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Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé

Credenciado através da Portaria MEC nº 629, de 15/03/2004 - D.O.U. de 16/03/2004.


Av. Dona Floriana, 463 – Centro – Guaxupé/MG – CEP: 37800-000 – Fone: (35) 3551-5267 – www.unifeg.edu.br

AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO


NO MUNICÍPIO DE GUAXUPÉ – MG

Autores: Fernanda Casagrande Ferreira¹, Natália Fernanda Schmidt¹, Wagner de Lima Gonçalves²

nanda18.cf@gmail.com, nattschmidt@gmail.com, wagnergoncalveslima9656@yahoo.com.br

Resumo

O presente trabalho apresenta uma avaliação da Gestão de Resíduos de Construção e Demolição no


Município de Guaxupé. Grande parte dos resíduos sólidos gerados são provenientes da construção
civil e este artigo se propõe a avaliar como é feita a disposição deste material no meio ambiente na
área de estudo em questão. Através de entrevistas, levantamento a campo e registro fotográfico este
artigo mostrará que o modelo de gestão adotado pela Prefeitura é eficiente, pois busca amenizar o
impacto ambiental da disposição destes resíduos no meio ambiente.

Palavras-Chave: construção civil, resíduos sólidos, gestão, sustentabilidade.

Abstract

The current work presents an evaluation of the Residue Management of Constructions and Demolition
in Guaxupé's city. A big part of the solid residue generated are provinient from civil constructions
and this article propose to evaluate how it's done the disposal of this material in the environment in
the study area shown. Through interviews, field researchs and photographic record, this article will
show that the management model adopted by the town hall is efective, because it looks for softening
the environment impact in disposal of those residues in the environment

Abstract: construction civil, solid residue, management, sustainability.

_________________________
¹ Discente do Curso de Engenharia Civil, Centro Universitário da Fundação Educacional de
Guaxupé, UNIFEG, Minas Gerais, Brasil
²Docente do Cursode Engenharia Civil, Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé,
UNIFEG, Minas Gerais, Brasil
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1. Introdução

O setor da construção civil, apesar da grande importância dentro do cenário econômico do


Brasil, está relacionado à perda, desperdício e grande consumo de recursos naturais e energéticos.
Sendo assim, causador de grandes impactos ambientais, além do expressivo volume de resíduos
sólidos. A geração de Resíduos Sólidos de Demolição, ou entulhos como popularmente chamado, é
inevitável e as fontes vão desde à fabricação de insumos para a construção civil à reforma do cômodo
de uma casa. Temos ainda as perdas causadas pelo mau funcionamento da edificação, acarretadas por
“manifestações patológicas”, que tornam constante a necessidade de manutenção, gerando volumes
de resíduos e o consumo de matéria prima (LEITE,2001).
A disposição irregular deste material é outro fator que contribui para a problemática,
provocando sérios problemas ambientais e até a questão sanitária, prejudicando a qualidade de vida
da população. Segundo Pinto (1999), no Brasil a construção civil é responsável por gerar um volume
de entulho na ordem de 41% a 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos. Já Buttler (2007)
apresentou valores de 54% a 70% da quantidade total dos resíduos sólidos gerados nos municípios
brasileiros.
Com o desenvolvimento de grandes centros urbanos e a necessidade de construção em grande
escala, órgãos públicos e a preocupação ambiental, impulsionados pela questão do desenvolvimento
sustentável, vêm analisando assim a necessidade da gestão e reutilização desses resíduos. Segundo
SILVA (2004), é comprovado que a reutilização do resíduo é viável e traz benefícios ao meio
ambiente e à sociedade. Porém, deve-se criar “condições políticas” favoráveis através de legislações
objetivas e claras.
Frente a esta necessidade e considerando o desenvolvimento crescente da sociedade, em 5 de
julho de 2002 o Conselho Nacional de Meio Ambiente- CONAMA estabeleceu diretrizes, critérios e
procedimentos para o gerenciamento de resíduos sólidos sob a Resolução CONAMA 307. De forma
que disciplinando as ações possa ser minimizado os impactos ambientais, conforme Artigo 1º da
Resolução.

