
47 Figura 9: Clorofila a (μg L-1): médias e desvios-padrão em perfis de profundidade ao norte (a) e ao sul (b) na Bacia 97
48 de Campos. 98
49 99
127
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1 51
COP (µM) COP (µM)
2 52
3 0,0 4,0 8,0 0,0 4,0 8,0 53
4 0 54
5 55
6 200 56
7 57
8 400 58
9 59
P r o fu n d i d a d e ( m )
10 600 60
11 61
12 800 62
13 63
14 1000 64
15 65
16 1200 66
17 67
18 1400 68
19 a) b) 69
20 1600 70
21 Figura 10. Carbono orgânico particulado (COP μM): médias e desvios-padrão em perfis de profundidade ao 71
22 norte (a) e ao sul (b) na Bacia de Campos. 72
23 73
24 74
25 75
26 76
27 77
COD (µM) COD (µM)
28 78
29 0 100 200 0 100 200 79
30 0 80
31 81
32 200 82
33 83
34 400 84
35 85
36 600 86
P ro fun di dade(m )
37 87
38 800 88
39 89
40 1000 90
41 91
42 1200 92
43 93
44 1400 94
45 95
1600 a) b)
46 96
47 Figura 11. Carbono orgânico dissolvido (COD, μM): Médias e desvios-padrão de em perfis de profundidade ao 97
48 norte (a) e ao sul (b) na Bacia de Campos. 98
49 99
128
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1 maiores que a distância separando as áreas norte toda a coluna d’água (Andrade et al., 1999; 51
2 e sul da Bacia de Campos. Niencheski et al., 1999) não sendo, entretanto, 52
3 detectada por técnicas de sensoriamento 53
4 As estratificações químicas, remoto. Na área estudada ao norte da Bacia de 54
5 observadas para os nutrientes nitrogenados e Campos esses máximos subsuperficiais foram 55
6 fosfatados, assim como para a sílica reativa, verificados na porção superior da termoclina 56
7 resultam, provavelmente, do acúmulo de ainda ocupada pela AT, mas já com estratificação 57
8 processos metabólicos prevalecentes que levam considerável. Ressalta-se assim a importância 58
9 ou à mineralização ou a uma produção líquida de se realizar incursões oceanográficas in situ, 59
10 de matéria orgânica ao longo da coluna d’água. como as do presente projeto, e os esforços 60
11 Em águas superficiais, especialmente acima da associados à caracterização vertical de massas 61
12 termoclina, os nutrientes inorgânicos são d’água em ambientes oceânicos . 62
13 tipicamente assimilados por organismos 63
14 fototróficos. Inversamente, nas águas profundas, Em estudos de ambientes profundos, 64
15 normalmente caracterizadas por um balanço verificam-se expressivas variações 65
16 metabólico heterotrófico, a ação de processos hidroquímicas associadas ao espaço vertical. 66
17 desassimilativos (ex. respiração) Isso indica que os processos e produtos 67
18 predominantemente bacterianos deve promover metabólicos ocorrentes ao longo dos perfis de 68
19 a regeneração de nutrientes. O relativo profundidade são efetivamente regulados pelas 69
20 enriquecimento de nutrientes minerais, condições físicas, intrinsecamente associados às 70
21 especialmente observado nos estratos mais diferentes massas d’água e às correntes de 71
22 profundos, pode então derivar de processos contorno que as transportam. Como resultado, 72
23 físicos de sedimentação de partículas orgânicas a ciclagem de materiais e, portanto, o ciclo dos 73
24 (material biogênico) produzidas na zona elementos tende a ser organizado e mais 74
25 trofogênica, bem como devido a processos de eficientemente dinamizado em função da 75
26 difusão passiva e turbulenta de nutrientes do presença e extensão de compartimentos verticais 76
27 assoalho marinho para as águas sobrejacentes. assimilativos e desassimilativos. Considerando 77
28 A presença de nutriclinas, em estratos as escalas máximas de abrangência espacial 78
29 imediatamente abaixo da camada de mistura, mas trabalhadas neste estudo entre as amostras de 79
30 ainda dentro da zona eufótica, também perfil vertical, estações e áreas com sendo, 80
31 representa, ainda que potencialmente, um hot respectivamente, iguais a ∼1, ∼10, e ∼100 km, 81