2. Objetivos

Avaliar como é feita a gestão dos RCD’s no município de Guaxupé e verificar como é o
recebimento e a disposição deste material no meio ambiente e também se é feita a reciclagem,
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portanto fazendo a análise de quais os principais déficits da gestão e sugerir medidas de melhoria que
poderiam ser adotadas.

3. Metodologia

O presente trabalho respalda-se em pesquisa bibliográfica sobre a composição e classificação


dos RCD’s, formas de promover a gestão desse material e legislação existente acerca deste. Foi
realizado um estudo de campo sobre a atual Gestão de Resíduos pelo município, utilizando-se da
observação e registro fotográfico, entrevista aos membros da Secretaria de Meio Ambiente e aos
profissionais que transportam o entulho e elaboração de um mapa indicando a localização dos pontos
de descarte irregular, conforme Figura 7.
Fazendo uso de registro fotográfico, dos pontos de disposição irregular dos resíduos de
construção civil, foi elaborado um mapa indicando a localização e grau de comprometimento destes
pontos com o auxílio do Goole Earth.
Realizamos visitas ao aterro controlado, para acompanhar qual ou quais os procedimentos que
são utilizados para o descarte final dos resíduos in loco, a fim de confrontar as informações contidas
e passadas pela Secretaria de Meio Ambiente do município

4. Desenvolvimento

Os Resíduos Sólidos da Construção e da Demolição (RCD’s) são os entulhos oriundos das


diversas atividades da construção civil, desde a extração do material natural usado nas construções
ao final da construção ou reforma. Estes resíduos são gerados diariamente e em grande escala, e ao
serem depositados no meio ambiente de maneira inadequada provocam grandes impactos ambientais.

4.1. Resíduos Sólidos da Construção e da Demolição (RCD’s) e sua classificação

Os RCD’s são definidos na Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),


n°307 como:
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Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de


construção civil, e os resultantes da preparação e escavação do terreno, tais como:
tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos rochas, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos
de obras, caliça ou metralha. (CONAMA, 2002, p1)

A definição acima define com clareza os RCD’s. Estes são resíduos de baixa periculosidade,
sendo o impacto causado pelo grande volume gerado.
Os resíduos sólidos, em geral, são classificados conforme sua atividade ou processo que lhes
deu origem. Segundo ABNT NBR 10004/2004, a classificação consiste em identificar se o resíduo é
perigoso ou não perigoso, classe I e II respectivamente, sendo o segundo dividido em subclasses. Os
resíduos de classe I são aqueles que apresentam, de uma forma geral, risco a saúde pública e ao meio
ambiente com base nas suas funções infectocontagiosas, químicas e físicas (inflamabilidade,
toxidade, reatividade, corrosividade, patogenicidade), enquanto os resíduos classe II são aqueles que
não se encaixam na classe I e por sua subclasse se diferenciam em II-A e II-B. Os resíduos
classificados como II-A são os materiais não inertes, ou seja, com propriedade de biodegradabilidade,
combustibilidade, ou solubilidade em água, os da classe II-B são os materiais inertes, ou seja, não
sofrem transformações por um longo tempo depois de descartados. Sendo assim, podemos afirmar
que os RCD’s pertencem à classe II-B.
Segundo RESOLUÇÃO CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, os resíduos são
classificados da seguinte forma:
CLASSE A, são resíduos provenientes de construção, demolição, reformas e reparos
(pavimentação, edificação), são componentes cerâmicos (tijolos, azulejos, blocos, telhas e outros),
argamassa e concreto que podem ser reciclados ou reutilizados na própria obra.
Podem ser utilizados ou reciclados na forma de agregados para blocos (sem função estrutural,
tubos, placas de revestimento, etc.) foco do trabalho
CLASSE B: são materiais provenientes de embalagens e o que não se classifica na classe
acima como, por exemplo, papel/papelão, plásticos, vidros, metais, madeiras entre outros.
Podem ser reutilizados quando possível na própria obra, ou encaminhados as cooperativas ou
empresas licenciadas. Além de serem encaminhadas a áreas de transbordo e triagem (ATTs), que lhes
darão destinação adequada.
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CLASSE C - são os resíduos que não podem ser reciclados, pois não há tecnologia
desenvolvida nem aplicações viáveis economicamente. Exemplo deste, são os produtos oriundos do
gesso. Importante então evitar ao máximo o desperdício.
CLASSE D- considerados resíduos perigosos e capazes de causar risco a saúde e ao meio
ambiente. Oriundo do processo de construção (tintas, solventes, óleos, reformas e reparos de clínicas
radiológicas e outros) podem ser tóxicos, inflamáveis, reativos ou patogênicos.
Segundo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei Federal nº. 12.305/2010), a qual reúne
o conjunto de princípios, instrumentos, objetivos metas, diretrizes e ações adotados pelo governo
federal, distrito federal, municípios ou particulares visando a gestão e o gerenciamento ambiental
adequado dos resíduos sólidos. A classificação do material se dá pela origem e periculosidade, sendo
necessário a junção da RESOLUÇÃO CONAMA 307 e a ABNT NBR 10004/2004. Contudo, em
acordo com a Lei 12.305/2010, o Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA considerando a
necessidade de adequação a Resolução 307, em 18 de janeiro de 2012 passa a ter os artigos 2º, 4º, 5º,
6º, 8º, 9º, 10 e 11 uma nova redação, publicada no DOU Nº14 sob a RESOLUÇÃO Nº448.