32 spot oceanográfico para o estabelecimento de temos que as variações hidroquímicas foram 82
33 zonas de produtividade primária líquida positiva. maiores no espaço vertical do que no espaço 83
34 horizontal. Isto sugere que, para a área estudada, 84
35 Na região da Bacia de Campos, variações hidroquímicas horizontais semelhantes 85
36 verifica-se a ocorrência de ‘máximos ou comparáveis às observadas ao longo dos 86
37 subsuperficiais de clorofila’ suportados pela perfis de profundidade só devem ocorrer em 87
38 eventual intrusão de águas de termoclina (a escalas superiores a duas ordens de magnitude, 88
39 ACAS), ricas em nutrientes na camada eufótica, >10 2 km. Consistentemente, a variação 89
40 associadas a fenômeno de meandramento e horizontal característica do sistema de correntes 90
41 vórtices da Corrente do Brasil (Silveira et al., é muito maior que a vertical e engloba 91
42 2004). Nessa situação, a produção regenerada, essencialmente as regiões norte e sul deste 92
43 típica de águas tropicais oligotróficas, é estudo. Os dados hidroquímicos de Ovalle et 93
44 substituída pela produção nova, que é baseada al. (1999), embora restritos a águas costeiras 94
45 no consumo de nitrato (Metzler et al., 1997). superficiais (< 40 m), compreendidas entre os 95
46 Essas regiões, onde ocorrem os máximos municípios de Ilhéus (BA) e Regência (ES), 96
47 subsuperficiais de clorofila, são responsáveis por também demonstram uma relativa 97
48 parte significativa da produtividade primária de homogeneidade de valores ao longo daquele 98
49 99
130
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1 espaço horizontal para nutrientes nitrogenados, Leblanc et al, 2002; Lycousis et al, 2002; 51
2 fosfatados, sílica, clorofila a, e percentuais de Piazena et al, 2002). Apenas em duas estações 52
3 saturação de CO2 e O2. Embora os fatores ao sul da Bacia de Campos dispostas na isóbata 53
4 físicos ocorrentes nos sistemas oceanográficos de 700 m, as concentrações de MPS e COP 54
5 associados ao presente estudo e ao de Ovalle foram um pouco maiores, sugerindo uma 55
6 et al (1999) não sejam provavelmente os condição menos oligotrófica naquelas águas e 56
7 mesmos, ressalta-se, considerando as escalas região. 57
8 de espaço e tempo trabalhadas nestes estudos, 58
9 o fato de ter sido observada uma tendência De um modo geral, os nossos dados 59
10 comum de menor variação horizontal do que assemelham-se aos registrados em estudos 60
11 vertical. anteriores desenvolvidos no Programa 61
12 REVIZEE para áreas adjacentes, o que pode 62
13 Assim como observado para a indicar certa homogeneidade nas águas abertas 63
14 clorofila a e diferentemente dos nutrientes tropicais do Atlântico Sul, compreendidas na 64
15 minerais, as maiores concentrações de COP plataforma continental brasileira (Andrade et al., 65
16 foram encontradas na camada superior da 1999). 66
17 coluna d’água, acima dos 100 m de 67
18 profundidade, sugerindo, como esperado, uma As baixas concentrações de COP no 68
19 condição trofogênica na zona eufótica. Os valores MPS (< 1%) – tipicamente, em águas oceânicas, 69
20 de MPS e de COP podem ser no entanto, essa participação flutua entre 2,4 e 10,2% (King 70
21 característicos de águas ultraoligotróficas, sendo et al., 1998) – indicam que a fração particulada 71
22 comparáveis aos reportados para outras regiões é essencialmente inorgânica, confirmando o 72
23 tais como o Atlântico subtropical, próximo aos caráter ultraoligotrófico na área estudada. No 73
24 Açores, o mar Egeu, no noroeste do entanto, sabe-se que uma parte significativa do 74
25 Mediterrâneo, o Pacífico subtropical, a costa material particulado biogênico pode ser perdido 75