4.2. Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil e da Demolição

O gerenciamento de RCD’s, conforme Resolução CONAMA 307, visa diretrizes, critérios e


procedimentos para implantar e desenvolver ações necessárias para o cumprimento de etapas
previstas em programas e planos. Sendo que cada município, em cumprimento desta resolução,
contenha o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC).
Conforme o artigo 9, o programa de gerenciamento deve contemplar as seguintes etapas:
caracterização, triagem, acondicionamento, transporte e destinação.
Conforme Pinto (1999), a Gestão dos Resíduos Sólidos da Construção e da Demolição é
definida pelos gestores locais, impostos por lei municipal e federal, permitindo assim uma nova
roupagem ao órgão público, com a obrigatoriedade do Plano Integrado de Gerenciamento Resíduos
da Construção Civil e da Demolição. Ou seja, o Poder público cumpre a legislação pertinente
incluindo a preservação do meio ambiente, disponibilizando pontos de recebimento dos resíduos,
porém quem se responsabiliza pelo descarte dos materiais são os pequenos e grandes geradores.
Já segundo Junior (2011), as ações adotadas variam de município para município, pois cada
um apresenta recursos técnicos e financeiros diferentes e distintos para a administração e
gerenciamento desses resíduos. Exemplo este que para a elaboração e execução destes projetos os
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custos são elevados, inviabilizando e dificultando municípios de pequeno porte aderirem a


implantação.

4.3. Área de estudo

O município de Guaxupé localiza-se no sudoeste mineiro, na microrregião da Baixa Mogiana


distando cerca de 488 km de Belo Horizonte, situado na latitude Sul 21° 28’ 18”S e na longitude
Oeste 46° 42’46”W. Ocupa uma área territorial de 294,00 km². Conta com uma população estimada
de 52.108 (IBGE 2016)
A economia do município conta com cerca de 300 pequenas indústrias de atividades diversas,
porém a principal atividade econômica do município é a agropecuária. No setor primário destacam-
se a produção de leite e o cultivo de café, como principal atividade se destacando pela cooperativa de
café (COOXUPÉ) que é considerada a maior do mundo. No setor industrial destacam-se as indústrias
têxtil, eletromagnética e calçadista.
O relevo é caracterizado por 25% montanhoso, 65% ondulado e 10% plano. As cotas
altimétricas variam entre 776 m na foz do córrego São João e 1.142 m no Morro Agudo. O clima é
tropical semiárido, com pluviosidade de 1300mm anuais e regime térmico médio de 23°C.

5. Resultados

A partir da entrevista feita à Engenheira Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de


Guaxupé, verificou-se que o município tem conhecimento sobre a resolução CONAMA e realiza a
gestão de resíduos sólidos e da construção civil, a qual vem sendo discutida já há alguns anos.
Em 2012 foi criada a Lei 2137, Lei Municipal, que institui o sistema de gestão sustentável de
resíduos de construção civil e resíduos volumosos, obedecendo a resolução CONAMA n°307 de 5 de
julho de 2002. A lei prevê as responsabilidades dos geradores, transportadores e receptores, assim
como suas disciplinas. Trazendo também informações dos procedimentos, classificações e disposição
final, além de informar sobre suas penalidades pelo descumprimento da mesma.
Um dos objetivos do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos-PMGRSU é,
dentro do prazo de dois anos, realizar a disposição adequada de RDC. Com a coleta e transporte de
todo o resíduo de construção civil, inclusive os dispostos em locais irregulares, para o Aterro de
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Resíduos Classe A da Construção Civil e Volumosos. A proposta da Secretaria do Meio Ambiente é


que esse resíduo seja reciclado e utilizado como cascalho para a manutenção de estradas rurais.
De acordo com a legislação do município LEI 2137, os pequenos volumes, limitados a 1m³
por descarga, podem ser entregues à rede de Pontos de Entrega, que são os coletores de resíduos
residenciais. Já os volumes superiores à 1m³, considerados os Grandes Volumes devem ser destinados
à rede de Áreas para Recepção de Grandes Volumes, onde será feita a triagem e destinação adequada
por meio dos veículos devidamente cadastrados na Secretaria de Obra.
O material pode ser transportado pelo próprio gerador se seguir às normas municipais, porém
quando usuário de serviço de transporte deve utilizar exclusivamente os serviços de empresas
licenciadas pelo Poder Público Municipal, sendo estas as quatro empresas cadastradas: Papa
Entulhos, Impacto, Chaves e Caçambas Colitato. Lembrando que os geradores são fiscalizados e no
descarte incorreto deste material estará sujeito às penalidades cabíveis, descritas na Lei 2137.
Os Transportadores reconhecidos como ação privada devem estar cadastrados e estão
submetidos às diretrizes e à ação gestora do poder público municipal. Os equipamentos para coleta
devem ser de uso exclusivo para os resíduos e durante o deslocamento dos mesmos, por caçambas
metálicas ou veículos automotores, devem possuir o respectivo documento de Controle de Transporte
de Resíduos (CTR), fornecer comprovantes aos geradores identificando a destinação correta dos
resíduos coletados e orientações aos usuários de seus equipamentos sobre o posicionamento, tipo de
resíduos admissíveis e penalidades previstas em leis.
Conforme a LEI 2137 os resíduos de construção civil devem ser dispostos exclusivamente no
Aterro de Resíduos Classe A e devem estar isentos de lixo, materiais velhos e quaisquer outros
detritos. Este está localizado na Rodovia Jamil Nasser, a margem direita da MG 450, km 4,4. A área
para o empreendimento localiza-se na Fazenda São João, e apresenta cerca de 22 hectares, dista
aproximadamente 8 km do centro da cidade e 3,5 Km do aeroporto municipal. Conta com maquinário
como reta escavadeira, caminhões truck’s e tratores para o exercício das atividades.
O aterro demonstrado na Figura 01, possui capacidade de 200m³/dia, porém por estar em fase
de implantação não se conhece o volume diário recebido, até porque, ainda há uma parte dos resíduos
destinado a áreas de descarte clandestinos espalhados pelo município como mostrado nas Figuras 2,3
e 4.
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Figura 1- Vista da disposição do Aterro Controlado de Guaxupé.

Fonte: Google Earth (Imagem), adaptado pelo Autor.