26 Atlântica norte-americana e o Índico (Avril, via processo de filtração. Em águas oligotróficas, 76
27 2002; Bauer et al, 2002; Church et al, 2002; onde a concentração de clorofila é muito baixa 77
28 78
29 79
30 80
31 7 80
81
32 6 70 82
33 5
60 83
34 50 84
COP (µ g L )
COP (µg L )
-1
-1
4
35 40
85
36 3
86
30
37 2 87
38 1
20
88
39 10
89
0
40 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
0 90
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
41 -1 -1
91
Clorofila a (µg L ) Clorofila a (µg L )
42 92
30 31 32 34 38 40
43 # 18 # 20 # 21 # 23 # 24 # 26
93
44 a) b) 94
45 95
Figura 12. Distribuição entre carbono orgânico particulado (COP) e Clorofila a em águas superficiais (acima de 200
46 m de profundidade) nas estações ao norte (a) e ao sul (b) na Bacia de Campos. Note que, embora na área sul não 96
47 seja observável qualquer tendência de associação entre o COP e a Clorofila a, verifica-se, na área sul, uma tendência 97
48 de correlação negativa entre as variáveis plotadas, excetuando-se a estação 32 onde também não foi observada 98
49 qualquer tendência de relação. 99
131
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Pedrosa, P. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
24 -0,2
P- 74
pH
25 -0,4
Silicato 75
26 76
27 MPS
-0,6 77
28 -0,8
78
29 COP 79
30 80
31 fator 1
81
32 82
33 83
34 b) 0,6
84
35 Temp Salin
0,4 85
36 pH
Clo a 86
0,2 Nitrato
37 Nitrito
87
38 0
Silicato P-orto
88
39 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 89
fator 2
-0,2
40 COP
OD
90
41 COD -0,4 91
42 92
-0,6
43 93
44 -0,8 94
MPS
45 95
-1
46 fator 1
96
47 97
48 Figura 13. Análise de componentes principais para os dados hidroquímicos ao norte (a) e ao sul (b) na Bacia de 98
49 Campos. 99
133
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Pedrosa, P. et al ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 51
2 52
3 Geochemica Brasiliensis, 20(1)xxx-xxx, 2006 53
4 54
5 55
6 56
7 GEOQUÍMICA DE SEDIMENTOS E O MONITORAMENTO 57
8 DE METAIS NA PLATAFORMA CONTINENTAL 58
9 NORDESTE ORIENTAL DO BRASIL 59
10 60
11 61
12 Luiz Drude de Lacerda1,2*, Rozane Valente Marins1** 62
13 1
Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará 63
14 Av. Abolição 3207, 60165-081, Fortaleza, CE 64
2
15 Departamento de Geoquímica, Universidade Federal Fluminense, 65
24020-007, Niteroi, RJ
16 Email: *pgcmt@labomar.ufc.br; **rmarins@labomar.ufc.br
66
17 Recebido em Novembro de 2005 e aceito para publicação em Dezembro de 2005 67
18 68
19 ABSTRACT 69
20 70
21 This study discusses the interactions between alloctonous continental sources and 71
22 autochthonous geochemical processes occurring at the continental shelf in controlling heavy metals 72
23 concentrations in sediments. The magnitude of the continental sources results in variations in heavy 73
24 metal concentrations, which are large enough to make monitoring of local sources (offshore oil and gas 74
25 exploration) very difficult. Therefore, new paradigm shall be established in monitoring strategies to 75
26 account for these sources of heavy metal concentrations variability in continental shelf sediments. 76
27 77
28 RESUMO 78
29 79
30 Este estudo discute as interações entre fontes alóctones continentais e processos 80
31 geoquímicos autóctones ocorrentes na plataforma continental, no controle das concentrações finais de 81
32 metais pesados em sedimentos. A magnitude das fontes continentais resulta em variações na 82
33 concentração de metais grandes o suficiente para tornar muito difícil o monitoramento de fontes locais 83
34 (e.g. exploração offshore de petróleo e gás). Portanto, a estratégia de monitoramento destas atividades 84
35 deve estabelecer novos paradigmas que levem em consideração estas fontes de variabilidade das 85
36 86
concentrações de metais pesados em sedimentos da plataforma continental.