Há uma licitação em andamento para a compra do triturador da marca Nowo Máquinas


modelo Multi 6. Conforme informações do próprio fabricante, o equipamento permite que o material
triturado atenda aos requisitos de granulometria da ABNT NBR 15.115/2004 e 15.116/2004, assim
podendo ser utilizado tanto para execução das camadas de pavimentos, como também na forma de
agregados para uso de artefatos e concreto massa até 15 Mpa sem a função estrutural. Assim, além
da disposição será realizado o beneficiamento do resíduo para sua reutilização na manutenção de
estradas rurais, ao qual atualmente é feita por meio de cascalho comprado ou doado para a Prefeitura.
Com este equipamento o aterro será capaz de realizar a britagem do material transformando-
o em cascalho com granulometria específica para a execução de pavimentação dependendo da
aplicação, conforme especificado na norma ABNT NBR 15115 / 2004.
Enquanto a compra não é efetuada, parte desse resíduo já vem sendo usada para uso de
cobrimento do próprio aterro.
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5.1. Identificação de Pontos

O despejo incorreto de resíduos ainda é um fator que prejudica a implantação do Plano de


Gerenciamento. Em busca de encontrar pontos em que os resíduos são dispostos de forma inadequada,
foi realizado um levantamento a campo no âmbito do município identificando os locais mais afetados.
Constatou-se que os pontos de descarte são dispersos, sendo a maioria em terrenos baldios,
calçadas não pavimentadas, áreas verdes, locais próximos a leitos de rios e vicinais. Sabendo-se que
quem pratica ações a degradação ao meio ambiente é crime, conforme LEI Nº 9.605.
Como demonstra a figura 2 e 3 a seguir, a mesma identificada neste trabalho como Ponto 5 e
Ponto 6 respectivamente, o descarte é feito por pequenos geradores, onde ainda algum dos resíduos
estavam em saco plástico, degradando o solo e poluindo a paisagem. Ambos os pontos mostram o
descaso tanto com o meio ambiente quanto a sociedade, oferecendo assim o aparecimento de nicho
ecológico de muitas espécies de vetores patogênicos.

Figura 2- Resíduo de construção descartado em calçada Figura 3- Resíduo de construção descartado em calçada
não pavimentada, ponto 5. não pavimentada, ponto 6.

Fonte: Acervo dos autores. Fonte: Acervo dos autores.

Já nos Pontos 1,2,3 e 4, onde o depósito dos resíduos é de grande volume, o mesmo são
caracterizados pelo descarte em área de brejo, apresentado na Figura 4,5 e 6. Já o Ponto 1 se encontra
próximo ao Rio Guaxupé, ao qual esta disposição se torna ainda mais preocupante, pois traz riscos a
sociedade, além de se colocar contra a LEI 9605/98.
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Figura 4- Grande volume de resíduos sólidos Figura 5- Grande volume de resíduos sólidos
descartados em áreas próximo ao rio, Ponto 1. descartados em áreas de brejo, Ponto 2.

Fonte: acervo dos autores. Fonte: acervo dos autores.

Figura 6- Grande volume de resíduos sólidos descartados em áreas de brejo, Ponto 3.

Fonte: acervo dos autores.

Confrontando as informações coletadas na Secretaria de Meio Ambiente e o encontrado no


levantamento a campo elaboramos um mapa onde identificamos os pontos de descarte irregular que
são significativos, ou seja, aqueles que apresentam maiores volumes. Como podemos observar na
Figura 7.
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Figura 7– Mapeamento dos pontos de disposição irregular dos RCD’s em Guaxupé.

Fonte: Google Earth(Imagem), Mapeamento adaptado pelo autores.

Tabela 1 – Pontos de descarte irregular de Resíduos de Construção e Demolição


PONTO LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO
1 Av. Pedro Nicola Ponto de descarte irregular de grande volume
2 Av. Felipe Elias Zeitune Ponto de descarte irregular de grande volume
3 Av. P. Trancredo Ponto de descarte irregular de grande volume
4 Rua. Pio Damião Ponto de descarte irregular de grande volume
5 Próximo a Rod.Domingo Ponto de descarte irregular de pequeno volume
Ribeiro Rezende
6 Rua Fepasa Ponto de descarte irregular de pequeno volume
7 Rua Cássia Ponto de descarte irregular de pequeno volume
(Terreno Baldio)
8 Rua Otávio e Melo Ponto de descarte irregular de pequeno volume
(Terreno Baldio)
9 Rua Joaquim Ribeiro Ponto de descarte irregular de pequeno volume
(Terreno Baldio)
Fonte: autores
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Conforme proposto pela LEI 2137 do município, os resíduos devem ser devidamente
transportados e depositados no aterro de classe A licenciado pelo órgão vigente, assim evitando com
que haja maior degradação de pontos clandestinos e disponibilizando soluções para o mesmo.

5.2. Recebimento, triagem e destino dos RCD’s

O estudo foi realizado em 3 etapas acompanhando uma sequência de trabalhos realizados para
o gerenciamento de resíduos sólidos, recebimento, triagem e destino dos RCD’s. A primeira é o
diagnóstico e situação de como é tratado os resíduos de construção e demolição no município
juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente, a segunda etapa foi identificar os pontos onde há
uma maior degradação resultante do descarte ilegal destes mesmos resíduos. Na terceira etapa
verificamos como é feito, atualmente, o recebimento e a triagem dos RCD’s no aterro controlado e
sua projeção sobre uma futura reutilização desde material.
Na primeira etapa foi realizado uma entrevista juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente
da prefeitura do município, a fim de verificar qual era a atuação do órgão sobre os descartes do ponto
de vista legal e ambiental dos RCD’s. O mesmo já constava em projeto desde 2012 sendo só em 2016
implementado ao município conforme CONAMA 307. No entanto, não foi possível estipular nenhum
valor real sobre o volume produzido/recebido no aterro.
Com base no artigo 19 da Lei Municipal 2137, a segunda etapa foi realizada em campo,
buscando pontos onde o descarte é feito clandestinamente e ilegalmente no âmbito do município,
identificando o material encontrado. Confrontando as informações coletadas na Secretaria de Meio
Ambiente e o encontrado no levantamento, elaboramos um mapa onde identificamos os pontos de
descarte irregular significativos, ou seja, aqueles que apresentam maiores volumes.
Na terceira etapa verificamos como é feito, atualmente, o recebimento e a triagem dos RCD’s
no aterro controlado e sua projeção sobre uma futura reutilização desde material. A ideia principal é
acompanhar o procedimento de utilização do material, utilizando Normas ABNT NBR15115/04 e
15116/04 e legislações vigentes como a Lei Municipal 2137 e Lei 12305/2010 sobre o assunto.
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6. Considerações Finais

Com este estudo constatou-se que a Gestão dos Resíduos Sólidos de Construção e Demolição
no Município de Guaxupé, de acordo com as práticas adotadas e relatadas pelo Engenheiro Ambiental
da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Guaxupé é eficiente, pois busca amenizar o impacto
ambiental da disposição destes resíduos no meio ambiente. Verificou-se também que o Município
possui legislação própria e adequada quanto à Gestão Eficaz e Eficiente dos RCD’s que atendem à
Resolução n° 307/2002 do CONAMA.
Verificou-se que a reutilização do material, apesar de ser priorizada na legislação do
Município, ainda não é realizada. Porém, o gestor nos apresentou a proposta para o beneficiamento
do material a fim de reutilizá-lo na manutenção de estradas rurais. Para que seja feita a reutilização
dos resíduos para este fim, é necessário adquirir um triturador e já há uma licitação em andamento
para efetuar a compra.
Dentre os problemas enfrentados pelo Município, temos o descarte irregular dos resíduos e a
composição do material recebido pelo aterro. Para sanar tal problema, sugere-se a aplicação uma
fiscalização rigorosa nos locais de descarte irregular e às empresas caçambeiras, pois o entulho é
descartado em locais irregulares devido à sua proximidade do centro urbano, enquanto o aterro
licenciado encontra-se afastado. Outra ação seria promover a conscientização da população, para que
o resíduo depositado nas caçambas esteja livre de lixos e outros materiais, e também, para que
contribua com a fiscalização, através de denúncias.

Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10004: Resíduos Sólidos-


Classificação. Rio de Janeiro, RJ, 2004. 71p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 15.116: Agregados


reciclados de resíduos sólidos da construção civil- Execução de camadas de pavimentação-
Procedimentos. Rio de Janeiro, RJ, 2004. 10p.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 15.115: Agregados


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PINTO,T.P: Metodologia Para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção Urbana.


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