37 87
38 88
39 89
40 INTRODUÇÃO exploração de recursos minerais da plataforma 90
41 continental e descarga direta de contaminantes 91
42 A contaminação do meio ambiente por emissários submarinos (Crossland et al., 92
43 marinho pode se originar de uma ampla gama 2005). Os efluentes que apresentam maior 93
44 de fontes antrópicas. As fontes de origem ameaça para o meio ambiente marinho são em 94
45 terrestre contribuem globalmente com cerca de grau variável de importância e dependendo das 95
46 70 a 80 % da contaminação marinha, enquanto diferentes situações nacionais ou regionais, 96
47 que apenas 20 a 30 % da carga de poluentes aqueles originados no esgotamento sanitário, 97
48 para os oceanos são oriundas das atividades lixiviação de solos agrícolas e da pecuária, 98
49 localizadas in situ como transporte marítimo, efluentes industriais e da mineração e a lixiviação 99
137
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Lacerda, L. D. e Marins, R. V. ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
29 0,8
79
30 0,6
1 80
31 0,4 81
0,5
32 0,2 82
33 0 0 83
34 0 0,5 1 1,5 0 50 100 84
35 Al (% dry weight) SiO2 (% dry weight) 85
36 86
37 87
38 88
SiO2 (% dry weight)
100 1,5
(Al (% dry weight)
39 89
80
40 1 90
60
41 91
40 0,5
42 92
20
43 0
93
0
44 0 10 20 30 40
94
0 10 20 30 40
45 95
Ca (% dry weight) Ca (% dry weight)
46 96
47 97
48 Figura 1. Correlação entre elementos de origem terrígena (Al, Si e K) e de origem organogênica (Ca) em 98
49 sedimentos da plataforma continental do Ceará (adaptado de Freire et al., 2004). 99
140
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Lacerda, L. D. e Marins, R. V. ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 sedimentos terrígenos são bem menores e variam períodos de seca e de chuva na região, o Fe 51
2 de 0,46 a 28,6 % (média de 5,6 %), enquanto pode apresentar uma variabilidade sazonal 52
3 que em sedimentos biogênicos variam de 16,1 estatisticamente significativa em sua 53
4 a 38,5 % com média de 32,1 %. (Freire et al., concentração em sedimentos (Marins et al. 54
5 2004). Concentrações semelhantes foram 2004b; Maia, 2004) o que pode limitar seu uso 55
6 relatadas por Coutinho (1976) para a plataforma como traçador do aporte terrígeno. 56
7 continental entre Sergipe e Alagoas. A Figura 1 57
8 apresenta a correlação entre elementos de Todos esses elementos têm, portanto 58
9 origem terrígena (Si, Al e K) e biogênica (Ca) origem continental, confirmado por sua não 59
10 em sedimentos da plataforma continental do correlação com os carbonatos (não mostrada). 60
11 Ceará. As correlações lineares altamente Os solos litorâneos da região são principalmente 61
12 significativas, positivas entre os elementos podsols eutróficos vermelho-amarelo e 62
13 terrígenos e negativa entre estes e o elemento latossolos, sua erosão e transporte constitui-se 63
14 biogênico Ca, sugerem fortemente o uso destes importante fonte destes elementos geogênicos 64
15 como traçadores dos processos sedimentares para a plataforma continental (Pereira et al., 65
16 dominantes (autóctones vs alóctones). 1991, Freire et al., 2004). Correlações 66
17 semelhantes têm sido reportadas por diferentes 67
18 Em relação aos elementos-traço, autores (Muller et al., 1999; Carvalho et al., 68
19 incluindo metais pesados, a distinção entre 1993a e 1993c; Rezende et al., 2004; Lacerda 69
20 sedimentos com maior influência terrígena e sob et al., 2004), para outros setores da plataforma 70
21 influência de processos autóctones, continental brasileira. 71
22 principalmente a precipitação de carbonatos 72
23 biogênicos também é bastante clara. O segundo suporte geoquímico é 73
24 representado pelos carbonatos de origem 74
25 As Tabelas 2 e 3 mostram matrizes de eminentemente marinha (Tabela 3). Associados 75
26 correlação entre diversos elementos-traço em aos carbonatos encontram-se os elementos B, 76
27 sedimentos da plataforma continental do Rio As, Mg, e V, confirmando o controle autóctone 77
28 Grande do Norte. Dois grupos de suportes na distribuição destes metais (Rezende et al. 78
29 geoquímicos são identificados nas correlações 2004; Lacerda et al. 2004). 79
30 apresentadas, os argilominerais, representados 80
31 pelo Fe e Al de origem estritamente continental. Um último suporte geoquímico inclui 81
32 Associados à estes suportes temos a matéria orgânica presente em sedimentos. Na 82
33 principalmente Ba, Cd e Pb (Tabela 2). plataforma continetal interna da região nordeste, 83
34 Entretanto, foi observado que devido à marcante onde os sedimentos apresentam elevado teor 84
35 diferenciação climática existente entre os de carbonatos biogênicos, a matéria orgânica, 85
36 86
37 87
38 Tabela 2. Matriz de correlação entre as Tabela 3. Matriz de correlação entre as 88
39 concentrações de elementos maiores e traço e a concentrações de parâmetros sedimentológicos, 89
40 fração < 63 µm em sedimentos da plataforma concentrações de elementos maiores e traço em 90
41 continental do Rio Grande do Norte (Lacerda et sedimentos da área de influência do emissário
91
submarino de Guamaré. Valores significativos a
42 al., 2005). Valores significativos a p<0,01. (*) p<0,01 (*) Valores significativos a p<0,05 (**) 92
Valores significativos a p<0,05; n = 26.
43 Valores não significativos. (n=26). 93
44 Elemento Al Ba Fe Cd Pb 94
Al 1 CaCO3 As B Mg Mn
45 Ba 0,828 1 CaCO3 1 95
46 Fe 0,708 0,516* 1 As 0,670 1 96
47 Cd 0,766 0,543* 0,755 1 B 0,915 0,652 1 97
Pb 0,947 0,808 0,552* 0,725 1 Mg 0,908 0,602 0,940 1
48 < 63 µ 0,769 0,633 0,495* 0,619 0,695 V 0,724 0,810 0,219** 0,537* 0,884 98
49 99
141
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Lacerda, L. D. e Marins, R. V. ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
38 0,8 70 88
39 60 89
0,6 50
40 90
40
41 0,4
30 91
42 0,2 20 92
43 10 93
0,0 0
44 10 km 10 km 94
45 30 km
50 km
30 km
50 km 95
46 Distância da costa Distância da costa
96
47 97
Figura 2. Distribuição de Fe, Mn, Cr e V em sedimentos da plataforma continental do estado do Ceará
48 (baseado em resultados de Marins et al., 2005). 98
49 99
144
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Lacerda, L. D. e Marins, R. V. ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
1 51
2 120 52
3 53
4 100 54
5 y = 0,0271x - 2,8522
55
6 80 56
2
R = 0,905
7 57
Fe (µg g-1)
8 60 58
9 59
10 40 60
11 61
20
12 62
13 63
0
14 64
15 0 1000 2000 3000 4000 65
16 Mn (µg g ) -1
66
17 67
18 68
Figura 3. Correlação entre Fe e Mn em sedimentos da plataforma continental interna do Rio Grande do
19 Norte (baseado em resultados de Lacerda et al., 2005). 69
20 70
21 facilmente a região de exploração petrolífera, sobre a distribuição de metais pesados em 71
22 o que dificulta ainda mais a detecção de sedimentos da plataforma continental e, portanto, 72
23 eventuais alterações nas concentrações de devem ser levados em consideração quando da 73
24 metais pesados nos sedimentos e eventualmente definição de estratégias de caracterização e 74
25 na biota. monitoramento de metais pesados em área de 75
26 plataforma continental sob influência de 76
27 Na plataforma continental nordeste do atividades de exploração e produção de petróleo 77
28 Brasil entre os litorais do Ceará e do Rio Grande e gás. 78
29 do Norte, a presença de “bolsões” de sedimentos 79
30 terrígenos relíquias e a de materiais continentais 80
31 trazidos pelo Rio Jaguaribe e demais rios ao longo CONCLUSÃO 81
32 da costa, também influenciam significativamente as 82
33 concentrações de metais pesados nos sedimentos É provável que com o aumento na 83
34 da plataforma (Muller et al. 1999; Marins et al., intensidade das atividades petrolíferas na 84
35 2005). A Figura 2 apresenta a distribuição de Plataforma Continental RN-CE, processos de 85
36 alguns metais pesados em sedimentos da plataforma contaminação por metais pesados venham a 86
37 continental do litoral do Estado do Ceará (Marins ocorrer, potencializando a contaminação de 87
38 et al., 2005) em relação à distância da costa. É importantes recursos pesqueiros da região. Tal 88
39 evidente a influência continental sobre o aporte e possibilidade deve ser estudada por um 89
40 conseqüentemente a concentração final destes programa de monitoramento ambiental que avalie
90
o impacto da atividade de exploração plena em
41 metais em sedimentos da plataforma. A Figura 3 91
plataforma e da atividade de perfuração para
42 reforça este aspecto através da correlação linear 92
fins de prospecção e/ou produção, levando em
43 significativa encontrada entre as concentrações de 93
consideração as propriedades geoquímicas de
44 Fe e Mn na plataforma potiguar (Lacerda et al., 94
cada setor da plataforma continental,
45 2005). 95
particularmente na distribuição espacial de
46 96
metais pesados, suas origens e associações
47 Os resultados discutidos acima 97
geoquímicas e da extensão da influência
48 confirmam a considerável influência dos aportes 98
continental sobre os sedimentos da plataforma.
49 continentais e da geoquímica dos sedimentos 99
145
Artigo em edição, versão não indicada para distribuição
Lacerda, L. D. e Marins, R. V. ./ Geochem. Brasil., 20(1)xxx-xxx,2006
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24 74
25 75
26 76
27 77
28 78
29 79
30 80
31 81
32 82
33 83
34 84
35 85
36 86
37 87
38 88
39 89
40 90
41 91
42 92
43 93
44 94
45 95
46 96
47 97
48 (Footnotes) 98
49
1
To whom the correspondence should be sent: gcmt@labomar.ufc.br 99
149